Rússia entrou em default

No final de domingo, o período de carência dos cerca de 100 milhões de dólares em juros que deveriam ter sido pagos a 27 de maio expirou, o que é considerado um incumprimento. O primeiro desde 1918.

A Rússia entrou em default ao falhar o prazo de pagamento de 100 milhões de dólares em juros a detentores de dívida, pela primeira vez desde 1918, avança a Bloomberg. É o culminar das sanções ocidentais cada vez mais duras que tem bloqueado as vias de pagamento aos credores internacionais.

Durante meses, Moscovo tem encontrado formas de contornar as penalizações impostas depois de o Kremlin ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro. Mas no final de domingo, o período de carência dos cerca de 100 milhões de dólares em juros que deveriam ter sido pagos a 27 de maio expirou, o que é considerado um incumprimento.

Tendo em conta o impacto que as sanções já tiveram na economia russa e nos mercados, o default é sobretudo simbólico por agora e pouca relevância tem para os russos que enfrentam uma inflação de dois dígitos (16,7% de acordo com o Presidente russo) e a contração económica mais severa em anos. As obrigações têm negociado com fortes perturbações desde março, as reservas em divisas do banco central permanecem congeladas e os maiores bancos estão isolados do sistema financeiro mundial, em resultado das sanções aplicadas.

Consequências que o Presidente russo nega. No recente fórum Económico Internacional, em S. Petersburgo, Vladimir Putin dizia que as “sanções foram um fracasso”, “não funcionaram”, mas que o levou a anunciar um conjunto de medidas como a concessão de empréstimos do Governo que permitem às empresas fazer face aos seus pagamentos. Empréstimos que só terão de ser ressarcidos a partir de julho do próximo ano em “prestações constantes”.

Até agora Moscovo tem desdramatizado a situação garantindo que tinha os fundos para fazer face aos pagamentos, apesar de estar desligado do sistema financeiro internacional já que continua a receber milhões de euros e dólares com as vendas de petróleo e de gás ao exterior. Mas ainda assim tentou, a semana passada, anunciou que ia pagar os 40 mil milhões de dólares do serviço da dívida em rublos, criticando a situação que, segundo a Rússia, está a ser artificialmente fabricada pelo Ocidente.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Portugal tem de se habituar a viver com menos água, avisa ministro do Ambiente

  • Lusa
  • 27 Junho 2022

O mais importante é haver água para consumo das pessoas, e que se começar a faltar água o Governo aplica “as restrições que forem necessárias”, alerta Duarte Cordeiro.

Os portugueses vão ter de se habituar a viver com menos água, alerta o ministro do Ambiente, que deixa também um aviso a investidores: o Governo “não tem qualquer tipo de limitação na aplicação de restrições” de consumo. Em entrevista à Agência Lusa, numa altura em que o país vive uma das maiores secas de que há registo, o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, salienta que o mais importante é haver água para consumo das pessoas, e que se começar a faltar água o Governo aplica “as restrições que forem necessárias”.

Não vale a pena, quem promove determinado tipo de investimentos ou infraestruturas, não ter em consideração que a água é um recurso escasso. E não temos qualquer tipo de limitação na aplicação de restrições quando tal é necessário. É o que temos feito”, disse Duarte Cordeiro, avisando que quem investe sem ter em conta a escassez de água pode ter consequências.

E acrescentou: “É importante explicar que vamos ter que nos habituar a viver com menos água, todos, as atividades agroindustriais também, os setores económicos, e temos todos que olhar para aquilo que são as oportunidades que temos”.

Respondendo em concreto aos campos de golfe, o ministro pede aos investidores que olhem para o território e se salvaguardem. “Setores económicos que precisam de água é bom que invistam naquilo que lhes permite ter água, que é captações no mar, águas reutilizáveis, aproveitar a eficiência… têm mesmo de o fazer não e uma questão de escolha”.

Duarte Cordeiro falava à Agência Lusa a propósito da Conferência dos Oceanos, das Nações Unidas, que hoje começa em Lisboa e se prolonga até sexta-feira. No âmbito da conferência, a maior alguma vez feita sobre os oceanos, sob o tema “Salvar os Oceanos Proteger o Futuro”, realiza-se hoje um simpósio de alto nível sobre a água, organizado pelo Governo e que será aberta por Duarte Cordeiro.

O simpósio, explicou o ministro à Lusa, é “um dos mais importantes eventos laterais associados a Conferência dos Oceanos”. E tem como objetivo “procurar construir nexos entre aquilo que é a importância da salvaguarda da água doce” e a preservação dos oceanos e a luta contra as alterações climáticas.

Portugal, defendeu o ministro, tem trabalho feito nesta matéria, porque passou de 15% das águas residuais tratadas em 1990 para 99% na atualidade. “E isso tem um reflexo imediato ao nível, por exemplo, das praias de bandeira azul”, este ano cerca de 430. Ou seja, disse, ao mar vai parar água tratada, o que se reflete na qualidade das águas costeiras, o que se reflete também na biodiversidade marinha.

