Lucros das empresas da bolsa de Lisboa aceleram 10% à boleia da economia

Vem aí a temporada de resultados em Lisboa. Os lucros das grandes cotadas terão acelerado 10%, à boleia do bom momento económico. O ECO preparou um guia para abordar a earnings season nacional.

EDP terminou ano com lucros de quase 1.200 milhões e lidera ranking de resultados em Lisboa.Fotomontagem/ECO

Os lucros das cotadas da bolsa de Lisboa dispararam no ano passado com grande parte das empresas nacionais a recolher frutos da aceleração da economia portuguesa. São muitos os motivos para sorrir à partida para mais uma temporada de resultados no PSI-20. Desta vez até a banca vai ajudar à festa.

De acordo com as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, os lucros das cotadas que compõem o índice de referência nacional terão acelerado 9,7% para superarem os 3.500 milhões de euros (ver tabela em baixo). Se há fatores extraordinários que fazem a diferença em algumas contas, o bom desempenho das grandes empresas em 2017 deveu-se, sobretudo, à melhoria das condições económicas em Portugal e lá fora. O argumento é fácil de perceber: quanto maior atividade económica, mais as empresas conseguem faturar. Foi o que aconteceu.

“A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro”, refere João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa, ao ECO. “Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais”, acrescenta.

A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro. Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais.

João Queiroz

Diretor de banca online do Banco Carregosa

É o BPI quem dá o pontapé de arranque na earnings season portuguesa. É já esta terça-feira e os analistas estimam que o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank tenha obtido um lucro de 70,5 milhões. Mas, ao contrário dos últimos anos, desta vez o banco já não figura no principal índice português. Pelo que a temporada de resultados no PSI-20 só acontece efetivamente na próxima semana, através da Navigator.

Fonte: Reuters

Serão vários os pontos de interesse para os investidores ao longo dos próximos dois meses em que as cotadas nacionais vão a exame. Até porque os resultados fornecem um bom retrato das empresas e ajudam a antecipar tendências de dividendos. “Será importante para perceber se o bom momento económico se está a materializar nas empresas”, sublinha Salvador Alves, analista da Orey iTrade.

E, neste capítulo, logo na segunda semana acontece um dos habituais pontos altos da temporada de resultados lisboeta. O BCP presta contas e a expectativa dos analistas aponta um disparo de 585% do lucro para 164 milhões, depois de um ano que foi decisivo para o futuro do banco — concluiu o aumento de capital de 1.300 milhões de euros que trouxe a Fosun para a ribalta e com isso pagou o que devia das ajudas prestadas pelo Estado.

“O setor bancário da Europa tem capitalizado com a possibilidade de alteração, a médio prazo, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o BCP beneficia de uma possível recomposição do corpo acionistas e de uma evolução positiva das imparidades, das receitas e respetivas margens”, destaca João Queiroz.

A seguir ao BCP é a vez da Galp e mais boas notícias: os analistas apontam para uma subida de 15% do lucro para 557 milhões de euros, catapultando a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva para o segundo lugar dos maiores lucros em Lisboa.

EDP, EDP Renováveis, CTT… é só fazer as contas

2017 foi também o ano da família EDP. O seu líder António Mexia viu-se envolvido em casos judiciais e falou-se da possibilidade de estar de saída da liderança do grupo. A mãe EDP tentou a aquisição (um pouco hostil) da sua filha EDP Renováveis e ainda vendeu a Naturgas (em Espanha, por 2,6 mil milhões) e Portgás (à REN, por 530 milhões). Tudo fatores extraordinários que baralharam as contas finais. Como ficaram?

Habituada a ser o rei dos resultados, a EDP terá visto o lucro subir 23,6% para 1,19 mil milhões de euros — representando um terço dos lucros do PSI-20 –, mas os olhos dos analistas vão estar virados para o impacto das duas alienações na redução da pesada dívida da elétrica. Já o resultado líquido da EDP Renováveis terá disparado 270% para 208,6 milhões de euros.

“As receitas e lucros da EDP não parecem constituir uma incerteza tão relevante como o potencial de serviço da dívida”, salienta Queiroz. É que “o elevado grau de endividamento pode impactar a geração futura de lucros e de cash-flows da EDP”, justifica.

No annus horribilis dos CTT, a queda do negócio postal fez mossa nos lucros da empresa: terão recuado 27% para os 46,2 milhões. Foi por causa disto que a administração liderada por Francisco Lacerda anunciou um plano de reestruturação que passa por saídas de trabalhadores e fecho de lojas como forma de posicionar os correios postais para o futuro.

“Mas ambas as medidas custam dinheiro e acresce a elevada regulação por ser um serviço público”, lembra Salvador Alves, considerando que os investidores vão estar atentos à “habilidade [de Lacerda] para cortar custos e para fomentar as alavancas de crescimento”.

Outros dois destaques da temporada vão recair no setor do retalho, que continua sob pressão por causa da digitalização do consumo. Ao que tudo indica, tanto a Sonae (dona do Continente) como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) viram os lucros tombarem na ordem dos dois dígitos. Mais intensa será a queda do resultado da Jerónimo Martins, mas há que contabilizar a venda da Monterrroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos que fez disparar os resultados do ano passado.

Os investidores vão agora estar atentos a duas coisas essenciais: a habilidade de cortar custos e de fomentar as alavancas de crescimento. De acordo com o plano de reestruturação divulgado em dezembro, a empresa postal terá de fechar agências e despedir colaboradores, ambos custam dinheiro e acresce ainda a elevada regulação por ser um serviço público.

