A hora de Cláudia. Uma transição que a Sonae prepara há dois anos

Doze anos depois de Paulo suceder a Belmiro, chegou a hora de Cláudia suceder a Paulo. O grupo prepara a transição há dois anos e nova CEO esteve seis meses liberta de funções a preparar novo cargo.

Os acionistas da Sonae SGPS elegem esta terça-feira o novo conselho de administração do grupo, momento que marcará a segunda transição de liderança em 12 anos. Em 2007, Paulo sucedeu a Belmiro. Em 2019, Cláudia sucede a Paulo. E a transição que agora se concretiza, apesar de aprovada apenas em julho do ano passado, foi sendo preparada ao longo dos últimos dois anos, num esforço que movimentou quase todos os conselhos de administração das empresas do grupo.

Não sendo alheios a transições na liderança executiva, o grupo apostou num longo processo de preparação de Cláudia Azevedo, mas também do próprio grupo e das suas dezenas de ramificações. “Os últimos dois anos também foram intensos no desenvolvimento e planeamento da sucessão na gestão em todos os níveis, incluindo a minha substituição e a do Ângelo Paupério nas nossas funções executivas”, explica Paulo Azevedo.

Neste processo preparatório, também foi dada toda a margem a Cláudia Azevedo para se preparar para a liderança, com a Sonae a movimentar-se para dar meio ano de ‘folga’ à gestora das funções que exercia, ‘folga’ que lhe permitiu dedicar toda a atenção nas responsabilidades que assume a partir de agora.

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“O esforço desenvolvido pelo Ângelo e por mim na preparação da sucessão, juntamente com o esforço do Conselho de Administração na elaboração da recomendação para a nova CEO e para a composição do Conselho, foi minucioso e oportuno, permitindo um período de 6 meses para a transição com a Cláudia Azevedo, liberta das suas funções anteriores e preparando-se para a sua nova função“, revela o co-CEO da Sonae, na mensagem deixada a “colegas, acionistas e parceiros”, no relatório e contas relativo ao exercício de 2018.

Tendo herdado o cargo de CEO da Sonae em 2007 e partilhando-o com Ângelo Paupério, Paulo Azevedo conhece como ninguém a transição por que Cláudia Azevedo passará agora. Talvez por isso os cuidados na preparação da nova transição. E talvez por isso aquele que será a partir de agora “apenas” Chairman da Sonae assegura que fará “o melhor possível para criar as condições necessárias para que Cláudia e as equipas executivas tenham sucesso na sua difícil tarefa de atender aos exigentes objetivos de valor económico e social que sempre impusemos a nós mesmos”.

Porque Paulo sabe o que se vai exigir de Cláudia: que concretize objetivos que “exigem um elevado grau de conhecimento e empenho do Conselho e dos acionistas e uma forte parceria sustentada por um elevado nível de confiança na administração”. E nestes objetivos estão números, crescimento e levar o grupo a enveredar por novos caminhos, longe de óbvios.

O que aí vem

“Estas coisas das mudanças de liderança fazem-se porque faz sentido e porque esperamos que as novas lideranças façam mais e melhor”, explicou Paulo Azevedo, já na última apresentação de resultados em que deu a cara como Co-CEO da Sonae.

Tal como nos anos em que liderou a Sonae, Paulo Azevedo não estava sozinho a apresentar as contas. A seu lado tinha Ângelo Paupério, que partilhou a cadeira de CEO da Sonae com o filho de Belmiro de Azevedo. E se Paulo deixou o desejo de ver a Sonae a fazer mais e melhor, Ângelo explicou porquê: “Estamos muito bem preparados para continuar o nosso caminho, sentimos que os nossos negócios têm equipas preparadas para prosseguir este caminho, o balanço é forte e a capacidade do grupo para os apoiar é grande”.

Por tudo isto, sublinhou esperar “um futuro, liderado por Cláudia Azevedo, cheio de sucesso”.

Mas a nova CEO da Sonae não herda só uma empresa em posição de crescer, mas também uma empresa que precisa de crescer. O grupo tem hoje um portfolio alargado, é certo, mas também demasiado concentrado, pois apesar das dezenas de ramificações — retalho alimentar, saúde e bem-estar, desporto, eletrónica, imobiliário, serviços financeiros, centros comerciais, telecomunicações ou tecnologias emergentes –, as contas da empresa continuam a depender em dois terços da Sonae MC.

