Debate entre Lula e Bolsonaro tem embate sobre pandemia, corrupção e fake news

  • Lusa
  • 17 Outubro 2022

O primeiro debate entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, que disputam a segunda volta das eleições do Brasil, ficou marcado por acusações de fake news, corrupção e má gestão da pandemia.

O primeiro debate entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, que disputam a segunda volta que definirá o próximo Presidente do Brasil, teve ataques e acusações sobre fake news, corrupção e má gestão da pandemia.

No início, o antigo presidente Lula da Silva lembrou que o Brasil registou 11% das mortes provocadas pela Covid-19 no mundo, embora possua 3% da população mundial, tentando expor o que considerou uma má gestão da saúde pública por parte do Governo liderado por Bolsonaro.

Lula da Silva chamou ao adversário de “Rei das ‘Fake News’” e “Rei da Estupidez” e disse que Bolsonaro “atrasou a vacina”, num ato de “negligência [que] causou a morte de 600 mil pessoas, quando mais de metade poderia ter sido salva.”

Rebatendo acusações de má gestão e frieza diante do sofrimento dos brasileiros infetados, Bolsonaro disse que “se comoveu a cada morte”, que no seu mandato foram compradas “mais de 500 milhões de [doses de] vacinas” e que o Brasil foi “o país que mais vacinou no mundo”.

Bolsonaro voltou a desvalorizar as recomendações públicas para o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para combater a pandemia, como a cloroquina, alegando um suposto direito dos médicos de receitarem medicamentos “tendo ou não comprovação científica”.

O atual presidente alegou que o Partido dos Trabalhadores, de Lula da Silva, teria relação com lideranças de fações do crime organizado do Rio de Janeiro e de São Paulo e falou com ironia de um evento que a campanha dele fez num dos maiores conglomerados de favelas no Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão.

“Vocês são amigos de bandidos. Na favela não tinha polícia ao seu lado, só traficantes”, disparou Bolsonaro a Lula da Silva, num dos momentos mais tensos do primeiro bloco do debate. Lula da Silva negociou ligações ao crime organizado, reiterou que foi ao Complexo do Alemão, que ao seu lado só tinha povo trabalhador e prometeu voltar àquela favela do Rio de Janeiro.

O vídeo de uma entrevista em que Bolsonaro fez comentários impróprios sobre uma visita a jovens venezuelanas numa favela, que os apoiantes de Lula da Silva consideraram demonstrar uma associação do Presidente à pedofilia, um assunto que foi muito discutido no final de semana, foi citado pelo próprio Presidente, que defendeu ter sido alvo de notícias falsas e afirmações mentirosas.

Bolsonaro fez questão de mencionar uma decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, que mandou a campanha de Lula da Silva retirar um vídeo sobre a polémica.

Lula da Silva disse que Bolsonaro teve que fazer uma transmissão ao vivo, nas redes sociais na madrugada de domingo, para explicar porque mentiu ao associar jovens venezuelanas à prostituição, mas lembrou que ele usou um ‘pin’ da campanha contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.

Tanto Lula da Silva quanto Bolsonaro afirmaram não terem interesse em aumentar o número de juízes do Supremo Tribunal Federal (STF).

Este é um dos temas mais polémicos da eleição brasileira porque apoiantes de Bolsonaro revelaram um projeto de aumentar o número de juízes do STF, ideia que grande parte da opinião pública brasileira considerou uma ameaça e uma tentativa de cooptação do judiciário, como terá ocorrido na Hungria e na Venezuela.

“Já tivemos experiência na ditadura de mudar a Suprema Corte […] Não é democrático um presidente da República querer ter ministros da Suprema Corte como amigos“, disse Lula. “Da minha parte está feito o compromisso, não terá nenhuma proposta“, disse Bolsonaro.

Questionados por jornalistas sobre a relação que pretendem manter com o Congresso, já que ambos responderam por acusações de corrupção e uso de dinheiro público indevidamente em troca de apoio de parlamentares, os candidatos adotaram estratégias diferentes.

O atual Presidente afirmou não ter responsabilidade pelo orçamento secreto, uma prática iniciada em seu Governo que consiste em permitir que parlamentares indiquem, sem dar transparência, onde serão aplicados recursos do Executivo em troca de apoio em votações no Congresso, uma prática que está a ser investigada por suspeita de corrupção.

“Se eu comprar [um deputado], ele vai votar comigo. O orçamento foi criado por [pelo deputado] Rodrigo Maia, queria que isso estivesse nas minhas mãos. Jamais daria dinheiro para essa turma se não estivessem votando comigo”, disse Bolsonaro.

