5 coisas que vão marcar o dia

Hoje são divulgados novos dados da evolução da inflação em Portugal e nos EUA. E o futuro da Efacec é decidido pelos credores.

O futuro da Efacec vai ser decidido em assembleia geral de obrigacionistas. No plano económico, serão atualizados os dados da inflação em Portugal e nos EUA. Conheça algumas das coisas que poderão marcar este dia.

Credores decidem futuro da Efacec

A assembleia geral de obrigacionistas da Efacec, que estava inicialmente prevista para dia 11 de setembro, foi reagendada para esta quinta-feira. Como o ECO avançou em primeira mão, há uma nova proposta relativamente às perdas que os titulares das obrigações vão suportar na venda ao fundo alemão Mutares: em vez de perderem 50% do seu investimento, o haircut é agora de 10%.

INE confirma inflação de setembro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirma hoje a evolução do Índice de Preços no Consumidor em setembro. No final do mês passado, a estimativa rápida do INE indicou que a taxa de inflação homóloga em setembro desacelerou 0,1 pontos percentuais face a agosto, para 3,6%.

EUA também medem inflação

O Bureau of Labor Statistics dos EUA divulga esta quinta-feira os dados definitivos do Índice de Preços no Consumidor (IPC) referentes a setembro. Os investidores vão estar atentos para aferir a evolução dos preços na maior economia do mundo, sobretudo numa altura em que persistem dúvidas sobre se a Fed ainda terá de subir os juros mais alguma vez este ano.

Ministério da Saúde reúne com sindicatos

Esta quinta-feira, o Ministério da Saúde vai retomar as negociações com o Sindicato Independente dos Médicos e a Federação Nacional dos Médicos e debater as reivindicações dos profissionais do setor. A última reunião negocial extraordinária terminou sem acordo, depois de 16 meses de negociação.

Como evoluíram os voos na UE em setembro?

O Eurostat vai divulgar esta quinta-feira dados sobre o número de voos comerciais realizados em setembro na União Europeia (UE). Os dados vão permitir aferir como é que o setor continua a recuperar do impacto da pandemia.

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A Loreto Inversiones completa cinco anos com resultados “consistentes” em toda a sua gama de fundos de investimento

  • Servimedia
  • 12 Outubro 2023

O fundo Loreto Premium Renda Variável Mista alcança um retorno anual de 13,82%.

A Loreto Inversiones, SGIIC, S.A.U. completou, no passado mês de agosto, os seus primeiros cinco anos de existência e, como destaca, a empresa de investimento do grupo Loreto Mutua demonstra “consistência” ao alcançar retornos positivos nos seus fundos nesses cinco anos, exceto no ano de 2022.

Segundo informou, em específico, o fundo Loreto Premium Renda Variável Mista, FI alcança uma valorização de 6,12% até setembro e de 13,82% no último ano. Por sua vez, o Loreto Premium Renda Fixa Mista, FI, obteve um retorno de 2,26% até setembro e de 4,99% no último ano, tudo isso em um contexto de aumento das taxas.

Especialmente devido ao seu bom desempenho nos últimos 3 anos, toda a gama ostenta uma classificação de cinco e quatro estrelas da Morningstar. Essa classificação mede o retorno ajustado ao risco de um fundo em comparação com sua categoria e apenas um décimo atinge as cinco estrelas. Retornos positivos também são obtidos pelo Loreto Premium Global, FI, que alcança um rendimento de 4,48% até o terceiro trimestre de 2023 e de 10,94% no último ano.

“Nossa filosofia permite-nos adaptar aos diferentes cenários: neste momento, continuamos com uma posição defensiva em renda variável e com um peso significativo em dívida governamental. Aproveitaremos taticamente momentos de volatilidade para gerar retorno adicional nas carteiras. Temos uma posição de liquidez que nos permitirá utilizá-la caso ocorra um maior deterioro macroeconômico ou aumentem as tensões geopolíticas”, explica Jose Luis García Muelas, diretor de investimentos.

GANHOS

Este ano, a gestora expandiu sua gama de fundos com o lançamento do Loreto Premium Renda Fixa Curto Prazo, FI. Um fundo 100% de renda fixa, que tenta aproveitar as oportunidades oferecidas pelo atual contexto macroeconómico, iniciado com o objetivo de atender “tanto aos poupadores que não desejam que seu dinheiro continue perdendo valor na sua conta corrente quanto às empresas, um ativo porto seguro em situações de crise”. Desde sua criação em março, o produto obteve um retorno de 1%.

A gestora ressalta que oferece no seu site todas as informações e documentação legal necessárias para investir, juntamente com as vantagens e riscos, bem como os retornos passados, os quais não são indicativos de resultados futuros. As despesas correntes já estão incluídas no cálculo dos retornos.

Os retornos passados ​​para o fundo de Renda Fixa Mista foram: ano de 2019, 2,78%; ano de 2020, 0,42%; ano de 2021, 2,80%; ano de 2022, -6,53%. Para o fundo de Renda Variável Mista: ano de 2019, 9,12%; ano de 2020, 0,48%; ano de 2021, 7,87%; ano de 2022, -8,37%. Para o fundo Global: ano de 2019, 5,00%; ano de 2020, 3,69%; ano de 2021, 6,28%; ano de 2022, -7,27%.

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Saúde Mental. 35% dos advogados em Portugal não voltaria a escolher a profissão, diz estudo

Um estudo da Direito Mental revelou que 35% dos participantes estão insatisfeitos com a sua vida profissional, evidenciando níveis mais elevados de sintomas de depressão, ansiedade e burnout.