Salvador Alves

Analista da Orey iTrade

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Amazon vai acelerar fusões e aquisições no retalho nacional

Online está a mudar a forma como consumimos e isso vai acelerar movimentos de consolidação no setor do retalho da Península Ibérica, com destaque para a Sonae e Jerónimo Martins, diz o BPI.

A internet está a mudar a forma como os consumidores fazem as suas compras e players como a Amazon vão acelerar movimentos de consolidação no setor do retalho da Península Ibérica, com impacto no negócio da Sonae (Continente) e Jerónimo Martins (Pingo Doce), as duas maiores cadeias de retalho em Portugal, dizem os analistas do CaixaBank BPI.

Numa nota de research publicada esta segunda-feira, com o título “Amazoning the world”, o banco de investimento salienta a força do canal online sobretudo em produtos mais transacionáveis como os eletrónicos de consumo, os livros e o vestuário, enquanto no segmento da alimentação a penetração online é mais reduzida. Ainda assim, o impacto da internet vai colocar pressão na rentabilidade das lojas físicas, que pensam cada vez mais no digital.

Mas há um desafio. “Pensamos que o online vai exigir aos players que ganhem escala para fazer face a estes desafios”, consideram os analistas José Rito e Bruno Bessa. “Os novos competidores online deverão pressionar as margens enquanto o aumento da consolidação entre os produtores tem levado as retalhistas a estabelecer parcerias. Consolidação (no setor) será o próximo passo”, frisam.

Para o CaixaBank BPI, são diferentes as alternativas em cima da mesa para a Sonae SON 0,00% e Jerónimo Martins. Veem a dona do Continente mais ativa em compras na Península Ibérica. Quanto à Jerónimo Martins, uma maior atividade de fusão deverá envolver a Colômbia — onde detém a marca Ara — ou um outro mercado próximo onde a retalhista já está presente — também detém a Biedronka, na Polónia.

“A Sonae tem uma parceira com a Satya (30% atribuível à Sonae) com o objetivo de encontrar potenciais alvos em África. Esta joint venture já assegurou algumas lojas em Moçambique e foi noticiado o seu interesse em alguns ativos no Egito. Adicionalmente, a empresa poderá olhar também para o mercado espanhol”, analisa o banco. Em relação à Jerónimo Martins, “deverá focar o seu poder de fogo na América Latina e Europa de Leste”, acrescenta.

Sonae é a preferida

Entre as retalhistas preferidas pelo CaixaBank BPI continua a Sonae, porque “está mais bem posicionada em termos de online e poderá tirar benefícios de um tendência mais sustentável no segmento alimentar em Portugal”. Neste cenário, o banco de investimento aumentou o preço alvo da Sonae em 15% para 1,50 euros por ação, mantendo a recomendação “comprar”.

“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.

Sonae é a retalhista dos olhos do BPI

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Amazon no Porto vai aumentar concorrência à Sonae, diz BPI

Gigante do comércio online prepara entrada em Portugal e vem trazer maior concorrência no mercado do retalho eletrónico, onde a Sonae regista um forte crescimento.

A entrada da Amazon em Portugal vai aumentar a concorrência à Sonae SON 0,00% , dizem os analistas do CaixaBank BPI. “Particularmente no negócio do retalho eletrónico”, acrescenta o banco.

A gigante do comércio online mundial está de olhos postos no Porto. É na cidade da Invicta onde a Amazon está a estudar um investimento que poderá ser oficialmente anunciado ainda no primeiro trimestre deste ano, segundo o Jornal de Negócios.

“Isto deverá aumentar a concorrência, particularmente no negócio dos eletrónicos em Portugal, que é o segmento com a maior penetração em termos de vendas online“, sublinham os analistas do CaixaBank BPI.

O banco de investimento lembra que, hoje em dia, os clientes da Amazon.com em Portugal já têm acesso a mais de 165 milhões de produtos e têm entregas grátis em encomendas acima dos 29 euros (ou 19 euros no caso de livros). Por outro lado, a Worten representa 17% e 7% das vendas consolidadas e do EBITDA da Sonae, respetivamente.

Ainda esta semana, Luís Reis, chief corporate officer (CCCO) da empresa portuguesa, disse ao ECO que a “Sonae é o maior retalhista português a vender online em Portugal”, frisando o “ano de 2017 fantástico” para a Worten, que já ultrapassou o Continente em termos de vendas na internet.

De acordo com os dados preliminares apresentados na quarta-feira, a Worten faturou um total de 1.003 milhões de euros em 2017, crescendo 10,2% face ao ano anterior. Já a Sonae MC (que inclui os hipermercados Continente) registou um volume de vendas de 3.884 milhões de euros.

Negócio da Sonae por segmento

Fonte: Sonae

A Sonae apresenta resultados relativos ao ano passado no dia 15 de março. Os analistas sondados pela Reuters estimam que a cotada portuguesa tenha obtido um lucro de 164,13 milhões de euros, um decréscimo de 20% face a 2016.

As ações estão a recuar esta sexta-feira mais de 2% para 1,267 euros, depois de ter disparado 5% na sessão anterior. Apresenta-se com uma avaliação de mercado de cerca de 2,5 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h27)

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Vendas da Sonae batem recorde. Worten brilha, Salsa também

Dados preliminares revelam crescimento de de 6,9% para os 5.554 milhões de euros. Worten superou pela primeira vez a fasquia dos mil milhões de euros. Comércio online já vale 100 milhões de euros.

As vendas das áreas de retalho da Sonae aumentaram 6,9% em 2017, superando os 5,5 mil milhões de euros, de acordo com informação revelada esta quarta-feira pelo grupo co-liderado por Ângelo Paupério e Paulo Azevedo, à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O alimentar continua a ter um elevado peso, mas a Worten brilhou. E a Salsa ajudou.

