Like & Dislike: Mais Europa, sim. Mais um ministro, não

O discurso do Estado da União mostrou o Juncker habitual. Um europeísta convicto que quer mais e melhor Europa. Mas a ideia de um super ministro das Finanças europeu deveria continuar na gaveta.

Foi um Jean-Claude Juncker igual a si próprio que apareceu, esta quarta-feira, no Parlamento Europeu para fazer o discurso do Estado da União. Um Juncker europeísta, federalista, ambicioso e emotivo, a querer “conquistar os corações dos europeus”.

O presidente da Comissão Europeia começou por puxar dos galões de graduado convicto no projeto europeu para fazer o balanço da Europa a longo prazo — “a União Europeia alcançou tanto neste mundo dividido. Paz, prosperidade, não para todos, mas para muitos” — e a curto prazo – “Estamos no quinto ano de uma recuperação económica que atinge todos e cada um dos Estados-membros”.

E que Europa quer Juncker para o futuro? Primeiro, quer uma Europa que não olhe só para o umbigo como muitos querem fazer nos corredores obscuros dos castelos de Visegrado. Quer trabalhar para a “criação de rotas de migração legais”, acrescentando que “a solidariedade não pode ser exclusivamente intraeuropeia. Tem de chegar a África”.

Ainda no capítulo de ‘olhar para fora’, não ficou agarrado ao TTIP rasgado por Donald Trump, e já fala em novos acordos com a Austrália e Nova Zelândia. O statement de Angela Merkel depois da eleição de Trump — “nós, europeus, temos de tomar o nosso destino nas nossas mãos” — já começa a fazer escola.

Depois Juncker olhou para dentro. Faz propostas concretas, como a criação de um serviço de intelligence europeu, uma Agência Europeia para a Segurança Cibernética, uma Procuradoria Europeia e uma nova autoridade do trabalho.

E outras propostas mais ambiciosas, como fazer circular o euro em todos os países da União Europeia, criar um Fundo Monetário Europeu, fundir os cargos de presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu e, last but not least, criar o cargo de ministro das Finanças e da Economia.

Esta última ideia já foi defendida por muitos antes de Juncker, já foi acarinhada por Emmanuel Macron e até admitida por Angela Merkel.

É difícil conceber esta ideia de super ministro das Finanças e da Economia europeu, por vários motivos. Primeiro porque tem implícita uma visão demasiado economicista do projeto europeu. Se queremos mais federalismo, então porque não começar com qualquer coisa mais pacífica como um super ministro da Cultura, ou com qualquer coisa mais útil como um ministro da Administração Interna que pudesse impor a todos uma política decente de emigração e acolhimento de refugiados?

Um ministro das Finanças também seria passar um atestado de incompetência aos atuais comissários que já são escolhidos pelos diferentes países da União para funcionarem como uma espécie de ministros das respetivas áreas. É o que faz o francês Pierre Moscovici, atual comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros.

Além disso, que sentido faria impor um ministro das Finanças europeu de direita ou mais liberal a um país que escolheu democraticamente um governo mais à esquerda ou mais conservador no domínio económico? Ou vice versa? Faz sentido um super ministro estar a impor a sua ideologia aos outros? Já imaginou o que era ter o senhor Jeroen Dijsselbloem como o seu ministro das Finanças?

Podemos sempre argumentar, e com razão, que há princípios de disciplina orçamental que deviam ser obrigatórios e comuns a todos e não deveriam ser divididos entre direita e esquerda. Mas a verdade é que a arquitetura da União Europeia já tem um mecanismo de poderes e contrapoderes, que garante, em teoria, essa disciplina orçamental, com respeito obviamente pelas escolhas democráticas dos vários países.

Já temos o chamado Semestre Europeu, já temos pacotes legislativos sobre a governação económica na região como o ‘Two Pack’, ‘Six Pack’, temos um sistema de procedimento de défices excessivos e temos um Banco Central Europeu com um mandato claro e que tem funcionado como o garante último da estabilidade financeira e monetária quando tudo o resto falha. Já existe um Mecanismo de Estabilidade Europeu que funciona como um pé-de-meia europeu, já temos o Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos que ajuda a espevitar o crescimento e ainda a União Bancária que, quando estiver a funcionar em pleno, ajudará a separar o risco soberano do risco bancário.

O que acrescentaria a tudo isto um super ministro da Economia e Finanças? Se algum dia a Zona Euro caminhar no sentido de ter um orçamento comunitário que não seja os atuais e irrisórios 1% do PIB, com capacidade para financiar por exemplo um seguro de desemprego europeu, então poderá fazer sentido ter alguém a assumir essa responsabilidade. Não precisa de ser um contabilista, mas também não precisa de ser um super ministro das Finanças.