Nas palavras do ministro, o simpósio, cuja sessão de abertura conta com intervenções de quatro ministros e do subsecretário-geral da ONU para a Economia e Questões Sociais, Liu Zheenmin, servirá também para debater temas como as alterações climáticas, a adaptação à falta de água ou as novas fontes de captação.

“O simpósio é a ligação entre a água doce e salgada. Queremos fazer a relação da importância que o tratamento e preservação da água doce tem para a qualidade dos oceanos”, salientou Duarte Cordeiro, acrescentando que quando se fala da despoluição dos oceanos, da necessidade de preservação da biodiversidade, é importante ter a noção da importância da qualidade da água.

E essa relação com a água está também ligada, acrescentou, às alterações climáticas, à subida do nível das águas do mar, ao impacto na orla costeira, aos fenómenos meteorológicos extremos, mas também à capacidade de adaptação a situações de menos água e à gestão da seca, temas igualmente da reunião de alto nível.

No encontro desta segunda-feira vão ser assunto os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas relacionados com a água mas também as possibilidades de cooperação entre Estados. E nele participam mais de uma dezena de ministros e de responsáveis de organizações internacionais, entre eles o comissário europeu do Ambiente, Virginijus Sinkevičius.

A reunião desta segunda-feira antecede a Conferência da Água da ONU, em Nova Iorque em março do próximo ano, e visa contribuir para o processo preparatório dessa conferência, diz o ministro português.

A propósito da conferência o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembra que, hoje, 40% da população mundial é afetada pela falta de água, 80% das águas residuais são descarregadas sem tratamento no ambiente, e mais de 90% das catástrofes são relacionadas com a água.

Na entrevista à Lusa o ministro Duarte Cordeiro lembra que atualmente 34% do continente está em seca severa e 66% em seca extrema, e diz que em julho vai iniciar-se uma campanha de sensibilização sobre a matéria.

E não tem dúvidas, essas campanhas não podem parar. “Todo este trabalho tem de ter dimensão de continuidade, não podemos dizer que temos de preparar-nos para menos água e não ter um trabalho de sensibilização constante”.

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5 coisas que vão marcar o dia

A semana arranca com a reunião dos banqueiros centrais em Sintra, num dia em que serão conhecidos dados sobre a avaliação bancária em maio.

A semana arranca com a reunião de banqueiros centrais em Sintra, com os “desafios para a política monetária num mundo em rápida mudança” na agenda, e de líderes mundiais no Estoril para a Conferência dos Oceanos. Serão também conhecidos dados estatísticos sobre a avaliação bancária e a situação laboral dos migrantes, no dia em que começa a suspensão dos voos entre Portugal e China.

Banqueiros centrais reúnem em Sintra

Arranca esta segunda-feira o Fórum Anual do Banco Central Europeu (BCE), que decorre até à próxima quarta no resort da Penha Longa, em Sintra, juntando altos responsáveis dos principais bancos centrais mundiais. O tema desta reunião, que acontece presencialmente após dois encontros anuais no formato online, é “Desafios para a política monetária num mundo em rápida mudança”.

Avaliação bancária continuou a subir em maio?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta segunda-feira os dados de avaliação bancária em maio, que permitem perceber como estão os bancos a avaliar as casas. Os dados mais recentes, referentes a abril, mostraram que o valor das casas calculado pelos bancos na hora de conceder crédito deu o maior salto de sempre em abril. O valor médio de avaliação bancária na habitação para o total do país aumentou 25 euros no mês passado, fixando-se em 1.356 euros por metro quadrado, naquele que também é o registo mais elevado desde janeiro de 2011.

Conferência dos Oceanos da ONU junta líderes em Portugal

A segunda conferência mundial da ONU sobre os oceanos arranca esta segunda-feira, contando com eventos no Estoril. A conferência tem como tema “salvar o oceano, proteger o futuro” e vai contar com a presença de Chefes de Estado e de Governo, altos dirigentes de organismos e instituições financeiras internacionais e privadas, fundações e empresas globais. O primeiro-ministro, António Costa, faz a intervenção de abertura da conferência, onde irá participar também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Eurostat divulga dados sobre situação laboral dos migrantes

O Eurostat publica esta segunda-feira estatísticas referentes à situação laboral dos migrantes, ao longo do mês de 2021. Em 2020, a taxa de desemprego da UE para pessoas com idades entre os 20 e os 64 anos foi de 13,9% para aqueles nascidos fora da UE, 8,1 % para os nascidos noutro Estado-Membro da UE e 6,1 % para a população nativa, segundo o Eurostat.

Início da suspensão da ligação aérea entre Portugal e a China

Arranca esta segunda-feira a suspensão dos voos entre Portugal e China, depois de Pequim ter detetado casos de Covid em passageiros num voo entre Lisboa e a cidade chinesa de Xi’an, operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines. A ligação aérea entre os dois países fica, assim, suspensa a partir desta segunda-feira e por um período de um mês. Os voos para a China estão sujeitos à política do “circuit breaker”, quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas; caso haja dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês.

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Empresas nos EUA pagam combustível para reter trabalhadores

Numa tentativa de reter trabalhadores, os empregadores norte-americanos começaram a oferecer subsídios de combustível, cartões-presente, e a promover o teletrabalho.

