Já há uma plataforma para ajudar ucranianos a encontrar casa e trabalho fora da Ucrânia

  • ECO
  • 28 Fevereiro 2022

Chama-se "We Help Ukraine" e pretende ligar pessoas a precisar de ajuda na Ucrânia, ou em fuga, com pessoas e organizações que podem fornecer apoio.

Desde que a Rússia atacou a Ucrânia, na passada quinta-feira, multiplicaram-se os movimentos de apoio para ajudar quem está na Ucrânia e tenta sair da zona de conflito. Para ajudar a tornar este processo mais fácil, foi criada uma plataforma que pretende ligar pessoas a precisar de ajuda na Ucrânia e organizações que podem realmente ajudar. Chama-se “We Help Ukraine” e tem um centro de apoio em português, inglês e ucraniano.

A plataforma está acessível através do linkwww.wehelpukraine.org“. O projeto arrancou em Portugal no sábado passado e já mobilizou dezenas de pessoas e organizações para disponibilizar e gerir a plataforma, escreve a organização, em comunicado enviado esta segunda-feira. A plataforma “funcionará como um ‘Airbnb’ para encontrar — e disponibilizar — um alojamento, medicamentos e ofertas de trabalho”.

“Num muito curto espaço de tempo, e por impulso de Hugo de Sousa, dezenas de pessoas, empresas e organizações juntaram-se para pôr em movimento esta plataforma que é, antes de mais, uma resposta do mundo livre às atrocidades de uma guerra sem sentido nem razão e também uma afirmação civilizacional”, refere o mesmo documento.

A plataforma conta ainda com um centro de apoio em inglês, português e ucraniano, permitindo o atendimento por telefone, e-mail, mensagens instantâneas, videoconferência e outros canais de comunicação.

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Ordem dos Advogados fomenta apoio legal a cidadãos ucranianos

O bastonário da OA, Luís Menezes Leitão, agradeceu o apoio dos advogados e solicitou que os mais de 400 profissionais que estão a oferecer ajuda legal 'pro bono' contactem a OA.

A onda de solidariedade para com a Ucrânia estendeu-se a vários setores e também na advocacia os profissionais disponibilizaram-se para prestar assistência jurídica gratuita aos cidadãos ucranianos que se encontram em Portugal, bem como àqueles que se venham a dirigir ao nosso país em fuga desta guerra. Em comunicado, o bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, agradeceu a disponibilidade de todos os advogados que se estão a voluntariar.

“De forma a articular e a transmitir esta disponibilidade à Embaixada da Ucrânia e à Associação Nacional dos Advogados da Ucrânia, a OA solicita que os profissionais que estão a oferecer ajuda legal ‘pro bono’ contactem a OA, através do endereço [email protected], explicaram.

A lista dos advogados que se inscreverem será divulgada no site da Ordem dos Advogados e enviada para a Embaixada da Ucrânia e a Associação Nacional de Advogados da Ucrânia. O bastonário declara que as manifestações que nas últimas horas têm surgido de vários advogados que querem apoiar os cidadãos ucranianos, dentro e fora de Portugal, é uma atitude generosa que honra a tradição dos advogados e da sua Ordem na defesa dos mais vulneráveis.

“No espaço de 24 horas, são já mais de 400 advogados, de todo país, preparados para oferecer ajuda legal “pro bono” aos cidadãos ucranianos dentro e fora de Portugal. Antevendo um grande número de questões jurídicas que a guerra na Ucrânia espoletou, OA iniciou a oferta de uma task force jurídica em articulação com a Embaixada da Ucrânia e a Associação Nacional de Advogados da Ucrânia”, referiram.

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Bancos russos afundam 80% na bolsa de Londres após sanções

  • ECO
  • 28 Fevereiro 2022

Os títulos dos bancos russos Sberbank e Tinkoff tombaram 80%, depois de a União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido terem decidido retirar um conjunto de bancos russos do sistema SWIFT. 

As ações de dois bancos russos cotadas na bolsa de Londres caíram 80% esta segunda-feira, depois de a União Europeia, EUA e Reino Unido terem decidido retirar vários bancos russos do sistema SWIFT.

Durante a sessão, os títulos do Sberbank of Russia afundaram mais de 77%, de 4,06 para um mínimo de 0,92 libras. Já o grupo TCS, que detém o Tinkoff Bank, afundou mais de 80%, de 36 para um mínimo de 7,10 libras.

Entretanto, as ações destas empresas recuperaram ligeiramente, estando, ainda assim, a cair 61,82% no caso do Sberbank e 65,19% no caso do Tinkoff.

Estas fortes quedas surgem depois de durante o fim de semana, a UE, EUA, Reino Unido e outros aliados terem a um acordo para reforçar as sanções económicas e financeiras a Moscovo, na sequência da decisão na semana passada de iniciar uma invasão militar à Ucrânia. Entre o pacote de novas sanções aprovado está a exclusão de um conjunto de bancos russos do SWIFT, o que “vai impedi-los de realizar a maior parte das suas transações financeiras em todo o mundo e bloquear efetivamente as exportações e importações russas”, apontou a presidente da Comissão Europeia.

O Banco Central Europeu (BCE) disse esta segunda-feira que a filial europeia do Sberbank da Rússia estava “falida ou suscetível de ir à falência” devido a levantamentos de depósitos causados pelo conflito na Ucrânia e pelas sanções ocidentais.

A escalada de tensões entre a Rússia e a Ucrânia está a pressionar os mercados internacionais, sendo que a bolsa nacional está a cair 0,31% depois de ter arrancado a sessão a desvalorizar cerca de 1%. A condicionar o desempenho do índice de referência nacional está o BCP, que recua 5,45% para 16,33 cêntimos por ação.

