Sonae MC vai para a bolsa. Conheça as datas da operação

A Sonae MC vai colocar 21% do capital em bolsa, podendo chegar a 33% do total. O prazo de subscrição das ações arranca dia 8, estando prevista a entrada em bolsa a 23 de outubro. Veja as datas.

A Sonae MC está quase a chegar ao mercado de capitais português. O prospeto da operação que vai colocar 21% da empresa em bolsa — podendo chegar, no limite, a 33% do total — está aprovado pela CMVM, arrancando o prazo de subscrição a 8 de outubro. Em duas semanas, a praça nacional passará a contar com mais uma cotada.

Conheça todas as datas da operação:

Prospeto aprovado a 4 de outubro

Foi já ao final do dia, mas foi aprovado. O prospeto da oferta pública de ações da Sonae MC recebeu “luz verde” da CMVM, sendo publicado ainda a 4 de outubro, às 22h36. Com este passo dado, arranca a oferta.

Prazo de subscrição arranca a 8 de outubro

Com o feriado do 5 de outubro pela frente, e o fim de semana, a oferta de ações arranca a 8 de outubro, estando os títulos disponíveis para subscrição tanto por pequenos investidores como por grandes a partir desse dia.

17 de outubro fecha o prazo para o retalho

Oito dias após o arranque do prazo de subscrição dos títulos da Sonae MC, que serão vendidos num intervalo de preços de 1,40 a 1,65 euros, são encerradas as ordens, mas não para todos os investidores. 17 de outubro é o último dia que os pequenos investidores têm para manifestar a intenção de compra, havendo mais tempo para os grandes investidores.

Institucionais têm até dia 18 para dar ordem de compra

Enquanto os pequenos investidores, que só poderão comprar um máximo de 5% do capital da Sonae MC, têm até dia 17 de outubro para colocarem ordens, os institucionais têm um dia extra. O prazo de aceitação de ofertas para estes investidores decorre até 18 de outubro.

Preço final fixado dia 18 de outubro

No mesmo dia em que termina o prazo de aceitação de ofertas para os grandes investidores, será definido o valor final das ações da Sonae MC. O intervalo de preços está definido entre os 1,40 e os 1,65 euros, sendo que o preço final é fixado consoante o apetite dos investidores.

Arranque da negociação a 23 de outubro

Duas semanas depois do arranque da oferta, chega o dia da estreia em bolsa. A Sonae MC avança como data indicativa para a entrada dos títulos na Euronext Lisboa o dia 23 de outubro. O valor de referência para a estreia na praça nacional será aquele que ficar definido a 18 de outubro.

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Sonae vai colocar 21% do retalho em bolsa. Pequenos investidores só terão 5%

A Sonae vai colocar em bolsa 21% do negócio do retalho, sendo que a maior "fatia" será destinada aos investidores institucionais. Pode vender mais, chegando, no limite, a 33% do total da empresa.

A Sonae pretendia colocar um quarto do capital da Sonae MC em bolsa. Afinal, vai avançar com uma oferta pública de venda (OPV) de pouco mais de 21% da empresa de retalho, sendo que a percentagem a alienar poderá chegar, no limite, até aos 33%. Os pequenos investidores vão ficar, no máximo, com 5% do capital.

“A oferta base compreende 217.360.000 ações ordinárias existentes”, que representam 21,7% dos mil milhões de títulos que perfazem o capital da Sonae MC. Além destes títulos, a empresa revela que “concedeu aos Joint Global Coordinators da oferta uma opção de over-allotment de até 32.600.000 ações”.

Assim, o capital total em bolsa pode chegar aos 25%, mas pode ser ainda superior. É que, no prospeto aprovado pela CMVM, publicado na integra apenas em inglês, é referido que o oferente pode optar por aumentar a oferta em 87 milhões de títulos, mas apenas para investidores institucionais. Ou seja, no limite, a Sonae pode ceder um terço da empresa.

Pequenos aforradores com 5%

Como é habitual, serão os grandes investidores a ficar com a maioria das ações que vão ser oferecidas a preços entre 1,40 e 1,65 euros, cada. Dos 217 milhões de títulos de base, a Sonae MC revela que “77% serão oferecidas através de uma oferta particular reservada a investidores institucionais em Portugal e fora de Portugal”. O restante é para os pequenos investidores.

De acordo com o prospeto, “23% [das ações que compõem a oferta base] serão oferecidas através de uma oferta pública a investidores em Portugal”. Estas correspondem a 5% do capital, sendo que nunca estes investidores poderão ficar com mais já que tanto os 32,6 milhões do over-allotment como os 87 milhões da opção para aumentar a oferta estão reservados a institucionais.

(Notícia atualizada às 23h18 com mais informação)

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Já arrancou OPV da Sonae MC. Estreia-se dia 23

A oferta pública de venda da próxima cotada da família Sonae vai arrancar já esta segunda-feira. A estreia na bolsa portuguesa está agendada para dentro de duas semanas, no dia 23.

A oferta pública de venda (OPV) da Sonae MC vai arrancar já esta segunda-feira, com as ações da próxima cotada da família Sonae a estrearem-se na bolsa portuguesa dentro de duas semanas, no dia 23.

A Sonae pretende colocar nas mãos do mercado uma parte do capital do negócio do retalho, que inclui as marcas Continente, Go Natural, Wells, entre outras insígnias, prevendo vender as ações durante o período da oferta num intervalo de preços situado entre 1,40 euros e 1,65 euros. Ao valor máximo, a empresa ficará avaliada em 1,65 mil milhões de euros.