A subida global dos preços dos combustíveis, aliada a uma crescente apreensão por parte dos trabalhadores em regressar ao trabalho presencial, está a levar empresas norte-americanas a adotarem medidas especiais para reter os trabalhadores, noticia o The Wall Street Journal.

Entre as medidas avançadas estão a oferta de subsídios de combustível, cartões-presente, bem como a manutenção do trabalho remoto, e embora alguns executivos se mostrem preocupados com a possibilidade de uma recessão, vários defendem ser essencial tornar as deslocações para o trabalho acessíveis. O motivo desta posição prende-se com o facto de as ofertas de trabalho, e o número de demissões, terem atingido em março os níveis mais elevados em registo, uma tendência que ainda se mantém, asseguram os patrões.

Os empregadores norte-americanos queixam-se de dificuldades em preencher vagas, e alguns defendem mesmo que o número de trabalhadores a “desaparecer” antes do seu primeiro dia de trabalho está a aumentar. Patrões nas áreas da restauração, companhias aéreas, empresas de limpeza e fabricantes falam numa vaga de candidatos que aceitam cargos e não se apresentam para trabalhar.

Neste sentido, os empregadores defendem agora que apoiar as deslocações para o trabalho dos seus funcionários é essencial, visto que os trabalhadores se mostram preocupados com o aumento dos preços dos combustíveis, e com o eventual retorno ao trabalho presencial.

Alguns dos patrões entrevistados pelo jornal americano optaram por aumentos generalizados, entre 6% e 30%, na remuneração mensal; outros optaram por garantir um bónus mensal de 30 e 50 dólares, ou cartões de débito pré-pagos exclusivamente para combustível; um outro grupo optou ainda por um reembolso de 58,5 cêntimos por cada quilómetro percorrido em contexto de trabalho, ou ainda um bónus único de 300 dólares em combustível.

No entanto, nem todos os empregadores se mostram adeptos destas medidas, pois não descartam um cenário de recessão económica que os obrigue a despedimentos, ou estão focados em assegurar o seguro de saúde em simultâneo com um acréscimo de 50% nos custos de produção.

O preço médio do galão americano de gasolina (cerca de 3,78 litros) nos EUA ultrapassou recentemente os cinco dólares (4,74 euros), um valor que foi de encontro com uma taxa de ocupação de 44% dos escritórios nas principais cidades norte-americanas.

Em Portugal, é esperada na próxima semana uma descida no preço dos combustíveis, embora o preço se vá manter acima dos dois euros: 2,05 cêntimos por litro de gasóleo simples e 2,111 euros para a gasolina simples 95. A descida reflete os receios dos investidores perante o arrefecimento da atividade económica nos EUA, que levaram a quebras de 6% nos preços do barril de petróleo. Neste sentido, o Presidente norte-americano, Joe Biden, já pediu a suspensão dos impostos sobre a gasolina durante três meses devido à inflação elevada.

Relativamente ao teletrabalho, algumas empresas em Portugal já começam a tornar opcional o regresso ao escritório. No caso da retalhista Lidl, os escritórios irão continuar disponíveis para os colaboradores que desejem regressar, mas no lugar de dois dias, os colaboradores de escritório vão poder trabalhar toda a semana remotamente a partir de 1 de julho. A medida vai abranger 750 dos 8.200 colaboradores da cadeia alemã, e a aposta insere-se numa estratégia de flexibilização do mercado de trabalho.

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Governo antecipa descida de 3 cêntimos no gasóleo e gasolina

Litro de gasóleo simples vai custar 2,05 cêntimos e o da gasolina simples 95 descerá para 2,08 euros.

Esta segunda-feira, quando for abastecer a sua viatura vai ter boas notícias porque os preços vão descer. O Governo antecipa que tanto o litro de gasóleo como da gasolina vão descer três cêntimos, já tendo em conta as alterações ao nível da carga fiscal, de acordo com os dados enviados pelo Ministério das Finanças ao ECO.

Assim, o litro de gasóleo simples vai custar 2,05 cêntimos e o da gasolina simples 95 descerá para 2,08 euros, usando por base os valores médios praticados nas bombas na passada segunda-feira. O diesel continua assim acima da fasquia dos dois euros.

Esta semana, o Executivo reduziu a carga fiscal (IVA + ISP) em 0,4 cêntimos no caso da gasolina, mas não fez qualquer alteração ao nível do gasóleo porque já atingiu o limite mínimo do ISP do gasóleo definido pela diretiva europeia. E enquanto a Comissão Europeia não autorizar a suspensão desse limite, que já foi pedida, não poderá haver mais mexidas para ajudar a mitigar o impacto da subida dos preços naquele que é o combustível mais utilizado pelos portugueses.

Com esta decisão, as Finanças sublinham em comunicado enviado às redações na sexta-feira, que o Executivo mantém “o alívio global da carga fiscal sobre os combustíveis por via das duas medidas em vigor — mecanismo semanal de revisão do ISP e redução das taxas unitárias deste imposto para o equivalente a uma taxa do IVA de 13% –, totalizando 22,2 cêntimos por litro de gasóleo e 25,9 cêntimos por litro de gasolina”.

