Apesar do travão, vistos gold no Porto dispararam mais de 200% em 2022

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Fevereiro 2023

Emissão de vistos gold no Porto passou de 68 em 2021 para 215 em 2022, após o travão do Governo que visava aumentar o investimento estrangeiro no interior do país.

Depois da norma travão, que entrou em vigor a partir de 1 de janeiro de 2022 e pôs fim à possibilidade de investidores estrangeiros obterem um visto gold através da aquisição de um imóvel residencial em cidades do litoral, Lisboa e Porto foram os concelhos com maior número de Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI) concedidas.

Segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) facultados ao ECO, foram concedidas 725 ARI em Lisboa e 215 ARI no Porto em 2022, ano em que o regime de golden visas sofreu alterações com o objetivo de canalizar investidores para o interior do país. Comparando com o número de vistos gold emitidos em 2021 (466 e 68, respetivamente), verifica-se um aumento de 55,58% no caso da capital portuguesa, enquanto no Porto a concessão de ARI disparou 216,18%.

Entre os cinco concelhos com maior número de imóveis adquiridos através deste programa no ano passado (que foram os mesmos de 2021), há apenas um que se localiza no interior do país: Évora. Neste município do Alentejo Central, registou-se um crescimento de quase 80% da concessão de ARI, ao passar de 18 vistos gold emitidos no último ano antes da norma travão (2021) para 32 vistos gold emitidos no primeiro ano da norma travão (2022).

Concessão de ARI nos cinco concelhos com maior número de imóveis adquiridos

Já Cascais – que em 2020 era o segundo concelho do país onde eram concedidos mais golden visas, apenas atrás de Lisboa, e foi ultrapassado pelo Porto a partir de 2021 – registou o menor aumento (6,67%) de emissão de vistos no ano passado, num total de 48.

No conjunto dos cinco concelhos com maior número de imóveis adquiridos através deste programa, o número de Autorizações de Residência para Atividade de Investimento cresceu quase 72%, tendo sido emitidos, em 2022, mais 440 vistos gold do que no ano anterior.

Além disso, os vistos gold emitidos em Lisboa, Porto, Cascais, Évora e Loulé passaram de representar 70,75% do total de 865 ARI concedidas em todo o país em 2021, para equivaler a 82,12% do total de 1.281 ARI concedidas em Portugal em 2022.

Vistos gold em Évora destinaram-se apenas à compra de imóveis para reabilitação

Dos 1.281 vistos gold emitidos no ano passado, 1.008 destinaram-se à aquisição de bens imóveis, que por sua vez se divide em dois tipos de investimento: aquisição de imobiliário de valor igual ou superior a 500 mil euros (total de 532 ARI) e compra de imóveis para reabilitação, com mais de 30 anos ou localizados em áreas de reabilitação urbana com montante mínimo de 350 mil euros (total de 476 ARI). Sem surpresas, os dados do SEF mostram que Lisboa foi o concelho onde foram concedidas mais Autorizações de Residência para Atividade de Investimento em ambos os casos – 302 e 190, respetivamente.

Porém, importa notar que, dadas as alterações impostas pela norma travão a partir de 2022, esses tipos de investimento deixaram de incluir imóveis para habitação no caso de Lisboa, como também do Porto e restantes concelhos do litoral. Apenas imóveis comerciais, tais como escritórios ou espaços de retalho, continuam abrangidos.

Em Évora, destaca-se o facto de as 32 ARI concedidas no ano passado terem servido apenas um tipo de investimento, nomeadamente a aquisição e realização de obras de reabilitação dos bens imóveis. Enquanto concelho localizado no interior do país, e ao contrário dos restantes quatro municípios, os investidores estrangeiros puderam comprar imóveis residenciais.

Por sua vez, a grande maioria (41) dos golden visas emitidos em Cascais ao longo de 2022 destinou-se à aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros. Para a aquisição e realização de obras de reabilitação dos bens imóveis foram emitidos seis vistos, enquanto para transferências de capitais desde um milhão de euros foi concedido apenas um visto.

No Porto, a concessão de vistos gold foi alocada em quatro tipos de investimento, mas evidencia-se a compra de imóveis para reabilitação, com 135 ARI emitidos.

Fundos de investimento usados para contornar travão aos vistos gold

Ainda antes da entrada em vigor do travão no programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento, o ECO noticiou que, como Porto e Lisboa eram as cidades mais procuradas para comprar imóveis residenciais, os promotores imobiliários encontraram formas de continuar a permitir que os investidores estrangeiros adquirissem um golden visa nestes moldes.

Uma das soluções encontradas foi constituir fundos de investimento, de private equity, que os promotores colocavam na carteira de imóveis, permitindo que um investidor estrangeiro subscrevesse unidades de participação (UP), por um mínimo de 500 mil euros, e assim obtivesse um visto gold.

A lei já permitia obter um golden visa através de um fundo de investimento, mas a opção mais procurada era sempre a compra direta de um imóvel. Mesmo com este travão, os fundos continuam a ser permitidos, embora o montante mínimo de investimento tenha passado de 350 mil para 500 mil euros.

Outra forma de contornar a norma travão foi transformar imóveis de Alojamento Local (AL), que eram considerados habitação, em apartamentos turísticos, visto que esta modalidade não está inserida no residencial e continua a dar acesso a um visto gold.

Os apartamentos turísticos são uma modalidade que permite ao comprador adquirir um imóvel, do ponto de vista do investimento, e passar lá duas ou três semanas por ano, sendo arrendado no resto do tempo para fins turísticos.

Em declarações ao ECO, o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Botelho Miranda, disse que, em Lisboa e no Porto, “de certeza” que o setor do AL não se cruzou com o regime dos vistos gold, visto estarem suspensos novos registos em várias zonas das duas cidades, além de que “não havia sequer nenhuma forma de dar a volta aos vistos gold“.

Contudo, Eduardo Botelho Miranda reconheceu que, sobretudo em Lisboa, encontrou-se forma de contornar a norma travão na emissão de golden visas através da hotelaria. “Constituíam-se fundos e dava-se a volta com a participação em fundos. Por isso é que houve um boom de licenciamentos de projetos destes em Lisboa”, apontou.

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De tanques a medicamentos, passando por cursos e contratos. Os apoios que Portugal já deu à Ucrânia

Os refugiados ucranianos encontram em Portugal vários apoios na chegada a um novo país. O Estado português também já avançou com auxílios diretos ao país, humanitários, militares e financeiros.

