Em 2022, as rendas que recebi foram inferiores às despesas com a casa. Posso recuperar o prejuízo?

  • ECO
  • 13 Abril 2023

O ECO escolheu algumas dicas do Guia Fiscal da Deco Proteste para ajudar os contribuintes na altura da entrega do IRS, que serão partilhadas diariamente.

A campanha do IRS já arrancou, no primeiro dia do mês, mas há quem tenha ainda dúvidas sobre a entrega desta declaração. Alguns têm o trabalho facilitado, estando abrangidos pelo IRS automático, mas mesmo assim certos aspetos poderão ainda estar por esclarecer. A resposta às perguntas mais frequentes dos contribuintes pode ser encontrada no Guia Fiscal 2023, da Deco Proteste.

Há vários contribuintes com acesso ao IRS automático, e os mais novos podem optar pelo IRS Jovem. Entre as novidades deste ano, onde já se pode sentir o efeito das novas tabelas de retenção na dimensão do reembolso, encontra-se o desdobramento de escalões de IRS, de sete para nove.

O ECO selecionou algumas dicas disponibilizadas pela Deco Proteste para ajudar a esclarecer todas as dúvidas, que serão partilhadas diariamente.

Em 2022, as rendas que recebi foram inferiores às despesas com a casa. Posso recuperar o prejuízo?

Sim. Pode deduzir esse prejuízo nos seis anos seguintes a eventuais rendimentos prediais que venha a obter. Mas, para isso, é preciso optar pelo englobamento no quadro 6F do anexo F. Como obteve prejuízo em 2022, na nota de liquidação de 2023 já deverá estar indicado o montante que pode ser reportado até aos seis anos seguintes, no quadro “A título informativo”.

Este ano, quando preencher o quadro 4.1 do anexo F (ou 4.2 para arrendamentos de longa duração), mencione as rendas recebidas e as despesas tidas. Não precisa de inscrever o prejuízo do ano anterior. O Fisco faz todos os cálculos.

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IAPMEI prevê iniciar pagamentos às empresas contra reembolso até junho

IAPMEI contradiz Estrutura de Missão. Diz que não estavam disponíveis ferramentas de suporte à submissão de candidaturas aquando do lançamento dos concursos das Agendas Mobilizadoras. Por isso avançou

O IAPMEI tem previsto iniciar os pagamentos contra reembolso dos investimentos no âmbito das agendas mobilizadoras até junho.

“O processo de implementação do modelo de acompanhamento continua a decorrer nas diferentes fases da execução dos projetos, designadamente dos relatórios simplificados, a disponibilizar até ao final do mês de abril, estando previsto os pagamentos contra reembolso dos investimentos iniciarem-se até ao final do semestre”, avançou ao ECO fonte oficial da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI).

Até agora, as várias entidades envolvidas nas agendas mobilizadoras – o tecido económico nacional e as instituições científicas e tecnológicas, numa ótica colaborativa – têm recebido os adiantamentos correspondentes ao incentivo aprovado. Primeiro 13% do montante e depois mais 10%. Mas, perante a insistência do software para as empresas poderem comprovar os pagamentos feitos, tal como o ECO avançou, mesmo as empresas mais avançadas na execução não o podem fazer.

No entanto, o IAPMEI desvaloriza o impacto da inexistência desta plataforma. “Quanto aos eventuais impactos que a não disponibilização de ferramentas eletrónicas de comprovação de despesa possa estar a ter para as empresas/consórcios, o IAPMEI salienta que a generalidade dos adiantamentos foi efetuado a partir do último trimestre de 2022, estando em causa um valor da ordem de 207 milhões de euros, correspondente a 23% do incentivo aprovado que estão a ser executados sem qualquer constrangimento pelas agendas mobilizadoras já contratualizadas”, explicou fonte oficial em resposta às questões colocadas pelo ECO.

A generalidade dos adiantamentos foi efetuado a partir do último trimestre de 2022, estando em causa um valor da ordem de 207 milhões de euros, correspondente a 23% do incentivo aprovado que estão a ser executados sem qualquer constrangimento pelas agendas mobilizadoras já contratualizadas.

Fonte oficial do IAPMEI

O impedimento em registar as despesas está a penalizar as empresas por uma segunda via, porque, sem os comprovativos de execução, os bancos recusam-se a adiantar mais verbas às empresas, por conta do dinheiro que irão receber posteriormente da bazuca. O IAPMEI contrapõe que “sendo uma das condições de aprovação dos projetos estarem asseguradas as fontes de financiamento do investimento, para além do apoio do próprio PRR, a não disponibilização de financiamento pelas instituições de crédito não decorrerá de eventuais atrasos que alegadamente estarão a ser imputados ao IAPMEI”, acrescentou fonte oficial.

A instituição liderada por Luís Filipe Pratas Guerreiro explica ainda que foram reafetados recursos internos para fazer face às obrigações que o IAPMEI teve de assumir enquanto organismo intermédio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e desenvolvidas “infraestruturas de apoio à implementação das diferentes medidas, entre as quais está o desenvolvimento de ferramentas de suporte à transferência de dados relativos às candidaturas, análises, contratualização e pagamentos associados à execução do PRR”, explicou fonte oficial.

“Estando previsto o lançamento dos avisos de concurso relativos às Agendas Mobilizadoras, e não estando disponíveis as ferramentas de suporte à submissão e avaliação das correspondentes candidaturas, optou o IAPMEI por iniciar o seu desenvolvimento, com a colaboração da Autoridade de Gestão do Compete 2020, para não atrasar o arranque da fase de financiamento”, acrescentou a mesma fonte, recusando a tese da Estrutura de Missão de que a culpa de não existir uma plataforma é do IAPMEI que “optou por não utilizar o sistema de informação da Estrutura de Missão Recupera Portugal (EMRP) para receber candidaturas, contratação e efetuar pagamentos”, como explicou fonte oficial da entidade liderada Fernando Alfaiate.

Estando previsto o lançamento dos avisos de concurso relativos às Agendas Mobilizadoras, e não estando disponíveis as ferramentas de suporte à submissão e avaliação das correspondentes candidaturas, optou o IAPMEI por iniciar o seu desenvolvimento (…) para não atrasar o arranque da fase de financiamento

Fonte oficial do IAPMEI

A entidade, que é a principal responsável pela distribuição de fundos europeus às empresas, assegura que “foi de imediato iniciado o desenvolvimento do sistema de informação associado ao PRR, assegurando todos os requisitos de compliance, nomeadamente ao nível da gestão de risco, fraude e do conflito de interesses”.