Ponderar, decidir e executar a estratégia para aumentar o peso dos negócios não-alimentar, melhorando a rentabilidade dos mesmos, será assim um dos grandes desafios que a nova CEO enfrentará neste seu primeiro mandato à frente da Sonae. O outro grande desafio reside no core da Sonae, ou seja, o ramo alimentar: por um lado, o segmento vai enfrentar concorrência reforçada com a entrada da Mercadona em Portugal, e, por outro, a Sonae não concretizou o objetivo de dispersar parte do capital da Sonae MC. O que fazer? Como? E quando? São perguntas a que caberá agora a Cláudia responder.

As outras mudanças

A subida de Cláudia Azevedo a CEO da Sonae não é a única alteração no grupo que hoje se concretiza. Ângelo Paupério e Carlos Moreira da Silva vão transitar para a administração da Efanor, sendo a primeira vez que nomes fora da família Azevedo assumem lugar na administração da holding pessoal da família.

E além de Cláudia Azevedo a CEO e Paulo Azevedo a Chairman, a gestão da Sonae será agora composta por nomes como José Neves Adelino, Marcelo Faria de Lima e Margaret Lorraine Trainer, que já marcam presença no conselho. Já Fuencisla Clemares, ex-responsável ibérica da Google, é um dos novos nomes a entrar na administração, bem como o de Philippe Cyriel Elodie Haspeslagh.

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Sonae capta 50 milhões no mercado. Procura mais 100 milhões

  • ECO
  • 10 Abril 2019

A "holding" concretizou com sucesso a emissão de um empréstimo obrigacionista no montante de 50 milhões de euros. Emissão garante necessidades deste ano.

A Sonae foi ao mercado. Realizou com sucesso a emissão de um empréstimo obrigacionista no montante de 50 milhões de euros, por subscrição particular e sem garantias, pelo prazo final de 7 anos. Esta operação garante as necessidades deste ano, mas a “holding” quer assegurar as necessidades de financiamento até ao final de 2020. Para isso, precisa de mais 100 milhões.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), a empresa que vai passar a ser liderada por Cláudia Azevedo a partir de dia 30, revela que fez a operação, mas nunca é referida a taxa de juro a que se financiou neste montante que lhe “permite estar totalmente financiada para o corrente exercício”.

Adicionalmente, acrescenta que está “em processo de formalização de novos empréstimos no montante aproximado de 100 milhões de euros, que permitirão assegurar todas as necessidades de financiamento atualmente existentes até final de 2020 e manter um perfil de maturidade da dívida confortável”.

“Com estas operações, a Sonae também aumenta a diversificação dos bancos de relacionamento e obtém condições de financiamento mais favoráveis, reduzindo o custo médio de dívida com vista à prossecução dos seus objetivos estratégicos, nas melhores condições”.

“Em 2018, o custo médio das linhas de crédito utilizadas pelo grupo Sonae (excluindo a Sonae Sierra) apresentou um nível baixo, próximo de 1%, fruto da forte qualidade do grupo e da sua solidez financeira”, nota a empresa, em comunicado. A dívida da Sonae encolheu em 223 milhões no ano passado, numa base comparável, num ano em que os lucros ascenderam a 222 milhões.

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Sonae lucra 222 milhões. Aumenta dividendos em 5%

No último ano sob o comando de Paulo Azevedo, a dona do Continente apresentou um crescimento de 33% nos lucros. O dividendo cresce 5%.

A Sonae lucrou mais. A holding ainda co-liderada por Paulo Azevedo apresentou um crescimento de 33% nos resultados líquidos, num ano que ficou marcado por uma série de operações que geraram ganhos de capital. Com as vendas a ascenderem a quase seis mil milhões de euros, a rentabilidade da empresa registou uma melhoria que também puxou pelos lucros, permitindo um aumento da remuneração aos acionistas.

“Em 2018, os negócios da Sonae continuaram a apresentar um forte desempenho de vendas e de rentabilidade. O volume de negócios aumentou 8,1% em termos homólogos para cerca de 6 mil milhões de euros. Este desempenho beneficiou da contribuição dos negócios de retalho da Sonae, nomeadamente do desempenho like-for-like e da expansão da rede de lojas”, refere Ângelo Paupério, que lidera, juntamente com Paulo Azevedo, a Sonae.

