Hoje nas notícias: Apoio de 125 euros, contratos públicos e seca

  • ECO
  • 28 Outubro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Milionários com vistos gold e sem rendimentos declarados também recebem apoio de 125 euros pago pela Segurança Social. Medida do Governo que obriga bancos a renegociar crédito à habitação marca clientes como sendo de risco. Tribunal de Contas está contra novo regime de contratos públicos. Estas são notícias que estão a marcar o dia na imprensa nacional.

Milionários com vistos gold estão a receber apoio de 125 euros do Estado

Existem titulares de vistos gold a receber o apoio extraordinário de 125 euros criado pelo Governo para mitigar os efeitos da inflação. Os titulares em causa são estrangeiros com elevados rendimentos de capital, mas poucos ou nenhuns rendimentos declarados, pelo que acabam a receber o apoio através da Segurança Social. Fiscalistas admitem lacuna na medida, que não tem em conta rendimentos de capital na avaliação da elegibilidade. Esta sexta-feira, Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, não descarta, em entrevista, vir a implementar nos próximos anos a apoios semelhantes ao cheque de 125 euros, alegando que há margem para isso, mesmo que a medida pareça eleitoralista.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Tribunal de contas com “todas as objeções” contra novo regime de contratos públicos

O Tribunal de Contas (TdC) diz estar totalmente contra a criação do novo regime de contratos públicos, que permite o lançamento de um concurso único para a conceção e construção de uma empreitada. O Governo justificou a medida com a necessidade de acelerar o investimento público, mas o tribunal tem “todas as objeções”. Em causa está um novo regime que permite que seja lançado um concurso único para a conceção e a construção de uma empreitada. A medida já foi aprovada pelo Governo e promulgada pelo Presidente da República.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Medida do Governo para crédito à habitação marca clientes como sendo de risco

O Governo vai aprovar na próxima semana o diploma que obriga os bancos a renegociar o crédito à habitação com os clientes cuja taxa de esforço ultrapasse determinado nível, devido à subida dos juros. No entanto, no caso de um cliente entrar em PARI – Plano de Ação para o Risco de Incumprimento ao abrigo do diploma, fica marcado como cliente de risco. Fonte do setor bancário confirmou ao Jornal Económico que os clientes ficarão classificados como crédito reestruturado, o que lhes poderá dificultar a obtenção de créditos futuros.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Governo a negociar fundos de desenvolvimento rural para mitigar seca

A ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, está a negociar com a Comissão Europeia a “utilização de fundos de desenvolvimento rural” para mitigar os efeitos a seca, tal como aconteceu na pandemia. São 51 milhões de euros de verbas de desenvolvimento rural, aos quais se somam sete milhões de euros do Orçamento do Estado que vão ser disponibilizados em 2023.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

PS perde terreno para PSD e Marcelo está em queda

O PS continua a ser o partido a recolher mais intenções de voto, com 28,3%, de acordo com uma sondagem da Intercampus para CM/CMTV. Contudo, volta a cair face a setembro, com uma descida de 2,3 pontos percentuais (30,6%). O PSD obtém nesta sondagem uma percentagem de 24,8%, ficando a 3,5 pontos percentuais dos socialistas. Já o Presidente da República desce 0,3 pontos percentuais face a setembro, alcançando uma avaliação de 3,2. A sondagem baseou-se em 607 entrevistas e o erro máximo de amostragem é de 4% para um intervalo de confiança de 95%. A recolha decorreu entre 17 e 22 de outubro.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

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Dow Jones alcança a quarta semana consecutiva de ganhos. Apple dispara mais de 7%, após resultados

  • ECO
  • 28 Outubro 2022

Wall Street encerrou a sessão desta sexta-feira no "verde", com o Dow Jones a alcançar a 4ª semana consecutiva de ganhos. Por Lisboa, o PSI registou o melhor desempenho semanal desde o final de maio.

Do outro lado do Atlântico, as bolsas norte-americanas encerraram a sessão desta sexta-feira em terreno positivo, apesar do tombo da Amazon e com a Apple a disparar mais de 7%. O Dow Jones destacou-se ao acumular a quarta semana consecutiva de ganhos.

Apesar do novo deslize esta sexta-feira, pressionada pelo grupo EDP, a bolsa nacional registou um saldo positivo esta semana de mais de 3%. Foi o melhor desempenho semanal desde o final de maio.

No mercado secundário de dívida, a taxa associada às obrigações portuguesas a 10 anos registou subida de cerca de 15 pontos base para 3,101%, no dia em que a Fitch atualiza o rating da República ao início da noite.

Já o preço do petróleo cai mais de 1% com a China a aumentar as restrições para a Covid-19.

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Vacas com asas, promessas e Jorge Palma: o debate do OE em oito pontos

"Corte" nas pensões, resposta à inflação e lucros das empresas foram os pontos centrais do debate sobre o Orçamento do Estado. Mas houve espaço para ataques, da esquerda à direita, e promessas.

A proposta de Orçamento do Estado esteve sob a lupa dos deputados, que durante dois dias debateram com o Governo os detalhes do documento, numa discussão que ficou marcada por vários ataques, da esquerda à direita, que falam de “ódio cego” e do “canal História”, mas também por promessas. A inflação e os rendimentos estiveram em foco na discussão, com os partidos a acusar o Governo de um corte nas pensões, existindo espaço também para debater as “contas certas” e as medidas para as empresas, sem esquecer acusações de austeridade.

Costa anuncia medidas para crédito à habitação e tributação das empresas de distribuição

O primeiro-ministro deixou a promessa da aprovação de duas medidas que já tinha anunciado mas sobre as quais existiam ainda poucas certezas ou confirmações.

Perante as questões dos deputados sobre medidas para as famílias, nomeadamente as relacionadas com crédito à habitação, o primeiro-ministro adiantou que o Governo vai “aprovar legislação que protege as famílias com crédito a habitação“. Sobre as preocupações sobre o que pode acontecer à prestação da casa, assegura que o Governo tem “estado a acompanhar junto do Banco de Portugal e bancos a evolução”.

“No próximo Conselho de Ministros iremos aprovar um diploma que ajuda a proteger as famílias”, obrigando os bancos a renegociar créditos quando os juros superarem os limites de esforço que constaram no teste de stress, adiantou.