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Caso EDP: Salgado e Pinho sabem se vão a julgamento já esta sexta-feira

Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, Ricardo Salgado, ex-líder do BES, e Alexandra Pinho saberão esta sexta-feira se irão a julgamento e por que crimes. Decisão instrutória marcada para as 14h00.

Esta sexta-feira, dia 14 de abril, a juíza Gabriela Assunção vai realizar a leitura da decisão instrutória do caso EDP. Ou seja, Manuel Pinho, antigo ministro da Economia, Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, e Alexandra Pinho saberão se vão a julgamento e, se sim, por que crimes. A acusação do Ministério Público (MP) foi conhecida no final de 2022, 11 anos depois do início da investigação. A decisão será anunciada no Tribunal Central de Instrução Criminal, pelas 14h00.

A instrução, que é uma fase processual facultativa, foi pedida pelos três arguidos do processo. A decisão tomada pela juíza no final da fase processual da instrução revela se os arguidos vão a julgamento – com um despacho de pronúncia – ou não, com um despacho de não pronúncia.

Gabriela Assunção rejeitou todas as diligências pedidas pelas defesas dos arguidos e a audição de 68 testemunhas, das quais 36 do ex-presidente do BES, 29 de Manuel Pinho e três de Alexandra Pinho. A juíza recusou também a realização de uma perícia médica que comprove a doença de Alzheimer pedida pela defesa do ex-banqueiro, considerando que essa perícia seria “manifestamente contrária aos fins da instrução” e que isso não iria interferir com uma eventual pronúncia do arguido para julgamento.

A investigação do caso EDP centrou-se nas suspeitas de favorecimento do Governo, na altura de José Sócrates, à EDP. Mas com o decorrer da investigação várias outras suspeitas foram nascendo, como a dos subornos superiores a cinco milhões de euros de Salgado, ex-líder do BES, a Manuel Pinho, à data ministro da Economia de Sócrates.

Manuel Pinho, Ricardo Salgado

Foi no dia 15 de dezembro de 2022 que o MP deduziu acusação contra Pinho, Salgado e Alexandra Pinho, mulher do antigo ministro da economia. Em causa estão crimes de corrupção passiva, fraude fiscal e branqueamento de capitais. O ex-ministro da economia, que está em prisão domiciliária, foi acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Já Ricardo Salgado foi acusado em concurso efetivo e autoria material de um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais. A mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho, foi acusada em concurso efetivo e co-autoria material com Manuel Pinho de um crime de branqueamento de capitais e outro de fraude fiscal.

Já os ex-líderes da EDP, António Mexia e João Manso Neto, vão continuar a ser investigados num processo à parte e não foram acusados ainda.

Debate instrutório

No debate instrutório o Ministério Público pediu a ida a julgamento dos três arguidos por todos os crimes que constam da acusação. Os procuradores do MP, Carlos Casimiro e Hugo Neto, reiteraram a existência de um acordo corruptivo entre o antigo ministro da Economia e o ex-presidente do BES.

Trata-se de corrupção da mais grave e ao mais alto nível”, referiu o procurador Hugo Neto, que salientou a “confissão do recebimento de meio milhão de euros” do Grupo Espírito Santo por Pinho, além de cerca de 15 mil euros por mês enquanto ocupou o cargo de ministro. “Só isso já justificava a pronúncia por corrupção, pelo que o desfecho da instrução só pode ser este, além da pronúncia por branqueamento”, sublinhou.

A questão do branqueamento de capitais foi aprofundada pelo procurador Carlos Casimiro que explicou que os argumentos eram comuns aos três arguidos. “A situação é a da receção do dinheiro vindo de um saco azul do BES e a sua colocação num paraíso fiscal numa sociedade que ocultava o beneficiário”, disse o magistrado, reforçando que Salgado “sabia que estava a pagar uma quantia ilícita a uma pessoa que, sendo ministro, poderia ter influência”.

Ricardo Salgado e o advogado Francisco Proença de CarvalhoEPA/JOSE SENA GOULAO

Já a defesa de Ricardo Salgado, o advogado Francisco Proença de Carvalho, nas alegações finais criticou a juíza Gabriela Assunção por ter rejeitado todas as diligências pedidas pelas defesas para a fase de instrução e assumiu ter pensado em não dizer nada por entender que o debate instrutório era “para cumprir calendário”.

“Teria trazido outros temas se tivéssemos tido uma instrução. Não havendo instrução, não vai esta defesa cavalgar numa instrução que parece um mero exercício formal para uma decisão que já todos esperamos”, disse. O advogado sublinhou não ter dúvidas de que a “única resposta que defende o estado de Direito é a não-pronúncia de Ricardo Salgado e é isso que pedimos”.

Francisco Proença de Carvalho realçou o que disse ser uma evolução da posição do MP sobre uma perícia médica e salientou que “não era inútil” ter uma perícia nesta fase processual. “A situação de saúde de um arguido tem de ser considerada em qualquer fase do processo e tem direito a defender-se na fase de instrução. Demos um passo em frente, pelo menos hoje, com o MP a admitir que deve ser sujeito a perícia independente”, afirmou.

Por outro lado, a defesa de Manuel Pinho apresentou um protesto. O advogado Ricardo Sá Fernandes defendeu que os atos instrutórios pedidos pelo arguido “eram suscetíveis de poder ser levados a cabo em poucos dias”, enquanto o MP conduziu um “inquérito que demorou mais de 10 anos a ser concluído”.

Ricardo Sá Fernandes e Manuel PinhoLUSA

Ricardo Sá Fernandes lembrou uma nulidade invocada sobre uma eventual constituição irregular de Pinho como arguido para explicar que, se houver uma prescrição de crimes por essa circunstância, os procuradores é que “têm de ir para o pelourinho da opinião pública”.

Deu como bom e assente o prato que o Ministério Público lhe serviu, sem dar conta das suas incongruências e inconsistências. A outro tempo, não deu aos arguidos o direito de se defenderem”, disse o advogado que notou que a magistrada “delimitou a presente instrução em termos que consubstanciam uma verdadeira denegação de justiça”.

