Famílias mais ricas do Norte gastam mais que as de Lisboa

  • Margarida Peixoto
  • 23 Julho 2017

A região Norte do país é a que apresenta maior desigualdade na despesa. Na Madeira é onde a desigualdade nos gastos é mais baixa.

As famílias mais ricas da região Norte gastam mais por ano do que as mais ricas do resto do país. Comparando com Lisboa, por exemplo, a diferença é de 4%. Mas o mesmo já não acontece com as mais pobres, o que coloca o Norte como a região portuguesa mais desigual. Os dados foram revelados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

35.019 euros: foi este o gasto médio anual dos agregados familiares 20% mais ricos, da região Norte — isto é, os que estão colocados no quinto quintil de rendimento total. Este nível de despesa é o mais elevado entre todas as regiões portuguesas no período entre março de 2015 e março de 2016. Mesmo comparando com a área metropolitana de Lisboa, a região do país onde a média de rendimento líquido é mais alta (assumindo dados de 2014, os mais recentes que o INE disponibiliza, verifica-se que está 19% acima da média) e onde viver custa mais 232 euros do que no resto do país. Em Lisboa, a despesa média anual das famílias mais ricas foi de 33.685 euros.

Os dados do INE permitem ver que os gastos médios dos mais ricos do Norte representam quase o dobro (1,7 vezes) da média de Portugal inteiro, cuja despesa foi de 20.363 euros.

Contudo, o mesmo não acontece nas famílias 20% mais pobres. No primeiro quintil de rendimento da região Norte, as despesas médias foram de 11.720 euros — menos 1,3% do que os mais pobres de Lisboa. Feitas as contas, verifica-se que o Norte é a região mais desigual do país no que toca aos níveis de despesa, onde os mais ricos gastam três vezes mais do que os mais pobres. Na área metropolitana de Lisboa a diferença é ligeiramente mais baixa, com os mais ricos a gastarem 2,8 vezes mais do que os mais pobres — que é o mesmo que dizer que os gastos dos 20% mais pobres são 35,3% dos gastos dos mais ricos.

O próximo gráfico mostra a distribuição da despesa das famílias, por níveis de rendimento total e por região. Pode selecionar apenas as regiões que quiser comparar, clicando sobre a legenda do gráfico.

Quanto gastam as famílias?

Fonte: INE

Os dados mostram também que as famílias mais pobres da Madeira apresentam, ainda assim, níveis de despesa mais elevados do que a média de Portugal para aquele nível de rendimento. O facto de o salário mínimo na Madeira ser mais elevado do que o registado no continente — 570 mensais, contra 557 euros — poderá ajudar a explicar este facto. A Madeira é também das regiões onde o rendimento médio total líquido é mais elevado: 22.793 euros anuais, o terceiro mais elevado do país, atrás de Lisboa e dos Açores.

Comparando as despesas das famílias mais pobres da Madeira, com os gastos das mais ricas, verifica-se que esta é a região onde a desigualdade é menor.

Qual é a região com menor desigualdade na despesa?

Fonte: INE

Ainda assim, esta medida de desigualdade da despesa pode ser enganadora. O inquérito do INE mostra que as zonas mais urbanizadas são as que têm um nível de rendimento médio líquido anual mais elevado: a diferença é de 7,2%. Já nas zonas predominantemente rurais, o rendimento médio anual fica 22,2% abaixo da média nacional.

Também os indicadores de pobreza mostram que as ilhas são das regiões mais pobres do país: em 2014, 27,5% da população dos Açores, e 21,6% da população da Madeira, estava em risco de pobreza. A média do país era de 15,9% — um número que conta com uma ajuda muito significativa dos rendimentos não monetários (como por exemplo, viver numa casa pela qual não se paga renda). Excluindo este tipo de rendimentos, a população em risco de pobreza em Portugal sobe para 19,1%.

O próximo gráfico mostra quão pobres são os mais pobres, e quão ricos são os ricos, em comparação com a média nacional.

Como se distribuem os rendimentos?

Fonte: INE

Os dados do INE permitem ainda ver os perfis de despesa das famílias com filhos e sem filhos. Os números mostram que os agregados com crianças a cargo gastam 44% mais do que os restantes. A estrutura da despesa é semelhante, à exceção dos gastos com ensino: as famílias com filhos gastam cerca de oito vezes mais com este tipo de bens e serviços do que as restantes.

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Facebook testa ferramenta para estimular assinaturas de jornais

  • Bloomberg
  • 23 Julho 2017

Maior rede social do mundo testa ferramenta que pode gerar mais assinaturas para os jornais diretamente a partir da aplicação do Facebook. Iniciativa pode ajudar a contrariar quebra de receitas.

Facebook também quer ajudar a vender jornais.flickr

O Facebook vai testar uma nova ferramenta para gerar mais assinaturas diretamente a partir da sua aplicação, dando um possível impulso a jornais e meios de comunicação em todo o mundo.

“Os nossos parceiros identificaram sistematicamente o apoio aos modelos de negócio por assinatura como prioridade máxima”, informou o Facebook na quinta-feira. “As assinaturas não têm um modelo padronizado e estamos a trabalhar em estreita colaboração com vários parceiros de todo o mundo para definir uma possível solução”.

A iniciativa do Facebook pode oferecer um benefício muito necessário aos jornais e revistas, que estão mais concentrados em aumentar as assinaturas num momento de queda das receitas com publicidades impressas e num cenário de anúncios digitais dominado pelo Facebook e Google. A nova função seria incluída no programa Artigos Instantâneos do Facebook, no qual os jornais publicam notícias que podem ser lidas diretamente no site da rede social em vez de enviar o utilizador para o site do próprio meio.