Já o antigo presidente Lula da Silva, cujo primeiro Governo foi envolvido no esquema de compra de votos conhecido como Mensalão, ressaltou a importância de lidar com o Congresso eleito pela população brasileira e disse que fará um orçamento participativo.

“É com quem tem mandato que o Governo executivo se relaciona. Vou tentar acabar com o orçamento secreto com um orçamento participativo, mandando para o povo dar opinião, dizendo o que quer efetivamente ver sendo feito”, propôs o antigo presidente.

Promovido pela TV Bandeirantes, o jornal Folha de S.Paulo, o portal UOL, e a TV Cultura, o primeiro debate da segunda volta das eleições teve três blocos, com perguntas de jornalistas e dois momentos, de 30 minutos cada, em que os candidatos puderam debater livremente.

Lula e Bolsonaro defrontam-se na segunda volta das eleições presidenciais em 30 de outubro. A última sondagem, divulgada na sexta-feira, indica que o ex-dirigente sindical Lula da Silva tem uma vantagem de cinco pontos em relação a Bolsonaro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pandemia aumentou números de pobres pela primeira vez desde 2014

  • ECO e Lusa
  • 17 Outubro 2022

No primeiro ano de pandemia, o número de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social aumentou 12,5% face a 2019. Foi a primeira vez desde 2014 que este número cresceu.

Em 2020, o número de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social aumentou 12,5% face a 2019. O ano da chegada Covid-19 marcou o primeiro ano desde 2014 em que cresceu o número de desfavorecidos cresceu, segundo os dados da Pordata para o Dia Internacional da Pobreza, citados pelo Diário de Notícias (acesso livre), pelo Jornal de Negócios (acesso pago) e Público (acesso condicionado).

“Portugal desviou-se da trajetória de redução da pobreza que vinha a fazer desde 2014. Em 2020 houve um agravamento. Sem os apoios sociais, 4,4 milhões são pobres ou têm rendimentos abaixo do limiar da pobreza [554 euros mensais], o que passa para 1,9 milhões após as transferências sociais”, afirma Luísa Louro, diretora da Pordata.

Nesse sentido, Portugal está ainda longe de atingir a meta de ter menos 765 mil pobres até 2030. Já no que diz respeito ao risco de pobreza ou de exclusão social, Portugal recuou a níveis de 2017 (43,7 % contra 43,5 %). Em relação aos 27 países da União Europeia, Portugal é o segundo em que há mais pessoas a viverem em más condições materiais, isto é, em alojamentos com más condições, com 25% da população nesta situação.

Instituições recorrem mais ao Banco Alimentar para enfrentar aumento de famílias carenciadas

O aumento generalizado do preço dos alimentos, a par do gás e da eletricidade, está a ter impacto nas instituições sociais, que fazem mais pedidos ao Banco Alimentar para conseguirem apoiar o número crescente de famílias que pedem ajuda.

O fenómeno, apesar de ainda não estar quantificado, já é sentido no Banco Alimentar Contra a Fome (BA) desde há algum tempo, com um aumento de pedidos por parte das instituições, não só porque têm mais famílias a pedir-lhes ajuda, como as próprias instituições “precisam de mais dinheiro para fazer face ao custo dos consumos das suas próprias cozinhas”, adiantou a presidente do BA, Isabel Jonet.

A ‘Ajuda de Mãe’ é uma das instituições que recebe bens alimentares através do Banco Alimentar, que usa, não só para a confeção de refeições nas três residências, onde acolhem grávidas adultas e adolescentes ou mães adolescentes com os seus bebés, mas também para a entrega de cabazes com alimentos e confeção de refeições no refeitório.

Em declarações à agência Lusa, a presidente desta associação de solidariedade social contou que em 2021 prestaram apoio a 1.200 famílias de mães grávidas com bens de primeira necessidade, além do apoio social e psicológico.

Madalena Teixeira Duarte adiantou que a Segurança Social atualizou em 2022, e desde janeiro, o valor das comparticipações pagas às instituições e que o reforço da verba paga para os acolhimentos residenciais também foi superior ao habitual “para fazer face ao aumento do custo de vida”, mas garante que “não é suficiente”.

“Só para lhe dar um exemplo: noutro dia estava a falar com a responsável por uma das residências, que me dizia que tudo o que dantes gastávamos em carne dava para dois meses e agora não chega para um mês e meio”, exemplificou, admitindo que isso possa vir a ter como consequência que mães e bebés tenham que “comer ligeiramente diferente”.

Por outro lado, apontou que a ‘Ajuda de Mãe’ está a apoiar mais famílias – em 2021 ajudou cerca de 700 – com a entrega de produtos de higiene ou fraldas porque também estes bens ficaram mais caros e, por isso, difíceis de adquirir por estas pessoas.

