Governo promete que dívida vai dar “um trambolhão”. Como?

Com os reembolsos previstos para este ano e o crescimento esperado para o PIB, o rácio da dívida pública deverá registar a maior queda anual dos últimos 19 anos, antecipa o Executivo de António Costa.

A dívida pública continua a crescer e a alcançar novos máximos históricos: está perto dos 250 mil milhões de euros, o equivalente a mais de 132% do produto interno bruto (PIB) nacional. Mas não só vai voltar a baixar em outubro, como, este ano, Portugal vai conseguir maior redução anual da dívida dos últimos 19 anos. A dívida “vai dar um trambolhão”, promete o Governo. Como? Com o pagamento de seis mil milhões de euros de obrigações do Tesouro e, possivelmente, com um novo reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), além de um crescimento da economia melhor do que o era esperado.

“Estamos a conseguir reduzir o défice e vamos começar a reduzir a dívida a partir de outubro. É a esta trajetória que temos de dar continuidade”, anunciou António Costa, no domingo, sem esclarecer de forma é que essa redução vai ser feita. No mesmo dia, em entrevista à RTP, Mário Centeno deu mais detalhes: “Há um pagamento de uma Obrigação do Tesouro de valor superior a seis mil milhões de euros que vai ocorrer em outubro”.

O ministro das Finanças refere-se a uma Obrigação do Tesouro vendida em outubro de 2007, com uma taxa de cupão de 4,35%, no valor de 6.082 milhões de euros, que vence no próximo mês, segundo o calendário de amortizações do IGCP.

Para além deste pagamento, há mais mil milhões que poderão ser reembolsados ao FMI ainda este ano. Em entrevista ao ECO, esta segunda-feira, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, reconhece que Portugal está “com um nível de dívida alto”, mas esse nível “vai dar um trambolhão”, já que, para além dos seis mil milhões em obrigações do Tesouro, a subida do rating por parte da Standard & Poor’s torna “mais provável que se antecipem mais pagamentos ao FMI“, diz o secretário de Estado. “Estou em crer que será possível antecipar cerca de mil milhões”, prevê.

Feitas as contas, e assumindo que esse reembolso antecipado ao FMI será mesmo feito, Portugal conseguirá reduzir a dívida em sete mil milhões de euros este ano, para um total de 242,1 mil milhões. Em termos nominais, este número representa um aumento face à dívida pública de 241 mil milhões de euros que foi registada em 2016. Mas, tendo em conta o crescimento esperado para a economia nacional, o rácio da dívida em relação ao PIB deverá cair significativamente.

Mário Centeno espera que esse rácio se fixe em 127,7% no final deste ano, o que representará “a maior redução anual da dívida pública dos últimos 19 anos”. Esse rácio é calculado com base nas previsões de crescimento do PIB para este ano. No Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), apresentado em abril, o Executivo de António Costa aponta para um crescimento económico de 1,8% em 2017. Mas essa previsão é bastante mais conservadora do que a que é feita pela maioria das instituições internacionais, que apontam para que o PIB português acelere à volta de 2,5% este ano.

É considerando esse crescimento de 2,5% que a dívida deverá ficar em 127,7% do PIB, como antecipa o ministro das Finanças. Seja como for, a redução da dívida será apenas em percentagem do PIB. Em termos nominais, se estes valores se confirmarem, a dívida pública superior à que foi registada no ano passado.

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Porto Smart Capital vai juntar empreendedores locais e investidores internacionais

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

O Porto Smart Capital 2017 vai reunir empreendedores locais e investidores estrangeiros nos dias 21 e 22 de setembro para debater o processo de Scale Up Porto.

O Porto vai receber a Tech Tour International Venture Club – Smart Capital, que reunirá empreendedores locais e investidores estrangeiros nos dias 21 e 22 de setembro para debater o processo de Scale Up. O evento vai ter lugar na sede da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e reúne cerca de 100 investidores seniores para o segmento corporate, gestores de fundos de capital de risco independentes e investidores estratégicos.