O setor da advocacia é um dos mais vulneráveis a problemas relacionados com a saúde mental. Diariamente os advogados lidam com pressões, quer por parte dos clientes ou dos escritórios, quer devido a prazos e exigências do trabalho. E os números são prova disso. Um estudo da Associação de Direito Mental concluiu que mais de um terço dos advogados em Portugal não voltaria a escolher a profissão.

Ou seja, 35% dos participantes no estudo mostraram-se mais insatisfeitos com a sua vida profissional, evidenciando níveis mais elevados de sintomas de depressão, ansiedade e burnout. Por outro lado, os que revelaram estar mais satisfeitos com a sua carreira apresentaram níveis mais baixos de sintomas.

Ainda assim, mais de metade dos inquiridos, cerca de 55%, reconheceu que as exigências e obrigações da sua profissão os privam de participar em atividades familiares. Ou seja, acabam por ter um menor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

“Nesta linha, cerca de um terço (34%) referiu já ter recebido um diagnóstico de uma perturbação psicológica, com a depressão, a ansiedade e a síndrome de burnout a figurar como as mais mencionadas. Adicionalmente, 36% dos profissionais da área do Direito relataram ter vivido pelo menos um evento negativo com impacto significativo na sua vida nos últimos dois anos, incluindo situações como doenças familiares, desemprego e o impacto da pandemia Covid-19″, lê-se.

saude mental nas empresas

Para a psicóloga e investigadora no Laboratório ProChild Marlene Sousa, estes resultados são um “alerta claro” para a necessidade de sensibilização e apoio à saúde mental na advocacia.

“O estudo revela um quadro preocupante e evidencia a importância crucial de implementar estratégias de apoio eficazes, baseadas na evidência empírica, para promover a saúde mental e o bem-estar dos profissionais do Direito”, sublinhou a psicóloga.

Por outro lado, 18% dos participantes revelaram já ter um diagnóstico prévio de alguma doença crónica ou condição médica de longa duração, reportando problemas como hipertensão, hipertiroidismo e doenças autoimunes.

“Os resultados revelam os desafios enfrentados por esta comunidade, incluindo as suas condições psicológicas e de saúde crónicas e eventos negativos recentes, colocando o holofote sobre a urgência de apoio à sua saúde mental”, sublinha a Associação Direito Mental.

Para a diretora executiva da Direito Mental, Raquel Sampaio, este estudo expõe “claramente” o panorama organizacional jurídico e é um “marco importante” no caminho para a promoção da saúde mental dos profissionais de Direito.

“Ao reconhecermos estes desafios, podemos criar um ambiente mais saudável para todos. Queremos sinalizar aos nossos colegas que os ouvimos e demonstrar o nosso compromisso em tomar medidas eficazes para auxiliar quem precisa”, acrescentou.

Recorde-se que em outubro de 2022, João Vieira de Almeida, senior partner da Vieira de Almeida, confessou na série “Labirinto — Conversas sobre Saúde Mental”, uma iniciativa do Observador e da FLAD, que atravessou uma depressão.

O advogado revelou que passou por esta doença há mais de 10 anos e que um dos fatores que a “provocou” foi a sobreposição da vida profissional em relação à pessoal. Foram precisos vários meses para que “sarasse” esta mazela que a profissão lhe provocou e saísse do “buraco negro”, como descreve.

Este estudo, intitulado “O impacto da cultura organizacional na saúde mental e bem-estar dos profissionais do Direito”, foi desenvolvido em colaboração com o ProChild CoLAB e o Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho, e contou com a participação de 823 profissionais de todo o país.

O principal objetivo foi analisar a saúde mental e o bem-estar dos profissionais do Direito e respetivos filhos, sinalizando a necessidade de intervenção psicoterapêutica para os casos em que surjam indicadores de perturbações psicológicas.

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Dense Air tenta livrar-se das licenças 5G mais antigas

Operadora diz estar a pagar taxas "cinco vezes" mais caras que as outras operadoras pelas licenças 5G que tinha herdado de outra empresa. Decisão da Anacom pode beneficiar a Nowo e a Digi.

A Dense Air, uma operadora grossista, quer ver-se livre das licenças que já tinha antes do leilão do 5G. A empresa informou a Anacom que pretende “devolver imediatamente” essas frequências, com efeito retroativo a novembro de 2020, alegando que lhe estão a ser cobradas taxas “cinco vezes superiores às taxas cobradas” às outras operadoras pelo espetro usado na quinta geração.

Este pedido da Dense Air foi submetido em julho, mas só foi tornado público este mês pela Anacom. O regulador avaliou a questão e entendeu que pode ser revogado o direito de utilização de frequências da Dense Air que é anterior ao leilão do 5G, mas considerou não ser possível a “atribuição de eficácia retroativa ao ato de revogação”, ao contrário do que pretendia a operadora. A decisão pode beneficiar a Nowo e a Digi.

Mas vamos por partes. Resumidamente, a Dense Air já tinha licenças 5G antes do leilão porque herdou esse espetro de outra empresa, que o tinha adquirido para outro fim. Essas licenças expiram em 2025 e, antes do leilão do 5G, a Anacom optou por reconfigurar o espetro da Dense Air, uma decisão que foi muito contestada pelas operadoras estabelecidas, que exigiam que as licenças fossem retiradas à empresa.

No leilão do 5G, promovido pela Anacom, foram então disponibilizados duas categorias de lotes com preços de reserva mais baixos, por estarem sujeitos a restrições até 2025. Esse espetro acabou por ser adquirido pela Nowo, pela Digi e pela própria Dense Air, que aproveitou o leilão para, na prática, prolongar alguns dos seus direitos de utilização por 20 anos.

