Autarcas defendem fim do corte de 5% nos salários dos políticos

  • ECO
  • 2 Novembro 2022

"Tendo sido já revertidas a esmagadora maioria das medidas adotadas" no tempo da troika, "é de elementar justiça que se acabe com esta redução do vencimento" dos políticos, diz ANMP.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defende, no parecer ao Orçamento do Estado para 2023, o fim do corte de 5% ao vencimento dos titulares de cargos políticos, uma disposição legal que também abrange os eleitos locais, avança esta quarta-feira o Diário de Notícias (acesso livre).

A medida foi introduzida há 12 anos no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal e, para a ANMP, é “incompreensível e injusto” que a proposta orçamental para o próximo ano continue sem a reverter, quando já foram revertidas a esmagadora maioria das medidas então adotadas. “Tendo sido já revertidas a esmagadora maioria das medidas então adotadas, é de elementar justiça que se acabe com esta redução do vencimento e com este anátema que recai sobre os titulares de cargos políticos”, pode ler-se no parecer.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses, que é ouvida na quinta-feira no Parlamento e que desta vez não dá um parecer desfavorável à proposta de Orçamento do Estado, exige ainda ao Governo o pagamento de 156 milhões de euros pelos custos que as câmaras suportaram no combate à pandemia, uma reivindicação há muito feita pelas autarquias.

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Lisboa pintada de “vermelho” lidera quedas na Europa. BCP perde mais de 4%

  • ECO
  • 2 Novembro 2022

A bolsa de Lisboa fechou a sessão "pintada de vermelho" liderando as quedas na Europa e com apenas a Mota-Engil a escapar às perdas. BCP foi o que mais destacou, ao perder mais de 4%.

Os receios de um abrandamento do comércio mundial mais severo do que se esperava estão a pressionar os principais mercados acionistas europeus, que fecharam a sessão desta quarta-feira com perdas entre os 0,3% e os 1,52%.

O PSI foi o índice mais penalizado, com o índice a ser fortemente pressionado pelas quedas de 4,21% do BCP e pelo desempenho negativo das ações da Sonae e do Jerónimo Mastins, que ensaiam uma desvalorização de 2,08% e 2,35%, respetivamente.

Os mercados também estão a mostrar alguma apreensão em relação ao anúncio da Fed, que terá lugar por volta das 17h de Lisboa, com os investidores a anteciparem uma subida de 75 pontos base da taxa de juro.

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Direção Executiva do SNS entra em funções esta quarta-feira

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de S. João foi o escolhido para assumir a nova função de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), presidida pelo médico Fernando Araújo, entra em funções esta quarta-feira, com a missão de coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede.

A escolha de Fernando Araújo para assumir o cargo de diretor executivo do SNS por um período de três anos foi anunciada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, em 23 de setembro, referindo que a Direção Executiva do SNS estará sediada no Porto, por proposta de Fernando Araújo, em linha com “a intenção descentralizadora do Governo”.

De acordo com o ministro da Saúde, apesar de entrar em funções esta quarta-feira, a Direção Executiva do SNS estará em plenitude de funções apenas a partir de 1 de janeiro, após a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2023.

Na altura do anúncio, Fernando Araújo, que era presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João desde abril de 2019, disse que foi com “uma enorme honra” que recebeu o convite para assumir o cargo. “E aceitei com um sentimento de dever na defesa intransigente do nosso Serviço Nacional de saúde, dos seus profissionais e dos utentes que é para ele que trabalhamos todos os dias”, declarou o médico e antigo secretário da Estado da Saúde.

O anúncio da escolha de Fernando Araújo foi feito no dia em que foi publicado no Diário da República o diploma do Governo que regulamenta a direção executiva, depois de o nome do médico ter sido amplamente apontado como titular do cargo.

A nova entidade, prevista no novo Estatuto do SNS promulgado pelo Presidente da República no início de agosto, tem como missão coordenar toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, e passa a gerir também a rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, até agora da responsabilidade das administrações regionais de saúde.

De acordo com o decreto-lei, a Direção Executiva do SNS será composta por cinco órgãos e terá estatuto de instituto público de regime especial para garantir autonomia para emitir regulamentos e orientações.

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Hoje nas notícias: salários de políticos, professores e semana de quatro dias

  • ECO
  • 2 Novembro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Associação Nacional de Municípios (ANMP) defende o fim do corte de 5% nos salários dos titulares de cargos políticos, medida em vigor há 12 anos. O ministro da Educação disse que há 22,5 milhões de euros para pagar os estágios de professores a partir do próximo ano. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Autarcas defendem fim do corte de 5% nos salários dos políticos

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defende, no parecer ao Orçamento do Estado para 2023, o fim do corte de 5% ao vencimento dos titulares de cargos políticos, uma disposição legal que também abrange os eleitos locais. A medida foi introduzida há 12 anos no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal e, para a ANMP, é “incompreensível e injusto” que a proposta orçamental para o próximo ano continue sem a reverter, quando já foram revertidas a esmagadora maioria das medidas então adotadas.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

