Sonae afasta pequenos investidores da colocação em bolsa do retalho

  • ECO
  • 23 Maio 2018

Os pequenos investidores apenas vão poder comprar ações de parte do portefólio de retalho da Sonae quando a nova empresa estiver cotada na bolsa de Lisboa.

A Sonae elegeu o negócio do retalho alimentar e a propriedade imobiliária como as partes do seu portefólio que vão para a bolsa através de uma oferta pública inicial (IPO, sigla inglesa). Mas a operação de colocação da nova empresa apenas estará reservada para os investidores institucionais. Já os pequenos investidores apenas poderão adquirir ações da nova cotada da família Sonae quando ela já estiver a negociar no mercado.

De acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago), a Sonae deverá optar por uma venda direta a investidores institucionais, o que significa que apenas quando a nova empresa estiver cotada é que os pequenos investidores vão poder comprar ações.

Uma fonte contactada pelo jornal disse que “não é certo que seja um IPO tradicional, pois a empresa pode optar por uma colocação privada”, semelhante operação que a EDP fez em 2008 com a colocação da EDP Renováveis em bolsa.

Também os analistas acreditam nesta via. “Depois de ter sido dado a conhecer um sindicato bancário, a operação deverá ser feita através de uma venda a investidores institucionais”, referiu Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.

Esta semana, a empresa liderada por Paulo Azevedo definiu o perímetro desse portefólio de retalho que poderá vir a ser colocado em bolsa, devendo este recair sobre a Sonae MC e a Sonae RP, de acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Ou seja, as empresas de retalho alimentar e a unidade responsável pela gestão do portefólio de imobiliário de retalho da Sonae.

Ainda no mesmo comunicado, e conforme o ECO noticiou, a Sonae escolheu o Barclays, o BNP Paribas e o Deutsche Bank para operacionalizar a entrada deste negócio na bolsa de Lisboa.

A empresa quer colocar o retalho no mercado, mas não vai abdicar do controlo das operações. No máximo, colocará em bolsa 49% do capital, mas a percentagem a admitir à negociação ainda não está definida. Já sobre o valor, há indicações. Fontes próximas à Sonae garantem ao ECO que a área de retalho pode chegar ao mercado avaliada em perto de dois mil milhões de euros.

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Analistas aplaudem decisão da Sonae de colocar retalho alimentar e imobiliário em bolsa, ações avançam

Analistas consideram positiva opção de colocar retalho alimentar e imobiliário em bolsa porque vai simplificar a operação. Ações da Sonae acompanham otimismo.

Retalho alimentar e imobiliário. A Sonae já definiu quais os negócios que pretende colocar em bolsa. Embora nenhuma decisão formal tenha ainda sido tomada, a escolha da administração co-liderada por Paulo Azevedo vai recair sobre a Sonae MC e a Sonae RP para o lançamento de uma oferta pública inicial (IPO), uma decisão aplaudida pelos analistas. Para já, o comportamento das ações da Sonae reflete a incorporação destas novas informações: os títulos já estiveram em terreno negativo, mas avançam agora ligeiramente.

A Sonae SON 0,17% anunciou esta segunda-feira que selecionou a Sonae MC e a Sonae RP como negócios do seu portefólio que poderão ir para a bolsa, encontrando-se a estudar esta possibilidade com os bancos de investimento Barclays, BNP Paribas e Deutsche Bank.

Para a equipa de research do CaixaBank/BPI, o perímetro definido (retalho alimentar+imobiliário) “deverá simplificar a operação”, na medida que a nova empresa que resultar do IPO será mais comparável com os seus pares de retalho alimentar europeu — isto, face à alternativa de a administração também incluir o retalho não alimentar, o que não seria uma boa opção, dizem os analistas. Porquê?

Porque “o potencial encaixe financeiro com a inclusão de formatos não-alimentares não seria maximizado”, tendo em conta que esta divisão ainda se encontra numa fase de reestruturação e o seu contributo para a operação seria residual, argumentam os analistas numa nota de research divulgada esta terça-feira junto dos clientes. O CaixaBank/BPI mantém uma recomendação de compra sobre a Sonae com um preço-alvo de 1,45 euros.

Os analistas aplaudem a decisão da Sonae, e numa primeira reação a este anúncio as ações da Sonae chegaram a valorizar quase 1%. Porém, a primeira hora de negociação foi marcada por alguma volatilidade em torno destes títulos, refletindo a incorporação das novas informações pelos investidores: inverteram para terreno negativo, mas voltaram à tona de água momentos depois, encontrando-se em alta de 0,52% nos 1,15 euros.