A edição deste ano [pode consultar o programa completo aqui] foca-se em temas como novos negócios, estratégias de investimento e processos de escalabilidade. Líderes de grandes empresas estarão presentes para discutir a tendência de evoluir uma estratégia de investigação e desenvolvimento (R&D) para fusões e aquisições (M&A) ou mesmo investimentos corporativos (VC Corporativo) e como estas novas estratégias contribuem para a aceleração do seu desenvolvimento.

Para além disto, perspetivas sobre o investimento a longo prazo, o investimento bancário, o papel dos investidores e quais as suas mais-valias são exemplos de outras questões debatidas pelos investidores.

A agenda conta com investidores internacionais mas também alguns nomes nacionais como a Indico Capital Partners, SONAE IM, EDP Ventures, Pathena, Caixa Capital, Armilar Venture Partners e Critical Ventures.

A Tech Tour International Venture Club – Smart Capital é uma comunidade internacional que nasceu com o propósito de facilitar o contacto entre empreendedores e investidores.

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Presidir o Eurogrupo? “Porque não?”, responde Costa

  • Marta Santos Silva
  • 18 Setembro 2017

Questionado sobre se Portugal pretendia dirigir este órgão da União Europeia, Costa optou por responder com uma pergunta: "Porque não submeter uma candidatura?"

António Costa está aberto a uma presidência portuguesa do Eurogrupo, conforme disse ao jornal europeu Politico, quando questionado. Respondendo a uma pergunta com outra, o primeiro-ministro português disse apenas: “Porque não submeter uma candidatura?”

Na entrevista de curtas perguntas e respostas do Brussels Playbook do Politico, António Costa não só se mostrou aberto a essa posição como elogiou as opções de Jean-Claude Juncker para o futuro da Europa, já que “a prioridade” do primeiro-ministro português é “a convergência, e criar um instrumento próprio para a convergência” das economias europeias, o que reforçaria o euro.

Não é de todo a primeira vez que se fala em Mário Centeno, enquanto ministro das Finanças, para presidir o grupo destes ministros que se reúne frequentemente em Bruxelas após a saída do atual presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. O holandês já afirmou que tenciona terminar o seu mandato, até meados de janeiro. Depois disso, falta saber quem lhe sucederá.

Questionado no final da reunião do Eurogrupo da semana passada, Mário Centeno não pôs de parte a opção de ser candidato: “Vamos participar nessa discussão com a maior das tranquilidades, tendo como objetivo trazer para a Europa e para Portugal aquilo que de mais positivo nós conseguimos oferecer, e isso são as nossas ideias, a nossa participação e vamos ser muito ativos nessa matéria”, disse aos jornalistas, à chegada à reunião. Questionado sobre se tem recebido incentivos dos seus homólogos para se candidatar, limitou-se a dizer que “há um conjunto de conversas”, que tem abordado com enorme tranquilidade, mas também de forma determinada.

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Investidores mais abertos ao risco. Wall Street abre a subir

Os mercados abriram esta semana a valorizar. As tensões com a Coreia do Norte estão a acalmar, mas podem voltar com a reunião das Nações Unidas. Investidores focados na Fed.

O apetite dos investidores por ativos com maior risco voltou. Wall Street abriu esta segunda-feira valorizar na primeira sessão de uma semana preenchida por encontros nas Nações Unidas e Fed. A tensão com a Coreia do Norte acalmou e, por isso, as atenções passam a estar na reunião da Fed.

O Dow Jones abriu a subir 0,18% para os 22.309,50 pontos. O S&P 500 soma 0,12% para os 2.503,18 pontos e o Nasdaq valoriza 0.26% para os 6.464,98 pontos.

As tensões entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte dissiparam após o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ter dito que é preciso construir uma “solução pacífica”. Contudo, a turbulência nos mercados pode voltar com a reunião das Nações Unidas esta terça-feira, que contará com a presença de Donald Trump.

Os operadores do mercado estão a ficar gradualmente otimistas dado que não existem novos problemas geopolíticos relacionados com a Coreia do Norte“, afirma o analista Andre Bakhos, à Reuters. “Os operadores do mercado estão agora atentos ao encontro da Fed”, acrescenta.

