Auchan está “a identificar potenciais candidatos refugiados” da Ucrânia

Retalhista alimentar estabeleceu ainda um protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa para simplificar todo o circuito de integração dos refugiados.

A Auchan está a “identificar potenciais candidatos refugiados” ucranianos e a “permitir uma primeira etapa formativa (línguas, integração) antes de integrarem uma das vagas identificadas nas nossas lojas ou serviços de apoio“, adianta Jorge Filipe, diretor de recursos humanos do retalhista alimentar, à Pessoas.

“Temos estado a preparar a integração de refugiados ucranianos nas nossas equipas e lançámos internamente uma plataforma de apoio, onde colaboradores portugueses se podem oferecer para ajudar de diversas formas os refugiados que vão chegando”, diz Jorge Filipe.

“Estamos a identificar potenciais candidatos refugiados, e a permitir uma primeira etapa formativa (línguas, integração) antes de integrarem uma das vagas identificadas nas nossas lojas ou Serviços de Apoio”, diz o líder de pessoas, sem adiantar o número de vagas que podem ser preenchidas por refugiados.

Desde março que temos também um grupo de contacto direto com colaboradores de nacionalidade ucraniana, a fim de dar resposta, de uma forma mais focada, às necessidades de cada um deles, bem como das suas famílias. Para além disso, temos neste momento um levantamento de todas as vagas por preencher nas nossas lojas a nível nacional”, refere ainda.

O retalhista alimentar estabeleceu ainda um protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa para simplificar todo o circuito de integração dos refugiados, estando a solicitar aos colaboradores ucranianos que trabalham há alguns anos na companhia, “a terem um papel relevante”, como “padrinhos” na integração e acompanhamento dos seus conterrâneos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Auchan atribui 16 milhões em prémios. Dois salários por cada trabalhador

Desde 1999, altura em que começou a distribuir prémios com base nos resultados, que o retalhista alimentar já distribuiu mais de 125 milhões de euros aos colaboradores.

Jorge Filipe, diretor de recursos humanos da Auchan

A Auchan entrega este ano 16 milhões de euros em prémios, cerca de dois salários a cada um dos dos mais de 8.400 trabalhadores dos hipers, supers, lojas de ultraproximidade (MyAuchan), gasolineiras, bem como dos serviços de apoio e plataformas logísticas. Desde 1999, que o retalhista alimentar já distribuiu mais de 125 milhões de euros.

Desde 1999 que a Auchan Retail distribui resultados pelos colaboradores. “O valor distribuído varia de acordo com os resultados alcançados em cada ano e em média, nos últimos nove anos, distribuímos o equivalente a dois salários por colaborador”, adianta Jorge Filipe, diretor de recursos humanos Auchan, à Pessoas. Neste período, a cadeia já distribuiu mais de 125 milhões de euros.

O valor mais elevado distribuído até ao momento foi em 2021, ano em que a cadeia entregou 17,7 milhões de euros. “Os valores distribuídos variam ao longo dos anos e dependem dos resultados alcançados em cada ano. Em 2020 foi distribuído um valor extraordinário a todos os colaboradores relativo ao reconhecimento do esforço das equipas no início da pandemia (Covid-19)”, refere o gestor de pessoas.

São elegíveis todos “colaboradores efetivos com um mínimo de seis meses de empresa, sem faltas injustificáveis, representando 96% de um universo de mais de 8.400 colaboradores“, clarifica Jorge Filipe. O montante é distribuído em duas fases, parte em dinheiro (fevereiro) e em ações da empresa (maio).

Além da distribuição de lucros, todos os anos o retalhista dá aos colaboradores efetivos, a possibilidade de comprar, de forma voluntária, ações do Fundo ValPortugal, até um montante máximo de 25% do seu salário anual.

Na Mesa do Recrutador com Jorge Filipe, DRH do grupo Auchan - 03NOV20

“Este ano a valorização da ação foi de +5,20%, sendo que a valorização nos últimos seis anos foi de +34%. É de frisar que 93% dos nossos colaboradores são acionistas“, destaca Jorge Filipe. “Para os novos colaboradores, nos primeiros dois anos de empresa, a Auchan oferece 100 ações a quem comprar 100 ações.”

Jorge Filipe acredita que é um benefício que não só atrai como retém o talento da cadeia, mas não é “o único fator de retenção.”

“Os valores da empresa, a sua cultura organizacional, as políticas que promovem a diversidade (quatro gerações, culturas e origens diferentes, integração de pessoas com deficiência, etc.), a igualdade de género, a sustentabilidade e a certificação em responsabilidade social — Norma SA 8000 — o estilo de liderança, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, que fomos implementando ao longo dos últimos 20 anos, são elementos essenciais para um bom clima social, uma relação mais solidária entre todos os colaboradores e um nível de envolvimento com a empresa muito elevado (92%)”, considera o DRH da Auchan. E exemplifica: “A antiguidade média dos cerca de 9.000 colaboradores da Auchan Retail Portugal é de 12 anos, o que é elucidativo.”

Mais de metade das lideranças são mulheres

Doze anos de antiguidade, um perfil de colaboradores onde 64% são do sexo feminino e 99% efetivos e com uma liderança onde 51% dos cargos são ocupados por mulheres.

Uma paridade que o gestor acredita ser “reflexo do investimento que a empresa tem feito nos últimos anos ao nível da promoção de uma efetiva igualdade de género na empresa, por via da criação de práticas internas que promovem o acesso de mulheres e homens a qualquer função e cargo, nomeadamente um modelo de gestão de talento, uma política salarial transparente e com critérios claros e neutros do ponto de vista do género, programas de mobilidade interna e de desenvolvimento de talento, um pacote formativo adaptado às diferentes áreas da empresa, bem como, outras medidas que promovem a conciliação entre a vida profissional e pessoal dos colaboradores”, descreve.

