Hoje nas notícias: OE2023, gás e Pizarro

  • ECO
  • 7 Outubro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Nas contas do Orçamento do Estado para 2023, o Executivo prevê baixar a dívida para 110,8% do PIB e antecipa um crescimento económico de 1,3%. Joaquim Miranda Sarmento considera que o crescimento de 6,5% este ano que o Governo vende como o maior da União Europeia é “ilusório”. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Governo prevê crescimento de 1,3% e dívida pública de 110,8% do PIB em 2023

O Governo está a trabalhar com uma previsão de crescimento de 6,5% este ano, que deverá abrandar para 1,3% em 2023. No cenário macroeconómico que integra a proposta do Orçamento do Estado, o Executivo aponta para uma redução da dívida pública de 115% este ano e para 110,8% no próximo, o que significa regressar a valores anteriores à troika. Quanto ao défice, este deverá ser de 1,9% em 2022, caindo para 0,9% no próximo ano. Já a inflação será de 7,4% no final deste ano, tal como o ministro das Finanças já tinha anunciado, desacelerando para 4% em 2023.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Miranda Sarmento diz que “o crescimento que o Governo vende é ilusório”

O líder parlamentar do PSD concorda com as previsões do Banco de Portugal (BdP) sobre a inflação em 7,8% este ano e uma travagem a fundo da economia em 2023 “por duas razões”. A primeira, diz, porque o crescimento económico de 6,5% que o Governo “vende como o maior da União Europeia (UE) é ilusório”. “Isso só acontece porque tivemos a quarta maior quebra do PIB em 2020, em 2021 crescemos abaixo da média europeia, e o crescimento de 2022 é apenas o recuperar dos níveis pré-pandemia”, aponta Joaquim Miranda Sarmento. “Em qualquer situação haveria sempre alguma travagem”, remata, justificando que “a economia portuguesa não cresce 6,5% desde o final dos anos 80, (pelo que) nunca poderia continuar a crescer a este ritmo”.

Leia a entrevista completa no Diário de Notícias (acesso livre)

“Há uma distorção especulativa no preço do gás”, diz Teresa Ribera

A vice-presidente do Governo espanhol e ministra da Transição Ecológica considera que o aumento do preço do gás não corresponde a um aumento equivalente do seu custo. “Há uma distorção um tanto especulativa”, aponta, em entrevista ao Expresso. Teresa Ribera diz ser “importante” encontrar outra referência de preços após ficar sem a Rússia como fornecedor de gás, e “dar um sinal aos mercados, antes que chegue o inverno e tenhamos de comprar a qualquer preço”. “Porque se o preço do gás baixa, automaticamente baixa toda esta inflação”, assinala.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Capitais de risco escolhidas pelo BPF esperam rentabilidade mínima de 8% ao ano

Há uma semana, 14 sociedades de private equity foram selecionadas pelo Banco Português de Fomento (BPF) no âmbito do programa “Consolidar”, mas deverá desde logo haver uma enorme competição pelo levantamento de capital. Além disso, o dinheiro terá de ser investido até ao final de 2025 e as primeiras tranches irão chegar às empresas a partir do primeiro semestre do próximo ano. Outro desafio será o da rentabilidade, com algumas fontes dos 14 fundos a admitirem ao JE que “o número mágico” de rentabilidade anual são os 8% — percentagem abaixo da qual não é considerado atrativo para os investidores privados.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Suspeitas sobre promessas de Pizarro na Operação Teia devem ser arquivadas

Manuel Pizarro deverá ver arquivadas nos próximos meses as suspeitas que o envolvem na Operação Teia, caso que investiga um alegado favorecimento na adjudicação de contratos de 1,4 milhões de euros entre a empresa de Manuela Couto e várias autarquias socialistas e o IPO do Porto. O Observador avança que a Polícia Judiciária (PJ) terá concluído que não foram concretizadas as promessas de influência feitas pelo agora ministro da Saúde junto do Governo de António Costa para se abrir uma exceção na lei de limitação de mandatos dos gestores públicos, cujo objetivo seria manter José Maria Laranja Pontes como presidente do IPO do Porto.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

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Dados do emprego assustam Wall Street. Nasdaq desliza 3,7%

  • ECO
  • 7 Outubro 2022

A pressão vendedora voltou a abalar Wall Street, depois de se saber que a taxa de desemprego recuou para 3,5% em setembro.