Ricardo Sá Fernandes reiterou também que o ex-governante já assumiu que recebeu verbas sem declarar fiscalmente e que “tem hoje a perfeita consciência de que fez mal”, mas lembrou que esse era um sistema de pagamento usado no BES, que as verbas foram regularizadas e que recusa assumir o rótulo de corrupto, sublinhando que nomeá-lo como “criado de Ricardo Salgado é uma calúnia” para os dois arguidos.

“Esta histórias das vantagens concedidas por Pinho ao GES são uma pura fantasia de vossas excelências, arranjada à última hora quando a história dos CMEC vos fugiu”, considerou o advogado aos procuradores, em alusão à investigação que esteve na origem do caso e que acabou por ser separada para outro processo.

Por último, a defesa de Alexandra Pinho apontou “prepotência e arbítrio” ao MP, questionando quais as provas para se indicar que a mulher do ex-governante faria parte do suposto pacto corruptivo com Ricardo Salgado, e que os autos relativos à arguida devem ser arquivados na decisão instrutória, seja por ausência de provas, seja por prescrição do crime.

Processo dividido e parado no STJ

No dia 5 de dezembro, o processo — originalmente chamado de processo EDP — foi dividido em dois. Assim, a parte que respeita aos arguidos António Mexia, ex-líder da EDP, e João Manso Neto, antigo administrador da elétrica, chama-se de processo EDP/CMEC. Nele, vai ainda estar Manuel Pinho mas pelas decisões que tomou enquanto governante e que terão beneficiado a EDP, no caso relativo a novos 32 CMEC.

João Manso Neto e António Mexia

Uma dúvida está a atrasar o processo EDP/CMEC. Segundo avançou a revista Visão, os tribunais estão divididos sobre quem tem competência para apreender emails já abertos: o Ministério Público ou o juiz de instrução. Será o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que irá solucionar este problema e interpretar a lei através do chamado acórdão de fixação de jurisprudência.

Após decisões contraditórias do Tribunal da Relação de Lisboa, a defesa de Mexia e Manso Neto decidiu avançar para o STJ. Uma das decisões considera os emails que se encontram armazenados num sistema informático só podem ser apreendidos com um despacho do juiz de instrução, refere a Visão. Outra decisão sublinha que só o juiz de instrução pode apreender os emails quando estes não tenham sido abertas pelo destinatário, podendo o MP apreender os mesmos.

O pontapé de saída da investigação

Foi há dez anos, em 2012, que se deu a abertura de inquérito deste processo. O foco da investigação centrava-se nas suspeitas de favorecimento do Governo, na altura de José Sócrates, à EDP. Mas com o decorrer da investigação várias outras suspeitas foram nascendo, como a dos subornos superiores a cinco milhões de euros de Salgado, ex-líder do BES, a Manuel Pinho, à data ministro da Economia de Sócrates.

O inquérito investigou práticas de corrupção e participação económica em negócio nos procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Manuel Pinho responde perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de electricidade – 20DEZ18Hugo Amaral/ECO

No âmbito desta investigação está ainda a aprovação da classificação das Herdades da Comporta, do Grupo Espírito Santo (GES), e do Pinheirinho, grupo imobiliário Pelicano, como Projeto de Interesse Nacional, através de financiamento do BES. Outro dos eixos da investigação é a autorização para que a Brisa passasse a explorar as autoestradas do Atlântico, também pelo financiamento do BES, após ter sido chumbada pela Autoridade da Concorrência e revertida por Pinho.

Entre os arguidos neste processo está Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, a sua mulher, Alexandra Pinho, e Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, já acusados. E ainda António Mexia, ex-presidente da EDP, João Manso Neto, ex-presidente da EDP Renováveis, Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um Governo PSD, Miguel Barreto, ex-diretor geral de Energia, João Conceição, administrador da REN e antigo consultor de Pinho, e Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas.

Dos CMEC ao favorecimento do BES

Foi em julho de 2017 que Manuel Pinho foi constituído arguido por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo. Na altura o ex-ministro da economia do governo de José Sócrates garantiu que não foi favorecido pela empresa e solicitou ainda que a investigação fosse levada até “às últimas consequências”, declarando-se disponível para prestar os esclarecimentos necessários.

O caso está relacionado com os CMEC no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade. O alegado favorecimento da EDP no desenho final dos CMEC.

Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE), que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004. Ou seja, é um regime de compensação da elétrica por grande parte das suas centrais elétricas passarem a vender a sua energia ao preço de mercado, ao invés de manterem os contratos de preço fixo que já tinham.

O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho; à chegada para a sua audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, sobre o seu alegado relacionamento, enquanto Ministro da Economia e da Inovação, e o setor privado, Assembleia da República em Lisboa, 17 de julho de 2018. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSAJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Os CMEC e a licença da central a carvão de Sines levaram o MP a crer que este “negócio” foi oneroso para os consumidores de eletricidade e beneficiou a EDP. Daí que, Manuel Pinho, seja um dos arguidos no processo.

Em causa estão benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos por Manuel Pinho à EDP, entre outubro de 2006 e junho de 2012. Os pagamentos teriam alegadamente como destino uma nova sociedade ‘offshore’ de Pinho – chamada “Tartaruga Foundation”, com sede no Panamá – e seriam feitos pela Espírito Santo Enterprises – empresa que também é uma ‘offshore’, nas Ilhas Virgens Britânicas, e que ficou conhecida como o Saco Azul do Grupo Espírito Santo (GES).

Segundo a tese defendida pelo Ministério Público, o grupo GES/BES teria interesse em decisões favoráveis à elétrica porque na altura era acionista da EDP, com pouco mais de 2%.

No período em que Manuel Pinho foi ministro da Economia — entre março de 2005 a julho de 2009 — a ES Enterprises transferiu um total de cerca de 508 mil euros por via de uma transferência mensal de valor exatamente igual (de 14.963,94 euros).

Ricardo Salgado é assim também um dos nomes deste processo. Sobre o ex-presidente do BES recaem então suspeitas de alegados subornos superiores a cinco milhões de euros pagos a Pinho, enquanto era ministro da Economia, para favorecer os interesses do BES no governo de Sócrates, entre os anos de 2005 e 2009.

Do Governo para a universidade

Manuel Pinho foi ministro da Economia do Governo de José Sócrates entre 2005 e 2009 e após a sua demissão do Executivo o economista foi dar aulas para a Universidade de Columbia nos Estados Unidos, num curso sobre energias renováveis patrocinado pela EDP.

