Desemprego continua a diminuir em Espanha mas ritmo está a desacelerar

  • Lusa
  • 4 Abril 2022

Desempregados em Espanha diminuem 2.921 pessoas em março para nível mais baixo num terceiro mês do ano desde 2008. Desemprego acumula queda de 840.877 pessoas desde há um ano.

O número de desempregados em Espanha diminuiu em 2.921 pessoas em março, deixando o total em 3.108.763, o nível mais baixo num terceiro mês do ano desde 2008, segundo dados publicados esta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho espanhol.

A queda no número de desempregados foi, no entanto, 20 vezes menor do que no mesmo mês de 2021, o que indica uma desaceleração do ritmo da sua redução.

Em termos ajustados, retirando as variações sazonais, o desemprego registado nos organismos públicos aumentou em março em 25.682 pessoas.

Desde há um ano, o desemprego acumulou uma queda de 840.877 pessoas, ou seja, menos 21,3%, com uma diminuição no desemprego feminino de 446.671 mulheres (-19,6%) e outra no desemprego masculino de 394.206 homens (-23,6%).

Desemprego registado. Variação anual dos meses de março
Fonte: Ministerio de Trabajo y Economía Social

 

Por outro lado, o número de inscritos na segurança social aumentou em 140.232 pessoas em média em março, havendo um total de 19.834.504 trabalhadores, “em linha com o crescimento habitual” para este mês e apesar do impacto da guerra na Ucrânia, de acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Inclusão e Segurança Social espanhol.

Em termos de contratações, o impacto da reforma laboral foi mais uma vez sentido em março: dos 1.671.841 acordos assinados, 267.734 mais do que um ano antes, 513.677 eram sem prazo definido (permanentes).

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Já foram submetidas mais de 830 mil declarações de IRS. Número quase duplicou em três dias

Ao final do primeiro dia da entrega do IRS, tinham sido entregues 450 mil declarações. Agora, o número já chega às 830 mil declarações submetidas.

Já foram submetidas mais de 830 mil declarações de IRS nesta campanha, que é referente aos rendimentos de 2021, segundo as estatísticas disponíveis no Portal das Finanças. É quase o dobro face ao arranque do período em que é possível entregar ao Fisco a declaração anual.

Segundo anunciaram as Finanças na sexta-feira, foram entregues mais de 450 mil declarações de IRS até às 18h do primeiro dia, a maioria das quais através do IRS automático. Agora, na manhã desta segunda-feira o número de declarações submetidas já chega aos 836.431, de acordo com o Portal das Finanças.

O prazo para os contribuintes entregarem o IRS arrancou a 1 de abril e prolonga-se até 30 de junho. São vários os portugueses que estão abrangidos pelo IRS automático, sendo que no ano passado foram 1,8 milhões aqueles que aproveitaram a declaração pré-preenchida. Ainda assim, é preciso verificar os dados já que em alguns casos pode ser mais vantajoso preencher manualmente.

Quanto aos reembolsos, os prazos deverão regressar aos moldes de antes da pandemia, quando o “cheque” demorou mais tempo a chegar. A previsão do Governo é de 12 dias para quem entrega pelo IRS Automático e de 19 dias para quem entrega o IRS manualmente — em média, deverá demorar 17 dias. No máximo, o reembolso tem de ser feito até ao final de julho.

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Governo vai gastar 32,7 milhões em medicamentos contra a Covid. Fundos europeus pagam mais de metade

Executivo autorizou a Direção-Geral da Saúde a gastar 32,7 milhões de euros com a aquisição de medicamentos para tratar doentes graves com Covid. Cerca de 55% do montante é financiado pelo REACT.

O Governo deu “luz verde” à Direção-Geral da Saúde para gastar 32,7 milhões de euros com a aquisição de medicamentos para tratar doentes graves infetados por Covid-19 durante este ano. Deste montante total, quase 18 milhões são financiados através do REACT-EU, o que representa cerca de 55% da verba total.