"Os nossos parceiros identificaram sistematicamente o apoio aos modelos de negócio por assinatura como prioridade máxima. As assinaturas não têm um modelo padronizado e estamos a trabalhar em estreita colaboração com vários parceiros de todo o mundo para definir uma possível solução.”

Facebook

Mas o esforço está a ser dificultado pelo facto de os meios de comunicação terem modelos diferentes e permitirem distintas quantidades de textos gratuitos antes de cobrar aos leitores.

A ferramenta de assinatura também pode diminuir o receio das empresas de média de que o programa Artigos Instantâneos do Facebook, criado em 2015, seja uma ameaça para os seus negócios. Para carregar os textos mais rapidamente nos telemóveis, o Facebook hospeda os artigos no seu próprio site em vez de encaminhar os leitores para os sites dos jornais, onde podem promover assinaturas e colecionar dados valiosos. Alguns meios reduziram o uso dos Artigos Instantâneos devido à dificuldade de obter lucro com a ferramenta.

No início da semana, o Facebook anunciou um novo instrumento para que os jornais comparem o desempenho online de seus artigos lidos através da ferramenta ‘Artigos Instantâneos’ e nos seus próprios sites para dispositivos móveis. Os meios estão a receber mais de um milhão de dólares por dia através do programa ‘Artigos Instantâneos’, informou o Facebook.

Nesta quinta-feira, o Facebook anunciou também que está a testar formas de ajudar as pessoas a descobrirem notícias locais na sua plataforma, facilitando a denúncia de notícias falsas. A empresa foi criticada pela falta de empenho no combate à disseminação de notícias falsas, especialmente relacionadas com eleição presidencial dos EUA.

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Lusovini investe 4,5 milhões em novo centro logístico e cave para espumantes em Nelas

  • Lusa
  • 23 Julho 2017

Grupo de vinhos vai investir cerca de 4,5 milhões de euros na construção de um novo centro logístico e de uma cave para espumantes em Nelas. Investimento para dar resposta à procura externa.

O grupo Lusovini vai investir cerca de 4,5 milhões de euros na construção de novo centro logístico e cave para espumantes, no concelho de Nelas, para “aumentar a capacidade de stock para mil paletes”. O presidente do grupo Lusovini, Casimiro Gomes, explicou que este investimento surge da necessidade da empresa dispor de uma maior capacidade de resposta em termos logísticos, tendo mais vinho em cave.

70% da nossa atividade é no mercado externo e este espera que tenhamos uma capacidade de reação como empresa líder. O mercado dos vinhos dos dias de hoje já não se sujeita às regras dos anos 90, em que se dizia ao cliente para esperar até termos o produto: o mercado de hoje em dia quer logo resposta”, sustentou.

Com este investimento, a Lusovini passará a ter mais vinho em cave acabado ou semiacabado, neste caso faltando apenas a sua rotulagem, o que permitirá dar resposta imediata ao cliente, com eficiência e qualidade.

“Estamos a projetar um crescimento anual de dois milhões de garrafas para quase o dobro, dentro de uma lógica que não exige mais esforço humano ou turnos. Ou seja, é duplicar a nossa atividade, mas de uma forma mais eficaz e que faz com que cada garrafa siga para o mercado no ponto”, informou.

"70% da nossa atividade é no mercado externo e este espera que tenhamos uma capacidade de reação como empresa líder. O mercado dos vinhos dos dias de hoje já não se sujeita às regras dos anos 90, em que se dizia ao cliente para esperar até termos o produto: o mercado de hoje em dia quer logo resposta.”

Casimiro Gomes

Presidente do grupo Lusovini

O lançamento da primeira pedra do novo centro logístico da Lusovini e da cave de estágio para espumantes e vinhos tranquilos de gama superior está agendado para a tarde de 28 de julho, marcando presença o secretário de Estado da Agricultura, Luís Vieira.

Este investimento de 4,5 milhões de euros vai ser realizado no perímetro da Adega de Nelas, adquirida em 2014, e que a Lusovini apresentou ao mercado em setembro de 2016 completamente recuperada. Aproveitando a topografia do terreno, a nova obra, que deverá estar concluída em meados de 2018, irá também criar no subsolo uma cave para fermentação e estágios de espumantes.

De acordo com Casimiro Gomes, este é mais um investimento que reflete a ideologia do grupo Lusovini, que pensa a médio e longo prazo, tendo sempre os próximos dez a 15 anos no horizonte.

Na cerimónia do lançamento da primeira pedra, o Grupo Lusovini aproveitará para fazer a apresentação institucional da sua nova designação “Lusovini Vinhos de Portugal”.

Nós somos claramente um projeto de vinhos portugueses e faz todo o sentido adotarmos esta designação, assumindo perante o mercado externo que só estaremos com vinhos portugueses”, apontou.

A ocasião servirá ainda para comemorar os 30 anos de carreira profissional do presidente do Grupo da Lusovini.

"Estamos a projetar um crescimento anual de dois milhões de garrafas para quase o dobro, dentro de uma lógica que não exige mais esforço humano ou turnos. Ou seja, é duplicar a nossa atividade, mas de uma forma mais eficaz e que faz com que cada garrafa siga para o mercado no ponto.”

Casimiro Gomes

Presidente do grupo Lusovini

Como Casimiro Gomes foi o responsável pelo lançamento do primeiro espumante comercial do Dão, será apresentado uma edição limitada de um espumante DOC Dão em garrafas de 1,5 litros.