Segundo o prospeto da operação divulgado esta quinta-feira, tanto oferta dirigida ao retalho como a oferta dirigida aos institucionais iniciam-se já no próximo dia 8, segunda-feira. Mas, enquanto os pequenos investidores poderão comprar ações até dia 17, os institucionais terão mais um dia (até 18 de outubro) para poder adquirir títulos da Sonae MC.

No dia 18 ficará fechado o preço definitivo da oferta. Depois, “espera-se que a negociação das ações no Euronext Lisbon tenha início, de forma incondicionada, aproximadamente em 23 de outubro“, indica o prospeto.

Porém, “é expectável que o primeiro dia de negociação e de cotação oficial das ações ocorra numa base de “admissão condicional”, por volta do dia 19 de outubro de 2018”, informa a Sonae MC. Os investidores que pretendam negociar em data anterior à data de liquidação, que é expectável que ocorra por volta do dia 23 de outubro, deverão confirmar junto do intermediário financeiro se e em que momento poderão nessa base condicionada.

Com esta operação, a Sonae pretende vender cerca de 217 milhões de títulos, representativos de 21,7% do capital da empresa de retalho, sendo que a percentagem a alienar poderá chegar, no limite, até aos 33%, se a procura se revelar robusta. Os grandes investidores internacionais ficam com a maior “fatia”. Os institucionais e os pequenos investidores nacionais vão ficar com apenas 5% (50 milhões de ações).

Vários pormenores já tinham sido adiantados pela empresa nos últimos meses, tal como a política de dividendos — a Sonae MC tem como objetivo distribuir metade dos lucros pelos acionistas.

A Sonae MC registou um lucro de 3,8 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, com o volume de negócios a totalizar os 2.608 milhões de euros. Explora marcas no setor da distribuição de retalho e não só, através de marcas como o Continente, Go Natural, Worten, Maxmat, Sonae RP (imobiliário), entre outras.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h35)

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Sonae justifica fecho de supermercados em Maputo com opção dos sócios maioritários

  • Lusa
  • 2 Outubro 2018

Retalhista portuguesa diz que o encerramento dos três supermercados em Maputo, Moçambique, se deveu a uma decisão "irreversível" do acionista maioritário.

O grupo português Sonae, minoritário na sociedade moçambicana S2, justificou o encerramento dos três supermercados Central, em Maputo, com a “impossibilidade de reverter a decisão” do acionista maioritário, garantindo que pretendia manter a aposta no mercado local.

“O processo de insolvência resulta da impossibilidade de reverter a decisão do acionista maioritário, de deixar de financiar o plano de negócios da empresa, não obstante termos sempre manifestado a nossa disponibilidade para continuar a financiar a nossa quota parte”, explicou à Lusa fonte oficial da Sonae.

A sociedade S2, participada em 30% pelo grupo português Sonae e em 70% pela Satya Capital – um grupo de investidores moçambicanos -, encerrou esta terça-feira os seus três supermercados da marca Central na capital moçambicana e pediu insolvência.

“Enquanto acionista minoritário, num cenário de ‘cash flows’ negativos, não nos é possível impedir o desfecho de insolvência da empresa”, acrescentou a fonte da Sonae. A S2 operava no mercado moçambicano desde 2016.

A Lusa constatou que os supermercados Central no Prédio Jat, baixa de Maputo, na Avenida de Angola e no Bairro do Zimpeto estavam esta terça-feira encerrados. Guardas do Prédio Jat contaram à Lusa que o supermercado funcionou normalmente na segunda-feira e que os trabalhadores foram surpreendidos com o encerramento da loja.

Um advogado da empresa confirmou que a S2 acionou um processo judicial de insolvência, sem avançar mais detalhes.

Num edital assinado pelo presidente da sociedade, Miguel Seixas, este diz que a situação obrigou a pedir a insolvência junto do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

“Várias foram também as negociações encetadas com potenciais interessados para a aquisição do negócio da sociedade, no entanto, nenhuma oferta foi efetivamente feita, sendo as razões para tal apresentadas ligadas essencialmente aos elevados custos operacionais fixos da mesma, face à atual situação económica do país”, lê-se.

A S2 adianta que o processo judicial desencadeado com o pedido de insolvência terminará com o pagamento, “que for possível”, das dívidas da sociedade, incluindo os créditos devidos aos trabalhadores.

A Lusa soube junto de fonte próxima de um dos trabalhadores que os salários estarão todos em dia, ficando por liquidar direitos associados ao fim do contrato.

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Supermercados participados pela Sonae em Maputo encerram

  • Lusa
  • 2 Outubro 2018

Decisão resulta da "degradação das condições económicas verificadas e da redução do poder de compra das famílias" moçambicanas, diz a Sonae.

A sociedade S2, participada em 30% pelo grupo português Sonae, encerrou os seus três supermercados da marca Central na capital moçambicana e pediu insolvência.

A decisão “resulta da degradação das condições económicas verificadas e da redução do poder de compra das famílias com impacto negativo sobre situação económico-financeira da sociedade”, disse à Lusa fonte da Sonae, com participação minoritário naquela sociedade.

“Contrariamente ao que seriam os desejos dos acionistas, não se prevê, apesar de todos os esforços envidados pela Sociedade junto dos financiadores e outros parceiros comerciais, que venham a ser atingidos os níveis necessários para que a presente decisão pudesse vir a ser revertida”, acrescentou o grupo português.

A Lusa constatou que os supermercados Central no Prédio Jat, baixa de Maputo, na Avenida de Angola e no Bairro do Zimpeto estão encerrados.