Há 22,5 milhões para pagar estágios de professores em 2023, diz João Costa

No próximo ano, o Governo espera vincular 5.000 professores, o que deverá custar cerca de 4,7 milhões de euros. Em entrevista ao Jornal de Negócios, o ministro da Educação sublinha que se trata de um valor que permite “ir além do que está previsto na norma travão” e que “permitirá reduzir bastante o número de professores contratados”. “Temos, em 2023, um crescimento líquido das despesas com pessoal de cerca de 139 milhões de euros”, aponta João Costa. Em detalhe, o responsável refere que, além dos 4,7 milhões de euros para a vinculação de professores, estão previstas valorizações salariais na ordem dos 76 milhões de euros, o início da remuneração dos estágios com cerca de 22,5 milhões de euros, e uma estimativa de 40 milhões de euros para progressões na carreira.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Patrões dizem que semana de quatro dias é inoportuna

O projeto-piloto para a semana de trabalho de quatro dias, que está previsto ser lançado no próximo ano e será apresentado esta quarta-feira aos parceiros sociais, não agrada às confederações patronais. Para o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, é importante discutir as novas dimensões do mundo do trabalho e a conciliação entre a vida profissional e familiar, mas o momento é inoportuno dado a existência de questões mais prementes a que o Governo devia responder. No mesmo sentido critica João Vieira da Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Contribuintes pagam dívida de Duarte Lima ao Novobanco

Em 2018 e 2019, o Novobanco vendeu a duas entidades uma dívida de Duarte Lima superior a 5,6 milhões de euros, relativa a créditos que o Novobanco herdou do BES. A dívida em causa estava protegida pelo Acordo de Capitalização Contingente (CCA), mecanismo que compensa o Novobanco pelas perdas obtidas com os ativos tóxicos, e, por isso, foi paga pelos contribuintes através do Fundo de Resolução, entidade pública acionista do Novobanco. O Correio da Manhã avança que a dívida do ex-deputado terá sido vendida com um desconto de 77%.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Greves voltam em força antes da votação final do Orçamento do Estado

O mês de novembro traz uma intensificação da contestação social, com várias greves previstas até à votação final do Orçamento do Estado para 2023. Já esta quarta-feira, professores e educadores fazem greve nacional e irão concentrar-se em frente ao Parlamento, onde o ministro da Educação estará a defender uma proposta orçamental. A Frente Comum, que não fez parte da assinatura do acordo plurianual, convocou uma paralisação nacional da Função Pública para o dia 18. Segundo dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), este ano contabilizam-se 722 avisos prévios de greve, menos 150 do que há um ano.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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TAP registou prejuízo de 91 milhões até setembro, mas teve lucro de 111 milhões no terceiro trimestre

O terceiro trimestre registou lucros de 111 milhões, revela a TAP, e receitas atingiram os 1,1 mil milhões, acima do mesmo período de 2019. CEO antecipa quarto trimestre positivo.

A TAP teve um prejuízo de 91 milhões de euros nos nove primeiros meses do ano, de acordo com as contas apresentadas pela transportadora ao mercado. Face a 2019, houve uma melhoria de 121 milhões de euros. Um resultado que continua no vermelho, mas, apesar disso, registou 111 milhões de lucro no terceiro trimestre, um valor relevante no momento em que o Governo anunciou a intenção de avançar com a privatização da TAP e já apareceram declarações de interesse de companhias como a Air France/KLM.

A transportadora sublinha que o terceiro trimestre foi “afetado pelas disrupções da indústria”. “A recuperação da atividade afetou a performance operacional das companhias aéreas todo o verão”, diz a TAP no comunicado enviado ao mercado esta quarta-feira. “Os desafios operacionais da TAP são também aumentados pela mudança de software nos sistemas da NAV (TopSky) que reduziu consideravelmente a atividade no aeroporto nas passadas semanas com impacto na regularidade e na pontualidade”, acrescenta.

A companhia aérea sublinha que está “a recuperar mais rapidamente do que a maior parte das comparáveis com receitas fortes no terceiro trimestre”. As receitas ascenderam a 1,11 mil milhões de euros, o que suplanta o resultado obtido em 2019, “um recorde histórico de receitas operacionais, excedendo os níveis pré-crise em 7,5%, o que permitiu à companhia alcançar um desempenho financeiro sem precedentes”, escreve a empresa em comunicado enviado às redações.

Estes resultados positivos podem também ser explicados pelo “efeito positivo da implementação de uma política de cobertura cambial mais abrangente, que também reduziu o impacto cambial dos anteriores trimestres de 2022″. “Esta situação está relacionada com a atual estratégia de gestão do risco financeiro da TAP, que visa reduzir a volatilidade dos impactos das variações cambiais sobre a Demonstração de Resultados”, explica a empresa.

O número de passageiros transportados no terceiro trimestre duplicou face ao período homólogo, “atingindo 85% dos níveis de igual período de 2019”. Isto porque a TAP “operou uma vez e meia o número de voos de 2021, ou 81% das partidas de 2019”.

Nas três principais métricas utilizadas no setor, a TAP supera a Air France-KLM, a IAG e a Lufthansa em termos de tráfego (número total de passageiros multiplicado pelo número de quilómetros voados) e de receitas por passageiro. E nestas variantes a companhia aérea nacional regista uma melhoria de desempenho face ao segundo trimestre. Mas, em termos de capacidade, registou uma quebra de 91% para 88% dos Available seat kilometer face a 2019, ou seja, o número total de lugares disponíveis para venda multiplicado pelo número de quilómetros voados, o que a colocou ao mesmo nível da Air France-KLM.