Além disso, a taxa sobre os lucros extraordinários foi também mencionada, com o primeiro-ministro a anunciar que a proposta de lei que o Governo irá apresentar para a tributação de lucros inesperados também irá incluir o setor da distribuição, além do setor energético.

É para aplicar aos lucros de 2022, e não aos lucros de 2023, a proposta de lei que vamos apresentar para a tributação de lucros não esperados do conjunto das empresas, que não são só do setor energético, mas são também o setor da distribuição que devem pagar aqueles lucros que estão a ter injustificadamente por via desta crise de inflação”, sublinhou. Costa disse ainda esperar que a proposta de lei do Governo possa “contar com o voto do PCP”.

Há ou não um corte nas pensões?

Um dos principais temas deste debate foram as pensões, com a maioria dos partidos a criticar a decisão do Governo de antecipar meia pensão, o que altera a base de atualização para os próximos anos. O Governo insistiu que não se trata de um corte, mas os partidos acusaram o Governo de “pecados” e “trapaças” orçamentais.

O primeiro-ministro defendeu que “sem jogo de palavras, cortar é mesmo cortar, é onde se paga 500 passar a pagar 400“, fazendo referência ao período de governação do PSD. “Só não foi pior porque por cinco vezes o TC declarou inconstitucionais normas”, acrescenta. Criticou ainda que à direita “fazem papel de crocodilo lacrimejante para dizer se pensões devem subir mais e menos, quando política da direita foi sempre cortar salários e pensões”.

Debate com o Primeiro-Ministro na Assembleia - 29SET22

Para os pensionistas garantiu também que “nunca receberão menos do que receberam no mês anterior”. Já Mariana Mortágua criticou estas declarações acusando o primeiro-ministro de ser como a Rainha Vermelha da Alice no país das maravilhas, que diz “a verdade é o que eu quero que seja”.

Paula Santos, pela voz do PCP, disse que há “corte de metade do valor que é devido aos pensionistas”, na sequência dos limites impostos pelo Governo nas atualizações de pensões do próximo ano. Já Paulo Rios de Oliveira, do PSD, apontou que com a maioria absoluta do PS o Governo não mostra grande vontade de ouvir ou rebater as críticas da oposição”, “é excelente a esconder a desgraça” e que “rouba mil milhões ao futuro dos pensionistas”, fazendo referência à lei das pensões.

Duarte Pacheco do PSD falou mesmo em “trapaça orçamental”, enquanto o colega de bancada Hugo Carneiro disse que o Governo devia “confessar pecados orçamentais”.

Governo disponível para negociar com PAN e Livre

Com a maioria absoluta, o PS tem poder para aprovar ou rejeitar as propostas dos partidos. O Governo já sinalizou abertura para dar “luz verde” a algumas medidas, em particular do Livre e do PAN, partidos que se abstiveram na votação na generalidade do documento.

No primeiro dia de debate, Rui Tavares apresentou um conjunto de medidas, como permitir a toda a gente “ter acesso a um passe para se deslocar na ferrovia”. Defende também que quartéis e outro património do Estado “pode servir temporariamente para residências universitárias e que não terá que se ver com pressão de procura de casa”.

Há disponibilidade do Governo para aprofundar matérias que possam melhorar proposta de OE e aproximar de preocupações que PAN tem

Fernando Medina

Ministro das Finanças

O primeiro-ministro respondeu a agradecer a Rui Tavares a “posição construtiva” e disse que vai “analisar e debater as propostas” apresentadas pelo Livre. Costa diz ainda que “é preciso a apoiar as pessoas e as empresas” e que “temos que o fazer sem alimentar a espiral inflacionista”.

Já esta quinta-feira, Fernando Medina respondeu a mais um conjunto de perguntas dos deputados assegurando a “disponibilidade do Governo para aprofundar matérias que possam melhorar proposta de OE e aproximar de preocupações que PAN tem“, disponibilidade mostrada também para o Livre, que diz “distinguir no espaço da esquerda”.

Debates do canal História

Tal como já tem sido habitual, o debate foi marcado por comparações do PS aos períodos em que a direita governava, nomeadamente no tema da austeridade. Perante estas trocas, os deputados invocaram a imagem de um canal História ou Memória para ilustrar os argumentos que o Governo continua a repetir.

O líder do Chega ironizou que estavam “fartos do canal História do Parlamento”. “Sempre que há debate o PS vem dizer que o PSD fez pior”. “É um pouco constrangedor que venha falar da dívida pública”, quando em abril deste ano Portugal estava entre os países com maior dívida pública, disse. Ventura defendeu ainda que “este Orçamento é uma fraude e uma ilusão”.

Já Hugo Carneiro, do PSD, sugeriu ao PS e ao Governo que comprem uma “subscrição premium do canal Memória que permite ver outras temporadas da história do país”, salientando que o PS falou do aumento da dívida pública há sete anos, mas foi “por força das políticas do PS, que então governava o país, 25 mil milhões era o valor que estava fora da dívida, escondido da dívida, correspondendo a 15% do PIB”.

Há vacas com asas?

Longe vai o ano de 2016 quando António Costa, ofereceu à então ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, uma vaca voadora, na apresentação do Simplex. Mas a expressão ficou e neste debate as “vacas voadoras” voltaram à discussão política, desta vez trazidas pela direita. O deputado do PSD Hugo Carneiro disse que o Governo devia “confessar pecados orçamentais”, já que “o primeiro-ministro prometeu em junho que não cortaria pensões, que haveria aumento histórico e que iria cumprir a lei, mas foi o oposto que aconteceu: mil milhões serão cortados na base de atualização do futuro”. “Até as vacas perderam as asas”, atira.

Ainda não conseguimos chegar ao admirável mundo novo, mas parece que algumas vacas já conseguem voar.

Jorge Salgueiro

Deputado do PSD

Já Jorge Salgueiro, do PSD, apontou que ao ouvir o ministro da Economia lhe “veio à memória a antiga série de ficção Espaço: 1990 que tinha teletransporte. Passados 45 anos ainda não conseguimos chegar ao admirável mundo novo, mas parece que algumas vacas já conseguem voar”. “Mas temos de fazer crescer a economia real”, defendeu, nomeadamente tendo em conta a “necessidade de capitalização das empresas”.