Na Resolução do Conselho de Ministros n.º 37/2022, publicada esta segunda-feira em Diário da República, o Executivo autoriza o Estado a realizar, em 2022, uma despesa “até montante máximo de 32.700.000 euros” em medicamentos contra a Covid-19, sublinha o documento.

O Governo esclarece ainda que os encargos financeiros devem ser inscritos no “orçamento da Direção-Geral da Saúde”, dos quais “17.986.532 euros são objeto de financiamento através do Recovery Assistance for Cohesion and the Territories of Europe – REACT-EU”, um dos maiores programas criados pela União Europeia para fazer face à pandemia. Contas feitas, mais de metade (cerca de 55%) das verbas destinadas à aquisição de medicamentos para tratar doentes graves com Covid são financiadas por fundos europeus.

Apesar de sinalizar que a vacinação contra a Covid é “a melhor forma de pôr fim à pandemia e de regressar a uma vida normal”, o Governo justifica a decisão, por forma “a garantir que estão disponíveis terapêuticas para tratar as pessoas infetadas”, tendo em vista a “edução do número de casos de Covid-19 com doença grave ou crítica associada, com impacto quer na mortalidade, quer na utilização de recursos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde”.

O Executivo fez ainda alterações a outras duas resoluções que já tinham sido publicadas. Em causa está a Resolução do Conselho de Ministros n.º 92/2020, publicada a 31 de outubro de 2020, sendo que com esta alteração, os encargos financeiros com a aquisição do medicamento Remdesivir, não podem exceder os 19.458.000 euros, dos quais 17.825.460 em 2021 e 1.632.540 em 2022. Recorde-se que o montante que não foi gasto no ano anterior pode transitar para este ano.

Além disso, o Governo alterou ainda a Resolução do Conselho de Ministros n.º 119/2020, publicada a 31 de dezembro de 2020, que diz respeito à despesa alocada ao processo de vacinação, nomeadamente com o que diz respeito à aquisição e armazenamento de vacinas. Neste contexto, esta despesa não pode exceder os 10.288.813 euros, dos quais 6.227.130 euros em 2021 e os restantes 4.061.683 euros este ano.

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Sérvulo & Associados: um (breve) percurso histórico

  • BRANDS' ADVOCATUS
  • 4 Abril 2022

Paulo Câmara, Managing Partner da Sérvulo & Associados, conta a história da sociedade de advogados desde os seus primórdios, incluindo os projetos emblemáticos que ajudou a dar corpo.

A reconstituição histórica das origens da Sérvulo & Associados inicia-se pelos primórdios da carreira jurídica do seu Sócio Fundador. Foi em 1962, no escritório do Dr. Heliodoro Caldeira, que o Professor Sérvulo Correia iniciou a sua carreira na advocacia; anos mais tarde, em 1968, começa a afirmação da sua carreira académica. Esta dupla profissão de advogado e docente será sempre marcante no percurso do Professor Sérvulo Correia, e em si é reveladora da fórmula como, ainda hoje, na SÉRVULO, se conjugam o conhecimento científico e a prática em benefício do cliente.

A meio da década de 1970, instalou-se no número 53 da Avenida 5 de outubro, juntamente com vários advogados. Em 1986, fundou, com o mesmo grupo de colegas, a Sérvulo Correia, Asdrúbal Calisto, Jorge Calisto & Associados, com sede na Avenida da República. Uma década mais tarde, no final de 1998, surge a ideia de criar uma sociedade de advogados designada exclusivamente pelo nome do Professor Sérvulo Correia. A mesma veio a ser formalizada em janeiro de 1999, com sede na Rua Artilharia Um, já com alguns dos seus antigos alunos: ali nasceu a Sérvulo Correia & Associados.

José Manuel Sérvulo Correia, Sócio Fundador

Muito focada numa advocacia especializada e vocacionada para trabalhos de elevada complexidade, a Sérvulo Correia & Associados cedo adquiriu notoriedade como uma prestigiada boutique de Público e Contencioso Cível e Penal, destacada de forma isolada nos diretórios internacionais da advocacia.

