OPEP arrasta petróleo para queda de mais de 3%

  • Leonor Rodrigues
  • 11 Novembro 2016

O petróleo está a afundar. Os investidores estão a reagir ao aumento da produção da OPEP.

O petróleo está em forte queda nos mercados internacionais. A desvalorização acontece depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter anunciado que a produção da matéria-prima aumentou no mês passado. Ou seja, apesar das negociações para um corte na produção, o cartel continua a inundar o mercado.

O Brent está a desvalorizar 3,29% para os 44,33 dólares, já o WTI a cair 3,38% para os 43,15 dólares. O preço do barril está cada vez mais longe do patamar dos 50 dólares, com os investidores a refletirem nas cotações da matéria-prima o excesso de oferta no mercado.

Fonte: Bloomberg (Valores em dólares)
Fonte: Bloomberg (Valores em dólares)

A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou num relatório que o cartel não vai conseguir cumprir a meta estabelecida de redução da produção da matéria-prima até ao final do mês. E até está a fazer o contrário: a produção está a aumentar. No mês passado foram produzidos mais de 96 milhões de barris por dia, mais 1% do que em setembro e acima da procura estimada.

Além disso, alguns países que não fazem parte do cartel, como o Canadá, Cazaquistão e Rússia, devem aumentar a produção de petróleo em cerca de 500 mil barris diários no próximo ano, de acordo com o mesmo relatório. Ainda assim, apesar de todos os números apontarem no sentido contrário, a OPEP defende que o desequilíbrio entre a procura e a oferta vai atenuar-se no futuro.

A OPEP está a tentar acertar os detalhes para o corte na produção acordado em setembro. No entanto, esse compromisso não tem sido fácil de alcançar e, para dificultar ainda mais este processo, o Iraque e o Irão já manifestaram a sua intenção de ficar de fora deste acordo.

 

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PSI-20 fecha a semana em mínimos de quatro meses

  • Ana Luísa Alves
  • 11 Novembro 2016

A bolsa de Lisboa fechou em terreno negativo pela terceira consecutiva. Perdeu quase 1%, pressionada pela Galp Energia.

A bolsa de Lisboa fechou a última sessão desta semana a cair, recuando pela terceira sessão consecutiva. O PSI-20 cedeu 0,91%, penalizado pela forte queda da Galp Energia numa sessão em que a petrolífera foi arrastada pela forte descida dos preços da matéria-prima nos mercados internacionais.

O índice português, que tinha cedido mais de 1% nas últimas duas sessões, recuou para os 4.376,94 pontos, completando mais uma semana de quedas, a terceira consecutiva. Ao longo das cinco sessões desta semana, praça nacional registou uma queda de 2,46%, tocando mínimos de quatro meses.

À semelhança do que acontece em Lisboa, nas principais praças europeias o cenário é de quedas no fecho da semana. Só a praça alemã teve um registo positivo, embora tenha subido pouco mais de 20%. Em Londres, a FTSE registou um recuo de 1,58%, e a bolsa espanhola recuou mais de 1,5%. As praças do Velho Continente continuam a ser penalizadas pelos receios dos investidores relativamente à vitória de Trump nos EUA.

A ditar a queda da bolsa nacional esteve a Galp Energia, que caiu quase 3% para os 11,55 euros, depois de hoje ter sido divulgado um relatório em que a OPEP revela que o fornecimento mundial de petróleo no mês passado atingiu 96,32 milhões de barris por dia, mais 1% do que em setembro e acima da procura. Este dado ditou uma forte queda do preço do barril. As cotações recuam mais de 3%.

Nas energéticas, a EDP voltou a registar uma descida de 1,07% na sessão desta sexta-feira, isto apesar da inversão da tendência da EDP Renováveis. A empresa liderada por Manso Neto subiu pouco mais de 1,59% para os 5,82 euros, penalizada pelos receios dos investidores quanto ao impacto que a vitória de Trump poderá ter na política energética dos EUA, onde a empresa tem grande parte do seu negócio.