As bolsas norte-americanas fecharam a última sessão da semana com perdas bastante significativas. A pressão vendedora voltou a abalar Wall Street, depois de se saber que a taxa de desemprego recuou para 3,5% em setembro, regressando ao nível pré-pandemia e deixando em aberto um novo aumento expressivo dos juros pela Fed.

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Cinco passos para atrair e reter o melhor talento nas organizações

O ManpowerGroup apresenta cinco medidas que as empresas podem adotar para impulsionar o desenvolvimento de carreira e, consequentemente, reforçar a sua capacidade de atração e fidelização do talento.

Numa altura em que a escassez de talento se intensifica e em que candidatos e trabalhadores exigem novos valores e comportamentos por parte das empresas, a atração e a fidelização do talento são primordiais para o sucesso das organizações. É cada vez mais importante que os empregadores oiçam aquilo que os colaboradores procuram obter das suas vidas profissionais e respondam a essas necessidades, potenciando a atração e a permanência do talento na empresa.

“Uma forma de as empresas abordarem este desafio passa pela oferta de uma perspetiva de carreira onde os colaboradores sintam que podem aprender, desenvolver competências, e ter um impacto positivo na empresa e na sociedade. Quer seja através de upskilling ou career pathing, as empresas que responderem a estas necessidades não só impulsionarão a produtividade e a retenção do seu talento atual, como também verão reforçada a sua capacidade para atrair os melhores profissionais do mercado”, explica o ManpowerGroup.

Dados de um estudo da Gallup revelam que 87% dos inquiridos da geração millennial afirmam que as oportunidades de crescimento e desenvolvimento são muito importantes para a sua satisfação profissional e 67% dos respondentes de outros grupos etários manifestam o mesmo sentimento.

O grupo especializado em recursos humanos apresenta cinco medidas que as empresas podem adotar na sua estratégia, de modo a impulsionar o desenvolvimento da carreira dos colaboradores e, consequentemente, reforçar a sua capacidade de atração e fidelização de talento.

1. Alargar a definição de crescimento na carreira

Comece por assegurar que, na organização, a definição de “crescimento na carreira” vai além das promoções. “É necessário pensar em formas de os trabalhadores crescerem no cargo que desempenham, mas também ponderar a evolução para outras funções e até mesmo o crescimento no exterior, nomeadamente em atividades externas, em conselhos ou comités relevantes para a empresa e para a comunidade”, sugere o ManpowerGroup, em comunicado.

2. Capacitar os profissionais para serem responsáveis pela sua carreira

Quando cada pessoa se responsabiliza pela sua carreira, existe um maior sentido de propósito e de pertença. Assim, o papel das organizações passa por encorajar os colaboradores a explorarem os seus pontos fortes e valores e a forma como estes se alinham com a organização. É igualmente importante assegurar que lhes são proporcionados mecanismos para obter feedback, tais como ferramentas de avaliação 360 e assessments de carreira, bem como reforçar a sua capacidade para desenvolver uma rede de contactos relevantes dentro de toda a organização.

3. Formar os líderes para serem coaches de carreira

Os gestores devem atuar como coaches de carreira, colocando questões para ajudar os colaboradores a desenvolver o seu compromisso com a empresa e a sua função. São exemplo perguntas como: “O que o entusiasma mais nesta função?”, “qual é o trabalho dos seus sonhos?” ou “como posso ajudá-lo a progredir para essa função?”. Desta forma, “é possível ajudar os profissionais a descobrir um propósito e objetivos de carreira mais profundos, e a crescer”. Estas conversas também farão com que as pessoas se sintam ouvidas e valorizadas. Neste processo, recorrer a coaches de carreira certificados pode ser uma opção, recorda a empresa de RH.

4. Utilizar tecnologia que auxilie a mobilidade na carreira

A adoção de soluções de análise de competências e gestão de carreiras permite mapear as competências necessárias à organização no futuro, comparar a sua força de trabalho com estas competências e alinhar os colaboradores com as funções que melhor se adequam aos seus conjuntos de aptidões. “Estas ferramentas usam IA para ajudar a definir percursos de carreira para os colaboradores, o que pode ser especialmente útil em grandes organizações, mais complexas, onde as oportunidades podem ser difíceis de identificar.”

5. Acelerar carreiras de grupos sub-representados

“O estabelecimento de um programa de mentoria pode promover a inclusão e fomentar o crescimento profissional dos grupos minoritários”, sugere a recrutadora. Para que o resultado seja o esperado, será também importante fornecer aos mentores o apoio de que necessitam para compreender o seu papel. As empresas que adotarem estas medidas, em conjunto com um processo de onboarding robusto e com a melhoria do processo de recrutamento, serão as que vão conseguir vantagem no mercado, gerindo com sucesso a captação e fidelização dos melhores profissionais, garante.