Segundo os últimos números do grupo Sonae, referentes ao primeiro trimestre do ano, o retalho alimentar foi responsável por um volume de negócios de 940 milhões de euros. Já a Sonae RP fechou o trimestre com um portefólio de 20 lojas Continente, 60 lojas Continente Modelo e 30 lojas Continente Bom Dia, num valor contabilístico líquido de 908 milhões de euros, e com um volume de negócios da 23 milhões de euros.

A pretensão de fazer um spin-off de alguns negócios da Sonae foi anunciada por Paulo Azevedo em março, durante apresentação de resultados anuais do grupo. Nessa ocasião, o gestor referiu que havia “investidores interessados” num eventual IPO do negócio do retalho da Sonae.

Ações da Sonae avançam

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Sonae abre 20 lojas Continente Bom Dia até ao final do ano

Sonae continua a expansão da rede de lojas e vai abrir mais 20 Continente Bom Dia até ao final do ano. Sobre a colocação do retalho em bolsa, a empresa diz apenas que "continua a estudar a operação".

A Sonae continua a expandir a rede de lojas. Depois de, no primeiro trimestre, ter aberto três lojas Continente Bom Dia, totalizando as 98 que detém atualmente, a empresa liderada por Luís Moutinho, prepara-se para, até ao final do ano, abrir mais duas dezenas de lojas para um total de 115 unidades. Continuamos com o nosso plano de expansão de rede de lojas”, adianta Luís Reis, chief corporate center officer da Sonae, ao ECO.

Estas aberturas da insígnia Continente Bom Dia, acontecem numa altura em que são conhecidos os dados relativos aos primeiro trimestre e em que se fica a saber que a Sonae MC, no conjunto das insígnias que detém, foi responsável por mais duas dezenas de aberturas.

A Sonae MC, detentora das insígnias de retalho alimentar, fechou o primeiro trimestre do ano com um volume de negócios de 940 milhões de euros, um crescimento de 10% face ao período homólogo.

Luís Reis destaca o bom comportamento da Sonae MC, que beneficiou do “efeito Páscoa”, mas enaltece os resultados de todo o grupo. O chief corporate center office da Sonae diz mesmo que “este foi um trimestre notável da Sonae a todos os níveis”. “Os resultados são bons em valor absoluto e relativo, na medida em que ganhamos posição competitiva“, sublinha.

Luís Reis diz ainda que, ao nível do retalho alimentar, o destaque “vai para o crescimento da margem do EBITDA, algo que acontece pela primeira vez em muitos trimestres”. A margem do EBITDA subjacente aumentou 10 pontos base em termos homólogos, apesar do impacto da expansão da rede de lojas e do ambiente competitivo. Já o EBITDA totalizou os 34 milhões de euros, um crescimento de 12,7% face ao período homólogo.

Sonae continua a estudar colocação de retalho na bolsa

A Sonae anunciou na apresentação dos resultados anuais que estava a analisar a possibilidade de listar um portefólio de retalho, ou seja, colocar o negócio em bolsa. Questionado sobre esta operação, Luís Reis limita-se a adiantar que a Sonae “continua a estudar a operação”.

“Como parte da estratégia da Sonae SGPS de proporcionar maior autonomia e foco às empresas do seu portefólio, o Conselho de Administração está atualmente a analisar a possibilidade de listar um portefólio de retalho, no qual a Sonae SGPS irá manter a participação maioritária”, afirmou na altura a empresa em comunicado.

Paulo Azevedo, por seu turno, dizia na mesma altura que “é uma intenção”. “O que está em causa é estudar as oportunidades. Vamos agora começar a estudar, vamos contratar bancos para o efeito”, referiu.

Os bancos já estarão, de resto, escolhidos, como o ECO já teve oportunidade de referir, tendo a escolha do grupo de Paulo Azevedo recaído no Barclays, BNP e Deustche Bank.

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Lucros da Sonae mais do que duplicam para os 20 milhões

A Sonae viu as vendas e os lucros crescerem no primeiro trimestre do ano. Crescimento do resultado líquido mais do que duplica para os 20 milhões de euros. Sonae MC e Worten impulsionam vendas.

Os três primeiros meses do ano foram positivos para a Sonae. A empresa coliderada por Ângelo Paupério e Paulo Azevedo registou um crescimento nas receitas e nos lucros, avança a Sonae em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os lucros da Sonae mais do que duplicaram em comparação com o período homólogo do ano anterior, passando dos oito para os 20 milhões de euros. Este forte aumento é justificado pela Sonae com o “crescimento do volume de negócios e da rentabilidade do todos os negócios e da evolução positiva do resultado indireto”.

Já o volume de negócios atingiu os 1.342 milhões de euros, um aumento de 8,7%, beneficiando especialmente do “bom desempenho da Sonae MC e da Worten”.