Guardas do Prédio Jat contaram à Lusa que o supermercado funcionou normalmente na segunda-feira e que os trabalhadores foram hoje surpreendidos com o encerramento da loja.

A Lusa visitou ainda o escritório indicado no edital como sede da sociedade, onde um advogado da empresa confirmou que a S2 acionou um processo judicial de insolvência, sem avançar mais detalhes.

A S2 é detida em 30% pela Sonae e em 70% pela Satya Capital, um grupo de investidores moçambicanos, e opera no mercado moçambicano desde 2016.

Num edital assinado pelo presidente da sociedade, Miguel Seixas, este diz que a situação obrigou a pedir a insolvência junto do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

“Várias foram também as negociações encetadas com potenciais interessados para a aquisição do negócio da sociedade, no entanto, nenhuma oferta foi efetivamente feita, sendo as razões para tal apresentadas ligadas essencialmente aos elevados custos operacionais fixos da mesma, face à atual situação económica do país”, lê-se.

A S2 adianta que o processo judicial desencadeado com o pedido de insolvência terminará com o pagamento, “que for possível”, das dívidas da sociedade, incluindo os créditos devidos aos trabalhadores.

A Lusa soube junto de fonte próxima de um dos trabalhadores que os salários estarão todos em dia, ficando por liquidar direitos associados ao fim do contrato.

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Conheça os cinco argumentos da Sonae para convencer os investidores a apostarem no IPO do retalho

Maior visibilidade, dividendos, setor em crescimento, líder de mercado e solidez financeira. A Sonae tem uma mão cheia de argumentos para convencer os investidores a apostar no IPO do ano em Lisboa.

Vem aí o IPO (initial public offering) do ano em Lisboa. A Sonae sempre vai colocar o seu negócio de retalho na bolsa portuguesa. A oferta será dirigida para todo o tipo de investidores (pequenos e grandes, portugueses e internacionais) e a Sonae MC apresenta uma mão cheia de argumentos para não ficar de fora da operação que vai acontecer até final do ano.

Continente ganha visibilidade. E dá descontos

Ao separar o negócio do retalho da holding e colocando-o numa estrutura mais simplificada, a Sonae acredita que vai cristalizar valor para os seus acionistas “através da maior visibilidade dada à valorização da Sonae MC e potencialmente através da redução do desconto de holding do grupo”.

Na última nota de research sobre a Sonae, os analistas do BPI Caixabank dizia que a cotada liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério “sempre foi percecionada como uma estrutura complexa”, razão pela qual aplicava um desconto de holding de 10% sobre o preço das ações. Mas com a simplificação do negócio por via deste IPO os acionistas poderão ter uma borla.

Distribuir metade dos lucros

É o principal interesse dos investidores quando apostam na bolsa: os dividendos. A Sonae MC garante que vai manter um perfil financeiro sólido e um nível de endividamento conservador, mas promete simultaneamente uma política de remuneração acionista “em linha com as melhores práticas do mercado”.

O objetivo passa por ter um rácio de payout entre 40% a 50% do lucro ajustado e após interesses minoritários. Ou seja, assumindo os resultados do ano passado, em que a Sonae MC registou um lucro de 115 milhões de euros, isto significaria que entre 46 milhões e 57 milhões de euros iriam para os bolsos dos acionistas (incluindo a Sonae, que vai ficar com 75% da nova cotada) sob a forma de dividendo, caso a empresa mantivesse esta política de remuneração de capital.

A Sonae MC alerta, porém, que estes “objetivos financeiros presumem que não existirão mudanças materiais a nível político, legal, fiscal ou das condições de mercado ou económicas que poderão afetar as operações”.

Empresa sólida e a gerar dinheiro

A Sonae MC está bem e recomenda-se, nota a Sonae. O negócio do retalho alimentar tem crescido a nível sustentável nos últimos anos, o que tem permitido à empresa “manter um perfil financeiro forte”.

Em concreto, a Sonae MC viu a sua faturação aumentar 5,6% entre 2015 e 2017, “em resultado da combinação de um robusto crescimento like-for-like e de uma contínua expansão da rede de lojas”. A margem de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) fixou-se nos 7,4% no ano passado, “o que a coloca entre os mais rentáveis operadores cotados do retalho alimentar na Europa”. Simultaneamente, a retalhista apresentou uma “robusta capacidade de gerar fluxos de caixa com 53% de cash conversion“, apesar do forte plano de investimento para melhorar a rede de lojas.

A Sonae considera ainda que a estratégia de deter a propriedade de pelo menos 40% dos seus ativos imobiliários permite uma melhor gestão da sua rede de lojas, contribuindo para cimentar a posição financeira do seu negócio.

Em relação ao nível de endividamento da Sonae MC, o perfil financeiro da retalhista será “suportado por uma estrutura conservadora de capital com um rácio máximo de dívida líquida sobre o EBITDA de duas vezes”.

Retalho com potencial de crescimento

A Sonae fala em “atrativo mercado de retalho alimentar português” e justifica-se sobretudo com duas razões. Por um lado, a economia portuguesa está finalmente a crescer após uma recessão económica severa, “suportado por uma melhoria das exportações, uma redução significativa do endividamento e uma melhoria contínua da taxa de desemprego”. Com isto, o rendimento disponível e a confiança das famílias vão melhorar substancialmente nos próximos anos, dois bons tónicos para impulsionar ainda mais o consumo privado que “já se encontra em níveis acima dos registados antes da crise e que se estima que cresça a uma taxa anual nominal de 3,4% até 2020”, contextualiza a empresa.