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Comunicações em Portugal devem escapar a eventuais racionamentos de luz no inverno

Associação que representa Meo, Nos e Vodafone entende que caso tenha de haver "cortes programados" no fornecimento elétrico no inverno, as redes de telecomunicações terão de ficar de fora.

A associação que representa as operadoras portuguesas entende que caso o país tenha de racionar eletricidade durante o inverno, no contexto da crise energética, “quaisquer cortes programados” no fornecimento elétrico terão de “preservar o funcionamento das redes de comunicações”. No entanto, apagões inesperados poderão afetar os serviços, se forem prolongados, disse ao ECO fonte oficial da Apritel.

Na quinta-feira, a Reuters noticiou que operadoras em vários países europeus estão a alertar para o risco de “apagões” parciais nas telecomunicações, caso haja falhas no abastecimento elétrico. Em Portugal, a opção ainda é remota, porque, ao contrário de países como a Alemanha, as elétricas não dependem tanto do gás natural russo para a produção de eletricidade. Mas não estão imunes à subida dos preços.

O ECO questionou a Meo, Nos e Vodafone sobre o risco de constrangimentos no fornecimento de serviços de telecomunicações em Portugal por causa da crise energética que se vive na Europa. O setor optou por responder através da Apritel e começou por lembrar que “as principais infraestruturas de comunicações eletrónicas do país têm autonomia energética, suportada em sistemas de socorro adequados”.

Instalação da rede de telecomunicações e 5G no Rock in Rio Lisboa - 07JUN22
As infraestruturas usadas nas redes móveis têm baterias que lhes dão alguma autonomiaHugo Amaral/ECO

Porém, falhas imprevistas mais duradouras poderão ser um problema: “Naturalmente, perante eventuais situações de cortes prolongados de energia, não pode ser excluída a possibilidade de haver alguma afetação das redes de comunicações”, admite a Apritel.

Pelo contrário, caso se tratem de cortes previstos – por exemplo, por motivos de racionamento imposto ao nível da administração central –, o setor das telecomunicações entende que tem de ser deixado de fora dessas medidas excecionais. “Quaisquer cortes programados não poderão deixar de preservar o funcionamento das redes de comunicações, a par de outros serviços e infraestruturas críticas”, rematou, em resposta ao ECO, fonte oficial da associação setorial.

Certo é que os confinamentos da Covid-19 e o ciberataque à Vodafone no início do ano, que deixou a operadora praticamente sem serviços durante vários dias, vieram mostrar a criticidade das redes de telecomunicações na economia e sociedade modernas. Por exemplo, o problema da Vodafone afetou não só os milhões de clientes da empresa em Portugal, mas também entidades privadas e instituições públicas de serviços essenciais.

Não será, por isso, difícil para as operadoras argumentarem que as redes devem continuar a funcionar. Mesmo no pior cenário de racionamento de energia.

A notícia da Reuters de quinta-feira indicava, em concreto, que os Estados-membros da União Europeia estão a tomar medidas para garantir que as telecomunicações podem continuar a funcionar em caso de falhas na rede elétrica. No geral, os equipamentos que fornecem as redes móveis têm baterias que garantem energia em caso de falha elétrica, mas a autonomia rondará os 30 minutos, segundo a agência.

França, Suécia e Alemanha estarão entre os países em que o risco é superior. A Reuters referia que, em França, o Governo, as operadoras e a fornecedora de eletricidade EDF mantiveram conversações sobre este assunto no verão — o país enfrenta constrangimentos energéticos depois de a geração elétrica em vários dos seus reatores nucleares ter sido interrompida para manutenções. Na Suécia e na Alemanha, as operadoras também suscitaram estas preocupações.

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Goldman Sachs antecipa subida de 22% do petróleo até março de 2023

O corte de dois milhões de barris de petróleo por dia anunciados pela OPEP+ estão na base na revisão em alta do preço do Brent para este e para o próximo ano.

Este ano, a cotação do barril de Brent contabiliza uma valorização de 38%, quando medido em euros. E dificilmente deverá ficar por aqui. De acordo com uma nota de research enviada esta quinta-feira aos seus clientes, o banco de investimento Goldman Sachs reviu em 10 dólares a cotação do barril de Brent para o último trimestre deste ano e para o primeiro trimestre de 2023.