A impedir uma queda mais expressiva da bolsa nacional esteve o BCP. O banco liderado por Nuno Amado registou um avanço de mais de 4,97% para os 1,24 euros, tendo chegado a subir quase 8%. A subida dos títulos do banco foi impulsionada pelo interesse da Sonangol em também superar a fasquia dos 20% do capital, tal como a Fosun.

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Risco de Portugal agrava-se para níveis pré-DBRS

Taxa de juro da dívida a 10 anos supera a barreira dos 3,5%, algo que não acontecia desde a semana que antecedeu o Orçamento do Estado. E numa altura em que a agência DBRS mantinha Portugal "refém".

Os juros da dívida portuguesa estão a disparar. A perceção de risco nos mercados escala para o nível mais elevado desde que Mário Centeno, ministro das Finanças, levou a proposta de Orçamento do Estado ao Parlamento no passado dia 14 de outubro. Nessa altura, Portugal estava “refém” da DBRS, a agência canadiana que na semana seguinte iria decidir se o país continuava ou não qualificado para o programa de dívida do Banco Central Europeu (BCE).

No mercado secundário, os juros nacionais voltavam esta sexta-feira a subir em todos os prazos. E em força. No caso das obrigações a 10 anos, a referência no mercado, a taxa implícita avançava mais de 12 pontos base para 3,523%, o nível mais elevado desde o dia 7 de outubro. A cinco anos, a yield associada subia sete pontos base para 1,99%.

O movimento de agravamento do risco era generalizado a outros mercados. Em Espanha, na mesma maturidade, a taxa implícita também avançava mais de dez pontos base para valores observados após o referendo no Reino Unido no final de julho. E no caso italiano, os juros subiam para um valor acima de 2% pela primeira vez desde setembro.

Juros portugueses agravam-se no mercado secundário

Fonte: Blomberg (Valores em percentagem)
Fonte: Bloomberg (Valores em percentagem)

Na Alemanha, a taxa de juro da dívida a dez anos seguia nos 0,305%, o nível mais elevado desde março. Ainda assim, a escalada das taxas de Portugal faz com quem o prémio de risco exigido pelos investidores para apostarem na dívida nacional em detrimento dos títulos da maior economia da Europa disparar para 319 pontos base, nível a que estava quando aguardava o veredicto da DBRS.

Assiste-se a uma movimento de fuga às obrigações soberanas, com os investidores a refletirem no mercado de dívida os receios em torno das políticas que serão adotadas nos EUA pelo futuro presidente, Donald Trump. O receio é de que faça disparar a inflação, forçando a Fed a subidas abruptas dos juros.

Para Adam Donaldson, diretor de obrigações da Commonwealth Bank of Australia, a eleição de Trump é um “game changer” para os mercados obrigacionistas. “A forte inclinação [de Trump] para maior expansão orçamental e da inflação representa uma mudança radical face ao mal-estar dos últimos anos. Isto abre a porta para a Fed subir os juros em dezembro e para o ritmo de subidas das taxas ser mais rápida em 2017 e 2018 do que o esperado”, acrescentou.

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Excesso de petróleo? OPEP diz que é momentâneo

  • Lusa
  • 11 Novembro 2016

A OPEP confia que o desequilíbrio entre a oferta e a procura vá desaparecendo no futuro, mesmo depois da produção de petróleo ter continuado a aumentar em outubro.

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) sublinha que o fornecimento mundial de petróleo em outubro atingiu 96,32 milhões de barris por dia, mais 1% do que em setembro e acima da procura estimada. Apesar do aumento, o cartel acredita que o desequilíbrio entre a oferta e a procura vai desaparecer no futuro.

Para este excesso de oferta contribuíram tanto os 14 sócios da OPEP como os produtores que não fazem parte da organização. Segundo as fontes secundárias mencionadas pela OPEP, o grupo produziu mais 0,7% em outubro, mesmo depois de no mês anterior ter alcançado um princípio de acordo para congelar ou reduzir a oferta e assim conseguir subir os preços, atingidos desde há dois anos pelo excesso de oferta.