A Dense Air investiu cerca de 5,8 milhões de euros para comprar 40 MHz de espetro na faixa dos 3,6 GHz, em lotes sujeitos às referidas restrições. No entanto, a empresa não estava à espera que a Anacom lhe cobrasse as taxas de espetro que lhe está a cobrar, até porque, por decisão do Governo tomada em 2020, as licenças do 5G vendidas no leilão estão sujeitas a valores mais reduzidos.

“As taxas de espetro de radiofrequências inesperadamente aplicadas pela Anacom ao Legacy Spectrum […] reforçaram uma posição de desvantagem injusta que, nesta fase, não pode ser ultrapassada sem ações concretas que eliminem estas circunstâncias para o futuro e que corrijam o seu impacto passado na Dense Air. Aliás, tendo em conta que os direitos sobre o Legacy Spectrum caducarão em 2025, o valor subjacente a este recurso é muito inferior ao valor dos direitos que se mantém por 20 anos”, alega a Dense Air, citada no sentido provável de decisão da Anacom.

Além disso, a Dense Air alega que, quando lhe foi reconfigurado o espetro, foi-lhe “assegurado, como contrapartida, um tratamento justo e equitativo entre todos os detentores do espetro 5G”.

A deliberação da Anacom ainda é preliminar e está em consulta pública até 17 de novembro. Decorre ainda uma fase de audiência prévia, porque o regulador entendeu que a decisão, ainda que parcialmente deferida, “tem impacto significativo no mercado”. Caso se torne efetiva, como se espera, a revogação das licenças antigas da Dense Air “implicará, designadamente, a eliminação das restrições previstas” nos direitos atribuídos à Nowo e à Digi, em benefício destas empresas.

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Canadiana Empowered Startups já atraiu três milhões de investimento para Portugal

Mais de 50 empreendedores já investiram em projetos de investigação com universidades e politécnicos em 12 distritos do país. Até 2025, a Empowered Startups quer atrair dez milhões de investimento.

A multinacional canadiana Empowered Startups já atraiu 56 empreendedores internacionais a investir mais de três milhões de euros em projetos de investigação com universidades e politécnicos em Portugal. Até 2025, quer atrair dez milhões de investimento direto estrangeiro e 150 empreendedores. “Já atingimos praticamente um terço desse objetivo”, adianta Christopher Lennon, presidente da Empowered Startups, ao ECO.

“Temos falado, sobretudo, com empreendedores americanos e canadianos, que têm mostrado um grande interesse pelo país”, adianta Christopher Lennon. Em Portugal, desde 2019, a multinacional tem vindo a trabalhar em parcerias com o ensino superior nacional, fazendo a ponte com empreendedores internacionais que procuram parceiros para o desenvolvimento dos seus projetos. Já tem parcerias com 12 universidades e politécnicos em 12 distritos: Aveiro, Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viana do Castelo.

“Estamos neste momento a trabalhar com mais instituições de ensino, mas ainda não é o momento de anunciar novas parcerias. A rede com que já trabalhamos é robusta, apresenta-nos garantias de sucesso e tem deixado os empreendedores com que trabalhamos muito satisfeitos. Temos uma presença bastante forte no Alentejo e no Algarve, com 26 projetos em funcionamento nessas duas regiões”, revela o presidente da Empowered Startups.

No final de setembro esteve em Seia, a apresentar a iniciativa “a autarcas da Guarda, do Fundão, de Seia e da Covilhã”, tendo já fechado parceria com “duas instituições nas Beiras e Serra da Estrela: o Instituto Politécnico da Guarda e a Universidade da Beira Interior”, afirmou.

“Vemos potencial nessa região e vemo-lo noutras regiões do interior português. Percebemos que o investimento que trazemos é bem-vindo no interior, que há potencial para a implementação de novos projetos, que os nossos empreendedores são muito bem recebidos e que há espaço para novas empresas”, refere o presidente da Empowered Startups. “Podemos fazer a ponte entre a ciência e a indústria nessas regiões. Vemos no interior de Portugal oportunidade para novos projetos com potencial global”, diz.

Christopher Lennon, presidente da Empowered Startups

Mas não só. É no interior do país que sente poder “fazer a diferença”. “É trabalhando aqui que mais contribuímos para a coesão territorial nacional. São territórios que têm um enorme potencial, que têm muito a ganhar com uma ligação mais forte entre a investigação científica e a indústria, com investimento direto estrangeiro, com pessoas altamente qualificadas e com visão de negócio e vontade de pôr as suas ideias em prática. Ao fazê-lo, sentimos que o nosso trabalho contribui para um desenvolvimento sustentável de Portugal, o que faz com que a nossa missão faça mais sentido“, justifica o responsável da multinacional canadiana.

E que mecanismos poderiam ser criados ou reforçados para tornar o interior mais atrativo? “Para nós, e para os empreendedores com quem trabalhamos, o interior já é bastante atrativo. Existem já vários concelhos do interior do país a oferecer diversas vantagens e apoios para quem opta por se estabelecer e trabalhar nestas regiões“, considera Christopher Lennon. “Nesta passagem por Portugal, tive oportunidade de falar com algumas pessoas. Os territórios nos quais temos parcerias têm boa qualidade de vida, ensino e investigação científica de excelência, uma rede de internet de qualidade, serviços públicos funcionais… e não têm os desafios que enfrentam as grandes cidades em todo o mundo, como o trânsito”, continua.