Segundo o documento, os analistas do Goldman colocam agora o Brent a cotar nos 110 dólares no final deste ano e nos 115 dólares no primeiro trimestre do próximo ano. A confirmar-se as previsões do banco de norte-americano, e atendendo que atualmente o barril de Brent está a cotar nos 94,3 dólares, deveremos assistir a uma subida do Brent de 17% este ano e de 22% até março de 2023.

Apesar da revisão em alta, os valores previstos pelos analistas do Goldman estão abaixo dos máximos alcançados este ano em março, quando o Brent chegou a ser negociado acima dos 130 dólares.

Na base da nova previsão dos analistas do banco norte-americano está a decisão da OPEP+ (países produtores de petróleo e seus aliados) em cortar em dois milhões de barris por dia a produção de petróleo até ao final deste ano. Trata-se no maior corte de produção desde a pandemia de Covid-19.

Mas o Goldman vai ainda mais longe. Caso o corte da produção por parte dos países da OPEP+ se prolongue para lá de dezembro, o preço do barril pode registar um incremento imediato de mais 25 dólares às últimas previsões – 140 dólares no primeiro trimestre do próximo ano e 135 dólares como preço médio para 2023.

Os amortecedores do mercado petrolífero (stocks de armazenamento e utilização de toda a capacidade potencial) permanece a um nível crítico”, alertam os analistas do banco de investimento, sublinhando que “os elevados preços continuam a ser a solução mais viável de longo prazo para aumentar os stocks no curto prazo e incrementar a capacidade de oferta de petróleo a médio prazo.”

Cotação do Brent em USD com previsões do Goldman Sachs
Fonte: Reuters. Cotação do Brent em USD com previsões do Goldman Sachs a partir de outubro de 2022.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que Fernando Medina divulga o cenário em que assenta o próximo Orçamento do Estado, há nova ronda negocial com a Função Pública e é anunciado na Noruega o novo Prémio Nobel da Paz.

Depois de várias semanas de expectativa, com o Governo a não ceder à pressão do Presidente da República para antecipar as perspetivas macroeconómicas, o Executivo socialista vai apresentar aos partidos da oposição as previsões que vão constar da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.

Governo apresenta cenário macro para OE2023

O Governo apresenta esta manhã aos partidos com representação parlamentar o cenário macroeconómico que servirá de base à proposta de Orçamento do Estado para 2023, diploma que dará entrada na Assembleia da República no início da próxima semana. Em reuniões consecutivas, a partir das 9h, o Executivo estará representado pela ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

Ronda negocial com sindicatos da Função Pública

Está marcada para esta sexta-feira uma ronda negocial do Governo com os sindicatos da Função Pública. Após o Executivo socialista apresentar a proposta de aumentos para os funcionários públicos em 2023, que contempla subidas entre os 2% e os 8%, as primeiras reações do STE, da Fesap e da Frente Comum não foram muito positivas, considerando a proposta insuficiente.

Quem será o Nobel da Paz?

Quem vai vencer este ano o Prémio Nobel da Paz? O galardão, um dos mais cobiçados a nível mundial, vai ser anunciado esta sexta-feira na Noruega, às 10h (hora de Lisboa). No meio de uma guerra no continente europeu, na sequência da invasão russa, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o crítico do Kremlin, Alexey Navalny, e a líder da oposição bielorussa Sviatlana Tsikhanouskaya são alguns dos nomes mais falados.

Conselho Europeu em Praga

Às 8h (hora de Lisboa) arranca a reunião informal dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia. No Castelo de Praga, na capital da República Checa, Portugal vai estar representado pelo primeiro-ministro, António Costa. A reunião acontece um dia depois da realização na mesma cidade da primeira reunião da Comunidade Política Europeia, uma nova plataforma que junta os 27 países da UE e 17 países do continente europeu.

FMI divulga relatório de estabilidade financeira

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai divulgar em Washington o mais recente Relatório Global de Estabilidade Financeira. Esta quinta-feira, a diretora-geral da instituição antecipou que a situação económica mundial, potenciada pelo aumento da inflação, “ainda vai piorar antes de melhorar”, reconhecendo que a invasão da Ucrânia deitou por terra as previsões da entidade.

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Governo anuncia apoios ao crédito à habitação. O que muda

Se está a pensar amortizar o crédito à habitação, espere pelo próximo ano. Mas se estiver em vias de entrar numa situação de incumprimento, comece já hoje a negociar com o seu banco.