Já passou um ano desde que o mundo acordou com as notícias da invasão da Ucrânia e desde aí muitas têm sido as expressões de solidariedade e apoio por parte de vários países. Portugal foi um deles, recebendo vários cidadãos que fugiam da guerra, tendo até constituído plataformas para facilitar a procura por informação e por trabalho, mas também através de apoios financeiros, humanitários e militares, sendo o mais recente o envio de três tanques Leopard.

Logo em março do ano passado, foi criada uma plataforma online para ajudar na apresentação de pedidos de proteção temporária por ucranianos ou por cidadãos de outras nacionalidades a residir na Ucrânia e que se tenham visto forçados a deixar o país após a invasão. Portugal concedeu proteção temporária a quase 45 mil ucranianos, de março a dezembro de 2022, segundo os dados do Eurostat.

Foi em março que o número atingiu o pico, quando a maior parte das pessoas saiu no seguimento da invasão: Portugal recebeu 23.930 ucranianos. Os números foram sempre descendo a partir daí, com o país a conceder proteção a 8.295 ucranianos em abril, 3.560 em maio e depois cerca de mil por mês até dezembro, quando recebeu 895. É de salientar que a proteção temporária prevê que os cidadãos que necessitem possam aceder a apoio de habitação.

Surgiu também uma plataforma criada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para recolher as vagas disponíveis para os refugiados ucranianos que cheguem a Portugal, que atingiu 20 mil ofertas de trabalho em menos de duas semanas. Em abril, 1.400 refugiados ucranianos já tinham um contrato de trabalho em Portugal. O IEFP organiza também cursos de Língua de Acolhimento Português para facilitar a integração destes cidadãos.

Ainda no início de março, Portugal enviou medicamentos e material médico, no valor de cerca de 100 mil euros, para ajudar a Ucrânia, através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

Em maio, o primeiro-ministro português fez uma visita a Kiev, capital ucraniana, onde assinou um acordo para a concessão de apoio financeiro de 250 milhões euros. António Costa explicou na altura que 100 milhões seriam transferidos ao longo de 2022 através de uma conta da Ucrânia no Fundo Monetário Internacional ou por outros canais que a União Europeia venha a abrir para financiamento direto, e 150 milhões de euros seriam transferidos para o Estado ucraniano ao longo dos três anos seguintes.

No entanto, este apoio afinal já não será pago na sua totalidade, segundo avança o Jornal de Negócios esta sexta-feira. O compromisso transformou-se na concessão de uma garantia de cerca de 55 milhões de euros, no âmbito do financiamento conjunto dos 27 Estados-membros da União Europeia de 6.000 milhões de euros.

Também nesta sexta-feira, o gabinete de Fernando Medina indicou que o contributo português em 2022 foi de 90 milhões de euros: “55 milhões beneficiaram de uma garantia adicional do Estado português, enquanto os restantes 35 milhões estão associados à participação portuguesa nos mecanismos de financiamento regulares da União Europeia”, referiu o ministério em comunicado.

O decreto-lei da execução orçamental para este ano já prevê um regime de apoios em benefício da Ucrânia, o que permite ao Estado português prestar mais apoios financeiros a Kiev. Estes podem ser sob a forma de “garantias pessoais, empréstimos ou subsidiação de taxa de juro”.

Quanto ao apoio militar, Portugal tem vindo a fornecer material letal e não letal. Ainda assim, o primeiro-ministro chegou a admitir que apesar do país ter procurado responder aos pedidos feitos pelas autoridades ucranianas, “muitas vezes não temos os recursos de que a Ucrânia necessita”. Entretanto no início deste ano, o primeiro-ministro sinalizou que iria “reforçar o apoio humanitário e militar à Ucrânia“.

Ainda na semana passada o primeiro-ministro anunciou, na Assembleia da República, o envio de três tanques Leopard à Ucrânia já no próximo mês de março. Ainda assim, a ministra da Defesa já assumiu algumas limitações no apoio militar que pode dar, já que é necessário equilibrar o auxílio a Kiev com as capacidades portuguesas.

No âmbito do apoio à Ucrânia, Portugal fez ainda um acordo para um programa que trará crianças ucranianas a passar férias em território português, segundo anunciou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O objetivo é “a criação de um espaço alternativo, até do ponto de vista de saúde mental, para as crianças terem outros espaços para usufruírem durante as suas férias”, explicou Ana Mendes Godinho, sendo que a intenção é avançar já este ano.

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Ações de armamento disparam mais de 100% com a guerra

As ações das empresas de armamento militar europeu dispararam desde o início da guerra da Ucrânia, mas a contar pelo aumento das suas carteiras de encomendas há ainda espaço para muito mais.

Os carros de combate Leopard 2, desenvolvidos pelo grupo alemão Rheinmetall e utilizados pelo exército ucraniano, contribuíram fortemente para a valorização de 158% das ações da empresa alemã desde o início da guerra.EPA/JAKUB KACZMARCZYK POLAND OUT

Ser o maior fornecedor militar do país que mais gasta em armamento (EUA) é um título importante, mas para os acionistas da Lockheed Martin isso não basta. Com uma capitalização bolsista de mais de 120 mil milhões de euros, as ações desta empresa norte-americana contabilizam uma valorização de 26% desde o início da guerra na Ucrânia.

Na frente de batalha, a defender as posições do exército ucraniano, contam-se centenas de mísseis anti-tanque Javelin, que se tornaram num símbolo da resistência ucraniana, e de vários Sistemas de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars) enviados pelos EUA. Tudo propriedade da Lockheed Martin.

O gigante de armamento norte-americano é apenas uma das empresas que tem visto o seu negócio crescer à velocidade com que a guerra evolui na Europa, e muito por conta do pacote de ajuda de 100 mil milhões de dólares dos EUA e dos mais de 40 mil milhões de dólares dos países da NATO para armar o exército ucraniano contra as forças militares da Federação Russa.

Entre as empresas europeias, a estrela do batalhão tem sido o grupo alemão Rheinmetall, que produz os carros de combate Marder e o famoso tanque Leopard 2 – um pedido recorrente da parte de Volodymyr Zelensky aos seus aliados. De acordo com os dados oficiais, os países da NATO já enviaram 12 destes tanques para a Ucrânia – Portugal vai enviar três.

Fonte: Reuters. Evolução das ações na sua moeda local. Ações europeias medidas pelo desempenho do índice Euro Stoxx 50 e as ações mundiais medidas pelo índice MSCI World.

As ações da empresa liderada por Armin Papperger valorizaram 158% no espaço de um ano, que compara com uma subida de 5,8% do principal índice acionista alemão (DAX) ou com a valorização de 10,8% (incluindo dividendos) das ações das 50 maiores empresas da Zona Euro presentes no índice Euro Stoxx 50.