Também esta terça-feira começa o encontro de dois dias da Reserva Federal norte-americana. Janet Yellen não deverá anunciar nenhum aumento da taxa de juro, mas o conselho de governadores poderá revelar mais pormenores sobre os planos para começar a reduzir o balanço de 4,3 biliões de dólares. Além disso, a Fed divulgará a sua análise aos mais recentes desenvolvimentos económicos.

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Brexit está a agitar o mercado imobiliário. Londres vê preços caírem e compras sobem

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

O preço das casas no Reino Unido teve este mês a subida anual mais baixa dos últimos cinco anos e Londres registou a maior queda numa década. Compras aumentam 4,8%.

O preço das casas no Reino Unido teve este mês a subida anual mais baixa dos últimos cinco anos e Londres registou a maior quebra numa década (3,2%). Como resultado, registou-se um aumento de 4,8% nas vendas. As causas apontadas são o impacto do Brexit nos consumidores e o consequente fraco crescimento económico.

Segundo a Rightmove Plc, uma empresa de análise de mercado, houve este mês uma subida anual de 1,1% do preço de compra das casas, no Reino Unido, quando, em agosto, se tinha registado uma subida de 3,1%. Esta foi também a primeira quebra registada na evolução mensal no preço das casas britânicas em quatro anos.

Em Londres, os preços caíram 3,2% com particular destaque para os bairros mais caros, tais como Kensington e Chelsea (queda de 10%) ou Hammersmith e Fulham (8%). Estas quebras foram atenuadas por outros bairros da capital britânica — como Hackney, Southwark e Bexley –, onde os preços subiram. Este é o pior cenário que o setor imobiliário londrino enfrenta desde 2008, de acordo com agentes imobiliários inquiridos pela Royal Institution of Chartered Surveyors.

De acordo com a Bloomberg, o mercado imobiliário é onde se sentem mais os efeitos do Brexit sobre os consumidores. Mas a pressão sobre os preços também resulta do fraco crescimento económico. Face a isto, o Banco de Inglaterra anunciou ponderar a subida das taxas de juro pela primeira vez numa década.

Este crescimento menos acentuado traduziu-se numa subida anual de 4,8% nas vendas de imobiliário britânico, algo que atenua o impacto, nos consumidores britânicos, dos fracos aumentos salariais e de uma aceleração da inflação.

De acordo com a Rightmove, o crescimento anual do preço das casas está a evoluir a metade do ritmo do registado na evolução salarial, algo que trará maior alívio aos consumidores que vêem o seu poder de compra diminuir.

Miles Shipside, analista de mercado imobiliário na Rightmove, afirma que, agora que os consumidores conseguiram ver o seu poder de compra aumentar, é de esperar que tal não seja novamente revertido pela subida das taxas de juro ou por uma inflação galopante dos preços no consumidor.

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She Codes. Um curso para quando é ela que programa

Criado por três empreendedores que se conheceram no Second Home, o curso de programação vai receber dez mulheres durante quatro sábados. O primeiro arranca a 23 de setembro.

As mulheres de Lisboa vão ter um curso só para elas para aprenderem a programar. A ideia foi de dois empreendedores estrangeiros, Matthieu Aussaguel (fundador da UpLabs) e Sten Pittet (Mobile Developer, e ex Product Manager a Atlassian) e, juntamente com Diogo Dantas, arrancam no próximo dia 23 de setembro o primeiro She Codes.

Cruzaram-se no Second Home, em Lisboa, e decidiram criar um bootcamp de código e programação de quatro sessões e exclusivo a mulheres. “Eles reconheceram que a iniciativa podia ajudar a fazer uma ponte no gender gap numa indústria em que as mulheres ficam com apenas 25% das vagas em código e em que ganham, em média, menos 30% do que os homens que ocupam os mesmos lugares”, adianta Lucy Crook do Second Home Lisboa, que amadrinha a iniciativa desde o primeiro dia.

De acordo com os criadores do curso, os workshops foram desenhados para ensinar os básicos de programação, design e gestão a apenas dez mulheres, o número de vagas disponíveis nesta primeira edição. “O primeiro workshop de 12 horas tem lugar no Second Home Lisboa, e tivemos já mais de 50 candidaturas nas primeiras horas depois do anúncio”, explica Lucy Crook.