O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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Ferro Rodrigues defende pluralidade no Conselho Superior das Finanças Públicas

  • Lusa
  • 13 Setembro 2017

O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, empossou dois novos membros do Conselho Superior das Finanças Públicas, elogiando a sua independência e defendendo a pluralidade.

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, empossou dois novos membros do Conselho de Finanças Públicas esta quarta-feira, sublinhando a importância de este órgão refletir diversidade e “pluralidade das perspetivas teóricas da economia”. Numa cerimónia breve, no Parlamento, tomaram posse como vice-presidente do conselho Paul De Grauwe e como vogal Miguel Saint Aubyn, nomeados em julho.

No seu discurso, de pouco mais de dois minutos, Ferro alertou contra o “pensamento único”, elogiou a independência deste organismo, e lembrou a importância das finanças sãs.

“Sem finanças sãs não temos crescimento económico, mas sem coesão social e sem estímulos diversificados também não encontramos a estabilidade política e as receitas fiscais necessárias ao equilíbrio macroeconómico”, sustentou.

Por isso, defendeu o presidente da Assembleia, é “da maior importância que o Conselho Superior reflita na sua composição a pluralidade das perspetivas teóricas da economia e que, dessa diversidade, resultem análises sérias e ponderadas”.

O presidente do parlamento agradeceu o trabalho dos membros cessantes e saudou os novos, “reputados economistas de currículo nacional e internacional” e refletiu sobre a importância deste conselho. É importante o país ter “uma autoridade independente como este conselho superior, que tem como missão avaliar a coerência e o cumprimento dos objetivos da política financeira”, acrescentou.

Paul de Grauwe é um economista belga, professor na London School of Economics, e ficou conhecido nos últimos anos pelas críticas à forma como as autoridades europeias geriram a crise. Miguel St. Aubyn é professor no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), dedicado às áreas de macroeconomia e de políticas públicas e, mais recentemente, fez parte do grupo de trabalho para a sustentabilidade da dívida, coordenado pelo Governo e que contou com deputados do PS e Bloco de Esquerda.

O CFP é um órgão que tem como missão pronunciar-se sobre os objetivos propostos relativamente aos cenários macroeconómico e orçamental, à sustentabilidade de longo prazo das finanças públicas e ao cumprimento da regra sobre o saldo orçamental, da regra da despesa da administração central e das regras de endividamento das regiões autónomas e das autarquias locais previstas nas respetivas leis de financiamento.

O conselho superior é o órgão máximo do CFP e é constituído por cinco personalidades “com elevado grau de independência”, afirma o Governo. Cabe ao Banco de Portugal e ao Tribunal de Contas a propor os nomes, cabendo depois ao Governo nomeá-los, o que aconteceu em julho depois de algum impasse.

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Ao fim de dois anos, processo da AdC contra a Crédito Especializado vê um fim

  • Lusa
  • 13 Setembro 2017

Mais de dois anos depois do início da investigação da AdC, a Associação de Instituições de Crédito Especializado assumiu compromissos para promover a concorrência, pondo um fim ao processo.

A Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), em resultado de uma investigação da Autoridade da Concorrência (AdC), assumiu o compromisso de não divulgar aos associados dados individualizados com menos de três meses para não prejudicar a concorrência.

Segundo um aviso da AdC, publicado na imprensa, em abril de 2015 foi aberta um processo de contraordenação contra a associação e 37 associadas, por alegadas práticas restritivas da concorrência. “A investigação desenvolvida revelou a existência de um sistema de intercâmbio de informação estratégica sensível relativa a produtos e serviços nos mercados do leasing mobiliário, do aluguer de longa duração (ALD), do crédito clássico, do crédito rotativo (revolving) e do crédito a fornecedores (stock)”, lê-se no aviso.

A autoridade conclui assim que o sistema de intercâmbio de informações institucionalizado pela ASFAC “poderia ser suscetível de potenciar um efeito restritivo da concorrência, através da atuação na posse de informação sensível dos seus concorrentes, bem como a monitorização frequente do comportamento estratégico destes”.

Em maio deste ano, quase dois anos e dois meses depois da abertura do processo, a AdC notifica a ASFAC da sua apreciação, apresentando agora a associação um conjunto de compromissos para responder às preocupações do regulador da concorrência. Além da não divulgação aos associados de dados individualizados com antiguidade inferior a três meses, a ASFC compromete-se ainda a conceder acesso à informação também aos não associados que o solicitem com fundamento no interesse em preparar a entrada no mercado.

A ASFAC compromete-se ainda, segundo o aviso, a divulgar mensalmente no seu sítio da internet os relatórios mensais com informação agregada e não individualizada. Em julho passado, as associadas da ASFAC concederam mais 11,6% em crédito, num total de 839 milhões de euros, do que no mesmo mês de 2016, sendo o mercado automóvel o maior responsável pela subida.

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Ministro europeu das finanças e economia: o que dizem os eurodeputados portugueses?