Um acordo que se espera que comece a concretizar-se com números na próxima reunião da OPEP de 30 de novembro em Viena. Mesmo assim, a OPEP confia que o desequilíbrio entre a oferta e a procura vá desaparecendo no futuro.

Segundo os cálculos da OPEP, o excesso de oferta — que em 2015 foi de cerca de dois milhões de barris por dia — caiu para 270.000 barris por dia no terceiro trimestre de 2016. Para 2017, a OPEP prevê uma procura de 95,55 milhões de barris por dia e que a contribuição dos competidores e outros hidrocarbonetos não convencionais seja de 62,86 milhões de barris por dia.

A diferença, de 32,69 milhões de barris por dia, que ficaria para ser coberta pela OPEP, coincide exatamente com a previsão da procura que o grupo calcula para o petróleo da OPEP em 2017, ou seja o equilíbrio entre a procura e a oferta. No relatório, a OPEP assegura que este ano as reservas de petróleo cresceram mais lentamente devido a “um aumento mais lento dos fornecimentos”.

Assim, os inventários seriam atualmente de cerca de 304 milhões de barris no conjunto de países mais industrializados (OCDE), contra 350 milhões de barris no ano passado. Segundo a OPEP, “os ajustamentos no fornecimento, tanto da OPEP como dos não OPEP, vai acelerar a diminuição do considerável excedente das reservas mundiais de petróleo e vai ajudar a antecipar o reequilíbrio do mercado”.

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Wall Street em queda. Tecnológicas pressionam

Dow Jones cede ligeiramente após atingir máximos históricos. Mas é o setor tecnológico quem mais pressiona as bolsas norte-americanas.

Depois de um rally inesperado nas bolsas norte-americanas na sequência da eleição de Donald Trump, Wall Street regista hoje uma sessão de descompressão. As quedas nos principais índices são ligeiras com os investidores numa pausa para avaliarem o impacto que poderão ter as políticas do futuro inquilino da Casa Branca.

“O mercado norte-americano está a reavaliar sobre o que Trump representa”, referiu Paul Wildman, analista da Avalon Capital, à Bloomberg. “Não penso que seja terrível para o negócio apesar de talvez representar algum protecionismo. O mercado está preocupado não apenas com uma possível subida dos juros em dezembro, está a olhar para o próximo ano e a pensar que a Fed poderá subir mais duas ou três vezes as taxas”, acrescentou.

Neste cenário, o S&P 500, o índice de referência mundial, descia 0,36% para 2.159,75 pontos, na primeira sessão de perdas desta semana. O industrial Dow Jones perdia ligeiros 0,4%, depois de ter alcançado uma fasquia recorde na sessão desta quinta-feira. Mas era o setor tecnológico que registava as quedas mais acentuadas: o Nasdaq perdia 0,43% com as ações das grandes companhias da indústria a cair mais de 1%, caso da Apple, Amazon.com e do Facebook.

"O mercado norte-americano está a reavaliar sobre o que Trump representa. Não penso que seja terrível para o negócio apesar de talvez representar algum protecionismo. O mercado está preocupado não apenas com uma possível subida dos juros em dezembro, está a olhar para o próximo ano e a pensar que a Fed poderá subir mais duas ou três vezes as taxas.”

Paul Wildman

Analista da Avalon Capital

Ainda no plano empresarial, as ações da Walt Disney cediam mais de 2% depois de ter apresentado uma perspetiva de resultados que dececionou a expectativa do mercado.

De acordo com uma nota do Goldman Sachs, há setores da economia que vão beneficiar mais com a presidência de Trump. É o caso do setor financeiro e da saúde, industrias que poderão beneficiar do anúncio de reversão de algumas políticas implementadas por Barack Obama. A promessa de Trump em relação a uma aposta nas infraestruturas significa ainda que o setor relacionado com a produção de matérias-primas para a construção de obras públicas poderá sair a ganhar.

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Duelo de titãs dá força ao BCP

Após várias sessões em queda, os títulos do banco estão a disparar. registam uma forte valorização patrocinada pela Fosun e a Sonangol.