“A TAP está a confirmar a solidez do seu desempenho no terceiro trimestre, com todas as métricas financeiras acima dos níveis pré-crise, apesar do aumento dos custos de combustível”, sublinha a presidente executiva. O custo com combustível mais do que triplicou, aumentando 269,9 milhões de euros numa base anual para 371,9 milhões. “Apesar de ter gerado um efeito positivo de 15,9 milhões de euros, a estratégia de cobertura apenas conseguiu reduzir de forma marginal o efeito dos preços de mercado do jet fuel mais elevados, que contribuíram com 153 milhões para o aumento do custo com combustível”, explica a empresa ao mercado.

Tanto o segmento de manutenção como o de carga contribuíram para o aumento das receitas com 33,9 milhões de euros e 7,2 milhões, respetivamente. “O segmento de manutenção terminou o terceiro trimestre com receitas de 48 milhões, mais do que 200% face ao terceiro trimestre de 2021, impulsionada pela recuperação geral da indústria. Por sua vez, as receitas no segmento de carga ascenderam a 64,3 milhões, aumentando 12,7%” face ao período homólogo.

Christine Ourmières antecipa quarto trimestre forte

A procura para o quarto trimestre mantém-se bastante forte, suportando as expectativas de um bom resultado acumulado até final do ano“, acrescenta Christine Ourmières-Widener.

Mas, a empresa aponta um conjunto de “desafios” para o próximo ano como manter as receitas num “ambiente recessivo”, reduzir custos tendo em conta a inflação e aumentar a satisfação do consumidor apesar da infraestrutura restringida pela capacidade.

“A visibilidade para o próximo ano é, no entanto, ainda limitada e, atendendo às incertezas da atual conjuntura, é cada vez mais crucial que mantenhamos o foco no nosso plano estratégico, o qual tem, até agora, provado ser eficaz”, diz a responsável que elenca um caderno de encargos para assegurar o futuro da empresa. “Os próximos passos decisivos a tomar são: levar a cabo discussões produtivas com os nossos parceiros laborais para a criação de Acordos Coletivos de Trabalho mais modernos, melhorar as nossas operações e a qualidade do nosso serviço com o envolvimento de todos os stakeholders, a constante negociação de todos os nossos contratos com terceiros e a cuidada preparação do próximo ano”, diz.

No próximo ano a empresa quer reduzir substancialmente o número de ATR que tiveram uma performance desafiante e aumentar o número de eJets para voar em rotas mais curtas. A TAP acredita que o aumento do número de lugares irá melhorar o desempenho financeiro e a fiabilidade operacional.

(Notícia atualizada com mais informação)

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 2 Novembro 2022

Direção executiva do SNS entra em funções. BdP divulga dados da dívida pública em setembro após redução de 0,9 mil milhões de euros em agosto. INE lança estimativas mensais do emprego nacional.

Esta terça-feira ficará marcada pela entrada em funções da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde. A taxa de desemprego em setembro será divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística. O Ministro da Administração Interna e o Ministro da Educação são ouvidos em parlamento relativamente ao Orçamento do Estado para 2023. Banco de Portugal lança os dados da dívida pública em setembro e a Web Summit 2022 avança para o segundo dia.

Direção executiva do SNS entra em funções

A direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai entrar esta quarta-feira em funções e será presidida por Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João, por um período de três anos.

INE divulga taxa de desemprego em setembro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai lançar as estimativas mensais referentes ao emprego e desemprego nacional, referente a setembro, após a taxa de desemprego situar-se nos 6% em agosto de 2022. Já a população ativa aumentou 0,1% em relação a julho.

Orçamento do Estado para 2023 é apreciado no Parlamento

No parlamento serão ainda ouvidos o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, bem como o Ministro da Educação, João Costa, no âmbito da aprovação e apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023.

Banco de Portugal lança dados da dívida pública

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar os números referentes à dívida pública de setembro, após este indicador ter diminuído em 0,9 mil milhões de euros em agosto de 2022, para 278,2 mil milhões de euros. A redução refletiu, sobretudo uma amortização de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), no valor de 1,2 mil milhões de euros, garante o BdP.

Web Summit avança para o segundo dia

No segundo dia da Web Summit 2022, a realizar na FIL em Lisboa, o evento de tecnologia vai contar com oradores como o CEO do próprio evento, Paddy Cosgrove, o senior vice president e head scientist da Alexa (da Amazon), Rohit Prasad, bem como o CEO do The Atlantic, Nick Thompson. Além destes convidados, a Web Summit vai contar ainda com o prefeito da cidade de São Paulo, no Brasil, Ricardo Nunes e a CEO da Veritas Ventures, Vera Futorjanski.

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Ministério Público terá 28 especialistas para apoiar procuradores. São psicólogos, contabilistas, arquitetos e engenheiros

Os resultados das candidaturas foram conhecidos este mês. Serão dez psicólogos, 13 engenheiros e arquitetos e cinco especialistas na área económica e financeira. Apenas dez candidatos foram excluídos.