Recentemente, numa entrevista à revista Stern, Armin Papperger, CEO do Rheinmetall, antecipava que o negócio da empresa está somente a começar, perspetivando dois anos igualmente intensos a 2022, com as vendas a escalarem até aos 12 mil milhões de euros até 2025, cerca de mil milhões acima da meta anteriormente estabelecida.

Nessa entrevista, o líder da empresa alemã afirmou que a carteira de encomendas da Rheinmetall era de 30 mil milhões de euros em dezembro de 2022, um valor recorde que compara com os 24,5 milhões de euros no final de 2021, e 33% abaixo dos 40 mil milhões de euros com que espera terminar este ano.

A guerra da Ucrânia vista pelo sobe e desce da Bolsa

A guerra é o palco preferido das empresas de defesa e produção de armamento militar. É durante os períodos de conflito militar que estas empresas veem crescer o seu negócio. A última guerra no Afeganistão, que durou quase 20 anos (entre outubro de 2001 e agosto de 2022), é disso exemplo.

Segundo cálculos do think thank “Cost of War”, da Universidade de Brown, este conflito teve um custo de mais de 2 biliões de euros para o Tesouro dos EUA que se repercutiu em milhares de milhões de receitas para os cofres dos maiores fabricantes de armamento do mundo, onde se incluem as empresas pertencentes ao Complexo Industrial Militar Americano (CIMA): Lockheed Martin, Raytheon, General Dynamics, Boeing e Northrop Grumman.

Durante a guerra do Afeganistão, as ações das empresas que constituem o CIMA valorizaram, em média, 927%, cerca de 1,8 vezes mais que os títulos das 500 empresas que constituem o principal índice acionistas norte-americano (S&P 500).

A guerra na Ucrânia não foge à regra. Tem também sido o palco da amplificação do negócio de muitas empresas de defesa e produção de armamento militar. As ações das empresas do CIMA, por exemplo, contabilizam uma valorização média de 15% no último ano, face a uma desvalorização de 4% do S&P 500 no mesmo período.

As contas das principais empresas de defesa e armamento militar europeias apresentam uma carteira de encomendas para os próximos anos em números recordes.

Destaque para as ações da Lockheed Martin que acumulam uma subida de 25,6% desde 24 de fevereiro de 2022, mas que poderão ainda disparar mais caso os países da NATO cheguem a acordo para enviar para a Ucrânia alguns caças F-16, como tem sido pedido por Volodymyr Zelensky – aviões que são produzidos pela empresa norte-americana.

No entanto, na guerra da Ucrânia, têm sido as empresas militares europeias as mais beneficiadas, contabilizando para si a maior fatia dos pacotes de apoio à Ucrânia. Além da alemã Rheinmetall, destaque para as ações da sueca Saab que subiram 173% desde o eclodir da guerra, seguindo à boleia do sucesso do seu sistema de mísseis anti-tanque NLAW; e para os títulos da empresa italiana Leonardo, responsável pela produção do sistema de defesa para os tanques M1A1, que escalaram 66% no último ano.

Um negócio com presente e futuro

O bom momento para as empresas europeias de defesa e armamento militar não é apenas contabilizado no presente. A BAE Systems, a maior construtora de armamento do Reino Unido, apresentou na quinta-feira lucros de 2,7 mil milhões de euros e um recorde de encomendas no final de 2022 de 67 mil milhões de euros, como resultado de uma crescente procura por armamento por parte de vários países.

“Embora seja trágico que tenha sido necessária uma guerra na Europa para aumentar a consciência da importância da defesa em todo o mundo, a BAE Systems está bem posicionada para ajudar os governos a manter os seus cidadãos a salvo e seguros num ambiente de ameaça elevada“, referiu Charles Woodburn, CEO da empresa no decorrer da apresentação de resultados, sublinhando ainda que para 2023 antecipa um aumento das vendas entre 3% a 5%.

No último ano, as ações da BAE Systems, cotadas na bolsa de Londres, subiram 52% (já contabilizando os dividendos distribuídos) face a uma valorização de 9,8% dos títulos das 100 empresas que constituem o principal índice acionistas britânico (Footsie).

Uma carteira constituída há um ano de forma equitativa pelas quatro principais empresas de armamento militar europeu que mais têm ganho com a guerra na Ucrânia (Rheinmetall, Saab, Leonardo e BAE Systems) apresenta hoje uma valorização média de 111%.

O sinal dado por Charles Woodburn não é restrito às contas da BAE Systems. As contas das principais empresas de defesa e armamento militar europeias apresentam uma carteira de encomendas para os próximos anos em números recordes. A italiana Leonardo, por exemplo, que apresentará contas a 9 de março, já revelava em setembro uma carteira de encomendas de 37,4 mil milhões de euros, o equivalente a 2,5 anos de produção.

O mesmo sucede com a Saab, que além de registar um incremento de 16% das vendas em 2022, teve um crescimento de 21% da sua carteira de encomendas para mais de 12 mil milhões de euros e antecipa um aumento orgânico de 15% das vendas este ano. “Temos uma sólida carteira de encomendas e uma forte posição para captar mais crescimento”, referiu Micael Johansson, presidente e CEO da Saab.

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Guerra levou a divórcio com a Rússia e gás acelerou casamento da UE com os EUA

Em menos de um ano, a UE reduziu a dependência do gás russo e apostou na diversificação de fontes. EUA emergiram como novo principal fornecedor da UE e também como maior exportador de gás do mundo.

A guerra na Ucrânia veio espoletar uma reconfiguração estrutural no mercado energético, a nível europeu, sem precedentes, sendo este o principal motivo que levou ao “divórcio” entre a Rússia e a União Europeia (UE), parceiros comerciais de longas décadas. Em paralelo, foi o início de uma nova relação comercial com os Estados Unidos. No meio da discórdia, encontrava-se o gás, que viu os seus preços na Europa oscilar e atingir novos máximos, contribuindo para a pressão inflacionista que, em 2022, também não deu tréguas às economias mundiais.

“A forte subida do preço do gás teve um impacto significativo na economia europeia, atirando a inflação para níveis de dois dígitos [10,4% em dezembro de 2022]. Com a queda dos preços, a pressão inflacionista deverá diminuir, embora outras componentes, tais como os preços dos alimentos, continuem a aumentar”, aponta uma análise da Schroders, a que o Capital Verde teve acesso.