Estas sanções estão também a ter consequências também moeda russa, com o rublo a afundar quase 30% face ao dólar, alcançando um mínimo histórico esta segunda-feira.

Os representantes da Rússia e da Ucrânia vão encontrar-se esta segunda-feira, junto à fronteira da Bielorrússia para iniciar as negociações. De acordo com um comunicado da Presidência da Ucrânia, desta delegação fazem parte, entre outros, o ministro da Defesa Oleksiy Reznikov, o conselheiro do chefe do Gabinete do Presidente Mykhailo Podoliak e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Mykola Tochytskyi. A delegação ucraniana já terá chegado ao local de negociações.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h29)

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Diversidade, igualdade e inclusão na era híbrida

  • PESSOAS + EY
  • 28 Fevereiro 2022

Maristela Abreu, Senior Consultant EY, People Advisory Services, revela as cinco primeiras ações que deve implementar para tornar a sua empresa mais diversa, equitativa e inclusiva.

A era híbrida revolucionou a forma que as empresas implementam os programas de diversidade, igualdade e inclusão. Os últimos dois anos revolucionaram não só a forma de trabalhar, mas também como as empresas cuidam das suas pessoas. No entanto, inúmeras empresas implementaram o Modelo Híbrido de trabalho, que possibilita os colaboradores adotarem o teletrabalho de forma estruturada, assegurando a continuidade (e desenvolvimento) do negócio.

Um dos benefícios dos quais a era híbrida trouxe ao mercado de forma global é que as empresas podem, mais do que nunca, dirigir o seu foco num contexto de atrair e reter talento com mais diversidade e com mais ênfase nas competências e qualificações. Inúmeras empresas estabeleceram um regime de trabalho alternativo e ajustável, sendo então possível incorporar diferentes traços demográficos e culturais para criar diversidade nas equipas, nomeadamente: género, raça, crenças, deficiências (físicas e intelectuais), geração, meio socioeconómico, naturalidade, forma de pensar, estilo de liderança, educação, experiência e vários outros traços não menos importantes. Outrora, o fator “mobilidade” gerava uma barreira ou limitação para contratar/reter as pessoas necessárias.

"Promover a diversidade, igualdade e inclusão (DII) dentro das empresas é muito mais que contratar algumas mulheres ou pessoas com deficiências para preencherem dados estatísticos.”

Maristela Abreu

Senior Consultant EY, People Advisory Services

Promover a diversidade, igualdade e inclusão (DII) dentro das empresas é muito mais que contratar algumas mulheres ou pessoas com deficiências para preencherem dados estatísticos. É, no fundo, garantir que todas as pessoas têm acesso às oportunidades de crescimento e desenvolvimento de forma justa. É criar um ambiente de trabalho em que todas as pessoas têm um sentido de “pertença” à organização, onde as pessoas sentem-se valorizadas e com a capacidade de alcançarem o seu máximo potencial, independentemente das suas características demográficas.

A promoção e implementação de DII traz um impacto significativo de responsabilidade social e empowerment nas empresas, podendo então os líderes aproveitarem todo o potencial da força de trabalho diversificada, tornando numa empresa mais forte, mais inovadora, mais habilitada a melhor servir os clientes e stakeholders. Estudos do Center for Talent Innovation apontam que as empresas que têm equipas com diversidade têm um aumento de 45% do valor no mercado e mais de 70% de sucesso dentro do setor.

diversidade

Percebendo os resultados decorrentes da promoção de DII, algumas empresas podem sentir-se pressionadas para essas políticas dentro das organizações. Apesar desse sentido de urgência ser um combustível que faz com que essas mudanças realmente aconteçam, é importante compreender que essas transformações não acontecem do dia para noite.

Assim, as cinco ações abaixo são fundamentais para iniciar esse processo de transformação:

  • Começar pela gestão de topo;
  • Assegurar o Employee Wellbeing & Safety;
  • Focar em desenvolvimento e coaching das pessoas;
  • Educar as pessoas nesses temas, incentivando conversas sobre D&I;
  • Constituir os agentes da mudança na organização – são essas as pessoas que irão dirigir o foco para o caminho certo.

De forma a transformar e desenvolver uma empresa mais diversa, equitativa e inclusiva, é preciso começar pelo diagnóstico. A EY já desenvolve diversos projetos de diversidade, igualdade e inclusão, sempre atendendo às diferentes necessidades dos clientes. Isso inclui diagnósticos da situação atual da empresa em relação às melhorias em processos seletivos, elaboração e execução de planos de ação com base em prioridades, bem como a monitorização constante da cultura organizacional.

Interessado em saber mais? Subscreva aqui as comunicações da EY Portugal (convites, newsletters, estudos, etc).

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Nas notícias lá fora: Alemanha, Bielorrússia e testes Covid

  • ECO
  • 28 Fevereiro 2022

A Alemanha admite estender o uso de carvão para substituir o gás russo, enquanto as secretas ucranianas sugerem que a Bielorrússia está preparada para se juntar à invasão russa.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia continua a marcar a atualidade internacional, com a Alemanha a admitir estender o uso de carvão para substituir a dependência do gás russo, enquanto a inteligência ucraniana sugere que a Bielorrússia está preparada para se juntar à invasão russa. Nos EUA, quase metade dos 500 milhões de testes à Covid gratuitos ainda não foram reclamados, enquanto em África os credores chineses apertam o cerco aos países devedores.