Por outro lado, o próprio contexto do setor também oferece uma janela de oportunidade para os investidores. É uma indústria “em crescimento e com baixa taxa de penetração, estimando-se que cresça a 2,9% por ano até 2022″, argumenta a Sonae.

Líder com 22% de quota de mercado

Se o setor do retalho alimentar em Portugal apresenta um elevado potencial de crescimento, nada melhor do que apostar no líder de mercado para aproveitar os bons ventos que se avizinham, diz a Sonae.

A Sonae MC é o maior operador do retalho alimentar português, tendo uma quota de mercado de quase 22%. Apesar de operar num “ambiente altamente competitivo”, a retalhista tem conseguido reforçar a sua posição em Portugal devido ao seu “negócio de retalho alimentar único, multi-formato e omnicanal com uma rede de hipermercados urbanos, supermercados e lojas de proximidade, complementado por um portefólio diversificado de formatos adjacentes e uma plataforma de e-commerce em rápido crescimento”.

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A nível físico, destaca a “elevada capilaridade” da rede de lojas, com uma cobertura nacional que “abrange 567 lojas de retalho alimentar e 487 lojas de formatos adjacentes localizadas em áreas premium espalhadas pelo país”, incluindo parafarmácias, restaurantes e supermercados orgânicos, cafés, papelaria, entre outros. Quanto ao comércio eletrónico, “a sociedade detém uma quota de mercado de 70%, alavancando na sua presença pioneira neste canal”.

Outros dois pontos a favor: o programa de fidelização de clientes que conta com 3,7 milhões de utilizadores ativos e a forte notoriedade da marca Continente, “a marca mais reconhecida em Portugal com 100% de notoriedade”.

Portefólio da Sonae MC

 

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Sonae avança com IPO do negócio do retalho ainda este ano. Parte da oferta será para pequenos investidores

Em comunicado enviado à CMVM, Sonae SGPS formaliza a "intenção de admitir à negociação ações da Sonae MC" na bolsa de Lisboa. Operação deverá acontecer ainda este ano.

Os co-presidentes da Sonae, Ângelo Paupério (à esquerda) e Paulo Azevedo.

A Sonae deu mais um passo na já anunciada intenção da entrada em bolsa da Sonae MC, o seu negócio de retalho alimentar. Em comunicado enviado à CMVM, a empresa “anuncia a intenção de admitir à negociação as ações representativas do capital social da Sonae MC na Euronext Lisbon” no quarto trimestre de 2018. De acordo com a empresa, a Sonae SGPS prevê oferecer uma participação minoritária a investidores não qualificados e qualificados, mantendo-se o acionista de referência da Sonae MC.

” É expectável que o IPO seja uma oferta exclusivamente secundária das ações existentes da Sociedade, indiretamente, detidas pela Sonae SGPS (através da sua subsidiária, Sonaecenter Serviços, S.A.), a qual pretende manter uma posição acionista maioritária na Sonae MC, tendo como objetivo atingir um “free-float” mínimo de aproximadamente 25%”, acrescenta a empresa em comunicado.

A Sonae MC é o maior operador de retalho alimentar em Portugal, com uma quota de mercado de 21,9% “num setor de crescimento e com baixa taxa de penetração, estimando-se que cresça a 2,9% por ano até 2022”. De acordo com o comunicado enviado ao regulador, a empresa diz que se trata de um “negócio alimentar único, multi-formato e omnicanal com uma rede de hipermercados urbanos, supermercados e lojas de proximidade, complementado por um portefólio diversificado de formatos adjacentes e uma plataforma de e-commerce em rápido crescimento”.

“Após quase 60 anos de história, a Sonae SGPS continua a estar totalmente alinhada com as suas raízes e os seus princípios de criação de valor económico para os negócios, pessoas e sociedade. O IPO da Sonae MC é mais um passo que demonstra a capacidade do grupo para criar valor para os acionistas e conceder às sociedades do seu portefólio a independência necessária para continuar a cumprir as suas ambições de crescimento. O Conselho de Administração e eu acreditamos que esta Oferta será uma oportunidade única para os investidores num mercado de retalho alimentar em crescimento e, especialmente, no líder do setor em Portugal”, explica Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae SGPS, citado em comunicado.

A rede da Sonae MC conta com 567 lojas de retalho alimentar e 487 lojas de formatos adjacentes localizadas em áreas premium em todo o país.

Já Luís Moutinho, CEO da Sonae MC, sublinha a importância de a empresa continuar a seguir uma “estratégia centrada no consumidor para sustentar um papel de crescimento e perfil de rentabilidade acima do mercado num período de forte expansão da nossa rede de lojas”.

“Acreditamos que o IPO marca o início de uma nova e importante etapa na nossa história da Sonae MC e estamos ansiosos por alavancar as oportunidades de crescimento que temos pela frente”, acrescenta.

"Acreditamos que o IPO marca o início de uma nova e importante etapa na nossa história da Sonae MC.”

Luís Moutinho

CEO da Sonae MC

O IPO da MC, garante a empresa, visa a “cristalização de valor” para os acionistas da Sonae SGPS através da maior visibilidade dada à valorização da empresa de retalho e, “potencialmente, através da redução do desconto de holding do grupo”. A empresa espera também que a entrada na bolsa de Lisboa melhore a proposta de valor da Sonae MC através de “um aumento do nível de autonomia, uma estrutura de capital independente e um governo societário e política de dividendos em linha com as melhores práticas do mercado”.