Volvido um ano, a União Europeia concretizou aquilo com que se comprometeu no verão do ano passado: reduzir a dependência energética da Rússia (diversificando as suas fontes dentro e fora da UE) e reforçar a aposta na transição energética. Ao mesmo tempo, o ocidente apertava o cerco em torno do Kremlin, com sanções económicas aos setores económicos mais rentáveis para o país, nomeadamente, o energético. Ao todo, foram aprovados dez pacotes de sanções contra a Rússia.

Se cerca de 50% do gás natural importado no bloco europeu, em 2021, tinha origem em Moscovo, em 2022 essa quota começou a diminuir rapidamente, ao passo que a presença de outros fornecedores viria a aumentar em paralelo. Desde junho de 2022 que a quota da Rússia nas importações de gás da UE é inferior a 20%. Em novembro, era de 12,9%, segundo os dados oficiais da Comissão Europeia.

“A oferta de gás russo em 2022 já vinha em tendência decrescente desde o verão de 2021, com as exportações a descerem abaixo dos mínimos registados nos seis anos anteriores. Isto indicia que a Rússia já se preparava para pressionar a União Europeia no inverno de 2021/2022, utilizando o gás como arma”, considera Gonçalo Aguiar, engenheiro eletrotécnico e especialista em energia ao Capital Verde.

E, apesar de o executivo comunitário ter na mira a aceleração da aposta nas energias e gases renováveis, em substituição do gás natural, através do REPowerEU, a verdade é que a Rússia encontrou neste combustível fóssil uma oportunidade de retaliação, criando constrangimentos a nível do fornecimento ao bloco europeu em primeiro lugar, para depois cortar mesmo o abastecimento através de gasodutos: o Yamal, na Polónia, em maio de 2022, e o Nord Stream 1, na Alemanha, em setembro.

A oferta de gás russo em 2022 já vinha em tendência decrescente desde o verão de 2021. Isto indicia que a Rússia já se preparava para pressionar a União Europeia no inverno de 2021/2022 utilizando o gás como arma

Gonçalo Aguiar

Engenheiro eletrotécnico e especialista em energia

As disrupções, apesar de não terem passado despercebidas e terem obrigado a Comissão Europeia a adotar políticas de aprovisionamento para o inverno seguinte, aconteceram numa altura em que já se verificavam oscilações significativas no mercado de gás natural. Na plataforma holandesa TTF (Title Transfer Facility), a referência nos mercados europeus de gás natural, em reação à invasão da Ucrânia, no dia 24 de fevereiro de 2022, os preços do gás deram um salto para os 122 euros MWh. A tendência manteve-se ascendente tendo atingindo, a 26 de agosto, um pico superior a 330 euros MWh – “quase 20 vezes a média de 2018 e 2019”, estima Gonçalo Aguiar.

“A justificação para estes preços elevados deve-se à necessidade de mobilizar oferta mais cara, principalmente fornecida via navio, que tem tipicamente um custo superior ao da importação por gasoduto”, explica ainda.

Esta oferta começou a ter origem em países como o Qatar, a Noruega, o Reino Unido e até a Nigéria. Deste modo, a importação de gás para a UE via gás natural liquefeito (GNL) quase duplicou em 2022 face a 2021.

Em menos de um ano, EUA tornam-se no principal fornecedor

Mas o principal beneficiado foram os Estados Unidos, que se tornaram no maior exportador de gás natural do mundo em 2022, graças ao interesse da União Europeia que, em março, anunciou uma cooperação energética com os EUA face à escalada da guerra na Ucrânia.

“Os Estados Unidos esforçar-se-ão para assegurar volumes adicionais de GNL para o mercado da UE de pelo menos 15 metros cúbicos (bcm) em 2022, com aumentos previstos para o futuro”, lê-se no comunicado emitido por Bruxelas e Washington. A meta foi rapidamente ultrapassada.

“Os EUA passaram a ser um grande fornecedor de GNL para os países europeus, pois possuem infraestruturas de produção e de exportação”, aponta Rui Baptista, professor do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) ao ECO/Capital Verde. “O que se verificou [também], foi que rapidamente começaram a ser construídos sistemas de receção de GNL” um pouco por todo o bloco, acrescenta.

Exemplo disso foi a Alemanha que, em menos de um ano, inaugurou três terminais flutuantes de receção de navios metaneiros, contando com uma capacidade de receção anual de 14 mil milhões de bcm de GNL, “cerca de 2 vezes a capacidade da instalação da REN em Sines ou 16% do consumo anual alemão”, refere Gonçalo Aguiar.

A utilização da capacidade de receção de GNL a nível europeu aumentou para máximos históricos, tendo atingido 80% em abril de 2022, comparativamente ao máximo de 60% no ano anterior.

Gonçalo Aguiar

Engenheiro eletrotécnico e especialista em energia

Dados oficiais sugerem que as importações de gás natural liquefeito norte-americano ascenderam a 4,8 bcm em dezembro de 2022, enquanto no conjunto de 2022 atingiram os 56 bcm, acima dos 22 bcm verificados em 2021, ultrapassando largamente o compromisso assumido na declaração UE-EUA, em março. No ano de 2022, a União Europeia tornou-se o destino de gás natural liquefeito mais importante dos EUA, uma vez que representava 52% do total das exportações de GNL dos EUA.

Na UE, as importações de GNL aumentaram 60% em 2022. O GNL pré-crise representava menos de 20% do consumo de gás da UE, mas representa agora mais de 30%. Feitas as contas, em menos de um ano os EUA tornaram-se no maior fornecedor de GNL à UE, com uma quota de cerca de 40%.

Além disso, verificou-se um acréscimo nos contratos de fornecimento de longo prazo entre energéticas europeias e produtores de GNL norte-americanos. Enquanto a norte-americana Sempra Infrastructure fechou contratos de fornecimento de gás a 15 anos com a alemã RWE e a francesa Engie, a NextDecade Corporation comprometeu-se a enviar gás para Portugal, através da Galp, durante duas décadas, e também para França, via Engie, por 15 anos. Fora do espaço Europeu, a Alemanha assinou contratos de fornecimento com produtores de gás do Qatar.

Preços aliviam mas continuam acima do pré-guerra

A diversificação de fornecimento de gás, as temperaturas amenas, as políticas de poupança no consumo e de armazenamento de gás nas reservas entre os 27 Estados-membros – que estão hoje muito mais elevadas do que há um ano atrás, situando-se, em finais de janeiro, nos 82% – e as intervenções da Comissão Europeia e dos governos nos mercados, são alguns dos fatores que levaram a uma estabilização do mercado do gás na Europa. Desde o início do ano que esta commodity tem estado a negociar abaixo dos 100 euros MWh e com o arranque de fevereiro o patamar desceu para a casa dos 50 euros MWh.