O Ministério Público investiga também se existe qualquer ligação entre este convite e as condições que a EDP conseguiu em 2007 nos CMEC e a extensão da concessão de 27 barragens, sem um concurso público.

A EDP pagou ao Estado 704 milhões de euros por esta extensão, valor em linha com as avaliações do CaixaBI e do Crédit Suisse. Mas o valor acordado está a ser investigado pelo Ministério Público, pois fica abaixo dos 1.600 milhões de euros apurados por um outro estudo realizado pela REN.

Barragem do Baixo Sabor

Outro dos pontos que incide o caso EDP é sobre a adjudicação da barragem do Baixo Sabor, perto de Torre de Moncorvo. Os procuradores responsáveis pelo caso suspeitam que uma adjunta de Manuel Pinho terá recebido de representantes da construtora Odebrecht uma mala com dinheiro vivo no próprio Ministério da Economia.

Em causa está uma entrega de 190 mil euros em dinheiro vivo no dia 1 de fevereiro de 2008, o que é desmentido pela adjunta, existindo ainda a suspeita de mais 505 mil euros entregues numa segunda reunião, a 9 de abril.

No documento, do Tribunal Central de Instrução Criminal, assinado pelo juiz Carlos Alexandre e onde o magistrado cita o Ministério Público, os arguidos Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, António Mexia e João Manso Neto, alegadamente concertaram posições durante um almoço para a adjudicação da obra a este consórcio.

Foi já feita uma auditoria, encomendada pela EDP à EY, ao processo de adjudicação da barragem do Baixo Sabor à Odebrecht, que encontrou irregularidades graves, nomeadamente relativas às regras.

As alegadas luvas terão um valor total de 4,7 milhões de euros pagos entre 2008 e 2015, sendo que poderão ter sido usadas duas sociedades offshore dominadas pela Odebrecht para fazer circular os fundos. As suspeitas dos procuradores de corrupção na adjudicação por parte da EDP daquela barragem surgiram após o envio do Ministério Público Federal brasileiro para Portugal de uma certidão da parte da contabilidade paralela da holding da Odebrecht, em agosto de 2020.

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5 coisas que vão marcar o dia

O presidente da CMVM é o senhor que se segue na comissão parlamentar de inquérito à TAP, no dia em que são conhecidos os dados mais recentes da inflação em Portugal.

Prosseguem esta quinta-feira as audições parlamentares relativas à TAP com Luís Laginha de Sousa, presidente da CMVM, que abriu um processo de contraordenação contra a companhia aérea. A inflação, a habitação e as oportunidades de negócio com a Letónia estão igualmente na agenda do dia.

Audição do presidente da CMVM sobre a TAP

É a vez de Luís Laginha de Sousa, na qualidade de presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ser ouvido pelos deputados, a partir das 17h, no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP. O chairman da companhia, Manuel Beja, revelou na terça-feira que a CMVM abriu um processo de contraordenação devido à informação prestada ao mercado na saída de Alexandra Reis da companhia, em fevereiro de 2022.

Inflação e aviões no menu das estatísticas

Ao final da manhã, o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar o índice de preços no consumidor relativo ao mês de março de 2023. Também no calendário do gabinete está a publicação de novos dados sobre a atividade do transporte aéreo em fevereiro e ainda de estatísticas relativas às receitas fiscais no ano passado.

Reuniões de Primavera do FMI e Banco Mundial

Em Washington prosseguem esta quinta-feira as reuniões anuais dos Conselhos de Governadores do Banco Mundial (WBG) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que junta banqueiros centrais, ministros das finanças, executivos do setor privado, representantes da sociedade civil e académicos para discutir as perspetivas económicas mundiais. Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI, fará um briefing de imprensa sobre a Agenda de Política Global.

Construtores falam sobre habitação no Parlamento

De volta a Lisboa, a Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação vau ouvir os representantes da AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços, e da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas no âmbito do grupo de trabalho sobre o dossiê da habitação. A sessão arranca às 13h15 na Assembleia da República.

Fórum de negócios Portugal – Letónia

Organizado pela AICEP e pela congénere da Letónia (LIAA), por ocasião da visita do Presidente da República, Egils Levits, neste encontro participam representantes políticos serão apresentadas oportunidades de negócio naquele país. Arranca às 9h30 no Hotel Myriad By Sana, no Parque das Nações (Lisboa) e termina com encontros B2B com participantes da delegação empresarial da Letónia “interessados em encetar contactos comerciais com empresas portuguesas para o desenvolvimento de parcerias e avaliação de oportunidades de negócio”.

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Governo não arrisca novo cenário macroeconómico. O que dizem as previsões?

Últimas projeções do Governo foram inscritas no Orçamento do Estado para 2023, em outubro do ano passado. Instituições como CFP, FMI e Comissão Europeia já atualizaram este ano as previsões.

O Governo voltou a não inscrever um novo cenário macroeconómico nas Grandes Opções (GO) para 2023-2026, apenas referindo nesse documento a previsão de um crescimento económico de 6,1% entre 2019 e 2024, com base nas estimativas da Comissão Europeia. As últimas previsões de outras instituições nacionais e internacionais apontam para um crescimento entre 1% e 2% em 2023.

As últimas previsões oficiais do Governo foram inscritas no Orçamento do Estado para 2023, entregue em outubro de 2022. Apontam para um crescimento do PIB de 1,3% em 2023, um défice de 0,9% e uma redução da dívida de 4,2 pontos percentuais. A estimativa para a inflação era de 4%.

O Executivo tinha uma oportunidade para atualizar as previsões nas Grandes Opções para 2023-2026, em conjunto com o Programa Nacional de Reformas (PNR) de 2023. Um documento que tem de ser entregue no Parlamento até 15 de abril, pelo que a aprovação em Conselho de Ministros poderá acontecer esta quinta-feira. Enquanto o PNR é apresentado no âmbito do Semestre Europeu, as GO estabelecem as grandes opções em matéria de planeamento e da programação orçamental plurianual.

Mas, segundo o parecer do Conselho Económico e Social (CES), o Executivo optou por não o fazer. “O CES realça a dificuldade de analisar as previsões, dado que o cenário macroeconómico não consta em ambos os documentos. Apenas é possível retirar alguns dados, como, por exemplo, o crescimento económico previsto entre 2019 e 2024 de 6,1%. Estimativa baseada nas previsões de inverno da Comissão Europeia. Este crescimento coloca Portugal no 18.º lugar no contexto dos 27”, lê-se no parecer consultado pelo ECO.