Os dados — ainda preliminares, uma vez que as contas do exercício não estão ainda fechadas — receberam o contributo positivo de todas as unidades de negócio. No último trimestre do ano as vendas cresceram 7,3% face a 2016 para os 1.556 milhões de euros. Ainda a destacar as vendas online que já ultrapassam os 100 milhões de euros, especialmente com a contribuição da Worten, Sonae MC e Salsa.

No conjunto de 2017, a área de retalho alimentar (com as insígnias Continente, Continente Bom Dia, Meu Super e Go Natural), cujo peso é muito significativo nas contas da Sonae, atingiram os 3.884 milhões de euros, um crescimento de 5,4% quando comparado com 2016. A expansão da rede de lojas (com a abertura de mais 19 Continente Bom Dia e um Continente Modelo) e um crescimento de vendas do universo comparável de lojas de 1,2%, contribuíram para este crescimento, a que não é alheio um conjunto de medida implementadas “no sentido de fortalecer a sua proposta de valor”. Entre essas medidas está a melhoria da qualidade dos perecíveis e a perceção do preço confirmada pela DECO, em outubro de 2017.

A Sonae dá conta de que “o desempenho operacional permitiu à Sonae MC continuar a reforçar a sua quota de mercado quer no trimestre, quer no ano”. No último trimestre do ano, as vendas da Sonae MC cresceram 6,8% para 1.070 milhões de euros, com a variação de vendas no universo comparável de lojas a atingir os 3,2%.

Continuando a apostar na área de Health&Wellness, a Sonae MC aumentou a variedade de produtos saudáveis nas lojas Continente com a marca renovada bio e saudável, e com a aquisição de 51% da Go Natural e 10% dos supermercados Brio e ainda a abertura de 19 Well’s e 3 clínicas Dr. Well’s.

Luís Moutinho, CEO da Sonae MC, afirma em comunicado: “O ano de 2017 foi uma vez mais, um ano positivo para a Sonae MC com o contínuo reforço da nossa liderança num ambiente de mercado bastante exigente”.

Worten supera os mil milhões de euros

Quem também tem motivos para festejar é a Worten. As vendas da marca superaram pela primeira vez os mil milhões de euros, mais precisamente 1.003 milhões, tendo reforçado a sua posição de liderança no mercado português. O crescimento das vendas da Worten cifraram-se nos 10,2% face a 2016, com um crescimento no universo comparável de lojas de 7,7% e um crescimento da operação online (em Portugal o crescimento é de 50% e em Espanha 65%).

No quatro trimestre do ano, onde se regista o impacto do Natal, as vendas da Worten cresceram 13,4% em comparação com o período homólogo do ano anterior, para 313 milhões.

Miguel Mota Freitas, CEO da Worten e Sonae S&F afirma: “A Worten terminou um ano particularmente positivo, ao ultrapassar os mil milhões de euros de vendas e um crescimento de vendas no universo comparável de lojas próximo dos dois dígitos“. Já sobre a divisão de Sports& Fashion, o ceo refere: “apresentou um crescimento de vendas de 11,7% com uma contribuição positiva do universo comparável de lojas das marcas fashion, apesar do impacto negativo das condições climatéricas sentidas no mês de outubro”.

Salsa veste números da moda

De acordo com o relatório das vendas preliminares, o segmento de Sports & Fashion registou vendas de 589 milhões de euros, em 2017, um aumento de 11,7% quando comparado com o ano anterior “beneficiando não só da consolidação da Salsa no primeiro semestre, mas também do contributo positivo das restantes marcas”.

O segmento de moda da Sonae, reafirma assim “o caminho de crescimento contínuo verificado ao longo dos últimos trimestres, apesar das condições meteorológicas desfavoráveis, que conduziram a um arranque tardio da estação fria”.

Sobre o acordo com a JD para a fusão da Sport Zone com a JD Sprinter, formalizado em setembro de 2017, a Sonae adianta que “o mesmo decorre como previsto, incluindo a aprovação por parte da Autoridade da Concorrência (recebida no passado dia 18 de janeiro) prevendo-se a concretização da transação para breve”.

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Jerónimo Martins e Sonae sobem no ranking global do retalho da Deloitte

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2018

De acordo com o estudo anual revelado esta segunda-feira, a Jerónimo Martins é hoje o 56.º maior retalhista mundial e a Sonae subiu para o 167.º lugar.

A Jerónimo Martins e a Sonae subiram no ‘ranking’ global do retalho em 2017, face ao ano anterior, registando “uma evolução significativa da sua posição”, revela hoje o estudo anual da Deloitte ‘Global Powers of Retailing 2018’.

“A Jerónimo Martins é hoje o 56.º maior retalhista mundial (64.º na edição anterior), a sua melhor posição de sempre, fruto de um crescimento de cerca de 6,5% no seu volume de negócios, para o qual contribuíram todas as geografias e insígnias do grupo”, lê-se no estudo.

Já a Sonae “ascendeu ao 167.º lugar (175.º na edição anterior), tendo os proveitos gerados pelo negócio de retalho ultrapassado, pela primeira vez, a fasquia dos cinco mil milhões de euros. Face ao ano anterior, as vendas cresceram mais de 12%, fruto de crescimento orgânico e de aquisições como a Salsa e a Go Natural”, acrescenta.

“A subida de oito lugares no ‘ranking’ por parte de ambas as empresas é um marco assinalável, sobretudo por ocorrer num ano (2016) em que o euro se manteve relativamente estável face ao dólar norte-americano”, considerou Pedro Miguel Silva, sócio da indústria de retalho e bens de consumo da Deloitte, citado em comunicado.

