Paul de Grauwe e Miguel St. Aubyn no Conselho das Finanças Públicas

  • Lusa
  • 19 Julho 2017

Nomeação foi publicada esta quarta-feira em Diário da República. Economistas foram propostos pelo presidente do Tribunal de Contas e pelo governador do Banco de Portugal e tiveram aval do Governo.

A nomeação dos economistas Paul de Grauwe e Miguel St. Aubyn para vice-presidente e vogal executivo do conselho superior do Conselho de Finanças Públicas (CFP), respetivamente, foi hoje publicada em Diário da República (DR).

Os dois economistas foram propostos conjuntamente pelo presidente do Tribunal de Contas e pelo governador do Banco de Portugal, conforme previsto na legislação em vigor, e tiveram o aval do Governo, depois de o executivo ter recusado os dois nomes apresentados anteriormente pelas entidades: Teresa Ter-Minassian e Luís Vitório.

Paul de Grauwe e Miguel St. Aubyn foram nomeados para um mandato de sete anos, não renovável, e sucedem a Jurgen von Hagen e Rui Nuno Garcia de Pina Neves Baleiras, respetivamente.

A presente resolução produz efeitos desde a data da sua aprovação.

Paul de Grauwe é um economista belga, professor na London School of Economics, e ficou conhecido nos últimos anos pelas críticas à forma como as autoridades europeias geriram a crise.

Miguel St. Aubyn é professor no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), dedicado às áreas de macroeconomia e de políticas públicas e, mais recentemente, fez parte do grupo de trabalho para a sustentabilidade da dívida, coordenado pelo Governo e que contou com deputados do PS e Bloco de Esquerda.

O CFP é um órgão que tem como missão pronunciar-se sobre os objetivos propostos relativamente aos cenários macroeconómico e orçamental, à sustentabilidade de longo prazo das finanças públicas e ao cumprimento da regra sobre o saldo orçamental, da regra da despesa da administração central e das regras de endividamento das regiões autónomas e das autarquias locais previstas nas respetivas leis de financiamento.

O conselho superior é o órgão máximo do Conselho das Finanças Públicas e integra cinco membros.

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Parlamento adia votação de três nomes polémicos da Anacom

Incompatibilidades e falta de competências chumbam três dos quatro nomes escolhidos pelo Governo para a Anacom. Deputados só aprovaram o nome do presidente e adiaram a votação dos mais polémicos.

É uma razia do Parlamento aos nomes propostos pelo Governo para a nova administração da Anacom. Três dos quatro escolhidos não reúnem as condições para desempenharem os cargos para os quais foram nomeados, de acordo com documentos da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, a que o ECO teve acesso. Só escapa João Cadete e Matos, escolhido para a presidência do regulador, que merece uma avaliação “muito positiva” por parte da comissão.

Os relatórios preliminares são assinados pelo social-democrata Joel Sá e estiveram em cima da mesa da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas esta quarta-feira. No entanto, só o documento respeitante ao novo presidente da Anacom foi aprovado por unanimidade pelos deputados. A votação dos restantes três, os nomes mais polémicos, foi adiada para o próximo dia 27 de julho. Assim, ficou por saber se os restantes deputados subscrevem as restantes três conclusões de Joel Sá e se o Governo acatará as recomendações emanadas do Parlamento relativamente aos três.

Segundo os relatórios preliminares que vão a discussão na semana que vem, dois dos nomes são chumbados por questões de incompatibilidades “não ultrapassáveis” devido a ligações à PT, enquanto um é chumbado por falta de competências e conhecimentos. A recomendação é a de que o Governo deve reponderar, chocando contra os pareceres da CReSAP, que considerou adequados todos os quatro nomes escolhidos pelo primeiro-ministro António Costa.

Margarida Sá Costa

O nome de Margarida Sá Costa, indigitada para vogal, é um dos que mais reservas inspira à comissão. Em causa está um vínculo contratual com a PT/Meo, uma das principais reguladas, o que já tinha provocado desconforto às operadoras concorrentes, a Nos e a Vodafone. A ligação clara e direta à PT nunca foi escondida, mas existem outros impedimentos assumidos pela própria.

Aliás, Margarida Sá Costa teve uma carreira que passou maioritariamente pela empresa agora detida pela Altice. Entrou como conselheira e chegou a assessora dos antigos presidentes da PT, Miguel Horta e Costa e Francisco Murteira Nabo. Atualmente, faz também parte do conselho consultivo do Instituto Jurídico de Corporate Governance, é secretária da mesa da assembleia geral do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, preside o LIDE Mulher de Portugal e colabora com o jornal Link To Leaders.