“A estes valores acresce ainda a não atualização da taxa de carbono em cerca de 6 cêntimos por litro”, especifica o comunicado, lembrando que no final da semana “a situação voltará a ser avaliada” para definir os valores do eventual alívio da carga fiscal.

Esta descida dos preços na bomba reflete duas semanas de queda nas cotações do brent, ainda que na sexta-feira o barril que serve de referência para o mercado europeu tenha fechado a valorizar 2,8% para os 113 dólares. A desvalorização é explicada pelos receios de uma recessão mundial provocada pelos efeitos da guerra na Ucrânia e as consequências de uma subida mais agressiva das taxas de juro por parte dos bancos centrais num esforço de travar a escalada da inflação. Os indicadores de atividade mais fracos nos Estados Unidos esta semana apenas alimentaram ainda esses receios.

Brent regista duas semanas de queda

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Bancos centrais regressam a Sintra com mais dores de cabeça do que na pandemia

Guerra, inflação, juros, recessão, tensões nos mercados: os bancos centrais estão de regresso a Sintra para o Fórum anual do BCE, depois de dois anos de eventos online, em modo sobrevivência.

Andrew Bailey (Banco de Inglaterra), Jerome Powell (Reserva Federal) e Christine Lagarde (BCE) vão estar em Sintra esta semana para o Fórum Anual do BCE.

A seguir a uma pandemia, aquilo que os bancos centrais menos esperavam era ter de lidar com um cenário de guerra na Europa, de inflação em máximos de muitas décadas, e de uma recessão e de crise da dívida soberana à vista. Mas o mundo mudou num abrir e fechar de olhos (ou melhor, num fechar e abrir de economias por causa da Covid-19) e, agora, de regresso a Sintra após dois encontros anuais no formato online, os banqueiros centrais têm seguramente mais dores de cabeça do que tiveram durante os últimos dois anos fechados em casa e passados à frente do computador.

“Desafios para a política monetária num mundo em rápida mudança”: o tema de mais um Fórum Anual do Banco Central Europeu (BCE) que arranca esta segunda-feira e decorre até à próxima quarta no resort da Penha Longa, em Sintra, juntando altos responsáveis dos principais bancos centrais mundiais, não podia ser o mais acertado tendo em conta a gigante tarefa que as autoridades monetárias terão de empreender para domar a subida dos preços e assegurar que a economia mantém o rumo da recuperação após a crise pandémica.

A elevada inflação não está a dar sinais de tréguas, pelo contrário, parece estar a enraizar-se e a aumentar o custo de vida das famílias de forma dramática. Por causa disso, os bancos centrais estão a ser mais agressivos nas subidas das taxas de juro — o BCE ainda é uma exceção, mas só até ao próximo mês –, encarecendo o preço do dinheiro, incluindo a prestação da casa paga ao banco que aumenta de mês para mês.

O aperto monetário para travar a escalada da inflação vai ter consequências numa economia que mal recuperou da pandemia. As perspetivas para o crescimento económico foram revistas em baixa (também por causa do impacto da guerra da Rússia na Ucrânia) na Zona Euro e noutras partes do mundo, como nos EUA. Os receios de uma recessão estão a castigar pesadamente as bolsas nas últimas semanas. O Citigroup estima que há uma probabilidade de 50% de a economia global entrar em recessão.

Para a Reserva Federal americana (Fed), este dilema entre combater a inflação ou evitar o abrandamento económico há já alguns meses que ficou resolvido: em março foi iniciado um novo ciclo e até hoje as taxas de referência dos EUA já subiram 1,5%. O presidente Jerome Powell sinalizou que podem subir mais 75 pontos base (0,75 pontos percentuais) na próxima reunião — o líder da Fed é uma das presenças do evento e alguém a quem os mercados vão prestar muita atenção no que disser na sua viagem a Portugal.

Atrasado neste ciclo, ao paciente BCE está colocado não um dilema, mas antes um trilema: à inflação de 8% na Zona Euro e ao abrandamento da economia, junta-se a questão dos juros da dívida da periferia da Zona Euro, que dispararam mal o banco central anunciou há cerca de três semanas o fim dos estímulos e o começo da subida dos juros a partir da reunião de julho.

Com Itália no centro de furacão, mas Portugal e Espanha sendo arrastados, o BCE teve de agir para controlar o fogo nos mercados de dívida e evitar o risco de uma nova crise da dívida soberana na moeda única. Decidiu avançar com a criação do que chama de “ferramenta anti-fragmentação”, um mecanismo que servirá para controlar os spreads face à dívida alemã.

Ainda não saiu do papel, deixando os analistas algo desapontados com o semi-anúncio do BCE feito há duas semanas e que consideram que é bastante revelador das divergências no seio do Conselho de Governadores quanto a este instrumento. Já se conhecem alguns pormenores sobre o seu desenho: haverá algum tipo de condicionalismo no seu uso, como o cumprimento das recomendações económicas das Comissão Europeia – a agência Reuters escrevia que “não haveria almoços grátis”. Não se sabe, contudo, quais os valores que o BCE considerada justos para os diferenciais das taxas, nem os valores dos diferenciais que vão além dos fundamentos económicos e que ativariam o mecanismo.