A prestação da casa é a despesa maior no orçamento de muitas famílias portuguesas. E está a ter um peso cada vez maior à medida que as taxas de juro dos contratos de crédito à habitação são atualizadas.

Num crédito à habitação de 100 mil euros a 30 anos indexado à taxa Euribor a 12 meses e com um spread de 1,2%, que tenha sido atualizado no início deste mês, a prestação passou de 308 euros para os atuais 424 euros. Trata-se de um aumento de 116 euros (38%) que, se nada for feito, terá de ser encaixado no orçamento familiar durante os próximos 12 meses até próxima revisão da taxa.

Para ajudar as famílias a mitigar o efeito do aumento da prestação do crédito à habitação no orçamento familiar, por conta de uma contínua subida das taxas de juro, o governo pretende levar avante duas políticas:

  1. Eliminar temporariamente a comissão de amortização antecipada do crédito à habitação;
  2. Criar um mecanismo que promova o dever dos bancos a tomarem a iniciativa de apresentarem uma solução alternativa às famílias quando estas se encontrem numa situação financeira de limite que as coloque próximo de entrarem em incumprimento.

No papel, as medidas explanadas ontem no Parlamento pelo secretário de Estado do Tesouro João Nuno Mendes parecem ir ao encontro do objetivo de gerar maior folga no orçamento das famílias. Mas, na prática, poderão acabar por ser paliativos sem profundidade para servirem de apoio efetivo às famílias que se encontram numa situação de maior aperto. Mas vamos por partes.

Eliminação temporária da comissão de amortização

No plano da gestão das finanças pessoais das famílias, a amortização do crédito à habitação é a solução mais eficaz para baixar a prestação da casa: não só alivia imediatamente o orçamento mensal na mesma proporção que o abatimento da dívida (se amortiza 50% do montante em dívida, a prestação da casa cai também em 50%), o montante dos juros a pagar ao longo do contrato é também reduzido.

E foi por essas vantagens que, no ano passado, mais de 132 mil famílias amortizaram o seu crédito à habitação (mais 28% do que em 2020), segundo dados do Banco de Portugal. E nem o custo associado a esta operação as travou: um crédito à habitação indexado à taxa variável obriga ao pagamento de uma comissão de reembolso antecipado de 0,5% e no caso dos contratos indexados à taxa fixa a comissão é de 2% sobre o capital amortizado.

Com vista a estimular que mais famílias amortizem parcialmente ou totalmente o crédito à habitação, o Governo anunciou a intenção de suspender temporariamente, durante 2023, esta comissão.

No ano passado, segundo dados do Banco de Portugal, o valor médio de cada reembolso total ou parcial do crédito à habitação foi de 43.537 euros. Considerando que no final de 2021 os contratos a taxa variável representavam 91% do saldo em dívida, a ordem de grandeza da comissão de amortização do crédito à habitação foi de 218 euros.

É certo que 218 euros não é um montante irrelevante, mas será que é por deixar de pagar uma comissão de 0,5% (500 euros por cada 100 mil euros de capital amortização) que uma família toma a decisão de resgatar parte substancial das suas poupanças para abater o crédito à habitação? A questão está a montante: Para amortizar o crédito, as famílias necessitam de ter liquidez disponível para pagar a dívida, e as famílias que hoje têm essa liquidez não são as que se encontram numa situação de maior aflição.

Outro argumento do governo para colocar em prática esta medida é que ao suspender temporariamente a comissão de amortização do crédito estará a estimular uma maior concorrência no mercado bancário, pois retira das famílias um encargo que teriam de ter.

Porém, também é certo que hoje já vários bancos assumem este custo, assim como todos os outros custos associados à contratualização do novo contrato de crédito à habitação quando o contrato é transferido para outra instituição. É isso que faz, por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos e o Santander, dois dos maiores players neste mercado.

Não há dúvidas que entre as várias alternativas que as famílias têm para baixar a prestação do crédito à habitação, a amortização do crédito é a mais eficaz. O único inconveniente é que para seguir esta estratégia é necessária liquidez. Se for o seu caso, espere pela entrada em 2023 para amortizar o crédito. Pelo menos é menos uma despesa que não tem de pagar.

Efeito na prestação da amortização

A prestação da casa cai na mesma proporção do abatimento da dívida. Num crédito à habitação de 100 mil euros a 30 anos indexado à taxa Euribor a 12 meses e com um spread de 1,2%, a prestação do crédito é de 424 euros. Por cada amortização de 10 mil euros (10% do montante em dívida), a prestação tem um alívio de 10%.