No Parlamento, Margarida Sá Costa assumiu um compromisso de isenção e de que todas as incompatibilidades estariam ultrapassadas à data da confirmação da indigitação. Mas isso não terá confortado os deputados. “Face ao exposto, só resta concluir que a Dr.ª Maria Margarida Moura e Sá Costa não parece reunir as condições para ser nomeada para o cargo para o qual se encontra indigitada, em razão das incompatibilidades e impedimentos apontados e não ultrapassáveis, devendo o Governo ponderar seriamente a sua substituição como indigitado para o cargo de vogal da Anacom”.

“Na opinião do relator [Joel Sá, do PSD], a audição da candidata indigitada Dr.ª Maria Margarida Moura e Sá Costa merece reparos, decorrentes de eventuais impedimentos ou incompatibilidades para o exercício das funções para as quais se encontra indigitada”, salienta um de quatro relatórios preliminares a que o ECO teve acesso.

"Resta concluir que a Dr.ª Maria Margarida Moura e Sá Costa não parece reunir as condições para ser nomeada para o cargo para o qual se encontra indigitada, em razão das incompatibilidades e impedimentos apontados e não ultrapassáveis.”

Joel Sá

Relator, deputado do PSD

Dalila Araújo

Em situação semelhante está Dalila Araújo, ex-secretária de Estado do segundo Governo de José Sócrates e escolhida para vogal, que também tem hoje ligações à PT/Meo. É consultora sénior da PT, um cargo de topo na empresa e “com responsabilidades essencialmente ligadas às autarquias”, pelo que se levantaram “dúvidas quanto às garantias de isenção” dadas pela própria. Os deputados não puderam também verificar se o cargo pode ser equiparado ao de chefia “por ausência de resposta da PT/Altice”, o que automaticamente impediria Dalila Araújo de assumir as funções tendo em conta os estatutos da Anacom.

A comissão “desaconselha” assim “a confirmação da indigitação da candidata para função em causa”, com dois dos candidatos a “provirem da mesma operadora à qual têm à data vínculo” e “pondo em causa de forma significativa as garantias de isenção e independência do regulador no seu todo”, lê-se noutro documento preliminar da autoria do deputado Joel Sá.

No Parlamento, quando Dalila Araújo foi ouvida, João Cadete de Matos já tinha garantido que os administradores seriam impedidos de participar em decisões quando estivessem em causa “incompatibilidades”. Sobre isso, o relatório preliminar da comissão aponta que tal iria, “na melhor das hipóteses”, impedir que “metade do conselho de administração” participasse “num conjunto significativo de decisões” quanto estivessem em causa questões que opusessem “os vários operadores”.

“Face ao exposto, conclui-se que Dr.ª Maria Dalila Correia de Araújo Teixeira não parece reunir as condições para ser nomeada para o cargo para o qual se encontra indigitada”, lê-se no documento.

"É entendimento [da comissão] que a Dr.ª Maria Dalila Correia de Araújo Teixeira não reúne as condições para o exercício do cargo para que se encontra indigitada.”

Joel Sá

Relator, deputado do PSD

Francisco Cal

O terceiro nome em vias de ser chumbado na especialidade pelo Parlamento é o de Francisco Cal, escolhido para vogal. Aqui, não estão em causa incompatibilidades, mas sim falta de competências.

“As suas respostas sobre a matéria inquirida foram algo titubeantes e vagas centradas em alguns chavões como o Serviço Universal, revelando um fraco domínio sobre a matéria sujeita a regulação e setor, embora evidenciasse um claro enfoque prioritário na figura do consumidor e defendesse a existência de um regulador atuante”, surge num dos relatórios consultados pelo ECO.

Francisco Cal tem sido apontado como tendo ligações ao PS, um tema que não esteve em cima da mesa na sua audição no Parlamento. Ainda assim, o relatório chumba o seu nome.

“Conclui-se que Dr. Francisco António Lobo Brandão Rodrigues Cal apresenta algumas limitações claras em termos de perceção do setor das comunicações — que de forma alguma se pode reduzir à prestação do Serviço Universal — e do seu enquadramento, que não compensou com a possibilidade de evidenciar características pessoais e profissionais que o valorizem e qualifiquem para o exercício do cargo, devendo o Governo ponderar a sua substituição como indigitado para o cargo de vogal da Anacom”, escreve o social-democrata Joel Sá, num terceiro documento a que o ECO teve acesso.

"As respostas [de Francisco Cal] sobre a matéria inquirida foram algo titubeantes e vagas centradas em alguns chavões como o Serviço Universal, revelando um fraco domínio sobre a matéria sujeita a regulação e setor.”