“Outra vantagem” da aposta no interior, em territórios com menor pressão demográfica, é que a “escala dos desafios da habitação não é tão grande”, admite, embora este não seja um tema referido pelos empreendedores/investidores. “Incentivamos os nossos empreendedores a instalarem-se nestes territórios, o que faz sentido dado que têm parcerias com centros de investigação locais. Mas sinceramente, tanto quanto sei, não é um assunto que tenha vindo a dificultar a vinda destas pessoas. Aquilo que eles procuram, sobretudo, são boas condições de trabalho e bons parceiros tecnológicos em quem possam investir”, destaca.

56 empreendedores já investiram no país

Até ao momento, 56 empreendedores já investiram em Portugal. “Os empreendedores com que trabalhamos são pessoas experientes, com empresas criadas noutros países, com ideias inovadoras e com uma ideia muito clara de como as implementar. Têm provas dadas, têm sucesso, conseguem investir nos seus próprios negócios, só precisam do parceiro tecnológico certo, e é isso que procuram aqui em Portugal. E escolhem o país pela investigação científica de excelente qualidade que aqui se desenvolve, pela qualidade dos centros de investigação e cientistas portugueses, pelos resultados que sabem que vão conseguir aqui”, justifica.

“Não se cansam de elogiar a investigação científica de excelente qualidade que aqui se desenvolve, a qualidade dos centros de investigação e dos cientistas portugueses. Portugal é uma ótima incubadora e casa para estes projetos inovadores“, diz.

Um investimento que tem vindo a subir — em abril, o investimento acumulado era na ordem dos 900 mil e agora ronda três milhões –, apesar do momento de menor liquidez do mercado de capitais. O investimento é “dos próprios empreendedores, de outros negócios lucrativos que fizeram, da experiência que têm e do conhecimento que possuem dos próprios negócios“, clarifica Christopher Lennon.

Os investimentos são em áreas diversificadas, como nutrição, saúde, inteligência artificial, cibersegurança ou até ligados à arte ou ao design. “Todos eles têm uma componente tecnológica importante, é esse o ponto em comum”, aponta o responsável da Empowered Startups.

E dá o caso de uma “empreendedora a trabalhar com a Universidade de Évora numa plataforma de inteligência artificial que ajuda compradores de arte. Imaginemos que o quadro que querem não está disponível para venda. A plataforma ajuda-os a encontrar outro quadro semelhante, do mesmo artista ou de outros”. Ou de um “empreendedor canadiano a trabalhar com a Universidade do Algarve para desenvolver uma ferramenta que analisa uma sala e recomenda o design de interiores para essa divisão. Mobília, tapetes, disposição dos objetos… tudo com inteligência artificial.”

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Obrigacionistas da Efacec em “concordância plena” com proposta da Mutares

Assembleia-geral de obrigacionistas da Efacec é esta quinta-feira. "Ninguém se deve opor à proposta” do fundo Mutares de cortar só 10% da dívida. Reprivatização pode fechar nas próximas semanas.

“Ninguém se deve opor à proposta” do fundo alemão Mutares de cortar apenas 10% da dívida da Efacec detida pelos obrigacionistas. A assembleia geral (AG) de obrigacionistas, onde a proposta será votada, realiza-se esta quinta-feira e tudo deverá correr sobre rodas já que se espera uma “concordância plena”, avançou ao ECO Carlos Rodrigues, presidente da Maxyield, a associação que defende pequenos acionistas e representa alguns dos obrigacionistas da Efacec. Ultrapassado este obstáculo, a operação de reprivatização deverá “ficar fechada nas próximas semanas”, ao que o ECO apurou.

Há um mês, a Efacec anunciou o cancelamento da AG por ter sido “alcançado um acordo com uma maioria significativa dos obrigacionistas” sobre a proposta revista que iria ser analisada nesta reunião. Esse acordo ditou uma redução do corte de 50% da dívida detida pelos obrigacionistas, para 10%. Ou seja, em vez de perderem 29 milhões de euros como estava inicialmente previsto, os obrigacionistas vão perder apenas 5,8 milhões.

Esta foi a cedência necessária para desbloquear o processo de reprivatização da Efacec, que o Executivo desejava que fosse rápida, mas que se arrasta desde 2 de julho de 2020. Ao que tudo aponta, a empresa que o Governo português retirou das mãos de Isabel dos Santos deverá ser vendida ao fundo Mutares até ao final de outubro ou início de novembro. “Está tudo a correr bem e nas próximas semanas o negócio fecha”, disse ao ECO fonte conhecedora do processo.

Carlos Rodrigues reconhece que a cedência aos obrigacionistas significa que “alguma das partes ficará penalizada” e que é do interesse de todos que o processo se desenrole com a máxima rapidez, já que a Parpública está a injetar cerca de 12 milhões de euros por mês na Efacec para assegurar o seu funcionamento.

A proposta da Mutares pressupunha uma perda inicial para o Estado de, pelo menos, 112,8 milhões de euros (100%) – verba que poderá vir a ser recuperada no futuro, embora não se saibam quaisquer detalhes sobre o funcionamento deste mecanismo – e os bancos 80% da dívida. Já aos obrigacionistas era pedido um corte de 50%, valor que foi reduzido para 10%. No total, a proposta da Mutares tinha subjacente um perdão de dívida de quase 182 milhões de euros.

À luz do novo acordo, tal como o ECO avançou, a Mutares impôs como condição que o Banco Português de Fomento (BPF) invista até 50 milhões de euros em obrigações convertíveis, a emitir pela Efacec, e que a Parpública avance com uma operação de capitalização da empresa com uma injeção superior a 50 milhões de euros antes do chamado closing da operação. A compra das obrigações convertíveis será feita através do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) com um prazo de seis anos, apurou o ECO junto de uma fonte conhecedora do processo.