Ao mesmo tempo que o volume de negócios acelerou, “o EBITDA subjacente da Sonae cresceu 8,4% para 372 milhões”, sendo que para este contribuíram, além do desempenho operacional, os “ganhos de capital, quer da venda de ativos da Sonae Sierra, quer das operações de sale and leaseback de ativos da Sonae RP, e ainda pelo impacto positivo da joint-venture com a JD/Sprinter“.

Estes efeitos permitiram um crescimento do “resultado líquido atribuível a acionistas que ultrapassou os 220 milhões de euros, face a 166 milhões no ano anterior”, salienta Ângelo Paupério, que tal como Paulo Azevedo, se prepara para abandonar a liderança executiva da Sonae. Cláudia Azevedo vai assumir o cargo de CEO.

“Esta intensa atividade coincidiu com o último ano de mandato do atual Conselho de Administração que integrei enquanto Co-CEO e contribuiu para que a transferência de responsabilidades que agora ocorre se processe com redobrado conforto e confiança, na certeza de que a nossa empresa está preparada para os novos desafios e na profunda convicção e sincero desejo que a nova equipa executiva liderada pela Cláudia Azevedo continue a potenciar o sucesso deste projeto único e que tanto nos une que é a Sonae“, diz.

Mais lucros, mais dividendos

Perante o crescimento dos lucros, e depois de um ano em que o investimento ascendeu a 702 milhões de euros por causa da aquisição de 20% da Sonae Sierra, a Sonae vai propor um crescimento do dividendo por ação a entregar aos investidores. Apesar de os lucros aumentarem 33%, o valor do dividendo vai subir 5%.

“Considerando o resultado líquido obtido em 2018, o Conselho de Administração irá propor em assembleia geral de acionistas, o pagamento de um dividendo bruto de 0,0441 euros por ação, 5% acima do dividendo distribuído no ano anterior”.

A Sonae nota que “este dividendo corresponde a um dividend yield de 5,4% relativamente à cotação de fecho do dia 31 de dezembro de 2018 (que se fixou em 81 cêntimos)”. À luz dos resultados alcançados, esta remuneração acionista que a holding pretende pagar representa um payout de 42%.

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Sonae aposta em inteligência artificial para aumentar as vendas. Investe na ViSenze

A Sonae IM coliderou uma ronda de investimento de 20 milhões de dólares na ViSenze, uma empresa que alia a inteligência artificial com elementos visuais para levar os consumidores à compra.

A Sonae IM voltou às compras. O alvo desta vez foi a ViSenze, uma startup tecnológica de Singapura que alia a inteligência artificial ao poder da imagem para potenciar o comércio. A subsidiária portuguesa da Sonae coliderou uma ronda de investimento Series C de 20 milhões de dólares, em conjunto com a Gobi Partners, anunciou esta terça-feira.

Algoritmos e outras tecnologias ligadas à inteligência artificial têm ganhado grande relevância no comércio eletrónico e também em lojas físicas. Várias tecnológicas têm desenvolvido soluções que recorrem aos dados dos utilizadores e a elementos visuais para levarem os consumidores à compra, um exemplo de como a tecnologia tem ajudado as empresas a aumentarem o volume de vendas e a faturação.

Sem revelar o montante investido e a posição exata adquirida, a Sonae IM garante que a ViSenze, fundada em 2012, “tem passado por uma expansão global com mais de 80 trabalhadores” e conta com diversos escritórios na Europa, EUA e Ásia. “O atual financiamento será usado pela ViSenze para fornecer tecnologia avançada e verticalizada para o comércio com base em imagem, para retalhistas, marcas e empresas de media”, sublinha a empresa.

Em comunicado, a subsidiária da Sonae revela que a ViSenze tem parcerias com várias fabricantes de smartphones, como a Samsung, a LG e a Huawei. “As soluções para plataforma da empresa ligaram acima de 400 milhões de produtos de mais de 800 vendedores e retalhistas na sua rede global de afiliados”, indica a Sonae IM.

A ViSenze já não era alvo de uma injeção de capital desde 2016. Em setembro desse ano, oito investidores juntaram-se para dotar a startup de 10,5 milhões de dólares de capital fresco, entre os quais a Rakuten, que também participou na ronda anunciada esta terça-feira. A Rakuten é uma multinacional japonesa que fornece soluções tecnológicas para o comércio eletrónico.