Joel Sá

Relator, deputado do PSD

João Cadete de Matos

É o único nome a ter luz verde na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. João Cadete de Matos foi nomeado para a presidência da Anacom, devendo substituir Fátima Barros. Para a comissão, o gestor “revela um conhecimento importante sobre o atual panorama do setor das comunicações”.

“Conclui-se das respostas dadas às perguntas formuladas bem como da análise e escrutínio do seu currículo que se está perante alguém com um significativo percurso e experiência profissional, parte dos quais obtidos no exercício de funções em entidade reguladora do setor financeiro onde ingressou em 1985″, lê-se num quarto documento obtido pelo ECO.

“Em suma, e face ao exposto, o Dr. João Cadete de Matos foi merecedor de uma avaliação muito positiva em sede de audição na Comissão de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República revelando uma experiência profissional consistente e adequada às funções a desempenhar”, conclui o documento.

"O Dr. João Cadete de Matos foi merecedor de uma avaliação muito positiva em sede de audição na Comissão de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República.”

Joel Sá

Relator, deputado do PSD

Uma reunião atribulada

Os quatro relatórios deveriam ter sido todos votados esta quarta-feira pelos deputados, mas a reunião arrancou logo sem consenso. Heitor de Sousa, do Bloco de Esquerda, foi o primeiro a solicitar o adiamento da votação para a parte da tarde, numa reunião extraordinária que se realizaria após a sessão plenária (que vai discutir precisamente a PT). No entanto, o PSD e o CDS descartaram logo essa hipótese e o que se seguiu foi uma acesa discussão que durou aproximadamente 20 minutos. No final, houve acordo para discutir e votar os três relatórios mais polémicos no próximo dia 27 de julho.

Na base do adiamento terá estado a falta de oportunidade e de tempo para a leitura e análise da totalidade dos relatórios. “Creio que não vai haver hoje condições para os discutir. Só tive oportunidade de ler o relatório do Dr. João Cadete de Matos, do qual estou genericamente de acordo. Sugiro que seja adiado o pronunciamento sobre isso”, disse o deputado bloquista. Hélder Amaral, do CDS, presidente da comissão, rematou logo: “A nossa atividade parlamentar é feita disto mesmo. Peço imensa desculpa. Temos prazos, temos caráter de urgência. Sabíamos à partida que as condições eram estas.”

(Notícia atualizada às 11h54 com a votação final de um dos relatórios e o adiamento dos restantes três)

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Portugal consegue 1.750 milhões com juros negativos

Portugal voltou a conseguir financiar-se com juros abaixo de zero num duplo leilão de curto prazo. A taxa a 12 meses foi negativa em -0,259%.

Portugal voltou a conseguir financiar-se com juros negativos através de títulos de dívida de curto prazo. A taxa obtida foi ainda mais negativa do que no último leilão a seis meses, tendo sido de -0,259% no prazo a 12 meses. Isto numa operação em que o IGCP conseguiu angariar 1.750 milhões de euros.

No prazo mais curto, a seis meses, o Estado financiou-se em 500 milhões de euros, com a procura a superar em 2,77 vezes a oferta, o que permitiu que a taxa tenha caído para um nível ainda mais negativo: passou de -0,21% em maio para -0,292%.

Mas mesmo no prazo a 12 meses assistiu-se a uma taxa negativa. A agência liderada por Cristina Casalinho obteve 1.250 milhões de euros com uma taxa de -0,259%, num leilão que registou uma procura de 1,7 vezes a oferta. Na anterior emissão comparável a taxa tinha ficado em -0,264%.

Este duplo leilão, realizado em pleno verão, garantiu um financiamento total de 1.750 milhões com taxas mais negativas do que o realizado logo no início do ano, quando o IGCP emitiu um montante idêntico de uma só vez nos mesmos prazos. Na altura as taxas já eram negativas, mas em torno de 0,01%.

Estas taxas negativas têm sido uma constante nas últimas operações de curto prazo, numa altura em que as taxas de longo prazo estão em queda — os juros a dez anos estão nos 3%. No total do ano passado, o IGCP levantou mais de 16 mil milhões em títulos de curto prazo e pelos quais pagou uma taxa marginal de 0,02%. Quase zero.

(Notícia atualizada às 10h52 com mais informação)

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Portugal bate UE no aumento do preço das casas

  • Lusa
  • 19 Julho 2017

Os preços das casas em Portugal avançaram cerca de 8%, muito acima do registado na Zona Euro e na União Europeia.

Os preços das casas aumentaram 4,0% na Zona Euro e 4,5% na União Europeia (UE) no primeiro trimestre deste ano, face ao homólogo, com Portugal a registar uma subida acima de ambas as médias, divulgou hoje o Eurostat.