C. Lopes chegou a Portugal com a família, vinda do Brasil, em novembro do ano passado. Desempregada desde o sétimo mês de gravidez, precisou de recorrer à ‘Ajuda de Mãe’ há cerca de quatro meses, quando soube que teria de comprar medicamentos específicos para a asma e pele atópica de um dos seus três filhos e percebeu que só com o salário de cerca de 740 euros do marido não seria possível fazer face a todas as despesas de uma família de quase seis pessoas.

Da ‘Ajuda de Mãe’ tem agora “bastante suporte na gestação, cuidados, ajuda de alimentação”, esta última na forma de um cabaz de alimentos que chega a casa de C. com “o básico”, desde arroz, massa, feijão, azeite, “às vezes biscoitos para as crianças”, iogurtes, entre outras coisas. Carne, peixe ou fruta já tem de ser a família a comprar.

“Economizamos em tudo, em gás, em água. Agora também comecei a receber um cabaz da junta de freguesia e juntando os dois, um pouquinho daqui, um pouquinho dali, dá para poder passar o mês”, contou. Quando chegou em novembro, C. encontrou os produtos alimentares com “valores bem diferentes do que estão agora”.

“Coisas que eu comprava para as crianças, não compro agora. Eles gostam de bastantes frutas, verdura. O que eu compro nesta semana, [na] semana que vem já não compro por conta do preço. Os biscoitos aumentaram, o pão aumentou. Tem muita coisa de que eles gostam que eu não compro como no inicio. Aumentou tudo, na verdade”, lamentou. Ainda assim, e apesar das dificuldades, a segurança e a qualidade da escola pública justificam a decisão de imigrar para Portugal.

Segundo a presidente da ‘Ajuda de Mãe’, a instituição recebe do Banco Alimentar produtos bens como arroz, massa ou enlatados, com os quais ajuda cerca de 60 famílias e fornece as residências, enquanto de outros parceiros vêm as fraldas ou os produtos de higiene. Uma grande superfície doava o peixe, mas outro tipo de alimentos, como carne, fruta, legumes ou ovos é a própria instituição que tem de comprar.

Para fazer face a essa, como a outras despesas, a instituição também tenta criar fundos próprios e Madalena Teixeira Duarte contou que foi criado um projeto de combate ao desperdício em que os excedentes alimentares, e alguns donativos, eram transformados em doces e compotas, que depois eram vendidos no Natal. “De repente, o açúcar passou de 0,89 euros para 1,29 euros. Agora de que maneira é que as nossas compotas vão ser vendidas”, questionou.

A responsável alertou que “isto são tudo dificuldades que as instituições enfrentam”, não só no que compram no dia-a-dia, mas também com o aumento do preço do gás ou da eletricidade, mas também porque lhes “restringe esta capacidade de angariação de fundos que depois iria contribuir para o apoio efetivo” de famílias.

Segundo a presidente da ‘Ajuda de Mãe’, o aumento do custo de vida vai obrigar a instituição a repensar gastos e se calhar a abdicar de alguns projetos, já que aliado ao aumento dos preços estará o aumento do salário mínimo nacional em 2023.

Madalena Teixeira Duarte receia que o futuro vá “ser um tempo difícil”, com cada vez mais pessoas a pedir ajuda junto das instituições, uma realidade que a presidente do Banco Alimentar constata diariamente, quando abre os mails que chegam à sua caixa de correio eletrónico.

Segundo Isabel Jonet, para já, há mais pedidos de ajuda, mas ainda não há redução no número de doações, tendo em conta que a mais recente campanha de recolha decorreu em maio e a próxima será no final de novembro. Ao mesmo tempo, o volume doado pela indústria e pela agricultura mantém-se inalterado, o que poderá querer dizer que ou ajustaram a produção ou mantêm o volume de vendas.

Defendeu que deve ser explicado às famílias que a conjuntura atual não é de curto prazo e alertou que a inflação vai refletir-se por largos meses nos orçamentos das famílias, com “maior incidência nas famílias mais carenciadas porque não têm folga orçamental”.

Para a presidente do BA, é, por isso, “muito previsível que vá aumentar o número de pessoas que vão ficar numa situação muito difícil e em pobreza”, tendo em conta o aumento dos preços dos alimentos, da energia e das taxas de juro em simultâneo.

(Notícia atualizada às 9h02 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

‘Almofada’ das pensões está 12% abaixo do valor de 2021

  • ECO
  • 17 Outubro 2022

Nos primeiros nove meses do ano, o valor do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social ficou cerca de 12% abaixo do registado no período homólogo de 2021, para 21,7 mil milhões de euros.

