EDP Renováveis: Preço magro numa OPA inesperada
Não deixam orientação de venda em relação à OPA sobre a EDP Renováveis, mas os analistas apostam na "compra" da EDP que lançou ontem uma oferta inesperada e a um "preço magro".
Para os analistas, a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da EDP sobre a EDP Renováveis oferece um “preço magro” aos minoritários e surge num timing inesperado. Sem qualquer orientação quanto à venda ou não na OPA, tanto BPI como Haitong sugerem comprar ações da EDP EDP 0,00% porque está a aproveitar o “poder de fogo” conferido pela venda da espanhola Naturgas numa altura em que os títulos da sua subsidiária de energias limpas negoceiam num nível ainda “depressivo”.
A elétrica liderada por António Mexia oferece uma contrapartida de 6,8 euros por cada ação que ainda não detém na EDP Renováveis. Isto representa um prémio de 8,5% face à cotação de fecho desta segunda-feira e de 10% face à cotação média dos últimos seis meses. É um preço baixo face àquilo que estimam os analistas.
“Estamos um pouco surpreendidos com o timing da oferta, mas acreditamos que a EDP EDP 0,00% está a tentar tirar partido da combinação de ter algum poder de fogo com a venda da Naturgas perante um preço ainda depressivo da ação da EDP Renováveis depois do impacto de algumas preocupações em torno do mercado dos EUA com as eleições presidenciais”, referem os analistas do Haitong, numa opinião partilhada pelo BPI Research.
"Estamos um pouco surpreendidos com o ‘timing’ da oferta, mas acreditamos que a EDP está a tentar tirar partido da combinação de ter algum poder de fogo com a venda da Naturgas perante um preço ainda depressivo da ação da EDP Renováveis depois do impacto de algumas preocupações em torno do mercado dos EUA com as eleições presidenciais.”
Trata-se de um “prémio magro para os minoritários da EDP Renováveis”, diz o BPI, aludindo ao facto de a contrapartida oferecida pela EDP representar um desconto de 10% face ao preço-alvo que atribui aos títulos da cotada liderada por Manso Neto. “A EDP está a tirar partido do falhanço do mercado em reconhecer o potencial altista da EDP Renováveis EDPR 0,00% e o recente mau desempenho que se seguiu aos receios de mudanças significativas na política de energias limpas nos EUA”, argumenta a equipa de analistas daquele banco.
Para o CaixaBI, é um negócio win-win para a EDP: “As transações anunciadas são positivas para a EDP na medida em que a venda da Naturgas é realizada a uma valorização muito atrativa enquanto os minoritários da EDP Renováveis serão adquiridos a um valor abaixo da nossa avaliação”.
EDP Renováveis dispara
Tanto as ações da EDP Renováveis como da EDP estão sob forte pressão compradora na bolsa de Lisboa. Disparam 9,78% para 6,88 euros (e já está acima do preço da OPA) e 4,67% para 3,07 euros, respetivamente.
“Venda da Naturgas faz sentido”
Haitong e BPI Research recomendam “comprar” EDP. Atribuem preços-alvos de 3,4 euros e 3,25 euros. E um dos fatores que reforçam a aposta destas duas casas de investimento está a venda da empresa de distribuição de gás natural em Espanha, a Naturgas, por 2.591 milhões de euros.
“A alienação da Naturgas foi realizada a um preço muito bom”, adianta o Haitong, que avaliava a empresa em 2.112 milhões de euros.
“Faz sentido financeiramente devido às avaliações em máximos de sempre dos ativos regulados com o interesse continuado de grandes fundos de pensões e de infraestruturas”, acrescenta o BPI, salientando ainda fraca oportunidade de crescimento que representava a Naturgas em detrimento da EDP Renováveis.
“Embora a Naturgas seja um ativo de elevada qualidades que providencia cash-flows estáveis, oferece um crescimento limitado, e por isso parece um movimento sensato realocar capital na unidade de elevado crescimento EDP Renováveis“, argumentam os analistas do BPI.
Governo: “É muito positivo” a EDP preferir investir em Portugal
O secretário de Estado da Energia considerou “muito positivo” a EDP preferir investir em Portugal face a outros países da União Europeia ao lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre a EDP Renováveis.
“Vejo que uma empresa como a EDP entende que é preferível fazer investimentos em Portugal do que noutro país na União Europeia, isso é muito positivo e significa que estamos a criar grandes condições para que as empresas invistam mais no nosso país”, disse Jorge Seguro Sanches, em declarações à agência Lusa, à margem de uma conferência que decorre hoje na Assembleia da República, em Lisboa.
“O que aconteceu foi muito claro, a empresa em concreto vendeu ativos em Espanha para comprar uma empresa que tem uma grande intervenção em Portugal, o que significa que há confiança no setor, na forma como está estabelecida a regulação em Portugal e como o Governo está a atuar”, acrescentou Jorge Seguro Sanches.
O governante sublinhou ainda que o investimento anunciado mostra que “as empresas têm todas as condições para desenvolver o seu trabalho” no país.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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