ONU encerra Conferência dos Oceanos e assina Declaração de Lisboa. Assista aqui

  • Capital Verde
  • 1 Julho 2022

A sessão de encerramento da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas já arrancou. Declaração de Lisboa vai ser assinada pelos 193 membros da ONU. Assista aqui.

Nota: Se está a aceder através da aplicação, carregue aqui para ver a transmissão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Recrutamento na aldeia global: uma questão de valores

  • BRANDS' TRABALHO
  • 1 Julho 2022

O conceito de aldeia global está longe de ser novo, aliás, há já 60 anos que se fala dele. No entanto, os últimos dois anos vieram dar-lhe um novo ímpeto e estendê-lo a uma série de novas dimensões.

Quando McLuhan popularizou este termo, em 1962, estávamos longe de imaginar que, tanto tempo depois, seria uma pandemia a voltar a trazê-lo ao vocabulário comum.

Os desafios que o contexto pandémico impôs à sociedade e, em particular, às organizações fizeram com que se reconsiderasse realidades que há muito não eram questionadas, e os modelos de trabalho foram, possivelmente, uma das que mais sofreu alterações. A desmaterialização do local de trabalho, com a adoção de modelos remotos ou híbridos, veio mostrar a empresas e profissionais que o tradicional escritório era algo que podia, de forma relativamente fácil, ser repensado. O recurso a soluções e ferramentas tecnológicas mostrou ser capaz de relocalizar e descentralizar muitos postos de trabalho e, em última análise, levou à dissipação de fronteiras físicas e geográficas.

Volvidos dois anos de reinvenção e adaptação, deparamo-nos agora com uma realidade em partes iguais interessante e desafiante: se o recrutamento se fazia antes fortemente com base na localização, agora acontece nesta aldeia global, em que o talento pode ser oriundo de virtualmente qualquer parte e a próxima oportunidade de emprego pode muito bem vir do outro lado do mundo. Num momento em que, nas mais diversas áreas, a oferta se sobrepõe largamente à procura, este cenário vem desequilibrar ainda mais a balança.

Mariana Oliveira- National Manager da área de Recrutamento e Seleção Especializado da Multipessoal

 

Em Portugal, fruto do contexto histórico e económico, o consenso tem sido de que os salários são, em muitos casos, menos competitivos, quando comparados com outros países de dentro e fora da Europa. Muitas empresas internacionais têm, aliás, visto no nosso país a oportunidade de recrutar talento altamente qualificado, com valores relativamente baixos. Ora, este panorama pode deixar o tecido empresarial português numa posição algo fragilizada, perante a incapacidade de competir pelo talento com ofertas salariais suficientemente apelativas.

A verdade é que não podemos negar que a vertente financeira continua a ser um dos fatores mais preponderantes para um candidato, na hora de considerar uma oferta de emprego. No entanto, isto não quer dizer que as empresas nacionais estejam condenadas ou que se vejam forçosamente numa situação em que o aumento salarial se torne insustentável. Sabemos, hoje, que as prioridades e expectativas dos profissionais já não são as mesmas e há algo que se destaca no topo desta lista: aquilo a que chamamos de projeto e a identificação que os candidatos, cada vez mais, querem sentir com a empresa para a qual trabalham, a sua missão, cultura e valores.

Falamos em desafios crescentes, mas é importante falar também em oportunidades. As organizações podem e devem pegar nestas recentes aprendizagens e usá-las em seu favor, sendo proativas não só na forma como desenvolvem e trabalham a sua missão, mas também no modo como a comunicam e transmitem os seus valores. Os profissionais procuram oportunidades que se alinhem com os seus interesses e que lhes permitam contribuir de uma maneira tangível e visível; procuram oportunidades para usarem o seu talento em prol de algo em que acreditem e com que se identifiquem.

Assim, ainda que a competitividade ao nível do salário possa representar, até certo ponto, uma barreira à atração e retenção de talento, as organizações devem focar-se naquilo que está ao seu alcance, apostando em tecnologias e projetos inovadores, num acompanhamento próximo e contínuo e numa comunicação com os candidatos clara, transparente e eficaz, desde o início do recrutamento, passando pelo processo de onboarding e posteriormente na gestão de carreiras. Mais do que nunca, o foco deve estar em oferecer um bom “fit”, considerando não apenas o valor que os profissionais podem acrescentar às empresas, mas também o valor que as empresas podem acrescentar aos profissionais.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Autoridade da Concorrência multa privados em 190 milhões por concertação na negociação com a ADSE

Os visados neste processo foram o Grupo Trofa Saúde, o Hospital Particular do Algarve, o Grupo Mello, o Grupo Lusíadas e a Luz Saúde, bem como a APHP.

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu avançar com sanções aos hospitais privados e à associação que os representa, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), por práticas de concertação na negociação com a ADSE. A coima total para cinco hospitais e a associação é de 190.945.000 euros.

Os visados neste processo foram o Grupo Trofa Saúde, o Hospital Particular do Algarve (HPA), o Grupo Mello, o Grupo Lusíadas e a Luz Saúde, além da APHP, segundo avançou a AdC em comunicado.

A AdC “concluiu que os referidos grupos de saúde coordenaram entre si a estratégia e o posicionamento negocial a adotar no âmbito das negociações com a ADSE, através e com a participação conjunta da APHP, entre 2014 e 2019″, lê-se em comunicado. O Grupo Mello recebeu a coima mais elevada, no valor de 74,9 milhões de euros.