O EBITDA consolidado cresceu 9,5% para os 70 milhões de euros. Em comunicado, a Sonae diz que tal se deve “a um EBITDA subjacente que aumentou 11% em termos homólogos para 57 milhões de euros, e a um maior resultado obtido pelo método de equivalência patrimonial, nomeadamente os originados pela NOS e pela Sonae Sierra”.

Em termos de resultado direto, este atingiu os 14 milhões de euros, crescendo 15,6% face ao período homólogo. Já o resultado indireto situou-se nos sete milhões de euros.

Numa análise mais pormenorizada por áreas de negócios, constata-se que o retalho alimentar, a Sonae MC viu o volume de negócios crescer 10% para os 940 milhões de euros. A Sonae afirma que “este forte desempenho permitiu à Sonae MC reforçar a sua liderança de mercado”.

o volume de negócios da Worten atingiu os 242 milhões de euros, mais 9,3%, “suportado por uma variação de vendas no universo comparável de lojas de 8,8% e pelo forte desempenho do e-commerce, que manteve a tendência positiva observada nos trimestres anteriores”.

Na Sonae Sports & Fashion o crescimento nas vendas foi de 1,5% para os 96 milhões de euros. A Sonae adianta que “a operação online continuou com um bom ritmo de crescimento, com destaque para a MO que mais do que duplicou vendas, para a Zippy que cresceu 68% e para a Salsa com crescimento de mais de 30%”.

Paralelamente, a Sonae FS registou um crescimento de 30% para sete milhões de euros. Em simultâneo, o imobiliário de retalho fechou o primeiro trimestre com um valor contabilístico líquido de 908 milhões de euros e um volume de negócios de 23 milhões de euros, um crescimento de 2,4%.

Já a Sonae IM totalizou os 33 milhões de euros. A Sonae Sierra e a NOS já tinham apresentados os seus resultados.

Redução de dívida

A par da boa performance dos negócios, a Sonae reduziu a dívida líquida em 8,2% ou 113 milhões de euros, comparativamente com o primeiro trimestre do ano anterior. A empresa assegura que manteve uma estrutura de capital sólida, otimizando os custos de financiamento e mantendo reservas de liquidez, e um perfil longo de maturidade da dívida, cuja média permaneceu estável, próxima de quatro anos”.

Em termos de investimentos, o grupo com sede na Maia totalizou os 71 milhões de euros, mais 17 milhões de euros do que os registados em igual período do ano. A empresa anunciou ainda que nos últimos 12 meses do ano criou mais de 2.000 postos de trabalho.

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Sonae Capital substitui Navigator na lista das preferidas do BPI

Sonae Capital permite exposição direta ao mercado imobiliário em ascensão em Portugal, dizem os analistas do BPI Caixabank. Navigator abandona lista das preferidas depois de ter cumprido o seu papel.

Máximos históricos no investimento imobiliário em Portugal. Iminência de venda de ativos relevantes. Retorno do dividendo atrativo. São estes os motivos que levam o BPI Caixabank a incluir a Sonae Capital SONC 0,00% na lista das preferidas para a Península Ibérica em detrimento da Navigator. Já a Sonae mantém-se.

Os analistas até cortaram ligeiramente a avaliação dos títulos da Sonae Capital dos 1,32 euros para os 1,30 euros. Mas a recomendação “Comprar” mantém-se tendo em vista um potencial de valorização de 41%. Porquê?

“Baixas taxas de juro e fortes dinâmicas no turismo deverão levar o investimento no setor imobiliário em Portugal a um novo recorde em 2018”, começam por justificar os analistas numa nota de research divulgada aos clientes esta terça-feira. “Acreditamos que a Sonae Capital está prestes a vender ativos relevantes nos próximos meses. No Troia Resort, a UNOP 3 (20 milhões de euros?) parece ser o ativo mais atraente. Excluindo Tróia, os esforços de marketing da Sonae Capital estão focados no seu ativo mais relevante, o projeto Efanor (30 milhões de euros?) nos arredores do Porto”, acrescentam ainda.

"Acreditamos que a Sonae Capital está prestes a vender ativos relevantes nos próximos meses. No Troia Resort, a UNOP 3 (20 milhões de euros?) parece ser o ativo mais atraente. Excluindo Tróia, os esforços de marketing da Sonae Capital estão focados no seu ativo mais relevante, o projeto Efanor (30 milhões de euros?) nos arredores do Porto.”

BPI Caixabank

Nota de research

Para o BPI CaixaBank, a Sonae Capital é a única empresa cotada na bolsa que permite uma exposição direta e relevante ao mercado imobiliário em Portugal, que enfrenta um quadro muito favorável para realizar negócios significativos com a venda de mais ativos.

Sonae Capital avança em Lisboa

Por outro lado, a papeleira Navigator sai depois de ter cumprido o seu papel: valorizou 13% desde a sua inclusão na CoRe List, a 15 de fevereiro.