Para assessorar a operação, a Sonae conta com o Barclays, o BNP Paribas e o Deutsche Bank, que atuam como Joint Global Cordinators para o IPO. Já no papel de Joint Bookrunners para a oferta institucional, a empresa garante a operação com a ajuda do Santander, do CaixaBank BPI e do CaixaBI. O Haitong Bank, a JB Capital Markets e o Mediobanca atuam como co-lead managers. O CaixaBI e o Millennium Investment Banking atuam como Joint Lead Managers e como Joint Bookrunners para a Oferta de Retalho. A Shearman & Sterling (London) LLP e a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados atuam como assessores jurídicos da Sonae SGPS e da Sociedade. A Linklaters LLP atua como assessor jurídico.

(Notícia atualizada às 7h39 com mais informação).

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Continente no mundo, a Nos e o retalho na bolsa. A década de Paulo Azevedo à frente da Sonae

Paulo Azevedo liderou a Sonae desde meados de 2007 e conduziu os destinos da companhia durante o período da crise mundial. Vai deixar o cargo no fim deste ano. Como era e como é a dona do Continente?

Cláudia Azevedo vai assumir a presidência executiva da Sonae, anunciou a empresa esta terça-feira. Mas o que foi o grupo ao longo de mais de uma década sob a batuta de Paulo Azevedo? O gestor teve a missão de comandar o império criado pelo pai, Belmiro de Azevedo, que pegou numa pequena empresa de laminados para a tornar numa companhia com um portefólio que vai do retalho ao turismo e das telecomunicações à tecnologia.

Foi a 3 de maio de 2007 que Paulo Azevedo assumiu a presidência da Sonae, após um minucioso processo de seleção comandado pelo próprio Belmiro de Azevedo. Aliás, o ECO já o explicou aqui: também Ângelo Paupério, Álvaro Portela e Nuno Jordão eram candidatos ao alto cadeirão da dona do Continente e a passagem do testemunho foi gerida com máxima cautela. O homem forte da companhia queria uma transição suave, mas também baseada no mérito. E receava perder algum destes talentos. A escolha do filho do empresário acabou por ser consensual entre todos.

É impossível descolar o rótulo “retalho” da Sonae de Paulo Azevedo. Foram anos e anos de know-how acumulado, que a empresa veio a aplicar noutras áreas de negócio, como o desporto na Sport Zone, ou a eletrónica de consumo na Worten. Mas a Sonae de hoje é diferente da Sonae de ontem. E isso torna-se evidente após uma visita ao arquivo de relatórios de contas da companhia dos últimos 11 anos.

Em 2007, ano em que Paulo Azevedo assumiu os comandos, a Sonae lançava-se numa “estratégia de crescimento” no negócio de retalho, “reforçando a liderança” em Portugal. Também continuava a “expandir a sua presença internacional no negócio dos centros comerciais”, fechando o ano com 47 centros comerciais em sete países. Tudo isto tinha um objetivo que era claro: crescer em “setores atrativos”, com potencial para se tornarem cada vez mais globais.

Já nesta altura, o ADN da Sonae estava bem definido perante os investidores. No documento, a companhia assumia “sete princípios de comportamento fundamentais”: o empreendedorismo “para explorar novas oportunidades”, a boa gestão, a liderança, a disponibilidade para a mudança, o controlo, a transparência e a “independência do poder político”. Um traço que a Sonae herdou da era de Belmiro. Mas além da teoria, importa olhar para a prática. Reconhecendo um ano de “forte desempenho operacional” em toda a linha, a Sonae fechou o exercício de 2007 com receitas de 5,2 mil milhões de euros e um lucro de 284 milhões de euros, de acordo com a Reuters. O volume de negócios subiu 9,1% face a 2006.

Os próximos anos não terão sido fáceis, até porque vale a pena recordar que Paulo Azevedo recebeu a Sonae numa altura em que a crise mundial começava a dar de si. Neste ano, já se antecipava uma “desaceleração” do crescimento económico mundial, mas o PIB de Portugal ainda crescia 1,9%. No ano seguinte, 2008, com a crise já bem instalada no país, a empresa acabaria por conseguir, mesmo assim, aumentar as receitas para quase 5,7 mil milhões de euros. Já os lucros, esses, não escaparam: afundaram quase 72% para os 80 milhões de euros.

“Durante o ano de 2008, o ambiente macroeconómico e financeiro continuou a deteriorar-se em todo o mundo, muito acima das previsões iniciais”, lia-se no relatório de contas sobre o ano de 2008. Foi o primeiro ano completo de mandato para Paulo Azevedo, que assumia agora uma estratégia puramente voltada para o mundo global.

Numa mensagem enviada aos investidores, o gestor escrevia: “A internacionalização, focada no nosso negócio principal e incluindo as áreas adjacentes, será o nosso fator principal de crescimento durante muitos anos que hão de vir.” Paulo Azevedo estava a pensar em grande: “Temos a oportunidade de aumentar a nossa pegada internacional e de transformar a Sonae numa grande multinacional.”

A estratégia passava por apostar em oportunidades nos mercados emergentes e noutros já maduros, em que a Sonae já tivesse presença. Nos primeiros, Paulo Azevedo procurava crescimento económico para desenvolver mercados de retalho. No segundo, procurava oportunidades para “ganhar vantagem” sobre a concorrência.

Com os anos, a pressão sobre os resultados da Sonae aumentou. As receitas atingiram um pico de 6,3 mil milhões de euros em 2010, mas recuaram até 2014, período marcado pela passagem da troika pelo país. Já a pressão sobre os resultados líquidos manteve-se durante alguns anos, com a Sonae a só conseguir regressar acima da fasquia dos 200 milhões em 2016, ano em que apresentou um lucro de 215,1 milhões de euros. Pelo meio, apresentou-se com uma nova imagem. Foi em 2009, por ocasião dos 50 anos da companhia.