Os primeiros assessores técnicos/especialistas para darem apoios aos magistrados do Ministério Público (MP) estão a chegar aos tribunais de todo o país. Segundo o que o ECO apurou, junto do site da Procuradoria-Geral da República, já estão escolhidos esses profissionais que irão preencher os postos de trabalho de especialistas nos gabinetes de apoio aos magistrados do Ministério Público, depois do concurso lançado em fevereiro deste ano. Profissionais esses que irão dar apoio técnico aos magistrados nas várias acusações que, por ano, são deduzidas pelos procuradores do MP.

Assim, da área de psicologia foram admitidos dez profissionais e excluídos quatro. Da área de urbanismo/engenharia/arquitetura forma preenchidas 13 vagas e quatro candidatos excluídos e na área económico-financeira, bancária e contabilística foram selecionados cinco candidatos e excluídos outros dois. No total são 28 assessores técnicos.

A assessoria técnica nos tribunais está prevista no regulamento que se seguiu à Lei da Organização do Sistema Judiciário (LOSJ), de março de 2014, a qual determinou que os gabinetes seriam constituídos por especialistas com, no mínimo, licenciatura em Ciências Jurídicas, Economia/Gestão, Contabilidade/Finanças e Psicologia.

“Cada comarca, ou conjunto de comarcas, pode ser dotada de gabinetes de apoio destinados a prestar assessoria e consultadoria técnica aos presidentes dos tribunais e aos magistrados judiciais e do Ministério Público, na dependência orgânica do Conselho Superior da Magistratura e da Procuradoria-Geral da República, respetivamente, nos termos a definir por decreto-lei”, diz a mesma lei, redigida há oito anos.

Assessores também para juízes

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) também abriu concurso para 24 postos de trabalho em que admitiu igualmente a entrada de psicólogos, contabilistas, economistas, licenciados em Finanças e, claro, licenciados em direito, para darem assessoria técnica aos juízes nos tribunais judiciais espalhados pelo país.

O cargo é de técnico superior, “para os gabinetes de apoio aos magistrados judiciais, em regime de comissão de serviço”, segundo o aviso, publicado em Diário da República no dia 27 de maio. “O concurso está aberto a candidatos com licenciatura em Contabilidade, Finanças, Economia, Psicologia e Direito”, diz o mesmo aviso. Cargos “para o exercício de funções de assessoria e consultadoria técnica como especialistas nos gabinetes de apoio aos magistrados judiciais dos Tribunais Judiciais das áreas de atuação das comarcas das regiões Norte, Centro e Sul, bem como na área da grande Lisboa englobando os arquipélagos da Madeira e Açores”, explica o mesmo documento.

O tema não é novo, mas nunca passou do papel. Mas basta apontar casos de processos mediáticos como a Operação Marquês, caso Universo Espírito Santo ou, mais antigos ainda, a Operação Furacão ou o processo BPN, para se perceber a falta de profissionais de outros ramos para auxiliar tecnicamente os magistrados.

Em 2019, um inquérito realizado pelo mesmo Conselho Superior da Magistratura mostrava que 95% dos inquiridos (cerca de metade do número total de juízes) consideraram necessitar de assessores para os apoiar. Quase dois terços dos magistrados denunciavam precisar tanto de assessoria judicial como de consultadoria técnica, havendo 15% da amostra a referir apenas a necessidade de juristas e outros tantos a reclamar só apoio técnico. Apenas 12 juízes diziam não sentir necessidade de qualquer assessoria, havendo outros quatro que discordam de um apoio deste tipo.

O que está previsto há vários anos é que estes profissionais sejam técnicos superiores com uma categoria de dirigentes intermédios, recrutados em comissão de serviço por três anos e com um vencimento bruto de perto de cerca 1.700 euros, valor que se falava em 2009. A criação de gabinetes de apoio deveria ter arrancado nesse ano nas três comarcas piloto que avançaram com o mapa judiciário de Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça à data. Em setembro de 2014, um modelo similar, com algumas alterações, foi alargado a todo o país, prevendo igualmente os tais gabinetes de apoio. Mas estas estruturas nunca saíram do papel.

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Audere Investments está em negociações para comprar a capital de risco do BPI

A Inter-Risco, uma das empresas selecionadas para o programa Consolidar do Banco Português de Fomento, investiu mais de 200 milhões de euros no mercado ibérico em mais de 100 empresas.

A Audere Investments de Juan Carlos Felix está em negociações para comprar a sociedade de capital de risco do BPI, apurou o ECO. A venda da Inter-Risco enquadra-se no objetivo do banco detido pelo CaixaBank de sair da área do private equity, que já não é considerada estratégica.

À venda está a quase totalidade da sociedade de capital de risco, embora a equipa de gestão fique com uma pequena participação, noticiou no início de outubro o Jornal Económico (acesso pago). O processo foi iniciado há dois anos, sabe o ECO, e tem por base a necessidade de aliviar o consumo de capital da instituição liderado por João Pedro Oliveira e Costa, que não comenta o processo.

A Inter-Risco, uma das empresas selecionadas para o programa Consolidar do Banco Português de Fomento, investiu mais de 200 milhões de euros no mercado ibérico em mais de 100 empresas ao longo dos últimos 20 anos. É constituída por três fundos: Caravela, Inter-Risco II e Inter-Risco II CI.