“Vemos o BCE numa situação delicada no curto e médio prazo: não há unidade dentro da instituição, a tomada de decisões é lenta e o controlo do mercado está a pisar gelo fino”, comentavam os analistas do Raiffensen há dias.

O Fórum BCE poderá ser o palco ideal para Christine Lagarde anunciar ao mundo a nova ferramenta e mostrar que o banco central está unido — de resto, cumprindo uma tradição do antecessor, Mario Draghi, que costumava usar os holofotes de Sintra para fazer grandes anúncios. A francesa terá várias oportunidades para o fazer: dá um discurso de boas-vindas esta segunda ao final da tarde (18h30); depois, abre os trabalhos na terça com outro discurso (9h00); e regressa à ribalta na quarta-feira para o aguardado “Painel de Política”, pelas 14h30, onde sentará ao lado de Jerome Powell, Andrew Bailey (governador do Banco de Inglaterra) e Agustín Carstens (diretor-geral do Bank for International Settlements, o banco dos bancos centrais).

Sobre o novo instrumento, os analistas consideram que a palavra-chave poderá ser a “proporcionalidade” da ferramenta, para não sejam levantadas questões no tribunal constitucional da Alemanha. O BCE vai ter de explicar muito bem o objetivo e funcionamento do novo mecanismo de controlo de spreads. Se não for agora, a ferramenta será anunciada na reunião de 21 de julho.

Em todo o caso, embora ainda esteja no papel, parece que já está a funcionar, perante a descida acentuada dos juros de Itália, Portugal e Espanha nos últimos dias. Mário Centeno explicou ao ECO que será um “seguro” contra a fragmentação e que “se for bem desenhado, provavelmente não será utilizado”.

Sobre o Fórum BCE, o governador do Banco de Portugal disse estar “convicto de que a discussão será frutífera e ajudará a enriquecer a visão de todos os participantes relativamente ao empenho dos bancos centrais em cumprir a sua missão”.

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Centeno: “Desafios são muito complexos e exigem respostas que não se esgotam na política monetária”<span class='tag--premium'>premium</span>

No início do Fórum BCE, que volta a Sintra de forma presencial, o governador do Banco de Portugal afirma ao ECO que o banco central está comprometido com inflação e em evitar crise financeira.

Sintra volta a dar o palco aos bancos centrais num momento particularmente conturbado para todo o mundo, com a inflação galopantee a vertigem de uma recessãoe crise financeiraa porem em xeque as autoridades monetárias, mas o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, considera que os “desafios muito complexos” que temos pela frente “exigem respostas que não se esgotam na margem de atuação da política monetária”. No início de mais um Fórum BCE, que regressa ao resort da Penha Longa (após duas edições online) a partir desta segunda-feira até quarta e que vai colocar alguns dos altos responsáveis dos principais bancos centrais mundiais a discutirem as opções em cima da mesa para os problemas com que o mundo se defronta, Mário Centeno sublinha ao ECO que, no caso em particular da

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G7 quer programa de investimento de 568 mil milhões para países em desenvolvimento

  • Lusa
  • 26 Junho 2022

G7 quer avançar com um programa de investimentos para países em desenvolvimento e mobilizar 600 mil milhões de dólares em resposta aos imensos projetos financiados pela China.

O G7 quer avançar com um programa de investimentos para países em desenvolvimento e mobilizar 600 mil milhões de dólares (568,50 mil milhões de euros), em resposta aos imensos projetos financiados pela China, anunciou este domingo o Presidente norte-americano.

“Com parceiros do G7, pretendemos mobilizar 600 mil milhões de dólares até 2027 para investimentos globais em infraestruturas”, disse a Casa Branca pouco antes do discurso de Joe Biden na apresentação da proposta à cimeira dos sete países mais industrializados do mundo, que está a decorrer no sul da Alemanha.

Daquele montante, Washington mobilizará 200 mil milhões de dólares (189,50 mil milhões de euros), através de fundos públicos e privados, nos próximos cinco anos. Biden fez o anúncio numa conferência de imprensa conjunta com os demais líderes do G7 (Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão) e da União Europeia em Elmau (sul da Alemanha).

O Presidente norte-americano destacou que os investimentos em infraestruturas são cruciais para o desenvolvimento sustentável e para se alcançar a “estabilidade global”. Joe Biden acrescentou que os países em desenvolvimento geralmente não têm infraestruturas que os ajudem a lidar com crises, como a pandemia, “então sentem o impacto, com mais força, e têm mais dificuldade de recuperarem num mundo profundamente conectado”.

“Esta não é apenas uma preocupação humanitária”, continuou. “É uma preocupação económica e de segurança para todos nós”, salientou. A Casa Branca disse, em comunicado, que a iniciativa, batizada de “Colaboração para as Infraestruturas e Investimento Global”, visa promover o desenvolvimento de países de baixo e médio rendimento, fortalecer a economia global e a cadeia de suprimentos.