Em causa estava a fixação do nível dos preços e outras condições comerciais, no âmbito das negociações com a ADSE, bem como a “coordenação da suspensão e ameaça de denúncia da convenção celebrada com a ADSE para obstaculizar a regularização da faturação por parte da ADSE relativa a 2015 e 2016″.

As sanções foram divididas da seguinte forma: APHP recebeu uma coima de 50 mil euros, Grupo Trofa de 6,6 milhões de euros, HPA de 8,8 milhões de euros, o Grupo Mello terá de pagar 74.980.000 euros, o Grupo Lusíadas 34.242.000 e finalmente a Luz Saúde 66.209.000 euros.

As coimas foram “determinadas pelo volume de negócios dos referidos grupos de saúde no mercado afetado nos anos da prática ilegal”. Já no caso da APHP, a AdC considerou “o volume de negócios total da associação no último ano da infração”. É de salientar também que as coimas não podem exceder 10% do volume de negócios das referidas entidades no ano anterior à data de adoção da decisão.

A APHP já reagiu à decisão, avançando, em comunicado, que “apresentará recurso da decisão para o Tribunal da Concorrência e Regulação no sentido de impugnar todas as infrações que ali lhe são imputadas”.

A associação sublinha que os contactos desenvolvidos e o seu envolvimento no processo “apenas aconteceram na sequência diversos pedidos expressos nesse sentido — a convite, portanto —, feitos, formalmente, pelo então Ministro da Saúde”. Além disso, o convite foi também “reiterado sucessivamente pela própria direção da ADSE à Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, que, aceitando o pedido para ajudar a resolver um assunto fundamental para a saúde dos beneficiários da ADSE, respeitou em todas as circunstâncias o quadro regulamentar e legal em vigor”.

A APHP destaca ainda que os preços das tabelas da ADSE são “em todas as circunstâncias fixados administrativa e unilateralmente, para todos os prestadores, pela própria ADSE”. Acrescenta também que “os dados financeiros da ADSE provam que todas as revisões de regras e tabelas se traduziram numa redução de encargos para aquele subsistema público de saúde”.

Também num comunicado, a Luz Saúde diz não ter cometido “qualquer infração ao direito da concorrência, tal como foi defendido ao longo do processo”, acreditando que “esta decisão da AdC acabará por ser revertida”. “O processo negocial com a ADSE, em causa na decisão final da AdC, refletiu apenas metodologia adotada para as referidas negociações que, a pedido da própria ADSE, foi acordada entre esta e a APHP, em representação dos seus associados. O objetivo era tornar o processo de negociação mais eficiente e rápido, no interesse da própria ADSE”, acrescenta.

Assim, “estamos, neste momento, a analisar em detalhe os termos da decisão da AdC e a respetiva argumentação, sendo certo que o Grupo Luz Saúde não deixará de exercer os seus direitos no contexto deste processo, através dos meios legítimos que considere adequados”, refere o comunicado da empresa.

A CUF diz também rejeitar a multa aplicada pela AdC por concertação nas negociações com a ADSE, garantindo que vai avançar com um recurso. “A CUF rejeita em absoluto a decisão, hoje [sexta-feira] conhecida, da AdC, pelo que irá avançar, de imediato, com um recurso junto das instâncias judiciais competentes”, lê-se numa nota enviada à Lusa.

A CUF garante estar “totalmente ciente” das suas obrigações legais e convicta do “escrupuloso cumprimento” das regras da concorrência e, por isso, “estranha e lamenta” a decisão adotada, “à qual não reconhece qualquer fundamento jurídico e objetividade na descrição dos factos”. Assim, reitera que vai utilizar todos os meios disponíveis para garantir o esclarecimento da verdade e a “reposição da justiça, não se conformando com a forma grave como estão a ser colocados em causa a sua boa conduta e o seu bom nome”.

Já o Grupo HPA, em comunicado, “refuta a acusação da Autoridade da Concorrência”, rejeitando os pressupostos que levaram a AdC a acusar estes grupos de “uma prática concertada, restritiva da concorrência, na contratação de serviços de saúde hospitalares por parte do subsistema de saúde público ADSE”.

Na nota, o grupo rejeita o “entendimento subjacente à decisão sancionatória da Autoridade da Concorrência” e garante que vai exercer “todos os direitos que a lei confere neste âmbito” para reiterar a sua “postura de cumprimento da lei e de cooperação com os reguladores”.

Este processo foi aberto pela AdC em março de 2019, “na sequência de várias denúncias e de notícias veiculadas pelos meios de comunicação social, tendo a AdC realizado em maio do mesmo ano diligências de busca e apreensão nas instalações das referidas empresas, localizadas em Lisboa, Portimão e Porto”. Foi em julho de 2021 que a AdC adotou a Nota de Ilicitude, dando a oportunidade às empresas de exercer o direito de audição e defesa.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h51)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Formação digital chega a mais de 180 mil mulheres rurais em Espanha

  • Servimedia
  • 1 Julho 2022

O Plano de Promoção do Emprego Agrícola, promovido pelo Ministério do Trabalho e da Economia Social, vai dar formação em competências digitais a mais de 180 mil mulheres que trabalham em âmbito rural.

Mais de 180 mil mulheres que trabalham no ramo agrícola em Espanha vão receber uma formação em competências digitais através do programa de alfabetização digital das trabalhadoras contratadas ao abrigo do Plano de Promoção do Emprego Agrícola (PFEA), noticia a Servimedia.

