Mexia: “Não há nada de concreto” sobre eventual fusão com Gas Natural
"Não há nada para comentar", referiu o presidente da EDP quanto à hipótese de fusão da elétrica nacional com a espanhola Gas Natural. Mexia diz estar disponível para mais um mandato na EDP.
O presidente executivo da EDP EDP 0,00% , António Mexia, assegurou esta sexta-feira em Somiedo, no Principado das Astúrias, em Espanha, que “não há nada de concreto” quanto à possibilidade de a empresa se fundir com a espanhola Gas Natural.
“Acho que as duas empresas já disseram o que tinham de dizer. Não há nada de concreto e por isso não há nada para comentar”, disse António Mexia na cerimónia para comemorar o centenário da central elétrica de La Malva, da EDP, sem esclarecer se há contactos entre as partes.z
Quanto à sua continuidade no grupo, António Mexia foi claro: “Tudo depende dos acionistas, eles são os donos da empresa”. O presidente executivo da EDP referiu depois que a “equipa que transformou, no fundo, a EDP a nível mundial, com uma liderança mundial, nomeadamente nas áreas das renováveis, é uma equipa, com certeza, que está motivada”. “Eu estou a falar de 12.000 pessoas e eu sou apenas uma delas. Eu estou tão motivado como as outras 12.000” pessoas que trabalham para o grupo EDP.
A imprensa dos dois países ibéricos têm dado conta, desde julho último, que a empresa espanhola do setor energético Gas Natural estaria interessada numa fusão com a EDP mas, na altura, ambas as empresas desmentiram que estivessem a decorrer negociações.
"Acho que as duas empresas já disseram o que tinham de dizer. Não há nada de concreto e por isso não há nada para comentar.”
No início de setembro, o jornal espanhol Expansíon revelou que o presidente executivo da companhia espanhola esteve na China, onde desenvolveu contactos com os responsáveis da China Three Gorges, a maior acionista da EDP (com uma posição de 21,35%).
Na mesma altura, o ECO adiantou que os líderes da Gas Natural estiveram em Lisboa e que se encontraram com o primeiro-ministro, António Costa, no sentido de o convencer das mais-valias desta possível fusão.
Presente na cerimónia, o ministro da Energia de Espanha, Álvaro Nadal, também garantiu que nenhuma empresa lhe tinha falado numa eventual operação destas características e que a haver “teria de se estudar”, uma decisão que caberia ao regulador do mercado.
António Mexia defendeu que, “para que o mercado ibérico se desenvolva, é preciso haver igualdade de regras, igualdade de oportunidades e também ligações entre o mercado Ibérico e os outros mercados, particularmente o francês”. “Somos uma empresa mundial, estamos em 14 países, mas a componente do mercado ibérico é fundamental”, sublinhou o presidente executivo da EDP.
As maiores empresas do ramo energético a operar no mercado ibérico são a Endesa e a Iberdrola, seguidas pela Gás Natural e pela EDP.
O rei de Espanha, Felipe VI, presidiu esta sexta-feira à cerimónia organizada pela EDP para celebrar o centenário da central elétrica de La Malvaa primeira grande central hidroelétrica da região.
Esta unidade esteve na origem do nascimento da empresa espanhola de produção de energia elétrica Hidrocantábrico, onde a EDP (Eletricidade de Portugal) entrou como acionista em 2001 e passou a controlar três anos depois.
A central elétrica de La Malva, que iniciou a sua atividade em setembro de 1917, fica situada no coração do Parque Natural de Somiedo, declarado em 2000 Reserva da Biosfera, sendo uma referência no desenvolvimento económico do Principado das Astúrias, uma das 17 comunidades autónomas espanholas.
A EDP é proprietária de várias centrais hidroelétricas em Espanha com uma potência instalada total de 433 MW, tendo 1500 colaboradores, segundo dados fornecidos pela empresa.
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