Bloomberg

Alemanha pode estender uso de carvão para substituir gás russo

O governo alemão admite estender a utilização de energia proveniente do carvão para substituir a dependência do gás russo. O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, apontou que as centrais a carvão poderão funcionar por mais tempo e acrescentou que não é “ideologicamente contra” a extensão do uso da energia nuclear. Estender o uso do carvão para além de 2030 pode acarretar riscos, mas não há alternativa à energia renovável em termos de segurança energética, sinalizou.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Financial Times

Empresas de leasing tentam recuperar aviões retidos na Rússia

As empresas europeias de leasing de aeronaves estão a enfrentar um grande desafio logístico para recuperar centenas de aviões avaliados em cinco mil milhões de dólares (4,44 mil milhões de euros) retidos na Rússia até ao final de março. A aviação russa é um dos principais alvos das sanções impostas pela Comissão Europeia e as medidas proíbem a venda, transferência, fornecimento ou exportação de aeronaves ou quaisquer componentes. As aeronaves alugadas estão abrangidas, uma vez que se enquadram na parte do “fornecimento”. Assim, não podem ser celebrados novos contratos e os existentes têm de ser rescindidos no prazo de 30 dias.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Washington Post

Bielorrússia pode juntar-se à invasão russa à Ucrânia

Os serviços secretos ucranianos sugerem que a Bielorrússia está a mostrar “disposição para talvez participar diretamente” na invasão russa, “além de permitir que os russos usem o seu território, bem como deixá-los cruzar a fronteira” para a Ucrânia, disse um funcionário do Governo ucraniano em declarações à CNN. Outra fonte próxima do Governo ucraniano adiantou que o Governo de Joe Biden já transmitiu a mesma informação a Kiev. O The Washington Post já tinha avançado que a Bielorrússia se estava a preparar para enviar militares para a Ucrânia.

Leia a notícia completa no Washington Post (acesso pago/conteúdo em inglês).

The Guardian

Quase metade dos 500 milhões de testes Covid gratuitos por reclamar nos EUA

Quase metade dos 500 milhões de testes gratuitos à Covid-19 que a Administração Biden disponibilizou aos norte-americanos ainda não foi reclamada. De acordo com os dados disponibilizados pela Casa Branca, ao abrigo deste programa foram realizados 48 milhões de “encomendas” de testes, mas 46% do stock ainda está disponível.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

Financial Times

China aperta o cerco aos países devedores africanos

A China está a exigir mais colateral aos países devedores africanos. O objetivo é proteger os riscos associados aos programas de financiamento no exterior, mas os critérios deixam estas nações em grandes dificuldades. Quase 30% dos 100 empréstimos chineses analisados pelo estudo da AidData no ano passado usaram mecanismos de garantia, como contas de cobrança de vendas, e 70% desses credores exigiram que fossem depositados todas as receitas do projeto em caução. O jornal cita o exemplo de um país africano que foi obrigado a transferir para uma conta conjunta 100% das receitas obtidas com um dos seus principais aeroportos.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

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Covid abalou mercados em 2020, mas bancos centrais puseram bolsas em alta em dois anos de pandemia

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2022

"O mercado de ações teve um desempenho muito melhor do que a economia real", dizem os analistas, ao fim de dois anos de coronavírus.

A crise pandémica abalou inicialmente os mercados financeiros mas estes recuperaram rapidamente e até valorizaram, devido às medidas de governos e bancos centrais. Gerem agora a incerteza da evolução económica e da guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo analistas.

O mercado de ações teve um desempenho muito melhor do que a economia real. Houve uma quebra histórica, comparável aos anos de guerra dos anos 40. Depois tiveram um desempenho bom no resto de 2020 e em 2021 que teve que ver políticas lançadas pelos governos e bancos centrais que resgataram as economias dos escombros”, afirmou à Lusa o economista-chefe do Banco Big, João Lampreia.

Os mercados financeiros entraram em crash entre finais de fevereiro e março em reação à propagação da pandemia por todo o mundo, com milhões de infetados, registos já de milhares de mortos e recessão económica e desemprego com a paralisação da mobilidade e de grande parte da atividade económica.

O dia 9 de março de 2020 ficou conhecido como ‘segunda-feira negra’ nas bolsas. O índice português PSI20 caiu 8,66%, a maior queda diária desde 2008, aquando da falência Lehman Brothers, Madrid desvalorizou-se 7,96%, Paris 8,3%, Frankfurt 7,94% e Londres 7,69%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones Industrial perdeu 7,79%, o tecnológico Nasdaq 7,29% o alargado S&P 500 7,60%.

Contudo, a recuperação viria a ser relativamente rápida e durante dois anos os mercados tiveram um desempenho acima da economia real, graças à rápida ação dos bancos centrais (sobretudo a Reserva Federal norte-americana, a Fed, acompanhada por outros bancos centrais mundiais) que foi seguida pelos governos (novamente sobretudo nos EUA).

Entre os analistas há o consenso de que para a rápida ação de governos e bancos centrais esteve ainda a recordação da crise de 2008, quando não foi evitada a queda do Lehman Brothers e esse evento levou a uma crise à escala mundial. Desta vez, decidiram apoiar fortemente a economia e os mercados financeiros com medidas de emergência tanto na política monetária (cortes nos juros, grandes compras de ativos) como orçamental (apoios a famílias e empresas).

Os índices bolsistas estão hoje acima do que estavam em período pré-pandémico (face a final de 2019, por exemplo), mesmo tendo em conta as descidas da últimas semanas (provocadas pela retirada estímulos dos bancos centrais, desequilíbrios económicos e conflito da Rússia com Ucrânia).

Para Nuno Mello, analista da corretora XTB, ainda hoje se sentem os impactos desta crise, que foi a primeira crise a seguir à crise financeira global de 2008 e que teve a característica de não ser uma crise financeira e económica primeiramente, mas crise sanitária.