O programa, financiado através dos fundos da Next Generation do MRR (Mecanismos de Recuperação e Resiliência), que será desenvolvido ao longo dos próximos dois anos, vai ser implantado na Andaluzia, Castela-La Mancha, Castela e Leão, Aragão, Comunidade Valenciana, Múrcia, Extremadura e Ilhas Canárias.

Gerardo Gutiérrez Ardoy, diretor-geral da SEPE, salientou que 2022 é um “ano chave para as reformas estruturais em termos de política de emprego” e que vai permitir “promover este projeto inovador a nível nacional para combater a lacuna digital existente entre as mulheres desempregadas e, acima de tudo, para reduzir a lacuna territorial”.

Por sua vez, Pedro Guzmán, gerente do Grupo Euroformac, destacou alguns dos objetivos desta iniciativa, nomeadamente “facilitar a redução do fosso entre os géneros, lutar contra o desafio demográfico através da promoção da formação nas zonas rurais, e a digitalização como forma de melhorar a empregabilidade das mulheres”.

María Burillo, diretora do projeto, salientou a participação das empresas e facilitadores locais na implementação e divulgação do programa e enalteceu a sua importância para “aumentar a capacidade de gestão e autonomia das mulheres rurais, para as capacitar e manter no mundo rural, combatendo assim o despovoamento nestas áreas”.

“Este programa é uma das 130 medidas da estratégia do governo espanhol para enfrentar o desafio demográfico e contribui para gerar uma dinâmica a partir do nível local para apoiar as mulheres trabalhadoras a superar as três clivagens: género, territorial e digital“, referiu Carmen Menéndez González Palenzuela, diretora-geral adjunta de Políticas Ativas de Emprego.

Como vai funcionar esta formação?

O programa de formação vai ser ministrado por empresas de formação, com experiência reconhecida, que fazem parte do Grupo Coremsa, Grupo Euroformac, Grupo Método, Grupo Academia Postal, Telefónica Educación Digital e Telefónica Soluciones Informáticas, e consiste em dois cursos diferentes.

O primeiro curso é uma introdução às competências digitais básicas e o segundo está relacionado com as competências digitais para a procura ativa de emprego. Ambos os cursos vão ser presenciais e gratuitos, e terão a duração de 26 horas cada um, num total de 52 horas de formação.

As inscrições podem ser feitas através deste site ou através de uma chamada telefónica para três opções de contacto: 900 90 96 96 53 para as zonas de Jaén, Almería e Granada; 900 90 96 96 84 para Sevilha; 900 90 96 96 85 para as zonas das Ilhas Canárias, Valência, Murcia, Castela e Leão e Aragão; e 900 90 96 96 87 no caso de Castela-La Mancha.

Este programa de alfabetização digital é um dos pilares do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência promovido pelo governo espanhol para lidar com as consequências da pandemia covid-19 e que visa alcançar efeitos transformadores no país.

Os requisitos para o acesso a estes cursos de formação são apenas ser mulher e ter sido ou estar empregada em algumas das obras ou projetos promovidos no âmbito do Plano de Promoção do Emprego Agrário (PFEA) desde o seu lançamento, em 1997.

A Andaluzia é a região com o maior número de lugares neste programa de formação. No total, mais de 140 mil mulheres na região poderão formar-se em competências digitais distribuídas. Destas, mais de 33 mil provêm da província de Sevilha, mais de 25 mil de Jaén, mais de 27 mil de Córdova e mais de 9 mil de Huelva. Cádis e Málaga têm mais de 14 mil, Granada mais de 21 mil e Almeria mais de 3 mil.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alemanha regressa à austeridade em 2023 e fala em “sinal para BCE”

  • Lusa
  • 1 Julho 2022

Ministro das Finanças alemão anuncia medidas de redução do défice com diminuição de 1,5% de pessoal e cortes nos orçamentos de sete ministérios; defende ser “um sinal para o Banco Central Europeu".

O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, deu esta sexta-feira conta dos planos do país para o regresso à austeridade em 2023, com a redução da dívida, afirmando ainda que isto é “um sinal para o Banco Central Europeu” (BCE).

Segundo o governante, citado pela Efe, na apresentação de uma primeira versão do orçamento da Alemanha para 2023, este é “um sinal para o BCE”, referiu. “Queremos que este orçamento envie uma mensagem e que seja esse o nosso contributo para a luta contra a inflação, com a redução da dívida”, destacou, sublinhando que “o BCE deve fazer o que considerar apropriado”.

Os planos da Alemanha para 2023 contemplam o cumprimento do chamado “travão da dívida” pela primeira vez desde 2019. O travão da dívida, que está na Constituição alemã, exige que em tempos de normalidade económica o défice não exceda 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB). “Este Governo tem a ambição de voltar ao travão da dívida. Isto é algo que requer um grande esforço”, indicou o ministro.

De acordo com a Efe, para isso, é necessário passar de um défice de 140.000 milhões de euros previsto para 2022 para um défice de 17.200 milhões de euros em 2023.

Lindner salientou ainda que, além da necessidade de cumprir uma norma constitucional, existem razões económicas para voltar à austeridade, como o aumento dos juros.

“O aumento das taxas de juro é um sinal claro dos mercados que não pode continuar como nos últimos anos. Não podemos continuar a permitir-nos dívidas elevadas. As dívidas de hoje são os aumentos de impostos de amanhã”, disse. “As dívidas também geram inflação e não quero gerar mais inflação”, realçou.