O workshop é gratuito mas os professores, que trabalham a título de voluntariado, pedem a doação de 20 euros pelas quatro sessões, de maneira a cobrir os custos fixos básicos.

Mais informações e inscrições aqui.

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APEMIP considera que é “absurdo” alterar fiscalidade dos residentes não habituais

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

Alterar o regime fiscal para este grupo é um “absurdo” e um “erro crasso", diz Associação.

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) considerou esta segunda-feira como um “absurdo” e um “erro crasso” possíveis alterações no regime fiscal para residentes não habituais.

Referindo-se à possibilidade de se introduzir, nomeadamente, uma taxa de IRS entre os 5% e os 10%, a APEMIP considerou tratar-se de um “erro crasso, que colocará em causa o bom funcionamento do programa”.

“Em Portugal, parecemos ser exímios a estragar o que funciona bem”, considerou o presidente da APEMIP, Luís Lima, em comunicado, enumerando os “problemas e entraves burocráticos” colocados aos ‘Vistos Gold’, a alteração da fiscalidade para o alojamento local e as “armas apontadas” agora ao regime para os residentes não habituais.

“(O regime é) um programa fabuloso, que tem um impacto incrivelmente positivo na economia portuguesa e no setor imobiliário, tendo sido um dos principais responsáveis pela retoma do imobiliário, e vamos introduzir alterações porque os outros países estão insatisfeitos. É um absurdo”, considerou.

A APEMIP relembrou que este programa isenta os cidadãos de impostos sobre o rendimento, mas não sobre impostos indiretos.

O avanço para alterações poderá avançar para “atenuar o desagrado demonstrado por países como a Suécia, cuja ministra das Finanças já havia mostrado o descontentamento pela ausência de tributação dos reformados suecos que vivam em Portugal ao abrigo deste regime”, lê-se na informação da associação.

“Tenho muita dificuldade em compreender a complacência do nosso executivo para com as angústias de outros Estados, que tantos jovens formados portugueses receberam de braços abertos, sem olhar aos custos que esta ‘fuga de cérebros’ representou para o Estado português” concluiu.

O regime fiscal para residentes não habituais foi criado em 2009 e revisto em 2012 para cidadãos que queiram estabelecer em Portugal uma residência temporária.

Na sexta-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, confirmou que o Governo está a estudar, “já há alguns meses”, a introdução de uma taxa mínima de IRS para reformados estrangeiros, em nome da “boa relação fiscal” com outros países europeus.

“Estamos a olhar para essa questão já há alguns meses, num contexto que também tem em conta aquilo que é a realidade de outros países europeus. Achamos que há ajustamentos a fazer nessa matéria. Pensamos que num contexto também, mais do que de transparência, de boa relação fiscal em termos europeus, isso merecia a nossa atenção”, afirmou Centeno à saída de uma reunião informal de ministros das Finanças da zona euro e da UE, em Talin.

Questionado sobre um calendário para a introdução desse IRS mínimo para reformados estrangeiros e se a taxa a aplicar será em torno dos 5%, escusou-se a comprometer com prazos – embora admitindo que “é possível” que se aplique já em 2018 – e apontou que “não há ainda nenhuma taxa definida, há estudos que estão a ser feitos”.

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Fim da precariedade no Estado é “praticamente neutro” no OE

  • Marta Santos Silva e Lusa
  • 18 Setembro 2017

A nova secretária de Estado da Administração Pública enfrentou pela primeira vez os deputados do grupo da precariedade, onde reiterou que há 30 mil casos de precariedade a ser analisados pelas CAB.

A nova secretária de Estado da Administração e Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, enfrentou esta segunda-feira pela primeira vez os deputados do Grupo de Trabalho para a Precariedade. Os deputados confrontaram-na, juntamente com o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, com as falhas que identificaram no diploma apelidado de PREVPAP, que já foi aprovado na generalidade e está agora a ser afinado na especialidade, e serve para regulamentar a integração dos trabalhadores com vínculo precário nos quadros da Administração Pública.