Biden enfatizou que este plano concentra-se em áreas como saúde e segurança sanitária, conectividade digital, igualdade de género, segurança climática e energética. No contexto deste plano, o Presidente norte-americano referiu a criação de um cabo submarino, que ligará o Sudeste Asiático ao Médio Oriente e à Europa Ocidental, que foi adjudicado à empresa de telecomunicações norte-americana SubCom.

Os EUA também querem mobilizar 335 milhões de dólares (317,42 milhões de euros) para investimentos que permitam fornecer internet e tecnologia financeira a países da África, Ásia e América Latina. Este plano de macroinfraestruturas foi proposto por Biden na cimeira do G7 no ano passado, que decorreu no Reino Unido. O plano pretende ser uma alternativa ao projeto chinês “One Belt, One Road”, que visa revitalizar a chamada Rota da Seda, modernizando infraestruturas e telecomunicações para melhorar a conectividade entre a Ásia e a Europa.

Antes de o G7 anunciar o plano de investimentos, o chanceler alemão, Olaf Scholz, manifestou a “preocupação compartilhada” pelo G7 face à situação económica global, sobretudo por causa da subida da inflação e da crise energética, efeitos da guerra na Ucrânia.

“Partilhamos desta preocupação”, disse após a primeira sessão dos líderes do G7, mas também sublinhou “a confiança” de que os líderes do grupo saberiam lançar dali “a mensagem necessária de coesão” face à situação criada pela “brutal agressão” lançada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, contra a Ucrânia.

Scholz, como anfitrião da cimeira do G7, explicou que, durante a primeira sessão do encontro, a reunião de hoje, os líderes dos países mais ricos (Alemanha, Estados Unidos, Itália, França, Japão, Canadá e Reino Unido), debateram questões relacionadas com a economia global e destacaram a necessidade de coordenar a sua ação em relação aos mercados de energia.

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Generali reorganiza liderança

  • ECO Seguros
  • 26 Junho 2022

O grupo segurador ajusta a sua organização ao cumprimento do plano estratégico para 2024, passando Marco Sesana a ocupar as funções de diretor geral na sede.

O conselho de administração da Assicurazioni Generali aprovou uma nova estrutura organizacional do grupo segurador, proposta pelo seu CEO, Philippe Donnet, com vista a apoiar as prioridades fixadas no plano estratégico para 2024.

De acordo com a Generali, as mudanças introduzidas na sua organização têm como principais objetivos reforçar o papel de direção e coordenação da sede em todas as áreas de negócio, garantir o cumprimento das metas de eficiência operacional fixadas no plano para 2024 e acelerar a transformação digital. Têm também em vista incorporar ainda mais sustentabilidade no core business do grupo segurador e redefinir a supervisão organizacional e geográfica dos mercados e linhas de negócio que envolvem vários países, a fim de facilitar a coordenação e gerar sinergias operacionais.

No âmbito das alterações anunciadas, Marco Sesana, atual country manager para Itália e para as linhas de negócio globais, é nomeado diretor geral na sede do grupo. Giancarlo Fancel, atualmente à frente da área de risco do grupo segurador, sucede a Sesana como country manager para Itália.

É criada uma nova unidade de negócios que inclui a Alemanha, a Áustria e a Suíça. Giovanni Liverani, atual country manager para a Alemanha e Áustria e CEE Officer ad interim, é nomeado CEO para a Alemanha, Áustria e Suíça. Stefan Lehmann, atualmente Chief Business Officer Exclusive Sales na Generali Deutschland , é nomeado country manager para a Alemanha , reportando-se ao CEO da nova unidade de negócios e ingressando no comité de gestão do grupo.

Jaime Anchústegui é confirmado como CEO Internacional. A unidade de negócios internacional alarga-se a sua ação aos países do leste europeu, sendo que a sua organização geral será articulada posteriormente.

De referir ainda que a nova estrutura estabelece que todas as linhas de negócio globais ficam agregadas na nova unidade de negócios de França, liderada por Jean-Laurent Granier.

O grupo esclarece que as mudanças aprovadas pelo seu conselho de administração entram em vigor no início do próximo mês de setembro.

A Generali é um dos maiores grupos seguradores e de gestão de ativos mundiais. Opera em 50 países, englobando mais de 72 mil funcionários e cerca de 66 milhões de clientes.

O grupo marca presença no mercado português desde 1942, passando a integrar, a partir de 2020, as marcas Tranquilidade, Açoreana e LOGO, por via da compra da Seguradoras Unidas, que incorporou a Generali e a Generali-Vida e passou a denominar-se Generali Seguros.

A Generali Seguros é o terceiro grupo segurador do mercado português, tendo em conta a produção acumulada de seguro direto (mais de 1,13 mil milhões de euros) nos dois principais ramos do negócio segurador em 2021.

 

 

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Grumese já regularizou mais de 400 sinistros para a seguradora espanhola Caser

  • ECO Seguros
  • 26 Junho 2022

A mediadora faz mais de 6 milhões de euros em prémios por ano mas está a especializar-se na gestão de sinistros como representante de companhias estrangeiras que não estão presentes em Portugal.