O ódio cego ao PS

Outrora apelidada de romance, a relação entre o PS e o Bloco já esfriou há muito e chegou mesmo ao ponto de António Costa acusar Catarina Martins de ódio cego contra o partido. Depois das críticas da líder bloquista às políticas do Governo, Costa respondeu apontando que a “cegueira do ódio ao PS é tão grande que a deputada até consegue fazer uma equivalência entre um aumento menor das pensões e o corte de pensões que a direita fez”.

O primeiro-ministro apontou que é necessário “conseguir” um “equilíbrio entre proteger rendimento das famílias e assegurar que empresas não encerram” para “ultrapassar crise” e lançou ainda farpas a Catarina Martins, apontando: “É fácil fazer como fez: lavou as mãos em plena pandemia” e, por isso, “não esperava agora” outra posição. Para os pensionistas, garante que “nunca receberão menos do que receberam no mês anterior”.

Debate com o Primeiro-Ministro na Assembleia - 29SET22

A resposta chegou depois pela voz de Pedro Filipe Soares, que quanto ao “ódio ao PS” de que foram acusados, reiterou que não existe, mas disse saber “que odiosas são as políticas, o empobrecimento, entregar contas mentirosas ao Parlamento”, numa referência às contas sobre a sustentabilidade da Segurança Social. “Odioso é achar que o mercado tudo pode”, disse. “Pode tratar BE com desdém, é para o lado que dormimos melhor“, atirou, apontando que as “perguntas doem porque mostram incongruências e truques”.

O deputado bloquista reiterou ainda que “o PS em maioria absoluta é muito diferente”. “Houve um tempo em que até o PS achava que havia vida para além do défice”, acrescentou.

Jorge Palma entre os mais citados

O músico Jorge Palma está entre as personalidades mais citadas neste debate, começando logo pelo próprio primeiro-ministro. António Costa terminou a intervenção inicial recordando que há um ano citou Jorge Palma, dizendo: “Enquanto houver ventos e mar a gente não vai parar”. “Tentaram parar-nos”, disse Costa, mas “um ano volvido”, repetiu as mesmas palavras e garantiu: “Não vamos parar”.

A música voltou do lado do Chega, com Pedro Pinto a considerar “gritante” Portugal ter uma “taxa de desemprego jovem mais alta do que a UE, particularmente na Madeira e nos Açores. O deputado aproveitou ainda a deixa de António Costa para também citar Jorge Palma e lamentou que o país esteja “à deriva”.

No Governo voltou a referência, sendo que em resposta ao deputado do PSD, Tiago Brandão Rodrigues garantiu que não ia “pedir que se encostem a mim”, fazendo alusão à música de Jorge Palma e sublinhou que os social-democratas foram contra as medidas para acelerar as energias renováveis.

Filipe Melo, do Chega, falando sobre as contas certas, voltou a fazer mais uma referência ao artista: “Deixa-me rir”. O líder do partido também não resistiu a mais uma referência. André Ventura aproveitou Costa ter citado Jorge Palma para o fazer também, mas com um titulo diferente: “Esta chama-se eles já estão fartos”, atirou.

“Eles já estão fartos de saber o que tu queres deles, eles já estão fartos de saber quem quer vende-los, eles já estão fartos de ouvir dizer, tem de ser, e agora eles tentam viver doutra maneira qualquer”, citou. “Deixe-nos viver de uma maneira diferente”, concluiu André Ventura.

OE da EDP, do Novobanco e da TAP

Não faltou neste debate menções ao Novobanco e à TAP, que não constam na proposta de Orçamento do Estado, mas que a UTAO e o Conselho das Finanças Públicas consideram um risco para o Orçamento. Além disso, os deputados levantaram também questões sobre as notícias de que Medina pediu 500 milhões para pagar à EDP.

André Ventura sinalizou que “este é o OE da EDP, do Novobanco, da TAP“, lamentando que “o que custa mais é” que podiam ser dados mais apoios às famílias e aos desfavorecidos. O líder do Chega tinha questionado o que sente “quem chega ao OE e vê que o Governo do PS está a dizer mais milhões para a EDP”, apontando que “empresas como a EDP continuam a viver à conta” dos portugueses.

Debate com o Primeiro-Ministro na Assembleia - 29SET22

O primeiro-ministro esclareceu que “iludir portugueses é o discurso de que não o Governo aumenta pensões para dar dinheiro à EDP”. “O OE tem de prever despesas contingentes; quando Estado decidiu cancelar o contrato para barragem do Fridão, os tribunais condenaram o Estado a pagar indemnização“, explicou.

Já sobre o Novobanco, Medina voltou a assegurar que não estão previstas novas injeções, após as perguntas de Mariana Mortágua, que apontou que as “empresas vão ter uma borla fiscal e o Novobanco é primeiro a agradecer”.

Quanto à TAP, foram várias as questões dos deputados, nomeadamente com o PSD a acusar o Governo de um “embuste político” neste processo. No entanto, o Governo deu poucas respostas sobre o assunto, sendo que Medina já tinha sinalizado que o que estava previsto no contrato é público e que ainda não têm nenhuma novidade sobre a privatização.

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Banco de Fomento já assinou dois contratos de recapitalização estratégica

Banco prevê assinar mais três ou quatro contratos de investimento esta semana. "O primeiro investimento poderá ser concretizado nos próximos dias", promete Banco de Fomento.

O Banco Português de Fomento já assinou dois contratos de investimento no âmbito do programa de recapitalização estratégica. Uma das empresas foi a ERT – Têxtil Portugal, que assinou um empréstimo de 2,49 milhões de euros, confirmou o ECO junto da mesma.

“Confirmamos que já estão na posse do BPF dois contratos de investimento assinados, referentes a duas das onze empresas cujas operações foram aprovadas”, disse ao ECO fonte oficial da empresa, sem no entanto avançar quais as empresas em questão. O ECO tentou entrar em contacto com as 11 empresas, mas houve quatro que não responderam até à publicação deste artigo (Coindu, Lunainveste, Orbitur e Hubel Agrícola) e não foi por isso possível confirmar qual a segunda empresa que também já assinou.

Esta semana deverão ser assinados mais alguns contratos. As nossas estimativas apontam para entre três e quatro”, acrescentou a mesma fonte.