Trata-se do “Pedra Cancela, Espumante Bruto, colheita 2014”, cujas castas que o integram são o encruzado, o cerceal e a uva cão.

Casimiro Gomes, que é natural da Bairrada, sempre teve nos espumantes a sua bebida de eleição, servindo o lançamento deste espumante de homenagem a todos os que o ajudaram técnica e profissionalmente.

A vertente cultural também foi associada, estando previsto para este dia um pequeno musical, intitulado’ Taberna da Adega’, que está a ser preparado pelo encenador António Leal.

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Blackstone vende centros comerciais em Portugal e investe em Israel

Fundo de private equity norte-americano vai investir 350 milhões de euros numa empresa tecnológica israelita num momento em que prepara a venda de centros comerciais em Portugal.

O fundo Blackstone está em negociações avançadas para comprar 40% de uma empresa tecnológica israelita por 400 milhões de dólares (340 milhões de euros), isto depois de ter sido noticiado esta semana que o private equity fund americano está a preparar a venda de pelo menos quatro centros comerciais em Portugal num negócio avaliado em 900 milhões de euros.

A empresa em questão é a NSO, fundada em 2009 por Omri Lavie e Shalev Hulio e que fabrica software para análise de informação de dispositivos móveis. De acordo com a imprensa israelita, citada pela agência Reuters, outro investidor — a ClearSky — deverá juntar-se ao Blackstone com a aquisição de uma participação de 10%.

Em 2014, a companhia de private equity Francisco Partners adquiriu uma posição maioritária na NSO por 120 milhões de euros. Mas agora esta sociedade poderá concretizar uma venda de parte dessa participação num negócio quatro vezes superior ao montante investido inicialmente. Há cerca de mês e meio a NSO distribuiu um dividendo de 230 milhões de dólares que não será incluído neste negócio.

Com esta transação, a Francisco Partners irá deter 40% da NSO, a Blackstone e a Clearsky irão ficar com outros 40%. Os restantes 20% ficarão distribuídos pelos dois fundadores (6% cada um) e pelos 500 trabalhadores da empresa (8%).

O investimento do fundo Blackstone no mercado tecnológico israelita acontece numa altura em que prepara a venda de parte da sua carteira de imobiliário em Portugal. Estará a preparar a alienação do Sintra Retail Park, do Forum Sintra, do Forum Montijo e do Almada Forum. O conjunto dos quatro centros comerciais poderão estar avaliados no intervalo entre 750 milhões e 900 milhões de euros, montante que caso a operação avance tornar-se-á na maior venda de imobiliário em pelo menos uma década.

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Maria Luís Albuquerque: “Gostaria que Schäuble tivesse sempre razões para elogiar Portugal”

  • Lusa
  • 23 Julho 2017

Maria Luís Albuquerque expressou o desejo de que o ministro das Finanças alemão continue com "razões para elogiar Portugal" por isso ser o "melhor" para o país.

A vice-presidente do PSD, Maria Luís Albuquerque, expressou o desejo de que o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, continue com “razões para elogiar Portugal” por isso ser “o melhor” para o país.

Maria Luís Albuquerque falava à margem da apresentação do mandatário e candidato à Assembleia Municipal da lista de Cancela Moura, apoiado pela coligação PSD/CDS à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel e a deputada centrista Cecília Meireles, respetivamente.

Numa reação aos elogios feitos pelo ministro alemão ao desempenho do Governo português em entrevista ao semanário Expresso, a ministra das Finanças do anterior Governo passou ao lado da polémica.

“Gostaria muito que o senhor Schäuble tivesse sempre razões para elogiar Portugal nesta matéria, independentemente de quem esteja no Governo porque era o melhor para todos nós”, disse.

Num breve regresso ao passado, a vice-presidente social-democrata reconheceu que “há um caminho de consolidação das finanças públicas que prosseguiu no essencial com o Governo anterior“.

"Gostaria muito que o senhor Schäuble tivesse sempre razões para elogiar Portugal nesta matéria, independentemente de quem esteja no Governo porque era o melhor para todos nós.”

Maria Luís Albuquerque

Vice-presidente do PSD

“Nós herdámos um défice de 11,2% e trouxemos esse défice, excluindo o efeito Banif, que já foi depois da saída do anterior governo passou para um valor inferior a 3%”, sublinhou, para logo depois lembrar o “enorme esforço de consolidação das finanças públicas que vem de trás”.

Invocando discordância com o modelo de consolidação seguido pelo atual Governo, disse-o por achar que “não é sustentável nem transparente”, considerando isso “hoje é evidente para todos”.

“Preocupa-nos muito aquilo a que estamos a assistir quer em temos de dívida pública, que continua a não dar sinais de baixar, e os recentes desenvolvimentos quanto ao défice externo do país, que são um indicador muito preocupante”, disse.

Argumentando que “a preocupação com a consolidação da economia e das finanças do país tem de passar por mais do que algumas medidas de maquilhagem” como as verificadas “no orçamento de 2016”, defendeu que só com “medidas sustentáveis e estruturais ou estruturantes” se conseguem “produzir os resultados que seriam necessários”.

“Os resultados em termos de défice e a saída do procedimento por défice excessivo são manifestamente um resultado positivo para o país, como dissemos desde o início. Mas, mais uma vez, preocupa-nos muito a forma como estão a ser conseguidos e sobretudo a falta de sustentabilidade que os mesmos tem”, alertou.

Da entrevista do antigo presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, Maria Luís Albuquerque afirmou que nada do que o antigo banqueiro afirmou quando imputou a culpa pela crise no banco ao Banco de Portugal “é novo”.