Se os mercados financeiros “recuperaram rapidamente para níveis pré-pandémicos, e deve-se em grande parte à Fed que tomou medidas rápidas para evitar a crise financeira”, há consequências que ainda se mantêm, desde logo na atividade de muitos setores (restauração, hotelaria, lazer, turismo) e nos custos sociais, havendo alguma desconexão entre os mercados financeiros e a economia real.

“O impacto que teve nas empresas, nas famílias, na política fiscal e monetária, na tecnologia e distanciamento social vieram enraizar-se no nosso dia a dia”, afirma à Lusa. Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 3,5% (a maior queda desde 1946) e a taxa de desemprego subiu para 14,7% em abril de 2020. Na zona euro o PIB caiu 6,8% em 2020, mas o desemprego foi mais moderado (em setembro de 2020, a taxa de desemprego na zona euro foi de 8,5%).

Também para o diretor executivo da ActivTrades Europe, Ricardo Evangelista, os programas que os Governos executaram e o “papel decisivo dos bancos centrais” foi o que “garantiu a manutenção da confiança dos investidores”. Evangelista fez, na conversa com a Lusa, uma detalhada análise cronológica dos mercados da crise pandémica. Entre fim de fevereiro e março de 2020 houve uma “queda bastante forte nos mercados financeiros, nas ações em particular, mas também nas ‘commodities’ e até do próprio ouro”, com muitos investidores a fecharem posições em ouro para fazer face a perdas com ativos de outros setores.

Ainda em abril de 2020 há a queda do preço do petróleo, com os contratos de futuro para maio a serem negociados pela primeira vez a preço negativo, pois a procura baixou de forma repentina e muitos investidores que compraram para vender e não conseguiam fazê-lo tiveram de pagar para alguém ficar com o petróleo e o armazenar, num “episódio caricato”.

Mas o sentimento rapidamente melhoraria com os programas de estímulo da Europa e sobretudo dos Estados Unidos da América. “Houve um efeito galvanizador nos mercados a partir de abril, com os mercados de ações a ganharem vigor sobretudo ao nível de alguns setores como a tecnologia”, disse Ricardo Evangelista. Em agosto 2020 o ouro atinge novo máximo histórico, acima dos 2.000 euros por onça, devido à pandemia mas também à queda do dólar.

Já no final de 2020 e inícios de 2021 o anúncio das vacinas fez subir o apetite pelo risco nos mercados, que cresceu ainda mais em janeiro, com aumento de interesse pela negociação de setores como retalho, com a economia ajudada pela chegada dos cheques do Governo norte-americano às famílias para aumentar o consumo. Ao longo de 2021 houve impacto na procura de bens e de energia, com recordes no preço do petróleo e gás natural. Também os mercados de ações e as criptmoedas se valorizaram de formas por vezes consideradas irracionais.

No fim de 2021 e início deste ano os mercados ainda estiveram instáveis devido à variante Ómicron da covid-19, mas recuperaram. Por setores, houve grandes assimetrias. Grandes empresas de tecnologia foram muito beneficiadas na crise pandémica e viriam recentemente a perder valor. Já com a perspetiva do fim da pandemia voltaram a ganhar valor empresas petrolíferas, bancos e de retalho. Quanto ao momento atual, este é de grande incerteza e volatilidade para os mercados financeiros.

As dúvidas sobre a força da recuperação económica, a inflação, a normalização da política monetária pelos bancos centrais, a crise energética, os fortes aumentos das matérias-primas, os receios sobre eventuais novas variantes da covid-19 e, agora de forma muito mais forte, as tensões geopolíticas e a guerra da Rússia na Ucrânia, que tem consequências imprevisíveis, são tudo fatores que têm impacto no sentimento dos investidores e deverão gerar grande instabilidade nos mercados.

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Inflação anual em Espanha acelera para 7,4%, um máximo de 33 anos

  • ECO
  • 28 Fevereiro 2022

Aumentos "generalizados" na maioria dos produtos do cabaz levaram a inflação anual em Espanha a máximos de 33 anos. Taxa anual provisória acelerou para 7,4% em fevereiro.

A inflação anual em Espanha subiu em fevereiro para 7,4%, um aumento de 1,3 pontos em relação à verificada em janeiro (6,1%) e a taxa mais elevada em 33 anos, desde julho de 1989.

Os dados provisórios do Índice de Preços no Consumidor (IPC) publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) espanhol indicam que o aumento do IPC anual em fevereiro para 7,4% deve-se aos aumentos “generalizados” na maioria dos produtos dos componentes do cabaz, entre os quais se destacam os dos alimentos e bebidas não alcoólicas e combustíveis, assim como ao comportamento dos preços da eletricidade, que em fevereiro caíram menos do que no mesmo mês de 2021.

O INE inclui nos dados avançados do IPC uma estimativa da inflação subjacente (sem produtos alimentares e energéticos não transformados), que aumentou em fevereiro seis décimas de ponto percentual, para 3%, o que é mais de quatro pontos abaixo da taxa geral do indicador. Por outro lado, o IPC registou um aumento de 0,6% em fevereiro em comparação com janeiro, em contraste com o declínio de 0,4% registado no mês anterior.

No segundo mês de 2022, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) em termos homólogos foi de 7,5%, mais de um ponto acima da de janeiro. O INE espanhol vai publicar os dados definitivos do IPC para fevereiro em meados de março.

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EDP Renováveis ganha direitos para projeto eólico “offshore” nos EUA

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2022

Situada a 38 milhas da costa de Nova Iorque e a 53 milhas da costa de Nova Jérsia, estima-se que a área atribuída à OW East tenha capacidade para até 1,7 GW.