O Fundo Caravela foi constituído em 2003 com 30 milhões de euros, mas já está em fase de desinvestimento, já que o período de investimento terminou em junho de 2007. Estava dirigido a investimentos de expansão e build-up em PME nacionais e foi subscrito pelo BPI, como sponsor, o Fundo Europeu de Investimento (FEI) como co-sponsor, o IAPMEI e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Uma das empresas nas quais este fundo investiu foi a NewCoffee, uma empresa de torrefação e comercialização, na qual detém uma participação de 22%, indica a sociedade no seu site.

Já o Fundo Inter-Risco II foi constituído em 2010 com 81,5 milhões de euros de capital, estando também direcionando para investimentos de buyout e build-up no mercado das PME portuguesas não cotadas, com um volume de negócios até 100 milhões de euros. Este fundo, que também já está em fase de maturação ou desinvestimento (o período de investimento encerrou em 2015), realizou seis investimentos âncora, em seis indústrias distintas e tem o BPI como sponsor, e o FEI e a Fundação Calouste Gulbenkian como investidores.

Este fundo tem, desde 2013, uma participação de 100% nos Just Stay Hotels, de 66,3% na ENC Energy e de 51% na Mecwide, uma empresa de serviços de engenharia especializada. Já a participação de 49% no Onevet Group remonta a 2012.

Finalmente, o Fundo Inter-Risco II CI de 30 milhões de euros foi integralmente subscrito pelo BPI e pela Inter-Risco, e “teve por finalidade a realização de investimentos e desinvestimentos em paralelo com o Fundo Inter-Risco II, até ao término do período de investimento deste”, explica o site da capital de risco.

“Após esse período, que terminou em 2015, o Fundo realizou dois novos investimentos de forma autónoma, terminando o seu período de investimento, com cinco investimentos no seu portfolio”, pode ler-se ainda no site. Também este fundo já encerrou o seu período de investimento (em 2016) e está agora em fase de maturação ou desinvestimento das suas participações. Tem participações nas mesmas empresas do fundo anterior (exceto no Onevet Group), mas também na Catari, uma empresa de produção e comercialização de andaimes (40,7%).

O ECO contactou o BPI, mas este optou por não fazer comentários.

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Concentra compra histórica marca de jogos Majora antes do Natal

Empresa de brinquedos detida pela família Feist compra a Majora ao The Edge Group por 800 mil euros. Novos donos estão a relançar marca com 83 anos e esperam “impulso forte nas vendas” já este Natal.

Criada em 1939 pelas mãos de Mário José Oliveira, que inspirado por uma viagem à Alemanha começou a desenhar jogos de tabuleiro na cave da casa dos pais, situada na conhecida Avenida da Boavista, no Porto, a Majora é considerada a mais antiga empresa portuguesa de jogos e tem no catálogo referências clássicas como o Sabichão ou o Jogo da Glória.

A terceira geração da família Oliveira não evitou a falência do negócio, que em 2014 passou para as mãos do lisboeta The Edge Group, liderado pelo empresário José Luís Pinto Basto, por um valor anunciado na altura de 600 mil euros. Este fundo de investimento ficou com todo o espólio da marca, que veio a relançar no mercado em 2016.

Inativa desde 2018, quando interrompeu as operações, a histórica marca de origem nortenha acaba de ser comprada pela Concentra Brinquedos, com o diretor-geral, Ricardo Feist, a adiantar ao ECO que esta “operação bastante complexa, que já estava pensada antes da pandemia e que durou cerca de ano e meio a ser concluída”, custou perto de 800 mil euros.

É um processo de consolidação fundamental para ganharmos escala e competirmos num mercado cada vez mais global. E uma aposta estratégica desenvolver mais produtos próprios, em alternativa às marcas internacionais que distribuímos.

Ricardo Feist

Diretor-geral da Concentra

A empresa fundada em 1966 e sediada em Oeiras — além de comercializar marcas próprias, distribui mais de 50 referências internacionais de brinquedos, como a Patrulha Pata, Panda, Batman ou Frozen — foi apoiada nesta transação relativa a 100% do capital pela consultora Moore Stephens e pela sociedade de advogados RPBA – Ricardo da Palma Borges & Associados.

“São duas empresas portuguesas emblemáticas e achamos que é um processo de consolidação fundamental para ganharmos escala e competirmos num mercado cada vez mais global, de forma mais eficaz e eficiente. Depois, para a Concentra é uma aposta estratégica desenvolver mais produtos próprios, em alternativa às marcas internacionais que também distribuímos. Finalmente, porque o segmento dos jogos tem vindo a crescer bastante nos últimos anos, devido aos confinamentos e pela vontade das famílias passarem mais tempo a jogar em conjunto”, justifica Ricardo Feist.

Voltar a faturar cinco milhões até 2030

Nos anos de maior sucesso comercial, entre 2006 e 2009, a Majora faturou cerca de cinco milhões de euros por ano. Os novos donos reconhecem que será “um processo longo de reconstrução da marca”, mas esperam até ao final desta década voltar a esse volume de vendas, estimando que nessa altura a marca Majora vá pesar cerca de 20% no negócio global. E vão começar já neste Natal, com o relançamento de uma linha baseada no top 10 de jogos mais vendidos.