Entre as medidas previstas para a redução do défice estão uma diminuição de pessoal de 1,5% e cortes nos orçamentos de sete ministérios. Ainda assim, Lindner descartou possíveis aumentos de impostos, alegando que seriam “uma sabotagem da recuperação económica”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Porto tem aeroporto “para muitos e bons anos”

Aeroporto Sá Carneiro investe na reabilitação da pista em 2023 e dispensa nova localização para subir capacidade até 40 milhões de passageiros. Diretor só quer “captar tráfego que o mercado sustente”.

Concluída a ampliação do taxiway, que custou mais de 30 milhões de euros e acrescentou 1.300 metros ao caminho de circulação paralelo à pista, o aeroporto Francisco Sá Carneiro vai avançar no próximo ano com a “reabilitação profunda da pista” principal, que já não tem uma intervenção deste género há mais de uma década.

O diretor da infraestrutura aeroportuária, Fernando Vieira, avança que este é “o grande desafio em 2023” e um “investimento muito exigente”, ainda que para os passageiros, reconhece, não seja um tema assim tão “sexy”. Já em curso estão obras para aumentar a capacidade no terminal de passageiros, incluindo novas máquinas de raio-X e mais balcões de check-in, a pedido das ditas companhias aéreas de bandeira. E “um dia destes” vai acrescentar um tapete ao sistema de transporte de bagagens para reduzir o tempo de espera nas chegadas.

Já no “médio prazo”, para responder ao crescimento da procura neste aeroporto que serve a região Norte — desde maio está com um desempenho, em termos de movimento, em linha com o do verão de 2019, antes da pandemia –, o responsável máximo diz que está a ser realizado um “estudo sério” para a ampliação do terminal e para a expansão da capacidade aeroportuária, que, ao contrário do que acontece em Lisboa, não implica alterar a localização. “Vamos ter aeroporto para muitos e bons anos”, vaticina Fernando Vieira.

O aeroporto do Porto terminou o ano de 2019 com um novo recorde absoluto de 13.105.359 passageiros, um crescimento homólogo de 10% face a 2018 e em linha com o ritmo anual de progressão média na década anterior. Luís Pedro Martins, presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), antecipou na QSP Summit, realizada na Exponor, que “com estas obras, e sem termos de deslocalizar – é um tema interessante a localização de aeroportos [risos] –o Sá Carneiro pode chegar a uma capacidade de 40 milhões de passageiros”.

Com estas obras, e sem termos de deslocalizar – é um tema interessante a localização de aeroportos [risos] – o Sá Carneiro pode chegar a uma capacidade de 40 milhões de passageiros.

Luís Pedro Martins

Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal

 

A Ryanair e a EasyJet surgem destacadas como as duas companhias com maior quota neste aeroporto, seguidas já a larga distância pelas operações da portuguesa TAP e da holandesa Transavia (grupo Air France-KLM). Fernando Vieira, que dirige o aeroporto há 25 anos, frisa que, em parceria com vários atores regionais na área do turismo, da indústria ou das autarquias, a sua maior preocupação continua a ser captar tráfego. “Mas não é qualquer tráfego. É o tráfego que nos convém e que o mercado sustente”, corrige o gestor.

“Às vezes há a tentação de captar algumas companhias aéreas para rotas de viabilidade duvidosa. É um engano. Pode haver um incentivo, mas depois o mercado não vai esgotar a rota. E quando uma rota é interrompida, depois dificilmente é retomada. Temos de ser agressivos, mas apostar em mercados sustentáveis. Mais importante do que conquistar uma rota é depois mantê-la”, resume o diretor do aeroporto, que acaba de ser premiado como o melhor da Europa na sua categoria (10 a 25 milhões de passageiros) pelo Airport Council International (ACI).

A nossa maior preocupação diária é captar tráfego. Mas não é qualquer tráfego. É o que nos convém e que o mercado sustente. Às vezes há a tentação de captar algumas companhias aéreas para rotas de viabilidade duvidosa. É um engano.

Fernando Vieira

Diretor do Aeroporto Sá Carneiro

Notando que as transportadoras estão interessadas sobretudo nos fatores de eficiência que tornam a operação simples e rápida, Fernando Vieira sublinha que é preciso prestar um serviço de qualidade, mas que satisfaça os vários segmentos de procura. No caso das companhias low cost, por exemplo, implica ter embarques e desembarques a pé ou tempos de rotação das aeronaves de 20 minutos, prescindindo elas de alguns serviços aeroportuários, “a bem da rapidez”.

Fernando Vieira, diretor do Aeroporto Francisco Sá CarneiroQSP Summit 30 junho, 2022

No entanto, questionado sobre uma eventual concentração de esforços na captação de rotas operadas pelas companhias de baixo custo, sublinha que “acolhe com igual entusiasmo todas as companhias”. “As decisões nas low cost são [relativas a rotas] de menor risco, em comparação com as rotas de longo curso, que têm equipamentos de maior dimensão, voos diários. Não privilegiamos nenhum segmento, mas algumas são mais fáceis de conseguir”, completa.

Menos TAP e mais voos para captar investidores estrangeiros

Com perto de 30 companhias e 90 destinos, o aeroporto Sá Carneiro acolhe transportadoras áreas com “modelos de negócio completamente diferentes e todas se sentem confortáveis a operar” a partir desta infraestrutura localizada no concelho da Maia. A perspetiva é de António Moura Portugal, diretor executivo da RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal, que adverte que “não é saudável um aeroporto depender de uma só companhia e de uma só base porque quando ela sai a recuperação é difícil”.

O dirigente associativo acredita que o aeroporto nortenho tem margem para crescer e lembrou, a propósito da estratégia da TAP de concentrar as operações no hub de Lisboa – muito contestada a Norte desde que o Estado português voltou a ser acionista maioritário –, que “as companhias são transportadoras e limitam-se a fazer a interceção entre a oferta e a procura”.