O início do século XXI viria a acentuar a multidisciplinaridade da sociedade, como sociedade full-service, e a vocação internacional do projeto. Um salto importante ocorreu em 2008, com a fusão com a Ferreira Pinto & Associados e a alteração da denominação social para Sérvulo & Associados. A ampliação da equipa, das áreas de atividade e dos contactos internacionais, aliada à aposta na profissionalização da estrutura de apoio, conferem uma projeção inteiramente diferente à SÉRVULO. A sua nova sede (2008), no coração do Chiado, foi escolhida tendo em conta a sua incomparável centralidade e o ambiente histórico envolvente.

Em todos os projetos em que intervém, a Sérvulo procura por quanto é no mínimo que faz.

Duas subsequentes integrações viriam a revelar-se particularmente importantes para o crescimento da sociedade: em 2012, a integração da equipa de Manuel Magalhães (Financeiro/ Imobiliário), e, em 2018, a fusão com a AVA (Societário/ TMT/Laboral/Contencioso). Deste modo se reforçou o cunho especializado da sociedade, o que foi exponenciado através da criação de dezenas de serviços interdisciplinares.

A história da Sérvulo & Associados também se constrói a partir dos projetos emblemáticos a que ajudou a dar corpo e que documentam o seu compromisso com a inovação jurídica e o desenvolvimento do Direito. A lista é extensa, mas inclui nomeadamente: o anteprojeto do primeiro Código dos Contratos Públicos de Portugal; a participação no litígio que opôs o Panamá à Guiné Bissau, no Tribunal Internacional do Direito do Mar; as duas primeiras resoluções bancárias; a primeira reforma do setor das águas do século XXI; os Códigos dos Valores Mobiliários de Angola e de Cabo Verde; a primeira admissão em bolsa de uma SIMFE; o primeiro projeto aeroespacial nos Açores; o apoio pro bono a múltiplas instituições de solidariedade social. Em todos os projetos em que intervém, a Sérvulo procura por quanto é no mínimo que faz.

No ano de 2019, a SÉRVULO lançou a sua própria rede de parcerias bilaterais em jurisdições lusófonas, a SÉRVULO LATITUDE ⦵ que, somada às desks especializadas e à ligação a redes internacionais de sociedades de advogados, lhe permite um alcance global nos serviços por si prestados.

Este cirúrgico olhar pelo passado da sociedade permite compreender o futuro promissor que se encontra reservado às atuais gerações de advogados e colaboradores da Sérvulo & Associados. Como referiu o Professor Sérvulo Correia, na sua jubilação na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa: “Em boas mãos, o Direito sempre foi e será um instrumento de mudança”.

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Arábia Saudita recebe primeiro de cinco navios de guerra fabricadas pela Navantia na Baía de Cádis

  • Servimedia
  • 4 Abril 2022

O contrato do construtor naval espanhol com a Arábia Saudita envolve a criação de cerca de seis mil empregos ao longo de cinco anos, incluindo empregos diretos e indiretos.

A Arábia Saudita recebeu a primeira das cinco corvetas (tipo de navio de guerra) construídas pela empresa estatal espanhola Navantia na Baía de Cádis. O navio, denominado “Al-Jubail” em referência à cidade costeira, é o primeiro das cinco corvetas que o construtor naval entregará à Arábia Saudita, estando o último agendado para 2024, noticia a Servimedia.

Com este contrato, a Arábia Saudita e a Navantia permitem a criação de cerca de seis empregos durante cinco anos, incluindo empregos diretos e indiretos e a indústria colaboradora.