Esta é a segunda operação de investimento anunciada pela Sonae IM este ano. Em meados de janeiro, o ramo de investimento do grupo Sonae anunciou a compra de uma posição maioritária na Excellium, uma empresa de cibersegurança com sede no Luxemburgo. Foi a décima empresa de segurança informática adquirida pela Sonae IM em cinco anos.

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E vão dez, em cinco anos. Sonae reforça na cibersegurança com compra da Excellium

É a décima empresa de cibersegurança a ser comprada pela Sonae IM em cinco anos. Desta vez, o alvo foi a Excellium. A nova tecnológica europeia conta com 500 funcionários.

O ramo de investimento do grupo Sonae foi novamente às compras. A Sonae IM acaba de anunciar a compra de uma posição maioritária na Excellium, uma empresa de cibersegurança do Luxemburgo. Na fusão entra também a S21sec, que já era detida pela holding portuguesa, dando origem a um novo grupo tecnológico europeu com mais de 500 colaboradores. A informação foi revelada pela Sonae IM num comunicado, sem desvendar o montante envolvido na operação.

Segundo a Sonae, a Excellium é uma empresa com uma importante base de clientes, nomeadamente “conceituadas instituições financeiras” no Benelux, assim como “entidades governamentais e grupo económicos” com atividade naquela região. Tem ainda uma “solução proprietária de gestão de cibersegurança” que vai reforçar o “portefólio de serviços e tecnologias” que já eram prestados pelas empresas da Sonae.

“Tendo em conta que o cibercrime tem vindo a crescer de forma exponencial, não só em número de incidentes, mas também em termos de impacto e complexidade, a realização deste investimento é particularmente importante, porque aumenta a capacidade de inovação de ambas as empresas para a prestação de serviços altamente especializados no combate a estas ameaças”, refere a Sonae IM num comunicado.

Carlos Alberto Silva, administrador executivo da Sonae IM, confessa a “aposta na consolidação do setor”. “No seguimento da aquisição em 2016 da Sysvalue, em Portugal, e da fusão da S21sec com a Nextel em Espanha, durante 2018, esta transação reforça a nossa aposta na consolidação do setor. Adicionalmente, trata-se de um marco relevante na nossa trajetória, sendo o nosso décimo investimento em cibersegurança desde 2014″, indica o gestor.

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Menu das boxes de TV da Meo passa a mostrar publicidade

Os menus interativos das boxes de televisão da operadora Meo passaram a incluir anúncios publicitários. E o Continente é a primeira marca portuguesa a experimentar esta nova solução.

Agora, os menus das boxes de televisão da Meo também mostram publicidade. Em causa está um novo formato de anúncio que está a ser testado desde dezembro pela Continente e que foi desenvolvido pela operadora, em parceria com o SAPO. A novidade foi comunicada esta sexta-feira pela marca da Sonae.

Numa altura em que o consumo de televisão é cada vez menos linear, em que os espetadores podem avançar e recuar na emissão e saltar a publicidade, a Altice tem tentado explorar novas formas de impactar o público com anúncios publicitários. Esta nova solução passa por mostrar banners de publicidade nos menus interativos das boxes de TV paga, nomeadamente na área de gravações.

Nesse sentido, o Continente tornou-se a primeira marca a explorar este novo conceito de anúncio, que “pretende ir de encontro às novas tendências de consumo de televisão, onde os acessos aos serviços on-demand [serviços não lineares, a pedido] ganham cada vez maior relevância, e em paralelo, representa uma aposta numa comunicação cada vez mais próxima dos clientes”, lê-se num comunicado da cadeia de retalho.

A primeira campanha nos menus interativos das boxes da Meo decorreu em dezembro: “O cliente, ao aceder à área de gravações da Meo, era impactado com um banner publicitário do Continente, e caso optasse por clicar no mesmo, era remetido para o vídeo da campanha”.

Exemplo de um anúncio do Continente no menu de uma box da Meo.Continente

“Esta é uma estratégia pioneira e impulsionadora de uma nova tendência relativamente à qual a Meo se orgulha de disponibilizar o acesso, abrindo o caminho para novos desenvolvimentos no setor”, afirmou o diretor de produtos e serviços comerciais da Meo, Tiago Silva Lopes, citado em comunicado. Já Filipa Martins, diretora-geral do SAPO, garante que foi um “desafio” criar esta nova solução.

Do lado do Continente, Tiago Simões, diretor de marketing da Sonae, disse que a marca “pretende explorar todas as tendências do mercado de consumo” no que toca a publicidade.