A médio e longo prazo, o líder da Concentra diz que pretende desenvolver uma nova imagem e “guia de estilo” para a Majora, uniformizar todos os produtos e “recuperar a essência da marca”. Por outro lado, pretende desenvolver uma nova gama em diferentes categorias: familiares, educativos ou voltados para “nichos”, como jogos de estratégia, party games de adultos, solidários ou para seniores.

Ricardo Feist, diretor-geral da Concentra

Prestes a entrar na época alta dos brinquedos, que vale dois terços das vendas anuais, Ricardo Feist assume que “o facto de [estar] a relançar a marca Majora nesta fase do ano, obviamente que vem trazer um impulso forte nas vendas”. “Acrescentamos esta marca icónica ao nosso portefólio e também esperamos um crescimento forte na categoria de jogos, onde queremos ser líderes — não só com a Majora, mas com todo o portefólio que a Concentra já detinha”, completa.

Já questionado sobre uma eventual subida dos preços para esta época natalícia, o empresário recusa um novo aumento com reflexo no bolso dos consumidores portugueses, além daquele que já registou ao longo deste ano e que calcula rondar, em média, os 5%. “Obviamente o mercado de brinquedos não é imune a todos os aumentos de custos que tem havido”, indica, ao mesmo tempo assegurando que tem feito “todos os possíveis para manter os preços inalterados, absorvendo grande parte desses custos”.

Mais vendas online e exportações, após Natal “forte”

Atualmente na segunda geração e detida ainda a 100% pela família do fundador, Pedro Feist, a Concentra emprega 20 pessoas e é a única empresa portuguesa (e familiar) na lista dos cinco maiores operadores no mercado de brinquedos em Portugal, em que concorre com multinacionais como a Lego, a Mattel, a Hasbro e a Famosa. Em 2021 faturou perto de 15 milhões de euros, recuperando logo no ano passado do primeiro impacto da pandemia nesse indicador.

Para 2022 estima um crescimento de 20%, ao fechar o ano com um volume de negócios de 18 milhões de euros. A exportação pesa 12%, com destaque para Espanha. O filho do fundador detalha o objetivo, com a aquisição da Majora e a gama própria da Concentra, de “reforçar essa aposta na expansão para um mercado mais ibérico”. E também nas vendas online, que só pesam 10% do total — longe da quota digital no país vizinho (36%) ou no Norte da Europa (Inglaterra, Alemanha, Países Escandinavos), onde mais de metade dos brinquedos são comprados através da internet.

O mercado de brinquedos em Portugal ronda os 200 milhões de euros. Quase não tem indústria e 85% das vendas são feitas através das grandes cadeias da distribuição moderna, como o Continente, Pingo Doce, Auchan ou Intermarché.

Sem qualquer fornecedor nacional – “infelizmente, em Portugal já não existe indústria de fabrico de brinquedos e, portanto, não seria competitivo tentar reativar qualquer produção no nosso país”, desabafa Ricardo Feist –, embora tenha alguns artigos feito em Espanha, nos Países Baixos, na Alemanha ou na Polónia (sobretudo na parte dos jogos de sociedade), a grande maioria dos brinquedos são fabricados na China.

Do ponto de vista comercial, o mercado de brinquedos em Portugal, que ronda os 200 milhões de euros, é dominado pela distribuição moderna. As grandes cadeias, como o Continente, Pingo Doce, Auchan ou Intermarché, controlam cerca de 85% do negócio; e o retalho especializado os restantes 15%, destacando-se nesta lista a Toys ‘R’ Us, o CentroXogo ou a Fnac, além dos vendedores mais tradicionais de brinquedos.

O mercado de brinquedos acaba por ser à prova de crises. Os consumidores mais facilmente cortam noutras coisas do que nos brinquedos, pois tentam que as crianças não sofram qualquer efeito.

Ricardo Feist

Diretor-geral da Concentra

E depois de ver o mercado “muito ativo” nos primeiros nove meses do ano, Ricardo Feist prevê que “a campanha de Natal também seja forte, apesar das grandes dúvidas e incertezas” provocadas pela inflação e pela guerra na Ucrânia. “Sobretudo agora que a Concentra incorporou também a Majora no portefólio, o que [a] coloca numa posição ainda mais robusta para atacar o mercado”, detalhou.

“O mercado de brinquedos já tem passado por muitas crises e acaba por ser um setor à prova de crises. No sentido em que os consumidores mais facilmente cortam noutras coisas do que nos brinquedos, pois tentam que as crianças não sofram qualquer efeito [negativo]. Portanto, continuamos a acreditar que, apesar de tudo, vamos ter um ano 2022 bastante forte”, rematou o diretor-geral da Concentra.

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Brasil de braços abertos ao investimento? Empresários têm dúvidas

Lula da Silva ainda não definiu as prioridades de política económica. António Saraiva e Jorge Rebelo de Almeida têm dúvidas sobre a possibilidade de um novo ciclo de investimento português no Brasil.

O Brasil vai estar, de novo, de braços abertos para o investimento empresarial português com Lula da Silva como Presidente? O ministro da Economia, António Costa Silva, afirma que Portugal vai procurar uma cooperação comercial mais ativa nesta nova fase política do Brasil, mas os empresários têm mais dúvidas sobre uma mudança política que signifique uma espécie de regresso ao passado quando as empresas descobriram o mercado brasileiro.