Nos primeiros nove meses do ano, o valor do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social ficou cerca de 12% abaixo do registado no período homólogo, para 21,7 mil milhões de euros, noticia o Jornal de Negócios (acesso pago).

Na proposta de Orçamento do Estado para 2023, o Governo conta que a ‘almofada’ das pensões atinja 26,5 mil milhões de euros, cobrindo mais de ano e meio em pensões. Para tal acontecer, será necessária a transferência de saldos e receitas adicionais e uma valorização dos ativos de 4%.

Contudo, para Miguel Coelho, ex-vice-presidente do Instituto de Segurança Social, poderá ser difícil alcançar essa meta a curto prazo. “Quais os pontos sensíveis? Por um lado, estarmos a assumir que haverá uma recuperação dos mercados já em 2023. O segundo ponto é assumir que há uma transferência de mais de três mil milhões do sistema para o FEFSS. São as duas questões discutíveis”, afirma, em declarações ao Jornal de Negócios.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amortização dos créditos à habitação sobe 30%

  • ECO
  • 17 Outubro 2022

Em causa estão 132.375 reembolsos de créditos à habitação, num total de 5,7 mil milhões de euros, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Deste total, a maioria diz respeito a reembolsos totais.

No ano passado, os portugueses amortizaram mais de 5,7 mil milhões de euros de créditos à habitação, o que representa um aumento de 30% face a igual período de 2020 e de 19% face a 2019, escreve o Jornal de Notícias (acesso condicionado).

Em causa estão 132.375 reembolsos de créditos à habitação, num total de 5,7 mil milhões de euros, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Deste total, a maioria (5,3 mil milhões) diz respeito a reembolsos totais, em que o crédito ficou liquidado (cerca de 89 mil contratos). Já os restantes 400 milhões são reembolsos parciais.

Ao Jornal de Notícias, Nuno Rico, economista da Deco Proteste, explica que esta situação se deve a alguma liquidez gerada pelas famílias na pandemia, somada à expectável subida das taxas de juro. Recorde-se que em 2021 a Euribor a seis meses ainda estava em valores negativos, mas já se antecipava que a política de juros baixos iria inverte-se, situação que neste caso sucedeu em junho de 2022.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Kiev denuncia novos ataques russos com drones ‘kamikaze’ iranianos

  • Lusa
  • 17 Outubro 2022

Autarca de Kiev confirmou que as explosões se deveram a ataques de drones, que provocaram um incêndio num edifício não residencial e danos em vários prédios de apartamentos.

As explosões sentidas na manhã de segunda-feira no distrito de Shevchenkiv, no centro da capital ucraniana, Kiev, deveram-se a “ataques de drones ‘kamikaze'”, disse o chefe de gabinete da presidência do país.

“Os russos acham que [este ataque] vai ajudá-los, mas mostra o seu desespero”, disse Andrey Yermak, na plataforma Telegram, acrescentando que foram usados ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) de fabrico iraniano.

Também no Telegram, o autarca de Kiev confirmou que as explosões se deveram a ataques de drones, que provocaram um incêndio num edifício não residencial e danos em vários prédios de apartamentos.

Os bombeiros e os serviços médicos e de emergência já estão no local e a autarquia da capital está a tentar recolher informações sobre possíveis vítimas, acrescentou Vitali Klitschko.

Após os primeiros ataques, um jornalista da AFP viu um drone a cair sobre um prédio, enquanto dois agentes policiais o tentavam abater com as suas armas de serviço.

Na sexta-feira, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse que as Forças Armadas russas têm atualmente “cerca de 300 unidades” de drones de combate fornecidos pelo Irão.

Segundo Reznikov, as autoridades russas estariam agora em negociações com Teerão para comprar mais alguns milhares desses aparelhos aéreos não tripulados, segundo a agência de notícias UNIAN.

“Se vai acontecer ou não, veremos. Mas devemos estar preparados para isso, para não ficarmos parados. Estamos a desenvolver sistemas para os repelir. O nosso Exército está a derrubá-los, já aprendemos como fazê-lo”, disse o ministro da Defesa ucraniano.

As autoridades ucranianas acusam desde agosto o Irão de fornecer os chamados “drones ‘kamikaze'”, que chocam com os alvos, ao Exército russo, embora Teerão tenha negado estar envolvido nessa transação, assim como Moscovo.

No final de setembro, a Ucrânia retirou as credenciais do embaixador iraniano em Kiev e anunciou uma redução significativa da presença diplomática iraniana.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Recuo do Governo britânico anima bolsas. Wall Street ganha até 2,5%

As bolsas europeias seguem no verde esta segunda-feira, enquanto os principais índices de Wall Street inverteram a tendência negativa em que fecharam na semana passada. Siga aqui o dia nos mercados.