Num dia que volta a ser negativo na bolsa nacional, mas também nas praças europeias, o BCP está a ser o destaque pela positiva. Com o interesse da Sonangol em superar os 20% do capital, ao mesmo tempo que a Fosun prepara a entrada no capital da instituição, os títulos do banco liderado por Nuno Amado estão a disparar. Já valem quase mil milhões (outra vez).

Desde a fusão das ações, os títulos do banco afundaram. Mas no caminho para a assembleia geral de acionistas com vista à alteração do limite dos direitos de voto para acomodar a entrada da Fosun, os títulos começaram a valorizar. Agora, com a Sonangol, a valorização está a ser ainda mais expressiva. O BCP está a ganhar 6,2% para os 1,25 euros.

As ações já estiveram a valorizar 7,88% durante a negociação deste último dia da semana. Mantêm, assim, a tendência de ganhos da última sessão, dia em que os títulos do banco avançaram 2,35%. Subidas acentuadas que levam a capitalização do BCP para 998 milhões de euros, deixando-o perto do patamar dos mil milhões de euros.

A Sonangol está a ditar uma pressão compradora sobre os títulos. A empresa angolana liderada por Isabel dos Santos pediu autorização ao Banco Central Europeu para superar a fasquia dos 20% no capital do BCP — numa altura em que a Fosun prepara a entrada e o banco vai votar o aumento do limite aos direitos de voto de 20% para 30% a 21 de novembro.

Apesar deste entusiasmo recente dos investidores em torno das ações do banco, a instituição liderada por Nuno Amado continua a apresentar um saldo negativo em bolsa desde a fusão dos títulos. Com a fusão de 75 ações numa só, o valor de cada ação passou para 1,34 euros. Está ainda quase 10 cêntimos abaixo.

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Web Summit: Recebi um alemão em casa. Não foi Schäuble

Levámos a peito a vontade de fazer networking motivados pelo Web Summit. Recebemos um alemão nos nossos aposentos. Mas não houve resgate: não recebemos o ministro das Finanças, Schäuble.

O Web Summit é um evento que tem na base o networking. Isso implica que, por exemplo, Paddy Cosgrave começou todos os dias com uma atividade: pedia aos participantes para se levantarem e falarem com a pessoa ao lado. O ECO recebeu em casa, através de uma plataforma de CouchSurfing, um jovem alemão que veio ao WS ser voluntário.

Decidido a incorporar o mote do Web Summit, recebi em casa Christian Czapka. É jovem — tem 22 anos –, alemão — vive em Munique –, e estuda e trabalha ao mesmo tempo na BMW. É, pelo que me contou, um cliché alemão: o gigante automóvel está a servir de caso de estudo para a tese sob o tema “Qualitative Planning in the area of additive manufacturing”.

Tal como muitos outros jovens que chegaram ao Web Summit para fazer voluntariado, Christian veio com a vontade de conhecer mais. Conta que entre o ensino secundário e a faculdade foi um ano para a Austrália, o chamado gap year. Viveu experiências — chegou a atropelar um canguru, confessa — que o marcaram e o fizeram valorizar experiências fora da Alemanha, por muito que tenha boas condições no seu país.

Apesar de já ter viajado muito, é a primeira vez que vem a Portugal. Mesmo com o frio que se sentiu esta semana, Christian elege a meteorologia como o fator mais positivo do país. “Não sei como é o resto do país, mas tenho adorado tudo o que vi até agora”, explica ao ECO, nomeadamente as pessoas e a beleza da cidade de Lisboa. “Até a comida”, finaliza.

“Muito educados, de mente aberta e simpáticos” — é assim que classifica os portugueses que conheceu. No entanto, diz não existir uma imagem preconcebida dos portugueses na Alemanha. E, ao contrário do que se possa pensar, Christian conta que não existem muitas notícias sobre Portugal nos media alemães.

Web Summit

Não sabia do evento antes. Foi só com a vinda do Web Summit para Portugal que Christian Czapka passou a conhecer o evento. Não se lembra onde ouviu falar pela primeira vez, mas diz que provavelmente foi no Facebook. “Fizeram uma campanha de marketing muito boa. Estavam em todo lado”.