Nota: Para efeitos de cálculo considerou-se uma taxa Euribor de 1,851%.

Renegociação dos contratos por iniciativa dos bancos

A segunda medida anunciada pelo secretário de Estado do Tesouro no Parlamento promove a renegociação dos contratos de crédito à habitação de famílias com maiores dificuldades financeiras.

O diploma que o Governo colocou à discussão assenta no princípio da criação de um mecanismo que coloque a iniciativa do lado dos bancos, na disponibilização de uma solução mais vantajosa para os seus clientes que se encontrem numa situação periclitante de entrarem em incumprimento, sem prejuízo de isso gerar um agravamento do custo do crédito no futuro.

O “ponto de alarme” para se avançar para esta situação poderá passar pela definição de um limite da taxa de esforço (rácio entre o rendimento mensal da família e as suas despesas), que o Banco de Portugal recomenda que não ultrapasse os 50%.

No âmbito desta medida, os bancos podem, por exemplo, propor um alargamento temporário da maturidade do contrato, baixando assim a prestação do crédito. Por exemplo, num crédito à habitação de 100 mil euros a 20 anos indexado à taxa Euribor a 12 meses e com um spread de 1,2%, a extensão de mais 10 anos no contrato traduz-se num alívio mensal de 133 euros.

A renegociação do crédito à habitação por via da extensão das maturidades é algo que já existe e os bancos até têm mostrado alguma abertura nesse sentido, sobretudo após o fim das moratórias, não carregando nem penalizado mais os clientes com revisões de taxas ou pagamento de comissões. O que esta medida traz é uma maior responsabilização por parte dos bancos para evitarem que as famílias entrem em incumprimento.

Esta mudança não é apenas um pormenor de semântica. Entre 2019 e 2021, segundo dados do Banco de Portugal, 12% dos contratos de crédito à habitação que foram renegociados apresentavam situações de incumprimento no crédito à habitação ou noutro crédito na mesma instituição bancária. Só no ano passado, o número de contratos de crédito à habitação renegociados em que o mutuário estava em situação de incumprimento aumentou mais de 26,6%. Foram quase 3770 contratos nestas situações.

No entanto, o efeito prático desta medida pode ter um efeito menor do que seria esperado, em função das medidas macroprudenciais emitidas este ano pelo Banco de Portugal, que estabelecem, entre outras, limites de idade dos mutuários na contratualização dos créditos.

De acordo o regulador, o prazo máximo dos contratos de crédito à habitação e de outros créditos com garantia hipotecária ou equivalente celebrados a partir de 1 de julho de 2018 não devem ser superiores a 40 anos, no caso de clientes com idade inferior ou igual a 30 anos; 37 anos, no caso de clientes com idade superior a 30 anos e inferior ou igual a 35 anos; e 35 anos, no caso de clientes com idade superior a 35 anos.

Considerando que, segundo o Banco de Portugal, no final de 2021, a maioria dos contratos de crédito à habitação (64,4%) tinha prazos iniciais entre os 25 e os 40 anos e que, por norma, as famílias procuram contratualizar o crédito pelo prazo máximo permitido, a limitação de idade dos mutuários apontada pelo Banco de Portugal pode travar um efeito maior desta medida.

A novidade que pode surgir do diploma do Governo, que começa agora a ser discutido com os partidos políticos e regulador, é a abertura temporária destas balizas de tempo, por forma a alongar a maturidade para lá do valor máximo permitido e, assim, as famílias pagarem uma prestação mais baixa.

Impacto do alongamento da maturidade

Num crédito à habitação de 100 mil euros a 20 anos indexado à taxa Euribor a 12 meses e com um spread de 1,2%, a prestação do crédito é de 557 euros. Alongar a maturidade do contrato em 20 anos pode valer uma poupança mensal de 35%.

Nota: Para efeitos de cálculo considerou-se uma taxa Euribor de 1,851%.

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14 Sports Law lança prémio para jovens advogadas

A 14 Sports Law, escritório de direito desportivo em Portugal, lançou uma iniciativa para promover uma maior inclusão de mulheres na indústria.

A 14 Sports Law, escritório de direito desportivo em Portugal, lançou uma iniciativa para promover uma maior inclusão de mulheres na indústria.