As companhias são transportadoras e limitam-se a fazer a interseção entre a oferta e a procura. Se a oferta é boa irá haver procura. As companhias cá estarão, sejam elas públicas ou privadas, portuguesas ou estrangeiras.

António Moura Portugal

Diretor executivo da RENA

“Se a oferta é boa irá haver procura. As companhias cá estarão, sejam elas públicas ou privadas, portuguesas ou estrangeiras. (…) Independentemente do credo, da cor, da religião ou da nacionalidade das companhias. Preocupava-me se estivesse num país em que o transporte aéreo não estivesse liberalizado”, acrescenta António Moura Portugal, igualmente presente nesta conferência organizada pelo TPNP e realizada no âmbito da QSP Summit.

António Moura Portugal (RENA), Ricardo Valente (Câmara do Porto), Luís Pedro Martins (Turismo Porto e Norte) e Fernando Vieira (Aeroporto do Porto)QSP Summit 30 junho, 2022

o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara do Porto faz questão de salientar que “não [tem] nada contra a TAP”. “É uma companhia que tem direito a ter a sua estratégia, mas tem uma responsabilidade especial porque é financiada por um conjunto de stakeholders que são todos os portugueses. E isso obriga que nos diga exatamente qual é a estratégia. Não temos nada contra a estratégia; pugnamos é pela capacidade de dar valor a uma infraestrutura portuária que não se alinha com a estratégia que a companhia tem”, resume.

Não temos nada contra a TAP. É uma companhia que tem direito a ter a sua estratégia, mas tem uma responsabilidade especial porque é financiada por um conjunto de stakeholders que são todos os portugueses.

Ricardo Valente

Vereador da Economia da Câmara do Porto

Ricardo Valente, que é dirigente da Iniciativa Liberal, dá o exemplo de Beja para recordar que também “não há aeroportos sem regiões fortes” e atesta que a autarquia liderada pelo independente Rui Moreira, que está a cumprir o terceiro mandato, está satisfeita com esta “infraestrutura moderníssima, que serve bem” a cidade, apesar de pugnar por mais ligações aéreas.

Envolvido de perto na atração de investimento estrangeiro, como este ano aconteceu no caso da Kantar ou da consultora britânica BJSS, o vereador conta que “quando está a concorrer com outras cidades, a conectividade aérea é sempre colocada em cima da mesa”. E lembra até como na candidatura à Agência Europeia do Medicamento (ESA), em que o Porto concorria com Milão, Amesterdão, Paris, Copenhaga ou Estocolmo, a pior classificação da cidade Invicta foi precisamente no parâmetro da conectividade aérea.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

30 startups concorrem na primeira edição do “Pitch at the Beach” em Portugal. 14 são portuguesas

Entre 2 e 4 de julho, na Marina de Oeiras, 30 startups, entre as quais 14 portuguesas, vão apresentar o seu melhor pitch à procura de investimentos e parcerias que possibilitem o seu crescimento.

O “Pitch at the Beach” vai sair, pela primeira vez, do continente americano e aterrar em Portugal para três dias de novas tendências, metaverse, NFT, criptomoedas, desenvolvimento de soft skills, investimentos e networking. Entre 2 e 4 de julho, na Marina de Oeiras, 30 startups, entre as quais 14 portuguesas, vão apresentar o seu melhor pitch à procura de investimentos e parcerias que possibilitem o seu crescimento e internacionalização.

“O ‘Pitch at the Beach’ não é apenas um evento de negócios ou de networking. É um evento diferente, longe das habituais salas de hotel ou centros de congressos, num ambiente descontraído e sem hierarquias, sem crachás ou pulseiras de CEO ou CFO ou diretor de inovação. O que nós oferecemos é uma possibilidade infinita de networking onde apenas as boas ideias e experiências distinguem e aproximam os participantes”, explica Israel Pons, cofundador do “Pitch at the Beach”, em comunicado.

“Já participei em três edições no México e é um evento único, com um conjunto vastíssimo de oportunidades para startups, possibilidade de interagirem com investidores e oradores especializados em matérias de interesse e com histórias muito interessantes”, refere Eduardo Baptista Correia, CEO do Taguspark e local founder do evento.

“O ‘Pitch at the Beach’ é um evento junto à praia, aliado ao bom clima e à qualidade de vida, com uma forte ligação à inovação, ao desenvolvimento, à tecnologia, às startups e estes valores estão intimamente relacionados com o Taguspark e Oeiras Valley. A mistura destes condimentos tornou possível realizar este evento pela primeira vez na Europa e em Oeiras”, acrescenta.

Mais de 450 startups candidataram-se e apenas 30 foram selecionadas para apresentar o seu pitch perante um painel de investidores internacionais, dos quais alguns integram o grupo EBAN, o maior grupo de angel investors do mundo. Entre as selecionadas, destaque para as startups de origem portuguesa: Artshare, Bandora, CascataChuva, Explor, Funpass/FestForward, Glasson, Inocrowd, Logrise, Midiacode, Sizl, TheStarter, Timeview, Tripr e Wingdriver.

Nesta edição vão estar presentes participantes, entre startups e investidores, de mais de uma dezena de países como África do Sul, Alemanha, Canadá, Croácia, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, França, Índia, Inglaterra, México, Noruega, Portugal, Suíça, Ucrânia e Venezuela. O portefólio de investimento que estará disponível para as startups pode ascender a 80 milhões de dólares.