As receitas agregadas das 250 maiores empresas de retalho a nível mundial ascenderam aos 4,4 biliões de dólares no ano fiscal de 2016 (que corresponde ao exercício encerrado até junho de 2017), o que representa uma subida de 4,1% face ao ano anterior, segundo o estudo ‘Global Powers of Retailing 2018: Transformative change, reinvigorated commerce’, da Deloitte.

Wal-Mart, Costco Wholesale, The Kroger, Schwarz Group e Walgreens Boots Alliance continuaram a liderar a classificação nesta edição do estudo e “as maiores alterações registaram-se nas restantes posições do ‘top’ 10, devido a uma combinação de fatores que incluem crescimento orgânico, processos de aquisição e variações na taxa de câmbio”.

A Amazon subiu do 10.º para o 6.º lugar, com receitas perto de 100 mil milhões de dólares (cerca de 82 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), destacando-se também a “entrada da CVS Health para o lugar da Tesco, que deixa de estar entre os 10 maiores retalhistas do mundo”, adianta o estudo.

O ‘top’ 10 representa 30,7% da receita total das 250 maiores retalhistas (30,4% na edição anterior).

“O retalho beneficiou de um clima económico favorável, com a generalidade das principais economias mundiais e emergentes a apresentarem crescimento. O setor enfrenta, contudo, ameaças significativas, como a crescente desigualdade no rendimento das famílias, a possível introdução de medidas protecionistas em mercados como os Estados Unidos e o Reino Unido e o abrandamento das políticas monetárias expansionistas pelos principais bancos centrais”, explicou, no comunicado, Luís Belo, sócio e líder da indústria de retalho e bens de consumo da Deloitte.

Outro dos destaques da 21.ª edição do estudo é que, pela primeira vez, em quatro anos, “os maiores retalhistas de moda e acessórios não lideram o crescimento das receitas, mas continuam a ser o setor mais rentável”.

Entretanto, os retalhistas alimentares continuam a ser as empresas de maior dimensão, com uma média de receitas de 21,7 mil milhões de dólares (cerca de 22,2 mil milhões de euros), e com maior representatividade no ‘ranking’ (135 retalhistas representam mais de metade de 250 maiores empresas e dois terços das receitas agregadas).

O estudo identificou ainda as quatro principais tendências do setor: desenvolvimento de competências digitais de elevado valor; combinação de canais para recuperar o tempo perdido; criação de experiências em loja que sejam únicas e envolventes; e reinvenção do retalho com as mais recentes tecnologias.

“É um momento de transformação para o retalho. Capacitado pela tecnologia, o comprador está claramente no comando, mantendo-se constantemente conectado e estando mais habilitado do que nunca para conduzir a sua jornada de compra onde, quando e como quer”, refere Pedro Miguel Silva, que acrescenta que, “perante a ameaça de disrupção, os retalhistas têm vindo a abraçar o omnicanal (físico e digital) como o padrão do processo de compra, dando aos consumidores mais informação, conveniência e variedade nos canais e momentos de contacto da sua escolha”.

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Bolsa de Lisboa tem o melhor arranque de ano de sempre

BCP disparou quase 10% na primeira semana de 2018. Pharol e Sonae também estiveram em evidência em Lisboa, que entrou no novo ano a todo o gás.

É preciso recuar a… não é preciso. 2018 começou mesmo com o melhor arranque na história da bolsa de Lisboa. O PSI-20 disparou mais de 4% na primeira semana do novo ano, sobretudo com BCP e Sonae em grande estilo, a aproveitar a onda do ciclo económico positivo em Portugal. Há boas razões para os investidores abrirem as garrafas de champanhe ao fim de uma semana de negociação no novo ano.

A semana na bolsa foi mais curta que o normal pois não houve negociação na segunda-feira. Mas isso não impediu que, entre terça-feira e esta sexta-feira, o PSI-20 tivesse feito um sprint assinalável — ainda que tenha relaxado um pouco na última sessão da semana. Acumulou um ganho semanal de 4,22%. Foi a semana de abertura de um novo ano mais positiva de sempre por cá e foram precisas duas décadas para a bolsa portuguesa pulverizar o recorde de 4,17% com que iniciou o ano de 1998.

Os analistas dizem que não se deve isolar o excecional desempenho da praça lisboeta do bom momento nos mercados acionistas internacionais. Na verdade, o milanês FTSE-Mib também valorizou cerca de 4% durante a semana e, em Frankfurt e Paris, os ganhos foram superiores a 3%. Do outro lado do Atlântico, os nevões em Nova Iorque não arrefeceram os ânimos dos investidores e Wall Street voltou a atingir um novo recorde.

Melhores arranques na bolsa nacional

Fonte: Bloomberg

“Olhamos lá para fora e vemos a mesma exuberância. Vemos Wall Street com o Dow Jones a experienciar máximos históricos. Na Europa, também temos um sentimento muito positivo. Nada se alterou face ao fim do ano. 2017 acabou com a economia muito forte e que vai ter um efeito positivo nos lucros das empresas. Por outro lado, nos EUA, tivemos o plano fiscal de Trump”, contextualiza Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.

“A verdade é que os investidores não encontram muitas alternativas no mercado neste momento e as ações são o investimento mais atrativo. Vamos ter de esperar pela temporada de resultados que começa dentro de um mês para termos uma melhor noção do que se está a passar”, frisou ainda o analista.