A Grumese, mediadora com análise de riscos e assistência e gestão de sinistros, já regularizou mais de 400 sinistros automóvel em representação da CASER-Caja Seguros Reunidos Compañia de Seguros e Reaseguros, uma das maiores seguradoras de Espanha, através de uma parceria desenvolvida com uma das principais empresas de gestão de sinistros da Europa, a Coris – Compañia de Organizacion y Regulacion Internacional de Siniestros. A empresa utiliza a RNA para contactos iniciais com os sinistrados.

José Monteiro, Managing Director da Grumese, tem como objetivo oferecer “maior confiança a quem circula com seguros de companhias da comunidade europeia que não estão presentes em Portugal”.

 

Baseada em Algés, Lisboa, a Grumese como mediadora atingiu os 6 milhões de euros de prémios vendidos a mais de 17 mil clientes. Especializada em particulares e médias empresas, deu início em julho de 2019 à representação de seguradoras estrangeiras, no âmbito da gestão de sinistros do ramo automóvel.

“Esta parceria demonstra a capacidade que os mediadores portugueses têm na Gestão de Sinistros e pode ser uma alavanca para mais parcerias do tipo que conferem maior segurança a todos os automobilistas”, diz José Monteiro, Managing Director da Grumese, referindo que desenvolvem parcerias que permitem agilizar a articulação entre os clientes – quase todos estrangeiros – como um mediador exclusivo inglês e a seguradora espanhola, com uma rede de peritagens que atua em todo o território continental e com as oficinas de reparação automóvel a nível nacional.

O gestor que está na atividade desde 1991, tendo passado pela La Equitativa, Generali e Europeia, diz estar ciente de que conseguiram atingir o nível de conhecimento e a estabilidade organizativa que lhes permite dar mais alguns passos neste projeto, “oferecendo maior confiança a quem circula com seguros de companhias da comunidade europeia que não estão presentes em Portugal”.

O que fazem os representantes de seguradoras estrangeiras

Com o aumento do turismo e incremento da circulação rodoviária, os sinistros tendem igualmente a aumentar, em particular com veículos estrangeiros.

As seguradoras europeias que não estão presentes em Portugal, têm de nomear um representante. Como diz a ASF, “as Empresas de Seguros autorizadas a explorar na União Europeia o Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel, estão obrigadas a nomear um Representante para Sinistros em todos os Estados Membros, com exceção do Estado da sua Sede”.

Em caso de acidente ocorrido na União Europeia (UE), ou num País terceiro aderente ao Sistema de Carta Verde, a pessoa lesada pode regressar ao Estado Membro da sua residência e solicitar ao Centro de Informação a identificação da Seguradora do veículo causador, ou do Representante para Sinistros que tenha sido designado.

Com base nestas informações, os interessados podem então apresentar um pedido de indemnização junto do representante para sinistros designado, caso o acidente tenha sido causado por um veículo habitualmente estacionado e segurado noutro Estado Membro, que não o da sua residência.

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Mediadores de seguros: Mais desistências que novas inscrições em 2022

  • ECO Seguros
  • 26 Junho 2022

A supervisão registou a inscrição de mais 224 mediadores até ao fim de maio, mas registaram-se 1 303 pedidos de cancelamento de registo no período, confirmando a consolidação da atividade.

Até ao final de maio inscreveram-se na ASF, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, mais 224 mediadores de seguros, tendo a entidade supervisora registado, no mesmo período, 1 303 pedidos de cancelamento da atividade de distribuição. O realce vai para os 1 063 pedidos de cancelamento registados em abril. Nos primeiros cinco meses do ano a entidade reguladora registou 230 decisões de suspensão e 17 levantamentos de suspensão.

De acordo com uma nota informativa da ASF, em maio, dos 47 pedidos de cancelamento de registo, 87% ocorreram a pedido dos próprios mediadores, sendo que 13% resultaram de dissolução ou fusão de pessoas coletivas ou de óbito de pessoas singulares.

A maioria (53%) “das decisões de suspensão do registo de mediadores de seguros em maio foram motivadas por os mediadores pretenderem exercer funções legalmente incompatíveis, seja como pessoa diretamente envolvida na atividade de distribuição de seguros ou como membro do órgão de administração responsável pela distribuição de seguros. As demais suspensões ocorreram por os mediadores pretenderem interromper temporariamente a atividade de distribuição de seguros”, indica a nota da ASF.

No último ano mantinham atividade no mercado português 11 932 mediadores de seguros autorizados pela ASF, dos quais 11 846 eram agentes de seguros, 67 eram corretores de seguros, 15 operavam como mediadores de resseguros e quatro como mediadores de seguro a título acessório.

Dos agentes de seguros autorizados ativos a larga maioria desempenhava a atividade sob a forma de pessoa singular (8 184), enquanto na corretagem predominavam claramente as sociedades (67). Todos os mediadores de resseguros eram pessoas coletivas.

O número de mediadores autorizados em atividade em 2021 caiu, contudo, em relação ao ano precedente, confirmando a tendência de consolidação no setor, sobretudo no que respeita aos agentes de seguros que operam a título singular.

A esmagadora maioria dos mediadores autorizados operava, no último ano, nos dois ramos seguradores, Vida e Não Vida (11 181). Dos restantes, 638 atuam exclusivamente no negócio Não Vida e 113 no Vida.