As primeiras operações ao abrigo do Programa de Recapitalização Estratégica do Fundo de Capitalização e Resiliência, no âmbito do Quadro Temporário de Auxílio Estatal, para ajudar a reforçar o capital e a solvência de empresas viáveis, foram aprovadas a 30 de junho. Cerca de três meses depois, a 23 de setembro, as empresas começaram a receber as minutas dos contratos e as primeiras assinaturas foram concretizadas na passada sexta-feira dia 21 de outubro. Mas ainda não receberam quaisquer verbas.

Segundo o Banco de Fomento, o que está previsto nas minutas dos contratos “é após o registo das obrigações convertíveis o Fundo de Capitalização e Resiliência” a instituição tem “até dois dias úteis para efetuar a transferência” das verbas contratadas. “Assim, tendo já sido recebida a primeira tranche de fundos pelo Fundo de Capitalização e Resiliência, o primeiro investimento poderá ser concretizado nos próximos dias (eventualmente ainda esta semana)”, promete a instituição.

Em causa estão 36,61 milhões de euros. Um valor revisto em baixa em 40 milhões de euros depois de Mário Ferreira ter prescindido do empréstimo para a capitalização da Douro Azul, uma desistência justificada pelo próprio pela pressão mediática em torno do mesmo.

Recorde-se que o montante de investimento/financiamento do FdCR em cada empresa não deveria exceder os dez milhões de euros. Mas excecionalmente, poderia ser superior perante uma justificação detalhada para o aumento do montante de investimento. O único caso foi o da Pluris que acabou por desistir do empréstimo.

O Banco de Fomento justifica a demora em fechar este capítulo com o facto de este ser um processo negocial. Apesar de estar “em condições de assinar os contratos na data de envio às contrapartes das respetivas minutas (sem prejuízo de algumas questões procedimentais)”, como “em qualquer processo negocial, um contrato bilateral tem de ser clausulado com base no acordo de ambas as partes”. Assim, “desde a data de envio da minuta de contrato que as partes têm estado em negociação com vista à consensualização dos respetivos interesses a clausular”, acrescenta a mesma fonte oficial. Negociações que ainda decorrem, como o ECO confirmou junto de várias empresas.

A assinatura dos contratos vai sendo efetuada conforme os processos forem estando completos, não havendo qualquer preferência ou ordem estabelecida”, garantiu ainda fonte oficial do Banco. “Atendendo à complexidade de algumas operações, que poderão exigir um período de negociação mais demorado, estima-se que nas próximas dois ou três semanas possamos ter a conclusão da fase de assinatura contratual de todas as operações aprovadas ao abrigo da Janela B do Programa de Recapitalização Estratégica”, precisou a mesma fonte da instituição ainda liderada por Beatriz Freitas.

Este programa de 400 milhões de euros é composto por uma janela B, no âmbito do Quadro Temporário de Auxílio Estatal (que terminou a 30 de junho de 2022) e uma janela A, cujo período de investimento só termina a 31 de dezembro deste ano, embora a data possa ser prorrogada se o Banco de Fomento assim o entender.

O último balanço que o Banco de Fomento deu ao ECO apontava para 27 candidaturas recebidas nesta janela que está aberta em permanência (as candidaturas podem ser apresentadas em contínuo) e são apreciadas numa lógica de first come-first served. A instituição revela que “existem várias operações em fase avançada de análise, algumas das quais já em fase final de aprovação, pelo que se pode esperar o anúncio de novas aprovações para breve”.

Costa Silva não está contente com o desempenho do Banco

O ministro da Economia reiterou esta quinta-feira no debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023, no Parlamento que não está satisfeito com o desempenho do Banco de Fomento, apesar de os primeiros apoios da capitalização estarem finalmente a sair do papel. “Temos de melhorar”, disse António Costa Silva.

O ministro disse que vai ser analisado com a nova administração – que ainda aguarda luz verde do Banco de Portugal no processo de fit and proper, confirmou o ECO“que condições, critérios e como é que o Programa de Recapitalização Estratégica pode ser operacionalizado”. E quanto ao Consolidar – o programa que pretende investir 500 milhões de euros em pequenas e médias empresas, além de midcaps, através de 14 sociedades de capital de risco –, Costa Silva apontou que “foram selecionadas aquelas [empresas que foram], os critérios existem”. “Vamos revisitar tudo isso e organizar as coisas de maneira a termos resultados melhores”, afirmou.

Não é a primeira vez que Costa Silva critica abertamente o desempenho do BPF. A 28 de setembro, numa audição na Comissão de Economia, o ministro da Economia reconheceu que os resultados deste programa de Recapitalização Estratégica ficaram “aquém do desejado” e anunciou que a tutela ia estudar com a nova administração do banco a possibilidade de rever os critérios para a atribuição destes apoios. “As políticas públicas primeiro são desenhadas e depois afinadas”, justificou, destacando a necessidade de haver uma consonância entre os critérios e o tecido empresarial.

“Sabemos que a resposta não foi aquilo que pensávamos e, portanto, vamos ter, talvez, alguma flexibilidade de alguns critérios para permitir que o programa se transforme, realmente, no programa motor da economia”, disse.

O ECO questionou o banco se já estava a ser feito algum trabalho de revisão dos critérios e a instituição alertou para, pelo menos, três “possíveis impedimentos principais”:

  • Os termos e condições propostos pelos potenciais coinvestidores não serem aceitáveis para os potenciais candidatos, um problema que o banco entende não ser resolúvel com uma alteração das regras.
  • Os potenciais candidatos não cumprirem as condições de elegibilidade. E nesse caso, o banco não considera “recomendável a alteração das condições de elegibilidade”, porque estão em causa quase sempre “questões legais e regulatórias, nomeadamente resultantes do PRR”. “Apenas a condição relacionada com o plano de negócios poderia ser suavizada mas, neste caso, o Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) ficaria exposto a um risco superior, eventualmente excessivo”.
  • Os potenciais candidatos não atingirem a pontuação mínima de 1,7 nos critérios previstos na matriz de seleção. Também aqui uma alteração poderia implicar correr “o risco de acolher empresas cujo caráter estratégico seria mais questionável”. Isto porque a matriz “oferece alguma flexibilidade aos potenciais candidatos, nomeadamente no critério 1”. “Os restantes 7 critérios são de verificação objetiva”.