A empresa, por exemplo, disponibiliza dois colégios Rik & Rok, junto a duas das maiores lojas da Auchan, que funcionam todos os meses do ano, de segunda a domingo, entre as 7h00 e as 00h30. “Estes equipamentos têm, assim, como objetivo contribuir ativamente para a promoção da conciliação entre a vida profissional e a vida familiar dos colaboradores, incentivar a natalidade entre os colaboradores da rede Auchan e fornecer um sistema de ensino especializado e de qualidade à comunidade (modelo pedagógico High/Scope).”

Empresa prepara benefícios flexíveis

Um seguro de vida, de acidentes pessoais, de saúde (extensível ao agregado familiar), um programa de equipamento e comunicações móveis, desconto nas compras (5%) — acumulável com todas as promoções em vigor — e senhas de natal para filhos até 12 anos são outros dos benefícios que a empresa oferece aos colaboradores.

Mas não só. “Estamos a preparar medidas de reconhecimento dos nossos colaboradores, destacando três momentos que entendemos relevantes na vida de cada um: aniversário; antiguidade na empresa e nascimento de um filho”, refere o DRH.

“Estamos a preparar o lançamento de uma plataforma de protocolos e parcerias, e posteriormente lançar um sistema de benefícios flexíveis, podendo, desta forma, responder às necessidades particulares de cada um. Estes benefícios abrangem a totalidade dos colaboradores, sem qualquer tipo de distinção”, reforça o gestor de pessoas.

O forte investimento em formação é concretizado em programas de desenvolvimento para os nossos futuros talentos, no desenvolvimento da autonomia das equipas e no aumento do nível de expertise das nossas equipas. Esse investimento traduz-se, neste período de cinco anos, num valor médio anual próximo dos 3% da nossa massa salarial.

Num ano em que várias cadeias de retalho alimentar anunciaram aumentos do salário de entrada dos colaboradores — caso do Lidl, Pingo Doce ou Mercadona — a Auchan não adianta valores quando questionada sobre a estratégia levada a cabo pela companhia neste campo.

“A revisão salarial dos nossos colaboradores é realizada uma vez por ano, no mês de julho, e tem por base a performance e potencial de cada um”, diz apenas o tema o DRH, lembrando que o pacote remuneratório dos colaboradores inclui vários benefícios como os seguros.

Formação: investir 3% da massa salarial em cinco anos

“Nos últimos três anos e nos próximos dois anos, o forte investimento em formação é concretizado em programas de desenvolvimento para os nossos futuros talentos, no desenvolvimento da autonomia das equipas e no aumento do nível de expertise das nossas equipas. Esse investimento traduz-se, neste período de cinco anos, num valor médio anual próximo dos 3% da nossa massa salarial”, refere Jorge Filipe sobre o investimento da empresa na formação.

No ano passado a aposta foi a construção da “Universidade Alimentar Auchan”. Trata-se de “um centro técnico e comportamental que fomenta o desenvolvimento e crescimento da expertise das equipas que integram os mercados dos produtos frescos”, explica.

Auchan e AMI entregam cabazes de alimentos a pessoas carenciadas e de risco durante a pandemia - 23ABR20

“Através da criação de percursos formativos associados ao cargo, perfil e mercado alimentar, conseguimos potenciar o desenvolvimento de novas técnicas e tendências da área, bem como, reforçar a motivação dos colaboradores através de um conjunto de formações experienciais e sensoriais, que lhes permite evoluir competências, reforçar eixos de melhoria e apreender inovações na área alimentar que irão, garantidamente, aportar valor para o seu desenvolvimento profissional e pessoal”, destaca.

“Em áreas mais específicas como data, IT, CRM e supplychain apostamos em parceiros como o Linkedin Learning e Google Cloud reforçando as skills e competências nas quais apostamos”, continua.

“Tendo por base o desenvolvimento, foco e engagement das equipas, procuramos inovar constantemente, introduzindo metodologias diferenciadoras, como, por exemplo, a realidade virtual, que permite vivenciar experiência imersivas, com maior foco dos formandos uma vez que não são desviados por estímulos externos”, realça.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medo da recessão tira mais de 1% aos preços do petróleo

Cotações do barril interromperam ciclo de três sessões de subidas, sucumbindo à pressão dos confinamentos na China e dos receios de uma recessão global.

Ao fim de três sessões consecutivas de subidas, os preços do petróleo corrigem mais de 1% esta terça-feira. O Brent, referência para as importações nacionais, desce 1,20%, para 112,06 dólares cada barril, enquanto o WTI cai 1,21%, negociando a 108,96 dólares.

Os investidores pesam na balança o impacto da subida dos juros pelos bancos centrais para combater a inflação, temendo que desencadeiem uma recessão global. Em simultâneo, os confinamentos na China podem reduzir a procura por parte do maior importador de petróleo do mundo.

Evolução da cotação do Brent:

No outro prato da balança estão os constrangimentos na oferta e a expectativa de recuperação da procura por combustíveis nos EUA durante este verão. Fatores insuficientes, porém, para evitar a queda das cotações da matéria-prima.

“Os investidores estão a vender porque esperam que os preços elevados do petróleo travem o consumo de combustíveis ao nível global”, considerou Toshitaka Tazawa, analista da Fujitomi Securities, uma gestora de fundos de commodities, citado pela Reuters.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Supermercados já sentem aumento da venda de máscaras

Ao ECO, super e hipermercados admitem que a venda de máscaras tem aumentado nas últimas semanas, na sequência da subida dos casos. Ainda assim, retalhistas garantem que não há ruturas de stock.

Com os casos de infeção por Covid-19 a dispararem em Portugal, da restauração à indústria há já alguns setores a pedirem o regresso da obrigatoriedade do uso de máscara. Ao ECO, os super e hipermercados admitem que a procura tem aumentado nas últimas uma a duas semanas, com as vendas a chegarem a aumentar na ordem dos 25%. Ainda assim, garantem que não há rutura de stock.

A 22 de abril, o Governo colocou “um ponto final” no uso obrigatório de máscara na generalidade dos espaços fechados, passando este equipamento de proteção individual a ser apenas recomendado na generalidade dos locais. No entanto, e tendo em conta que Portugal vive atualmente uma nova vaga de infeções e embora a pressão nos hospitais não seja comparável com a registada noutras vagas da pandemia, vários especialistas, bem como alguns setores da economia têm apelado ao Executivo para que volte a impor o uso de máscara.