O Governo não avança detalhes sobre os próximos passos da operação. Publicamente só existem as declarações do ministro da Economia de que o processo de privatização da Efacec ficaria concluído no final de julho, facto que não se veio a comprovar e que levou os deputados da Comissão de Economia a aprovarem, no final de setembro, a audição de António Costa Silva sobre o processo de reprivatização de 71,73% da Efacec. A audição ainda não está agendada.

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Credores da Coelima recebem 1,8 milhões. Banca com 16,4 milhões em risco

Massa insolvente da histórica têxtil de Guimarães prepara-se para pagar 58,8 mil euros a trabalhadores e 314 mil à Segurança Social. Os bancos recebem 1,4 milhões, mas ficarão por saldar 16,4 milhões.

Os credores da Coelima preparam-se para receber 1,8 milhões da massa insolvente, de acordo com a proposta de rateio parcial que o administrador judicial Pedro Pidwell entregou na semana passada no tribunal de Guimarães.

Os bancos vão receber a “fatia de leão”: 1,4 milhões de euros. Ainda assim, este dinheiro cobrirá apenas 7% dos créditos garantidos que BCP, Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Novobanco têm sobre a histórica empresa têxtil vimaranense, que entrou em insolvência há mais de dois anos. Ficarão por saldar 16,4 milhões.

Reclamando um crédito de 7,4 milhões de euros, o Novobanco terá direito a um pagamento de 582,8 mil euros. Ainda terá a haver 6,8 milhões depois deste rateio. Quanto à Caixa e ao BCP, o administrador de insolvência propôs pagamentos de 438,3 mil euros e de 378,9 mil euros, ficando por pagar 5,2 milhões e 4,4 milhões dos créditos garantidos, respetivamente.

Em relação aos trabalhadores, a massa insolvente prevê 58,8 mil euros para o Fundo de Garantia Salarial, abrangendo cerca de duas dezenas de funcionários, enquanto o Instituto da Segurança Social receberá 314 mil euros.

No âmbito do processo de insolvência, a Coelima – fundada há mais de 100 anos e com cerca de 250 trabalhadores à data da falência – acabou por ser vendida à Mabera, uma têxtil do concelho vizinho de Famalicão, por pouco mais de 3,6 milhões de euros em junho de 2021.

É este montante que Pedro Pidwell tem na massa insolvente para avançar com este rateio de 1,8 milhões. Ou seja, terá outros 1,8 milhões para fazer um novo rateio, dinheiro que será insuficiente para satisfazer todos os credores.

A lista conta com cerca de 500 credores que reclamam créditos na ordem dos 50 milhões. Entre os principais credores da Coelima destacam-se os trabalhadores (que reclamam créditos de 10,8 milhões de euros), a Caixa (10,44 milhões), o Fundo Autónomo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE, que reclama 9,61 milhões), o Novobanco (7,4 milhões) e o BCP (4,8 milhões).

O ECO tentou contactar a Coelima, mas não obteve uma resposta até à publicação deste artigo.

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Pensões antecipadas aumentam com alívio da penalização

Redução do fator de sustentabilidade, em 2022, pelo efeito da mortalidade da Covid-19, levou a uma subida da antecipação das reformas em 14,2%, segundo o relatório do OE para 2024.

No ano passado, mais trabalhadores reformaram-se antecipadamente com o alívio do corte pelo fator de sustentabilidade, que recuou de 15,5% para 14,06%, mostram os dados do relatório complementar à proposta do Orçamento do Estado para 2024 sobre pensões de velhice do regime geral da Segurança Social.

Com o aumento de mortes por Covid-19, a esperança média de vida aos 65 anos recuou, o que ditou uma diminuição da penalização que se aplica à antecipação das reformas com exceção, por exemplo, das que têm muito longas carreiras contributivas. Como resultado, o número de novas pensões atribuídas antes de idade legal de acesso à aposentação voltou a subir 14,2%, para 21.880 reformas, depois de ter caído 30,7% em 2021 e 4,5% em 2020.

Em termos globais, e contabilizando todas as pensões antecipadas atribuídas e não apenas as que deram entrada no ano passado, mantém-se a trajetória de diminuição que se verifica desde 2020, ano da pandemia, ainda que de forma mais ténue. No ano passado, verificou-se, então, uma quebra de 6% nas pensões antecipadas o que compara com uma redução de 7,2% em 2021, de acordo com o mesmo documento.

Este ano, o número de trabalhadores a reformar-se antecipadamente poderá continuar a subir, tendo em conta que o fator de sustentabilidade voltou a recuar, desta vez, para 13,8%. Note-se que a esta penalização acresce um corte de 0,5% por cada mês que antecede a idade legal da reforma. Mas este crescimento das aposentações antecipadas deverá ser interrompido no próximo ano, uma vez que se espera um agravamento daquele fator para pelo menos 15,2%, na sequência do aumento da esperança média de vida aos 65 anos, findo o período negro da pandemia.

No total, entre reformas antecipadas e aposentações regulares de velhice, a Segurança Social atribuiu, no ano passado, 1,89 milhões de pensões, um aumento de 1,1% face às 1,87 milhões registadas em 2021.

Novas pensões ainda abaixo dos 600 euros alcançados em 2018

O valor médio das novas reformas processadas, no ano passado, chegou aos 596,85 euros, um ligeiro crescimento, de 0,4%, face aos 594,41 euros registados em 2021. Ainda assim, está abaixo dos 603,05 euros alcançados em 2018, durante o tempo da geringonça.