O mercado estará em breve normalizado num “novo normal” entre fornecedores e compradores. A redução de preços verificada nas últimas semanas assim o parece indicar”, sugere Rui Baptista.

Mas poderá ser por pouco tempo. A falta de sinais de que a guerra está próxima do fim sugere que os exercícios de redução do consumo de gás em 15% para a produção de eletricidade (que estão previstos para terminar em finais de março) poderão ter que ser retomados pouco tempo depois de forma a evitar a volatilidade do mercado e minimizar o risco de escassez. Entre agosto e janeiro, a meta foi ultrapassada, tendo sido verificada uma redução de 19% no consumo de gás entre os 27 Estados-membros.

Analistas consultados pela Reuters sugerem mesmo que a prática poderá ter que vir a tornar-se recorrente até que o bloco europeu desenvolva uma alternativa mais permanente ao gás russo enviado através do Nord Stream 1, pela Alemanha, e do qual a União Europeia esteve dependente durante décadas.

Desde a guerra fria que a Rússia era um fornecedor confiável de energia. Nunca duvidei que devia haver negociações. Não lamento as decisões. Na altura, era claro”, apontou Angela Merkel, antiga chanceler alemão durante uma visita a Lisboa.

Rússia contorna sanções e aumenta exportações de petróleo para a Ásia

As sanções da União Europeia contra o setor petrolífero russo aprofundaram as relações energéticas e comerciais do país de leste com a China e a Índia, à medida que os 27 Estados-membros procuram reduzir a dependência energética de Moscovo como resultado da guerra na Ucrânia.

Na sequência dos últimos dois regimes de sanções do bloco à Rússia, os fluxos de petróleo russo bruto para a Ásia começaram a aumentar. O primeiro entrou em vigor a 5 de dezembro de 2022 (dia em que foi aplicado um teto de 60 dólares por barril para o petróleo, impedido que este fosse exportado por via marítima se estivesse acima desse limite) e, mais tarde, a 5 de fevereiro (altura em que foi imposta uma limitação de 100 dólares por barril para outros produtos petrolíferos refinados, como o gasóleo).

De acordo com a Bloomberg, que cita os dados da Kpler, as exportações russas de petróleo para Pequim saltaram para níveis recorde, à medida que a China reabria a economia, com o levantamento da política de Covid-zero, em dezembro passado. As exportações atingiram 1,66 milhões de barris por dia em janeiro. Isto é superior ao recorde anterior, estabelecido em abril de 2020, quando a nação asiática estava a emergir das primeiras restrições iniciais contra o vírus que originou a pandemia. Na altura, os fluxos de crude russo situaram-se nos 1,52 milhões de barris por dia.

Apesar do aumento, os valores ainda se encontram longe daquela que outrora foi a realidade no bloco europeu. Citando os dados do Eurostat, em 2021, a União Europeia importava, todos os meses, em média, 9,5 milhões de toneladas de petróleo da Rússia, tendo esse valor descido apenas 21% para 7,5 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2022.

É desta forma que o Kremlin procura conseguir contornar os efeitos das sanções do Ocidente ao petróleo, uma das principais fontes de receita às contas públicas da Rússia e que previa roubar 160 milhões por dia a Moscovo, de acordo com as estimativas do Russia Fossil Tracker, desenvolvido pelo Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA). A mesma organização internacional indica que, desde o início da guerra, a Rússia ganhou 296 mil milhões de euros em receitas provenientes das exportações de combustíveis fósseis, sendo que o petróleo representa 67% desse total (198 mil milhões de euros).

E, segundo o vice-primeiro ministro russo, apesar das sanções, os níveis de produção e exportação não foram afetados. “As exportações russas de petróleo têm-se mantido efetivamente inalteradas desde a introdução do limite do preço do petróleo“, cita a Bloomberg as declarações do analista da Kpler.

De acordo com Alexander Novak, em 2022, as exportações russas cresceram 7,6% para 242 milhões de toneladas, o equivalente a cerca de 4,9 milhões de barris por dia. Já a produção petrolífera terá aumentado 2% para 535,2 milhões de toneladas em 2022, o equivalente a cerca de 10,75 milhões de barris por dia.

E, mesmo sem a ajuda daquele que fora até então o principal cliente de petróleo russo, a perspetiva de Moscovo é a de continuar a crescer neste mercado, procurando novos clientes. “Hoje, continuamos a procurar e a encontrar novos mercados”, apontou Novak, adiantando que a Rússia planeia enviar, em 2023, 80% das suas exportações de petróleo bruto e 75% das suas exportações de produtos refinados para “países amigos”, isto é, nações que não tenham aplicado sanções à Rússia, tal como a China.

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141 países da ONU exigem retirada de tropas russas da Ucrânia e “paz justa”

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2023

O projeto de resolução obteve 141 votos a favor, sete contra e 32 abstenções. China, Índia, África do Sul, Angola e Moçambique abstiveram-se.

A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou esta quinta-feira, com uma esmagadora maioria de 141 votos, uma resolução que exige a “retirada imediata” das tropas russas da Ucrânia e pede “uma paz abrangente, justa e duradoura”.

O projeto de resolução, elaborado pela Ucrânia e aliados com apoio da União Europeia, obteve 141 votos a favor, sete contra e 32 abstenções dos 193 Estados-membros da ONU, reforçando mais uma vez o isolamento de Moscovo na panorama internacional.

Votaram contra este texto a Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte, Eritreia, Mali e Nicarágua, e entre os países que se abstiveram estão a Índia, China, Angola, Moçambique e Cuba.

A votação ocorreu numa sessão especial de emergência da Assembleia Geral para assinalar um ano de guerra da Rússia na Ucrânia e após dois dias de discursos de quase uma centena de Estados. Apesar de não ter caráter vinculativo, esta resolução carrega um peso político e mostrou quais os países que continuam a recusar-se a condenar a Rússia, um ano depois da guerra.

Face à resolução votada, a Bielorrússia, aliada mais próxima de Moscovo, propôs uma série de emendas que foram votadas primeiramente, mas que foram rejeitadas.

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Dona da Iberia paga 400 milhões para controlar Air Europa

A Air Europa, do empresário Juan José Hidalgo, vai fazer parte do grupo IAG, que detém a Iberia e a British Airways. Este grupo anunciou a compra de 80% da companhia que ainda não detém.