A EDP Renováveis anunciou este domingo que o consórcio Ocean Winds East, que integra, ganhou os direitos exclusivos para desenvolver um projeto eólico offshore de até 1,7 gigawatt (GW) nos Estados Unidos.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis informa que “a OW Ocean Winds East (“OW East”), uma joint venture detida a 50/50 pela Ocean Winds (“OW”, a JV Offshore detida a 50/50 pela EDPR e Engie), e pela Global Infrastructure Partners (“GIP”), foi nomeada licitante vencedora de uma área de 71.522 acres ou 289,4 quilómetros quadrados (OCS-A 0537) ao largo da costa de Nova Iorque/Nova Jérsia“.

“A área de leasing foi atribuída num leilão de seis áreas offshore do programa “New York Bight” do US Bureau of Ocean Energy Management (BOEM)”, lê-se no documento. Situada a 38 milhas da costa de Nova Iorque e a 53 milhas da costa de Nova Jérsia, estima-se que a área atribuída à OW East tenha capacidade para até 1,7 GW. A OW East pagará 765 milhões de dólares (cerca de 682 milhões de euros) pelos direitos, um preço estabelecido no leilão.

Os EUA representam “um dos mais promissores mercados eólicos offshore com um objetivo de capacidade eólica offshore de 30 GW até 2030, o que criará cerca de 80.000 postos de trabalho“, afirma a EDP Renováveis.

“Com anúncio de hoje, a EDPR, através da sua associada OW, aumenta a visibilidade do seu crescimento no segmento de eólica offshore, com a capacidade em operação, contratada ou com direitos de ligação à rede atingindo os 11 GW, alargando e diversificando assim as opções de crescimento rentável a longo-prazo da EDPR, mantendo um perfil de risco equilibrado”, acrescenta a empresa.

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Março marca o (novo) regresso ao escritório. Aposta-se em modelos híbridos e novas formas de flexibilidade

Entre torneiras ativadas por infravermelhos, pedais que abrem portas e apps de reserva de espaços, as empresas preparam a volta ao escritório. Quase sempre num regime híbrido. E há quem vá mais longe.

Desde que o Governo deixou cair a recomendação do teletrabalho, a 17 de fevereiro, que várias empresas voltaram a abrir as portas dos escritórios às suas pessoas. A PHC Software faz parte das companhias que se preparam para o regresso. Amanhã, dia 1 de março, os colaboradores já podem ser recebidos nas instalações da tecnológica, num modelo que já tinha sido implementado, mas que, com o evoluir da pandemia, teve de ser suspenso. Os trabalhadores da Vodafone terão de esperar até à próxima segunda-feira, para um regresso híbrido ao escritório. Há empresas que vão mais além e já estão a pensar como é que podem incluir a flexibilidade no próprio ADN da organização. Tornar os horários de trabalho mais flexíveis, dar possibilidade de períodos de full remote e reduzir jornada laboral são medidas em análise.

“Regressaremos ao escritório a 1 de março, no nosso modelo de trabalho híbrido já implementado em setembro. Este modelo, intitulado ‘3A 2R 1P’, significa ‘Alta responsabilidade com Alta flexibilidade para Alta produtividade’, e foi totalmente projetado para ser ágil, adaptável e produtivo, uma vez que é ajustável às necessidades de cada colaborador e respetivas equipas”, começa por explicar Luís Antunes, people experience director da PHC Software.

Na mesa do recrutador com Luís Antunes, People Experience Director da PHC Software - 06OUT21
Luís Antunes, people experience director da PHC Software.Hugo Amaral/ECO

Neste modelo estão previstos dois dias por semana obrigatórios e variáveis de trabalho no escritório, ajustados a cada equipa. É dada ainda a possibilidade a todos os colaboradores de trabalhar dois períodos em full remote em qualquer localização geográfica.

“Desta forma, conseguimos combinar o potencial produtivo de deep work do modelo remoto com o incentivo e colaboração do modelo presencial, encontrando o equilíbrio perfeito entre a máxima produtividade e uma cultura forte e colaborativa”, defende Luís Antunes.

O mês de março marca mesmo o regresso a uma certa normalidade em várias organizações que, depois de meses a trabalharem em modelos por vezes totalmente remotos, pretendem ter novamente as pessoas nos locais de trabalho habituais. Contudo, entre as empresas ouvidas pela Pessoas não existe o desejo de voltar aos regimes que vigoravam antes da pandemia, mas sim o de abraçar modelos híbridos.

Um inquérito recentemente levado a cabo no LinkedIn da Pessoas, que perguntava aos seguidores qual o plano das suas empresas para o futuro, concluiu que 64% das entidades empregadores dos inquiridos tencionavam implementar um modelo de trabalho híbrido. 23% pretende regressar ao escritório a 100%, 9% avançar para full remote e apenas 4% acabar com o horário fixo.

“Durante os meses da pandemia, os espaços de trabalho da Vodafone foram transformados ou adaptados a várias finalidades, que se manterão neste novo ciclo: colaboração (espaços sem monitores individuais, com sistema de projeção coletiva e quadros de escrita), concentração (postos de trabalho tradicionais com um monitor) ou reunião. A Vodafone Portugal continuará a adaptar-se à evolução das circunstâncias epidémicas, tendo por base o seu modelo de trabalho híbrido, implementado para garantir flexibilidade e um bom equilíbrio entre a presença no escritório (sem dias fixos) e o trabalho remoto, e fundado em pilares como a confiança e a autonomia”, avança fonte oficial da operadora.

Até 6 de março, inclusive, a companhia mantém a aplicação da exceção ao modelo de trabalho híbrido para os seus colaboradores. Mas, a partir do dia seguinte, 7 de março, volta a aplicar-se a regra geral. Ou seja, em média a realização de dois dias de trabalho presencial por semana e de três dias de trabalho remoto.