"Olhamos lá para fora e vemos a mesma exuberância. Vemos WallStreet com o Dow Jones a experienciar máximos históricos. Na Europa, também temos um sentimento muito positivo. Nada se alterou face ao fim do ano. 2017 acabou com a economia muito forte e que vai ter um efeito positivo nos lucros das empresas. Por outro lado, nos EUA, tivemos o plano fiscal de Trump.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

BCP e Sonae na crista do ciclo económico

Não é só o contexto internacional mais positivo que dá maior otimismo cá dentro. Há fatores específicos de cada empresa. Por exemplo, no BCP e Sonae, que estão entre as cotadas com ganhos mais expressivos nesta semana em Lisboa, o bom desempenho surge associado ao ciclo económico favorável. O BCP ganhou quase 10%, aproveitando a boleia dos juros mais baixos da dívida soberana.

Steven Santos, do BiG, escreveu na sua conta de Twitter que “com a banca europeia a viver um período de acalmia e os investidores a procurarem temas cíclicos, o BCP beneficia por ser o único banco cotado [presente no PSI-20] em Portugal”.

Albino Oliveira acolhe com surpresa a performance excecional do BCP. Acompanha a análise de Steven Santos, mas diz que a descida das taxas de juro da dívida portuguesa não é motivo suficiente para sustentar a avaliação de 0,2977 euros que os investidores dão atualmente ao banco liderado por Nuno Amado.

“O BCP continua a evoluir positivamente à boleia dos juros, mas a descida das taxas não é suficiente. Não é crível que a dívida venha a ter nos próximos três meses descidas tão acentuadas. Ou seja, embora seja positiva para a carteira de títulos dos bancos, melhorando os resultados do banco, este efeito não será continuado, não é sustentado a prazo”, diz o analista da Patris. “É preciso que o banco consiga mostrar em termos de resultados melhorias de forma sustentada”, salienta ainda.

Fonte:

Olhando para o top 5 de maiores valorizações em Lisboa, além do BCP e Sonae, encontramos a Pharol, os CTT e a Navigator. “Há motivos que justificam as valorizações”, atira Albino. Quais são? Em relação à Pharol, a cotada liderada por Palha de Silva encontrar-se em correção altista depois de um mês de dezembro instável com os acontecimentos na brasileira Oi, nomeadamente o plano de recuperação judicial que iria diluir e muito a posição da empresa portuguesa na operadora.

Para os CTT, a história também de recuperação depois de ter apresentado o plano de reestruturação em meados de dezembro e que visa colocar o negócio da empresa de correios numa rota sustentável. Esta semana, o ECO avançou em primeira mão as primeiras 22 lojas que os CTT pretendem encerrar. Na Navigator, a possibilidade de um dividendo extra abriu o apetite dos investidores, depois de a papeleira ter vendido o negócio de pellets nos EUA no último dia útil de 2017.

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Da Efanor ao império do retalho em Portugal. O legado do patrão do grupo Sonae

Belmiro de Azevedo entrou para a Efanor quando ainda estudava, mas foi com a Sociedade Nacional de Estratificados que fez a sua fortuna. A Sonae é hoje um dos impérios do retalho em Portugal.

Filho de um carpinteiro e de uma costureira, Belmiro de Azevedo entrou para a Efanor (Empresa Fabril do Norte) ainda estudava. Não demorou muito até chegar à Sonae, a Sociedade Nacional de Estratificados, em 1965, empresa que se tornou sob o seu comando num império do retalho em Portugal através da popular cadeia de hipermercados Continente. Mas a Sonae hoje em dia é muito mais do que isso.

Atualmente sob liderança do filho, Paulo de Azevedo, foi Belmiro quem transformou a Sonae num conglomerado multinacional com um portefólio diversificado de negócios nas áreas de retalho, serviços financeiros, tecnologia, centros comerciais e telecomunicações. Atualmente, a Sonae está avaliada pelos investidores em mais de 2.000 milhões de euros na bolsa.

A lista de empresas do grupo é extensa, assim como as suas marcas: Sonae MC (retalho alimentar, saúde e bem-estar), Sonae S&F (desporto e moda), Worten (retalho de eletrónica), Sonae RP (imobiliário), Sonae FS (serviços financeiros), Sonae IM (gestão de investimentos), Sonae Sierra (centros comerciais) e a Nos (telecomunicações).

Mas há meio século tudo era diferente e a Sonae, fundada a 18 de agosto de 1959 por Afonso Pinto Magalhães, também. Era muito mais pequena, dedicando-se à produção de estratificados a partir de engaço de uva. Só não faliu nos primeiros anos de vida porque o fundador tinha um banco — o Banco Pinto Magalhães.

Foi em 1965 que a Sonae contratou Belmiro de Azevedo. E as coisas mudam no seio da empresa a um ritmo alucinante nas décadas a seguir. Entre tentativas de nacionalização na década de 70, a Sonae diversifica o seu negócio para as madeiras (Novopan), construção (Contacto) e restauração e gestão hoteleira (Ibersol).

Entra a sério no negócio da distribuição e retalho, que está hoje no core da Sonae, em 1983, com formação de uma joint venture com a francesa Promodès, isto depois de uma primeira tentativa tímida no setor com os supermercados de Pinto de Magalhães: os Invictos (no Porto) e os Modelo (em Lisboa). Neste mesmo ano, inicia-se a aventura da Sonae na bolsa, com uma capitalização bolsista de 500 mil contos (cerca de 2.493 milhões de euros).

Hoje em dia é a atividade de distribuição e retalho que mais dá a ganhar ao grupo. Na primeira metade do ano, a unidade de retalho da Sonae faturou mais de 2.500 milhões de euros, destacando-se a cadeia de hipermercados Continente — o primeiro hipermercado foi aberto em 1985.