Em Portugal, os preços das casas cresceram 7,9%, mas as maiores subidas homólogas foram registadas na República Checa (12,8%), na Lituânia (10,2%) e na Letónia (10,1%). Na Croácia (-0,4%) e em Itália (-0,1%) os preços desceram face ao primeiro trimestre de 2016.

Na comparação com o último trimestre de 2016, entre janeiro e março, os preços das casas aumentaram 0,4% na zona euro e 0,7% na UE, tendo as maiores subidas sido registadas na República Checa (2,9%), na Letónia (2,8%) e na Suécia (2,5%).

Os recuos trimestrais mais significativos observaram-se em Malta (-5,4%), na Eslováquia (-2,4%) e em Chipre (-1,4%). Em Portugal, os preços das casas aumentaram 2,1% de preço na comparação trimestral.

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Revista de Imprensa Internacional

Na Europa, a UE une-se nas sanções à Venezuela e a Abertis tem um novo interessado. A Amazon expande-se pelo globo com um novo serviço enquanto o WhatsApp recua na China.

Deste lado do globo, a UE une-se para sancionar a Venezuela, sendo Portugal apontado pelo El País como o único país a destoar. Também as restrições aos veículos diesel dão que falar na Europa. Ainda por cá, a espanhola Abertis tem um potencial novo investidor, a também espanhola Aena. A Amazon expande os seus negócios para a comida rápida enquanto o WhatsApp é bloqueado na China.

Expansión

Abertis: há um novo interessado a caminho da OPA. É a Aena, a gestora de aeroportos espanhola

Depois da Atlantia, a Abertis pode ter um novo interessado. A gestora dos aeroportos espanhóis, Aena, pode vir a lançar uma OPA. O regulador já suspendeu as ações de ambas enquanto aguarda explicações. Leia a notícia completa no Expansión [conteúdo em espanhol/ acesso livre]

El País

UE une-se para sancionar Venezuela. Portugal é o único que fica de fora

Entre os 28 Estados membros, só Portugal não está disponível para aplicar sanções à Venezuela no caso do presidente, Nicolás Maduro, convocar uma Assembleia Constituinte. A alta representante da União Europeia para a Política Exterior, Federica Mogherini, afirma que as sanções económicas “estão na mesa” e a delegação da UE em Caracas tem a informação de que todos os restantes países da UE estão abertos a esta opção. Leia a notícia completa no El País [conteúdo em espanhol/ acesso livre]

Posteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou em comunicado que a informação que o El País noticia “não é verdadeira” pois “essa questão não foi ainda discutida entre os Estados-Membros da UE”, logo, “Portugal não se opôs, no seio da União Europeia”.

The Guardian

A dieta variada da Amazon: um novo negócio de comida preparada

A Amazon lançou agora os “kits refeição” que vai comercializar nas cidades em que o seu serviço de entregas ao domicílio, o Amazon Fresh, está disponível. As refeições concentram-se no intervalo de preços entre os 13,80 euros e os 17 euros. Leia a notícia completa no The Guardian [conteúdo em inglês/ acesso livre].

Financial Times

WhatsApp, o último resistente do grupo Facebook na China, começa a sucumbir

O serviço de WhatsApp na China está a sofrer interrupções: já não é possível partilhar vídeos e imagens, e alguns utilizadores dizem mesmo não conseguir comunicar através de mensagens se ligados ao VPN chinês, através do qual o Governo consegue censurar os serviços. Esta era a última aplicação do grupo Facebook em atividade na China. Leia a notícia completa no Financial Times [conteúdo em inglês/ acesso livre].

Financial Times

Banir o diesel pode prejudicar o ambiente… na indústria e entre os cidadãos

O regulador europeu do mercado automóvel lançou o aviso: as intenções de banir veículos a diesel nas cidades podem na verdade desacelerar a mudança para veículos amigos do ambiente, dado que os clientes podem ficar “exasperados” com a mudança e com as promessas da indústria que garantiam veículos mais “limpos”. Cidades como Paris, a capital francesa, e Estugarda, a cidade alemã, planearam banir os veículos a diesel. Leia a notícia completa no Financial Times [conteúdo em inglês/ acesso livre].

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Science4You quer celebrar 10 anos com vendas de 23 milhões de euros

  • Juliana Nogueira Santos
  • 19 Julho 2017

Os resultados do primeiro semestre de 2017 e a expansão internacional para dez novos mercados, ainda este ano, são os primeiros indícios.

Miguel Pina Martins, fundador da Science4You.D.R.

O primeiro semestre de 2017 da Science4You não foi de brincadeiras. A empresa portuguesa de brinquedos educativos conseguiu entrar em dez novos países, da Europa à Ásia, tendo quase duplicado os seus valores de vendas relativamente ao mesmo período do ano passado, com especial contributo das exportações.