A secretária de Estado defendeu-se de acusações de que a regra introduzida no novo diploma, de que só devem ser consideradas as candidaturas de quem tenha horário completo, dizendo que essa deve ser a “regra”. “Essa deve ser a regra — como todas as regras tem de ser ponderada — mas acreditamos que se afastarmos a regra dos tempos completos começamos a criar problemas perturbadores”, afirmou. “O tempo parcial dificilmente será compaginável com a regra de exclusividade de funções que impera no setor público”, esclareceu.

A deputada do PCP Rita Rato assinalou que muitos dos trabalhadores que estão em horário parcial não o fazem por escolha, mas sim por não conseguirem encontrar funções a tempo completo. Tanto o Bloco de Esquerda como o PCP são contra este critério, já o tendo referido em várias fases do processo, e deverão pedir que haja alteração do diploma nesse sentido.

A secretária de Estado assinalou ainda que, ainda não se conhece totalmente o custo do programa de integração, a partir de 1 de janeiro, das situações que sejam confirmadas como precárias pelas Comissões de Avaliação Bipartidas, que incluem representantes dos sindicatos e dos ministérios e estão já em funcionamento. No entanto, assinalou que esse custo deverá ser “praticamente neutro” do ponto de vista orçamental.

Dirigentes dos serviços apresentaram casos de 1.163 precários

Os dirigentes da Administração Pública identificaram 1.163 trabalhadores precários que poderão vir a ser abrangidos pelo programa de regularização, anunciou ainda a secretária de Estado.

Fátima Fonseca lembrou que, até ao momento, há um total de cerca de 30 mil requerimentos de trabalhadores precários com vista à regularização da sua situação, embora ainda não se saiba quantos poderão vir a ver a sua situação confirmada como uma necessidade permanente. A governante especificou que, destes, 27.410 foram entregues pelos trabalhadores, 1.163 foram identificados pelos serviços e 2.248 são contratos emprego inserção (CEI) ou CEI+.

“São números provisórios porque o trabalho das comissões de avaliação ainda não está concluído”, acrescentou Fátima Fonseca, reafirmando que este diagnóstico não significa que os 30 mil precários identificados sejam todos validados.

O diploma do PREVPAP já foi aprovado na generalidade, estando a votação final do diploma prevista para quarta-feira.

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Subir rating sem mudar outlook “é pouco habitual”, diz a Standard & Poor’s

  • Rita Atalaia
  • 18 Setembro 2017

A agência de notação melhorou o rating de Portugal, retirando-o de lixo, sem subir primeiro o outlook para positivo. Um movimento que, diz o analista da S&P ao ECO, é "pouco habitual".

Marko Mrsnik, analista da S&P.

A Standard & Poor’s (S&P) admite ao ECO que a subida do rating de Portugal sem alterar primeiro o outlook, para positivo face a estável, “é pouco habitual”, mas “não é rara”. Marko Mrsnik, o analista da agência de notação responsável pelo relatório de Portugal, reconhece, no entanto, que não se lembra quando é que isto aconteceu pela última vez em relação a um soberano.

A S&P surpreendeu ao tornar-se na na primeira das três grandes agências de notação financeira a mudar o rating da dívida portuguesa para fora do nível considerado “lixo”, de BB+ para BBB-, considerando assim que a dívida portuguesa está no nível de investimento. Uma melhoria de que o Governo nunca duvidou.

O Ministério das Finanças referiu que esta decisão baseou-se “no reconhecimento da recente mudança estrutural ocorrida no setor financeiro, na abrangência do crescimento económico, alicerçado numa forte dinâmica de investimento e de exportações, e no controlo da despesa e da dívida pública”.

Mesmo após a Fitch e a Moody’s terem já elevado a sua perspetiva para a dívida portuguesa, embora sem a tirar do “lixo”, não era esperado que a S&P optasse por alterar já a sua opinião sobre a dívida soberana. Há seis meses, a agência tinha decidido não alterar a sua visão sobre a dívida portuguesa, mantendo-a no nível BB+ com outlook “estável”.