Falar da Sonae de Paulo Azevedo também é falar da fusão da Zon de Isabel dos Santos com a Optimus da antiga Sonaecom. A operação foi anunciada no final de 2012, em meados de dezembro. Poucos dias depois de ter sido conhecida a intenção, o conselho de administração da Optimus aprovava a operação “sem reservas”. Nessa altura, Ângelo Paupério, hoje parceiro de Paulo Azevedo na liderança do grupo, era administrador executivo da Sonae e presidente executivo da Optimus. E tudo estava alinhado para a operação: numa carta citada pelo Jornal de Negócios, Paupério dizia estar “integralmente disponível para negociar com a Zon a elaboração de um projeto de fusão” com a operadora.

Foi criada a Zopt, detida em conjunto pela Zon de Isabel dos Santos e pela Sonaecom. A primeira transferiu 28,8% da Zon para a nova empresa, enquanto a Sonaecom transferiu 81,8% da Optimus. A compra foi aprovada a 26 de agosto de 2013 e lançou as bases para o que é atualmente a Nos, liderada por Miguel Almeida. A participação de Ângelo Paupério em todo o processo de fusão terá sido decisiva.

Na carta aos investidores assinada por Paulo Azevedo na apresentação dos resultados de 2013, o gestor destaca o sucesso da operação. “Esta fusão criou um player com maiores vantagens competitivas e ambição que, apesar de ainda nas primeiras fases de integração, está já a lançar produtos convergentes de forma bem-sucedida”, dizia o líder da Sonae.

Hoje, a Sonae tem negócios em 91 países espalhados por todos os continentes como resultado da estratégia de internacionalização de Paulo Azevedo:

  • É dona da Sonae MC para o setor do retalho.
  • Tem a Sonae S&F, dona da Sport Zone e de marcas como a Berg Outdoor e Deeply.
  • Detém a Worten e a Worten Mobile para toda a componente de eletrónica.
  • Com a Sonae RP, o grupo aposta na gestão do seu património imobiliário de retalho.
  • Conta com a Sonae FS como coordenadora de serviços financeiros, e que inclui, por exemplo, o Cartão Universo e a corretora de seguros MDS.
  • Tem a já conhecida Sonae Sierra, que aposta nos centros comerciais.
  • É acionista da Nos, através da Sona IM, bem como dona do jornal Público.

E por falar em Sonae IM, a subsidiária da Sonae também tem feito apostas na área da tecnologia. Dela, nos últimos tempos, têm partido notícias de várias operações de compra de empresas internacionais ligadas à segurança informática e a tecnologias emergentes, como a inteligência artificial. Já este ano, fundiu duas empresas espanholas num “primeiro passo” para criar uma empresa líder em cibersegurança a nível europeu. Com o mundo a mudar, a Sonae não quer ficar para trás.

Na mais recente apresentação de resultados, relativos a 2017, Paulo Azevedo reconhece que a Sonae enfrentou crises mundiais e instabilidade política ao longo da última década. A estratégia, agora, inverteu-se. No retalho, o grupo aposta em estabelecimentos mais voltados para o nível local, um dos pilares de crescimento para a próxima temporada. Diz mesmo que a decisão da “expansão para pequenos centros nas cidades e lojas comunitárias ainda menores” resultou num reforço da quota de mercado e pôs a Sonae em áreas onde a empresa ainda não estava. É o caso do conceito por detrás do Continente Bom Dia.

Antes de deixar a liderança, Paulo Azevedo e Ângelo Paupério terão uma última missão: pôr o negócio do retalho na bolsa de Lisboa. O grupo já deu conta dessa intenção e deverá listar um portefólio que contará com ativos dos segmentos do retalho alimentar e da propriedade imobiliária. Segundo o Jornal de Negócios (acesso condicionado), a Sonae deverá optar por uma venda direta a investidores institucionais, o que significa que apenas quando a nova empresa estiver cotada é que os pequenos investidores vão poder comprar ações. A operação permitirá reduzir a dívida da Sonae.

Posto isto, em linhas gerais, este é o cenário: Cláudia Azevedo vai receber uma empresa a gerar 5,71 mil milhões de euros em receitas e lucros de 165,8 milhões de euros, a afirmar-se no setor tecnológico e a mudar conceitos no setor do retalho, de uma lógica de massa para uma mais local e focada. Levará a cabo projetos já em curso, como o projeto do Troia Resort, que ainda recentemente alienou mais uma parcela a uma empresa francesa. O carimbo de Paulo, esse, ninguém o apaga do historial da companhia com Azevedo no nome de família.

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Sonae usa Cartão do Continente para fidelizar investidores no retalho português

A Sonae está a acelerar o processo de colocação em bolsa do negócio do retalho. Já está a fazer contactos com os investidores, vendendo a liderança nas lojas físicas, mas também no online.

A Sonae está a dar passos largos rumo à dispersão do negócio do retalho em bolsa. Do processo de intenções, passou aos atos, avançando com contactos com potenciais investidores. Procura atraí-los para a empresa que detém o Continente, mas também o Meu Super, e lojas como a Well’s, com a liderança no mercado. Até o Cartão Continente é utilizado para tentar fidelizar investidores, numa altura em que os clientes começam a passar para o online onde… a empresa de Paulo Azevedo também tem uma palavra a dizer.