Com uma oferta de produtos que começa nos brinquedos educativos e se estende às atividades e ciência experimental, o grupo registou um crescimento de 46% face ao período homólogo do ano anterior, efetivando-se num total de 5,5 milhões de euros. Os mais populares entre os mais novos são, entre outros, a Fábrica de Perfumes e a Fábrica de Sabonetes.

"Conseguimos comprovar que a Science4You tem mercado lá fora e não está só a vender porque é um produto português e porque os portugueses compram. Há a confirmação de que o produto funciona aqui, em Londres, Madrid, China ou Estados Unidos.”

Miguel Pina Martins

Fundador e CEO da Science4you

Assim, já é possível encontrar brinquedos da empresa portuguesa em Marrocos, na República Dominicana, na Letónia, na Estónia, na Eslovénia, na Croácia, na Sérvia, em Taiwan, na Rússia e na Bielorrússia, sendo que as vendas para os mais de 30 países onde estão presentes representam já 60% do total. Para Miguel Pina Martins, este número justifica-se com a “saturação do mercado nacional”.

“Conseguimos comprovar que a Science4You tem mercado lá fora e não está só a vender porque é um produto português e porque os portugueses compram”, afirmou Miguel Pina Martins ao ECO. “Há a confirmação que o produto funciona aqui, em Londres, Madrid, China ou Estados Unidos.”

As novidades vêm pelo ar

Os novos produtos da Science4You são para as crianças que sonham com voos mais altos. Alarga-se assim a oferta de drones da marca através da disponibilização de um drone em blocos tipo lego, que tem de ser construído de raiz, e de um drone nano que, segundo Miguel, “cabe numa mão” e vem com uma câmara integrada. E com estes não há qualquer problema com a lei, visto que têm menos de 50 gramas.

No que diz respeito às novidades no financiamento, Miguel Pina Martins afirma que a empresa está sempre à procura de novos investidores, e que as novidades estarão para breve. “Quando fechamos um aumento de capital — e vai fazer agora dois anos que fechámos o último –, começámos logo à procura. Por isso achamos que, este ano, ainda vão haver novidades em relação a esse ponto”, avançou o CEO ao ECO.

Drone Nano, uma das novidades da empresa.

Todas as fases de conceção do produto estão a cargo da Science4You, pelo que, por agora, a prioridade será outra: “Teremos um desafio muito grande a nível de fábrica, porque temos de conseguir acompanhar os pedidos todos”. A empresa já investiu na ampliação da fábrica, que se localiza nos arredores de Lisboa, pelo que, para o fundador da marca, o próximo passo será a ampliação do espaço de armazenamento.

Tudo isto para concretizar o objetivo para este ano em que a empresa celebra dez anos de vida: atingir os 23 milhões de euros em vendas.

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Governo diz que não foram discutidas sanções à Venezuela

Jornal espanhol diz que, entre os 28 Estados membros, só Portugal não está disponível a aplicar sanções à Venezuela. MNE nega e diz que o tema ainda nem sequer foi abordado.

O povo venezuelano tem-se manifestado contra mudanças à Constituição que o Presidente, Nicolás Maduro, quer discutir em Assembleia. De acordo com o jornal espanhol El País, todos os países da União Europeia, exceto Portugal, mostram-se dispostos a aplicar sanções económicas à Venezuela no caso de o presidente convocar uma Assembleia Constituinte. Porém, o Governo português desmente esta posição.

A informação “veiculada pelo jornal El País não é verdadeira”, começa por dizer fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado. E depois explica que o assunto não foi sequer discutido: “Portugal não se opôs, no seio da União Europeia, à aplicação de sanções à Venezuela, pela simples razão de que essa questão não foi ainda discutida entre os Estados-Membros da UE”.

Ainda de acordo com o ministério de Augusto Santos Silva, “Portugal tem participado ativamente na formação do consenso necessário à definição da posição da UE sobre a Venezuela, tal como resulta, designadamente, das conclusões aprovadas no Conselho de Negócios Estrangeiros de 15 de maio, conclusões essas nas quais Portugal se revê inteiramente, e também da declaração feita anteontem pela Alta Representante, Federica Mogherini”.

“A UE, e com ela Portugal, têm feito tudo o que está ao seu alcance para favorecer uma solução política inclusiva na Venezuela, respeitadora do Estado de Direito, do pluralismo político e do princípio de resolução pacífica dos diferendos”, conclui o ministério.

A resposta surge depois de o jornal espanhol El País ter indicado que a delegação da UE em Caracas tem a informação de que todos os países da UE estão abertos à possibilidade de sanções, exceto Portugal. As sanções económicas “estão na mesa”, afirmou a alta representante da União Europeia para a Política Exterior, Federica Mogherini. O ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, Alfonso Dastis, foi até agora o mais claro quanto às intenções, declarando essa possibilidade esta segunda-feira.