A década de 1990 foi também ela muito intensa. Da aposta no retalho mais especializado resultou o lançamento de várias marcas como a Modalfa, Maxmat, Max Office, Sport Zone, Worten, entre outras.

Mas destaca-se sobretudo o lançamento da Optimus (que deu lugar à Nos, depois da fusão com a Zon) em 1997, marcando o início da Sonae no setor de telecomunicações que na década seguinte viria a colocar Belmiro de Azevedo em rota de colisão pública com o governo de José Sócrates. Em 2006, Belmiro foi o rosto da oferta pública de aquisição (OPA) sobre a PT e PT Multimédia. Ainda hoje o falhanço nessa operação é tema de conversa na família.

Foi, de resto, na sequência do falhanço da OPA à PT que Belmiro Azevedo decidiu afastar-se da presidência executiva do grupo, em 2007, passando a exercer funções de chairman — cargo do qual se afastaria em 2015.

Quando há dois anos deixou de estar ligado à gestão da Sonae, Belmiro sabia o percurso que tinha realizado nas cinco décadas anteriores. Deixava uma Sonae com mais de 45 mil trabalhadores — 40 mil dos quais em Portugal — e uma multinacional presente em mais de 70 países.

(Notícia atualizada às 17h35)

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Subida da derrama custa 45 milhões às cotadas do PSI-20

Parlamento aprovou subida da derrama em dois pontos. A medida apresentada pelo PCP vai ficar com boas parte dos lucros das cotadas da bolsa de Lisboa. Haitong estima impacto em 45 milhões de euros.

Impostos vão subir para as maiores empresas nacionais.

A subida da derrama estadual para as empresas com maiores lucros poderá retirar 45 milhões de euros aos resultados das cotadas da bolsa portuguesa no próximo ano, de acordo com as estimativas do banco de investimento Haitong. Há, ainda assim, fatores como a atividade internacional ou medidas de otimização fiscal que baralham os cálculos.

O Parlamento aprovou um aumento da derrama dos 7% para os 9% para as empresas que obtenham lucros superiores a 35 milhões de euros, medida que vai entrar em vigor no próximo ano com o Orçamento do Estado. Para o PCP, que apresentou a proposta e viu o PS dar o seu consentimento, ficará assim corrigida uma “injustiça fiscal” num regime que dava vantagem às grandes empresas.

No PSI-20, onde moram algumas das principais empresas nacionais, essa medida vai pesar numa parte dos lucros esperados em 2018. As contas do Haitong (ex-BESI) apontam para uma fatura na ordem dos 45 milhões de euros.

“Os impactos mais significativos serão sentidos nas empresas com um elevado degrau de exposição a Portugal como a REN ou a Sonae e ainda nas empresas com algum degrau de alavancagem”, referem os analistas daquele banco.

No caso da gestora da rede elétrica nacional, o Haitong antecipa um lucro de 106,8 milhões de euros, dos quais três milhões vão ser então absorvidos pela revisão da taxa de IRC. Em relação à Sonae, o custo será de 3,6 milhões face a uma estimativa de lucro de 180 milhões de euros no próximo ano.

Os analistas do Haitong consideram que “para as outras empresas, os impactos não são muito significativos (abaixo de 2%)”. Por exemplo, são esperados impactos de cerca de um milhão de euros em cotadas como a Corticeira Amorim, Altri ou Semapa.

Lembram, porém, que os cálculos não incluem “medidas de otimização fiscal que as empresas poderão tomar para absorver o impacto desta mudança no regime fiscal”.

"Os impactos mais significativos serão sentidos nas empresas com um elevado degrau de exposição a Portugal como a REN ou a Sonae e ainda nas empresas com algum degrau de alavancagem.”

Haitong

Nota de research

Um desses casos é a Nos, que deverá registar um impacto negativo de 3,3 milhões de euros nos próximos lucros anuais, segundo o Haitong. Mas o CaixaBank/BPI diz que a operadora “detém ativos fiscais que irão provavelmente mitigar o impacto” da subida da derrama estadual.

Atividade internacional baralha cálculos

Por outro lado, o Haitong salienta que “nem todas as empresas geram os seus resultados em Portugal”, tornando mais difícil quantificar o impacto deste agravamento fiscal em cotadas com intensa atividade internacional. Esse é o caso de empresas como a EDP, a EDP Renováveis ou a Galp.

Por exemplo, na EDP, enquanto os cálculos do Haitong apontam para um impacto de 11 milhões de euros nos lucros do próximo ano, o CaixaBank/BPI Research lembra que a elétrica nacional tem 51% da atividade em Portugal e, por essa razão, estima um impacto de 0,3% do lucro de 2018: cerca de 2,6 milhões de euros. Quanto à EDP Renováveis, Haitong e BPI são mais consensuais com um impacto de cerca de um milhão de euros.

Na Galp, o CaixaBank/BPI refere que a subida da derrama vai aumentar a fatura fiscal da petrolífera em sete milhões de euros — devido às atividades de Gás & Power e de downstream, ambas localizadas em Portugal.

Na Mota-Engil, cuja carteira de negócios está sobretudo lá fora, o impacto da medida aprovada será marginal nos resultados da construtora nacional, dizem tanto os analistas do Haitong como os do CaixaBank/BPI.

As contas do Haitong excluem o BCP, que mantém um negócio importante na Polónia. Mas os analistas do CaixaBank/BPI calculam que a medida terá um impacto de 1% no lucro estimado de 364 milhões de euros que o banco liderado por Nuno Amado deverá ter em 2018. Ou seja, subida do IRC para as maiores empresas vai levar 3,6 milhões dos lucros do banco no próximo ano.

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Parlamento aprova subida da derrama. Quanto custa às cotadas do PSI-20?