A ideia de colocar o retalho no mercado de capitais já não é nova, mas só foi tornada pública em março. Recentemente, a empresa veio esclarecer que a unidade a dispersar em bolsa inclui também os ativos imobiliários que albergam as lojas, mas o processo ganha agora novo fôlego com o arranque dos encontros com investidores. Na CMVM, a Sonae deu a conhecer a apresentação que está a fazer aos potenciais interessados. São 26 páginas em que mostra que esta nova cotada é uma “proposta de investimento sólida”.

O que está incluído? Quem comprar ações da nova empresa (os pequenos investidores estão arredados do processo nesta fase inicial) vai passar a ser “dono” de, ao todo, “697 lojas geridas pela Sonae, em que mais de 40% dos ativos imobiliários são detidos pela Sonae MC”. Do Continente são em menor número, ainda que sejam as lojas de maior dimensão. A maioria são do Continente Modelo (um total de 133), enquanto do Meu Super chegam quase a 300.

 

Continente (Modelo e Bom Dia) são as estrelas na alimentação

Estas centenas de lojas, parte delas com o espaço físico incluído, permitem à Sonae uma forte presença geográfica que lhe garante a posição de liderança que este negócio tem em Portugal, com “uma quota de mercado de 22%” no retalho alimentar, ficando à frente do Pingo Doce, da rival Jerónimo Martins. “É um dos mercados com maior crescimento na Europa”, tendo uma “taxa de penetração abaixo da média”, refere.

Às lojas do retalho alimentar juntam-se outros formatos, nomeadamente a Well’s (198) e a Bagga (129), que engrossam de forma expressiva o número de lojas que a empresa vai incluir no negócio que procura fazer com os novos investidores. E com estas vem a mais recente aposta da Sonae, o ZU, específico para os animais.

Da Well’s à Note, até ao ZU

Todas estas lojas recebem milhões de clientes, sendo que muitos deles são fiéis às insígnias da Sonae. E esse é também um ponto forte destacado pela empresa coliderada por Paulo Azevedo na apresentação aos potenciais investidores. Para o demonstrar, recorre ao Cartão Continente, descrito como um programa com uma “inigualável base de clientes, cobrindo cerca de 85% das famílias portuguesas”. Há 3,7 milhões destes cartões.

O Cartão Continente, que “proporciona um conhecimento abrangente da nossa base de clientes”, é utilizado na maioria das compras feitas pelos portugueses nas lojas do grupo. “88% das vendas da Sonae MC são feitas utilizando o cartão de fidelização Continente”, refere a empresa na apresentação para os investidores.

Do físico ao digital…

O negócio do retalho é, atualmente, muito dependente dos espaços físicos, mas o futuro será cada vez mais digital. E a Sonae “vende” aos investidores essa aposta. A “Sonae MC é o líder incontestado em comércio eletrónico para retalho alimentar em Portugal”, refere a empresa, salientando que tem 22% de quota do mercado, mas quando se olha apenas para o digital essa quota dispara. “É o claro líder de mercado em Portugal com cerca de 70% quota de mercado”, destaca.

Conta com mais de 500 mil clientes registados na app do Continente, onde é possível fazer as encomendas, sendo que o próprio Cartão Continente está a começar a ser desmaterializado. A “nova aplicação móvel digital lançada em fevereiro de 2018 que já conta com mais de 300 mil utilizadores”, refere a Sonae.

…sempre a faturar

Seja através das lojas físicas, seja da plataforma online, relevante para os investidores é a capacidade de a Sonae de crescer. E isso é sublinhado pela empresa, com muitos gráficos. O negócio do retalho apresenta um “perfil de crescimento atrativo baseado num sólido desempenho das vendas like for like [numa base comparável] e num forte plano de expansão”. Registou um crescimento de 5,3%.

 

O retalho obteve receitas de 4,1 mil milhões de euros no último exercício anual, bem como um EBITDA de cerca de 303 milhões, refere a Sonae, notando não só que esta é uma empresa com um “perfil financeiro sólido”, como tem uma estratégia de crescimento bem delineada, sendo esta “executada por uma equipa de gestão extremamente experiente”.

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Sonae junta 400 trabalhadores na nova sede em Madrid

No próximo ano, a retalhista vai transferir todos os negócios para um novo edifício em Madrid, com mais de 6.700 metros quadrados.

A Sonae vai inaugurar a sua primeira sede em território espanhol, num edifício em Madrid com mais de 6.700 metros quadrados. A retalhista vai transferir para o novo espaço mais de 400 colaboradores, processo que deverá acontecer durante o próximo ano.

Localizado no número 21 da Rua Ramírez de Arellano, no bairro de Arturo Soria, o edifício Iconic está próximo de outras empresas multinacionais pertence ao grupo espanhol Hispania. Projetado pelo arquiteto La-Hoz Castanys, conta com 6.758 metros quadrados, divididos por um piso térreo e sete andares acima do solo. Esta escolha da Sonae baseou-se na localização, nas boas acessibilidades e nos espaços interiores e exteriores, diz a empresa em comunicado.

A nova sede vai receber mais de 400 colaboradores da Sonae em território espanhol, nomeadamente da Worten, Zippy, Losan, Salsa, S21Sec, WeDo Technologies, Sonae Sierra e Sonae Arauco.

Sendo Espanha o principal mercado internacional da retalhista, “a criação de um escritório único no país reforça o posicionamento do grupo neste país, criando melhores condições para as equipas atuais e melhorando a atratividade no recrutamento de futuros colaboradores, de forma a manter a aposta de crescimento em território espanhol”, lê-se no comunicado.