Os participantes vão encontrar oportunidades de networking, um concurso de pitchs e um conjunto diversificado de speakers, entre os quais Alexandre Fonseca, (coCEO da Altice Europe), Ana Figueiredo (CEO da Altice Portugal), Cátia Antunes (clinical director da Cascais Clinical Center), Francisco Sacadura (neurogiology & behavior PhD na University of Columbia), Inna Modja (young global leader da World Economic Forum), Miguel Santos (head of innovation & CSO da VF1813 Group), Miryam Lazarte (CEO da Latam Startups), Paulo Pereira (account director da Huawei), Ricardo Macieira (regional growth manager da Worldcoin), Ricardo Parreira (CEO da PHC Software), Sergei Turkov (managing partner da Server Partner), Yulia Stark (presidente da European Women’s Association) e Zev Siegl (mentor e cofundador da Starbucks).

Para saber mais e adquirir bilhetes consulte o site do evento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medo da recessão afunda juros e contrai spreads da periferia

Juros das obrigações da Zona Euro estão em queda acentuada, com países da periferia como Itália e Portugal a registarem quedas de mais de 20 pontos, encurtando diferenciais para a Alemanha.

O medo de uma recessão está a afundar os juros das obrigações da Zona Euro, com os países da periferia a liderarem as quedas que ascendem a mais de 20 pontos base, o que está a permitir uma redução dos diferenciais para a Alemanha.

O Eurostat revelou esta sexta-feira que inflação em junho acelerou para 8,6%, mas não fez desencadear as perspetivas de uma postura mais agressiva do Banco Central Europeu (BCE) para travar as pressões inflacionistas.

“Os dados da inflação na Zona Euro não afetam muito as yields, pois estão em linha com as expectativas, enquanto a taxa subjacente ficou ligeiramente abaixo”, explicou Luca Cazzulani, analista do Unicredit, citado pela Reuters. “Os juros da dívida permanecem em mínimos recentes, já que os dados da inflação não aliviaram as preocupações dos investidores em relação ao crescimento”, acrescentou.

De acordo com os analistas do ING, “com um alto risco de a economia da Zona Euro entrar em recessão técnica no final do ano e a inflação cair em 2023, dificilmente haverá espaço para o BCE subir os juros em 2023”.

Neste cenário, a taxa associada às obrigações alemãs a dez anos cai cerca de 15 pontos base para 1,21% a meio da tarde desta sexta-feira. Mas mais pronunciadas são as quedas verificadas nos títulos de Itália, Portugal e Espanha nos mesmos prazos, o que faz com que o prémio de risco exigido pelos investidores para comprar dívida da periferia esteja a cair também.

Itália, que foi o foco das preocupações, vê a yield das obrigações a dez anos ceder 24 pontos base para 3,148%, com o spread face à Alemanha a voltar a negociar abaixo dos 200 pontos base – chegou a superar os 230 pontos base em meados deste mês. Os títulos portugueses e espanhóis no mesmo prazo recuam 20 pontos base e 21 pontos base para 2,25% e 2,246%, respetivamente, e também encurtam distâncias para a Alemanha.

Prémio de risco da periferia continua a cair

Fonte: Reuters

Os três países periféricos registam as yields mais baixas desde o final de maio, antes de o BCE ter anunciado que ia subir as taxas diretoras em 25 pontos em julho, motivando uma minicrise de desconfiança dos investidores em relação aos estados mais endividados. Isto levou o banco central a anunciar uma “ferramenta anti-fragmentação” para conter disparidades entre os juros exigidos a países como Itália ou Portugal em relação ao core da região. Os detalhes deste instrumento vão ser conhecidos na reunião do BCE marcada de 21 de julho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Combustíveis voltam a descer. Gasóleo deve ficar 8 cêntimos mais barato

O litro de gasóleo simples voltará a custar menos de dois euros, ao descer para 1,986 euros, e o da gasolina simples 95 descerá para 2,071 euros. Não haverá mexidas na componente fiscal.

As três semanas consecutivas de alívio dos preços do brent são sinónimo de boas notícias para os consumidores portugueses. Quando for abastecer o carro na segunda-feira vai pagar menos oito cêntimos por litro de gasóleo e menos três por litro de gasolina, apurou o ECO junto de fonte do setor.

A confirmarem-se estes valores isso significa que o litro de gasóleo simples voltará a custar menos de dois euros, ao descer para 1,986 euros, e o da gasolina simples 95 descerá para 2,071 euros, de acordo com os valores médios praticados nas bombas esta segunda-feira. Estes valores ainda podem sofrer um ajustamento, tendo em conta o fecho das cotações do brent esta sexta-feira e do mercado cambial.

E deixará de haver alterações por via da fiscalidade porque o Executivo decidiu prolongar por dois meses o desconto no ISP equivalente a uma descida da taxa do IVA dos 23% para 13% e manter em julho e agosto nos atuais valores a redução do ISP equivalente à receita adicional de IVA decorrente de subidas de preços dos combustíveis. Assim, a acabam as atualizações semanais deste imposto. O Executivo também optou por suspender, por mais dois meses, a atualização da taxa de carbono.

“Considerando todas as medidas, a diminuição da carga fiscal será de 28,2 cêntimos por litro de gasóleo e 32,1 cêntimos por litro de gasolina”, contabiliza o gabinete de Fernando Medina em comunicado, acrescentando que o “desconto será reavaliado em agosto”.