“Tivemos uma comissão parlamentar de inquérito onde os vários intervenientes do processo, incluindo Ricardo Salgado tiveram a possibilidade de falar, portanto a entrevista não trouxe nada de novo relativamente aquilo que já foi dito antes”, observou.

"Os resultados em termos de défice e a saída do procedimento por défice excessivo são manifestamente um resultado positivo para o país, como dissemos desde o início. Mas, mais uma vez, preocupa-nos muito a forma como estão a ser conseguidos e sobretudo a falta de sustentabilidade que os mesmos tem.”

Maria Luís Albuquerque

Vice-presidente do PSD

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Costa: Portugal vai ter “maior crescimento económico do século”

  • Lusa
  • 23 Julho 2017

Portugal vai ter este ano "maior crescimento económico de todo o século XXI"

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou que Portugal “vai ter este ano, seguramente, o maior crescimento económico de todo o século XXI” e que o trabalho desenvolvido pelo Governo demonstra que “a mudança está a acontecer”.

Segundo António Costa, o Governo tem “procurado provar que aquela mudança que todos queriam, mas muitos receavam não ser possível”, está “a acontecer” ao fim de ano e meio de governação socialista.

“A verdade é que ao fim de ano e meio há cada vez mais aqueles que acreditam que a mudança está a acontecer e cada vez menos aqueles que a receiam, que o diabo venha aí comprometer a mudança que está em curso“, disse Costa, que falava este sábado na sessão de apresentação da recandidatura do socialista Marco Martins à Câmara de Gondomar, distrito do Porto.

António Costa frisou que “os números são muito claros” a mostrar essa mudança, designadamente em relação à criação de emprego – “mais 170 mil postos de trabalho”.

"O desemprego está a baixar, já chegou aos 9,5% e muito provavelmente estará a aproximar-se dos 9,4%. Vamos ter este ano seguramente o maior crescimento económico de todo o século XXI e tivemos no ano passado o défice mais baixo de todo o nosso regime democrático.”

António Costa

Primeiro-ministro

“O desemprego está a baixar, já chegou aos 9,5% e muito provavelmente estará a aproximar-se dos 9,4%. Vamos ter este ano seguramente o maior crescimento económico de todo o século XXI e tivemos no ano passado o défice mais baixo de todo o nosso regime democrático”, sublinhou.

Para o líder do PS, “isto significa que quer a economia quer as nossas finanças estão melhores do que estavam há ano e meio”. “O mais importante destes resultados é que se devem aos portugueses, mas sobretudo estão a beneficiar, todos os dias, um maior número de portuguesas e portugueses”, acrescentou.

Recordando o aumento do salário mínimo nacional, a reposição de cortes nas pensões e as suas atualizações, Costa referiu também que, “neste mês de agosto, haverá uma atualização extraordinária das pensões, que beneficiará dois milhões de pensionistas”.

Adiantou também que “85% dos concelhos já têm cobertura” total do pré-escolar para as crianças de três anos e que, atualmente, há 42 mil adultos a frequentar centros de qualificação no âmbito do programa Qualifica.

A área da saúde também foi referida, com o secretário-geral a destacar que há hoje mais 6.433 profissionais do que há um ano e meio, mais 55 unidades de saúde familiar e 820 camas de cuidados continuados.

Com a redução das taxas moderadoras e o aumento das comparticipações, disse, “os portugueses pouparam no ano passado 62 milhões de euros em despesas de saúde”.

António Costa salientou que “a melhoria da economia e das finanças não são para benefício do Governo” mas “benefício das pessoas”, afirmando que é preciso continuar o trabalho, porque “há muitos problemas por resolver, mas o haver problemas que faltam resolver não deve de forma alguma diminuir a vontade, a garra”.

O líder do PS enalteceu o trabalho desenvolvido por Marco Martins nos últimos quatro anos em Gondomar, afirmando que é naquele “rosto e nome” que “está o futuro” do concelho.

“O que importa é o futuro. O passado passou e o futuro hoje, aqui, tem um rosto e um nome, Marco Martins (…). Se há quatro anos quem votou na mudança votava numa aposta na mudança, hoje vota-se também com a credibilidade dos resultados alcançados”, concluiu.

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Oposição venezuelana convoca greve de 48 horas para quarta e quinta-feira

  • Lusa
  • 23 Julho 2017

Oposição contra o Presidente venezuelano convocou uma greve de dois dias para esta semana. Pretende que Maduro retire projeto de alteração da Constituição.

A oposição venezuelana convocou no sábado uma greve de 48 horas para quarta-feira e quinta-feira contra o Presidente Nicolás Maduro e contra o seu projeto de alterar a Constituição.

“Convocamos toda a população, todos os setores, para 48 horas de greve cívica“, disse durante uma conferência de imprensa o deputado Simon Calzadilla, em nome da Mesa da Unidade Democrática (MUD), a coligação da oposição.

O mesmo deputado anunciou para a próxima sexta-feira, 28 de julho, uma manifestação para exigir que o Presidente Maduro “retire” o seu projeto de Assembleia Constituinte.

É no domingo, 30 de julho, que devem ser eleitos os 545 membros da Assembleia Constituinte para fazer alterações à Constituição venezuelana.

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Erdogan: Prolongar crise no Qatar não interessa a ninguém

  • Lusa
  • 23 Julho 2017

Presidente turco afirma que prolongar a crise no golfo pérsico não interessa a ninguém. Declarações que surgem antes de Erdogan iniciar uma viagem pela região para acalmar as tensões com o Qatar.