Mantém-se, entretanto, a Sonae, com um preço-alvo de 1,45 euros. “O bom momento dos resultados tem sido atraente, as perspetivas macroeconómicas deverão continuar a alimentar as tendências de consumo e o possível IPO do negócio do retalho poderá estabelecer avaliações de referência acima das atuais perspetivas do mercado”, argumenta o banco de investimento. “O único travão tem sido o desempenho da ação da Nos, que nos levou a cortar a avaliação”, acrescenta a equipa de research do BPI Caixabank.

Segundo avançou o ECO em primeira mão, a Sonae já escolheu os bancos para colocar a sua unidade de retalho no mercado de capitais: Barclays, BNP Paribas e Deutsche Bank foram as entidades selecionadas pela empresa liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério. Negócio poderá estar avaliado em mais de dois mil milhões de euros.

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Sonae escolhe Barclays, BNP e Deutsche Bank para pôr negócio do retalho na bolsa

Paulo Azevedo já escolheu os três bancos para colocar o retalho no mercado de capitais. BNP Paribas, Barclays e Deustche Bank são os eleitos. De fora ficam os bancos portugueses.

A Sonae já escolheu os bancos para operacionalizar a entrada do negócio de retalho na bolsa de Lisboa. A escolha do grupo co-liderado por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério recaiu no BNP Paribas, no Barclays e no Deutsche Bank, apurou o ECO junto de fontes de mercado. De fora desta opção ficam os bancos nacionais numa operação que deverá avaliar a nova cotada em mais de dois mil milhões de euros.

A escolha dos dois primeiros como líderes da operação parece óbvia, o BNP Paribas é o banco que por tradição trabalha com a Sonae e o Barclays o que acompanha, através de research, a empresa da Maia. Já a escolha do Deustche Bank tem a ver com o facto de a operação ter como alvo, sobretudo, investidores da Europa.

Contactada a Sonae não quis fazer comentários sobre esta operação.

De fora da “primeira liga” da operação de dispersão vão ficar os bancos portugueses. As instituições nacionais deverão, contudo, conseguir participar na subsequente oferta de ações desta nova cotada como joint-bookrunners, sabe o ECO.

A entrada da área do retalho na bolsa foi anunciada pela Sonae, na apresentação de contas do grupo, altura em que a empresa apresentou lucros de 166 milhões em 2017. “Como parte da estratégia da Sonae SGPS de proporcionar maior autonomia e foco às empresas do seu portefólio, o Conselho de Administração está atualmente a analisar a possibilidade de listar um portefólio de retalho”, afirmou a empresa.

Com a escolha dos bancos já efetuada, a Sonae vai agora debruçar-se sobre o perímetro da operação e o próprio prazo. No mercado especula-se que a operação deverá recair apenas na área de retalho alimentar, ou seja, na Sonae MC, cuja principal insígnia é o Continente. De resto, a Modelo Continente já esteve em tempos na bolsa, tendo sido retirada em 2006. Mas o retalho da Sonae não é só o alimentar, e vai desde a eletrónica, à moda, passando pelo desporto.

Paulo Azevedo, apesar de reconhecer o interesse por parte dos investidores em estarem expostos diretamente ao retalho, afirmava, aquando do anúncio da intenção de avançar para a bolsa, que a operação estava ainda a ser estudada. “O que sabemos é que há interesse por parte dos investidores que querem estar expostos diretamente ao retalho”, referia. “O que o mercado, em geral nos tem dito é que estaria interessado [em investir numa empresa de retalho] se houvesse uma oportunidade”.

Claro, esta operação será também um barómetro para a avaliação da economia portuguesa junto de investidores de mercado. É que o negócio que vai para a Euronext Lisboa está exposto sobretudo a Portugal e, por isso, poderá beneficiar das perspetivas económicas para o país nos próximos anos. “Será também um teste de mercado a Portugal”, disse outra fonte ao ECO.

Avaliação de mais de dois mil milhões

A Sonae quer colocar o retalho no mercado, mas não vai abdicar do controlo das operações. No máximo, colocará em bolsa 49% do capital, mas a percentagem a admitir à negociação ainda não está definida. Já sobre o valor, há indicações. Fontes próximas à Sonae garantem ao ECO que a área de retalho pode chegar ao mercado avaliada em perto de dois mil milhões de euros.

Nas contas do BPI, só esta divisão apresenta um valor de 2,27 mil milhões de euros, recorrendo ao método dos cash flows descontados. A este valor é preciso, contudo, deduzir a dívida para chegar a uma avaliação de mercado. Neste sentido, o retalho está avaliado em torno dos 1,64 mil milhões de euros, mas vale mais.