A agência norte-americana junta-se assim à DBRS, até agora a única outra agência de notação financeira reconhecida pela Comissão Europeia que considerava a dívida portuguesa investment grade.

Três perguntas do ECO à S&P

A S&P subiu o rating de Portugal sem alterar primeiro o outlook para positivo. Isto é habitual? Quando é que isto aconteceu pela última vez com um soberano?

Alterar um rating sem atribuir primeiro um outlook [positivo] não é habitual, mas também não é raro. Infelizmente, não me lembro da última vez que isso aconteceu recentemente. Mas, mais uma vez, essa alteração não é rara.

Há seis meses, a S&P decidiu manter o outlook da dívida portuguesa. O que mudou durante este período?

Olhando para a revisão de março, projetamos agora que o PIB português cresça, em média, mais de 2% entre 2017 e 2020, em comparação com a nossa previsão de 1,5%. Para além disso, estimamos que o alvo para o défice orçamental deste ano — de 1,5% do PIB — seja alcançado, colocando o rácio dívida/PIB numa trajetória de descida mais sólida. Acreditamos que os riscos de uma deterioração significativa das condições de financiamento externo diminuíram. E que o BCE vai garantir uma transição suave para uma política monetária menos acomodatícia.

Na vossa perspetiva, o que é necessário para Portugal manter o grau de investimento para a S&P?

O nosso outlook é suportado pelas expectativa de um crescimento económico sólido e consolidação orçamental, assim como pela diminuição dos riscos a nível do financiamento externo ao longo dos próximos dois anos.

Podemos reduzir o rating caso assistamos a uma deterioração pronunciada do crescimento económico devido, por exemplo, a um desvio significativo da política económica ou se não forem aplicadas mais reformas estruturas para reforçar o crescimento. Ou caso o Governo adote políticas que possam penalizar o acesso de Portugal aos mercados financeiros internacionais. Ou caso a posição orçamental do Governo se desvie considerável e negativamente das nossas expectativas ou se o ajustamento externo de Portugal for invertido, com a balança corrente a entrar em défice.

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Metade dos CEOs querem regulação dos mercados financeiros para evitar crises económicas

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

Entre 199 CEOs, 50% veem a regulação dos mercados financeiros como medida preventiva para evitar futuras crises económicas, diz a Kaizen Institute.

Metade dos CEOs veem o aumento da regulação dos mercados financeiros como medida importante para evitar futuras crises económicas. Este é o resultado da 2ª edição de 2017 do barómetro económico da Kaizen Institute, que consultou um painel de 199 CEOs.

O estudo surge numa altura em que se assinalam dez anos desde o início da crise económica mundial e revela também que 49% dos inquiridos propõe a introdução de novas políticas orçamentais transversais na União Europeia para fazer face a crises assimétricas. Além disto, 39% considera importante o aumento da fiscalização da banca e 20% defende o aumento do controlo na concessão de crédito.

Os resultados deste estudo apontam também para um maior otimismo face ao panorama nacional, uma vez que a confiança dos empresários em Portugal subiu de 11,5, em março deste ano, para os atuais 12,6 valores.

Ainda relativamente à situação portuguesa, o inquérito indica que 72% dos inquiridos acredita que as previsões do Banco de Portugal para o crescimento do PIB — 2,5% em 2017 e 2% em 2018— serão cumpridas. No entanto, 20% traça um cenário mais pessimista e considera que o crescimento do PIB ficará aquém destas previsões. Apenas 8% perspetiva um retrato mais otimista e acredita que os valores previstos serão superados.

Contudo, os inquiridos também salientam alguns fatores de risco para a economia nacional, sendo que, por exemplo, 28% destaca a falta de confiança na banca, 20% a falta de confiança dos mercados externos em Portugal e 19% o endividamento crescente da economia e a estratégia para a recuperação.

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Chineses dizem não à Gas Natural. EDP derrapa em bolsa

As ações da EDP recuam mais de 1%, depois de Marques Mendes ter dito que os chineses da China Three Gorges não querem a fusão da EDP com a Gas Natural.