É interessado em startups e empreendedorismo e tinha curiosidade em ter mais informações sobre este mundo. No futuro pretende criar uma startup ou, pelo menos, ajudar a criar algo de novo. Não tem de ser o conceito que se popularizou como startup.

Christian Czapka, 22 anos. Vive em Munique e foi voluntário no Web Summit.
Christian Czapka, 22 anos. Vive em Munique e foi voluntário no Web Summit.

Este alemão partilha com os participantes do Web Summit a vontade de criar algo novo. “Criar algo que o Mundo precise”, diz. Christian Czapka aprecia o conhecimento dos empreendedores e a sua vontade de conhecer mais.

As conferências foram “inspiradoras”, mas curtas. A grande vantagem da Web Summit foi conhecer novas pessoas. “É muito fácil fazer networking e ficar com os contactos com o QR Code (da aplicação)”, explicou.

O mais positivo para este jovem alemão foi a interação com as startups. Foi nessas voltas que deu pelos quatro pavilhões da FIL que ganhou a inspiração que levará para a Alemanha. “Há pessoas de todas as partes do Mundo a fazerem projetos tão diferentes”, diz entusiasmado.

Christian Czapka aponta os problemas com o Wi-Fi e o excesso de pessoas como os dois pontos fracos do Web Summit. “Foi stressante. Caso tivesse de ir rápido de uma conferência para outra era complicado”, admite.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa.

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Wizink conclui compra do negócio do Barclaycard em Portugal e Espanha

  • Lusa
  • 11 Novembro 2016

O banco especializado em cartões de crédito Wizink anunciou hoje ter completado a aquisição do negócio do Barclaycard em Portugal e Espanha, reforçando com mais 800 mil clientes a sua carteira.

O WiZink (antigo Banco Popular-e) incorporou um total de 1,3 mil milhões de saldos de clientes de cartões, reforçando a sua carteira de clientes em mais 800.000 (300.000 em Espanha e 500.000 em Portugal) provenientes do Barclaycard, refere a instituição em comunicado, sem divulgar os valores envolvidos na operação.

“A conclusão da operação de aquisição do Barclaycard [iniciada em abril], em Espanha e Portugal, permite ao WiZink praticamente duplicar o seu negócio de cartões, reforçando a sua posição de liderança neste segmento”, acrescenta o WiZink, que passa a gerir uma carteira de mais de três milhões de clientes e de 3,1 mil milhões de euros em saldos de cartão nos dois países.

A integração deste negócio inclui também os 500 profissionais do Barclaycard, que se juntam aos 700 trabalhadores que o WiZink tem, atualmente, nos seus quadros.

Concluída a venda, o WiZink “inicia agora o processo de integração dos sistemas e clientes de Barclaycard, que terminará ao longo de 2017”.

Esta operação de aquisição foi realizada em paralelo com a mudança de marca do Wizink e com o processo de transformação integral da sua plataforma tecnológica.

“Esta nova plataforma, mais ágil e flexível, adapta-se às necessidades dos seus clientes, assegura uma boa experiência do cliente e facilita a integração dos novos negócios como é o caso do Barclaycard”, acrescenta.

Já numa nota enviada pelo Barclays sobre o negócio, esta instituição destaca que a operação faz parte de uma “significativa e importante” redução dos negócios não estratégicos, num movimento determinante para a estratégia do grupo.

“Com a venda deste negócio, torna-se ainda mais visível o caminho do nosso objetivo para diminuição dos ativos de risco para cerca de 23 mil milhões de libras esterlinas [26,7 mil milhões de euro] em 2017”, refere o presidente executivo do Barclays, Jes Staley, citado na nota.

“O negócio de cartões de crédito em Portugal e Espanha é um ótimo negócio, com uma equipa altamente talentosa e dedicada, mas que já não se adapta na nossa ambição estratégica. Estou certo que continuarão a prosperar como parte do negócio do Wizink”, acrescenta.

O Barclays vai continuar a operar nos negócios de Corporate e Investment Banking em Portugal e Espanha, que são elementos importantes da atividade da instituição, sinaliza.