Não é só o grosso da União Europeia, mas também Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, já ameaçou a Venezuela de sanções económicas, numa tentativa de convencer o presidente Nicolás Maduro a desistir de fazer alterações à constituição, propósito para o qual este convocou uma Assembleia Constituinte.

Os EUA defendem “sanções económicas fortes e rápidas” enquanto a Espanha realça a necessidade de sanções “específicas, individuais e seletivas” de forma a não prejudicar o conjunto dos venezuelanos.

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Angola volta a emitir dívida para pagar malparado. Fatura já vai nos 2.000 milhões

  • Lusa
  • 19 Julho 2017

O Estado angolano vai voltar a emitir dívida para pagar crédito malparado na banca. Serão mais 790 milhões de euros que elevam para 2.000 milhões a fatura com estas operações desde dezembro.

Angola vai emitir 790 milhões de euros de dívida pública em moeda nacional para financiar nova compra do crédito malparado na banca, elevando a fatura da operação, desde dezembro último, a mais de 2.000 milhões de euros.

O Estado angolano prepara-se para fazer uma emissão de 150.000 milhões de kwanzas (cerca de 790 milhões de euros) em dívida pública para financiar a sociedade Recredit, uma espécie de “banco mau” público cujo propósito é comprar os créditos malparados e problemáticos da banca nacional.

A informação consta de uma autorização presidencial, de 12 de julho, a que a Lusa teve acesso, e junta-se a outra emissão de dívida pública a favor da Recredit, no valor de 231.127 milhões de kwanzas (1.212 milhões de euros), realizada em dezembro especificamente para comprar crédito malparado no estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC).

Esta nova emissão de divida pública, autorizada por decreto assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, insere-se no quadro da “estratégia comercial” da Recredit, aprovada em março último pelo Governo e que “contempla a capitalização adicional realizada em 2016, para habilitar esta instituição financeira a responder aos desafios decorrentes da regeneração da banca nacional, especialmente a pública”, lê-se. Por esta emissão de dívida pública, com reembolso no prazo de 14 semestres, o Estado angolano vai pagar juros de sete por cento ao ano.

Recredit, o “banco mau” do Estado

A sociedade anónima de capitais públicos Recredit foi criada em 2016 enquanto participada a 100 por cento pelo Ministério das Finanças, com o objetivo de absorver o crédito malparado do estatal BPC, um dos maiores do país, mas a missão foi alargada por decisão do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, em dezembro último, a toda a banca nacional.

Em maio, o ministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, explicou que a Recredit “vem coadjuvar a banca nacional no domínio do crédito concedido, libertando-a de processos paralisados”, os quais a limitam no “cumprir uma das suas principais missões, a de conceder crédito à economia”.

Inicialmente, a Recredit “vai centrar-se na aquisição do crédito malparado na banca pública”, referiu o Ministério das Finanças, admitindo a hipótese de “adquirir créditos problemáticos em toda a banca que desenvolva atividades no território nacional, desde que relacionados com processos direcionados à economia angolana”.

BPC vende metade do malparado

A Lusa divulgou a 10 de julho que só o crédito malparado no BPC, o maior banco angolano, ultrapassa os 2.620 milhões de euros, metade do qual vai começar a ser vendido à Recredit ainda este ano. A informação foi transmitida na altura pelo presidente do conselho de administração do BPC, Ricardo d’Abreu, em conferência de imprensa realizada em Luanda a propósito dos 100 dias da nova liderança do BPC, detido pelo Estado angolano e em processo de reestruturação, que envolve um plano de recapitalização.

Questionado pela Lusa, o administrador explicou que o BPC tem 500 mil milhões de kwanzas (2.620 milhões de euros) na carteira de crédito malparado, dos quais 231 mil milhões de kwanzas (1.212 milhões de euros) serão adquiridos pela Recredit. O administrador acrescentou que já decorrem negociações entre o BPC e a Recredit para identificar, na carteira de crédito malparado do banco, os ativos que serão vendidos àquela sociedade.

“Estamos já a negociar uma primeira ‘tranche’ de crédito a ser negociado. Nós também temos, obviamente, urgência em concluir este processo. Queríamos que ele ficasse concluído antes do final do ano de 2017″, disse Ricardo d’Abreu, mas admitindo que do ponto de vista legal este ainda será moroso.

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Ramada ganha 40 milhões com venda de negócios na saúde

A Ramada Investimentos vendeu a totalidade da sua participação na Base Holdings, um grupo de empresas da área da saúde. Ganha 40 milhões com a operação.