O embaixador da Arábia Saudita em Espanha, Azzam bin Abdul Karim Al-Gain, destacou durante a cerimónica de entrega da construção, em Cádiz, as boas relações estabelecidas com Espanha e empresas líderes em matéria de defesa como a Navantia. “Temos o prazer de receber a primeira corveta Al-Jubail após três anos. Da defesa ao comercial, as nossas relações com Espanha são excelentes e temos plena confiança em empresas líderes como a Navantia, cujas corvetas passaram com sucesso em testes no mar nos últimos meses e nos oferecem um desempenho avançado e elevadas capacidades operacionais”, referiu, citado pela agência de notícias espanhola.

Após a entrega do Al-Jubail , que tem 104 metros de comprimento e capacidade para transportar cerca de 100 pessoas entre tripulação e passageiros, a formação continuará a bordo do navio na Baía de Cádis. No total, cerca de 500 membros da tripulação irão completar o processo de formação no Centro de Formação de Navantia (NTC) em San Fernando, impulsionando assim a atividade da Navantia e dos seus colaboradores na Baía de Cádis.

É de recordar que o Reino da Arábia Saudita, parceiro estratégico da Espanha, é considerado um destino favorável para as empresas espanholas que, por sua vez, realizaram grandes projetos neste país, tais como o comboio de alta velocidade Mecca-Medina, bem como outros projetos em setores como a energia, o tratamento da água, a agricultura e a saúde.

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Estudo conclui que problema do arrendamento é estrutural e que Estado passa responsabilidades para os privados

  • Lusa
  • 4 Abril 2022

Segundo o estudo "O mercado imobiliário em Portugal", o Estado tem sido incapaz de responder à carência de casas, empurrando para privados responsabilidades suas.

O problema do arrendamento urbano é estrutural e o Estado tem sido incapaz de responder à carência de casas, empurrando para privados responsabilidades suas, segundo o estudo “O mercado imobiliário em Portugal”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O estudo, com coordenação do economista Paulo M. M. Rodrigues (que conta com mais 14 autores), faz uma caracterização detalhada do mercado imobiliário, nas suas várias dimensões, incluindo o arrendamento urbano, que é problemático em Portugal (capítulo seis do estudo, cujo autor é Victor Reis, que foi presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana entre 2012 e 2017).

Segundo o estudo, entre os censos de 1960 e 2011 (período de 50 anos), “o parque habitacional de alojamentos familiares clássicos mais do que duplicou, crescendo muito acima do número de famílias, e o rácio de alojamentos por família passou de 1,08 para 1,45”.

Nesses 50 anos, no parque habitacional de residências habituais (os restantes são os alojamentos secundários, sazonais ou vagos), a habitação própria permanente cresce de 45,1% para 73,2%, enquanto o arrendamento cai significativamente de 48% para 19,9%. Segundo o autor, os últimos números disponíveis, de 2019, indiciam que este declínio se manteve mesmo após 2011.

Já em Lisboa e no Porto a habitação própria permanente fica nestas cidades abaixo da média nacional (51,8% em Lisboa e 50,7% no Porto) e nos centros históricos ainda é menor (31,3% em Lisboa e 40% no Porto), ou seja, há mais arrendamento nos centros históricos (64,1% em Lisboa e 54,1% no Porto).

O autor faz uma resenha da evolução da legislação desde 1991, quando foi publicada a Lei do Inquilinato, considerando que desde então se sucedem processos legislativos sobre o arrendamento urbano. Contudo, diz, as medidas aprovadas, “em nome do direito à habitação e quase sempre em circunstâncias de crise”, afinal “tiveram efeitos perversos que reduziram drasticamente a oferta e afastaram o investimento deste segmento”.

Daí, considera, nasceu em Portugal a cultura da “casa para toda a vida” e o “confronto maniqueísta entre proprietários e arrendatários” com o arrendamento a tornar-se “a ‘ovelha negra’ do imobiliário em Portugal”.

Segundo o autor, quanto às medidas criadas nas últimas duas décadas para dar uso às casas e aos prédios devolutos, o que se encontram são medidas fiscais, “onde ano após ano se agravam as taxas dos impostos”, sem que haja “quaisquer resultados práticos”.