E se quando o uso de máscara deixou de ser obrigatório na generalidade dos espaços as vendas caíram drasticamente, certo é que o aumento de infeções com Covid-19 já está a ter impacto nas vendas das superfícies comerciais.

“Desde que foi levantada a obrigatoriedade de utilização de máscaras, a procura por estes artigos diminuiu para cerca de metade”, adianta fonte oficial da Sonae MC, ao ECO, acrescentando, no entanto, que “nas últimas duas semanas, a venda de máscaras aumentou cerca de 25%”.

Com packs de 50 máscaras cirúrgicas por 2,10 euros ou packs de dez máscaras FFP2 por 1,99 euros, as lojas Continente já venderam “mais de seis milhões de máscaras” desde que este equipamento de proteção individual deixou de ser obrigatório para a generalidade dos espaços e apesar do aumento da procura nas últimas semanas não antecipa “qualquer dificuldade na disponibilização destes produtos”.

Esta tendência é igualmente sentida pela Wells. O diretor da marca especializada em Saúde do grupo Sonae sinaliza que com o fim da obrigatoriedade “a procura deste artigo diminuiu consideravelmente”, mas admite que “nas últimas duas semanas” voltou “a sentir um ligeiro aumento na procura de máscaras“, ainda que este seja mais notório na venda dos autotestes. Ao ECO, João Cília sinaliza ainda que as lojas Wells têm “uma oferta alargada de máscaras”, pelo que não temem ruturas de stock. As lojas Wells têm neste momento à venda máscaras reutilizáveis a partir dos dois euros por unidade, máscaras cirúrgicas FFP2 a partir de 1,65 euros (pack de 50 máscaras), bem como máscaras FFP2 a partir de 3,45€ (pack de 20 unidades).

Já o grupo Jerónimo Martins, dono dos supermercados Pingo Doce, sublinha que registou “como era expectável, uma diminuição na procura deste artigo” a partir de 22 de abril. “Contudo, na última semana verificámos um aumento no número de máscaras vendidas, em virtude do aumento de casos de Covid-19“, aponta fonte oficial da retalhista, acrescentando que não há registo de “qualquer problema de stock” na venda de máscaras cirúrgicas e FFP2, cujos preços oscilam entre os “1,37 euros e os 2,49 euros, mediante o número de máscaras por embalagem”.

Por outro lado, e à semelhança do Continente, fonte oficial do Auchan assinala que “a venda das máscaras reduziu desde que estas deixaram de ser obrigatórias”, com esta cadeia de supermercados a vender “cerca de metade” do que vendia, mas admite que tem “sentido um pequeno aumento” nas últimas duas semanas. As lojas Auchan vendem packs de máscaras cirúrgicas e FFP2, sendo que os preços são variáveis. “Temos stock suficiente de máscaras e não temos sentido escassez no mercado”, adianta ainda fonte oficial da Auchan Retail Portugal.

Já fonte oficial do Lidl assinala que “nas últimas semanas, verifica-se um aumento da procura de máscaras, destacando-se a preferência por máscaras cirúrgicas”, assegurando que está “neste momento assegurado o stock de máscaras para a atual procura, mas também para um acréscimo da mesma se assim se verificar”. Além de máscaras cirúrgicas, a cadeia de supermercados alemã comercializa também máscaras FFP2 e máscaras reutilizáveis.

Vendas de autotestes aumentam entre 60 a 150%

Também a Mercadona confirma que “na última semana” voltou “a notar um aumento da procura” por máscaras, ainda que as vendas estejam a cerca de 50% face ao registado no pico da pandemia. Além disso, também as vendas de autotestes estão a disparar. “No que respeita aos autotestes, houve um incremento desde o início do mês de maio em cerca de 150%”, revela fonte oficial da retalhista espanhola ao ECO, acrescentando que estão a vender “uma média de aproximadamente 200 unidades por loja por dia”.

Apesar do aumento da procura quer de autotestes quer de máscaras, as lojas Mercadona garantem ter “o stock controlado”. Os preços das máscaras oscilam entre os 70 cêntimos (no caso de três unidades de máscaras cirúrgicas infantis) e os 1,80 euros (pack de cinco máscaras reutilizáveis.

Também nas lojas Continente há um aumento das vendas de autotestes — “praticamente triplicarem” –, sendo que “nas últimas duas semanas o Continente vendeu cerca de 250 mil unidades”, sinaliza fonte oficial da Sonae MC ao ECO. Atualmente os autotestes vendidos nas lojas Continente custam 2,49 euros a unidade.

O cenário é semelhante nas lojas Wells, que “só nas duas últimas semanas a venda de autotestes registou um crescimento de 60% face às duas semanas anteriores”, destaca João Cília, em resposta ao ECO. Neste momento, a marca especializada em saúde do grupo Sonae comercializa autotestes de dois fabricantes diferentes (Flowflex e Labnovation), cujos preços são 2,45 euros e 2,65 euros, respetivamente.

Já fonte oficial do Pingo Doce diz estar “receber um reforço de stock, fruto do aumento da procura deste produto”, enquanto fonte oficial do Lidl também admite um “aumento da procura” por autotestes, nas últimas semanas, com os preços a fixarem-se nos 2,49 euros. Também a Auchan assegura que “a procura de autotestes aumentou relativamente ao mês passado”.

Face ao aumento de casos, vários especialistas têm pedido o regresso dos testes gratuitos à Covid nas farmácias. O Governo tinha-se manifestado contra o regresso desta comparticipação para toda a população, ainda assim voltou a permitir a sua gratuitidade nas farmácias, ainda que mediante apresentação de receita médica. Recorde-se que os autotestes não são considerados testes de despiste ao SARS-CoV-2 pelo que é necessário fazer um teste confirmatório PCR ou teste rápido de antigénio de uso profissional.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresas que recusem Vales Eficiência podem ser afastadas do programa

Aumento dos custos dos materiais, que tornam vale de 1.300 euros insuficiente para as necessidades das famílias, e tempo que vales ficam por pagar pelo Fundo Ambiental justificam fraca adesão (11,8%).