O Presidente turco considerou este domingo que prolongar a crise no golfo pérsico “não é do interesse de ninguém”, antes de efetuar uma viagem pela região para tentar apaziguar as tensões entre a Arábia Saudita e o Qatar.

“Não é do interesse de ninguém que esta crise se prolongue”, declarou Recep Tayyip Erdogan, durante uma conferência de imprensa, em Istambul, antes de viajar de avião para Riade. “O mundo muçulmano necessita de cooperação e de solidariedade, não de novas divisões”, acrescentou.

Erdogan viaja este domingo para a Arábia Saudita, seguindo depois para o Koweit, antes de ir, na segunda-feira, ao Qatar.

A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito romperam, a 05 de junho, relações com o Qatar, que acusam de apoiar “o terrorismo” e de aproximação ao Irão, rival do reino saudita.

“Desde os primeiros momentos da crise do Qatar, nós temos estado do lado da paz, da estabilidade, da solidariedade e do diálogo. Apresentámos as propostas necessárias a todas as partes e continuamos a fazê-lo”, declarou.

"Não é do interesse de ninguém que esta crise se prolongue. O mundo muçulmano necessita de cooperação e de solidariedade, não de novas divisões.”

Recep Tayyip Erdogan

Presidente da Turquia

O Presidente turco indicou também que apoia a mediação do emir do Koweit, xeque Sabah al-Ahmad Al-Sabah, apelando aos outros países da região e à comunidade internacional que “apoiem fortemente” os esforços do seu “irmão”.

Desde o início da crise, que Ancara tenta desempenhar um papel de mediador entre as diferentes partes, mas a sua tomada de posição, sem ambiguidade, a favor do Qatar reduziu, segundo especialistas, a sua margem de manobra.

A Turquia é um aliado próximo do Qatar, com o qual tem desenvolvido fortes relações nos últimos anos nos planos económico, diplomático e de segurança, dispondo de uma base militar no emirado. Mas a Turquia tem também, paralelamente, boas relações com a Arábia Saudita, o ‘peso-pesado’ das monarquias do Golfo.

Segundo a agência governamental turca Anadolu, Erdogan deve almoçar hoje com o rei saudita, Salmane, antes de uma reunião, sendo recebido à noite pelo emir Al-Sabah, do Koweit.

Na segunda-feira encontrar-se-á no Qatar com o emir deste estado, o xeque Tamim ben Hamad Al-Thani.

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Igualdade de género em Portugal em seis gráficos e testemunhos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Julho 2017

Entre remunerações, posições de decisão e tempo não remunerado, como se ilustram os números da igualdade de género em Portugal?

Se, em 2015, 52,6% da população residente era do género feminino, os dados relativos à formação, à remuneração média, ao uso do tempo e à representação política deviam apresentar valores semelhantes.D.R.

“A maior parte das mulheres acha que não há discriminação, mas se elas soubessem que para as mesmas funções há diferenças…” As palavras são de Filipa Larangeira, antiga responsável de recursos humanos na Uniplaces e, agora, empreendedora. As provas são da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), que divulgou os dados relativos à igualdade de género no nosso país.

Se, em 2015, 52,6% da população residente era do género feminino, os dados relativos à formação, à remuneração média, ao uso do tempo e à representação política deviam apresentar valores semelhantes. Contudo, não é isto que conclui o estudo. As mulheres, ainda que em maior número, recebem menos que os homens, trabalham mais sem serem pagas e têm menor representação nos órgãos de decisão.

Mas como se ilustram, em números e gráficos, estas conclusões? E que histórias contam? O ECO destacou seis gráficos estatísticos que fazem parte deste relatório e conta seis histórias que se cruzam com eles.

Remuneração média de base por género (2015)

Fonte: CIG

Em 2015, uma mulher ganhava em média 824,99 euros por mês, enquanto um homem auferia 990,05 euros, existindo assim uma diferença de 16,7% entre sexos. Ao ECO, Filipa Larangeira aponta dois motivos para estes valores: “Não há uma intenção de lesar as mulheres nas empresas, há simplesmente um prolongar de um mau hábito. Por outro lado, as mulheres não se sabem valorizar.”

"As mulheres não se sabem valorizar logo, não arriscam, não negoceiam os seus salários, não percebem o impacto que as suas competências têm nas organizações e vão-se deixando ficar.”

Filipa Larangeira

As diferenças de género estendem-se para além da remuneração, com a empreendedora a afirmar que a autoconfiança masculina é bem mais alta que a feminina: “As mulheres não se sabem valorizar logo, não arriscam, não negoceiam os seus salários, não percebem o impacto que as suas competências têm nas organizações e vão se deixando ficar.”

Pela experiência que tem na área dos recursos humanos, Filipa reconhece os casos práticos. “Uma mulher só se candidata a uma função quando preenche 70% dos requisitos. Um homem, assim que vê 30% completo, atira-se de cabeça e candidata-se“, exemplifica.

A diferença de rendimentos torna-se ainda mais elevada quando se fala em funções de quadros superiores: o relatório da CIG mostra que, nos postos de chefia, os homens ganham mais 26,4% que as mulheres.

Tempo médio do trabalho não pago (2015)

Fonte: CIG

Os dados de 2015 mostram que são as mulheres que continuam a dedicar mais tempo às tarefas não pagas, ou seja, àquelas que dizem respeito à casa e ao cuidado dos outros. Em média, as mulheres trabalham mais uma hora e 45 minutos por dia que os homens. Pelo contrário, os homens dedicam mais 27 minutos do seu dia ao trabalho pago, segundo os dados divulgados pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

Será por isto, e pela necessidade que as mulheres têm de decidirem entre seguir carreira e constituir família, que a idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho tem avançado, tendo alcançado os 30,3 anos em 2016, segundo dados da Pordata.