A Air Europa vai mudar de dono ao fim de mais de 30 anos. A companhia aérea espanhola vai sair das mãos do empresário Juan José Hidalgo e mudar-se para o grupo IAG, que detém a Iberia e a British Airways.

O acordo foi anunciado nesta quinta-feira, pelo valor de 400 milhões de euros, que corresponde aos 80% de capital que o grupo não detinha. A Comissão Europeia terá uma palavra a dizer nesta operação.

O processo de compra vai durar ano e meio e haverá várias tranches de pagamento: 200 milhões de euros serão entregues assim que as autoridades da concorrência validarem a transação; as outras duas tranches, de 100 milhões de euros, serão pagas no segundo e no terceiro anos após a formalização do negócio, detalha o jornal Cinco Días. (acesso livre)

A Air Europa voa atualmente para 36 destinos, inclusive Portugal, e também conta com ligações para a América Latina e as Caraíbas.

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Tribunal Europeu dos Direitos Humanos recusa queixa de lesado do BES contra Estado português

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2023

O TEDH considerou que o Estado português não tem obrigação de cobrir as dívidas de entidades privadas e que, no caso, foi encontrado "um justo equilíbrio".

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) rejeitou esta quinta-feira uma ação indemnizatória contra o Estado português apresentada por um dos lesados do Banco Espírito Santo que se declarou prejudicado com a resolução do BES pelo Banco de Portugal (BdP). Na ação, agora recusada por unanimidade pelo TEDH, Diamantino Freire Lopes, residente em Tomar, disse ter investido no BES o dinheiro que poupou toda a sua vida enquanto trabalhou na Alemanha, ou seja, 185 mil euros.

O lesado explicou que adquiriu produtos financeiros ao abrigo de um contrato de intermediação financeira com o BES, sem conhecer a natureza dos produtos e os riscos envolvidos, uma vez que lhe tinha sido assegurado que tal investimento era isento de riscos e altamente rentável. Alegou ainda ter perdido este dinheiro como resultado da medida de resolução aplicada ao BES pela BdP, argumentando que esta medida de resolução foi “ilegal e desproporcionada e viola o princípio da confiança dos investidores”.

Este lesado do BES argumentou também que, ao decidir transferir de novo para o BES responsabilidades que tinham sido originalmente transferidas para o Novo Banco, o BdP violou o princípio da segurança jurídica e, por outro, o princípio da separação de poderes. Queixou-se igualmente do facto de as decisões do Tribunal da Relação de Évora e do Supremo Tribunal de Justiça não terem sustentado estes seus argumentos, apesar de na primeira instância o Tribunal de Santarém lhe ter dado razão.

Na decisão agora tomada por unanimidade, o TEDH considerou que o Estado português não tem obrigação de cobrir as dívidas de entidades privadas e que, no caso, foi encontrado “um justo equilíbrio entre o interesse público perseguido e os direitos de propriedade do requerente e de todas as pessoas na mesma posição que ele”.

O tribunal lembra que a medida de resolução tomada pelo BdP em relação ao BES se inseria no âmbito dos poderes de supervisão exercidos pelo BdP sobre o sistema bancário nacional e destinava-se a assegurar o seu bom funcionamento. Entendeu assim o tribunal que a medida (de resolução bancária) em questão se encontra dentro dos limites do direito interno português.

O TEDH diz ainda não ver como é que, ao decidir-se pela resolução, o BdP teria violado o princípio da separação de poderes e o princípio da segurança jurídica. “Tendo em conta as observações anteriores e a margem de apreciação de que o Estado (português) beneficia nas circunstâncias excecionais em questão, o Tribunal considera que o pedido é manifestamente infundado e deve ser indeferido”, lê-se no decisão do TEDH.A

Após a resolução do BES, a 4 de agosto de 2014, cerca de 8.000 clientes emigrantes do banco vieram reclamar 728 milhões de euros, acusando o banco de ter aplicado o dinheiro em produtos arriscados sem o seu consentimento. A derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros. A 3 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

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Dona do Meo afasta novo programa de saídas voluntárias

Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, assegura que não será repetido o programa de saídas voluntárias. Operadora renovou o bónus a dobrar para os trabalhadores que optem pela reforma antecipada.

“Não temos em cima da mesa nenhum programa Pessoas”, garante Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, durante a apresentação da estratégia da empresa até 2030, esta quinta-feira no Altice Arena. Num encontro com jornalistas afastou um novo programa de saídas voluntárias. A empresa renovou o bónus a dobrar para os trabalhadores que optem pela reforma antecipada. “Não temos uma quota, um número para preencher”, salientou.

Apesar do clima volátil que tem afetado o setor tecnológico, com o lay-off de milhares de trabalhadores, a CEO da dona do Meo afasta um novo programa de saídas voluntárias (o programa Pessoa) ou um despedimento coletivo na operadora. No novo plano estratégico da empresa, o pilar “pessoas” passa mais pelo rejuvenescimento do talento.

“Queremos atrair para Portugal talento internacional”, refere a CEO, mas também reforçar a diversidade e paridade na companhia. “Queremos que 40% dos cargos de liderança sejam ocupados por mulheres. Atualmente, estamos com cerca de 30%”, contabilizou.

Mais parcerias com as academias e uma aposta no upskill e reskill são outros vetores em que a empresa está apostada em investir, de modo a obter as pessoas e as competências de que necessita para o seu negócio. “Precisamos de rejuvenescer e apostar em novas competências”, reforça.

Os dados explicam o foco no rejuvenescimento. Com cerca de 9 mil colaboradores diretos em Portugal, 75% têm mais de 40 anos e, assinala, “é natural que tenhamos de rejuvenescer”. Nesse âmbito, a companhia tem previsto “triplicar” este ano o número de jovens talentos do programa de trainnes, o Darwin, para cerca de 150.

ACT renova bónus a dobrar para reforma antecipada

No novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), recentemente fechado com os sindicatos, a operadora volta a dar, até final de 2024, um bónus a dobrar para os trabalhadores que optem por reformas antecipadas, sabe o ECO Pessoas. O bónus oscila entre os 230 euros (base) – trabalhadores com entre 15 a 19 anos de antiguidade – e os 3.000 euros para os trabalhadores com mais de 40 anos de empresa. Valor que será pago a dobrar até ao final do próximo ano.

O nosso grande objetivo é a renovação das competências. No acordo, que é feito em diálogo com os sindicatos, procuramos uma solução equilibrada. Relativamente às reformas antecipadas não temos uma quota, um número para preencher. Contamos com todos os que estão, mas também damos liberdade para aqueles que queiram antecipar a sua reforma possam-no fazer se sentirem que têm de o fazer”, diz, à margem da apresentação ao ECO Pessoas.