O alívio que se sente nos preços do petróleo nos mercados internacionais traduz os receios de uma recessão que implicará uma quebra da procura e do consumo energético. Esta sexta-feira as cotações do crude seguem a valorizar 2,99%, depois de terem afundado cerca de 3% na véspera. O barril de brent, que serve de referência para o mercado português, está a cotar nos 112 dólares, longe dos 117 que chegou a registar no início da semana.

Brent acumula três semanas de quedas

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apenas um em cada seis profissionais se sente envolvido com a sua organização. Trabalhadores presenciais revelam menor compromisso

Os profissionais que trabalham em regime presencial são aqueles que se sentem menos envolvidos com a empresa, em comparação com as pessoas que trabalham em modelos híbridos ou remotos.

Num momento em que as organizações ainda estão a lidar com o impacto da pandemia da Covid-19 e que, ao mesmo tempo, definem novos modelos de trabalho, apenas um em cada seis pessoas sente uma ligação efetiva e humana no trabalho. Os profissionais que trabalham em regime presencial são aqueles que se sentem menos envolvidos com a empresa, em comparação com as pessoas que trabalham em locais de trabalho híbrido ou que trabalham em modelos 100% remotos. Estas últimas são mesmo as que estão mais envolvidas, revela o estudo “Organizational culture: From always connected to omni-connected”, realizado pela Accenture.

“As pessoas e a cultura são as principais fontes de diferenciação competitiva das organizações e estão na base do crescimento. À medida que as pessoas reavaliam fundamentalmente a sua relação com o trabalho, os líderes têm a oportunidade de fortalecer a cultura corporativa olhando para além do espaço e do lugar”, defende Ellyn Shook, chief leadership and human resources officer da Accenture.

“Ao criar experiências omniconectadas, os líderes colocam os relacionamentos em primeiro lugar e correspondem às diferentes prioridades para que cada pessoa possa trabalhar para atingir todo o seu potencial da forma que funciona para si – o que reforça a confiança e impulsiona os resultados de negócio”, acrescenta, em comunicado.

À medida que as pessoas reavaliam fundamentalmente a sua relação com o trabalho, os líderes têm a oportunidade de fortalecer a cultura corporativa olhando para além do espaço e do lugar.

Ellyn Shook

Chief leadership and human resources officer da Accenture

O estudo desafia a suposição de que trabalhar unicamente on-site faz com que as pessoas se sintam mais envolvidas. As pessoas que trabalham em regime presencial, em comparação com aquelas que trabalham em locais que implementaram o trabalho híbrido ou o trabalho remoto, são as que se sentem menos interligadas dos três grupos estudados: 42% dos colaboradores on-site dizem que se sentem “não envolvidos”, versus 36% dos híbridos e 22% dos que trabalham em modo totalmente remoto.

Embora o contacto presencial seja vital, a proximidade física sem que exista apoio da liderança, flexibilidade, tecnologia ou sensação de propósito não se traduz necessariamente em profissionais que sentem uma ligação mais profunda com o seu trabalho e entre si, conclui a consultora.

O estudo também mostra que as organizações cujos colaboradores beneficiam de experiências omniconectadas podem atingir um crescimento anual de receitas de 7,4%. “A omniconexão também cria confiança, com 29% dos colaboradores omniconectados a afirmar que sentem mais probabilidade de sentir um nível mais profundo de confiança na sua organização. Além disso, estar omniconectado é responsável por 59% da intenção de um profissional de permanecer na empresa, e mais de 90% das pessoas omniconectadas dizem que podem ser produtivas em qualquer lugar“, detalha a Accenture.

Construir uma organização omniconectada

No entanto, apenas 17% dos entrevistados sentiram que estavam a beneficiar de uma experiência omniconectada no trabalho. O relatório inclui, também, um caminho que os executivos C-level podem seguir para criarem experiências omniconectadas que aumentam a produtividade, promovem maior retenção e impulsionam o crescimento da receita.

“Os líderes devem começar por responder às necessidades humanas fundamentais”, começa por referir a Accenture. “Responder a estas necessidades é a premissa mais importante de experiências omniconectadas bem-sucedidas.”

Para isso, a consultora identifica aquelas que considera serem as quatro ações-chave que desbloqueiam valor, para os colaboradores e negócio, através de experiências omniconectadas:

  • Liderar de forma empática: “Lidere, ouvindo primeiro, e seguindo o compromisso com ações. Quando as pessoas se sentem seguras para falar, devem ser ouvidas com empatia, compaixão e respeito. Ao comunicar com regularidade e transparência, os líderes podem reforçar a confiança da sua equipa.”
  • Cultivar a cultura empresarial: “As pessoas que veem uma ligação clara entre o seu trabalho e o propósito da empresa estão mais envolvidas e realizadas. Os líderes podem reforçar essa ligação mostrando como as diferentes ideias e experiências são importantes para o sucesso da organização a longo prazo e criando um ambiente onde o bem-estar geral das pessoas é tido em conta.”
  • Promover uma organização ágil: “As experiências omniconectadas ajudam as pessoas a serem produtivas onde quer que estejam. Os líderes precisam de redefinir a noção de flexibilidade para que se considere quando e como as pessoas trabalham melhor. A partir daí, podem criar estruturas de flexibilidade que sejam ágeis o suficiente para serem adaptáveis na resposta às necessidades em constante mudança num ambiente fluido.”
  • Capacitar as pessoas através da tecnologia: “Construir uma base tecnológica robusta na cloud é o primeiro passo. O próximo é capacitar as pessoas para que experimentem e explorem tecnologias emergentes como o metaverso e dar-lhes autonomia para melhorar os seus próprios processos utilizando tecnologia e dados.”