Fnac, Repsol e Altice estão também com os seus planos de regresso já em marcha. A regra é “regressar ao modelo de trabalho que tínhamos antes, ou seja híbrido: até dois dias por semana fixos de teletrabalho, com rotação de equipas”, diz Joaquim Almeida, diretor de recursos humanos da Fnac Portugal, à Pessoas.

O mesmo acontece na Repsol, onde foi implementado um regime de três dias de trabalho no escritório e dois dias de teletrabalho. Isto “sempre que as funções assim o permitam e com a celebração do acordo de teletrabalho”, salienta Manuela Pinto, diretora de pessoas e organização da Repsol Portugal.

Na Altice Portugal o regresso aos escritórios está a decorrer “de forma gradual, em escalas de trabalho rotativas e com equipas em espelho num modelo híbrido de trabalho, que se vai manter sempre que as funções o permitam”, garante fonte oficial da empresa.

Flexibilidade. Chegou e é para ficar

Já a Nhood, que implementou um modelo semelhante, optando por uma metodologia de trabalho flexível em que os colaboradores passam a estar três dias no escritório ou em algum dos espaços geridos pela Nhood, e dois a trabalhar a partir de casa ou de um outro local que lhe seja conveniente, está mais perto — embora não faça parte — dos 4% que pretendem acabar com o horário fixo.

Apesar de não ter eliminado radicalmente horários — como está a fazer a Decode –, implementou um horário flexível, uma medida que é para manter-se no futuro, e não apenas para fazer face ao contexto pandémico, que exigiu um cuidado extra do bem-estar das pessoas.

“Este horário flexível permite aos colaboradores iniciarem a sua jornada de trabalho até às 10 horas ou terminarem a mesma a partir das 17 horas, desde que cumpram as 40 horas semanais previstas legalmente. A sexta-feira continuará a ser um dia diferente, uma vez que será possível iniciar o fim de semana mais cedo, ou seja, a partir das 13 horas”, explica Margarida Madeira, diretora de people & culture da Nhood Portugal.

Margarida Madeira, diretora de People & Culture da Nhood Portugal, em entrevista ao ECO/Pessoas - 26ABR21
Margarida Madeira, diretora de people & culture da Nhood Portugal.Hugo Amaral/ECO

Estas medidas resultaram de um processo interno de consulta elaborado durante a pandemia e já em modo remoto. “Nele foram tidas em conta as diferentes realidades da equipa. Decidimos aplicar recentemente também algumas alterações no próprio funcionamento da empresa, como criar um dia sem reuniões, que, neste caso, é a sexta-feira, e que se irá manter. Face à flexibilidade de horário referida, também não é possível marcar reuniões antes das 10 horas e depois das 17 horas”, esclarece.

Assumidamente uma empresa remote-first, a Talkdesk, por sua vez, quer que a decisão de voltar ou não ao escritório seja tomada pelos colaboradores, e não uma imposição. “Auscultando os nossos colaboradores, percebemos que há quem prefira continuar a trabalhar num modelo 100% remoto e outros querem ter mais oportunidades de colaboração em espaços partilhados”, refere Filipa Ferreira, global head of employee experience and senior director people da Talkdesk Portugal.

“Estamos a terminar de desenhar a nossa estratégia, nomeadamente no que respeita aos hubs de colaboração, sendo certo que a decisão caberá aos colaboradores, numa lógica de total flexibilidade”, adianta a gestora de pessoas do unicórnio português.

Ainda na indústria tecnológica, a Claranet — que tem atualmente em vigor, impulsionado pela situação de pandemia, um modelo de trabalho flexível, em que cabe aos managers definirem escalas de home office e trabalho presencial para as suas equipas — admite que estes regimes têm tido um impacto “bastante positivo”. Seja do ponto de vista da maior conciliação da vida pessoal e profissional das pessoas, como também da atração e retenção de talento e mesmo dos resultados da empresa, garante Catarina Graça, human resources director da Claranet Portugal.

Acredito que podem existir pequenos ajustes no futuro relativamente a este modelo, em algumas equipas, mas na generalidade consideramos que é equilibrado, permite uma melhoria da qualidade de vida e satisfação dos nossos colaboradores, respondendo ao mesmo tempo aos desafios da organização

Catarina Graça

Human resources director da Claranet Portugal

Num inquérito realizado pela empresa no final de 2021, 93% dos respondentes referiram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a política de trabalho flexível da empresa. “Acredito que podem existir pequenos ajustes no futuro relativamente a este modelo, em algumas equipas, mas na generalidade consideramos que é equilibrado, permite uma melhoria da qualidade de vida e satisfação dos nossos colaboradores, respondendo ao mesmo tempo aos desafios da organização”, assegura a líder de RH.

Entre os modelos híbridos, que aumentam a flexibilidade, há companhias que foram ainda mais longe. É o caso da Mercer, que desenhou uma política de trabalho remoto que tem em consideração as preferências individuais e as necessidades de negócio. Ou seja, oferece liberdade de escolhas aos colaboradores. E o objetivo é que modelo não se esgote na localização a partir da qual se trabalha, mas que vá mais além.

“Este foi o modelo que considerámos ser o mais adequado para nós e que não o assumimos como fechado, estamos continuamente a auscultar as nossas pessoas para perceber como podemos melhorar e evoluir. Cada realidade é distinta e importa refletir na política as especificidades, preferências individuais e de negócio, trabalho esse que temos vindo a desenvolver com os nossos os clientes na implementação das suas políticas”, considera Rita Xavier, head of people da Mercer e Marsh McLennan Portugal.