Os mercados estão a ter um bom início de semana, com as bolsas a negociarem em alta. Em Wall Street, está em destaque o índice tecnológico, Nasdaq, que soma quase 2,50%, enquanto na Europa é a praça de Madrid que lidera os ganhos.

o principal índice nacional, o PSI, avança perto de 1,7%, para 5.429,48 pontos, estando as 15 cotadas a negociar em terreno positivo.

No Reino Unido, o novo ministro britânico das Finanças, Jeremy Hunt, reverteu praticamente o plano fiscal anunciado há menos de uma semana pelo seu antecessor. O novo responsável assumiu mesmo que o Governo pretende arrecadar mais 32 mil milhões de libras em receitas fiscais todos os anos.

Na Ásia, a economia chinesa terá mostrado uma recuperação significativa no terceiro trimestre, com os níveis de emprego a manterem-se estáveis, indicou a entidade de planeamento do Estado na segunda-feira. A informação foi divulgada na véspera do anúncio dos dados da economia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Administração Pública quer experimentar semana de quatro dias

  • ECO
  • 17 Outubro 2022

O Governo está a estudar desenvolver um projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho na Administração Pública, à semelhança do que vai ser feito no setor privado.

O Governo está a estudar desenvolver um projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho na Administração Pública, à semelhança do que vai ser feito no setor privado, adiantou a ministra da Presidência, em entrevista ao Público (acesso condicionado).

“A nossa ambição é, a par do que vai acontecer no setor privado [com a semana de quatro dias], também fazer um trabalho na Administração Pública com algumas diferenças, porque temos muitos serviços que não são compatíveis com esse tipo de organização do tempo de trabalho”, afirmou Mariana Vieira da Silva, garantindo que está a trabalhar “com o Ministério do Trabalho” para desenvolver “um projeto semelhante”.

A ministra garantiu ainda que há instituições públicas que querem experimentar esta possibilidade, mas sublinha que “também depende da metodologia que seja seguida”, nomeadamente se será numa organização em particular ou num conjunto”, para se conseguir avaliar o impacto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: semana de quatro dias, crédito à habitação e pensões

  • ECO
  • 17 Outubro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo está a estudar desenvolver um projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho na Função Pública. A subida das taxas de juro está a provocar uma corrida às amortizações dos créditos à habitação. A marcar o dia está ainda a notícia de que a desvalorização da dívida pública e das ações ameaça as metas do Executivo para o Fundo de Estabilização. Conheça estas e outras notícias em destaque esta segunda-feira.

Administração Pública quer experimentar semana de quatro dias

O Governo está a estudar desenvolver um projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho na Administração Pública, à semelhança do que vai ser feito no setor privado. “A nossa ambição é, a par do que vai acontecer no setor privado, também fazer um trabalho na AP com algumas diferenças, porque temos muitos serviços que não são compatíveis com esse tipo de organização do tempo de trabalho”, sinalizou a ministra da Presidência, em entrevista ao Público. Mariana Vieira da Silva garante ainda que há instituições públicas que querem experimentar esta possibilidade.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado)

Portugueses estão a amortizar mais os créditos à habitação

A subida das taxas de juro está a provocar uma corrida às amortizações dos créditos à habitação. No ano passado, os portugueses amortizaram mais de 5,7 mil milhões de euros de créditos à habitação, o que representa um aumento de 30% face a igual período de 2020 e de 19% face a 2019. Nuno Rico, economista da Deco Proteste, explica que esta situação se deve a alguma liquidez gerada pelas famílias na pandemia, somada à previsível subida das taxas de juro.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado)

‘Almofada’ das pensões está 12% abaixo do valor de 2021

Nos primeiros nove meses do ano, o valor do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social ficou cerca de 12% abaixo do registado no período homólogo de 2021, para 21,7 mil milhões de euros. No Orçamento do Estado para 2023, o Governo conta que a ‘almofada’ das pensões atinja 26,5 mil milhões de euros, cobrindo mais de ano e meio em pensões. Para tal acontecer, será necessária a transferência de saldos e receitas adicionais e uma valorização dos ativos de 4%.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Pandemia aumentou números de pobres pela primeira vez desde 2014

Em 2020, o número de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social aumentou 12,5% face a 2019. O ano da chegada Covid-19 marcou o primeiro ano desde 2014 em que cresceu o número de desfavorecidos cresceu, segundo os dados da Pordata para o Dia Internacional da Pobreza. Em relação aos 27 países da União Europeia, Portugal é o segundo em que há mais pessoas a viverem em más condições materiais, isto é, em alojamentos com más condições.