“Os líderes estão focados em aceder, criar e desbloquear todo o potencial dos seus colaboradores e estão a perceber que esta é uma oportunidade para reavaliar as suas culturas e formas de trabalho. Ao criarem um ambiente onde o foco está na relação interpessoal, comunicação e promoção da confiança, os líderes estão a mostrar que o tempo e o talento dos seus profissionais é respeitado e valorizado, o que tem retorno em termos de receita e produtividade, segundo o nosso estudo“, afirma Christie Smith, global lead for talent & organization da Accenture.

Ao criarem um ambiente onde o foco está na relação interpessoal, comunicação e promoção da confiança, os líderes estão a mostrar que o tempo e o talento dos seus profissionais é respeitado e valorizado, o que tem retorno em termos de receita e produtividade, segundo o nosso estudo.

Christie Smith

Global lead for talent & organization da Accenture

Entre julho e agosto de 2021, a Accenture Research realizou um estudo global com 1.100 executivos C-level e 5.000 colaboradores com diferentes níveis de competências. Ambos os estudos foram realizados em 12 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Japão, Singapura, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos. Os inquiridos pertenciam a dez setores: banca, seguros e mercados de capitais; comunicações e media; bens e serviços de consumo; energia (petróleo e gás); saúde; life sciences; setor público; retalho; high tech; e utilities.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street inicia segundo semestre em queda

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Julho 2022

Na primeira sessão de julho, que marca o início de um novo semestre para os mercados financeiros, os principais índices de Wall Street abriram novamente em terreno negativo.

Após encerrarem em forte baixa um dos piores semestres de que há memória nos mercados financeiros, as bolsas norte-americanas continuam em queda na abertura da sessão desta sexta-feira. Os investidores estão preocupados com a política monetária agressiva da Reserva Federal dos EUA na tentativa de combater a inflação.

Enquanto o índice de referência em Wall Street, S&P 500, recua 0,05%, para 3.783,60 pontos, o tecnológico Nasdaq perde 0,14%, para 11.013,84 pontos, e o industrial Dow Jones desliza 0,11%, para 30.741,34 pontos.

Naquela que é a primeira sessão de julho, mantém-se a forte volatilidade que marcou os mercados financeiros no primeiro semestre de 2022, arrastando Wall Street para o território de bear market.

Os investidores continuam receosos com a desaceleração da economia dos Estados Unidos e os aumentos agressivos das taxas de juro pela Fed, aumentando a preocupação de que uma recessão possa estar a caminho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Certificado digital e teste negativo deixam de ser obrigatórios nos voos para Portugal

  • Lusa
  • 1 Julho 2022

As transportadoras áreas e os passageiros deixaram de estar sujeitos à apresentação de certificado digital Covid-19 e teste negativo, segundo diploma de 30 de junho que entra esta sexta-feira em vigor

Os passageiros de voos com destino ou escala em Portugal deixam de ter de apresentar o certificado digital ou teste negativo à Covid, informou esta sexta-feira a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

Em comunicado, a ANAC refere que, na sequência da entrada em vigor, esta sexta-feira, do despacho conjunto n.º 8022-D/2022, de 30 de junho, “as transportadoras aéreas deixam de estar obrigadas a exigir aos passageiros, aquando do embarque de voos com destino ou escala em Portugal continental”, a apresentação de comprovativo de realização de teste para despiste da infeção por Sars-CoV-2 com resultado negativo, de certificado digital covid UE ou de certificados de vacinação ou recuperação emitidos por países terceiros, aceites ou reconhecidos em Portugal.

“Com a entrada em vigor deste novo regime as transportadoras áreas e os passageiros deixam de estar sujeitos às medidas restritivas, aplicáveis em matéria de tráfego aéreo, no âmbito do combate à pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2, que duraram até 30 de junho de 2022”, refere.

O despacho n.º 8022-D/2022, publicado na quinta-feira em Diário da República, revoga o despacho n.º 4829-A/2022, de 22 de abril, que determinava “as medidas aplicáveis em matéria de tráfego aéreo, aeroportos, fronteiras marítimas e fluviais e define os termos e requisitos do respetivo sistema de verificação, bem como a supervisão do seu funcionamento”.

Segundo se lê no diploma que entrou em vigor esta sexta-feira, “a situação epidemiológica vivida em Portugal na sequência da pandemia da doença Covid-19 tem-se mantido relativamente estável, resultado da elevada cobertura vacinal, da emergência de novos fármacos para a doença grave e de um maior conhecimento sobre a infeção”.

Adicionalmente, “também no contexto internacional, nomeadamente no quadro da União Europeia, a evolução da situação epidemiológica deixou de justificar a adoção de medidas excecionais em matéria de tráfego aéreo, aeroportos e fronteiras marítimas e fluviais”.

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, tinha anunciado na quinta-feira, na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros, que o período de isolamento por Covid-19 iria passar de sete para cinco dias e que deixaria de ser exigido o certificado digital para entrar no país.

“Fora estas duas alterações, a passagem de sete para cinco dias e deixar de ser exigido certificado em viagens, as regras permanecem as mesmas, com a indicação de uso de máscara nos transportes públicos e com a recomendação de utilização de máscara quando estamos em contacto com pessoas mais vulneráveis, quando temos sintomas ou quando sabemos que tivemos um contacto de maior risco”, precisou.

De acordo com as regras atualmente em vigor, é também obrigatório o uso de máscara em hospitais, lares de idosos e farmácias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.