O prémio “The Knock-Out: 14 Sports Law Award for Women” dará a oportunidade a uma recém-licenciada em direito de conhecer de perto o trabalho na área do direito desportivo. A vencedora do prémio receberá um prémio monetário de mil euros, um estágio de 3 meses na 14 Sports Law e uma formação em Direito Desportivo na Leadership Woman Football Academy.

Para concorrer, as candidatas deverão estar no último ano da licenciatura de direito, ou ter concluída a mesma nos últimos dois anos. Devem também submeter um artigo, em português ou inglês, sobre um tema diretamente relacionado com direito desportivo à sua escolha, de um máximo de quinze mil palavras. As candidaturas devem ser enviadas por email para info@14sportslaw.com até 1 de Novembro de 2022.

O júri do prémio Knock-Out for Women in Sports Law é composto por: Matilde Costa Dias, da 14 Sports Law;
Reyes Bellver Alonso, fundadora da Bellver Sports e Presidente da plataforma Leadership Woman Football;
Alejandra Gomez Bruinewood, primeira mulher juíza do Comité de Resolução de Disputas da FIFA, e co-diretora do programa conjunto do FC Barcelona e ISDE, o Global Master in Sports Management and Legal Skills; Ana Margarida Marques, Senior Legal Adviser na Federação Portuguesa de Futebol; Júlia Almeida, Diretora Executiva da Casa Pia SDUQ. Jessie Engelhart, fundadora da Sensato Sports Law.

Para Matilde Costa Dias, “o prémio Knock-Out for Women in Sports Law é um contributo importante para aumentar o conhecimento das oportunidades de carreira que existem no meio do direito desportivo. Queremos abrir a porta a cada vez mais mulheres juristas que se interessem por desporto e que podem ter, com este prémio, oportunidade de iniciar uma carreira de sucesso nesta indústria tão apaixonante como desafiante.”

A 14 Sports Law tem várias centenas de disputas contratuais nas instâncias internacionais (FIFA e TAS), e mais de 60 transferências internacionais nas quais prestou assistência jurídica. Interveio na aquisição de vários clubes de futebol profissional, e conta com clientes na Europa, América do Sul e Ásia, com especial foco na China e Médio Oriente.

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Concertação social segue em reuniões bilaterais esta sexta-feira. UGT e CIP confiantes num acordo

  • ECO
  • 6 Outubro 2022

Novas reuniões estão marcadas para esta sexta-feira para "clarificações" sobre algumas das propostas avançadas pelo Governo aos parceiros sociais. UGT e CIP acreditam num compromisso.

Depois de duas horas e meia de reunião com os parceiros sociais, em sede de concertação social, estão marcadas para esta sexta-feira novas reuniões bilaterais com o Governo. A CGTP, o primeiro parceiro a sair do encontro, avançou que há “clarificações” que tem de ser feitas depois do executivo ter apresentado novas propostas para o acordo de médio prazo de melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade.

A intersindical indicou, no final da reunião desta quinta-feira, que os trabalhadores têm “razões acrescidas para sair à rua no dia 15”, uma vez que os aumentos no setor privado “não se aplicam por decreto”. Mais otimista, a UGT acredita que se está “mais próximo de um acordo”, depois de ver algumas propostas do sindicato refletidas no documento do Governo. “Há caminho para um compromisso”, disse o dirigente Mário Mourão, que adianta já ter convocado os órgãos do sindicato para avaliarem em conjunto esta proposta.

Também António Saraiva registou o “caminho positivo” e, ainda que haja “pormenores” a discutir – como a quantificação de algumas medidas –, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) está “esperançoso” na aceitação deste texto do Governo.

Francisco Calheiros, da Confederação do Turismo de Portugal, assinalou “as melhorias” e os “passos importantes” da nova proposta do executivo socialista face à anterior, apresentada na passada quarta-feira. Apesar de criticar a forma da negociação, em contrarrelógio, e ainda querer esclarecer as medidas relacionadas com o Fundo do Compensação do Trabalho e IRC, Calheiros acredita que seja possível um acordo de princípio até domingo depois de ouvidos os associados.

João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), está “apreensivo” e não aceita ser “pressionado” para assinar um acordo antes do Orçamento do Estado para 2023. Alguns detalhes, sobretudo os que tem impacto nos transportes, têm de ser esclarecidos, nota a CCP.

No final da reunião, a ministra Ana Mendes Godinho voltou a dizer que a reunião foi “produtiva” num processo “intenso e profundo”, que tem como objetivo “um acordo que sirva o país”, os trabalhadores e as empresas.