Em 10 anos, entre 2012 e 2022, estas prestações subiram em média 99,35 euros, de 497,50 euros para 596,85 euros. “Os maiores picos de crescimento nominal registaram-se entre 2013 e 2014 (12,3%), entre 2014 e 2015 (9,1%) e entre 2017 e 2018 (9,6%)”, lê-se no mesmo documento.

Contabilizando todas as pensões, as novas e as atribuídas em anos anteriores, o valor médio atingiu os 520,09 euros, um crescimento de 2,3% comparativamente com os 508,63 euros de 2021. No relatório, o Governo socialista de António Costa destaca que, no período em análise, entre 2012 e 2022, verificou-se um aumento de 21% nos montantes médios das prestações. Os maiores aumentos nominais observaram-se em 2018 e 2019.

O valor médio apurado “é também composto por pensões que, por natureza, são de valor baixo (pensões atribuídas ao abrigo de convenções internacionais; encargos para pensões unificadas da Caixa Geral de Aposentações, etc.), não incluindo as atualizações extraordinárias de 2017 a 2022, nem o complemento extraordinário de pensões de mínimos“, segundo o documento.

Idade média agravou-se para 65 anos e sete meses

A idade média de quem se aposentou no ano passado agravou-se para 65 anos e sete meses, mais um mês face a 2021, aproximando-se, assim, da idade legalmente exigida, de 66 anos e quatro meses, para entrar na reforma em 2023 e no ano seguinte. Numa década, entre 2012 e 2022, os novos pensionistas da Segurança Social envelheceram quase dois anos, passando de 63 anos e quatro meses para 65 anos e sete meses.

“No período entre 2012 e 2022, a idade média dos pensionistas de velhice aumentou mais de dois anos, de 73,27 para 75,56 anos, e no caso dos novos pensionistas, passou de 63,32 para 65,61 anos”, de acordo com o documento. O aumento da idade média dos reformados do regime geral continuou a apresentar uma trajetória de crescimento que resultou, essencialmente, “da demografia, mas também do aumento da idade normal de acesso à pensão de velhice”, justifica o Executivo no relatório.

No ano passado, a idade legal de acesso à reforma estava nos 66 anos e sete meses, um ano acima da idade efetiva dos novos pensionistas, e ainda não refletia o impacto da mortalidade provocada pela Covid-19. Aquele limiar acabou por baixar, este ano, para 66 anos e quatro meses já pelo efeito da pandemia.

Tendo em conta a atualização deste ano da série estatística do INE, que subiu a esperança média de vida aos 65 anos, é expectável que a porta de entrada na reforma suba para 66 anos e seis meses. Mas é preciso esperar pelas tábuas de mortalidade que serão publicadas em novembro para confirmar este agravamento.

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“FMI falha sempre e vai voltar a enganar-se em 2024”, diz Medina

O ministro da Finanças contestou as previsões do FMI para 2024. Em declarações à Antena 1, Medina alertou ainda que o Fundo não segue Portugal com a "atenção que deveria seguir".

O ministro da Finanças contestou as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2024 e admite que o “falha sempre” relativamente a Portugal. Em declarações à Antena 1, Fernando Medina alertou ainda que o FMI não segue Portugal com a “atenção que deveria seguir”.

“O FMI sobre Portugal tem uma regra, é que falha sempre. E por isso, como falha sempre, essa é mais uma projeção falhada sobre Portugal”, sublinhou Medina, numa critica também às previsões de Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças do tempo da troika e responsável no FMI desde 2014 pelo Fiscal Monitor.

O ministro relembrou que a projeção do FMI para 2023 era de um défice de 1,4% do PIB, mas na realidade Portugal teve um saldo positivo de 0,8%. Recordou ainda a projeção da dívida pública que falhou por oito pontos percentuais. “O FMI falha sempre e vai voltar a enganar-se em 2024″, disse.

Esta quarta-feira, o FMI previu que Portugal feche este ano com um défice de 0,2% do PIB e em 2024 de 0,1%, revelando-se mais pessimista do que o Governo. A instituição liderada por Kristalina Georgieva reviu ainda em baixa a previsão do défice orçamental de Portugal face aos 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 e aos 0,2% para 2024, previstos em junho.

Perante a primeira reação do líder do PSD à proposta do Orçamento do Estado para 2024 – que classificou o documento de “pipi, bem apresentadinho, betinho” –, Medina ironizou que “se a única apreciação que o líder da oposição faz ao Orçamento de Estado é de natureza estética, então, o PSD só pode abster-se ou votar a favor da proposta do governo”.

Sobre o seu futuro político, Medina recusou especulações e garante que não vai a votos nas eleições europeias. “De certeza absoluta que não serei candidato ao parlamento europeu. Não tenho apetência”, disse. Na entrevista, o ministro afirmou ainda que a recusa em descongelar as carreiras dos professores “não é uma birra”, que questiona ainda: “Devemos ceder à lei do mais forte só porque tem um sindicato com mais força e vocalidade?”.

 

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Alargamento da bonificação dos juros da casa pressiona apoio aos jovens

Com efeitos retroativos a 1 de janeiro, o alargamento da bonificação dos juros da casa pode significar mais dinheiro no bolso da maioria das famílias, mas condiciona quem usufrui do IRS Jovem.

O alargamento da bonificação dos juros do crédito à habitação, anunciado recentemente pelo ministro das Finanças, abre margem para as famílias receberem um apoio maior do Estado no pagamento da prestação da casa.