“Não”. Esta terá sido a resposta dos chineses da China Three Gorges à aproximação da Gas Natural a uma eventual fusão com a EDP. E os efeitos parecem estar a refletir-se no desempenho bolsista da elétrica portuguesa nesta sessão. As ações da EDP seguem a desvalorizar mais de 1%, contrariando o sentimento positivo que inunda a praça bolsista nesta sessão após a inesperada retirada de Portugal da classificação de “lixo” pela Standard & Poor’s. A EDP, a par da Corticeira Amorim, são os únicos títulos do PSI-20 a negociar no vermelho.

As ações da elétrica liderada por António Mexia desvalorizam 1,19%, para os 3,334 euros. Essa desvalorização acontece depois de Luís Marques Mendes ter dito no comentário semanal deste domingo da SIC que os espanhóis do La Caixa, donos da Gas Natural, receberam um “não” como resposta da China Three Gorges à sua proposta de fusão entre aquela empresa e a EDP.

Foi à China cheio de entusiasmo e regressou da China relativamente conformado com um não dos chineses”, disse Marques Mendes relativamente ao balanço da visita de Isidro Fainé, presidente do La Caixa, àquele país. E adiantou: “o mais provável é que a estratégia espanhola esteja condenada ao fracasso”.

Ações da EDP em queda

Isto acontece após diversas notícias que davam conta de discussões no sentido de uma eventual fusão da EDP, cujo maior acionista é a China Three Gorges com a espanhola Gas Natural, que daria origem a um gigante ibérico do setor da energia.

“Este comentador está habitualmente bem informado, por isso não ficaríamos surpreendidos se tal reação por parte da China Three Gorges à aproximação da Gas Natural fosse verdadeira” afirmou Jorge Guimarães numa nota de research do Haitong, desta segunda-feira. “Se for esse o caso, tal deve ser visto como negativo para o preço das ações da EDP, já que o preço estava a ser sustentado pelas conversações de M&A, e e um recuo destes por parte do maior acionista seria naturalmente no sentido de reduzir as probabilidades de acordo no curto prazo”, acrescentava o analista na mesma nota.

Foi a 3 de julho que surgiram as primeiras notícias que davam conta de que a Gas Natural teria sondado a EDP para uma eventual fusão. A notícia foi avançada na ocasião pela Reuters, citando fontes próximas do processo, referindo-se a uma operação que poderá ficar avaliada em cerca de 35 mil milhões de euros, criando a quarta maior empresa energética da Europa em valor de mercado.

No final da semana passada, o Expansión dava conta da viagem de Isidro Fainé, presidente da Gas natural, rumo à China para tentar convencer os chineses a avançar com o casamento. O ECO também avançava na ocasião que Fainé também já tinha estado em Lisboa, há algumas semanas, para um encontro com António Costa. O objetivo foi convencer o governo português das virtudes de uma fusão entre as duas companhias.

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Uber desafia lisboetas e portuenses a deixarem o carro em casa

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

Trocar o carro pessoal por um veículo da Uber ou qualquer outra forma de transporte público é o desafio que Uber faz aos condutores do Porto e de Lisboa durante a Semana Europeia da Mobilidade.

A iniciativa #DitchYourKeys pretende promover o transporte público em 30 cidades europeias, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade. Em Portugal, entre 18 e 22 de setembro, a Uber fará descontos de 50% em viagens com ligações a estações de transportes públicos na periferia das cidades de Lisboa e Porto.

Cada utilizador da Uber terá acesso a um máximo de dez viagens com ligação a uma lista de oito estações de transportes nas duas cidades, e a empresa garante descontos de 50% nas viagens até cinco euros, a partir de qualquer ponto dos concelhos. As estações de Lisboa abrangidas pelo programa são as de Cascais, Pragal, Reboleira, Oeiras e Odivelas. Na cidade invicta as promoções aplicam-se a viagens até à Estação Ferroviária de Santo Ovídio, e as estações de metro de Fórum da Maia e de Fânzeres.

Dados revelados por um estudo da ORB International, citados em comunicado de imprensa, apontam Lisboa como a cidade europeia com a maior percentagem de utilização de carro próprio, com 71% dos inquiridos a admitir utilizar o veículo pessoal pelo menos uma vez por dia.

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