A Altice tem vindo a reiterar que quer desenvolver uma estratégia não só assente no setor das telecomunicações como também os conteúdos e a publicidade. Em Portugal, o SAPO já está a explorar as soluções desenvolvidas pela Teads, uma startup que aplica a inteligência virtual ao negócio da publicidade, e que foi adquirida pela dona da Meo em março de 2017, por 308 milhões de dólares.

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Voltam a circular mensagens falsas em nome dos CTT e do Continente. Prometem prémios e dinheiro

Os CTT avisaram que há uma campanha fraudulenta por SMS. O Continente fê-lo no final do mês passado. Pingo Doce e Lidl também já tinham sido alvo. A fraude veio para ficar e todo o cuidado é pouco.

Se recebeu uma mensagem suspeita em nome de uma marca portuguesa conhecida, como os CTT ou o Continente, pode estar a ser alvo de uma tentativa de burla. Várias empresas portuguesas estão a ser alvo de campanhas fraudulentas, uma tendência que não é nova e já afetava a banca, mas que está a disseminar-se por outros setores, como os correios e o retalho.

Estas tentativas de burla são vulgarmente chamadas de tentativas de phishing. Não são um problema novo, embora esteja cada vez mais sofisticado. Com recurso a informação que o utilizador conhece (como uma marca, por exemplo), os burlões tentam levar a vítima a fazer alguma coisa, como, por exemplo, fazer um pagamento falso ou ceder dados pessoais.

Os CTT CTT 0,00% são uma das empresas que, nas últimas semanas, tem enfrentado este tipo de situação. O problema ganhou uma dimensão considerável, o que levou a empresa a decidir que estava na hora de avisar os clientes. Numa breve mensagem publicada no site da empresa, os CTT alertam que “diversos clientes” têm recebido mensagens SMS “em nome dos CTT” e “num português pouco correto”.

“Estes SMS são fraudulentos”, garante a empresa, sem especificar o conteúdo dos mesmos. Informa ainda que “já estão a ser efetuadas diligências junto das entidades competentes”. “Caso receba estes SMS, que representam um esquema de phishing, através do qual uma entidade desconhecida pretende obter dados privados, não descarregue anexos nem acesa a links e apague o SMS”, conclui a companhia.

Fraude é cada vez mais popular no retalho

Também no setor retalho têm surgido problemas do mesmo género. A empresa mais recente a emitir um aviso foi o Continente. Num comunicado, a cadeia de hipermercados da Sonae deu conta da existência de “campanhas fraudulentas em nome do Continente” que estão a circular em sites, redes sociais e por via de mensagens SMS. A empresa dá mais alguns detalhes e indica que a falsa campanha diz respeito a “um sorteio de códigos postais”.

“A mensagem é fraudulenta, porque, para além de utilizar indevidamente e ilegalmente o nome da marca Continente, procura recolher dados pessoais de cidadãos com a promessa de um prémio inexistente”, referiu a cadeia portuguesa de retalho. “Os destinatários são pessoas selecionadas aleatoriamente, clientes e não clientes do Continente”, sublinhou a empresa, confirmando “que não houve acesso indevido aos dados” pessoais de quem fez compras nas lojas da Sonae.

Imagem posta a circular pelo Continente para alertar os portugueses para a existência de campanhas fraudulentas em nome da marca da Sonae.D.R.

A retalhista da Sonae SON 0,66% apresenta ainda uma imagem de uma dessas mensagens, onde se lê: “Parabéns! Os resultados do sorteio de códigos postais saíram hoje! Você é um dos nossos 15 compradores sortudos.” A mensagem fraudulenta é ainda acompanhada de uma ligação, através da qual a campanha de phishing tentaria produzir os resultados pretendidos pelos burlões. A dimensão da fraude levou o Continente a lançar um portal de segurança com informações sobre a campanha de phishing.

As campanhas de phishing estão, desta forma, a ganhar tração entre os portugueses e a chegar a cada vez mais setores da economia. Sempre foram muito comuns no setor da banca, e parecem estar a propagar-se de forma massiva pelo setor do retalho.

Até porque o Continente não foi a primeira marca a ser visada por uma burla deste género: os alertas têm sido sucessivos e também o Pingo Doce, da Jerónimo Martins, revelou há vários meses estar a ser alvo deste tipo de campanhas.