A Comissão Europeia reviu em alta as previsões para o crescimento económico de Portugal nas projeções divulgadas em fevereiro deste ano, de 0,7% para 1% em 2023 e de 1,7% para 1,8% em 2024.os números da inflação em Portugal são revistos em baixa por Bruxelas, mantendo-se, ainda assim, mais pessimistas que aqueles inscritos pelo ministro das Finanças no Orçamento. As estimativas apontam para uma inflação de 5,4% este ano e de 2,6% em 2024.

Na altura, o primeiro-ministro reagiu às previsões mostrando-se confiante que os números do crescimento podem até ser melhores. Fê-lo numa publicação no Twitter. “O histórico de previsões dá-nos confiança de que os resultados serão melhores do que agora previstos (em média COM nos últimos 6 anos subestimou o crescimento do PIB em 1,1 p.p.)”, escreveu António Costa.

Já as últimas projeções do Banco de Portugal, atualizadas em março, apontam para um crescimento do PIB de 1,8% este ano e de 2% em 2024 e 2025. Quanto à inflação, a instituição liderada por Mário Centeno prevê que atinja os 5,5% em 2023, abrandando para 3,2% em 2024 e 2,1% em 2025.

O Conselho das Finanças Públicas também divulgou previsões nesse mês, onde não mexeu na estimativa de crescimento do PIB este ano de 1,2% e 1,8% em 2024. No entanto, reviu em alta as previsões para a inflação e o desemprego. Vê agora o índice harmonizado de preços acelerar 5,9% em 2023 e 3,1% em 2024, enquanto a taxa de desemprego se deverá fixar nos 6,4% nos dois anos.

As previsões mais recentes para a economia portuguesa são mesmo as do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas esta semana. A instituição está ligeiramente mais otimista relativamente ao crescimento do PIB em 2023 do que estava em outubro do ano passado: estima que o PIB nacional deverá crescer 1% este ano. Em outubro, as previsões dos economistas do Fundo apontavam para um crescimento de 0,7%.

A instituição liderada por KristalinaGeorgieva prevê ainda que Portugal registe uma dívida pública equivalente a 112,4% do PIB, cerca de 22,6 pontos percentuais acima da média da Zona Euro (89,8%). Já as Finanças estimavam uma dívida pública de 110,8%.

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Unilabs investe oito milhões para “integrar” centro de diagnóstico no Porto

Novo equipamento do grupo suíço na cidade do Porto junta sete especialidades clínicas numa área de 4.600 m2. Prevê atender até mil utentes por dia e cria uma centena de postos de trabalho.

Com capacidade para atender até mil utentes por dia, em sete áreas diferentes de especialidade clínica, o grupo suíço Unilabs inaugura esta quinta-feira um novo mega centro de diagnóstico que representou um investimento aproximado de oito milhões de euros.

Apresentado como o primeiro centro de diagnóstico integrado do país, este equipamento com 4.600 metros quadrados na zona do Campo Alegre – está integrado num empreendimento comercial que reabilitou os terrenos da antiga fábrica Alumínia e que já acolhe um supermercado da Mercadona – vai criar cerca de uma centena de postos de trabalho.

Presente em Portugal desde 2006, a rede liderada por Luís Menezes, ex-deputado do PSD, emprega 3.500 pessoas e assegura 25 milhões de atos médicos por ano. No total conta com mais de 800 unidades de atendimento em análises clínicas, anatomia patológica, cardiologia, gastrenterologia, genética médica, medicina nuclear e radiologia.

De acordo com a informação enviada às redações, este novo centro na cidade Invicta arranca com a valência das análises clínicas, em maio soma a anatomia patológica, cardiologia, gastrenterologia e alguns exames de radiologia. Para setembro estão previstos, entre outros, os meios complementares de diagnóstico e a terapêutica na área da genética médica, disponibilizando apenas no início de 2024 os exames de medicina nuclear.

“Concentra, pela primeira vez, num mesmo espaço físico, as diversas valências na área do diagnóstico. Trata-se de um espaço moderno, apetrechado com equipamentos de topo, com tecnologia avançada e uma equipa médica e técnica de referência, altamente especializada e diferenciada, que assegurará uma resposta de excelência, permitindo um melhor e mais rápido diagnóstico clínico”, salienta Luís Menezes.

A Unilabs, que em outubro foi multada pela Autoridade da Concorrência em cinco milhões de euros por cartel na telerradiologia, frisa no mesmo comunicado que a admissão será feita através de quiosques virtuais e destaca ainda a parceria com a GE Healthcare (GE), que permite à empresa disponibilizar “equipamentos automatizados com uma cadeia de produção robotizada”.

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Valor das horas extra em 2022 dava para pagar salário anual a 2.775 médicos no SNS

Em 2022, o SNS pagou cerca de 108 milhões de euros aos médicos por horas extra realizadas em serviços de urgência. É o equivalente a cerca de 2.775 salários anuais dos médicos em início de carreira.

No ano passado, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pagou cerca de 108 milhões de euros aos médicos por horas extraordinárias realizadas em serviços de urgência. Este valor é o equivalente a cerca de 2.775 salários anuais destes profissionais de saúde em início de carreira, de acordo com os cálculos realizados pelo ECO.

Em 2022, o valor pago aos médicos em horas extra pelo trabalho nos serviços de urgência foi de 108 milhões de euros, de acordo com os dados provisórios divulgados no final de fevereiro pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). O Portal da Transparência do SNS não permite desagregar o número de horas extra por grupo profissional, nem indica os custos associados. Contudo, os dados disponíveis relevam que foram realizadas perto de 20,7 milhões de horas extraordinárias pelos profissionais de saúde, isto é, ligeiramente abaixo das cerca de 22 milhões feitas em todo o ano de 2021.

Em julho de 2022 entrou em vigor um novo regime (que, entretanto, já sofreu alguns ajustes) que definiu que o trabalho suplementar realizado pelos médicos em serviço de urgência era de até 50 euros por hora a partir das 51 horas; de 60 euros por hora a partir das 101 horas; e de 70 euros por hora a partir das 151 horas, sendo que esta despesa não podia ultrapassar a do segundo semestre de 2019. Não obstante, este novo regime representa um aumento substancial face ao que era anteriormente pago. Ao Público, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) tinha sublinhado que “os hospitais tinham como valor de referência os 32 euros por hora”.