No exercício de 2017, a área de retalho cresceu 6,8% para os 5,6 mil milhões de euros “com contributo positivo de todas as áreas, com destaque para o negócio de base alimentar que cresceu 5,4% e para a Worten que ultrapassou mil milhões de euros com crescimento anual superior a 10%”, referia a Sonae.

Numa nota assinada por José Rito e Bruno Bessa, o BPI refere que a “unidade de retalho está a negociar a oito/nove vezes os lucros estimados para 2018“, aquém da média da indústria, que é de 15,4 vezes os lucros. Considerando este rácio, a avaliação do retalho da Sonae dispara para um valor em torno dos 3,14 mil milhões de euros.

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Trabalhadores dos supermercados estão hoje em greve

  • Lusa
  • 1 Abril 2018

Se pensa em ir ao supermercado este domingo, é provável que encontre o estabelecimento fechado. Os funcionários estão em greve. Sindicato pede respeito pelo feriado nacional do domingo de Páscoa.

O Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (SITESE), afeto à UGT, convocou uma greve para este domingo de Páscoa, a qual abrange os funcionários de supermercados e grandes superfícies comerciais.

Em 23 de março, o SITESE explicou que tinha convocado greve “à prestação de trabalho para os trabalhadores dos setores do comércio, escritórios e serviços, nomeadamente nas empresas filiadas na APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição”, onde estão as empresas donas de supermercados e de muitas lojas presentes em centros comerciais.

Nos motivos da greve, o SITESE indica o “respeito pelo feriado nacional do domingo de Páscoa”, “trabalho digno”, a “conciliação da vida familiar com a vida profissional” e o “fim da precariedade”.

O sindicato quer ainda “aumento dos salários”, “respeito e exigência do cumprimento integral da negociação coletiva”, o “fim imediato dos bloqueios à negociação coletiva” e “um diálogo social assente no cumprimento efetivo dos compromissos assumidos e a assumir”.

O SITESE disse à Lusa que o pré-aviso de greve abrange cerca de 85 mil trabalhadores.

A greve, que começou às 00h00, termina às 24h00.

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Retalho da Sonae pode valer 1,6 mil milhões na bolsa de Lisboa

A Modelo Continente já passou pela bolsa, mas acabou por sair. O Continente pode voltar agora, assim como as restantes lojas. Paulo Azevedo diz que há investidores interessados.

Depois de tantas saídas, a Euronext Lisboa pode estar prestes a tocar o sino que marca a estreia de uma nova cotada. A Sonae SGPS está a estudar a entrada do retalho no mercado de capitais, operação que, diz, conta com muitos interessados. São investidores que querem estar expostos a um negócio em crescimento, que vai do alimentar à moda, passando pela eletrónica. Mas quanto pode valer mais esta Sonae?

“Como parte da estratégia da Sonae SGPS de proporcionar maior autonomia e foco às empresas do seu portefólio, o Conselho de Administração está atualmente a analisar a possibilidade de listar um portefólio de retalho”, afirmou a empresa na apresentação dos lucros de 166 milhões de euros em 2017. “Vamos agora começar a estudar, vamos contratar bancos para o efeito”, referiu Paulo Azevedo.

“O que sabemos é que há interesse por parte dos investidores que querem estar expostos diretamente ao retalho”, acrescentou. “O que o mercado, em geral, nos tem dito é que estaria interessado [em investir numa empresa de retalho] se houvesse uma oportunidade”, rematou o co-CEO da Sonae, empresa que em tempos teve em bolsa a Modelo Continente — foi retirada da bolsa em 2006.

Ao investir na Sonae SGPS, os investidores estão a aplicar dinheiro numa holding com interesses desde as telecomunicações ao imobiliário, passando pelos serviços financeiros e, claro, o retalho. Se as telecomunicações dão dividendos — com a Nos –, é o retalho que dá a grande “fatia” dos lucros deste veículo. E é, por isso, um negócio valioso que poderá chegar à bolsa avaliado em mais de 1.600 milhões de euros. A holding vale 2,25 mil milhões.

O BPI foi o último a fazer a radiografia ao negócio da Sonae. Para o banco de investimento, só esta divisão apresenta um valor de 2,27 mil milhões de euros, recorrendo ao método dos cash flows descontados. A este valor é preciso, contudo, deduzir a dívida para chegar a uma avaliação de mercado. Neste sentido, o valor que poderá chegar ao mercado de capitais será em torno dos 1,64 mil milhões de euros.

É uma capitalização ao nível da da REN, mas com potencial para ser ainda mais valiosa. É que, diz o banco de investimento numa nota assinada por José Rito e Bruno Bessa, a “unidade de retalho está a negociar a oito/nove vezes os lucros estimados para 2018“. É muito ou pouco? Só olhando para a média da indústria. E o BPI diz que a média do setor é de 15,4 vezes.