A Ramada Investimentos anunciou a venda da totalidade da sua participação na Base Holding, um grupo de empresas que operam no setor da Saúde. Num comunicado enviado aos mercados, a empresa de Paulo Fernandes dá conta de uma mais-valia estimada “superior a 40 milhões de euros” com esta operação.

O acordo anunciado pela Ramada Investimentos foi celebrado com a empresa “Medicina Laboratorial – Doutor Carlos da Silva Torres”, com sede no norte do país.

O negócio deverá estar concluído até ao final do ano, sendo que ainda depende da aprovação da Autoridade da Concorrência. A Base Holdings emprega 350 médicos e detém 14 laboratórios, 44 unidades de radiologia e sete unidades de cardiologia em Portugal. Em 2016, a faturação consolidada foi de, aproximadamente, 80 milhões de euros, refere o comunicado.

A Ramada Investimentos valorizava 1,08% para 7,52 euros por ação ao início da sessão desta quarta-feira, reagindo assim positivamente ao ganho com o negócio.

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Aena prepara-se para lançar OPA à Abertis

Depois da Atlantia, a Abertis pode ter um novo interessado. A gestora dos aeroportos espanhóis, Aena, pode vir a lançar uma OPA. O regulador já suspendeu as ações de ambas enquanto aguarda notícias.

A Atlantia já não é a única empresa na corrida à Abertis, avança o Expansión. A Aena, a gestora de aeroportos espanhóis que tem o Estado como maior acionista, terá interesse em lançar uma OPA. O regulador espanhol, a CNMV, já suspendeu as ações da Abertis e da Aena em bolsa enquanto aguarda esclarecimentos por parte de ambas as empresas.

A Aena pode vir a “conservar a identidade espanhola da Abertis”, embora não esteja disposta a hipotecar o futuro da rede de aeroportos, avança o Expansión. Seria uma “operação ambiciosa, mas possível” em termos financeiros, adianta a mesma publicação, tendo em conta as análises dos gestores da Aena. A opção que parece agradar mais ao presidente da Aena, José Manuel Vargas, é uma oferta mista, em ações e dinheiro, que implicaria um aumento de capital que diluiria a posição do Estado. A Aena vale 25 mil milhões de euros em bolsa.

A italiana Atlantia fez a primeira oferta em abril, sobre 100% do capital da Abertis: 16,50 euros por ação, um pouco acima do valor da ação na altura da oferta. Pôs a Abertis, a empresa de infraestruturas espanhola, a valer mais de 16 mil milhões de euros. Deve-se ainda ter em conta os cerca de 15 mil milhões em dívida, perfazendo um total de 32 mil milhões que não estará ao alcance de todos os investidores.

A oferta da Atlantia mantém-se, mas está em suspenso até setembro dadas as várias autorizações necessárias antes de o regulador espanhol dar luz verde às negociações. Para além da jurisdição espanhola, UE, EUA, Chile, Argentina e Brasil têm de dar a sua aprovação.

Desde abril que nenhum investidor tinha manifestado interesse, mas o silêncio sobre a operação do La Caixa, um dos acionistas de referência da Abertis, fazia prever que a oferta da empresa italiana não satisfazia os interesses da concessionária de auto-estradas espanhola e portanto aguardavam-se novas propostas.

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Em véspera de reunião do BCE, bolsas sobem. BCP anima Lisboa

As bolsas europeias estão a valorizar esta quarta-feira, em véspera de uma reunião do BCE da qual não se espera grandes novidades. BCP e CTT puxam pelo principal índice português.

A bolsa de Lisboa abriu a sessão em terreno positivo, acompanhando a tendência das principais praças europeias e asiáticas. Em véspera de arranque da temporada de apresentações de resultados pelas cotadas portuguesas, e de mais uma reunião do Banco Central Europeu (BCE), os investidores aparentavam estar otimistas.

O Stoxx 600 somava 0,55%. Já o PSI-20 avançava 0,17%, animado sobretudo pelas ações do BCP e dos CTT. O banco valorizava 0,16% para 25,14 cêntimos, enquanto os correios registavam um dos melhores desempenhos, somando quase 0,90%, com os títulos a cotarem nos 5,58 euros. A EDP também dava algum brilho ao avançar 0,03%.

A travar os ganhos estava a Galp Energia, com uma queda de cerca de 0,20%. A petrolífera está sob pressão esta quarta-feira, face a uma nova queda nos preços do petróleo. A matéria-prima desvalorizava 0,50% em Londres para 48,60 euros o barril, a referência para as importações nacionais, mas com as perdas semelhantes também em Nova Iorque.