A carreira médica é composta por três categorias: assistente, assistente graduado e assistente graduado sénior. Depois de concluída a especialidade, os médicos necessitam de esperar pela abertura de um concurso público para se candidatarem à categoria de assistente, onde são colocados com base no exame que fizeram no internato.

Contas feitas, e tendo em conta que um médico nessa categoria em 2022 ganhava 38.909,78 euros brutos ao ano (2.779,27 euros mensais x 14), o valor pago em 2022 pelo SNS por horas extra aos médicos por trabalho em serviço de urgência daria para pagar o salário bruto de cerca de 2.775 médicos nessa categoria durante um ano, de acordo com os cálculos realizados pelo ECO.

As regras ditam que a progressão da carreira médica seja feita de forma horizontal, isto é, entre escalões da mesma categoria, bem como de forma vertical (entre categorias). À semelhança do que acontece para a generalidade da Função Pública, a avaliação dos médicos para efeito de subida de escalões é da responsabilidade do Siadap. Porém, não tem sido feita, de acordo com os depoimentos recolhidos pelo ECO, pelo que grande parte dos médicos se encontra na categoria de assistente.

Não obstante, se considerarmos o salário bruto de um assistente gradual na primeira posição, cujo vencimento anual era em 2022 de 45.475,78 euros (3.248,27 x 14), os 108 milhões de euros pagos pelo SNS aos médicos em horas extra no ano passado para trabalho em serviço de urgência equivale a cerca de 2.374 salários dos médios nesta categoria durante um ano.

Já se a análise for feita tem por base a remuneração de um assistente gradual sénior na primeira posição, cujo vencimento anual bruto era em 2022 de 57.148,70 euros (4.082,05 euros x 14), o valor pago em 2022 pelo SNS por horas extra aos médicos por trabalho em serviço de urgência daria para pagar o salário bruto de cerca de 1.889 médicos nessa categoria durante um ano, ainda de acordo com os cálculos realizados pelo ECO.

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Fábricas de componentes para automóveis aliciam investidores sul-coreanos

Na Coreia do Sul, onde António Costa esteve em viagem oficial, fornecedores portugueses namoram investimentos industriais e tentam “casar” com construtoras Hyundai e Kia, que têm fábricas na Europa.

Os fornecedores de componentes para a indústria automóvel têm um novo alvo no continente asiático. Com os clientes europeus a absorverem atualmente 87% da produção nacional, com destaque para Espanha, Alemanha e França, os fabricantes portugueses estão a tentar convencer as marcas e os investidores da Coreia do Sul a aproveitarem o país como “porta de entrada para a Europa”.

Em declarações ao ECO, o secretário-geral da associação do setor (AFIA), Adão Ferreira, detalha que os esforços de promoção estão concentrados em mostrar a capacidade fabril instalada no país e apresentá-lo como um destino para “investirem industrialmente na área de componentes, mas também em centros de desenvolvimento e engenharia, nomeadamente no segmento dos veículos elétricos e da mobilidade do futuro”.

Outra operação em curso no país que o primeiro-ministro, António Costa, visitou esta semana – um dos objetivos confessados passou por atrair igualmente a produção de semicondutores – visa “aprofundar o relacionamento” com os construtores de automóveis coreanos. É o caso da Hyundai, que no ano passado produziu cerca de quatro milhões de automóveis; e da Kia, que em 2022 fabricou 2,8 milhões de viaturas a nível global.

A ideia é os coreanos virem para aqui investir industrialmente na área de componentes, mas também em centros de desenvolvimento e engenharia, nomeadamente no segmento dos veículos elétricos e da mobilidade do futuro.

Adão Ferreira

Secretário-geral da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel

“Ambas têm fábricas na Europa [a Hyundai na República Checa e na Turquia, com 530 mil carros; a Kia na Eslováquia com 311 mil] e a ideia é mostrar que Portugal pode ser um bom parceiro e que podemos fornecer a partir de Portugal para as unidades europeias delas. Temos feito há alguns anos esse trabalho de identificar oportunidades para a indústria portuguesa fornecer essas fábricas, e estamos agora a intensificar esta relação”, resume ao ECO o porta-voz da AFIA.

Do total de 360 empresas que atuam neste setor em Portugal e que empregam diretamente 62 mil pessoas, cerca de 38% têm maioritariamente capital estrangeiro. Entre as investidoras sul-coreanas, há três “bons exemplos a mostrar” nesta missão: a Borgstena, que produz têxteis para automóveis em Nelas (distrito de Viseu); a Hanon Systems que fabrica compressores mecânicos e elétricos para sistemas de ar condicionado em Palmela (Setúbal); e a Amkor, que em 2017 ficou com as antigas instalações da Qimonda em Vila do Conde (Porto) e é uma das maiores fornecedoras mundiais de serviços de embalagem e teste de semicondutores.

Distribuição geográfica das empresas do setor

A Coreia do Sul é atualmente o 17º país cliente da indústria portuguesa de componentes para automóveis, com a China a ocupar a posição seguinte no ranking. Em conjunto, contabiliza a AFIA, o continente asiático representa 2,5% das exportações nacionais. E uma das primeiras missões empresariais para aumentar esta quota foi concretizada no mês passado com a inédita participação com um stand institucional na InterBattery 2023, em Seul, considerada a principal montra de produtos e tecnologias ligadas à indústria de baterias, em colaboração com a AICEP e em parceria com a Mobinov.

Em 2022, o volume de negócios desta indústria aumentou 6,7% em termos homólogos, para 12 mil milhões de euros – a exportação pesa 80% do total –, desta forma superando ligeiramente o anterior máximo, atingido no ano anterior à pandemia (2019). Por atividade, o maior contributo para a faturação é dado pelos subsetores elétrico / eletrónico e da metalurgia e metalomecânica, ambos com 32%, seguidos dos plásticos, borrachas e outros compósitos (20%) e dos têxteis e outros revestimentos (9%).

Indústria de componentes vs. produção automóvel na Europa

A AFIA calcula que 98% dos modelos automóveis produzidos na Europa têm componentes made in Portugal. No contexto português reclama que, em média, remunera os trabalhadores 14% acima da restante indústria transformadora, e que a produtividade fica também 16% acima da média nacional. Na comparação internacional recorre aos dados evolutivos entre 2015 e 2021, em que diz ter crescido a uma taxa de 4,2% ao ano, face ao decréscimo médio anual de 4,4% da produção automóvel na Europa.