Considerando este rácio, o retalho da Sonae pode ser ainda mais valioso, superando a capitalização da Nos, ficando ligeiramente abaixo do valor de mercado da Navigator. É que a 15,4 vezes os lucros estimados, em torno de 200 milhões de euros, a avaliação dispara para um valor em torno dos 3,14 mil milhões de euros.

Muitas vendas (até online)

Nos resultados de 2017, a Sonae SGPS apresentou uma quebra dos lucros, mas essencialmente devido à ausência de ganhos extraordinários com tinha registado no ano anterior. Mas considerando uma base recorrente, a empresa co-liderada por Paulo Azevedo conseguiu apresentar uma evolução positiva, de 6,5%, com o retalho a crescer em todos os sentidos.

“No retalho, o volume de negócios aumentou 6,8% para 5,6 mil milhões de euros com contributo positivo de todas as áreas, com destaque para o negócio de base alimentar que cresceu 5,4% e para a Worten que ultrapassou mil milhões de euros com crescimento anual superior a 10%”, refere a Sonae. Este crescimento foi “apoiado pela evolução positiva de todos os negócios com a exceção da Sonae RP que se manteve estável”.

“De realçar também a performance das vendas nas plataformas online que pela primeira vez se situou acima de 100 milhões de euros”, salienta a empresa que, além das vendas, conseguiu também aumentar o EBITDA. “O EBITDA subjacente da Sonae Retalho aumentou em 7,3%, para 354 milhões em 2017, com a especial contribuição da Worten e da Sonae Sports & Fashion que em conjunto contribuíram com cerca de 20 milhões adicionais”.

Retalho não é só o Continente

O crescimento do negócio verifica-se em todas as áreas do retalho da empresa da Maia. E no retalho há muito mais do que o negócio que esteve durante anos na bolsa nacional, a Modelo Continente, que acabou por sair em 2006. A empresa tem crescido, apostando também no retalho não alimentar, nomeadamente a eletrónica e, mais recentemente, o negócio da roupa.

Poupar no Continente (e Modelo)

Além do Continente, o retalho alimentar da Sonae conta também com o Continente Bom Dia, mas também com o Continente Modelo, tudo marcas conhecidas dos consumidores nacionais. Estas insígnias operam sob a marca Sonae MC que registou uma faturação de 3.884 milhões de euros em 2017, crescendo 5,4% face a 2016.

“Esta evolução foi impulsionada pela expansão da rede de lojas (com a abertura de 19 lojas Bom Dia e 1 Modelo) e por uma variação de vendas no universo comparável de lojas de 1,2% como resultado de um conjunto de medidas implementadas com o objetivo de fortalecer a proposta de valor da Sonae MC”, diz a Sonae, destacando uma: “o trabalho contínuo na melhoria da perceção de preço e da qualidade” dos produtos.

Gadgets da Worten

Além do alimentar, a Sonae aposta no retalho não alimentar. Neste segmento, a Worten é bem conhecida de todos aqueles que procuram eletrodomésticos ou gadgets. A retalhista de eletrónica registou, no ano passado, um crescimento de 10,2% do volume de negócios, ultrapassando pela primeira vez mil milhões de euros. “Este desempenho foi motivado por uma variação de vendas no universo comparável de lojas de 7,7% em 2017”.

Sports & Fashion com Salsa

Ainda no retalho não alimentar, a Sonae tem várias marcas de vestuário. Desde a Zippy à Mo, passando, recentemente, a ter a Salsa. E também a Sport Zone. “Em 31 de janeiro de 2018, foi concluído o acordo para a combinação da JD Sprinter e Sport Zone, criando o Iberian Sports Retail Group (ISRG), o segundo maior retalhista da Ibéria no setor de desporto”, destaca a Sonae.

Bricolage com a Maxmat

A juntar à carteira de negócios de retalho não alimentar há ainda a Maxmat. A cadeia de lojas de bricolage segue a tendência do restante grupo, tendo registado um crescimento das receitas de 72 para 78 milhões de euros.

Sonae RP, a dona das lojas

Marcas são muitas. E lojas também. E quem tem essas lojas? Chama-se Sonae RP e, refere a Sonae, “no final de 2017, o portefólio da Sonae RP incluía 20 lojas Continente, 60 lojas Continente Modelo e 30 lojas Continente Bom Dia, correspondendo a um valor contabilístico bruto de 1.266 milhões de euros, e a um valor contabilístico líquido de 903 milhões”.

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Paulo Azevedo abre a porta a novas aquisições da Sonae este ano

Paulo Azevedo admite que o grupo que lidera vai fazer pelo menos uma aquisição em 2018. Isto numa altura em que garante que este ano haverá novidades sobre o Continente em África.