À margem a sessão de abertura da Web Summit, o ministro da Economia disse ao jornal Valor Económico que a eleição de Lula abre novas perspetivas para as relações empresariais entre os dois países. A ApexBrasil, a entidade congénere da Aicep naquele país, comunicou que o Brasil tem a maior participação de sempre na edição deste ano da Web Summit, uma Missão de Internacionalização que inclui 60 startups e 20 empresas inovadoras”. Mas muda alguma coisa? António Saraiva não acredita em mudanças significativas relativamente ao que é o passado recente do investimento português no Brasil. “Não vai trazer nada de novo“, atira o presidente da CIP. A mais importante das razões é que o Brasil “é um país economicamente muito protecionista e Lula da Silva não vai mudar isso“.

Lula da Silva ganhou as eleições no domingo, mas pouco se sabe do que será a sua estratégia económica. Como escreve a revista Veja, “o petista Luiz Inácio Lula da Silva ainda não detalhou o que pretende fazer na área económica, e isso preocupa banqueiros e empresários. A dúvida número um é como ficará a política fiscal [orçamental]”. E talvez por isso a reação dos mercados foi ambígua. No discurso de vitória, Lula foi também genérico sobre o que serão as suas prioridades. “A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra“, prometeu Lula da Silva.

E quais são as perspetivas económicas? Segundo o último relatório do FMI, o PIB brasileiro recuperou para níveis de pré-pandemia e o ritmo económico mostrou-se favorável, apoiado pela expansão e o crescimento robusto do crédito ao setor privado. As estimativas mais recentes do Fundo, datadas de julho, apontam para um crescimento económico de 1,7% este ano, quase um ponto percentual acima da taxa de 0,8% calculada em abril, mas em 2023 prevê uma expansão de 1,1%, 0,3 pontos percentuais a menos do que o previsto quatro meses antes.

António Saraiva, presidente da CIP, em entrevista ao ECO - 04DEZ19

António Saraiva aponta a realidade das “regras trabalhistas“, um enquadramento que é também apontado por Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, que tem dez hotéis no Brasil com mais de oito mil camas. O empresário hoteleiro afirma ao ECO que o Brasil precisa de reformas estruturais significativas em três áreas decisivas: “Justiça, área laboral e tributária“.

Não acredito que a eleição de Lula seja determinante para um regresso do investimento português”, diz Rebelo de Almeida, “a não ser que haja uma mudança radical…”, acrescenta.

Os dois líderes empresariais apontam o protecionismo, por um lado, e os níveis de exigência de capital, por outro, como fatores que funcionam como obstáculo ao investimento português no Brasil, e recordam os casos de insucesso de empresas portuguesas naquele país. “A economia brasileira é mais dependente do poder político do que é em Portugal, é mais dependente, mas tem setores pujantes, como a indústria e o agronegócio”, salienta o presidente do grupo Vila Galé.

O presidente da CIP desvaloriza os “chavões” sobre a relação económica e empresarial entre os dois países e põe a tónica no que poderá ser uma mudança no acordo União Europeia/Mercosul, com a eleição de Lula da Silva. “Pode dizer-se que haverá uma relação diferente entre Portugal e o Brasil, mas o que pode criar novas condições para o investimento português é um acordo ao nível comunitário com os países do Mercosul“. Já Rebelo de Almeida vê na melhoria das relações políticas uma eventual oportunidade. “O Presidente Bolsonaro nunca teve grande abertura para Portugal”, como aliás se percebe dos casos políticos que envolveram também o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa nas suas últimas deslocações ao Brasil.

Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé.Paula Nunes/ECO

O Presidente eleito vai ter um quadro político adverso na câmara do congresso. O partido com mais assentos é mesmo o de Bolsonaro, com 36% dos lugares, enquanto a base de apoio que serviu a eleição de Lula tem vários partidos e é responsável por 24% dos lugares. Conhecedor da realidade política brasileira, onde está há mais de 20 anos, Jorge Rebelo de Almeida salienta que o chamado “centrão político” desloca-se sempre em direção ao poder. “Lula da Silva vai ter de demonstrar capacidade de negociação política“, reconhece o empresário.

António Saraiva e Jorge Rebelo de Almeida apontam também a necessidade de saber quem serão os ministros do novo Governo de Lula da Silva nas áreas económicas. O líder do grupo Vila Galé valoriza, de qualquer forma, a escolha de Lula para a vice-presidência do Brasil, Geraldo Alckmin, antigo adversário do Presidente eleito. “É um moderado”, sentencia.

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“Rússia põe tecnologia ao serviço do terror”, acusa primeira dama da Ucrânia

Olena Zelenska aproveita palco da Web Summit para apresentar efeitos do uso da tecnologia na destruição do país. "Estamos numa viagem ao passado, a qual não pedimos".

“A tecnologia tem o poder para determinar a direção em que o mundo se movimenta. A Rússia põe a tecnologia ao serviço do terror.” Foi assim que a primeira dama da Ucrânia, Olena Zelenska, apresentou-se nesta terça-feira em Lisboa, na cerimónia de abertura da Web Summit. O discurso serviu para mostrar os efeitos do uso da tecnologia nas pessoas, para causar a morte ou para recuperar os feridos da guerra com a Rússia.