No entanto, esta medida também pode excluir alguns agregados familiares que já usufruem deste apoio ou pretendiam aceder, cumprindo atualmente requisitos de acesso, porque o novo diploma considera para efeitos do cálculo da taxa de esforço das famílias a adoção de um critério de rendimento mais restrito. E essa diferença impacta particularmente as famílias que usufruem do IRS Jovem.

Segundo o diploma publicado na quarta-feira em Diário da República, o alargamento da bonificação dos juros entra esta quinta-feira em vigor com efeitos retroativos a 1 de janeiro de 2023 na maioria das medidas. Significa que quem já recebe uma bonificação dos juros do crédito da casa pode solicitar uma revisão da sua situação junto do banco para tirar partido da nova medida.

Recorde-se que só nos primeiros cinco meses do ano, quase 2.500 clientes da Caixa beneficiaram dos juros bonificados no crédito da casa e o Santander Totta contava no primeiro semestre com cerca de 6 mil contratos a beneficiarem desta medida.

O alargamento da medida produz efeitos significativos em matéria de cálculo do valor apurado para a aplicação da bonificação com impacto na carteira das famílias. Se anteriormente o apoio era definido com base na diferença dos juros da prestação atua do crédito face aos juros da prestação no momento da contratualização do contrato acrescido de um “prémio” de três pontos percentuais (taxa de stress); agora, com o alargamento da medida, a bonificação passa a incidir sobre a diferença dos juros da prestação atual face aos juros da prestação calculada com base num indexante de 3%. Isto significa que o valor apurado para a bonificação dos juros será maior.

A nova medida traz também alterações no cálculo da bonificação. Se a percentagem da bonificação tinha em conta o escalão dos rendimentos do IRS (75% até ao 4.º escalão e 50% para o 5.º e 6.º escalões), agora, a bonificação passará a ser definida unicamente com base na taxa de esforço, com um mínimo de apoio de 10 euros por contrato:

  • Bonificação de 100% sobre o valor apurado caso o agregado familiar tenha uma taxa de esforço igual ou superior a 50%;
  • Bonificação de 75% sobre o valor apurado, caso os mutuários apresentem uma taxa de esforço igual ou superior a 35% e inferior a 50%.

Esta alteração é particularmente significativa para as famílias com rendimentos entre os 20.700 euros e 38.632 euros (5.º e 6.º escalão), dado que, com a medida de bonificação dos juros até agora existente, não podem ambicionar receber mais que 50% da diferença dos juros.

Além destas, mas sem efeitos retroativos a 1 de janeiro (ao contrário das demais), o alargamento da bonificação dos juros aumenta para 800 euros o montante anual máximo de bonificação, face aos cerca de 720 euros até agora em vigor. Significa que só quem aderir agora à medida é que pode ambicionar receber um apoio acima dos 720 euros.

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De uma forma geral, as mudanças inseridas no diploma de alargamento da bonificação dos juros do crédito à habitação tendem a produzir um apoio maior para as famílias que já usufruem desta medida. Porém, há algo que muda que pode baralhar a situação para alguns agregados familiares, particularmente os mais jovens.

O diploma publicado na quarta-feira faz uma alteração à definição do rendimento que impacta diretamente o cálculo da taxa de esforço (rácio entre a totalidade das prestações de crédito pelo rendimento do agregado familiar) para efeitos de elegibilidade a este apoio e também ao grau da bonificação que terá direito.

Segundo o diploma, passa a “considera-se ‘rendimento anual’ o rendimento coletável tributado às taxas gerais previstas no artigo 68.º do Código do IRS, acrescido dos rendimentos isentos e englobados para efeitos da determinação da taxa nos termos da legislação fiscal, deduzido do quociente dos rendimentos produzidos em anos anteriores, nos termos do artigo 74.º do Código do IRS, constante da liquidação do IRS do beneficiário referente ao último período de tributação disponível.”

Isto significa que, se anteriormente era considerado apenas o rendimento líquido das famílias para efeitos de elegibilidade no acesso ao apoio, assim como na definição da percentagem da bonificação dos juros, agora passará a ser considerado um rendimento superior para estes efeitos, dado que este passa a ser definido pelo rendimento líquido acrescido de “rendimentos isentos e englobados para efeitos da determinação da taxa nos termos da legislação fiscal”, como são os rendimentos isentos nos termos do estatuto do Residente não Habitual (salários e pensões recebidos do estrangeiro, as mais-valias com ativos no estrangeiro) e também os rendimentos do IRS Jovem.

Esta situação gera automaticamente uma redução da taxa de esforço dos agregados familiares detentores destes rendimentos, que poderá significar a exclusão de algumas famílias (como as famílias mais jovens) que anteriormente apresentavam uma taxa de esforço perto do limite mínimo para acederem à medida (35%). Poderá também colocar em causa o acesso ao apoio dos agregados familiares que já usufruindo da bonificação estejam no limite do 6.º escalão (limite para usufruir do apoio) e no limite mínimo da taxa de esforço exigida.

Todavia, fonte oficial do Ministério das Finanças esclarece que, esta alteração relativamente à definição do rendimento no diploma “tratou-se apenas de uma clarificação da redação, mantendo-se a elegibilidade para a bonificação que já estava em vigor.”

Além disso, o novo diploma coloca também um entrave às famílias que apresentem uma taxa de esforço igual ou superior a 100%. Se o anterior documento não fazia qualquer menção a esta situação, com o alargamento da bonificação, os bancos devem, nestes casos, “aplicar medidas acrescidas de diligência, solicitando os documentos e as informações que entendam adequadas para a verificação dos requisitos para a atribuição da medida.” Significa que o apoio pode ficar congelado até ao esclarecimento da situação.