Diz o autor que, ao contrário do que acontece em países da Europa Ocidental, Portugal “não ganhou músculo orçamental para desenvolver uma política de promoção da habitação e construir um significativo parque habitacional público, capaz de acudir às famílias com maiores dificuldades de acesso à habitação”, nem em ditadura nem em democracia.

O parque habitacional público é composto hoje por cerca de 120 mil habitações, representando 2% do total dos alojamentos.

Para o autor, o que o Estado faz é empurrar “para os privados as suas responsabilidades sociais e constitucionais no acesso à habitação”, com os congelamentos de rendas e a perpetuação dos contratos de arrendamento.

Já os senhorios, “cada vez mais descapitalizados e com os seus edifícios progressivamente mais degradados, convivem com um mercado imobiliário que prospera em todos os segmentos, com a exceção do arrendamento”. Assim, a iniciativa privada há muito “abandonou o arrendamento e canalizou os seus recursos para investimentos que se revelavam seguros e rentáveis”, acrescenta.

Os poderes públicos, absolutamente incapazes de enfrentar as controvérsias e os custos políticos que resultariam de uma liberalização do arrendamento urbano, encontraram no crédito bonificado a solução, financiando a construção nova e a expansão urbana e incentivando as famílias a comprar casa. Não surpreende, portanto, que se tenham criado as condições, por vezes psicológicas, para que pareça mais barato comprar do que arrendar casa. O que nalguns casos até corresponde à realidade”, lê-se no estudo.

O autor do estudo considera mesmo que o Estado, com as políticas que tem tido no mercado de arrendamento, “está a agravar a sua segmentação no regime de acesso às habitações, nos prazos de duração dos contratos, nos tratamentos de exceção resultantes das condições sociais dos agregados e nos sistemas de determinação do valor da renda”.

Refere que há casos de casas com apoio público em que famílias com rendimentos iguais, em casas iguais no mesmo edifício, pagam rendas muito diferentes, já que estão sob regimes distintos. “Mais grave: pode até ocorrer que famílias com rendimentos inferiores paguem rendas significativamente superiores”, acrescenta, explicando que não há harmonização nos regimes de apoios públicos.

No Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pela primeira vez, o Estado português recorre a subsídios externos para tentar suprir carências habitacionais, mas o plano “não apresenta qualquer reforma das políticas de arrendamento urbano”, nomeadamente para atrair investimento que aumente a oferta de habitação a preços acessíveis, sendo a única medida prevista a promoção de 6.800 habitações acessíveis, um número que o autor considera “muito longe das dezenas de milhares de habitações necessárias para gerar uma oferta que responda às necessidades existentes, face à quebra de rendimentos das famílias e ao aumento exponencial do valor das rendas”.

O capítulo um do estudo (cujos autores são Pedro Brinca e João B. Duarte) também tem dados sobre o arrendamento, referindo que da percentagem de famílias que em 2017 tinham mais do que uma habitação (29,2% do total) apenas 13,4% arrendavam qualquer habitação adicional (enquanto na zona euro esse valor era de 41,4%).

Segundo os autores do capítulo um, “isto sugere que deveriam ser feitos mais esforços no sentido de perceber que tipo de incentivos podem ser criados, em Portugal, para que o parque habitacional não reservado para habitação própria possa ser colocado no mercado de arrendamento e gerar valor acrescentado para a economia”.

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Nas notícias lá fora: EasyJet, França em alarme energético e Orbán

EasyJet cancelou 220 voos este fim de semana devido a baixas por Covid, estando previstos mais cancelamentos. França enfrenta situação de alarme energético devido à suspensão de centrais nucleares.

No ano passado, os bancos espanhóis aumentaram em 21% o volume de negócios gerido por balcão. No plano empresarial, a EasyJet cancelou mais de 200 voos este fim de semana devido a baixas por Covid. França enfrenta esta segunda-feira uma situação de alarme energético devido à suspensão de centrais nucleares e a uma vaga de frio. Numa altura em que vários países ocidentais cortam relações comerciais com a Rússia, a China está a negociar compras adicionais de gás russo com desconto. No plano político, Viktor Orbán venceu as eleições na Hungria e caminha para o quarto mandato no poder.