“Identificámos o envio de mensagens falsas em nome do Pingo Doce, como o caso de um sorteio, que não foram enviados pelo Pingo Doce”, lê-se num antigo comunicado publicado pela empresa. “Pedimos um especial cuidado na divulgação dos seus dados pessoais em páginas que não são oficiais da marca, assim como nos termos e condições de participação em todos os concursos e passatempos”, sublinhava a empresa.

Em meados de janeiro, também o Lidl foi alvo de uma campanha fraudulenta, de phishing, na qual era prometido um cartão com 250 euros para gastar nos hipermercados da empresa. São apenas alguns exemplos, longe de serem os únicos, pelo que todo o cuidado é pouco.

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Família Sonae sustenta bolsa. EDP avança com entrada de fundo ativista

Praça lisboeta contrariou sentimento negativo lá fora. Cotadas da família Sonae continuam a evidenciar apetite comprador após falhanço da OPV do retalho. EDP também esteve em destaque.

A bolsa portuguesa avançou pela segunda sessão consecutiva, com a família Sonae em destaque. Também as ações da EDP foram protagonistas do dia, depois de o fundo Elliot Management do investidor ativista Paul Singer ter anunciado que comprou uma posição qualificada na elétrica nacional superior a 2%.

O PSI-20, o principal índice português, somou 0,30% para 5.058,08 pontos, com dez cotadas a fechar acima da linha de água. A Sonae avançou 3,27% e a Sonae Capital ganhou 2,67%, nos melhores desempenhos do dia (juntamente com os CTT), mantendo-se atrativas para os investidores depois do falhanço da venda da unidade de retalho Sonae MC.

Outro destaque do dia: a EDP, que chegou a ganhar mais de 2% durante a manhã, mas fechou o dia em alta de 0,67% para 3,14 euros, isto depois de ter comunicado ao mercado que o fundo Elliot Management passou a deter quase 2,3% do capital da elétrica, num investimento avaliado em 260 milhões de euros.

EDP avança após a entrada do fundo abutre

Entre as grandes cotadas, também a Galp e Jerónimo Martins tiveram um dia positivo, com ganhos entre 0,2% e 0,4%. E as ações do BCP ganharam 0,21% depois de a Moody’s ter melhorado o rating do banco.

A travar maiores ganhos em Lisboa esteve a papeleira Altri (-3,29%) e a Semapa (-2,22%). A Navigator disse na segunda-feira que a passagem do furacão Leslie por Portugal vai obrigar à paragem da sua fábrica na Figueira da Foz durante uma semana.

Lá por fora, grande parte dos principais índices fechou no vermelho. Em Milão, o FTSE-Mib caiu 1,31% e registou a maior queda no Velho Continente, perante notícias de que a Comissão Europeia vai rejeitar a proposta orçamental submetida pelo Governo no início desta semana. Em Paris e Frankfurt, as quedas foram de 0,5%. O índice de referência europeu Stoxx 600 perdeu 0,44%.

(Notícia atualizada às 16h53)

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Medo da Amazon? Sonae diz que americanos nem site têm em Portugal

Sonae tenta reafirmar atratividade do seu negócio após falhar venda da unidade de retalho na bolsa. Diz que vale mais do dobro do que o mercado avalia. E desvaloriza concorrência da Amazon.

Falhada a oferta de venda de ações da Sonae MC, a Sonae veio reafirmar esta segunda-feira a sua história de investimento junto dos investidores. Diz que vale mais do dobro daquilo que o mercado avalia atualmente. Medo da Amazon no comércio online? “Não é um grande problema em Portugal. Os shoppings são muito populares aqui. E a Amazon não tem um site www.amazon.pt nem um armazém”, sublinha a empresa.

Enquanto procura reorientar-se após ter voltado atrás com os planos de colocar o seu negócio de retalho na bolsa, a Sonae atualizou a apresentação junto dos investidores para assegurar que continua atrativa.

Começa por argumentar que se encontra subavaliada na bolsa, assinalando que há uma “enorme diferença” entre o valor líquido do ativo (NAV) da empresa e a sua avaliação no mercado. A este propósito, diz que o NAV cresceu 4% a um ritmo anual desde 2009, tendo chegado ao final de junho a valer 4,1 mil milhões de euros, mais do dobro da sua capitalização bolsista (cerca de 1,7 mil milhões de euros).