“Não acreditamos num modelo de trabalho remoto definitivo, nem que o desafio da flexibilidade se esgote com a política de trabalho remoto. Definimos uma política que considera várias opções de trabalho remoto, mas queremos ir mais além. Existem outros formatos que promovem flexibilidade e wellness às nossas pessoas“, acrescenta. E exemplifica: “redução de número de horas, friday afternoon free, entre outras”. Estas são medidas a serem analisadas pela empresa.

Também a Volkswagen Digital Solutions, já a trabalhar num modelo híbrido, oferece algo mais: a possibilidade de trabalhar, até 90 dias por ano, fora de Portugal. “Não é raro ver numa mesma call pessoas lado a lado no escritório a falarem com alguém que está em casa, em Lisboa, e outra pessoa que está na África do Sul, por exemplo. A pandemia veio acelerar a iminente transformação das dinâmicas das equipas, especialmente em IT”, considera Rui Martins, head of marketing & communication da Volkswagen Digital Solutions.

Diria que nenhuma empresa da área tech irá conseguir voltar ao formato prévio de obrigatoriedade de estar presencialmente no escritório todos os dias.

Rui Martins

Head of marketing & communication da Volkswagen Digital Solutions

“Diria que nenhuma empresa da área tech irá conseguir voltar ao formato prévio de obrigatoriedade de estar presencialmente no escritório todos os dias”, acrescenta.

Pedais para abrir de portas, torneiras ativadas por infravermelhos e reserva prévia de espaços

Para tornar o regresso ao escritório seguro, há medidas que são transversais a todas as empresas ouvidas pela Pessoas. Cumprir as medidas de distanciamento social, fazer a higienização dos espaços e utilizar máscara em espaços fechados são e/ou sempre que se circule pelos corredores são as mais comuns.

Os novos escritórios da PHC Software, que foram inaugurados em 2021, já foram pensados precisamente para a redução de riscos de contágio de Covid-19 e outras pandemias, seguindo a tendência mundial de reforço de condições de higiene e segurança no local de trabalho, nomeadamente low-touch e higienização dos espaços para maior segurança.

“Além do normal distanciamento entre colaboradores, reforça-se a utilização de pedais para abertura de portas nas casas de banho, torneiras ativadas por infravermelhos, a que se juntam os dispensadores de álcool e oferta de máscaras para visitantes. A inovação que traz maior conforto aos colaboradores prende-se com o recurso a mobiliário antisséptico, como secretárias com um tampo que extermina automaticamente o vírus, ou tapetes que desinfetam automaticamente os sapatos”, adianta Luís Antunes.

Já a Nhood acrescenta aos procedimentos mais habituais os acrílicos de separação entre postos de trabalho, bem como as horas de refeição desfasadas. E brevemente deverá proceder a algumas alterações nos escritórios, de modo a torná-los mais adaptados ao modelo híbrido.

A inovação que traz maior conforto aos colaboradores prende-se com o recurso a mobiliário antissépticos, como secretárias com um tampo que extermina automaticamente o vírus, ou tapetes que desinfetam automaticamente os sapatos.

Luís Antunes

People experience director da PHC Software

“Temos phone boots, que são salas exclusivas para uma pessoa, para utilização em chamadas ou reuniões virtuais. Esta tipologia de espaço será aumentada em todos os nossos escritórios em breve para dar resposta ao aumento natural da necessidade para reuniões híbridas”, diz Margarida Madeira.

Numa área distinta, a Mars — onde vigora o trabalho remoto e flexível diz que vai passar a promover viagens de trabalho “com propósito e não para marcar presença física”. “Através desta medida, as viagens de trabalho ficarão reduzidas, pelo menos, a metade ao nível global. As viagens podem acrescentar valor significativo, mas esta é uma oportunidade de viajar de forma mais ponderada e, consequentemente, melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas, reduzir os custos, e criar um impacto positivo no planeta”, diz fonte oficial da empresa.

Esta medida faz parte do modelo que a empresa denomina como “The Future of Work at Mars”. “Idealizamos onde, como e quando o trabalho é feito para maximizar a produtividade e a eficiência dos nossos associados, ao preservar o que há de melhor na nossa cultura”, esclarece.

Já as instalações da organização foram totalmente readaptadas a esta nova realidade, contando agora com uma nova configuração, mais espaço para garantir maior distanciamento e áreas distintas de trabalho e lazer, “que se interligam para assegurar a comunicação, promover a colaboração e reforçar uma cultura de trabalho energético e dinâmico”.

Para fazer uma melhor gestão dos espaços, a Vodafone optou por utilizar uma plataforma digital interna que, através do sistema de reserva prévia de espaços, serve para controlar os níveis de ocupação física dos escritórios da operadora.

Na Claranet será mantida a possibilidade de realização gratuita de testes à Covid-19 mediante marcação. Uma medida que se aplica tanto a colaboradores como também aos seus agregados familiares.

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Novo contrato para prestação do serviço postal universal já está em vigor

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2022

Novo contrato de concessão "terá uma vigência de sete anos", até 31 de dezembro de 2028, incluindo um primeiro período de transição, seguido de dois períodos de três anos.

Os CTT – Correios de Portugal anunciaram este domingo que entrou em vigor o novo contrato para prestação do Serviço Postal Universal (SPU), após a declaração de dispensa de visto pelo Tribunal de Contas.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT informam que, “na sequência da declaração de dispensa de visto pelo Tribunal de Contas, entrou em vigor o novo contrato de concessão que designa os CTT como prestador do Serviço Postal Universal”. “Este passo marca a conclusão deste processo, conforme anunciado ao mercado em 7 de fevereiro de 2022”, acrescentam os CTT.