As empresas que se recusarem a trocar janelas ou portas energeticamente eficientes, a revestir paredes ou a instalar painéis fotovoltaicos no âmbito do Vale Eficiência podem ser afastadas do programa, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério do Ambiente.

Os vales de 1.300 euros, lançados para financiar a troca de janelas ou portas energeticamente eficientes, o revestimento de paredes ou a compra de equipamentos, como painéis fotovoltaicos para a produção de energia para autoconsumo, estão a ser utilizados a um ritmo muito lento. De acordo com os dados do Ministério do Ambiente, só 11% dos vales atribuídos foram efetivamente utilizados. A relutância de algumas empresas em prestar serviços pagos por estes vales justifica parte da fraca adesão, mas o Ministério do Ambiente garante que está a acompanhar a situação.

Os vales eficiência, criados para ajudar as famílias carenciadas a tornar as suas casas mais eficientes, foram lançados a 31 de agosto de 2021 e já contam com 14.463 candidaturas submetidas, segundo os dados do Fundo Ambiental em constante atualização. Mais de 8.523 candidaturas foram consideradas elegíveis e 3.271 foram rejeitadas. Mas o processo não acaba aqui. Depois de ter a confirmação de que foi atribuído um vale (já o foram 8.099) é necessário que os beneficiários se candidatem a medidas específicas. E nesta primeira fase do programa – que tem uma dotação de 162 milhões de euros – ainda só foram submetidas 1.185 candidaturas, das quais 993 foram consideradas elegíveis e estão já pagas ou em pagamento (959), o que corresponde a 11,8% dos vales atribuídos.

Quando o programa foi lançado estava prevista a atribuição de 20 mil vales em 2021, mas perante a fraca adesão o Governo decidiu prolongar por 2022 as candidaturas a esta primeira fase até que a meta seja alcançada, ou seja, até que se esgote a verba prevista de 31,98 milhões de euros. Uma verba financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

“A adesão ao Programa tem registado um arranque mais baixo que o esperado, mas a sua execução está em constante acompanhamento e avaliação”, reconheceu, ao ECO, fonte oficial do Ministério agora liderado por Duarte Cordeiro. Mas as expectativas permanecem. “Que decorra nos moldes em que foi aprovado e com enfoque em três áreas: simplificar o procedimento; reforçar a comunicação do programa e reforçar as parcerias para dotar o programa de maior apoio às famílias”, explicou a mesma fonte. “A ideia é criar canais de proximidade com os possíveis beneficiários, para que possam usufruir do apoio disponibilizado de forma célere e ágil”, acrescenta.

As empresas fornecedoras que recusem Vales podem deixar de ser elegíveis para continuarem no programa.

Fonte oficial do Ministério do Ambiente

As empresas contactadas pelo ECO avançam a mesma justificação para esta fraca adesão: os aumentos dos custos dos materiais, que tornam o vale de 1.300 euros insuficiente para as necessidades das famílias que, por serem carenciadas, não têm capacidade para suprir o remanescente do custo da obra e o tempo que os vales ficam por pagar pelo Fundo Ambiental.

“Temos tido muitas solicitações relativas aos vales eficiência”, diz Vera Lúcia, “mas muitas são longe da nossa região” (Pedrógão Grande) e, “tendo em conta o aumento dos materiais, prestar o serviço longe encarece ainda mais o orçamento tendo em conta a deslocação e o vale de 1.300 euros não é suficiente. E são clientes que não têm mais dinheiro para nos pagar”, conta ao ECO a empresária.

Em causa estão as elegibilidades do programa. Só podem aceder os beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) à data de submissão da candidatura, sendo que a fatura da eletricidade da habitação permanente deve demonstrá-lo e é necessário ser proprietário e residir permanentemente na habitação para a qual se candidatam. Além disso, não podem ter usufruído do programa “Vale Eficiência”.

Uma outra empresa de Lisboa, que preferiu não ser identificada, contou que, em 48 horas, recebeu mais de cem chamadas a pedir orçamentos para portas e janelas. “Mas as empresas não querem aceitar os vales eficiência”, admite, “porque ao contrário do Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis são as empresas que têm de fazer a candidatura e acabam por ter mais trabalho burocrático e ficam muitos meses à espera de serem ressarcidas”. O empresário deu o exemplo de várias candidaturas que submeteu que tiveram de “esperar mais de três meses para receber o dinheiro”. “Há muita gente que vai ficar com os vales na mão”, antecipa e sugere que as verbas que não venham a ser usadas nos vales eficiência sejam transferidas para o Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis, que encerrou a 2 de maio, com uma dotação global de 96 milhões de euros, após vários reforços.

O Ministério que já está a acompanhar a recusa das empresas em aceitar prestar os serviços no âmbito dos Vales Eficiência, tal como avançou em declarações ao Jornal de Notícias (acesso pago) em março, admite agora, ao ECO que “as empresas fornecedoras que recusem Vales podem deixar de ser elegíveis para continuarem no programa”. O Ministério estava “a fazer a inventariação dos fornecedores nesta situação” e “nas sessões de esclarecimento que tem vindo a desenvolver com os fornecedores”, informou-os que “tal é um incumprimento”, noticiou o JN.

De acordo com os dados do Fundo Ambiental, há 1.316 candidaturas submetidas para fornecedores, sendo que 939 foram consideradas elegíveis.

A adesão ao Programa tem registado um arranque mais baixo que o esperado, mas a sua execução está em constante acompanhamento e avaliação.

Fonte oficial do Ministério do Ambiente

Questionado sobre se as verbas utilizadas continuarem tão baixas como até aqui — em dois meses e meio o grau de utilização dos vales aumentou três pontos percentuais — o Ministério pondera aumentar o cheque por família, dado o aumento dos preços, ou realocar o dinheiro a outro programa, o gabinete de Duarte Cordeiro esclareceu que a “execução do programa está em constante acompanhamento e avaliação, pelo que poderão ser introduzidas alterações quando se considerar justificável”.