El Economista

Banca espanhola aumenta negócio por balcão em 21%

Os bancos espanhóis aumentaram em 21% o volume de negócios gerido por balcão durante 2021, graças a um novo ajustamento da rede comercial – menos 15,5% — e a um pico nos empréstimos e depósitos de clientes à boleia da reativação da economia após o impacto da pandemia. Cada agência geria 154,23 milhões de euros em média no final do ano passado, acima dos 127,45 milhões do ano anterior.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol)

The Guardian

EasyJet cancela mais de 200 voos devido a baixas por Covid

A EasyJet cancelou mais 222 voos este fim de semana, estando previstos mais cancelamentos durante esta semana, devido a baixas médicas de funcionários por estarem infetados com Covid-19. A companhia aérea low cost referiu ainda que fez um esforço para compensar a falta de pessoal ao escalar uma equipa de reserva no fim de semana, mas que mesmo assim foi forçada a anunciar mais cancelamentos para domingo e para esta segunda-feira. Há pelos menos 62 voos previstos para esta segunda-feira que já foram cancelados.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

Le Monde

França decreta alerta laranja energético devido a vaga de frio e pela suspensão da energia nuclear

França enfrenta esta segunda-feira uma situação de alarme energético. A Rede de Transporte de Energia Elétrica (RTE) declarou o nível de alerta laranja perante ameaças de risco de abastecimento elétrico no país devido à forte paralisação das suas centrais nucleares e a uma vaga de frio, que leva os consumidores a consumirem mais energia. Autoridades apelam às empresas e às populações que reduzam o consumo de energia “em particular entre as 7h e as 10h” locais.

Leia a notícia completa no Le Monde (acesso livre, conteúdo em francês)

Bloomberg

Chineses reforçam compras de gás russo com desconto

Os principais compradores chineses de gás natural estão a negociar compras adicionais de gás natural da Rússia que foi rejeitado pelo mercado, procurando tirar partido dos preços mais baixos. Companhias estatais como a Sinopec e PetroChina estão em discussões com os fornecedores para comprarem carregamentos da Rússia com um desconto elevado. Alguns importadores estão a considerar usar companhias russas para participar nos processos de compra de LNG em seu nome para esconderem os seus planos dos governos estrangeiros. O LNG russo está a negociar com um desconto de 10% face ao gás do Norte Asiático.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Financial Times

Viktor Orbán conquista eleições na Hungria

O líder autoritário da Hungria e aliado da Rússia Viktor Orbán declarou a vitória nas eleições parlamentares no país, conquistando o quarto mandato consecutivo no poder. O partido Fidesz liderava as eleições com 53,1% dos votos quando 98% dos votos estavam contados, de acordo com a comissão eleitoral húngara. “É uma grande vitória. Pode ser vista da Lua e certamente de Bruxelas”, disse Orban no discurso de vitória. A aliança liderada por Peter Marki-Zay teve 35%.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

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61% dos CTO acreditam ser cruciais para sucesso das empresas. Apenas 39% dos CEO está de acordo

Colocar CTO e CIO a comunicarem e colaborarem continuamente pode trazer benefícios financeiros para as organizações até 39%.

Os chief technology officers (CTO) estão confiantes do seu papel nas empresas. Mais de 60% acredita que desempenha uma função crucial para o sucesso das organizações nos próximos dois a três anos. Mas o mesmo não se pode dizer dos CEO. Apenas 39% dos líderes reconhecem a importância do trabalho do CTO. Colocar estes profissionais a comunicar e colaborar continuamente com os chief information officers (CIO) pode trazer benefícios financeiros até 39%, revela o IBM Institute for Business Value (IBV), da IBM, no estudo “A revelação do CTO”.