Aliás, sobre o preço da ação, a Sonae argumenta que foi “particularmente afetada pela crise financeira global, mas também pelos problemas económicos e financeiros em Portugal”, contrapondo a sua cotação (fechou esta segunda-feira nos 0,84 euros) com a média de preços alvo dos analistas (1,37 euros).

Também destaca que possui um “negócio de retalho diversificado”, do qual fazem parte marcas como o Continente, Worten, Wells, Maxmat, Go Natural, entre outros, e que se encontra estabelecido numa rede de centros comerciais que são o “destino proeminente” para as compras em Portugal.

Por outro lado, depois de desvalorizar a concorrência da gigante do comércio online Amazon, dizendo que nem site em Portugal tem, a Sonae evidencia que a sua estrutura de holding “fornece um parceiro completamente alinhado com um histórico de criação de valor”.

Entre as mensagens chave que tenta transmitir na apresentação, a Sonae lembra que é líder de mercado na maioria dos formatos de retalho onde opera, está posicionada para melhorar a rentabilidade e para fazer crescer a remuneração aos acionistas.

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“Ficaríamos contentes com a Sonae MC… mas há outras operações em curso”

Paulo Rodrigues da Silva lamenta o fracasso da OPV da Sonae MC. Culpa a instabilidade nos mercados, que "é sempre difícil de prever".

Sonae falhou a oferta pública de venda (OPV) da Sonae MC. Perante a instabilidade nos mercados, a empresa não conseguiu atrair os grandes investidores, deixando assim cair por terra uma operação que teria deixado, se tivesse chegado ao fim, “muito contente” a bolsa portuguesa. Paulo Rodrigues da Silva, CEO da Euronext, lamenta, mas olha para a frente. Diz, ao ECO, que “há outras operações em curso” que vão chegar ao mercado até ao final do ano.

“Assistiu-se a quedas substanciais nos mercados acionistas nos últimos dias. Foi um período marcado por uma forte instabilidade”, diz Paulo Rodrigues da Silva. Esse contexto adverso explica o fracasso da operação da Sonae. “Perante os contactos realizados, a empresa decidiu que não era adequado” avançar com a OPV. Era “uma possibilidade que já estava prevista”, lembra o presidente da bolsa portuguesa, salientando que não foi caso único. Nos mercados Euronext houve outras duas empresas a fazerem o mesmo que a Sonae.

Ficaríamos contentes se a OPV da Sonae MC se tivesse realizado“, admite. Questionado sobre se a Sonae poderá voltar a tentar colocar o negócio do retalho em bolsa nos próximos tempos, Paulo Rodrigues da Silva diz desconhecer. “A informação que temos é que a empresa abandonou o processo. Não há informação sobre se pode voltar”, acrescenta, salientando que acredita que essas “decisões serão tomadas a seu tempo”.

Paulo Rodrigues da Silva não fica a lamentar-se pelo que não aconteceu. Antes, o responsável pelo mercado de capitais nacional prefere olhar para a frente, focando-se noutros processos. “Há outras operações em curso”, diz ao ECO, apontado para a entrada em mercado da Farminveste, empresa em processo de aquisição da Glintt que vai dispersar ações em bolsa já na próxima semana. E uma outra operação, mais pequena, que está a ser realizada pela FlexDeal.

PSI-20 à espera de novas empresas

Com o fracasso da OPV da Sonae, fica adiado o “sonho” do PSI-20 aumentar o número de empresas que o constituem. Em vez de 20, há algum tempo que o índice de referência conta apenas com 18 cotadas, o mínimo exigido pelas regras. A Sonae MC, pela dimensão, seria uma potencial candidata à subida à “primeira liga” da bolsa nacional, sendo que Paulo Rodrigues da Silva diz que, se tivesse entrado em bolsa, e se fosse elegível, não era líquido que “o índice ganhasse mais uma empresa”. “Poderia substituir uma das que está”, diz.

Apesar de ter um número de cotadas aquém do desejável, o CEO da Euronext Lisboa diz que este “não é um tema de grande discussão” na bolsa portuguesa. “A estabilidade é um valor”, diz, salientando que mudar o PSI-20 para PSI-15 ou PSI-10 poderia colocar em causa essa estabilidade. E remata: “os investidores não olham para um índice local. São investidores globais”, ou seja, olham para as empresas desse mercado, comparando-as com outros pares internacionais.