Leia a notícia completa no Diário de Notícia (acesso pago)

Procura por elétricos e carros de luxo acima da média

O crescimento das vendas de carros elétricos e de luxo desde o início do ano está acima da média do mercado. A Maserati, por exemplo, conta com um aumento das vendas de 450% em relação ao início do ano, tendo comercializado 11 unidades. Na Bentley, o crescimento é de 125%. Nos veículos sem emissões, a Tesla cresce mais de 42%, tendo já matriculado 457 carros. Ao mesmo tempo, o mercado automóvel nos primeiros nove meses do ano está 1,1% abaixo dos números de 2021.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Irlandesa FinTrU abre escritório no Porto e quer criar 500 empregos em cinco anos

Multinacional de tecnologias para bancos de investimento instala "delivery center" no Porto. Operação liderada por Telmo Fernandes vai ocupar antigo concessionário automóvel na Rua de Santa Catarina.

Especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas que ajudam bancos de investimento a cumprir com as diferentes obrigações legais e regulamentares em todo o mundo, aFinTrU está a instalar um deliverycenter no Porto, estimando a criação de 500 novos empregos nos primeiros cinco anos de atividade. As primeiras 40 vagas vão ser preenchidas até ao final de 2022.

A nova operação desta empresa fundada em 2013 e sediada em Belfast, na Irlanda do Norte, vai ser liderada por Telmo Fernandes, que já chefiou em Portugal a área de recursos humanos de multinacionais como a Proef, a francesa Natixis, a plataforma africana Jumia ou a londrina SaltPay – e que até agora ocupava o cargo de Global Head of People & Culture na Byon Solutions.

Telmo Fernandes, Site Lead da FinTrU Porto

O mais recente escritório da FinTrU – junta-se aos que tem na Irlanda do Norte, Inglaterra (Londres), República da Irlanda (Dublin), Países Baixos (Maastricht) e Estados Unidos (Nova Iorque) — vai estar pronto até ao final do ano. Com perto de 3.000 metros quadrados, em plena Rua de Santa Catarina, no centro da cidade Invicta, as instalações resultam da reconversão de um concessionário automóvel, apurou o ECO. Vai ter “um vasto número de estacionamentos” e foi desenhado para ser um espaço de trabalho híbrido e “oferecer aos colaboradores um ambiente colaborativo a nível local e global”.

Focado nas áreas de KYC (Know Your Customer), Compliance, Legal, Risco & Controlo e Operações, este delivery center vai trabalhar diretamente com os clientes do grupo: bancos de investimento espalhados por diversas geografias. Foi classificado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) como um projeto de interesse estratégico nacional e teve igualmente o apoio da AICEP, com o presidente, Luís Castro Henriques, a destacar “a qualidade excecional do talento disponível em Portugal”.

Esta é uma das 42 novas empresas estrangeiras que decidiram entrar no mercado português em 2022 e que devem criar 6.100 novos postos de trabalho, segundo os números divulgados na semana passada pela agência pública. De saída da presidência, o responsável da AICEP adiantou em Viseu que, “se tudo correr bem e estiverem prontos os mecanismos de incentivos que estão neste momento em negociação, representam mais de 2.500 milhões de euros de investimento”.

“Tendo analisado uma série de localizações europeias, não tivemos dúvidas de que o Porto representa a melhor opção para a FinTrU como o nosso próximo delivery center.

Darragh McCarthy

Fundador e CEO da FinTrU

Em comunicado, a FinTrU anuncia ainda a abertura de um conjunto de vagas para recém-licenciados com a Academia de Serviços Financeiros, estando já abertas as candidaturas. Os candidatos podem ser de várias áreas de formação, com esta a ser apresentada como uma “estratégia fundamental” de crescimento da empresa, que já desenvolveu mais de 30 academias nos últimos oito anos em múltiplas localizações.

“Estou entusiasmado por fazer parte deste desafio. A cultura da empresa em investir no desenvolvimento das suas pessoas e os nossos clientes Tier 1 foram fatores fundamentais para me juntar à FinTrU e fazer parte deste excitante projeto. Vamos investir no desenvolvimento de um ecossistema no Porto, desenvolvendo academias para apoiar a nossa expansão”, indicou Telmo Fernandes, Site Lead da FinTrU Porto.

Com 1.100 colaboradores em vários países e destacada em março pelo Financial Times como uma das empresas de crescimento mais rápido da Europa, o fundador e CEO, Darragh McCarthy, sublinha que “à medida que a FinTrU continua a aumentar a carteira de clientes de bancos de investimento internacionais, [vê] esta expansão da pegada global como um passo muito importante na [sua] jornada empresarial”. “Tendo analisado uma série de localizações europeias, não tivemos dúvidas de que o Porto representa a melhor opção para a FinTrU como o nosso próximo delivery center”, acrescenta o empresário.