“A ascensão do CTO está a influenciar radicalmente um maior sentido de responsabilidade em torno das decisões tecnológicas, da rapidez da inovação e da descoberta de novas soluções. Além disso, os CTO estão também a promover cada vez mais uma filosofia de cocriação e parcerias impulsionadas por valores comuns e normas abertas”, afirma a IBM em comunicado.

No entanto, apesar de 61% dos CTO entrevistados acreditar que o seu trabalho terá um papel crucial nas empresas nos próximos dois a três anos, apenas 39% dos CEO reconhece a importância do trabalho dos colegas. E, se os CIO forem consultados, 49% deles consideram crucial o papel do diretor de tecnologia.

CTO e CIO em colaboração

Embora o inquérito reflita que os CIO e os CTO comunicam e colaboram continuamente em apenas 45% dos casos, o estudo do IBM Institute for Business Value sugere que esta relação precisa de melhorar para promover uma cultura de inovação.

As organizações consideram que a colaboração entre estes dois perfis implica um aumento da margem operacional. Concretamente, mais 20% em empresas com um retorno acima da média dos seus investimentos em tecnologia, mais 26% em negócios com maior maturidade na cloud, IA, automação e segurança, e 36% em organizações com maior agilidade e eficiência na sua gestão de dados, governação e resiliência.

As empresas em que o CTO e o CIO colaboram numa estratégia tecnológica em que são combinados processos, equipamentos, tecnologia, inovação, colaborações através de dados, integração e orquestração, e têm também uma elevada maturidade tecnológica, eficácia tecnológica e ROI tecnológico, mostram um aumento dos benefícios financeiros mais elevados até 39%.

O estudo “A revelação do CTO” tem por base a opinião de 2.500 de CTO de 29 indústrias diferentes em 45 países.

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Uber investigada por avaliação de passageiros

  • ECO
  • 4 Abril 2022

A Uber está a ser investigada pelas autoridades por suspeitas de os seus utilizadores continuarem a ter no seu registo pessoal uma avaliação feita pelos motoristas. Prática foi proibida em 2018.

A Uber está a ser investigada pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) e pelo Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT) por suspeitas de os seus utilizadores continuarem a ter no seu registo pessoal uma avaliação feita pelos motoristas, noticia o Público (acesso condicionado).

Esta prática, que vai de 1 a 5, arrancou em julho de 2014, mas foi bloqueada em Portugal a partir de outubro de 2018, depois de uma lei ter proibido “a criação e a utilização de mecanismos de avaliação de utilizadores por parte dos motoristas de TVDE ou dos operadores de plataformas eletrónicas”.

Ao Público, a entidade liderada por Ana Paula Vitorino diz ter “conhecimento, através de reclamação de um utilizador, da existência desse mecanismo de avaliação”, acrescentando que está a investigar a situação e que “a confirmar-se viola a legislação em vigor”. Já o IMT diz que ainda não recebeu qualquer reclamação, mas que está analisar a situação “por forma a obter eventual prova”.

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Empresas portuguesas abandonam a Rússia, mas há ainda quem mantenha relações comerciais

  • ECO
  • 4 Abril 2022

Várias empresas portuguesas tinham relações comerciais com a Rússia, contudo, a guerra veio trocar as voltas aos negócios. Mas há ainda quem mantenha os negócios, como é o caso da Oli.

Várias empresas portuguesas tinham relações comerciais com a Rússia, contudo, a guerra na Ucrânia veio trocar as voltas aos negócios. Para algumas, a redução da dependência da Rússia já estava prevista antes do conflito, mas há ainda quem mantenha os negócios, avança o Observador (acesso condicionado).