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CEO do Novobanco diz aos trabalhadores que prepara banco para IPO

Durante uma reunião com os trabalhadores, Mark Bourke deu conta da estratégia do banco, que passa por ser "independente" e por uma oferta pública inicial. Irlandês já "vendeu" banco na Bloomberg.

Na primeira reunião que teve com os trabalhadores, o CEO do Novobanco abriu o jogo sobre o futuro do banco e revelou que a sua missão passa por prepará-lo para uma venda em bolsa através de um IPO (oferta pública inicial).

Não é segredo para ninguém que os americanos da Lone Star, depois de concluída a reestruturação do Novobanco, iriam avançar mais tarde ou mais cedo com planos para alienação da sua posição de 75%, à procura de retorno do seu investimento de mil milhões de euros injetados na instituição em 2017. Embora a ideia de um IPO venha ganhando alguma tração nas notícias nos últimos meses, estes planos nunca foram totalmente confirmados pelos responsáveis do banco, ainda que o tema seja discutido nos corredores da instituição.

Agora, se dúvidas ainda restassem, foram desfeitas com Mark Bourke a admitir internamente, junto dos trabalhadores, que o próximo capítulo do banco passa por uma espécie de regresso à bolsa – de onde o malfadado BES saiu em 2014, na sequência da sua capitulação.

No encontro de estreia com a comissão de trabalhadores após ter tomado posse como CEO, o irlandês, que já tem experiência de colocar um banco na bolsa (Allied Irish Banks, em 2017), foi questionado sobre o futuro do Novobanco. O que respondeu Mark Bourke? O substituto de António Ramalho sublinhou que mais importante do que a venda é mesmo “preparar o banco para um IPO, de forma a assegurar um futuro completamente independente”, segundo descreveu a comissão de trabalhadores numa nota interna a que o ECO teve acesso.

E logo a seguir apontou o caminho que levará o banco ao “sucesso”: “Precisamos de entender os nossos clientes, centrar-nos nas suas necessidades e ter processos simples e eficientes”. O foco dos trabalhadores deve passar por “dar uma boa experiência ao cliente”, enquanto o banco terá de tomar “decisões prudentes em termos de capital para ter uma posição sustentável e de futuro”.

Na reunião, que teve lugar a 21 de setembro, Mark Bourke também fez questão de dizer que vai tentar reunir com os trabalhadores três vezes por semana para se inteirar dos problemas da instituição e “ter uma visão alargada do banco”, anotou a comissão de trabalhadores.

Questionado pelo ECO sobre estas posições atribuídas ao CEO, fonte oficial não quis fazer comentários, lembrando apenas que Mark Bourke já tinha dito publicamente que o seu objetivo era tornar o banco “independente”.

Bourke “vende” banco na Bloomberg

Foi justamente isso que disse na entrevista na Bloomberg. “Do nosso ponto de vista, o importante é ser independente, ser sustentável e ser capaz de competir e aguentar e aí tens efetivamente o destino nas próprias mãos”, afirmou, acrescentando que o mandato que a Lone Star lhe atribuiu passa sobretudo por “preparar o banco e deixá-lo em boa forma para o que acontecer”. “Como qualquer proprietário, [a Lone Star] quer ter um negócio bem-sucedido”, disse.

Depois de ressalvar que o mercado bancário em Portugal já está “provavelmente mais concentrado do que na maioria dos outros países”, sugerindo que não haverá tanto espaço para consolidação interna, Mark Bourke aproveitou os holofotes da maior agência de notícias financeiras do mundo para fazer uma pequena apresentação do banco, talvez já pensando em potenciais interessados.

Tem uma pura estratégia de retalho e corporate e no contexto de Portugal corporate significa sobretudo pequenas e médias empresas”, ressalvou o irlandês. Toda a rede comercial foi reconstruída e hoje o seu “mecanismo omnicanal” é capaz “de competir e aguentar num ambiente de juros baixos, sendo mais forte num ambiente de normalização dos juros”.

“Apostamos nisso: somos muito claros no que fazemos e muito claros no que não fazemos”, apontou.

Adiantou ainda que o legado do BES está reduzido a 5% e que conta baixar o malparado para 3% ou 4% nos próximos dois a três anos através de reestruturações de crédito e vendas de carteiras – tem atualmente dois portefólios à venda, o Projeto Minerva de 140 milhões e o Projeto Phoenix.

E vai precisar de mais capital? “A partir do momento em que estamos a fazer dinheiro, reduzimos o nosso legado para menos de 5%, o banco é capaz de gerar capital consistentemente. Vamos gerar entre 80 e 100 pontos base de capital este ano. Temos seis trimestres de resultados positivos, não precisamos de levantar capital”, assegurou Bourke.

O Novobanco registou lucros de 267 milhões de euros no primeiro semestre do ano, quase o dobro do resultado do mesmo período do ano anterior.

Reestruturação fechada até final do ano

Na reunião com os trabalhadores, Mark Bourke contou que o banco esperava ter o plano de reestruturação fechado no ano passado e que Bruxelas não fechou o processo, porque um dos 33 compromissos assumidos pelo Governo com a DGComp (da margem financeira) não foi atingido. Agora, a expectativa é que o processo seja encerrado em dezembro, “sem mais consequências”, pois o banco já cumpriu com os objetivos adicionais que estavam previstos, segundo explicou.

A mudança para o Tagus Park foi outro dos temas abordados, na sequência da venda da histórica sede na Avenida da Liberdade, em Lisboa, no verão. O dossiê está entregue à administradora Luísa Soares da Silva. O banco está a falar com outras empresas que também se mudaram no sentido de perceber como foi feito o processo para assegurar uma transição bem-sucedida.

O encontro foi aproveitado pela comissão para apresentar uma proposta para ajudar os trabalhadores a enfrentar o impacto da escalada dos preços. Ajuste salarial de 150 euros por mês durante seis meses e aumento temporário do subsídio de alimentação ou prémio único de 900 euros em dezembro foram alguns dos pedidos da comissão de trabalhadores, que estimou um custo de 5,3 milhões de euros com o total de apoios, com um impacto de apenas 0,9% nos resultados estimados para este ano. Bourke, que estava acompanhado da diretora de recursos humanos, respondeu que ia analisar a proposta, mas sem se comprometer e disse que era preciso ter “muito cuidado” com a situação financeira do banco.