Darragh McCarthy, fundador e CEO da FinTrU

“Trabalhámos de perto com a AICEP, que foi fantástica na apresentação das oportunidades que o Porto tem para oferecer. O talento altamente qualificado, a próspera comunidade empresarial e a qualidade das universidades e do ensino confirmaram a nossa decisão. Os projetos sedeados no Porto serão integrados na estrutura de entrega da FinTrU, garantindo o elevado nível de padrões de qualidade que oferecemos aos nossos clientes globais”, detalha a chief of staff, Katrien Roppe.

Na mesma nota divulgada à imprensa esta segunda-feira, Ricardo Valente, vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara do Porto, salienta, por outro lado, que este investimento é um “grande reconhecimento” da estratégia da autarquia nortenha, liderada pelo independente Rui Moreira, que diz estar a “construir uma cidade onde pessoas, empresas, oportunidades e conhecimento convergem para um verdadeiro hub de talento”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

O INE passa a "pente fino" os dados relativos ao movimento de passageiros nos aeroportos, já o Eurostat dá a conhecer a evolução do comércio internacional. IGCP reembolsa 8.400 milhões aos mercados.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os dados relativos ao movimento de passageiros nos aeroportos nacionais, enquanto o Eurostat passa a “pente fino” o comércio internacional de mercadorias na UE. Esta segunda-feira, a IGCP reembolsa 8.400 milhões aos mercados. Os combustíveis voltam a ficar mais caros esta semana.

Como recupera a aviação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os dados sobre a atividade dos transportes, com dados referentes a agosto deste ano. Em julho, os aeroportos nacionais receberam 2,8 milhões de passageiros, o que representa mais do dobro face a igual período do ano passado, mas ainda abaixo do valor pré-pandemia.

IGCP reembolsa 8.400 milhões aos mercados

Portugal abate esta segunda-feira uma parte da sua dívida pública de cerca de 280 mil milhões de euros, quando um cheque de 8.4000 milhões de euros. Em causa está uma linha de Obrigações do Tesouro que a agência abriu a 9 de setembro de 2015, por via de um sindicato bancário.

Como evoluem os novos créditos ao consumidor?

O Banco de Portugal (BdP) vai dar a conhecer os dados relativos ao crédito ao consumo referentes a agosto. Em julho, o montante dos novos financiamentos aos consumidores desceu pelo segundo mês consecutivo, segundo dados da instituição liderada por Mário Centeno. Nesse mês, foram celebrados 43.374 contratos de crédito pessoal, mais 3,2% do que no mês anterior, mas o montante contratado, de 302 milhões, desceu 2,1% em relação a junho.

Combustíveis voltam a subir

Os combustíveis voltam a ficar mais caro esta semana. O preço do gasóleo vai aumentar 6,5 cêntimos por litro e a gasolina deverá ficar cinco cêntimos mais cara, apurou o ECO junto de uma fonte do setor. Contas feitas, deverá passar a pagar 1,921 litros por litro de gasóleo simples e 1,875 por litro de gasolina, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na semana passada, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras

Eurostat divulga dados sobre comércio internacional de mercadorias

O Eurostat vai divulgar esta segunda-feira os dados relativos ao comércio internacional de mercadorias na União Europeia (UE) referentes a 2021. Os dados mais recentes do INE indicam que, em agosto deste ano, as exportações em Portugal aumentaram 32,6% e as importações cresceram 51,9%, face a igual período de 2021. Nesse sentido, o défice comercial agravou-se em 1.748 milhões de euros face a agosto do ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Auchan vão ter 25 dias de férias em 2023

Com cerca de 8.500 pessoas sob a sua alçada, Clara Costa, a nova líder de pessoas da Auchan, considera que o grande desafio nos RH é trabalhar cada vez mais a experiência do colaborador.

A Auchan vai passar a oferecer aos seus colaboradores 25 dias de férias por ano, a partir de 2023, mais três do que aqueles a que a Lei obriga. A companhia espera que a medida — que pretende promover o bem-estar e o tempo de descanso das pessoas — contribua para melhorar a experiência do colaborador e responda às suas necessidades.

“Vamos passar para 25 dias de férias, já a aplicar em 2023. Este é também o caminho”, avança à Pessoas Clara Costa, diretora de recursos humanos da Auchan Retail, cargo que assumiu em agosto, em substituição de Jorge Filipe.

Esta não é, contudo, a primeira vez que a companhia decide aumentar os dias de férias dos seus colaboradores. “A primeira vez foi ainda antes da Covid. Demos mais dois dias de férias e foi algo que os colaboradores valorizaram muito, acho que até mais do que, às vezes, outro tipo de pequenos reconhecimentos. O tempo para estar com a família, o tempo de descanso, é algo que valorizamos e que a equipa também reconhece esse valor”, explica.