“Isto quer dizer que a indústria portuguesa de componentes está a ganhar quota de mercado. Estão a produzir-se menos veículos, mas nós estamos a aumentar o nosso volume. É um sinal de competitividade e de resiliência da nossa indústria. Este é um bom chamariz e é isso que estamos a vender à Coreia do Sul. Portugal não compete só pelos custos, mas pela sua competência e qualidade”, conclui Adão Ferreira.

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Dona da Iberia avança para a TAP e já escolheu assessores jurídicos e de comunicação

O grupo IAG, proprietário das companhias aéreas British Airways, Iberia ou Vueling, vai trabalhar com o escritório de advogados Vieira de Almeida e com a agência de comunicação Cunha Vaz.

A reprivatização da TAP ainda não foi aprovada em conselho de ministros, mas os interessados começam a posicionar-se. O grupo IAG, dono da Iberia e da British Airways, já selecionou assessores jurídicos e de comunicação, num sinal de que pretende entrar na corrida à compra de uma participação na companhia aérea. O grupo que é também proprietário da Vueling e da Air Lingus escolheu já a agência de comunicação Cunha Vaz & Associados (CVA) e o escritório de advogados Vieira de Almeida (VdA), segundo apurou o ECO. Contactados, a Cunha Vaz e a VdA não fizeram quaisquer comentários.

O IAG tem sido um dos principais atores da consolidação do setor na Europa. Em fevereiro, anunciou um acordo para comprar a totalidade do capital da espanhola Air Europa, do empresário Juan José Hidalgo. Pagou 400 milhões para ficar com os 80% que ainda não controlava. Agora volta as atenções para a TAP.

Os dois outros principais interessados na operadora aérea portuguesa são a Lufthansa e do grupo Air-France – KLM. A companhia alemã assumiu durante a apresentação dos resultados de 2022, no início de março, que os alvos mais interessantes para fusões e aquisições na Europa são a TAP e a ITA, estando a negociar com o governo italiano a aquisição de 40% do capital desta última. Em meados de fevereiro, também o CEO do grupo franco-holandês deixou elogios à companhia portuguesa.

As ligações à América do Sul, em particular ao Brasil, são consideradas o principal atrativo da companhia portuguesa. A TAP tem também um peso importante nas rotas para África.

Dos três candidatos, o grupo IAG é o que suscita mais dúvidas, devido ao risco que a proximidade do aeroporto de Madrid, que serve de hub à Iberia, representa para a manutenção do hub da TAP em Lisboa, condição que é considerada essencial pelo Governo. “Particularmente penso que Iberia não é uma boa solução”, chegou a dizer o ministro da Economia, António Costa Silva, no Parlamento.

Do lado da TAP a operação também já está em marcha. Há cerca de nove meses foi contratado o banco de investimento norte-americano Evercore para assessorar a TAP. Apesar de o ministro das Finanças ter afirmado no início de fevereiro que iria avançar “em breve” com a aprovação da resolução no Conselho de Ministros, isso ainda não aconteceu. Certa parece ser a intenção de manter uma participação do Estado no capital.

Apesar de ainda não ter formalmente arrancado, o processo já motiva alguma polémica. Na audição na comissão parlamentar de inquérito, a CEO da companhia aérea (que cessa funções esta quinta-feira) explicou que o assessor financeiro recolhe informação sobre os requisitos exigidos por outros Governos e “junto de potenciais interessados na TAP para ajudar o Governo” e confirmou que o Evercore está a trabalhar para a TAP sem contrato.

O chairman da companhia aérea (até esta quinta-feira), Manuel Beja, afirmou na comissão parlamentar de inquérito que o conselho de administração foi colocado à margem do processo de reprivatização, com a informação a ficar fechada na CEO e no administrador financeiro.

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PSD quer saber se foi paga indemnização pelo despedimento da CEO da TAP M&E Brasil

  • Lusa
  • 12 Abril 2023

"Importa esclarecer em definitivo se foi pago algum valor e, em caso afirmativo, de quanto”, explica o PSD no requerimento.

O PSD pediu esta quarta-feira mais informações à TAP para esclarecer se foi paga uma indemnização pelo despedimento da presidente executiva da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, empresa que o grupo decidiu encerrar em janeiro do ano passado.

Num requerimento enviado ao presidente da comissão de inquérito à TAP, ao qual a agência Lusa teve acesso, o PSD refere que “nas atas do Conselho de Administração da TAP SGPS de 2022, os administradores da TAP abordaram o tema do ‘despedimento’ da CEO da TAP M&E Brasil, Gláucia Loureiro e a sua substituição pela advogada da empresa Bruna Chimenti”.

“A comissão de inquérito não tem mais nenhum elemento sobre este tema posterior à reunião de 10 de novembro, pelo que importa esclarecer em definitivo se foi pago algum valor e, em caso afirmativo, de quanto”, explica o PSD. Para os sociais-democratas, tendo em conta “a polémica do pagamento de elevadas indemnizações na TAP”, é também importante “apreciar quem tinha poderes para autorizar uma indemnização desta natureza e se as tutelas financeira e setorial foram abordadas”.

É por isso que o PSD quer pedir à TAP a “confirmação do ‘despedimento’ da CEO da TAP M&E Brasil, a data em que ocorreu e o valor de indemnização pago” e a “explicação do tema dos ‘bónus passados’ referidos na ata de 10/11/2022”, ou seja, a explicação dos motivos da preocupação que conduziram a essa menção.

Os sociais-democratas querem ter acesso à cópia da ata da TAP onde “em definitivo existiu uma deliberação sobre este tema” e o detalhe sobre se as tutelas governamentais foram informadas, pretendendo saber, em caso afirmativo, quem foi que teve conhecimento, em que data e pedindo a “cópia de todas as comunicações, de qualquer natureza, trocadas sobre o tema com a tutela”.

“Cópia de todos os e-mails internos do Departamento Jurídico trocados sobre este tema com organismos internos do Grupo TAP ou entidades externas ou remetidas ao Departamento Jurídico pelo Conselho de Administração da TAP SGPS”, pedem ainda, bem como a “cópia de todos os contratos ou acordos celebrados com a CEO dispensada na operação do Brasil”.