Parlamento aprovou esta quinta-feira um aumento da derrama estadual para as empresas com maiores lucros. Medida terá impacto nos lucros e ações das cotadas do PSI-20. Qual é o impacto?

O IRC para as grandes empresas sempre vai subir no próximo ano, isto depois de o Parlamento ter aprovado o aumento da derrama estadual de 7% para 9% para as empresas com maiores lucros. Esta medida terá impacto nas empresas com lucros anuais acima dos 35 milhões de euros. No PSI-20, o principal índice bolsista português, são várias as cotadas que vão ser afetadas por isto. Quais?

O CaixaBank BPI Research estimou o impacto da proposta do PCP que aprovada esta quinta-feira no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2018. A medida teve luz verde do PS e por isso vai entrar em vigor a partir do próximo ano.

Na bolsa portuguesa, poucas são as cotadas vão escapar ao aumento de impostos sobre as grandes empresas. Os cálculos do banco tiveram por base as estimativas para os lucros das empresas e bancos para 2018. Contas feitas:

  • No BCP, o aumento da derrama estadual deverá ter um impacto de 1% na estimativa para os resultados do grupo no próximo ano e 2% depois, estimam os analistas do BPI. Em 2018, o banco liderado por Nuno Amado poderá ter um lucro de 364 milhões de euros, segundo este banco. Na análise do CaixaBank BPI, o aumento da derrama estadual terá também implicações no atual montante de ativos por impostos diferidos, que deverão aumentar em cerca de 214 milhões de euros.

Também o Haitong analisou o impacto do aumento da derrama estadual nas cotadas do PSI-20. REN e Sonae serão as empresas mais afetadas pela medida.

“Embora seja difícil quantificar precisamente o impacto desta medida, uma vez que nem todas as empresas geram os seus resultados em Portugal ou podem utilizar créditos fiscais, simulamos o impacto desta medida no nosso universo de ações que fazemos cobertura”, dizem dos analistas do Haitong.

 

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Incêndios: Sonae Indústria diz que fábricas vão estar “totalmente operacionais” em quatro meses

As duas fábricas da Sonae Indústria afetadas pelos incêndios, em Oliveira do Hospital e Mangualde, deverão estar "totalmente operacionais" em "cerca de quatro meses", segundo a empresa.

As fábricas da Sonae Arauco em Oliveira do Hospital e Mangualde continuam encerradas na sequência dos danos provocados pelos incêndios. A Sonae Indústria detém metade desta empresa e, esta sexta-feira, confirmou ao mercado que estão a ser empenhados “esforços” para “implementar um plano de recuperação que permita ter as fábricas a laborar e servir os clientes” num período estimado de “cerca de quatro meses”.

Segundo a Sonae, os fogos “provocaram danos significativos nos parques de madeiras e equipamentos instalados nesses parques e nos sistemas elétricos e cablagens das duas unidades industriais”. Por isso, “a atividade de ambas as fábricas continua encerrada”, acrescenta a Sonae Indústria, numa nota enviada à CMVM.

“Está a ser efetuado o levantamento integral dos danos e estão a fazer-se todos os esforços para implementar um plano de recuperação que permita ter as fábricas a laborar e servir os clientes tão breve quanto possível. No intuito de minimizar o impacto nos nossos clientes, procuramos prestar o melhor serviço possível através do fornecimento de painéis vindos das outras fábricas da Sonae Arauco e do mercado”, lê-se no comunicado. As fábricas em causa fabricavam painéis de partículas de madeira.

Segundo a Sonae, a “última informação disponibilizada”, ainda “sujeita à conclusão da avaliação total dos danos e do plano de recuperação”, leva a crer que estas fábricas possam estar “totalmente operacionais” num “período de cerca de quatro meses”. “No entanto, durante este período, a atividade vai ser reiniciada de uma forma gradual com algumas operações a começarem mais cedo, inclusive as linhas de revestimento melamínico em Oliveira do Hospital”, acrescenta a empresa.

Ambas as fábricas, garante a Sonae, têm “cobertura de seguro” e estão a ser avaliados “pedidos de indemnização por perdas patrimoniais e de lucros cessantes”.

A Sonae termina, agradecendo aos “colaboradores de ambas as fábricas pela coragem e empenho no combate aos fogos ao lado das corporações de bombeiros, protegendo as zonas críticas das unidades industriais”. E conclui: “Sem a sua ajuda, e devido à magnitude dos incêndios, os danos teriam sido muito mais extensos.”

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Sonae responde à queixa-crime da Altice: “Não nos deixaremos intimidar”

A Sonae, liderada por Paulo Azevedo, garante que: "não se deixa intimidar, mesmo quando é usado o ataque pessoal com a intenção de nos condicionar", respondendo assim à queixa-crime da Altice.

A Sonae, liderada por Paulo Azevedo responde à Altice, que ainda esta manhã anunciou que vai apresentar uma queixa-crime contra o presidente do grupo nortenho. Diz que “continuará a indignar-se” quando vê serem dadas condições para negócios danosos do interesse público, sublinhando que “não se deixa intimidar”.

“A Sonae não abdica das suas convicções e dos seus argumentos e continuará a indignar-se, quando, por ação ou inação, se criam as condições para que possam acontecer graves danos do nosso interesse público. Não nos deixaremos intimidar mesmo quando é usado o ataque pessoal com a intenção de nos condicionar, num reflexo do que é já o modo como a liberdade de opinião e de expressão de um receio cívico poderão vir a ser postas em causa”, pode ler-se no comunicado enviado ao ECO.