“Somos uma empresa muito multidisciplinar, temos cinco gerações dentro do nosso âmbito de colaboradores e há algumas funções que, do ponto de vista físico, são muito mais exigentes do que outras, se olharmos para a componente de infraestruturas, os nossos técnicos, que têm de subir a postes, etc. É nessa lógica que fazemos também esse tipo de iniciativas”, justifica a responsável.

 

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Munich Re excede objetivos de 2022

  • ECO Seguros
  • 23 Fevereiro 2023

A resseguradora alemã Munich Re ultrapassou a sua meta de ganhos para o ano inteiro com um crescimento de 16,7%, apesar dos custos dos sinistros relacionados com a Ucrânia.

A resseguradora líder Munich Re divulgou os resultados comerciais para o ano financeiro de 2022, onde se destaca um lucro de 3,6 mil milhões de euros, significativamente acima dos 2,9 mil milhões de euros de 2021, ultrapassando a margem de lucro prevista de 3,3 mil milhões de euros.

“A Munich Re absorveu bem as crises de 2022 e continua a crescer de forma rentável”, constatou o presidente do conselho de administração da companhia, Joachim Wenning.

Entre os principais resultados apresentados pelo ressegurador, destaca-se o crescimento do PAG de 12,7% para 67,1 mil milhões de euros, acima dos 59,56 mil milhões de euros de 2021.

Os resultados operacionais para o ano comercial de 2022 ascenderam a 3,58 mil milhões de euros, aproximadamente ao nível dos 3,51 mil milhões de euros referentes a 2021, enquanto os resultados não operacionais ascenderam a -81 milhões de euros, em comparação com -91 milhões de euros, em 2021.

O ramo de resseguros da companhia contribuiu com 2,59 mil milhões de euros para os resultados consolidados no exercício financeiro de 2022 e 1,39 mil milhões de euros no quarto trimestre, em comparação com 2,32 mil milhões e 734 mil milhões de euros, respetivamente, de 2021. Em comunicado, a Munich Re aponta que o seu ramo de resseguro “ultrapassou ligeiramente” a previsão de lucros ajustada de 2,5 mil milhões de euros.

Os resultados operacionais do negócio ascenderam a 2,57 mil milhões de euros, em contraste com 2,69 mil milhões de euros em 2021, enquanto o GWP aumentou de 41,35 mil milhões de euros, em 2021, para 48,07 mil milhões de euros – que a Munich Re atribuiu à sua “estratégia de crescimento, um melhor ambiente de mercado e efeitos positivos da conversão cambial”.

O negócio de resseguros de vida e saúde da Munich Re gerou um lucro de 737 milhões de euros no ano financeiro de 2022, acima dos 325 milhões de euros referentes ao ano passado, enquanto os rendimentos dos prémios subiram para 13,67 mil milhões de euros, em comparação com os 12,56 mil milhões de euros de 2021.

O resseguro de acidentes de imóveis contribuiu com 1,86 mil milhões de euros para os resultados de 2022, comparando com 2,003 mil milhões de euros em 2021.

O volume de prémios cresceu robustamente para 34,4 mil milhões de euros, contra 28,79 mil milhões em 2021. Apesar das elevadas perdas naturais de catástrofes no mercado, o rácio combinado diminuiu para 96,2% (99,6%) dos prémios ganhos líquidos.

Nas renovações de resseguro, a partir de 1 de janeiro de 2023, a Munich Re conseguiu aumentar o volume de negócios subscritos para 15,3 mil milhões de euros (+1,3%).

Nos negócios ERGO, a Munich Re gerou um lucro de 8,26 mil milhões de euros em 2022, acima dos 605 milhões de euros de 2021, dos quais 124 milhões de euros foram no quarto trimestre, ultrapassando a sua orientação de lucro de 800 milhões de euros. A ERGO cresceu com sucesso nos três segmentos em 2022. O rendimento global de prémios, em todos os segmentos, aumentou substancialmente para 20,06 mil milhões de euros, um crescimento dos 19,17 mil milhões de euros de 2021, enquanto o GWP aumentou para 19,06 mil milhões de euros, em comparação com 18,21 mil milhões de euros.

Em comentários sobre os resultados do grupo, Joachim Wenning, presidente do conselho de administração, sublinhou que a Munich Re “absorveu bem as crises de 2022 e continua a crescer de forma rentável”.

Somos robustos, tanto financeiramente como em termos de capital”, disse ele. “A nossa carteira de negócios amplamente diversificada não só nos torna mais resilientes, como também abre novas perspetivas de ganhos. Em tempos de grande incerteza devido à guerra e à volatilidade dos mercados de capitais, os nossos clientes valorizam a fiabilidade. Os nossos acionistas beneficiarão tanto de um aumento dos dividendos como de uma nova ronda de recompra de ações“.

Para 2023, a Munich Re acredita que está a caminho de atingir objetivos ambiciosos para 2025, e que pretende obter um lucro de 4 mil milhões de euros em 2023. Prevê-se que as receitas de seguros do grupo, que irão substituir as “receitas de prémios” no futuro, atinjam cerca de 58 mil milhões de euros em 2023.

No domínio dos resseguros, a Munich Re prevê receitas de cerca de 39 mil milhões de euros e um lucro de cerca de 3,3 mil milhões de euros em 2023.

Espera-se que o campo de negócios ERGO contribua com cerca de 0,7 mil milhões de euros para o resultado consolidado. Observe-se, no entanto, que todas as previsões e objetivos enfrentam uma incerteza considerável devido à frágil evolução macroeconómica em curso e à volatilidade dos mercados de capitais.

 

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Sindicatos dos professores admitem “pequenos avanços”, mas reunião volta a acabar sem acordo

Os sindicatos dos professores admitem que houve "pequenos avanços" nas negociações com o Ministério da Educação, mas ainda consideram que são insuficientes para haver acordo.

Os sindicatos dos professores admitem que houve “pequenos avanços” nas negociações com o Ministério da Educação, mas ainda consideram que são insuficientes para haver acordo. Fenprof disse que Governo “ficou de enviar documento final” até 1 de março.

Do que interpretei nenhum sindicato vai chegar a acordo com Ministério da Educação”, disse o coordenador do Stop, à saída da sexta ronda negocial sobre novo modelo de recrutamento e colocação de professores.