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Ações da Sonae disparam após fracasso da OPV da Sonae MC

Investidores estão a transferir capital para as outras cotadas da Sonae, isto após a empresa ter deixado cair a oferta de venda de ações da unidade de retalho devido à turbulência nas bolsas.

Tanto a Sonae como a Sonae Capital estão a brilhar na bolsa de Lisboa, atraindo os investidores que contavam participar na oferta pública de venda (OPV) da unidade de retalho, entretanto cancelada devido “às condições adversas do mercado”.

A Sonae SGPS, a holding que detém a Sonae MC que se preparava para ir para a bolsa, está a somar 4,22% para 0,864 euros. Também a Sonae Capital está a disparar 5,28% para 0,758 euros, tendo chegado a ganhar um máximo de 6,8%. Ambos os títulos evidenciam elevada liquidez face ao normal.

“Em Portugal a grande notícia é que a Sonae MC já não vai entrar em bolsa. A justificação é não ser uma boa fase do mercado e por isso não terem encontrado grandes investidores iniciais”, diz Carla Maia Santos, broker da XTB Portugal. “Os investidores transferem assim o capital para a Sonae Capital levando esta a apresentar valorizações acima de 5%“, acrescenta a expert.

Sonae atrai investidores da OPV

Uma semana depois de ter recebido “luz verde” do regulador, a Sonae MC cancelou esta quinta-feira a oferta de venda de ações que estava em curso e que iria culminar com a estreia no mercado no próximo dia 23 de outubro. A turbulência observada nas bolsas nos últimos dias fez com que os planos fossem por água abaixo.

“A Sonae SGPS informa que, face às condições adversas nos mercados internacionais, a oferta institucional não se concretizará, o que determinará, consequentemente, a não execução da oferta pública de venda de ações da Sonae MC”, disse a empresa no comunicado enviado à CMVM.

A Sonae MC pretendia dispersar até 21,7% do capital, correspondentes a 217 milhões de títulos, a um preço entre 1,40 euros e 1,65 euros. A oferta para o retalho e institucionais tinha arrancado apenas esta segunda-feira.

"Em Portugal a grande notícia é que a Sonae MC já não vai entrar em bolsa. A justificação é não ser uma boa fase do mercado e por isso não terem encontrado grandes investidores iniciais. Os investidores transferem assim o capital para a Sonae Capital levando esta a apresentar valorizações acima de 5%.”

Carla Maia Santos

Broker da XTB Portugal

(Notícia atualizada às 11h20)

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OPV da Sonae MC falha. Sonae explica com queda das bolsas

A Sonae decidiu cancelar a oferta publica a decorrer. Justifica a opção com a tensão nos mercados.

A Sonae falhou a oferta publica de venda (OPV), que tinha arrancado esta semana. Exatamente uma semana depois de ver o prospeto aprovado por parte da CMVM, a dona do Continente vem agora dar um passo atrás na dispersão do capital da empresa de retalho, justificando-o com a tensão nos mercados internacionais.

“A Sonae SGPS informa que, face às condições adversas nos mercados internacionais, a oferta institucional não se concretizará, o que determinará, consequentemente, a não execução da oferta pública de venda de ações da Sonae MC”, diz a empresa no comunicado enviado à CMVM.

A OPV da Sonae arrancou esta segunda-feira, 8 de outubro, com a empresa a colocar à venda 21% do capital da empresa, com a maior “fatia” a ser destinada aos investidores institucionais. No prospeto da operação, a Sonae alertava que caso as condições de mercado fossem adversas, a não concretização da venda desta “fatia” invalidaria toda a operação. Foi o que aconteceu.

A empresa arrancou com o roadshow numa semana que ficou marcada por quedas acentuadas nos mercados acionistas. A tensão entre Roma e Bruxelas, por causa do orçamento, mas também a escalada dos juros da dívida nos EUA, levaram as bolsas a registarem desvalorizações acentuadas, atirando os índices para mínimos. Lisboa está no nível mais baixo em ano e meio.

Sem conseguir vender as ações aos institucionais, a OPV caiu. Os pequenos investidores que nestes dias colocaram ordens de compra das ações não vão poder comprar os títulos que a empresa colocou no mercado com um valor entre 1,40 e 1,65 euros. Essas ordens podem ser revogadas por esses investidores, mas mesmo que não sejam acabarão por ser invalidadas.

(Notícia atualizada às 20h53 com mais informação)

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