A TAP Manutenção e Engenharia Brasil, empresa que o grupo decidiu encerrar, foi durante anos a causa de prejuízos da TAP SGPS e alvo de várias reestruturações e injeções de centenas de milhões de euros. A Manutenção & Engenharia Brasil (M&E Brasil, ex-VEM) foi durante vários anos causa de prejuízos para o grupo TAP, que via a TAP S.A., a empresa que detém o transporte aéreo, ter lucros, e que eram anulados pela empresa adquirida no Brasil em 2006, sob a presidência de Fernando Pinto.

Alvo de várias reestruturações com despedimentos, a última das quais em 2018, a M&E Brasil recebeu da TAP, globalmente, entre 2010 e 2017, injeções financeiras num total de 538 milhões de euros, a valores nominais, sendo que nesse ano foram feitas transferências de mais 30 milhões de euros.

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Ser aliado dos EUA não significa ser “vassalo”, reitera Macron

  • Lusa e ECO
  • 12 Abril 2023

França "é a favor do statu quo em Taiwan, apoia a política de uma só China e a procura de uma solução pacífica para a situação", afirmou ainda o presidente francês.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, declarou esta quarta-feira que ser aliado dos EUA não significa necessariamente ser “vassalo”, assumindo totalmente as declarações polémicas que emitiu sobre Taiwan. “Ser aliado não significa ser vassalo. Não é por sermos aliados (…) que deixamos de ter o direito de pensar por nós mesmos”, defendeu, numa conferência de imprensa em Amesterdão, após uma reunião com o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte.

“E que vamos atrás das pessoas que são mais radicais num país que é nosso aliado”, acrescentou, numa aparente referência a responsáveis do Partido Republicano norte-americano, muito ofensivos em relação à China. França “é a favor do statu quo em Taiwan, apoia a política de uma só China e a procura de uma solução pacífica para a situação”, acrescentou, depois de Pequim ter realizado três dias de manobras militares em torno da ilha que incluíram um “cerco total” com 11 navios de guerra, mais de 70 caças e fogo real.

Emmanuel Macron desencadeou uma onda de incompreensão nos Estados Unidos e na Europa ao apelar à União Europeia para não ser “seguidista” de Washington ou Pequim quanto à questão de Taiwan. Tais comentários foram logo interpretados como um distanciamento em relação a Washington, quando os Estados Unidos estão, em contraste, muito envolvidos no apoio à Ucrânia desde o início da ofensiva russa, há mais de um ano.

Por exemplo, o ex-presidente norte-americano Donald Trump, embora salientando que Macron “é um amigo”, disse que este está a adotar uma posição subserviente em relação à China, que descreveu utilizando uma expressão insultuosa. “A posição de França e dos europeus em relação a Taiwan é a mesma: somos a favor do statu quo, declarou, no entanto, o Presidente francês em Amesterdão.

“É permanente esta política, não se alterou”, acrescentou. Lamentou, em seguida, que Trump “esteja a participar nesta escalada [da crispação entre França e Estados Unidos] que alguns pretendem que ocorra, dizendo: “Quando ele era Presidente, eu não comentava as suas declarações, e não vou fazê-lo agora que ele já não é Presidente”.

Saudou, em contrapartida, a vontade expressa pelo Presidente norte-americano, o Democrata Joe Biden, “de evitar qualquer escalada apesar das tensões atuais”. Uma fonte diplomática francesa disse esta quarta que Paris não se desinteressou das tensões em torno de Taiwan, recordando que uma fragata francesa se encontrava no estreito de Taiwan quando a China realizou as suas mais recentes manobras militares para pressionar a ilha, que terminaram na segunda-feira.

O embaixador francês nos EUA, entanto, fez questão de afirmar que França e a União Europeia são “aliados próximos, parceiros” dos EUA. “Não existe equidistância entre a China e os EUA: os EUA são o nosso aliado com o qual partilhamos valores”, escreveu Laurent Bili no Twitter.

A China considera Taiwan uma província que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949. A ilha, atualmente com 23 milhões de habitantes, vive autonomamente desde então, mas Pequim reivindica a soberania e ameaça tomá-la pela força se esta declarar a independência.

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, esteve nos Estados Unidos na semana passada, onde se reuniu com o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy – um encontro que Pequim considerou uma provocação e em retaliação ao qual organizou as manobras militares.

Taiwan tem estado no centro das divergências entre a China e os Estados Unidos, o principal aliado e fornecedor de armas da ilha. A China está descontente com a aproximação nos últimos anos entre as autoridades de Taiwan e os Estados Unidos, apesar da ausência de relações formais entre Taipé e Washington.

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Ocupação por quarto em março no Algarve foi a melhor desde 2002

  • Lusa
  • 12 Abril 2023

A ocupação por quarto também subiu em comparação com o ano transato, ao registar mais 13,9 pontos percentuais do que em março de 2022, de acordo com a AHETA.

A taxa de ocupação por quarto no Algarve foi em março a maior dos últimos 22 anos, superando os números homólogos de 2019 e 2022, com 62,4%, revelou esta quarta-feira a principal associação hoteleira da região.

O Algarve superou, em março, os valores registados para a taxa de ocupação quarto desde 2002”, congratulou-se a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turístico do Algarve (AHETA) num comunicado, frisando que os números de março superaram em 10,7 pontos percentuais os registos homólogos de 2019, o melhor ano turístico de sempre.

A ocupação por quarto também subiu em comparação com o ano transato, ao registar mais 13,9 pontos percentuais do que em março de 2022, referiu a AHETA nos dados mensais da ocupação por quarto compilados pelo seu gabinete de estudos.

A associação empresarial algarvia destacou o contributo dos mercados neerlandês, com uma subida de 3,6 pontos percentuais, e alemão, com mais 1,5 pontos percentuais, para a taxa de ocupação por quarto ter superado, em março, os registos homólogos de 2022 e 2019.

O mercado nacional e o espanhol contribuíram com uma subida de 0,6 pontos percentuais para a variação da ocupação cama face a março de 2023”, acrescentou a principal associação hoteleira do distrito de Faro.

As zonas do Algarve onde a subida da ocupação mais foi sentida foram as de Portimão/Praia da Rocha, com um incremento de 16,1 pontos percentuais, de Lagos/Sagres, com um aumento de 12,6 pontos percentuais, e de Carvoeiro/Armação de Pera, com mais 10,2, assinalou ainda a AHETA.

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