O edifício Iconic responde às necessidades da empresa no que diz respeito à sustentabilidade, uma vez que conta com uma certificação de impactos reduzidos no meio ambiente, baixas emissões de CO2, ao mesmo tempo que proporciona um maior conforto e bem-estar aos colaboradores.

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Sonae afasta pequenos investidores da colocação em bolsa do retalho

  • ECO
  • 23 Maio 2018

Os pequenos investidores apenas vão poder comprar ações de parte do portefólio de retalho da Sonae quando a nova empresa estiver cotada na bolsa de Lisboa.

A Sonae elegeu o negócio do retalho alimentar e a propriedade imobiliária como as partes do seu portefólio que vão para a bolsa através de uma oferta pública inicial (IPO, sigla inglesa). Mas a operação de colocação da nova empresa apenas estará reservada para os investidores institucionais. Já os pequenos investidores apenas poderão adquirir ações da nova cotada da família Sonae quando ela já estiver a negociar no mercado.

De acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago), a Sonae deverá optar por uma venda direta a investidores institucionais, o que significa que apenas quando a nova empresa estiver cotada é que os pequenos investidores vão poder comprar ações.

Uma fonte contactada pelo jornal disse que “não é certo que seja um IPO tradicional, pois a empresa pode optar por uma colocação privada”, semelhante operação que a EDP fez em 2008 com a colocação da EDP Renováveis em bolsa.

Também os analistas acreditam nesta via. “Depois de ter sido dado a conhecer um sindicato bancário, a operação deverá ser feita através de uma venda a investidores institucionais”, referiu Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.

Esta semana, a empresa liderada por Paulo Azevedo definiu o perímetro desse portefólio de retalho que poderá vir a ser colocado em bolsa, devendo este recair sobre a Sonae MC e a Sonae RP, de acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Ou seja, as empresas de retalho alimentar e a unidade responsável pela gestão do portefólio de imobiliário de retalho da Sonae.

Ainda no mesmo comunicado, e conforme o ECO noticiou, a Sonae escolheu o Barclays, o BNP Paribas e o Deutsche Bank para operacionalizar a entrada deste negócio na bolsa de Lisboa.

A empresa quer colocar o retalho no mercado, mas não vai abdicar do controlo das operações. No máximo, colocará em bolsa 49% do capital, mas a percentagem a admitir à negociação ainda não está definida. Já sobre o valor, há indicações. Fontes próximas à Sonae garantem ao ECO que a área de retalho pode chegar ao mercado avaliada em perto de dois mil milhões de euros.

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Analistas aplaudem decisão da Sonae de colocar retalho alimentar e imobiliário em bolsa, ações avançam

Analistas consideram positiva opção de colocar retalho alimentar e imobiliário em bolsa porque vai simplificar a operação. Ações da Sonae acompanham otimismo.

Retalho alimentar e imobiliário. A Sonae já definiu quais os negócios que pretende colocar em bolsa. Embora nenhuma decisão formal tenha ainda sido tomada, a escolha da administração co-liderada por Paulo Azevedo vai recair sobre a Sonae MC e a Sonae RP para o lançamento de uma oferta pública inicial (IPO), uma decisão aplaudida pelos analistas. Para já, o comportamento das ações da Sonae reflete a incorporação destas novas informações: os títulos já estiveram em terreno negativo, mas avançam agora ligeiramente.

A Sonae SON 0,92% anunciou esta segunda-feira que selecionou a Sonae MC e a Sonae RP como negócios do seu portefólio que poderão ir para a bolsa, encontrando-se a estudar esta possibilidade com os bancos de investimento Barclays, BNP Paribas e Deutsche Bank.

Para a equipa de research do CaixaBank/BPI, o perímetro definido (retalho alimentar+imobiliário) “deverá simplificar a operação”, na medida que a nova empresa que resultar do IPO será mais comparável com os seus pares de retalho alimentar europeu — isto, face à alternativa de a administração também incluir o retalho não alimentar, o que não seria uma boa opção, dizem os analistas. Porquê?

Porque “o potencial encaixe financeiro com a inclusão de formatos não-alimentares não seria maximizado”, tendo em conta que esta divisão ainda se encontra numa fase de reestruturação e o seu contributo para a operação seria residual, argumentam os analistas numa nota de research divulgada esta terça-feira junto dos clientes. O CaixaBank/BPI mantém uma recomendação de compra sobre a Sonae com um preço-alvo de 1,45 euros.

Os analistas aplaudem a decisão da Sonae, e numa primeira reação a este anúncio as ações da Sonae chegaram a valorizar quase 1%. Porém, a primeira hora de negociação foi marcada por alguma volatilidade em torno destes títulos, refletindo a incorporação das novas informações pelos investidores: inverteram para terreno negativo, mas voltaram à tona de água momentos depois, encontrando-se em alta de 0,52% nos 1,15 euros.

Segundo os últimos números do grupo Sonae, referentes ao primeiro trimestre do ano, o retalho alimentar foi responsável por um volume de negócios de 940 milhões de euros. Já a Sonae RP fechou o trimestre com um portefólio de 20 lojas Continente, 60 lojas Continente Modelo e 30 lojas Continente Bom Dia, num valor contabilístico líquido de 908 milhões de euros, e com um volume de negócios da 23 milhões de euros.

A pretensão de fazer um spin-off de alguns negócios da Sonae foi anunciada por Paulo Azevedo em março, durante apresentação de resultados anuais do grupo. Nessa ocasião, o gestor referiu que havia “investidores interessados” num eventual IPO do negócio do retalho da Sonae.

Ações da Sonae avançam

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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