Apesar da reunião do BCE desta quinta-feira, que deverá inspirar alguns cuidados aos investidores, a Bloomberg não antevê grandes alterações à política monetária adotada até aqui. A Reuters avança que o banco central estará empenhado em manter o programa de compra de ativos por mais algum tempo, sem especificar fontes.

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PT ativa “planos de contingência” para greve que sindicato prevê ter “forte adesão”

  • Lusa
  • 19 Julho 2017

A PT ativou os devidos planos de contingência perante uma greve que, diz o sindicato, deverá registar uma "forte adesão". Trabalhadores estão contra a transmissão de postos de trabalho.

A greve dos trabalhadores da PT, agendada para sexta-feira contra a transferência de funcionários para outras empresas, deverá ter “forte adesão”, disse à Lusa o sindicalista Jorge Félix, enquanto a operadora já ativou os “devidos planos de contingência”.

“Esta greve deverá ter uma forte adesão”, afirmou Jorge Félix, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (PT), salientando que “há mais de 10 anos que a empresa não marcava uma greve conjunta de todos os sindicatos e Comissão de Trabalhadores”.

“A PT ativou os devidos planos de contingência e de redundância que nos permitirão assegurar técnica e humanamente todos os serviços que prestamos aos nossos clientes”, disse, por sua vez, fonte oficial da operadora à Lusa.

Em 30 de junho foi tornado público que a PT Portugal iria transferir 118 trabalhadores para empresa do grupo Altice – Tnord e a Sudtel – e ainda para a Visabeira, utilizando a figura de transmissão de estabelecimento, cujo processo estará concluído no final deste mês.

Antes, no início de junho, a operadora, comprada pelo grupo francês Altice há dois anos, tinha anunciado a transferência de 37 trabalhadores da área informática da PT Portugal para a Winprovit.

“O clima entre trabalhadores e a [equipa de] gestão tem vindo a degradar-se”, afirmou Jorge Félix, acrescentando que “os trabalhadores têm sérias dúvidas quanto ao futuro da Tnord e da Sudtel, já que são empresas de pequena dimensão e não se sabe qual é a sua capacidade financeira” daqui a um ano, altura em que terminam os direitos que os trabalhadores tinham na PT Portugal.

Ou seja, a transmissão de estabelecimento prevê que os trabalhadores transferidos mantenham os direitos durante 12 meses.

"A PT ativou os devidos planos de contingência e de redundância que nos permitirão assegurar técnica e humanamente todos os serviços que prestamos aos nossos clientes.”

Fonte oficial da PT

“É claro que há uma lacuna na lei”, já que não prevê “que os trabalhadores tenham a opção de se opor” a esta medida, afirmou o sindicalista.

“Não se sabe se estas empresas, com exceção da Visabeira, daqui a um ano poderão continuar a garantir os salários ou ter capacidade financeira”, continuou.

Além disso, “não existe um mecanismo que permita ao trabalhador regressar à PT Portugal”, disse Jorge Félix.

“Receamos que a empresa esteja a usar esta lei de uma forma subjetiva”, de forma a “reduzir custos” e transferir trabalhadores “para empresas que mais tarde poderão fazer despedimentos”, afirmou, recordando que recentemente o presidente do Conselho de Administração da PT Portugal, Paulo Neves, tinha admitido continuar a fazer mais transferências de trabalhadores para outras empresas, caso tal se justificasse.

“Além disso, é preciso recordar que há mais de 300 trabalhadores sem funções, uma situação que configura assédio moral, levando alguns trabalhadores a uma situação de desespero em que aceitam indemnizações de baixo valor”, acusou o sindicalista.

Perante isto, Jorge Félix estima que haja “uma forte adesão” à greve, nomeadamente porque “há a ideia” de que este tipo de iniciativas poderá afetar outras áreas da operadora de telecomunicações.

“A empresa já deu a entender que quer continuar nesta linha”, disse.

Nos últimos dias, os trabalhadores da PT Portugal têm realizado várias ações de protesto que culminam na próxima sexta-feira com a greve geral, que começa às 00h00.

Dos 118 trabalhadores sob regime de transmissão de estabelecimento, 96 trabalhadores são projetistas (desenham traçados de rede) e 22 são do Centro de Certificação Técnica de Torres Novas.

Do total de projetistas, 74 são transferidos para a Altice Technical Services (ATS), ficando divididos entre as empresas Tnord e a Sudtel, e os restantes 22 vão para o grupo Visabeira, antiga acionista da operadora e parceira histórica.

Já os 22 trabalhadores do Centro de Certificação Técnica vão para a ATS.

Durante a tarde de hoje decorrerá no parlamento um debate de atualidade sobre a “Privatização da PT, situação dos trabalhadores, concentração e domínio monopolista”, por iniciativa do PCP.

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