Globalmente, o programa Vale Eficiência pretende entregar 100 mil vales a famílias economicamente vulneráveis até 2025, no valor de 1.300 euros mais de IVA cada, para investirem na melhoria do conforto térmico das suas casas. Mas existe ainda uma outra dimensão: “Estimular e dinamizar o desenvolvimento económico e social, com o envolvimento das empresas, locais e nacionais”, que vão prestar os serviços às famílias ao abrigo deste programa, “impulsionando a recuperação da economia, a geração de riqueza e a criação de emprego”.

Como concorrer

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pantest de Oliveira de Frades constrói fábrica de testes rápidos em Angola

A iniciar exportação de testes Covid para o Médio Oriente, empresa do distrito de Viseu tem projeto de dez milhões para unidade industrial de “qualidade e exigência europeias” nos arredores de Luanda.

Fundada em 2014 com o objetivo de fabricar testes rápidos para fornecer ao mercado angolano, onde Catarina de Almeida tem também uma empresa de distribuição de material médico e hospitalar, além de ser representante das tintas Dyrup, a Pantest prepara-se agora para construir uma unidade industrial em Angola, com capacidade para fornecer três milhões de testes por ano.

Segundo avançou ao ECO a empresário luso-angolana de 38 anos, que é a acionista única da empresa sediada em Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, o investimento será superior a dez milhões de euros. A fábrica vai ficar localizada no polo industrial de Viana, um município da província de Luanda, e arrancar com uma equipa de dez pessoas, contando ultrapassar a meia centena de funcionários no final do primeiro ano de atividade.

Questionada sobre o prazo para a conclusão deste projeto, Catarina de Almeida, referiu que no início do verão vai regressar a Angola para “trabalhar com a equipa na estruturação do plano de negócios”, mas esclareceu que “um projeto desta dimensão não demora menos de ano e meio” a chegar ao terreno. “Quero fazer as coisas de forma a colocar Angola no mapa dos fabricantes de testes e de dispositivos médicos. Faremos tudo com um nível de qualidade e de exigência europeus”, acrescentou.

Catarina de Almeida, CEO da Pantest

A empresária destaca a “vantagem de já ter todo o know-how e experiência da Pantest para não cometer os mesmos erros” neste novo projeto industrial em África, que prevê começar por aqueles que são “os testes mais procurados e em que há uma falta permanente no mercado”, como é o caso da malária, do dengue, do HIV ou da hepatite C. Em produção local promete que ficarão “mais baratos e acessíveis à população”, por serem eliminadas as atuais cadeias de distribuição e de transporte.

Chega ao Médio Oriente após “bloqueio” exportador

Foi precisamente a experiência que tinha adquirido com outras doenças para as quais já produzia testes rápidos de deteção, como é o caso das infecciosas, que, com a chegada da pandemia de Covid-19, acelerou a certificação pelo Infarmed para a produção de testes rápidos de antigénio ao SARS-CoV-2. A empresa localizada em Oliveira de Frades, onde dispõe de uma área de 4.500 metros quadrados, diz ser a única de origem portuguesa entre as mais de 150 companhias e laboratórios com testes autorizados no país.

A funcionar com três turnos, mas com a atual produção limitada a 50 mil testes por dia, a Pantest está a ampliar a fábrica portuguesa. Em construção está um novo pavilhão de mil metros quadrados para aumentar a capacidade e “segmentar a oferta”. Embora tenha no portefólio perto de 30 tipos diferentes certificados com a marcação CE, é o teste rápido que deteta o coronavírus que continua a dominar a cadeia produtiva, depois de ter feito disparar as vendas nos últimos anos.

Houve um empurrão significativo dos testes rápidos para a Covid-19 e, por outro lado, [a subida das vendas] também foi o resultado da natural consolidação no mercado. As empresas não começam logo a vender milhões.

Catarina de Almeida

CEO da Pantest

De 500 mil euros em 2019, passou para um volume de faturação de 1,5 milhões em 2020 e no ano passado voltou a dobrar esse registo, ao crescer para três milhões de euros. Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, Catarina de Almeida reconhece que “houve um empurrão significativo dos testes rápidos para a Covid-19 e, por outro lado, também foi o resultado da natural consolidação da empresa no mercado”. “As empresas não começam logo a vender milhões. Passam por um trajeto muitas vezes tumultuoso, até se consolidar e o seu negócio se tornar sustentável”, sublinha.

A partir da Beira Alta, onde trabalham quase 50 pessoas (dez pertencem aos quadros e os restantes são trabalhadores temporários), seja para o mercado doméstico – que está novamente a aumentar a procura por causa da sexta vaga de infeções – ou para os da exportação, a Pantest continua neste momento a produzir maioritariamente testes para a Covid-19. E depois de ter sido “praticamente impossível” exportar em 2020 para conseguir dar resposta à procura em Portugal, em 2021 começou a vender para alguns países europeus, como Itália, e já este ano estreou-se a exportar para o Médio Oriente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BES “mau” reduz prejuízos para metade, mas buraco aumenta para 7,2 mil milhões

Banco mau registou prejuízos de 250 milhões de euros em 2021 devido aos juros da dívida que está por pagar aos credores, aumentando buraco para cerca de 7,2 mil milhões.

O buraco do falido BES continua a aumentar de ano para ano, sobretudo por causa da contagem dos juros relativos a dívidas contraídas antes da resolução do banco de Ricardo Salgado, em 2014, e que não consegue pagar, incluindo as obrigações seniores no valor de 2,17 mil milhões de euros que foram transferidas do Novobanco para o banco mau em 2015.

As contas do ano passado revelam que o BES em liquidação fechou 2021 com um passivo de 7,34 mil milhões de euros, um aumento de cerca de 250 milhões de euros em relação ao ano anterior, isto enquanto dispõe de um ativo avaliado apenas em 175 milhões.