Pessoas diplomadas em TIC, por género (2014)

Fonte: CIG

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são uma das áreas em que mais se sente a desigualdade entre géneros, quer seja na formação, quer seja no mercado de trabalho. Entre os jovens que concluíram o Ensino Superior em 2014 na área das TIC, apenas 19,8% eram do género feminino.

Mariana Moura Santos, designer, empreendedora e fundadora do projeto Chicas Poderosas, é a primeira a afirmar que as mulheres devem estar onde elas querem, seja numa cozinha ou na liderança de uma empresa. “A sociedade está distribuída sob a forma de man’s world, quer queiramos quer não, e as próprias mulheres têm isso incutido no ADN. É difícil percebermos que podemos mudar o paradigma do que a sociedade espera de nós”, afirma ao ECO.

"Temos de aprender a mexer-nos digitalmente para fazer com que as nossas histórias e a nossa voz cheguem mais longe.”

Mariana Moura Santos

É aí que entra a tecnologia: “As novas tecnologias estão aí, acessíveis a toda a gente, portanto é uma questão de alguém querer apropriar-se dessa capacidade de manusear e fazer coisas. Isto faz com que seja importante haver cada vez mais mulheres em tecnologia”, garante Mariana.

“Temos de aprender a mexer-nos digitalmente para fazer com que as nossas histórias e a nossa voz cheguem mais longe”, conclui Mariana. E não seriam só as vozes das mulheres a chegar mais longe: o relatório da CIG avança ainda que, se o número de mulheres na tecnologia fosse igual ao dos homens, o PIB iria avançar cerca de 9.000 milhões de euros anualmente.

Presidentes de Câmaras Municipais, por género (2013)

 

Fonte: CIG

A representação local era, em 2013, um campo em que o género feminino não mostrava a sua maioria demográfica. Das 308 Câmaras Municipais que estão espalhadas pelo país, apenas 23 tinham na sua presidência mulheres.

Evolução da participação de mulheres na composição inicial dos Governos

Fonte: CIG

Até à entrada do século XXI, a percentagem de mulheres que integrava as composições iniciais dos Governos Constitucionais portugueses ficava-se por apenas um dígito, sendo que chegou a atingir os 0% no II Governo Constitucional, liderado por Mário Soares.

Por entre ministras, secretárias e subsecretárias de Estado, o Executivo de António Costa é o que regista um número maior de mulheres na sua composição, efetivando-se numa percentagem de 30,5%. Graça Fonseca é uma das secretárias de Estado que entra nesta conta, sendo adjunta da ministra Maria Manuel Leitão Marques na pasta da Modernização Administrativa.

"O que é importante é normalizar as questões, é torná-las auto evidentes aos olhos das pessoas, porque nada na vida se consegue se for só os governos a fazerem algo.”

Graça Fonseca

“No meu Ministério somos duas mulheres e um homem, a nível de instituições e gabinetes há mais mulheres que homens”, enumera a secretária de Estado. “O que é importante é normalizar as questões, é torná-las auto evidentes aos olhos das pessoas, porque nada na vida se consegue se for só os governos a fazerem algo”, continua Graça Fonseca, em declarações ao ECO.

Para esta, o primeiro passo pode ser dado pelo Executivo, “mas também tem de haver uma dimensão proativa da sociedade civil a nível da educação, dos exemplos que se dão e da forma como transmitimos às novas gerações que a igualdade é algo que é natural.”

Proporção de mulheres nos conselhos de administração das empresas do PSI-20 (abril 2016)

Fonte: CIG

Dos 18 conselhos de administração das empresas cotadas no principal índice nacional à data de abril de 2016, a percentagem de membros do género feminino era de 14%. Na mesma altura, a média dos 28 países da União Europeia estava nos 23%.

E se o gráfico não fala por si, as palavras são deixadas por Sara Falcão Casaca, professora e investigadora do ISEG e ex-presidente do CIG: “A empresas do PSI-20 apresentam um dos valores mais baixos de representação de mulheres nos seus órgãos de decisão em toda a União Europeia, salvo algumas exceções”, afirmou ao ECO.

"Pesa muito o facto de as nomeações, as indicações, os convites para estes lugares ocorrerem no quadro de circuitos de poder relativamente fechados onde são os homens que predominam.”

Sara Falcão Casaca

Para a investigadora da área das relações de género nos mercados de trabalho, podem existir discriminações não conscientes, que, ao parecerem neutras, vão formando um ‘telhado de vidro’ e impedem as mulheres de fazerem parte deste grupo. “Pesa muito o facto de as nomeações, as indicações, os convites para estes lugares ocorrerem no quadro de circuitos de poder relativamente fechados onde são os homens que predominam”, observa Sara Falcão Casaca.

Com a lei das quotas de género a avançar a ritmo acelerado, as empresas vão ser obrigadas a contratarem mais mulheres, tanto para os órgãos de fiscalização como para os conselhos de administração. Para a investigadora Sara Falcão Casaca, esta determinação é nada mais nada mesmo que uma imposição, visto ser necessário “introduzir uma pressão vinculativa, reguladora, para que se caminhe de forma mais rápida para um cenário de equilíbrio”.

Mais tempo para mudar os gráficos

Dados do Fórum Económico Mundial apontam para que sejam precisos mais 170 anos para a paridade económica por género seja atingida a nível mundial. No ano passado este valor encontrava-se nos 118 anos, o que anuncia uma inversão nos processos de garantia de igualdade.