Perante a perspetiva de crescimento para 2018, a Sonae está pronta para fazer aquisições. Esta foi a mensagem transmitida ao ECO, à margem da conferência de apresentação de resultados que esta manhã teve lugar na sede da empresa, por Paulo Azevedo, chairman e co-ceo do grupo.

“É muito improvável que não haja uma aquisição em 2018”, avançou Paulo Azevedo. Para logo a seguir acrescentar: “A probabilidade é elevada tanto mais que em 2017 não fizemos nenhuma aquisição”.

É muito improvável que não haja uma aquisição em 2018. A probabilidade é elevada tanto mais que em 2017 não fizemos nenhuma aquisição.

Paulo Azevedo

Co-CEO e chairman da Sonae

Sem querer quantificar a dimensão da aquisição de que estaria a falar, o chairman do grupo frisou que continua a “fazer as avenidas do crescimento, e uma parte dessas avenidas de crescimento é feita à volta de aquisições”.

Questionado se essas aquisições podem contemplar o plano de internacionalização da Sonae MC, detentora da marca Continente, Paulo Azevedo admitiu que esse é um dos cenários. A Sonae realizou, em 2016, uma parceria com o grupo Satya, liderado por Mohamed Ibrahim, para entrar em Moçambique, tendo depois estendido o âmbito da parceria a África, estando à procura de novas localizações naquele continente.

De resto, já na conferência de imprensa, o chairman da Sonae tinha deixado o compromisso de que em 2018 haverá notícias sobre a internacionalização do Continente para o continente africano. Sem nunca adiantar que países tem debaixo de olho, Paulo Azevedo frisou mesmo que o ano de 2017 ficou marcado pelo trabalho de prospeção de mercado. “Continuamos à procura de oportunidades”, garante. Paulo Azevedo lembrou que, na parceria com o grupo Satya, a Sonae é minoritária.

Já o ano passado, o ‘patrão’ da Sonae tinha abordado este tema, tendo na altura frisado que Angola, onde foi malsucedida uma tentativa de entrar no retalho alimentar com a empresária Isabel dos Santos, ficaria de fora.

Antes da abertura do mercado, a Sonae revelou que obteve lucros de 166 milhões de euros, um valor que representa uma descida de 22,9% face a 2016, explicada pela mais-valia de 53 milhões de euros registada o ano passado fruto de operações de sale and lease back. Ao mesmo tempo que anunciou um aumento do dividendo para 4,2 cêntimos por ação.

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Sonae admite colocar negócio do retalho em bolsa

O Conselho de Administração da Sonae está a analisar a possibilidade de listar um portefólio de retalho. Ou seja, admite colocar o negócio em bolsa, mas mantendo a maioria do capital.

Poderá haver mais uma empresa da Sonae em bolsa, em breve. A holding admite, no comunicado em que revelou uma quebra nos lucros para 166 milhões de euros devido à ausência de ganhos extraordinários como no ano anterior, que a administração está a “analisar” a possibilidade de dispersar parte do negócio do retalho.

"Como parte da estratégia da Sonae SGPS de proporcionar maior autonomia e foco às empresas do seu portefólio, o Conselho de Administração está atualmente a analisar a possibilidade de listar um portefólio de retalho, no qual a Sonae SGPS irá manter a participação maioritária.”

Sonae SGPS

A Sonae “irá continuar a implementar a sua estratégia, baseada em três pilares e ao mesmo tempo irá proporcionar a autonomia necessária a cada negócio no sentido de os tornar mais ágeis e criando assim mais valor para os acionistas”, refere no documento enviado à Comissão do Mercado e Valores Mobiliários (CMVM).

“Como parte da estratégia da Sonae SGPS de proporcionar maior autonomia e foco às empresas do seu portefólio, o Conselho de Administração está atualmente a analisar a possibilidade de listar um portefólio de retalho, no qual a Sonae SGPS irá manter a participação maioritária”, acrescenta. A Modelo Continente saiu de bolsa em 2006.

No entanto, “nesta fase, não foi tomada qualquer decisão formal e detalhes adicionais serão fornecidos no devido tempo“, remata a empresa co-liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério.

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Sonae desmente interesse na Walmart Brasil

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2018

Valor Econômico adiantou que grupo português estaria a avaliar a compra do negócio da Walmart em território brasileiro. Mas a Sonae desmente interesse.

A Sonae estará a avaliar a compra da operação do Walmart no Brasil, escreve esta quarta-feira o jornal brasileiro Valor Econômico (acesso condicionado). Os planos acontecem 12 anos depois de a Sonae ter vendido as suas 140 lojas ao grupo americano e ter abandonado o país, acrescenta o jornal. Em reação a esta notícia, a retalhista portuguesa já veio desmentir o interesse em regressar ao Brasil.