Ou seja, não tem património para cobrir todas as responsabilidades, como já vinha registando ao longo dos anos, mas buraco não pára de crescer, ascendendo já a quase 7,2 mil milhões de euros – isto no caso de conseguir transformar todos os ativos em dinheiro.

Do lado do passivo, há essencialmente três passivos que explicam a atual situação de agravamento das contas do banco:

  • Responsabilidades representadas por títulos no valor de três mil milhões, incluindo as obrigações retransmitidas em dezembro de 2015 por decisão do Banco de Portugal, uma medida que está a ser contestada em tribunal por um grupo de grandes investidores internacionais, como a Pimco e a BlackRock.
  • Outras provisões no valor de 1,88 mil milhões de euros que visam essencialmente a cobertura de responsabilidade com as impugnações judiciais das listas de credores reconhecidos e não reconhecidos.
  • Passivos subordinados no valor de 1,4 mil milhões relativos a obrigações perpétuas emitidas pelo BES e a empréstimos subordinados obtidos do BES Finance.

Só por causa das obrigações retransmitidas para o BES mau em 2015, a comissão liquidatária liderada por César Brito teve de contabilizar no ano passado mais 150 milhões de euros em juros que ficaram por pagar aos credores internacionais.

Por outro lado, as obrigações perpétuas do BES e os empréstimos subordinados do BES Finance representaram um encargo de mais de 85 milhões de euros em juros de mora (também por liquidar) em 2021.

São estes encargos com juros que ajudam também a explicar os prejuízos de 254 milhões de euros no ano passado, cerca de metade dos prejuízos de 547 milhões que teve em 2020 (resultado fora afetado pelo aumento das provisões para a lista de credores).

Além das despesas com juros, há outro tipo de gastos, como os salários dos oito trabalhadores do banco (700 mil euros) e também honorários aos advogados, revisores de contas e outros gastos administrativos (1,5 milhões) que tiveram impacto no resultado.

Contas feitas, o banco dispõe apenas de 2,4 euros de ativos por cada 100 euros de responsabilidades, o que limita bastante as hipóteses de recuperação de dinheiro por parte dos credores por via da liquidação da instituição.

Apenas os credores comuns poderão ter melhores perspetivas de recuperação dos seus investimentos, tendo em conta que já houve uma auditoria da Deloitte a estimar um nível de recuperação de 31,7% para estes créditos comuns e de 0% para os créditos subordinados num cenário de liquidação (a lei determina que os credores têm direito uma compensação caso sejam mais prejudicados numa resolução do que numa liquidação de um banco).

Neste caso, face à situação líquida negativa do BES, perspetiva-se que possa ser o Fundo de Resolução a cobrir estas responsabilidades com os credores.

O fundo liderado por Máximo dos Santos, que tem vindo a fazer injeções no Novo Banco, já veio dizer, entretanto, que o direito “à compensação pelo Fundo de Resolução será determinado no encerramento do processo de liquidação do BES” e que até lá “haverá ainda que esclarecer um conjunto de complexas questões jurídicas e operacionais, nomeadamente quanto à titularidade do direito à compensação pelo Fundo de Resolução”.

“Tudo considerado, não é possível, por ora, estimar o montante da compensação a pagar no encerramento da liquidação do BES”, tem referido o fundo nas suas contas.

O BES foi resolvido em agosto de 2014, tendo sido dividido em duas partes: o banco mau e o Novobanco, que já teve de receber mais de três mil milhões de euros do Fundo de Resolução através do mecanismo de capital contingente criado em 2017, aquando da venda da instituição aos americanos do Lone Star.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Fernando Medina representa Portugal no Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros (ECOFIN). Eurostat divulga dados referentes aos níveis de educação na UE. Conheça os destaques do dia.

Continua esta terça-feira no Parlamento a discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2022. O G7 reúne os ministros do Trabalho para abordar questões como o combate ao trabalho infantil. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publica dados do primeiro trimestre do ano, referentes ao comércio internacional de mercadorias do G20.

Eurostat apresenta dados dos níveis de educação europeus

O Eurostat apresenta esta terça-feira dados referentes aos níveis de educação de 2021 na União Europeia (UE), por país, faixa etária e sexo. Em 2020, mais de 40% dos jovens entre os 25 e os 34 anos, na UE, tinham concluído o ensino superior. Em comparação, 81% das pessoas entre os 25 e os 54 anos tinham concluído, pelo menos, o ensino secundário, contra 67% das pessoas entre os 55 e os 74 anos.

Reunião de ministros do Trabalho do G7

A reunião dos ministros do Trabalho do G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, irá realizar-se esta terça-feira em Wolfsburg, na Alemanha. O grupo é constituído pelo Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido, e União Europeia, sendo que a presidência em 2022 é assegurada pela Alemanha. Sob o plano “G7 Labor and Social Track”, a Alemanha pretende abordar questões como o combate ao trabalho forçado e infantil, a expansão de cadeias de abastecimento sustentáveis, o estabelecimento de sistemas de segurança social à prova de crises, e a promoção de educação inclusiva adicional.

Fernando Medina representa Portugal no ECOFIN

O ministro das Finanças, Fernando Medina vai representar Portugal na reunião dos ministros dos Estados-membros da UE, em Bruxelas. O Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros (ECOFIN) é presidido por Bruno Le Maire, ministro da Economia, das Finanças e da Recuperação em França e reúne, geralmente, todos os meses.

OCDE lança dados do Comércio Internacional de Mercadorias do G20

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publica esta terça-feira o relatório Estatísticas do Comércio Internacional de Mercadorias do G20. A divulgação estatística registou um aumento de 3,4% nas exportações dos países do grupo, entre outubro e dezembro de 2021, e um aumento de 5% nas importações, uma aceleração face ao trimestre anterior.