É o caso da SGL Composites, subsidiária da alemã SGL Carbon, que produz bens e materiais de carbono, usados em setores como automóvel, solar, eólico, semicondutores e LED. “Para o fabrico destes produtos necessitamos de acrilonitrila, que compramos a vários fornecedores em todo o mundo e por vezes a origem é a Rússia, mas os nossos fornecedores não estão localizados na Rússia”, sinaliza fonte oficial da empresa que tem fábrica, em Lavradio, no Barreiro. No entanto, a empresa diz que está a trabalhar para reduzir as necessidades “de matérias-primas e energia independentes da Rússia sempre que possível”.

Também a Oli (sistemas sanitários) confirma que está presente na Rússia, onde o valor do investimento é de 1,5 milhões de euros, através de uma filial e de uma fábrica criadas em 2016. Ao Observador, a empresa sinaliza que o conflito levou à suspensão dos “projetos de investimento previstos”, mas que a atividade da fábrica será mantida. A Oli Russia, uma “empresa com gestão autónoma”, tem 40 trabalhadores.

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Renováveis avançam 1% e mantêm bolsa em máximos de sete anos

EDP Renováveis e Greenvolt somam 1% e dá energia a Lisboa. Bolsas europeias também iniciam semana com investidores a mostrarem apetite pelo risco.

A EDP Renováveis e a Greenvolt avançam 1% esta segunda-feira e mantêm a bolsa de Lisboa a negociar acima dos 6.000 pontos e em máximos desde maio de 2015, num dia positivo nas principais praças europeias.

O principal índice português, o PSI, soma 0,75% para 6.026,51 pontos, com 11 cotadas acima da linha de água e de onde se destacam os setores da energia e também os pesos pesados Jerónimo Martins e BCP.

Com o melhor desempenho até ao momento, as ações da Greenvolt valorizam 1,32% para 7,65 euros, ao mesmo tempo que a EDP Renováveis ganha 0,98% para 23,63 euros. Já a Galp está em alta de 0,65% para 11,67 euros, acompanhando a recuperação dos preços do petróleo depois da maior queda semana em dois anos na semana passada.

EDP Renováveis ganha 1%

Ainda entre os pesos pesados, a retalhista Jerónimo Martins avança 0,94% para 21,4 euros e o BCP ganha 0,76% para 0,1725 euros.

Lisboa acompanha os ganhos observados nas principais praças do Velho Continente, quando os investidores centram atenções no Banco Central Europeu (BCE), nomeadamente naquilo que os responsáveis poderão dizer sobre o disparo da inflação e os últimos desenvolvimentos na Ucrânia.

O índice Stoxx 600 ganha 0,52% e as bolsas de Madrid e Frankfurt também arrancaram o dia com subidas em torno de 0,4%.

Face às revelações do fim de semana quanto aos relatos de atrocidades das tropas russas na Ucrânia, com o massacre na localidade de Bucha, os países do Ocidente estão a discutir a imposição de mais sanções a Moscovo. O ministro da Defesa alemão considerou mesmo que a União Europeia devia discutir a proibição de importações de gás russo.

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Clubes pagam mais de 300 milhões a empresários em cinco anos

  • ECO
  • 4 Abril 2022

Os clubes portugueses gastaram 305,4 milhões com os chamados serviços de intermediação com compra e venda de jogadores, renovações de contrato e assinaturas a custo zero.

Os clubes portugueses pagaram 305,4 milhões de euros a empresários de futebol ao longo dos últimos anos, com o Benfica a ser o clube com mais gastos na intermediação de transferências de jogadores com 113,7 milhões, avança o Correio da Manhã (acesso pago).

Desde 1 de abril de 2017 que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tornou obrigatória a comunicação de todas as intermediações envolvendo jogadores inscritos em Portugal, desde a compra e venda de passes, à renovação de contratos ou assinaturas a custo zero.

Enquanto as águias representam 37% do total das comissões entregues aos empresários pelas equipas das várias divisões, já o FC Porto surge em segundo lugar com uma despesa de 78,4 milhões de euros e o Sporting está em terceiro com gasto de 59,1 milhões.

Sporting de Braga e Vitória de Guimarães completam o top 5 dos clubes que dão maior receita aos agentes.

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