Lisboa é o distrito que concentrava, em 2021, o maior número de mediadores (2 223), seguindo-se o Porto (2 034) e Braga (1 093). De referir que 28% dos mediadores que operam como pessoa coletiva têm entre 6 e 10 anos de atividade.

Em 2020, o volume de negócios das empresas de corretagem de seguros que operam em Portugal aumentou face ao ano anterior, com as maiores a consolidarem a sua posição no mercado.

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Rui Barreto reeleito presidente do CDS-PP/Madeira

  • Lusa
  • 26 Junho 2022

Rui Barreto foi eleito com 91% dos votos. Nuno Melo, presidente do CDS, diz que o partido na Madeira "representa o melhor do CDS".

Rui Barreto foi este domingo reeleito presidente da comissão política regional do CDS-PP/Madeira, com 91% dos votos, num universo de 126 votantes, anunciou o presidente da mesa do XVII Congresso, António Lopes da Fonseca. Foram também eleitos hoje o presidente do partido, José Manuel Rodrigues, e o secretário-geral, Amílcar Figueira, assim como os restantes órgãos do CDS/Madeira.

No discurso de encerramento do Congresso, Rui Barreto salientou que os centristas querem ser a barreira dos extremismos e dos populismos. “Eu quero que o CDS na Madeira seja a firewall dos extremismos e dos populismos, seja a barreira para aqueles que em momentos difíceis se querem aproveitar do descontentamento para granjear apoios circunstanciais”, declarou.

Rui Barreto dirigiu-se também ao líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que marcou presença na sessão. O líder do CDS insular referiu que “é uma honra fazer parte do Governo”, de coligação PSD/CDS, e reiterou a vontade de fazer um acordo pré-eleitoral nas próximas eleições legislativas regionais, em 2023.

Queremos ser o garante da estabilidade. A estabilidade gera confiança, a confiança gera investimento, o investimento gera riqueza, a riqueza gera emprego”, afirmou. “Se hoje há estabilidade, é porque os partidos governam bem e eu quero que o CDS seja a barreira desses extremismos e desses populismos na Região Autónoma da Madeira”, reforçou.

O centrista realçou igualmente o trabalho feito pelo executivo madeirense na gestão da pandemia de covid-19, a necessidade de rever a Lei das Finanças regionais e de mitigar a subida dos preços, designadamente nos combustíveis e outras matérias-primas, na sequência da guerra na Ucrânia.

Rui Barreto nasceu no Funchal em 16 de setembro de 1976 e licenciou-se em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Línguas da Madeira. Foi presidente da Assembleia Municipal de Santana, vereador na Câmara do Funchal, deputado à Assembleia da República e à Assembleia Legislativa da Madeira. É secretário regional da Economia, do Governo madeirense de coligação PSD/CDS-PP, presidido pelo social-democrata Miguel Albuquerque.

Nuno Melo diz que partido na Madeira “representa o melhor do CDS”

O líder do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou este domingo que o partido na Madeira “representa o melhor do CDS” e manifestou confiança no regresso à Assembleia da República. “O CDS/Madeira, ninguém duvide, […] representa o melhor do CDS”, disse Nuno Melo, reconhecendo que o partido a nível nacional “não vive um momento particularmente extraordinário” e necessita do apoio dos militantes madeirenses.

O líder centrista, que é também deputado europeu, discursava no encerramento do XVIII Congresso do CDS/Madeira, no qual Rui Barreto foi reeleito presidente da comissão política regional com 91% dos votos, num universo de 126 votantes. Num discurso de cerca de 30 minutos, Nuno Melo direcionou críticas ao Governo liderado pelo socialista António Costa e defendeu que o país não aguentará “quatro anos disto”.

O presidente do CDS-PP considerou que “a guerra na Ucrânia serve desculpa para um socialismo que é totalmente incapaz”. “Quando a diretora-geral da Saúde [Graça Freitas] acha que nós não podemos ficar doentes em agosto e não podemos comer bacalhau à Brás, a culpa não é da Ucrânia, a culpa é mesmo do Governo que não a mete no lugar e acha isto normal”, afirmou.

Nuno Melo criticou também os altos impostos, os baixos salários e a “ideia peregrina” da semana de quatro dias de trabalho. O líder centrista rejeitou, por outro lado, que o CDS-PP seja um partido pequeno.

“Cada vez que lá fora disserem que o CDS é um partido pequeno, expliquem que um partido que está no Governo Regional dos Açores e da Madeira não é um partido pequeno. Expliquem que um partido que governa sozinho seis câmaras municipais em Portugal continental, nos Açores e na Madeira não é um partido pequeno”, salientou, dirigindo-se aos congressistas.

E um acidente nas últimas eleições legislativas não faz do CDS um partido pequeno. E sobre isso, o que vos posso dizer é: voltaremos”, acrescentou. Nuno Melo lembrou ainda que convocou um congresso para fazer alterações estatutárias que permitirão que Rui Barreto seja vice-presidente do CDS a nível nacional e que José Manuel Rodrigues tenha assento na comissão política nacional.

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