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Concorrência pode retomar investigação ao cartel da banca

A AdC foi autorizada pelo Tribunal da Relação de Lisboa a prosseguir a investigação sobre a atuação concertada de 15 bancos, suspensa há sete meses pelo Tribunal da Concorrência.

A Autoridade da Concorrência (AdC) foi autorizada pelo Tribunal da Relação de Lisboa a prosseguir a investigação sobre a atuação concertada de 15 bancos, suspensa há sete meses pelo Tribunal da Concorrência, informou hoje a AdC.

Foi há ano e meio, em 29 de maio de 2015, que a ADC acusou (através da adoção de uma nota de ilicitude) quinze bancos de práticas concertadas, por trocarem informações comerciais consideradas sensíveis sobre a oferta de produtos de crédito na banca de retalho, designadamente, crédito ao consumo, crédito a empresas e crédito à habitação.

Mas a 30 de março deste ano, a investigação foi temporariamente suspensa por sentença do Tribunal da Concorrência que determinou um efeito suspensivo a oito recursos de decisão interlocutória apresentados por vários bancos, o que determinou a suspensão do processo até sentença dos vários recursos.

O processo subiu ao tribunal superior e, em outubro deste ano, o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu que aqueles recursos (de decisão interlocutória da AdC) não tinham afinal efeito suspensivo, mas apenas efeito meramente devolutivo.

“A AdC vê agora confirmado o seu entendimento de que, sem prejuízo da normal sindicância de quaisquer atos da AdC, a Lei da Concorrência prevê expressamente que a investigação de uma determinada infração não fica prejudicada pela litigância que possa existir durante o procedimento, sob pena de paralisação das investigações em curso”, explica a Autoridade, numa nota divulgada hoje na sua página de internet.

A decisão do Tribunal da Relação de Lisboa permite levantar a suspensão do processo, e prosseguir a investigação, mas só depois de transitarem em julgado os acórdãos de 11 de outubro e 27 de outubro do Tribunal da Relação de Lisboa que autorizam o levantamento da suspensão do processo.

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Este anúncio quer que você acorde

A nova publicidade da Lipton Ice Tea tornou-se viral. No anúncio a marca de chá simula uma experiência para combater o 'piloto automático' que há em nós.

Estamos realmente atentos ao que importa? É esta a pergunta da Lipton Ice Tea no novo anúncio que circula desde segunda-feira. O spot publicitário tornou-se viral na internet com mais de 18 mil gostos e quase 35 mil partilhas. No YouTube o anúncio já tem mais de 300 mil visualizações.

Chama-se “Awake” a experiência da marca de chás que quis, com esta publicidade, alertar para os perigos de se viver em “piloto automático”. No vídeo várias pessoas são confrontadas com situações na rua onde podiam ajudar, mas não o fizeram por estar a olhar para o telemóvel, por exemplo.

O spot descreve a vida atual como rotineira, um mundo “cafeinado” e cheio de pressa para chegar a algum lado. Para combater essa indiferença, a marca criou uma exposição interativa com a qual confrontou algumas pessoas.

Nessa exposição estão várias situações desde uma senhora carregada de sacos das compras até um bebé abandonado num carrinho no meio da rua. Essas mesmas pessoas são depois confrontadas com um vídeo em que ignoram este tipo de situações.

Editado por Mónica Silvares

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Carlos Carreiras sobre Rui Rio: “Se quer tanto ser candidato, que seja às autárquicas”

  • ECO
  • 11 Novembro 2016

As palavras de Rui Rui, que admite candidatar-se à liderança do PSD, já desencadearam reações.

Depois de Rui Rio admitir que poderá candidatar-se à liderança do PSD, Carlos Carreiras deixa o desafio: “Se quer tanto ser candidato, que seja às autárquicas, que são já para o ano, e é essa, neste momento, a preocupação em que estamos focados no partido”.