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5 coisas que vão marcar o dia

Aprovada na primeira votação parlamentar, a proposta de Orçamento do Estado começa a ser discutida na especialidade e... à mesa do Conselho do Estado. Sentimento económico e inflação na agenda do INE.

O Palácio de Belém volta a estar no centro do debate político depois de dois dias em que esteve concentrado na Assembleia da República, que discutiu na generalidade a proposta de Orçamento do Estado para 2023. Cá dentro, o financiamento da Segurança Social volta à agenda. Lá fora, Elon Musk deve fechar oficialmente a compra do Twitter.

Conselho de Estado analisa “situação económica e social”

Um dia depois da aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2023 na generalidade, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai reunir esta sexta-feira o Conselho de Estado. O encontro, agendado para as 15h no Palácio da Cidadela, em Cascais, tem como único ponto da ordem de trabalhos a “análise sobre a situação económica e social em Portugal”, de acordo com um comunicado emitido pela Presidência.

Arrancam audições sobre OE2023 na especialidade

Após a primeira votação parlamentar, assegurada pelo voto da bancada socialista em maioria absoluta no Parlamento, os deputados vão agora começar a discutir o diploma apresentado por Fernando Medina em sede de especialidade. As audições começam esta manhã com o Tribunal de Contas (9h), prosseguem às 11h com o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, e fecham o dia de trabalhos com a ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, a partir das 16h.

Sentimento económico e inflação na agenda do INE

Esta sexta-feira é igualmente um dia forte em termos de publicações do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Serão divulgados os dados dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores relativos ao mês de outubro, além da estimativa rápida para este mês do Índice de Preços no Consumidor. Finalmente, mas tendo como base o mês de setembro, o INE vai publicar o Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho.

Conferência e estudo sobre financiamento da Segurança Social

A UGT assinala o 44.º aniversário com uma conferência dedicada ao tema da Segurança Social. O encontro, que acontece esta tarde, a partir das 15h30 no Hotel Vila Galé Coimbra, será aberto pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho. Destaque para a apresentação de um estudo da autoria de Paulo Pedroso, professor do ISCTE-IUL, sobre “A sustentabilidade, a diversificação de fontes de financiamento e o desafio dos regimes profissionais em Portugal”, que será comentado pelo ex-ministro José Silva Peneda e pela presidente do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, Teresa Fernandes.

Musk fecha compra do Twitter

Esta sexta-feira, o multimilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, deve fechar, finalmente, o negócio de compra do Twitter por 54,2 dólares por ação, o que totaliza 44 mil milhões de dólares. É que o dia 28 de outubro foi precisamente definido como o prazo-limite para a conclusão do acordo por parte de Kathaleen McCormick, a juíza do tribunal de Delaware que tem em mãos o processo judicial que opunha as partes, quando no início deste mês decidiu adiar a data do julgamento.

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Musk compra o Twitter. “O pássaro está livre”

Elon Musk já é dono do Twitter. Despediu os principais gestores e vai assumir o cargo de presidente-executivo. Mas a Comissão Europeia já deixou um aviso.

Elon Musk já fechou mesmo o acordo de compra da rede social Twitter por 44 mil milhões de dólares. Minutos depois, escreveu naquela plataforma: “O pássaro está livre.” Segundo a Bloomberg, o multimilionário despediu os principais gestores e vai assumir o cargo de presidente-executivo da companhia. Mas a Comissão Europeia já deixou um recado a Musk.

Horas depois deste tweet, o comissário europeu Thierry Breton deixou um aviso a Musk. “Na Europa, o pássaro vai voar sob as nossas regras”, escreveu, em resposta ao tweet de Elon Musk, e identificando mesmo o próprio Musk.

Elon Musk já tinha comunicado ao sindicato bancário que vai financiar parte da operação com um empréstimo de 13 mil milhões de dólares que queria fechar o negócio esta sexta-feira, a data imposta por um juiz para evitar o seguimento de um processo judicial em que a empresa avançava contra o magnata por falhar o negócio. E foi o próprio a confirmá-lo… com um tweet. Logo a seguir, terá despedido os principais gestores da rede social.

Os acionistas do Twitter tinham aceitado, a 4 de outubro, vender a rede social a Musk por 44 mil milhões de dólares, como tinha sido acordado anteriormente, uma decisão que deve pôr termo ao processo judicial entre as duas partes. “A intenção da empresa é fechar a transação por 54,20 dólares por ação”, anunciou o Twitter, em reação à oferta do multimilionário, enviada horas antes à empresa e à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).

(Notícia atualizada com reação do comissário europeu)

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Depois da Meta é a vez da Amazon cair em queda livre

  • ECO
  • 27 Outubro 2022

Os resultados trimestrais apresentados hoje pela empresa de Jeff Bezos estão a atirar as ações da Amazon para uma desvalorização de 15% "fora de horas", colocando os títulos em valores de 2019.

Os acionistas das empresas tecnológicas estão a ter uma semana para esquecer. Hoje, as ações da Meta, dona do Facebook, registaram uma desvalorização de 24% para o valor mais baixo desde 2016.

A pressionar os títulos da empresa de Mark Zuckerberg estiveram os resultados referentes ao último trimestre do ano, que foram apresentados ontem depois do fecho do mercado, e que ficaram muito abaixo do esperado pelos analistas.

A Meta informou o mercado que no último trimestre registou receitas de 27,7 mil milhões de dólares, 4% abaixo do contabilizado em termos homólogos no ano passado, e uma queda dos lucros de 52%.

Hoje, ao final do dia, já depois de Wall Street encerrar, foi a vez da Amazon desiludir os investidores. Apesar de registar um crescimento trimestral de 15% das receitas, os números da empresa de Jeff Bezos ficaram abaixo das projeções dos analistas e as ações estão a cair mais de 15% “fora de horas” para valores de dezembro de 2019.