Com cerca de 8.500 pessoas debaixo da sua alçada — sendo que 90% está nas lojas — Clara Costa considera que o grande desafio nos recursos humanos é trabalhar cada vez mais a experiência do colaborador. “Aquilo que constatamos quando estamos do lado de cá a gerir é que fazemos muitos estudos e, por isso, achamos que sabemos aquilo que os colaboradores precisam, mas, na verdade, os estudos dão-nos os grandes grupos e nós temos de ir, cada vez mais, ao indivíduo.”

Quando vamos para a loja e falamos com as pessoas, concluímos que, muitas vezes, aquilo que nós propomos nem sempre é aquilo que a pessoa mais valoriza ou aquilo que a pessoa mais precisa. O grande desafio é propor uma experiência única ao colaborador. Costumo dizer que é um bocadinho como também queremos propor ao cliente.

Clara Costa

DRH da Auchan Retail

É no terreno que se apura se existe, realmente, um desencontro entre as medidas propostas pela companhia e as mais valorizadas pelos trabalhadores. “Quando vamos para a loja e falamos com as pessoas, concluímos que, muitas vezes, aquilo que nós propomos nem sempre é aquilo que a pessoa mais valoriza ou aquilo que a pessoa mais precisa. O grande desafio é propor uma experiência única ao colaborador. Costumo dizer que é um bocadinho como também queremos propor ao cliente.”

Flexibilizar o setor

Além de alargar os dias de férias — uma medida que também a Leroy Merlin implementou este ano, passando os seus trabalhadores a gozar de 23 dias por ano — a Auchan conta com uma série de outras medidas que visam, no fundo, aumentar a flexibilidade das suas pessoas com funções que não permitem o teletrabalho. E essas são a esmagadora maioria na retalhista alimentar.

“Agora falamos muito na questão do teletrabalho, mas, na verdade, não é uma questão para a maioria dos portugueses”, afirma Clara Costa. Para os 90% de profissionais da Auchan que estão nas lojas medidas como juntar as folgas semanais, permitir que os casais escolham se querem tirar férias e folgas de forma conciliada ou não, fazer o planeamento dos horários de trabalhos com dois meses de antecedência (não se usa o banco de horas) e permitir a troca de horários entre os colaboradores são bem vistas.

Para promover e apoiar a parentalidade, a empresa arrancou com duas creches, na Amadora e em Alfragide, em 2010 e 2012, respetivamente, com um escalão de pagamento associado ao rendimento do colaborador. Se for um diretor paga mais, se for um operador paga o mínimo, que ronda os 50/60 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preços dos combustíveis voltam a subir e estão em níveis praticados no Verão

É preciso recuar a 17 de julho para encontrar o preço por litro do diesel mais caro e, no caso da gasolina, recuar a 1 de agosto. No espaço de uma semana preços subiram 18 cêntimos.

Gasolina e gasóleo estão a subir há três semanas consecutivas e já somam 18 cêntimos. Estão em níveis tão altos como os praticados no Verão, anulando as descidas verificadas nas semanas anteriores. De acordo com os dados avançados ao ECO por uma fonte do mercado, o litro de gasóleo vai aumentar 6,5 cêntimos esta segunda-feira, enquanto o litro de gasolina deverá subir cinco cêntimos. É preciso recuar a 17 de julho para encontrar o preço por litro do diesel mais caro e, no caso da gasolina, recuar a 1 de agosto.

Ou seja, quando for abastecer ao longo desta semana vai pagar 1,921 euros por litro de gasóleo simples, o combustível mais usado em Portugal, e 1,875 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na segunda-feira passada, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras. Estes valores ainda podem ser ajustados porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras.

Por exemplo, a semana passada, o preço do gasóleo subiu 10,4 cêntimos, e não 11,5 como inicialmente se apontava. Mas a gasolina, em vez de subir sete cêntimos, disparou 12,4 cêntimos. A subida mais elevada desde que existem dados disponíveis, que poderá ser parcialmente justificada pelo facto de o barril ter brent ter disparado 3,7% face ao dia anterior.

Estes valores incorporam os novos descontos aplicados no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). Em outubro o Governo decidiu reduzir o desconto em 4,4 cêntimos na gasolina e 0,1 cêntimos no gasóleo, porque os preços dos combustíveis estavam a começar a abrandar. No entanto, com o corte na produção de crude por parte dos países da OPEP+ numa magnitude sem precedentes desde a pandemia – dois milhões de barris por dia – o “ouro negro” disparou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.