A Altice, como o ECO escreveu em primeira mão esta manhã, vai avançar com uma queixa-crime contra Paulo Azevedo depois de este ter dito que a compra da TVI pela Altice pode criar uma “Operação Marquês” dez vezes maior.

A dona da PT adianta que “não aceitará que terceiros façam declarações ou insinuações difamatórias relativamente a si ou à sua relação com reguladores, independentemente da posição ou poder desses terceiros“.

A polémica estalou depois de Paulo Azevedo, em declarações escritas à Lusa, na passada sexta-feira, ter mostrado a sua indignação com a falta de consenso no parecer da ERC sobre a operação da compra da dona da TVI pela proprietária da PT/Meo, permitindo que o negócio avance.

O chairman da Sonae disse ainda que “acredita que esta não decisão [de Carlos Magno] carece de sustentação legal”. “Sinto o dever de dizer bem alto que estamos a assistir a uma tentativa de deixar passar uma operação que provocará um grave e perigoso enfraquecimento da resiliência e qualidade da nossa sociedade“, frisou.

As declarações de Paulo Azevedo surgiram depois de a Nos ter considerado “incompreensível” e “insustentável” que a ERC não tenha chegado a um acordo sobre o negócio da compra da TVI pelo Meo, o que viabilizou a passagem da operação pelo crivo deste regulador.

A Altice, por seu turno, fala num movimento de pressão por parte da Nos “inadmissível num mercado maduro de um país europeu”.

(Notícia atualizada às 16:30 com mais informação)

 

 

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Altice avança com queixa-crime contra Paulo Azevedo

A dona da PT, que quer comprar a TVI, vai avançar com uma queixa-crime contra Paulo Azevedo depois de este ter dito que o negócio pode criar uma "Operação Marquês" dez vezes maior.

A Altice vai avançar com uma queixa-crime contra Paulo Azevedo. A dona da PT, que quer comprar a TVI, diz que “não aceitará que terceiros façam declarações ou insinuações difamatórias relativamente a si ou à sua relação com reguladores”. Isto depois de o presidente da Sonae ter, no final da semana passada, afirmado que o negócio criará uma “Operação Marquês” dez vezes maior.

“O Grupo Altice não aceitará que terceiros façam declarações ou insinuações difamatórias relativamente a si ou à sua relação com reguladores, independentemente da posição ou poder desses terceiros. Responsabilizaremos, como é nosso dever, quem fizer afirmações relativamente à Altice que possam, ilegitimamente, afetar os nossos negócios e a nossa reputação”, diz num comunicado em que revela que decidiu “avançar com uma queixa-crime contra o Engenheiro Paulo Azevedo”, tal como ECO avançou em primeira mão.

Paulo Azevedo afirmou, no final da semana passada, que “acredita que esta não decisão [de Carlos Magno] carece de sustentação legal”. “Sinto o dever de dizer bem alto que estamos a assistir a uma tentativa de deixar passar uma operação que provocará um grave e perigoso enfraquecimento da resiliência e qualidade da nossa sociedade”, sublinhou.

O líder da Sonae reagiu assim, numa declaração escrita enviada à Lusa na sexta-feira, à falta de consenso no parecer da ERC sobre a operação de compra da dona da TVI pela proprietária da PT/Meo, permitindo que o negócio avance. E acrescentou que a concretização do negócio “criará as condições para que, daqui a dez anos, possamos estar todos indignados com a descoberta de uma operação ‘Marquês’ dez vezes maior”.

"Altice não aceitará que terceiros façam declarações ou insinuações difamatórias relativamente a si ou à sua relação com reguladores, independentemente da posição ou poder desses terceiros. Responsabilizaremos, como é nosso dever, quem fizer afirmações relativamente à Altice que possam, ilegitimamente, afetar os nossos negócios e a nossa reputação.”

Altice

“Sem prejuízo de a substância das declarações vir a ser objeto dos procedimentos legais adequados, é claro que as declarações do Engenheiro Paulo Azevedo são o culminar de uma campanha pública orquestrada contra a Meo, incluindo pressões indevidas sobre os reguladores”, acrescenta o comunicado da dona da PT.

“Esta campanha apenas serve o interesse dos concorrentes da Meo, os quais têm vastos recursos financeiros e estão presentes num número significativo de setores económicos, procurando diminuir o procedimento regulatório em curso. É fundamental que tal campanha não impeça um procedimento regulatório justo e transparente”, remata.

A concretização do negócio criará as condições para que daqui a dez anos possamos estar todos indignados com a descoberta de uma operação ‘Marquês’ dez vezes maior.

Paulo Azevedo

Presidente executivo da Sonae

Além de Paulo Azevedo, também a Nos considerou “incompreensível” e “insustentável” que Carlos Magno, presidente da ERC, tenha votado a favor do negócio da compra da TVI pela Meo — o que viabilizou a passagem da operação pelo crivo deste regulador. “Foi com enorme perplexidade que a Nos constatou o voto de vencido do presidente do conselho regulador da ERC a esta operação, o qual se revela incompreensível e insustentável”, disse a empresa liderada por Miguel Almeida.

A reação da Nos mereceu, de imediato, resposta por parte da Altice. Num comunicado, a operadora salientou que “após a decisão da ERC e quando se julgava que o processo seguisse o seu caminho legal, eis que num impensável movimento de pressão, inadmissível num mercado maduro de um país europeu e num ato de total desrespeito por quem emite uma opinião fundado daquilo que é a sua crença na legalidade processual, a Nos vem tecer afirmações sobre a decisão da ERC que mostram bem que quem está habituado a controlar os mercados em que atua não aceita a livre concorrência como regra do jogo”.

(Notícia atualizada às 12h14 com mais informação)

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