Segundo foi comunicado naquela data, o novo contrato de concessão “terá uma vigência de sete anos — até 31 de dezembro de 2028, incluindo um primeiro período de transição — a ocorrer em 2022 — seguido de dois períodos de três anos”. Os CTT adiantaram ainda que neste contrato “estão refletidas as alterações quanto aos processos e critérios para a formação dos preços, dos indicadores de qualidade e da densidade da rede postal”.

A mesma informação refere que, relativamente aos critérios de definição de preços, o novo contrato de concessão prevê, para o ano de 2022 – que funcionará como período de transição – “os preços a implementar pelos CTT deverão respeitar uma variação média anual máxima de 6,80%”.

Esta variação “considera a queda do tráfego observada nos primeiros nove meses de 2021 e a variação do Índice de Preços ao Consumidor para a classe de despesas de Transportes, conforme divulgada pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] para o mês de outubro de 2021”. Para o restante termo do contrato, “os preços serão definidos de acordo com os princípios constantes na Lei Postal” – alvo de várias alterações, publicadas em Diário da República em 07 de fevereiro.

De acordo com o decreto-lei, os critérios a que deve obedecer a formação dos preços dos serviços postais que compõem o serviço universal deixam de ser competência do regulador Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), passando a ser definidos por acordo entre os CTT, a Anacom e a Direção-Geral do Consumidor para períodos de três anos.

Em caso de impossibilidade de obtenção de um acordo no âmbito do convénio, a definição dos critérios a que deve obedecer a formação dos preços dos serviços postais que compõem o serviço universal será feita pelo Governo.

“A formação dos preços deve ter em conta a sustentabilidade e viabilidade económico financeira da prestação do SPU, devendo ainda ser considerados a variação do tráfego, a variação dos custos relevantes, a qualidade do serviço prestado e o incentivo à prestação eficiente do serviço universal”, referem os CTT na informação enviada na altura à CMVM.

O novo contrato de concessão para a prestação do SPU reflete ainda as alterações à lei no âmbito dos indicadores de qualidade de serviço, com o comunicado à CMVM a referir que estes serão definidos, nos termos da lei, “garantindo elevados níveis de qualidade do serviço, alinhados com as melhores práticas vigentes na União Europeia, tendo em linha de conta os valores médios dos países da União Europeia, aplicáveis para cada indicador”.

“Enquanto os indicadores atuais se mantiverem em vigor, designadamente em 2022, se houver lugar a penalizações, estas traduzir-se-ão em obrigações de investimento que resultem em melhorias para benefício da prestação dos serviços e dos utilizadores finais”, lê-se no mesmo comunicado.

Os CTT acreditam que o novo enquadramento permitirá garantir a prestação do SPU em condições económicas sustentáveis, promovendo um maior equilíbrio entre a continuidade da prestação do serviço postal e o reforço da capacidade da empresa para fazer face aos desafios da transição digital”. prosseguindo com a implementação consistente do seu processo de transformação.

Em novembro de 2021 foi publicada a resolução do Conselho de Ministros que designa os CTT prestadores do SPU e que o contrato de concessão seja celebrado “ao abrigo de ajuste direto” com duração de sete anos.

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Eletricidade gerada em barragens caiu 73% este ano

  • ECO
  • 28 Fevereiro 2022

A energia hidroelétrica produziu apenas 876 GWh de eletricidade nos primeiros 50 dias deste ano, isto é, menos 2.390 GWh face a igual período de 2021 e abaixo dos 900 GWh gerados em 2018. 

A produção de energia elétrica em Portugal continental caiu 26,2% nos primeiros 50 dias deste ano, face ao mesmo período de 2021. Trata-se do pior período de 50 dias em cerca de uma década, sendo que se deve, acima de tudo, à queda da geração hidroelétrica, que registou um decréscimo de 73,2%, avança o Jornal de Notícias (acesso pago).

Desde o início do ano e até 19 de fevereiro, o sistema eletroprodutor gerou 6.217 gigawatts-hora (GWh) de eletricidade, o que contrasta com os 8.426 GWh produzidos em igual período do ano passado. Com mais de 90% do território nacional em seca severa ou extrema, a energia hidroelétrica foi a que mais se ressentiu, tendo produzido apenas 876 GWh em 50 dias, isto é, menos 2.390 GWh face a igual período de 2021 e abaixo dos 900 GWh gerados em 2018.

A energia produzida através de fontes renováveis sofre, deste modo, uma queda de 44,3%, devido ao decréscimo da produção de origem hídrica e da diminuição da energia eólica (caiu 23,3%). Trata-se do pior ano para as energias renováveis nos dez anos analisados, segundo a análise do mesmo jornal.

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Pagamentos em atraso do Estado disparam para 408,8 milhões de euros

  • ECO
  • 28 Fevereiro 2022

A contribuir para este aumento estão, sobretudo, os atrasos nos pagamentos aos hospitais EPE do Serviço Nacional de Saúde, que aumentaram 96,1 milhões de euros.

No final de janeiro, os pagamentos em atraso das entidades públicas aumentaram para 408,8 milhões de euros, o que representa uma subida de 107,3 milhões face a dezembro de 2021, de acordo com o relatório da execução orçamental, noticia o Correio da Manhã (acesso pago). As faturas do Estado que estão há mais de 90 dias por liquidar aumentaram 35%, sublinha o jornal.

A contribuir para este aumento estão, sobretudo, os atrasos nos pagamentos aos hospitais EPE do Serviço Nacional de Saúde que aumentaram 96,1 milhões de euros. A pesar nas contas estão ainda as faturas por liquidar referentes aos governos das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, que ascendem a 8,1 milhões de euros.

Em declarações ao CM, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, antecipa “um aumento dos atrasos nos pagamentos do Estado aos seus fornecedores, agravando uma situação que é crónica” devido ao adiamento do Orçamento do Estado para 2022.

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