Continuação da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2022

O Parlamento vai dar continuidade, esta terça-feira, à discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2022. A discussão não necessita de votos adicionais a favor, visto que a maioria absoluta do PS é suficiente para a viabilização do documento. A Comissão Europeia não mostrou oposição à proposta do OE2022, mas instou Portugal a simplificar o seu sistema fiscal, especialmente através da aproximação da retenção na fonte de IRS ao imposto devido de cada contribuinte, de modo a diminuir os reembolsos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Subida de preços leva lucros da Navigator para 50,6 milhões no trimestre

Quebra nos volumes de pasta e papel e aumento dos custos foram mais do que compensados pela subida dos preços. Vendas aumentaram 44%.

Menos quantidades vendidas de pasta e papel mas com preços substancialmente mais altos permitiram à Navigator aumentar em 115% os lucros para 50,6 milhões no primeiro trimestre, apesar do aumento dos custos. As pressões inflacionistas vão continuar a fazer sentir-se na atividade da empresa nos próximos meses.

Assistimos a um agravamento generalizado dos custos das matérias-primas, nomeadamente químicos, da energia e de logística. Os constrangimentos têm-se agravado, e a Navigator está a gerir esta tendência desfavorável com um forte empenho no aumento de eficiência, potenciando a produtividade, moderando o aumento dos custos variáveis via contenção dos consumos, e com um esforço continuado de controlo dos custos fixos”, afirma a empresa no comunicado ao mercado.

As receitas do primeiro trimestre cresceram 44% face ao mesmo período do ano passado e 3,4% em relação aos três meses anteriores. Uma evolução sustentada no aumento dos preços, já que o volume de vendas de pasta baixou 1% em termos homólogos e 9% em cadeia, e o de papel caiu 3% e 17%, respetivamente. Sobretudo este último foi penalizado por constrangimentos logísticos e pela necessidade de reposição de stocks.

O preço médio da pasta (índice PIX BHKP) aumentou 48% em dólares e 58% em euros face ao primeiro trimestre do ano passado, e 1% em dólares e 3% em euros face ao quarto trimestre”. No papel, registou-se uma subida de 28% e 15%.

“A dinâmica do mercado de papel foi muito condicionada pela redução da capacidade na Europa e Estados Unidos e pela redução da oferta nos mercados do Médio Oriente e África”, num período em que a procura por papel de impressão e escrita cresceu 0,6% (até fevereiro), explica a empresa.

No tissue, o volume de vendas caiu 4% face ao trimestre homólogo e 6% em relação ao anterior. Mais uma vez a evolução dos preços impulsionou o valor das vendas, com um crescimento de 17% face ao primeiro trimestre de 2021 e de 5% face ao último trimestre. Ainda assim, a margem do negócio sofreu uma redução expressiva devido ao aumento dos encargos. Nas embalagens, a empresa atingiu vendas de 21 milhões, “cerca de metade da faturação de todo o ano de 2021”.

O aumento dos custos foi uma marca do trimestre, com a fatura da produção a crescer 39 milhões e a de logística 12 milhões, com a Navigator a sublinhar que “os constrangimentos logísticos mantêm-se e estão a afetar de forma transversal a economia”. A política de cobertura de risco na aquisição de energia e o aumento da produção própria, contiveram o crescimento dos encargos nesta frente. “Os custos fixos totais acabaram por situar-se 22% acima dos custos fixos do período homólogo, valor essencialmente explicado pela rubrica de custos com pessoal e com o aumento de custos de funcionamento inerentes ao aumento de atividade pós pandemia”, explica a empresa.

O crescimento robusto das vendas permitiu que os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentasse 72,3% face ao período homólogo e 11,8% em cadeia para 121,6 milhões. A margem EBITDA atingiu os 25%.

Os lucros saltaram 115,2% para os 50,6 milhões em relação aos primeiros três meses do ano passado, mas caíram 11,5% face aos 57,2 milhões conseguidos entre outubro e dezembro. A dívida líquida da Navigator diminuiu 105,7 milhões de euros para 517,9 milhões ou 1,28 vezes o EBITDA.

Olhando para a frente, a empresa liderada por António Redondo sublinha que “a evolução de custos continua a ser uma das principais preocupações. Durante o primeiro trimestre a Navigator ainda beneficiou de contratos em que a fixação de preços foi realizada em 2021, pelo que as pressões inflacionistas continuarão a fazer sentir-se na atividade da empresa”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Moreira da Silva diz que PSD está numa posição de “ou vai ou racha”

  • Lusa
  • 23 Maio 2022

"Nós temos um problema que tem de ser resolvido, que não é de identidade, é de modernidade”, disse o candidato a líder do PS.

O candidato à liderança do PSD Jorge Moreira da Silva afirmou esta segunda-feira que o partido está numa posição de “ou vai ou racha”, salientando a importância de refundar e modernizar o Partido Social Democrata. “Estamos naquela posição em que ou vai ou racha. Ou assumimos que o problema é sério e estrutural e no fundo mudamos de vida ou vamos andar à espera que o contexto melhore, que o poder se desgaste para que o possamos vir a receber”, afirmou o candidato, que falava durante uma sessão de “Diálogos com Futuro”, que decorreu ao final da tarde, na Praça do Comércio, em Coimbra.

Para Moreira da Silva, não se pode responder aos desafios do país sem se tratar também do PSD, considerando que o partido enfrenta um problema “estrutural”. “Não é por acaso que estamos a enfrentar as dificuldades que estamos a enfrentar. Nós temos um problema que tem de ser resolvido, que não é de identidade, é de modernidade”, asseverou.

O candidato, recordando que Francisco Pinto Balsemão, militante número um do partido, é seu mandatário, vincou que essa proposta de refundação do partido que apresenta nestas eleições “não põe em causa os valores e os princípios” do PSD.

“Outros partidos estiveram na mesma situação em que estivemos e fizeram aquilo que proponho fazer. Não estou a propor nada que seja experimentalismo. Os partidos refundaram-se, mudaram as suas linhas programáticas, modernizaram-se, abriram-se e nós temos a responsabilidade de o fazer”, notou.