(atualizado pela última vez às 22h00)

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Governo propõe aumentar indemnizações por despedimento de 12 para 14 dias

  • Lusa
  • 6 Outubro 2022

Hoje o trabalhador despedido tem direito a uma compensação correspondente a 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade.

A nova proposta do Governo para o acordo de rendimentos que está hoje a ser discutida na Concertação Social prevê o aumento das compensações por despedimento coletivo ou extinção de posto de trabalho de 12 para 14 dias.

O documento, a que a Lusa teve acesso, prevê ainda a suspensão das contribuições mensais das empresas, em cerca de 1%, para o Fundo de Compensação do Trabalho (FCT), que foi criado na altura da troika para pagar parte das indemnizações por despedimento.

Na proposta hoje apresentada, o Governo inclui o “aumento da compensação por cessação de contrato de trabalho para 14 dias nas situações de despedimento coletivo ou extinção do posto de trabalho e suspensão das contribuições mensais para o Fundo de Compensação do Trabalho a partir de 2023”.

Atualmente o trabalhador despedido no âmbito de um processo de despedimento coletivo tem direito a uma compensação correspondente a 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade. A redução do valor das indemnizações para 12 dias entrou em vigor em outubro de 2013, na altura da troika.

Antes do programa de ajustamento financeiro em Portugal, a compensação por despedimento equivalia a cerca de um mês por cada ano de antiguidade.

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Sindicatos desconvocam greve no Metro de Lisboa marcada para dia 12

  • Lusa
  • 6 Outubro 2022

A decisão de desconvocar a greve marcada para a próxima semana deveu-se, segundo o sindicato, à decisão do tribunal arbitral de decretar a realização de serviços mínimos durante a paralisação,

A greve de 24 horas dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa marcada para dia 12 foi desconvocada, mas os sindicatos já entregaram novo pré-aviso de paralisação para 25 de outubro, foi anunciado esta quinta-feira.

Em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) explica que a decisão de desconvocar a greve marcada para a próxima semana teve a ver com a decisão do tribunal arbitral de decretar a realização de serviços mínimos durante a paralisação, “ignorando claramente as características do trabalho em subsolo e a responsabilidade de garantir a segurança de trabalhadores e utentes”.

Contudo, e porque os sindicatos não vão “desistir da luta”, para o dia em que deveria realizar-se a greve irão ser convocados três plenários, “procurando abranger o maior número de trabalhadores possíveis”, lê-se na nota. “Entregaremos hoje um novo aviso prévio de greve, para ganhar tempo, relativamente aos 10 dias de aviso, para o próximo dia 25 de outubro e discutiremos com todos a continuação da luta e as medidas a tomar”, indica ainda a FECTRANS.

Em declarações anteriores à Lusa, Anabela Carvalheira, da FECTRANS, explicou que a greve agendada para dia 12 estava relacionada com reivindicações de aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Ainda de acordo com a sindicalista, a administração do Metropolitano de Lisboa mostra-se “irredutível e sem qualquer capacidade negocial”, pelo que o processo negocial iniciado há meses não foi concluído.

Por isso, os trabalhadores “não têm aumentos salariais, o que, face a esta situação com a inflação a cifrar-se em 9% por mês, não é de todo admissível”, afirmou, salientando que “os trabalhadores estão a perder poder de compra”. Além disso, acrescentou a sindicalista, continuam a faltar trabalhadores no Metropolitano de Lisboa.

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Eduardo Cabrita é candidato a diretor executivo da Frontex

Ex-ministro candidatou-se em julho e terá informado o Governo nessa altura. Decisão vai ser tomada pela Comissão Europeia até ao final do ano.

Eduardo Cabrita é o único candidato português ao cargo de diretor executivo da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), avança a Renascença, que diz ainda que o ex-ministro tem “fortes hipóteses” de ficar à frente do cargo.

O processo de seleção arrancou em abril e, em julho, terminou o prazo de candidaturas, altura em que Eduardo Cabrita apresentou a sua candidatura, no meio de um universo de 78 candidaturas internacionais. O Governo foi informado desta candidatura logo em julho e o ex-ministro está agora entre menos de uma dezenas de candidatos finalistas. A decisão vai ser tomada pela Comissão Europeia até ao final do ano.

Fontes citadas pela Renascença afirmam que Cabrita terá sido “incentivado por ministros de outros países” a candidatar-se e ainda que o papel de Portugal relacionado com as migrações “favorece” o ex-ministro.

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