O “terceiro cavaleiro tecnológico americano” a apresentar as contas esta semana foi a Apple, que o fez há poucos minutos após Wall Street encerrar. Mas ao contrário da Meta e da Amazon, a empresa de Cupertino conseguiu apresentar resultados acima do esperado pelos analistas, registando um lucro por ação de 1,29 dólares face a 1,27 dólares antecipado pelos analistas, e receitas acima dos 90 mil milhões de dólares (contra os 88,6 mil milhões de dólares estimados pelos analistas), 8% acima dos valores registados no trimestre anterior.

À CNBC, Tim Cook, CEO da Apple, referiu que se não fosse o dólar ter estado tão forte no último trimestre, a empresa teria apresentado um crescimento das receitas na casa dos dois dígitos. As vendas durante o ano fiscal de 2022 da Apple fecharam nos 394 mil milhões de dólares.

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Farmácias vão poder fazer renovação automática da medicação crónica prescrita pelo SNS

  • Lusa
  • 27 Outubro 2022

Manuel Pizarro diz que cerca de 150 mil pessoas têm de se deslocar “mês após mês” ao hospital, apenas para "levantar a última receita do seu médico" para doença crónica.

O ministro da Saúde anunciou esta quinta-feira que, em 2023, as farmácias poderão distribuir os medicamentos prescritos nos hospitais para tratamento de algumas doenças e fazer a renovação automática da medicação para doentes crónicos prescrita pelo Serviço Nacional de Saúde.

O ministro falou destas duas medidas inscritas na proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) na conferência anual da Plataforma Saúde em Diálogo, com o tema Saúde: Novos Caminhos, um Desígnio Comum”. Segundo a proposta do OE2023, aprovada esta quinta na generalidade no parlamento, o Governo vai promover “a implementação de sistemas de acesso de proximidade, nas farmácias de oficina, aos medicamentos prescritos nos hospitais para o tratamento de patologias a selecionar”.

Manuel Pizarro notou que 150 mil pessoas têm que de deslocar “mês após mês” ao hospital, algumas tendo de fazer centenas de quilómetros, para fazer “um ato de saúde que é apenas o ato de levantar a última receita do seu médico” para ter os medicamentos essenciais para a sua vida.

“Eu acho que somos capazes de fazer melhor do que isto, de simplificar isto, sem nenhum risco de redução da qualidade e acompanhamento da prescrição” e com “maior comodidade” para as pessoas, utilizando recursos que já existem na comunidade: as farmácias de oficina, que têm “profissionais qualificadíssimos”. Por outro lado, também já existe uma estrutura de distribuição “muito qualificada”.

Outra medida inscrita no OE2023 é o desenvolvimento de “um mecanismo de renovação automática da prescrição para os doentes crónicos, numa interação SNS/farmácias de oficina”. Segundo o governante, esta medida terá um “enorme impacto na vida de centenas de milhares de pessoas com doença crónica”, que têm muitas vezes que sobrecarregar os serviços de saúde de proximidade e profissionais para um ato de renovação da medicação crónica.

Mas, ressalvou, esta medida tem de ser analisada com “todo o cuidado do ponto de vista técnico”, com os médicos, com os farmacêuticos, com os enfermeiros, “porque um medicamento crónico para uma doença crónica pode não ser uma prescrição crónica”.

“Nós seremos capazes de entender e conseguir criar mecanismos adequados para que isso se processe, tirando partido de vantagens adicionais, desde logo a revisão da terapêutica por um outro profissional habilitado, que pode nalguns casos eliminar duplicações e complicações que resultam até em alguns caso de uma menor literacia de uma parte da população, para as quais nem sempre é evidente que duas caixas de medicamentos com um aspeto físico distinto podem corresponder ao mesmo medicamento”, comentou.

Questionado à margem da conferência sobre a falta de alguns medicamentos, Manuel Pizarro esclareceu que “a esmagadora maioria dos medicamentos não tem nenhum problema de abastecimento”.

“Felizmente, nós não temos tido casos de medicamentos a falhar, que não tenham boa alternativa terapêutica e continuamos a trabalhar em conjunto com o Infarmed, em conjunto com as farmácias, em conjunto com a indústria farmacêutica, de forma a garantir que, a ocorrerem falhas, elas não digam respeito a medicamentos que são essenciais”, afirmou.

Também questionado sobre o processo negocial com os sindicatos dos enfermeiros, que foram retomadas na quarta-feira, Manuel Pizarro disse esperar conseguir chegar “a bom porto”, mas recordou que as “negociações continuarão na próxima semana”.

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Associação PRO.VAR alerta que restauração se aproxima da “tempestade perfeita”

  • Lusa
  • 27 Outubro 2022

Os restaurantes “não estão a conseguir repercutir o preço que seria desejável para o aumento de custos a que estamos a assistir”, diz Daniel Serra, presidente da Associação Nacional de Restaurantes.

A PRO.VAR – Associação Nacional de Restaurantes alertou esta quinta-feira que o setor está a aproximar-se da “tempestade perfeita”, tendo assistido ao debate do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) no parlamento, onde mostrou um “cartão amarelo” ao Governo. Em declarações à Lusa, Daniel Serra, presidente da organização, disse que “o setor precisa de apoios urgentes e concretos”, indicando que, depois dos problemas trazidos pela pandemia, a atual situação económica veio complicar ainda mais a situação.

A pandemia sobreendividou as empresas que estão agora a reembolsar as prestações desses empréstimos de tesouraria do covid-19”, referiu, indicando que a associação tinha “pedido uma moratória destas verbas”.

“Estamos com um enorme aperto, com muitos custos de contexto, para podermos segurar ou contratar recursos temos de pagar muito mais e os portugueses não estão disponíveis para poder assumir o valor justo que seria de atualização de preços nos restaurantes”, reconheceu.

Assim, os restaurantes “não estão a conseguir repercutir o preço que seria desejável para o aumento de custos a que estamos a assistir”. “Apesar de um aumento de faturação, que foi realmente interessante este verão, os resultados não são animadores”, indicou, destacando que “em termos de resultados líquidos acabam por ser diminutos”.

Chegamos a pedir a redução do IVA da restauração para 6% na componente da comida durante o período pelo menos de um ano para poder fazer face a estes custos de contexto, defendendo que “temos aqui uma nova pandemia, da guerra, que nos está a levar a uma situação difícil”, mas tal não aconteceu.