De acordo com o Diário de Notícias, o coordenador autárquico do PSD acredita que Rui Rio “tem capacidade e currículo” para ser um “bom” candidato a uma câmara municipal. Mas também identificou alguma “fragilidade e sobranceria” nas palavras de Rui Rio, quando este aponta as condições para avançar na corrida à liderança do PSD. Carreiras reagia assim à entrevista de Rui Rio publicada ontem no DN, em que este admitia que poderia candidatar-se contra Pedro Passos Coelho à liderança do PSD.

Carlos Carreira, que preside à Câmara Municipal de Cascais, também estranhou as críticas de Rio à oposição do PSD na Câmara do Porto, incluindo o facto de não ter um candidato forte. “Nesse caso porque não se candidata ele próprio? Nada o impede. Tem currículo, capacidade e experiência para ser um bom candidato a qualquer câmara e a do Porto ainda melhor”, afirmou Carlos Carreiras.

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FMI: aumentar IMI diminui probabilidade de “bolha” no imobiliário

  • Marta Santos Silva
  • 11 Novembro 2016

Quanto mais alto o imposto sobre os imóveis, mais pequenas são as variações de preços dos prédios. Uma recomendação importante agora que as preocupações com uma nova "bolha" aumentam.

E se um aumento do IMI fosse motivado não para forrar os cofres do Estado mas sim para defender a estabilidade dos preços dos imóveis? Uma nova investigação publicada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstra como um aumento dos impostos sobre os imóveis pode ajudar significativamente a reduzir a volatilidade dos preços e, assim, evitar “bolhas” no imobiliário.

É um working paper, ou seja, um resumo de um trabalho de investigação que ainda está a decorrer, escrito por Tigran Poghosyan, um investigador “da casa” no FMI. E a conclusão a que chega não é pequena: um aumento de 0,5% no imposto sobre imóveis (que em Portugal toma a forma do IMI) pode concretizar-se numa diminuição de entre 0,5 e 5,5% na volatilidade dos preços dos prédios.

Poghosyan focou-se num período de dez anos nos Estados Unidos, onde analisou vários níveis diferentes de tributação e o seu impacto na volatilidade dos preços — um fator importante na criação de “bolhas” do imobiliário como a que esteve na raiz do crash nos Estados Unidos em 2008. O investigador concluiu assim que o aumento do imposto tinha um impacto direto na volatilidade dos preços dos imóveis. O gráfico abaixo ilustra o mecanismo descoberto — com o imposto mais baixo a azul e o imposto mais alto a vermelho, é possível ver como as variações de preços são muito menos intensas no caso dos impostos altos.

Que implicações tem esta conclusão?

O working paper termina sublinhando as implicações da descoberta desta ligação de causalidade para as políticas públicas, embora importe aqui ressalvar que um artigo deste tipo não representa necessariamente a opinião do FMI, mas sim a do investigador que realizou o estudo.

  1. O imposto sobre os imóveis pode ser usado como uma ferramenta eficiente para diminuir a volatilidade dos preços no mercado imobiliário.
  2. Aumentar o imposto sobre a compra ou venda de imóveis pode, no entanto, ter consequências negativas: desencorajar transações que pudessem distribuir melhor os imóveis; diminuir a mobilidade dos trabalhadores por tornarem difícil mudar de casa. Por outro, os impostos sobre as transações, são mais difíceis de alterar em alguns países e de implementação mais lenta do que os impostos recorrentes.
  3. Recomenda-se assim que o foco seja nos impostos recorrentes sobre os imóveis — como é o caso do IMI — havendo uma maior neutralidade entre investir em propriedades e noutros tipos de capital. O investigador recomenda ainda a eliminação de deduções fiscais sobre as hipotecas, de forma a desincentivar a compra de casas financiada através da dívida.

São recomendações significativas numa altura em que se voltam a levantar preocupações com a formação de uma nova “bolha” do imobiliário, em especial na China, onde esta já estará num estado bastante avançado. “São necessárias políticas macroeconómicas urgentes para conseguir um equilíbrio entre a estabilização do crescimento e o fim das bolhas nos ativos”, disse mesmo o Banco da China num apelo ao Governo chinês.

Editado por Mónica Silvares

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