Essa necessidade de mudança, apontou, é ainda mais premente face às grandes mudanças da última década, em que “o mundo mudou mais do que nas décadas anteriores”, seja pela evolução tecnológica ou pela exposição dos países a choques externos. “Nós temos de assumir um objetivo de mudar as nossas linhas programáticas, porque o mundo mudou”, frisou, considerando que quer que regresse ao PSD “o espírito que teve em [19]74, quando era empreendedor, inovador e ousado”.

Moreira da Silva defendeu que o PSD deve assumir uma atitude de “quem não toma nada por garantido”, afirmando também que o partido deve abrir as suas portas à sociedade. “Acho que chegou a altura de abrir a porta, de escancarar as portas do PSD e criar condições para não só os militantes, mas para que os eleitores que não são militantes possam participar na nossa vida interna”, referiu.

Na sessão, o candidato ouviu perguntas do público e abordou diversos temas ao longo das duas horas. Ainda durante a sua primeira intervenção, considerou que “há áreas onde existe Estado a mais e outras onde existe a menos”, considerando que nas áreas de soberania, como a segurança e a defesa, o Estado “tem de estar mais presente”.

O candidato disse que na área económica o Estado deve ser mais pequeno e abandonar a ideia de “criar campeões nacionais à força” e considerou que é importante dignificar o papel dos funcionários públicos e tornar a administração pública atrativa para os mais jovens.

Já depois de ouvir perguntas do público, afirmou que é preciso um “limite ao imposto máximo”, mas defendeu a progressividade fiscal, rejeitando a proposta de uma taxa única de IRS – medidas defendidas pela Iniciativa Liberal e pelo partido de extrema-direita Chega. As eleições diretas no PSD realizam-se a 28 de maio, e o congresso do partido realizar-se-á de 1 a 3 de julho, no Porto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street recupera das perdas e encerra no verde

Nova Iorque encerrou em terreno positivo depois das fortes perdas registadas na semana passada. Analistas dizem, contudo, que é preciso cautela.

Os principais índices de Wall Street encerraram a primeira sessão em terreno positivo, corrigindo das fortes perdas registadas na semana passada. Os investidores aproveitaram para comprar ações de vários bancos, depois de o Dow Jones ter registado oito semanas consecutivas de quedas.

O índice de referência financeiro, S&P 500, subiu 1,86% para 3.974,02 pontos, enquanto o industrial Dow Jones somou 1,98% para 31.880,24 pontos. O tecnológico Nasdaq valorizou 1,59% para 11.535,27 pontos.

Este desempenho acontece depois das fortes perdas registadas na semana passada, com o S&P 500 a entrar mesmo em bear market. Resta saber por quanto tempo os índices conseguem manter-se assim, afirmam os analistas, citados pela CNBC. “Com tantas ações com quedas significativas este ano, não será surpreendente ver um breve alívio nos mercados hoje“, diz Wayne Wicker, diretor de investimentos da Mission Square Retirement.

“No entanto, com os desafios relacionados com a inflação, o aumento das taxas de juros e os eventos geopolíticos à medida que entramos nos meses de verão, os investidores devem esperar uma volatilidade contínua no curto prazo“, acrescenta.

“Este impulso falhou várias vezes nas últimas semanas”, diz Ross Mayfield, analista de estratégia de investimentos da Baird, à CNBC. “A fasquia está mais alta agora para um desempenho positivo, devido a todos os ventos contrários”, como a desaceleração do crescimento da economia, as taxas crescentes e os temores de uma recessão na economia norte-americana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo promulga alteração das taxas moderadoras no SNS. Mas assinala “potencial discriminação”

  • Lusa
  • 23 Maio 2022

Presidente da República promulgou o diploma das taxas moderadoras mas assinalou "a potencial distinção feita entre as pessoas, com a potencial discriminação designadamente dos beneficiários da ADSE".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou esta segunda-feira o diploma do Governo que altera o regime de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas registando a “potencial discriminação” dos beneficiários da ADSE.

Embora registando a distinção feita entre as pessoas, com a potencial discriminação designadamente dos beneficiários da ADSE, bem como que a medida se confronte com a carência de médicos de família e com a sobrecarga da linha SNS 24, o Presidente da República promulgou o diploma do Governo que altera o regime de cobrança de taxas moderadoras no SNS”, refere uma nota publicada no site da Presidência.

Em 5 de maio, o Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que prevê essa alteração do regime de cobrança de taxas moderadoras no SNS.

Segundo a ministra da Saúde, Marta Temido, apenas as urgências sem referenciação da linha SNS 24 ou dos cuidados de saúde primários vão ser objeto de cobrança de taxas moderadoras. “A partir de junho, apenas será devida a cobrança de taxas moderadoras – dentro daquilo que tinham sido os compromissos assumidos na lei de bases da saúde e no Orçamento do Estado – na circunstância de haver utilização de serviços de urgência que não é referenciada pela linha SNS 24 ou pelos cuidados de saúde primários, e ainda a possibilidade de essa dispensa também acontecer quando não há uma referenciação, mas as pessoas são encaminhadas para internamento”, explicou.

Após o Conselho de Ministros que aprovou o diploma, a governante destacou o “progressivo alargamento” da dispensa do pagamento das taxas moderadoras, afirmando que, com esta alteração ao regime, “fica cumprido o último ponto do compromisso assumido pelo Governo” na eliminação de barreiras de acesso a cuidados de saúde.

Marta Temido esclareceu que as taxas moderadoras “deixam de ser cobradas em qualquer consulta”, dando como exemplo as consultas subsequentes a uma primeira consulta em contexto hospitalar, que continuam sujeitas a taxas, mas que tal vai mudar com o diploma de alteração do regime de taxas, prevendo a entrada em vigor para 01 de junho.

Questionada sobre um eventual aumento da procura dos cuidados de saúde primários e da sua capacidade de resposta às necessidades assistenciais dos cidadãos, em virtude de um expectável desvio das urgências de situações menos graves e sem referenciação prévia, Marta Temido garantiu que os cuidados de saúde primários permanecem “a principal resposta” e que o Orçamento do Estado prevê um investimento nesta área.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.