Além disso, a associação apresentou uma proposta, na qual pediu que o Governo isentasse de taxa social única (TSU) o valor, tendo em conta a tabela que está negociada nos contratos coletivos de trabalho, pago acima do que está estipulado e que “esse aumento ficasse isento três ou quatro anos para poder acomodar a dificuldade de retenção de mão de obra mais especializada”.

Segundo Daniel Serra, a associação tem esperança de que “o Governo venha a implementar uma proposta que foi apresentada no ano passado, o Reativar Turismo”, que diz que não “saiu do papel”. Quanto ao protesto desta quinta, no parlamento, o presidente da associação disse que “foi uma ação absolutamente pacífica, para dar um cartão amarelo ao Governo”, referindo que o OE2023, “não serve o setor da restauração”.

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Receita fiscal sobe 20% até setembro. Excedente orçamental continua a crescer

Administrações públicas registaram excedente de 5,25 mil milhões de euros até setembro. Receitas com IVA disparam 20,7% nos primeiros nove meses do ano.

As administrações públicas registaram um excedente orçamental de 5,25 mil milhões de euros até setembro, o que ajudou a “pré-financiar o programa Famílias Primeiro e o programa Energia para Avançar”, de acordo com a execução orçamental divulgada esta quinta-feira pelo Ministério das Finanças.

Trata-se, portanto, de uma melhoria significativa do excedente orçamental, dado que até agosto este se situava em 2,3 mil milhões de euros. Contas feitas, no espaço de um mês o excedente orçamental mais do que duplicou.

No entanto, em comunicado, o Ministério das Finanças alerta que a despesa com os pacotes de apoio a famílias e empresas para mitigar o impacto da escalada da inflação, “só será refletida a partir da execução orçamental de outubro, o que antecipa uma degradação do saldo orçamental no próximo mês”, lê-se.

A tutela liderada por Fernando Medina justifica ainda o excedente orçamental registado com o crescimento de 15,5% nas receitas comparando com o ano passado, na sequência do “dinamismo do mercado de trabalho, da economia e ao efeito da subida de preços”, bem como por via do aumenta da despesa de 0,3% face ao período homólogo, que é “influenciado pela redução de despesas associadas à pandemia”.

Já relativamente às receitas, o Ministério das Finanças salienta que a receita fiscal e contributiva aumentou 16,6% nos primeiros nove meses deste ano face ao período homólogo, “sobretudo pelo contributo da receita fiscal (20%), em particular a recuperação do IVA (+20,7%)”. A tutela liderada por Fernando Medina sinaliza que estes resultados refletem “a recuperação robusta da economia e da atual conjuntura de preços”.

Do lado da despesa, esta rubrica cresceu 3,4% até setembro, isto sem contabilizar as medidas tomadas de prevenção e combate à Covid, e o que representa um aumento de 11,2% face ao período pré-pandemia.

No que toca à despesa com salários das Administrações Públicas, esta cresceu 3,2% face a igual período do ano passado, “destacando-se a evolução dos salários no SNS (+5,5%), a qual reflete o aumento no número de contratações, os aumentos salariais e as valorizações remuneratórias”, lê-se.

com o SNS, a despesa “registou um acréscimo de 6,2% em termos homólogos (22,1% face a igual período de 2019), destacando-se a componente de aquisição de bens e serviços (+9,7% face a 2021), para a qual contribuiu fortemente o crescimento da despesa associada a produtos vendidos em farmácias (+16%) e aos meios complementares de
diagnóstico e terapêutica (+12,1%)”.

O Ministério das Finanças adianta ainda que as despesas com prestações sociais realizadas pela Segurança Social, excluindo prestações de desemprego e medidas Covid-19, subiram 3,5%.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h32)

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Fidelidade é a seguradora da Jornada Mundial da Juventude

  • ECO Seguros
  • 27 Outubro 2022

A companhia assegura a cobertura e a proteção dos voluntários e peregrinos do maior encontro internacional dedicado à juventude.

A Fidelidade é a parceira de seguros da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, assegurando a cobertura e a proteção de serviços de assistência até e durante o maior encontro de jovens de todo o mundo com o Papa, que vai decorrer de 1 a 6 de agosto de 2023.

D. Américo Aguiar, Presidente da Fundação da JMJ Lisboa 2023, e Jorge Magalhães Correia, Chairman da Fidelidade. “A parceria com a Fidelidade é um apoio essencial no caminho para esta Jornada, permitindo a proteção, em seguros, dos voluntários e dos peregrinos que se inscrevem para participar neste grande encontro”, disse D. Américo Aguiar.

Parceiro fundador de seguros para a JMJ Lisboa 2023, a Fidelidade vai disponibilizar seguros de Responsabilidade Civil, Acidentes de Trabalho, Voluntariado, Acidentes Pessoais, Saúde, Bens Patrimoniais e Automóvel e serviços de assistência a todos os voluntários que estão a preparar o encontro e a todos os peregrinos que vêm participar.

O objetivo da companhia passa por assegurar as melhores condições de segurança e acesso aos serviços essenciais para os participantes, disponibilizando teleconsultas médicas ou o pagamento de despesas clínicas em caso de acidente.

Para D. Américo Aguiar, Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e Coordenador-Geral, “a parceria com a Fidelidade é um apoio essencial no caminho para esta Jornada, permitindo a proteção, em seguros, dos voluntários e dos peregrinos que se inscrevem para participar neste grande encontro”.

Segundo Jorge Magalhães Correia, Chairman da Fidelidade, “a Fidelidade não poderia deixar de apoiar a organização de um acontecimento tão relevante para os jovens, como a Jornada Mundial da Juventude. Queremos que todos os participantes, sejam voluntários ou participantes, se sintam 100% seguros”.

O responsável resumiu a colaboração. “Com a parceria com a JMJ Lisboa 2023, pretendemos proporcionar a todos os que se associem a este grande encontro internacional uma experiência segura, mas também permitir aos nossos colaboradores, que possam e queiram voluntariar-se, uma experiência marcante”.

No âmbito da parceria estabelecida, e assente na sua política de responsabilidade social corporativa, a Fidelidade vai também criar uma bolsa de voluntariado para os colaboradores, de Portugal e das diferentes geografias onde a seguradora está presente, que pretendam participar como voluntários na JMJ Lisboa 2023, durante 15 dias, na semana anterior e na semana do encontro.

 

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