Ainda assim, os primeiros passos parecem estar dados. Ao serem as mulheres a saírem em maior percentagem das faculdades com cursos superiores, “a próxima geração de líderes é, inevitavelmente de mulheres”, garante Filipa Larangeira. “Não porque estão a ser dadas mais oportunidades mas porque não há escolha”, conclui.

A lei das quotas também trará muitas mudanças a um campo que tem de se tornar menos normativo e mais progressista, como garante Sara Falcão Casaca: “Uma sociedade só pode ser progressista, socialmente justa, quando também o poder for partilhado por homens e mulheres. É tempo de acelerar esse percurso…”

O relógio está a contar.

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Como a IBM usa a blockchain para poupar tempo e dinheiro

O ECO falou com um responsável da IBM sobre blockchain, a tecnologia na base da moeda virtual bitcoin. Descubra como a IBM usa esta tecnologia nascida nos confins da internet.

Para Louis de Bruin, é tão simples quanto isto: esperar para ver o que vai acontecer com a massificação da blockchain “não é uma opção”. “É como as alterações climáticas: ignorá-la não vai travá-las”, diz o responsável da IBM Europa para este segmento, em entrevista ao ECO por email. “Todos deveriam começar agora mesmo a obter conhecimentos e experiência e a pensar em casos práticos onde a blockchain pode facilitar e simplificar negócios”, acrescenta.

A blockchain é a tecnologia que está por detrás da moeda virtual bitcoin. É como um livro de registos inviolável, a que todas as partes têm acesso em tempo real e de forma descentralizada. Porém, o que nasceu na moeda não tem de ser da moeda. Várias empresas estão a usar esta tecnologia para fazer muitas outras coisas, criando “novos modelos de negócio” que não eram possíveis com as tecnologias mais tradicionais.

Uma dessas empresas é a IBM. Mas antes de falarmos de como esta gigante está a alavancar esta tecnologia nova, tentámos perceber se Louis de Bruin partilha da ideia de que o dinheiro tradicional está condenado a desaparecer, face à emergência das moedas virtuais. Resposta rápida: não.

“As moedas virtuais têm alguns atributos que são como o dinheiro comum, outros semelhantes ao ouro e em alguns aspetos têm características que se assemelham aos sistemas de pagamentos. Mas elas são basicamente um ativo”, refere. Além do mais, a maioria destas moedas não foi criada com o intuito de substituírem as moedas que guardamos no fundo das nossas carteiras, refere Louis de Bruin. Por isso, “é pouco provável que as moedas virtuais venham a substituir o dinheiro tradicional como um todo”, sublinha o especialista.

Não se conhecer a origem de uma tecnologia nunca foi impedimento para não a abraçar: o facto de ninguém saber quem inventou a roda alguma vez impediu as fabricantes automóveis de produzirem carros?

Louis de Bruin

Blockchain leader da IBM na Europa

Uma blockchain para “simplificar processos”

Falemos de como a IBM está a usar a blockchain e, sobretudo, do porquê de uma gigante na vanguarda da computação cognitiva estar a apostar numa tecnologia criada nos recônditos da internet por alguém de quem nem sequer se sabe o nome. “Estamos a usar a blockchain para simplificar processos nos ecossistemas de negócio onde muitos parceiros interagem uns com os outros”, resume Louis de Bruin.

O que significa isso? Significa que a IBM trabalha com muitos parceiros diferentes que, numa situação normal, teriam de lidar entre eles de forma individual. Muitas das informações circulam entre esses mesmos parceiros através de intermediários. “Tudo isto custa tempo, dinheiro e resulta em erros e oportunidades para fraudes”, conta o responsável. “Se todos os parceiros tiverem um registo comum, que é a essência da blockchain, todos eles têm acesso imediato aos mesmos dados quando ficam disponíveis”, acrescenta. Por outras palavras, a IBM consegue reduzir custos, diminuir o tempo de processamento e prevenir erros.

“A origem da primeira blockchain, a bitcoin, surge envolta em mistério. No entanto, a blockchain é tudo menos misteriosa. Apesar de o conceito não ser simples, também não é física quântica. E não se conhecer a origem de uma tecnologia nunca foi impedimento para não a abraçar: o facto de ninguém saber quem inventou a roda alguma vez impediu as fabricantes automóveis de produzirem carros?”, questiona.

Louis de Bruin é responsável pelo segmento de blockchain na IBM para o mercado europeu.IBM Portugal

Por fim, o objetivo passa também por cruzar este potencial com o Watson, o sistema cognitivo no qual assenta agora grande parte da atividade da IBM. Se nunca ouviu falar, o Watson é uma tecnologia da IBM que aprende com o tempo e com a utilização. Existem já robôs alimentados por este algoritmo que, no fundo, fornece informação, faz deduções e é capaz de assimilar automaticamente novos conteúdos, assim como verbalizar diretamente com o utilizador.

“Tudo o que fazemos está relacionado com o Watson. A blockchain tem a ver com gerir grandes quantidades de transações e construir um rasto imutável para essas transações. O Watson é capaz de encontrar padrões no manancial de informação que estes registos contêm, fornecendo dados que não se conseguiriam obter [de outra forma]”, conclui o responsável da IBM. Uma forma diferente de usar a blockchain, muito para além do mundo da economia e da finança.

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Premier League? Benfica também quer entrar no mercado americano e chinês

Vice-presidente Nuno Gaioso Guerreiro revelou que o clube está a avaliar a sua presença nos mercados norte-americano e chinês para expandir a marca Benfica.