A intervenção teve pompa de Estado: Olena Zelenska fixou-se no palanque posto no palco, focou o olhar no teleponto e preparou um discurso muito personalizado, pronto para fazer pensar cada um dos espetadores no pavilhão Altice Arena. “A Rússia, deliberadamente, está a usar alvos vivos”, acusou a mulher de Volodomyr Zelensky. Nos ecrãs, foram vistos rostos de crianças, adolescentes e de uma grávida que morreram pelos drones usados pelo exército russo, acusou a primeira dama ucraniana.

Primeira dama da Ucrânia, Olena Zelenska.Hugo Amaral/ECO

Para reforçar o impacto da apresentação, foi também exibido um vídeo em que dezenas de crianças, num abrigo, entoam a música “Stefania”, dos Kalush Orchestra com que a Ucrânia venceu a edição de 2022 da Eurovisão. Não poderia acreditar que as crianças em 2022 teriam de ir para os abrigos. As pessoas deviam voar para Marte, não para os abrigos. Parece uma viagem ao passado, a qual não pedimos.

Depois de referir que 40% da produção energética do país está comprometida, o discurso virou-se para o lado bom da tecnologia. “Queremos usar a tecnologia para salvar e não para magoar as pessoas“, assinalou. Nos ecrãs surgiu uma criança com uma mão biónica e um adolescente com uma prótese na perna, proporcionada por uma organização dos Estados Unidos.

O palco serviu para Olena Zelenska apresentar a sua fundação, lançada há um mês, e que tem como prioridades a educação e os cuidados médicos. “É possível apoiar projetos para ajudar pessoas. Encontrem esses projetos, pois ajudar a Ucrânia significa tornar o mundo num lugar melhor.”

Da esquerda para a direita: Olena Zelenska (primeira dama da Ucrânia); Paddy Cosgrave (fundador da Web Summit); António Costa e Silva (ministro da Economia); Carlos Moedas (presidente da câmara de Lisboa).Hugo Amaral/ECO

O final do discurso foi feito para o aplauso de pé: “A nossa grande vitória vai consistir em várias pequenas vitórias. Acredito que a tecnologia serve para criar e não para destruir. […] A tecnologia pode colocar o mundo num lugar melhor. Vamos fazer isto em conjunto.”

Com um pavilhão iluminado com o azul e amarelo da Ucrânia, a cerimónia de abertura da Web Summit ficou concluída.

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Costa Silva na Web Summit: Há 90 milhões para apoiar três mil startups

Ministro da Economia usa palco principal da Web Summit para anunciar o arranque dos vouchers digitais para apoiar novos negócios tecnológicos nos próximos quatro anos.

Há 90 milhões de euros a caminho para apoiar um total de três mil startups nos próximos quatro anos. O anúncio foi do ministro da Economia, António Costa Silva, esta terça-feira na cerimónia de abertura da Web Summit, e confirmou uma notícia já avançada pelo ECO. “Nos próximos dias vamos lançar um financiamento de 90 milhões de euros para vouchers digitais e ajudar 3 mil startups nos próximos quatro anos”, referiu o ministro da Economia no palco principal da cimeira, no Altice Arena. O financiamento desta medida está previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Com o anúncio da abertura das candidaturas previsto para os “próximos dias”, o Governo prepara-se para avançar a medida, que irá ser executada pela Startup Portugal.

“Temos a responsabilidade de fazer a gestão de fundos significativos do PRR: 125 milhões de euros de fundos no âmbito da medida C16, que visa apoiar o ecossistema empreendedor. Desses vamos ter 90 milhões dedicados especificamente às startups, em vouchers green e digital. São destinados a empresas que desenvolvem modelos de negócio digitais e que tenham sustentabilidade e o lado ‘verde’ também presente no seu modelo de negócio. Vinte milhões de euros vão ser destinados às incubadoras em vales para upskill, para essas incubadoras se profissionalizarem, reforçarem os seus recursos, o seu talento, conseguirem prestar o melhor serviço, desempenhar melhor a sua função do que até aqui”, adiantou o diretor executivo, António Dias Martins, em agosto em entrevista ao ECO.

Numa intervenção em que convidou os estrangeiros a mudarem-se para Portugal, o ministro recordou que o país está a preparar uma nova lei das startups, “uma das mais agressivas da Europa”, e que vai incluir medidas para incentivar que os trabalhadores possam ter ações da empresa em que trabalhar.

Costa Silva considerou ainda que o país e a Web Summit têm uma “casamento bem sucedido” e que a procura de novas soluções energéticas é um dos maiores desafios para os próximos anos.

Moedas desafia o impossível

A assistir no palco ao discurso de António Costa e Silva esteve o presidente da câmara de Lisboa. Carlos Moedas fez a apresentação internacional do projeto Unicorn Factory Lisboa, com a qual pretende apoiar 20 ideias por ano, num investimento de oito milhões de euros em parceria com entidades privadas.

O discurso também serviu para o presidente da câmara falar em Lisboa numa cidade onde “o impossível transforma-se no possível”, numa referência ao projeto fábrica de unicórnios, instalado no Hub Criativo do Beato. Carlos Moedas deixou também um convite para os fundadores de empresas mudarem-se para a capital.

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