O novo iPhone chega hoje: desta vez, a maçã sabe a ouro
A Apple deverá apresentar esta terça-feira três novos iPhones: 8, 8 Plus e uma edição topo de gama, o iPhone X. Saiba em detalhe o que esperar do grande evento do ano para a marca.
Se lhe cheira a maçã, é porque a Apple vai apresentar hoje três novos iPhones. Já o confirmou? A resposta é não — mas, como disse a revista Time, temos 99% de certeza de que é isso que vai acontecer esta terça-feira. Até porque a Apple não é propriamente boa a guardar segredos e este será o mais importante evento para a marca em muitos, muitos anos. Apesar de organizar sempre um evento nesta altura para dar à luz novos telemóveis, é este ano que se assinala uma década do produto mais valioso para a marca (o iPhone representa mais de metade do negócio). E uma década não se assinala todos os dias.
Antes de mais uma ronda de rumores (só os mais credíveis, claro), importa perceber que este será o primeiro evento da Apple na nova sede em Cupertino, que foi também um dos maiores investimentos da marca nos últimos anos: cerca de cinco mil milhões de dólares, mais do que os três mil milhões que pagou pela Beats, a empresa dos famosos headphones XPTO. Desde abril que está no ativo e, a partir de hoje, também os jornalistas e convidados ficarão a conhecer uma parte da nave-mãe: o Steve Jobs Theatre, um auditório desenhado especialmente para estas ocasiões, com capacidade para 1.000 lugares sentados. O entusiasmo à volta do campus é quase tão grande como o que existe face aos novos iPhones.
Por falar neles, comecemos por lhes dar nomes. Para isso, e à semelhança da Bloomberg, baseamo-nos no trabalho de Steve. Não de Steve Jobs, mas de Steve Troughton-Smith, o programador que, ao analisar o código da nova versão do sistema iOS, descobriu por lá as designações comerciais dos três novos aparelhos da Apple: iPhone 8, iPhone 8 Plus e iPhone X. Falaremos sobretudo deste último, o X, que será a edição com mais novidades, nova tecnologia e servirá para assinalar dez anos do produto. Mas prepare-se: a primeira notícia é que o preço deverá começar nos 1.000 euros (só por um dos componentes do ecrã, a Apple irá pagar o triplo ao fornecedor por cada unidade, segundo informações obtidas pelo site MacRumors). Por isso, e como nem todos os fãs terão oportunidade de comprar o novo iPhone topo de gama (a oferta poderá ser limitada), também abordaremos algumas novidades sobre os modelos 8 e 8 Plus.
Vendas do iPhone entre 2014 e 2017
Fonte: Statista
As vendas do iPhone têm vindo a manter-se mais ou menos constantes. No entanto, disparam sazonalmente, no primeiro trimestre de cada ano, o período em que a Apple inicia a venda dos novos modelos.
Um iPhone que sabe a ouro
Cedo começaram as indicações de que a Apple estaria a adquirir ecrãs OLED em catadupa. São ecrãs de qualidade superior, com cores mais naturais, brilhantes e contrastadas — a cor preta do telemóvel quase não se distingue da cor preta do ecrã. Houve mesmo um número em cima da mesa: 100 milhões deles, encomendados à Samsung, uma das poucas fabricantes deste componente. Esses ecrãs OLED serão aplicados no iPhone X, tornando-o o primeiro telemóvel da Apple a ter essa tecnologia (no universo Android, OLED é uma realidade há já vários anos). O ecrã do iPhone X também não deverá ter margens, para aproveitar o máximo de espaço da parte frontal do aparelho, e deverá ser curvo, com 5,8 polegadas. Isso torná-lo-á mais agradável ao toque — e, eventualmente, mais escorregadio.
A parte frontal ligará à traseira por uma faixa de aço inoxidável. A parte de trás deverá ser em vidro, para permitir os carregamentos sem fios (inductive charging) como já acontece com os modelos topo de gama Android. Terá o icónico logótipo da marca e, no canto superior esquerdo, ao alto, duas câmaras e um flash LED. Como já acontece com o iPhone 7 Plus, este par de câmaras de qualidade avançada permitirá mais opções nas fotografias e, possivelmente, suporte à tecnologia da realidade aumentada. Tal como a Samsung, ainda não foi desta que a Apple removeu a saliência das câmaras que impede que o telemóvel seja totalmente plano. Não é certo se essa foi, alguma vez, a intenção da Apple. Mas é um pormenor estético que tem vindo a merecer atenção das marcas: por exemplo, a Huawei, com a ajuda da Leica, removeu essa saliência de vez na gama P.