O alargamento da bonificação dos juros do crédito à habitação, que o Governo espera abranger cerca de 200 mil contratos, é uma medida que, de uma forma geral, confere um aumento do apoio às famílias mais vulneráveis. No entanto, deixará de fora alguns dos agregados familiares que anteriormente tinham condições para beneficiar da medida ou reduzir o montante do apoio auferido por outras famílias, em função da redefinição do conceito de rendimento utilizado para o efeito acesso à bonificação dos juros da casa, estabelecido no novo diploma.

Texto atualizado às 16h45 de 13 de outubro com declarações do Ministério das Finanças.

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Marcelo apela a novo quadro orgânico do SNS para não começarem a “rebentar peças do puzzle”

  • Lusa
  • 11 Outubro 2023

O Presidente da República insistiu na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do SNS, alertando que, "se não, começam a rebentar peças do puzzle", mas manifestou-se esperançoso.

O Presidente da República insistiu esta quarta-feira na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do Serviço Nacional de Saúde (SNS), alertando que, “se não, começam a rebentar peças do puzzle”, mas manifestou-se apesar de tudo esperançoso.

“O tempo em política é fundamental. A melhor ideia do mundo com um ano e meio de atraso passa a ser uma ideia menos boa”, observou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, à margem de uma iniciativa na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

Interrogado se teme que Fernando Araújo se demita da Direção Executiva do SNS, devido à demora na aprovação da respetiva regulamentação, o chefe de Estado respondeu que “ele é uma pessoa muito determinada”, que “conseguiu dar a volta no Hospital de São João”, no Porto, e que “é muito efetivo” nos lugares por onde passa.

“Portanto, é criarem-se as condições para poder ser efetivo e para a equipa efetiva, como está agora a fazer, poder arrancar e ir resolvendo os vários problemas, que são alguns antigos, o problema das horas é antigo, outros mais recentes”, apelou.

Pouco depois, o Presidente da República esteve com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na entrega do Prémio Maria José Nogueira Pinto, promovido pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD), no Palácio Fronteira, em Lisboa.

No fim dessa cerimónia, nenhum dos dois falou aos jornalistas.

Nas declarações que prestou antes sobre o SNS, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que espera “algum diálogo entre o ministério da Saúde e os sindicatos, de um lado, e o Ministério da Saúde e a Ordem [dos Médicos], do outro”.

“Vamos ver se no fim desta semana de reuniões, contactos, para a semana há mais razões de falar em diálogo”, disse.

No entanto, de acordo com o chefe de Estado, paralelamente a esse processo negocial subsiste “um problema de fundo”, que é a falta de definição legal do “novo esquema de gestão do SNS”.

“Falou-se das maternidades, depois falou-se agora do pagamento das horas extraordinárias. O que importaria é que o novo esquema de gestão do SNS fosse posto de pé o mais rápido possível“, defendeu.

“Um ano e três ou quatro meses numa reforma é muito tempo, significa que a mudança de um modelo de gestão para a outro modelo de gestão fica a meio da ponte”, referiu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, é preciso “que isso seja posto no terreno” para “se ter a visão do conjunto, o puzzle completo – se não, começam a rebentar peças do puzzle”. “E eu tenho a esperança que se perceba isso”, acrescentou.

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British Airways e Virgin Atlantic suspendem voos de e para Telavive

  • Lusa
  • 11 Outubro 2023

A Virgin Atlantic suspendeu os seus voos entre Heathrow e Telavive durante 72 horas. Já a companhia British Airways não deu um prazo para a suspensão dos voos.

As companhias aéreas britânicas British Airways e Virgin Atlantic anunciaram esta quarta-feira a suspensão dos voos de e para Telavive por razões de segurança, no quinto dia da guerra entre o Hamas e o Estado judaico. O anúncio surge no momento em que um voo da companhia aérea britânica foi desviado para o aeroporto londrino de Heathrow, por razões de segurança, quando estava prestes a aterrar em Telavive.

“A segurança é sempre a nossa maior prioridade e, na sequência da última avaliação da situação, estamos a suspender os nossos voos de e para Telavive”, afirmou a companhia aérea. A companhia acrescentou que estava a contactar os clientes que tinham reservado voos para lhes oferecer reembolsos ou soluções alternativas, quer com outra companhia aérea quer com a British Airways, numa data posterior.

“Continuamos a acompanhar de perto a situação na região”, acrescentou a companhia aérea.

A Virgin Atlantic, por seu lado, suspendeu os seus voos entre Heathrow e Telavive durante 72 horas, sublinhando que iria contactar os clientes em causa para lhes oferecer uma solução.

Várias companhias aéreas, entre as quais a United, a American Airlines, a Delta, a Air France-KLM e a Lufthansa, suspenderam igualmente os voos para o aeroporto internacional Ben Gurion de Telavive, a maioria interrompida no sábado, na sequência dos atentados do Hamas.

O Hamas lançou no sábado um ataque terrestre, marítimo e aéreo sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza, na maior escalada do conflito israelo-palestiniano em décadas. Além de ter matado centenas de pessoas em Israel, o Hamas raptou mais de uma centena de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza.

O ataque levou Israel a declarar guerra contra o grupo extremista palestiniano e a responder com bombardeamentos contra a Faixa de Gaza. O conflito provocou mais de 1.200 mortos do lado israelita e 1.055 em Gaza desde sábado, segundo dados atualizados pelas duas partes.

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