O ministro disse no final que estaria disposto a discutir outros assuntos”, nomeadamente “a burocracia, a questão das quotas e, eventualmente, até a questão do descongelamento” das carreiras, de modo a ver se em alguns setores da classe poderia ou não ser mais compensatório“, mas “tendo sempre em consideração outros setores da Função Pública”, acrescentou.

Por outro lado, o secretário-geral da Fenprof disse que “houve avanços” face às propostas iniciais, mas que não representam uma grande diferença face ao que acontece atualmente, dando como exemplo o facto de o Governo ter mostrado abertura para baixar de 12 para 8 horas o limite para o qual se considera que um professor tem “insuficiência de horário e pode ser forçado a dar aulas em escolas diferentes, mas que “atualmente são seis”. “Avança enquanto a proposta inicial, mas recua face a atual”, diz.

Sobre a recuperação dos seis anos e cerca de seis meses que ainda estão congelados, Mário Nogueira diz que “não houve absolutamente nada” e que o ministro João Costa “se limitou a fazer um comentário em relação a proposta do Presidente da República”.

O coordenador nacional do Stop lamenta ainda que não tenha havido “uma única palavra” sobre os salários dos não docentes e que o ministro tenha voltado a referir que a questão da equidade nas carreiras dos docentes da “Madeira e Açores são questões diferentes”.

Já o líder da Fenprof assinala que alguns pontos “vão ser corrigidos”, pelo que a estrutura sindical pediu ao Ministério para enviar uma “versão final até 1 de março”. “Se ficar como está vamos pedir uma reunião suplementar“, garantiu.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h22)

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Apesar do mau tempo Ageas ultrapassa mil milhões de lucro

  • ECO Seguros
  • 23 Fevereiro 2023

Inundações de dezembro em Portugal, vagas de frio no Reino Unido e mau mercado financeiro na Ásia prejudicaram os resultados do grupo, mas o negócio na Bélgica teve um 2022 forte em todos os ramos.

O Grupo Ageas, casa-mãe do Grupo Ageas Portugal, atingiu 1.010 milhões de euros de resultados líquidos em 2022, valor 20% superior ao registado um ano antes. O resultado foi conseguido com um crescimento nos prémios brutos emitidos para 16.457 milhões de euros de apenas 2% em relação a um ano antes. A operação na Bélgica, país de origem e de sede da Ageas, foi decisivo para este resultado.

A Ageas, que é um dos maiores grupos europeus de seguros, tem a sua operação organizada geograficamente e por atividade Vida que representou 70% dos negócios e 75% dos lucros e Não Vida com 30% e 25% respetivamente. O último trimestre do ano foi decisivo assinalando a companhia um “forte desempenho operacional no ramo Vida na Europa e na Ásia. Em contraste, o resultado de Não Vida sofreu com as condições meteorológicas adversas e a continuação da inflação elevada”

O CEO Hans de Cuyper e o Chairman Bart De Smet: “o desempenho é resultado de uma operação forte em todas as regiões”.

A Bélgica, que representou 30% dos negócios em 2022 e 46% dos lucros, apresentou um “forte performance em Vida e Não Vida” refere a empresa. No ano passado os negócios quase estabilizaram, mas os lucros subiram 16%.

A Europa, que inclui Portugal, França, Reino Unido e Turquia, teve o seu resultado afetado pelo mau tempo e inflação de custos em Portugal e no Reino Unido e ainda pelos ajustamentos contabilísticos devidos pela hiperinflação na Turquia. Esta divisão baixou a sua contribuição para os lucros em 35% para 116 milhões de euros, cerca de 11% do total do grupo belga. Em volume de negócios, a Europa diminuiu 10% mas significa 20% do total faturado em prémios pelo grupo.

Portugal ainda não tem dados discriminados, mas o volume de prémios emitidos pelas seguradoras do Grupo Ageas Portugal – Ocidental Vida, Ageas Seguros, Ageas Vida, Médis e Seguro Directo – foi de 1.916 milhões de euros pesando cerca de 12% no total da Ageas. Tem ainda participações em empresas fora dos seguros como na Ageas Repara, Kleya, Clinica Médis e Pétis.

A divisão asiática é mais volumosa e inclui China, Malásia, Índia, Tailândia, Vietname, Laos, Camboja, Singapura e Filipinas. Significa metade do volume de negócios da Ageas e cerca de 25% dos lucros. Segundo o grupo conseguiu “uma excelente performance operacional, mas sofreu o impacto de uma evolução desfavorável do mercado financeiro”.

A Ageas Re, embora seja 15% do negócio em volume representou 24% dos resultados, totalmente devido ao ramo Vida. O resseguro Não Vida foi prejudicado por elevados sinistros no ramo automóvel e pelo mau tempo.

A solvabilidade do grupo (SCR) está em 218%, estando a divisão Europa com 183% subindo de 166% registado em 2021. O rácio combinado aumentou para 96,5% com penalização da divisão Europa que de 93,2% em 2021 passou para 100% no fim de 2022.

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Marsh: aumento dos preços comerciais desacelera

  • ECO Seguros
  • 23 Fevereiro 2023

Os preços dos seguros comerciais globais aumentaram 4% no quarto trimestre de 2022, em comparação com 6% no trimestre anterior, de acordo com o Marsh Global Insurance Market Index.

O ritmo global de aumento de preços abrandou pelo oitavo trimestre consecutivo, sendo que a subida atingiu um pico de 22% no quarto trimestre de 2020. Este foi o 21º período, consecutivo, em que os preços compostos subiram, manifestando o período mais longo de aumentos desde o início do Índice Marsh, em 2012.

A Marsh apontou que a moderação nos preços do trimestre foi impulsionada, em grande parte, por uma diminuição de 6% nas linhas financeira e profissional e pela contínua moderação nos preços cibernéticos.

De acordo com o relatório, os preços dos seguros no quarto trimestre de 2022 nos E.U.A. aumentaram 3%, em comparação com 5% no trimestre anterior.

Os aumentos dos preços dos seguros cibernéticos moderaram para 28% no quarto trimestre, em comparação com 48% no terceiro trimestre, à medida que novos operadores no mercado aumentam a capacidade.

Os preços dos seguros no Reino Unido aumentaram 4% no quarto trimestre, em comparação com 7% no terceiro trimestre, com os preços dos seguros de propriedade no Reino Unido a aumentar 6%, o mesmo que no trimestre anterior. Os preços dos seguros de acidentes aumentaram 4%, o mesmo que nos dois trimestres anteriores, e os preços dos seguros cibernéticos no Reino Unido aumentaram 34%, em comparação com 66% no terceiro trimestre.

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