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Ainda na linha dos detalhes, as imagens conceptuais do iPhone X mostram uma área na parte de cima do ecrã e ao centro, onde a Apple terá posto a câmara frontal, o auscultador para chamadas e uma série de outros sensores. Há, porém, um desses sensores que se destaca: o de infravermelhos, para detetar o rosto do utilizador e permitir uma nova forma de autenticação. Não se sabe se o FaceID irá substituir totalmente o TouchID (o sensor de impressões digitais), uma vez que o novo iPhone X não deverá ter o tradicional botão Home que existe no aparelho desde sempre. E essa é uma grande incógnita: desconhece-se o que a Apple vai fazer ao leitor de impressões — se o vai remover ou se o vai reposicionar.
Certo é que a falta do botão Home merece todo um parágrafo. Os rumores mais recentes apontam que será mesmo o fim da tecla — não terá sequer um botão virtual para a substituir. Em contrapartida, a Bloomberg já viu imagens do telemóvel e garante que existirão novos gestos para desbloquear o aparelho e minimizar aplicações, funcionalidades já integradas no código do iOS 11, o sistema operativo que equipará os três modelos da empresa. Deverá haver uma barra na parte inferior do ecrã. Um gesto de deslize para cima deverá desbloquear o ecrã. Outro gesto semelhante, no interior de uma aplicação, servirá para a minimizar.
O iPhone X deverá ter 3 GB de memória RAM e um novo processador A11, mais rápido do que nos modelos anteriores do iPhone e adaptado a tarefas cada vez mais exigentes. É um aparelho capaz de responder aos utilizadores que precisam de recursos avançados e, de acordo com a Bloomberg, representará uma autêntica “mudança” na forma como os fãs estão habituados a interagir com os telemóveis da marca da maçã. Será assim, em traços gerais, o telemóvel mais importante da Apple nos últimos anos.
O meio tecnológico está muito expectante, o que significa uma pressão adicional para Tim Cook, o presidente executivo da empresa. Se falhar as expectativas — cenário que não está totalmente afastado –, a Apple poderá sofrer quebras significativas nas vendas e derrapagens na bolsa. Aliás, não seria a primeira vez que Tim Cook culparia os rumores pelos maus resultados trimestrais desta que é uma das maiores companhias do mundo.
Dois iPhones ‘mais normais’
Passando aos modelos mais comuns, é expectável que a Apple lance o iPhone 8 e o iPhone 8 Plus com os ecrãs LCD a que a marca já habituou o público — de 4,7 e 5,5 polegadas, respetivamente. São, basicamente, evoluções dos anteriores iPhones 7 e 7 Plus, lançados há um ano. Incluirão uma série de melhorias internas e espera-se que a versão menos musculada tenha 2 GB de memória RAM, enquanto as duas maiores e mais caras tenham 3 GB de RAM. Quanto ao espaço para armazenamento, existem vários rumores que não correspondem. Fazendo fé no site especializado MacRumors, as versões deverão ir ao encontro do que se espera para o iPhone X. Isto é, deverão existir modelos com 64, 128 e 256 GB de espaço de armazenamento. Não espere um regresso da entrada para auscultadores, uma vez que, para a empresa, esse assunto estará morto e enterrado.
Não se conhecem alterações ao desenho do iPhone para estas duas versões ‘mais normais’, pelo que deverão ir ao encontro do design dos iPhone anteriores. Porém, a confirmar-se, poderá ser uma manobra arriscada para a empresa, que terá de apresentar produtos que agucem o apetite dos clientes e que os façam abandonar o ainda recente e viável iPhone 7. Numa altura em que a concorrência à Apple abunda, a marca terá de fazer o esforço adicional para evitar ver os clientes apostarem em modelos igualmente bons da concorrência, como o S8 ou o Note8 da sul-coreana Samsung, a eterna rival da maçã.
Para terminar, a conferência de outono da Apple não deverá ser só telefones. Esperam-se novidades ao nível dos AirPods, os auscultadores sem fios da Apple, bem como atualizações de qualidade de imagem à Apple TV. Poderão surgir ainda novidades ao nível do HomePod, o assistente virtual doméstico que a Apple lançou há uns meses e, eventualmente, uma nova versão do Apple Watch, o relógio inteligente da marca, que já bem precisa de uma atualização de peso (possivelmente, passará a suportar 4G, como já acontece com outras marcas).
Não se esqueça: tome tudo isto with a pinch of salt. Por outras palavras, tenha sempre em mente que estas informações são recolhidas por jornalistas e entusiastas junto de fontes na empresa e respetivos fornecedores. Informações que vêm muitas vezes da China e caminham muitos quilómetros para chegar até aqui. Mas, numa era de comunicações instantâneas, os rumores respeitantes à Apple raramente falham. E isso só iremos saber esta tarde, pelas 18h00 em Lisboa, 10h00 na Califórnia. O ECO acompanha o evento em direto, daqui a pouco.
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