O Benfica pretende exportar a sua marca para os EUA e China. Recentemente, o administrador financeiro da SAD encarnada avançou com a possibilidade de partilhar a gestão de um clube da Premier League para tirar partido das receitas televisivas elevadas naquela liga. Agora o vice-presidente Nuno Gaioso Guerreiro admite que o clube também pondera avançar para os mercados emergentes, nomeadamente o norte-americano e o chinês.

“O Manchester City tem um clube na Major League Soccer e outro clube no mercado australiano, pode fazer sentido o Benfica ter a sua marca presente e a sua capacidade de gestão em mercados com elevado potencial de crescimento, sejam eles mercados emergentes como os EUA ou China sejam eles mercados mais consolidados e de alto crescimento em termos europeus”, referiu aquele responsável em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios (acesso livre).

Nuno Gaioso Guerreiro frisou que é a exportação da marca Benfica “é um processo de reflexão que dura há algum tempo” no seio da estrutura encarnada. E sublinhou que este movimento surge por causa do problema que o Benfica encontra no seu modelo de crescimento.

"Pode fazer sentido o Benfica ter a sua marca presente e a sua capacidade de gestão em mercados com elevado potencial de crescimento, sejam eles mercados emergentes como os EUA ou China sejam eles mercados mais consolidados e de alto crescimento em termos europeus.”

Nuno Gaioso Guerreiro

Vice-presidente do Benfica

“Esse problema é estar no mercado periférico que é o mercado português, que não cresce em nada ao ritmo dos outros e, portanto, o Benfica nunca terá uma capacidade de competitividade económico financeira idêntica aos outros”, disse o vice-presidente do clube.

Notou que há clubes da segunda liga inglesa que recebem montantes dos direitos de transmissão dos jogos superiores àqueles que o Benfica recebe atualmente. “Provavelmente, sem uma presença efetiva de gestão em alguns mercados críticos, o Benfica vai ter dificuldade em continuar a ser uma marca global, ao nível das primeiras”, argumentou Nuno Gaioso Guerreiro.

Domingos Soares de Oliveira, administrador financeiro, disse recentemente que os tetracampeões nacionais estão a avaliar a entrada na gestão de um clube britânico, com o objetivo de tirar partido das elevadas receitas publicitárias que os emblemas ingleses conseguem arrecadar todos os anos. Mas a entrada na exploração de um clube britânica seria feita de “forma limitada”, conforme explicou o administrador financeiro da SAD encarnada, Domingos Soares de Oliveira, à revista Forbes Portugal.

“Quando o dinheiro é muito, as pessoas preocupam-se menos com a otimização do seu volume de negócios. Nós temos uma experiência de dez ou quinze anos em que, sem dinheiro, tivemos de otimizar o nosso modelo, chegando ao ponto de hoje o Benfica ser uma empresa que está finalmente a conseguir diminuir a alavancagem feita em cima da dívida”, afirmou Soares de Oliveira à Forbes.

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Willow Campus: abrir a aldeia Facebook à vizinhança

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Julho 2017

Os próximos planos de Zuckerberg vão sair do ecrã e abranger toda a comunidade de Menlo Park. A primeira fase do projeto estará concluída em 2021.

O objetivo da Facebook tem-se mantido o mesmo ao longo do tempo: formar comunidades. Na rede social, são já dois mil milhões de utilizadores que iniciam sessão para terem acesso à sua comunidade de amigos, seja ela mais ampla ou mais reservada. Em Menlo Park, cidade onde se localiza a sede da empresa desde 2011, os planos são outros.

A tecnológica divulgou um projeto que prevê a fusão do seu parque de negócios, o Menlo Science & Technology Park, com uma pequena vila que irá integrar toda a vizinhança através da prestação de vários serviços: o Willow Campus. Serão construídos parques, mercearias, restaurantes, bares, habitações, farmácias, tudo isto para criar espaço “que apoie a nossa comunidade”, afirma a tecnológica em comunicado.

O plano irá ser desenvolvido em duas fases: a primeira com a construção de algumas lojas, de alojamento e de escritórios e estará concluída nos primeiros meses de 2021. A segunda incluíra o melhoramento de serviços e a inserção de transportes como autocarros e elétricos que liguem toda a zona. Não são conhecidos os valores do projeto.

O investimento vai-se expandir também às vias anexas, visto que o crescimento da população implicará um aumento do tráfego. Segundo a tecnológica, vão ser investidos “dezenas de milhões de dólares para melhorar a US101”, a autoestrada que cruza os estados da Califórnia, do Oregon, e Washington. A construção de todas estas infraestruturas gerará diversos postos de trabalho.

Ainda assim, a Facebook não é a primeira tecnológica a querer construir uma comunidade no sítio que adotou como seu. A Google já tinha anunciado que vai construir 300 casas modulares para os seus trabalhadores temporários, constituindo um investimento de cerca de 30 milhões de dólares. Sillicon Valley, onde se localiza a sede da “filha” da Alphabet, está a tornar-se escassa em acomodações para os milhares de trabalhadores das empresas da zona e as rendas estão a sofrer um aumento exponencial.

A Apple dedicou cerca de 5.000 milhões de dólares a construir o seu novo edifício que em tudo se assemelha a uma nave espacial, e não esqueceu as acomodações para os seus colaboradores. O Apple Park, situado na cidade de Cupertino, já está a receber centenas de trabalhadores, tendo já previsto que vão ser mais de 12.000 a habitar permanentemente neste.

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