De acordo com o Valor Econômico, “as negociações envolvem a participação de fundos de private equity que podem entrar como sócios na operação com os portugueses, com injeção de parte do capital”. Segundo uma fonte próxima do processo, a intenção é ter “pelo menos um fundo de investimento na transação”.

A Sonae terá já começado as conversas de negociação, que envolvem a compra da totalidade da operação brasileira.

Oficialmente, a empresa portuguesa desmente essa informação. “A Sonae não tem por política comentar especulações de mercado. No entanto podemos dizer que não estamos envolvidos neste tema”, referiu fonte oficial ao Jornal de Negócios (acesso livre).

Em 2016, Paulo Azevedo, CEO da Sonae, adiantava que, cinco anos depois, o grupo tinha “força para voltar a ser uma empresa de investimento” no Brasil. Em entrevista ao jornal brasileiro O Globo, Azevedo dizia que depois de cinco anos a ganhar solidez e a reforçar o balanço, depois da recuperação económica europeia a dificuldade “para nós, agora, é o Brasil”.

(Notícia atualizada às 13h30 com desmentido da Sonae)

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Bolsa de Lisboa disparou 6%, no melhor janeiro desde 2015. Assim irá o ano inteiro?

Diz o ditado que "como vai janeiro, assim vai o ano inteiro". Primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à bolsa de Lisboa e o melhor janeiro desde 2015. Manterá a exuberância ao longo de 2018?

“Como vai janeiro, assim vai o ano inteiro”. A fazer fé no ditado popular, os investidores têm razões para sorrir com um bom desempenho da bolsa de Lisboa ao longo de 2018. É que o primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à praça nacional. E coloca-se a pergunta: podemos esperar tal exuberância no ano inteiro?

Até fechou a última sessão do mês a perder 0,51% para 5.663,44 pontos, mas nada que tenha impedido o PSI-20 de alcançar o melhor janeiro desde 2015. No primeiro mês de 2018, o principal índice português avançou 6,09%. Principal contributo: o BCP, que liderou os ganhos com uma impressionante subida de 19,30% desde o dia 1 de janeiro. Logo atrás surgem Sonae Capital e Sonae, com altas mensais de 16% e 14,6%, respetivamente.

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos”, diz ao ECO o gestor da corretora XTB, Eduardo Silva. “O ano de 2017 foi bastante bom para o nosso país. Há vários fatores que deverão garantir condições para que Portugal continue a crescer este ano, nomeadamente a recuperação da confiança dos investidores e a estabilidade política”, argumenta o analista.

Este sentimento positivo é partilhado por Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos. “A expectativa de um ano de 2018 favorável aos índices de ações é suportada pelo enquadramento macro positivo… e reforçada pelo Plano Fiscal aprovado no final do ano passado nos EUA”, diz o especialista, adicionando mais argumentos à lista que podem potenciar a bolsa de Lisboa. Ou deixar o mercado à beira de um ataque de nervos…

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos.

Eduardo Silva

Gestor da corretora XTB

Lembra Albino Oliveira que “múltiplos de mercado encontram-se já num nível relativamente elevado em termos históricos, principalmente nos EUA”, num contexto que foi “agravado pela subida nas yields da dívida de governos que tem sido observada desde o início do ano”.

Por isso, “uma mais forte subida das taxas de juro das obrigações poderá ser vista como um risco para os mercados de ações, principalmente se coincidir com um período de menor otimismo para a evolução da economia global”, alerta o analista da Patris.

BCP liderou os ganhos em Lisboa

Fonte: Reuters

Por cá, foram as ações do BCP a fazer as delícias dos investidores. Dispararam quase 20% à boleia das boas perspetivas que os analistas atribuem ao banco liderado por Nuno Amado. “É uma história de recuperação de resultados”, tinha dito a equipa de research do BPI no final do ano passado. Para o JPMorgan, que vê o título chegar aos 35 cêntimos, o BCP é top pick na Península Ibérica.

Com valorizações de 16% e 14,65%, Sonae Capital e Sonae também beneficiaram do maior otimismo dos analistas. No primeiro caso, há um dividendo que salta à vista — os analistas do BPI dizem que podem subir no próximo ano e subiu a avaliação do título.

Quanto à dona da cadeia de hipermercados Continente, ela está entre as preferidas do CaixaBank BPI para o retalho ibérico, à frente da Jerónimo Martins que se encontra no ranking as maiores valorizações em Lisboa porque, em boa verdade, também beneficia do bom momento económico em Portugal que os analistas argumentam em favor da Sonae.

“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.

Em relação à Mota-Engil, são os negócios em África que continuam a puxar pelos títulos da construtora. Somou mais de 8,52% na bolsa depois de engordar a carteira de encomendas na Costa do Marfim.

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