  • ECO
  • 13 Setembro 2017

O assunto voltou a ser destaque com as palavras de Juncker, que defende um ministro europeu das Finanças e da Economia. Entre os eurodeputados portugueses, há ideias divergentes.

Eurodeputados portugueses discutem o futuro da Europa em debate da TSF.

O presidente da Comissão Europeia reforçou esta quarta-feira a ideia de criar um ministro europeu das Finanças e da Economia. Mas entre os eurodeputados portugueses, esta iniciativa não reúne consenso.

No debate lançado pela TSF, em Estrasburgo, sete eurodeputados dão o seu ponto de vista. Francisco Assis, do PS, começa por dizer que “quem defende a moeda única, inevitavelmente acabará por defender uma solução desta natureza”. Para o eurodeputado, já existe praticamente uma solução de federalismo em matéria monetária e cambial que obriga ao cumprimento de determinadas regras e o que “se tem notado é que falta uma coordenação política” que, para Assis, só pode ser exercida por uma figura com estas características.

Paulo Rangel, do PSD, nota porém que a criação desta figura “não é um facto mágico que vai mudar tudo por si”, salientando que há necessidade de criar um fundo monetário europeu e o orçamento para a Zona Euro.

Enquanto o CDS, pela voz de Nuno Melo, assume “sentimentos contraditórios”, não tendo “como certo que seja necessário ir tão longe”, Marinho e Pinto, do PDR, e José Inácio Faria, do MPT, apoiam a criação desta figura. Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, mostra-se claramente contra. Para a eurodeputada, “o problema maior”, “e por isso é que o ministro não funciona, é que não existe uma articulação entre a política monetária e a política orçamental”.

Pelo PCP, João Ferreira ressalva que cada novo passo na União Europeia serve para justificar o anterior e legitimar o seguinte e nunca se perguntou aos cidadãos se queriam ser governados “por um ministro das finanças e da economia a partir de Bruxelas ou de Berlim, para o caso dá o mesmo”. O eurodeputado comunista entende que não se pode aumentar a distância entre as instâncias de decisão e o escrutínio — “e o voto em última instância” — dos cidadãos. Um ponto que levou ao debate a questão de um eventual referendo.

Defenderiam os eurodeputados que as alterações propostas por Juncker fossem sujeitas a referendo? Nuno Melo diz que “depende da substância”. José Inácio Faria frisa que há decisões que devem passar por essa etapa mas não a criação de um ministro da economia e das finanças. Já Francisco Assis prefere desviar o foco desse ponto específico: falando no conjunto de alterações mais profundas, não se opõe. Marinho e Pinto também aceita esse passo no caso de alterações profundas.

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Mineiros gregos protestam no interior ministério da Economia

  • Lusa
  • 13 Setembro 2017

Cerca de uma centena de trabalhadores das minas de ouro da Calcídica conseguiram invadir o ministério da Economia grego durante um protesto. Manifestam-se contra a suspensão do investimento na mina.

Trabalhadores das minas de ouro da Calcídica, norte da Grécia, manifestaram-se esta quarta-feira no interior do Ministério da Economia, em Atenas, exigindo ao governo medidas que protejam os postos de trabalho.

Apesar da presença da polícia, cerca de uma dezena de mineiros conseguiu entrar no edifício do ministério onde gritaram palavras de ordem e exigiram ao governo de Alexis Tsipras a atribuição da autorização da concessão de exploração do ouro a uma empresa do Canadá. Pouco depois, os manifestantes foram expulsos pela polícia, mas os protestos continuaram na rua onde se concentravam mais de uma centena de mineiros oriundos do norte do país.

O protesto regista-se dois depois de um anúncio da empresa canadiana Eldorado que informou a suspensão do investimento na mina a partir do dia 22 de setembro e que vai apenas cumprir os compromissos respeitantes à manutenção do local e à proteção do meio ambiente da zona. A companhia canadiana afirmou que tinha tomado a decisão depois de três meses de negociações com o Ministério do Ambiente que não produziram resultados sobre a concessão.

O diretor executivo da Eldorado Gold, Georges Burns, acusou o governo de Atenas de estar a protelar as licenças necessárias e apelou para o Executivo “pensar nos trabalhadores gregos e no país”. Burns acrescentou que desde 2001 a empresa investiu três mil milhões de dólares nas minas e que pretendiam fazer um investimento, do mesmo valor, caso fossem autorizadas as licenças de extração, o que poderia gerar a criação de mais 2.400 postos de trabalho além da manutenção dos 1.200 trabalhadores que se encontram ainda em funções. Apesar da decisão, o responsável pela Eldorado declarou que a companhia está disposta a reconsiderar a posição caso o governo grego venha a mudar de opinião, em tempo útil.

O governo já acusou a multinacional de estar a atuar com fins políticos acrescentando que o anúncio ocorreu precisamente depois do primeiro-ministro grego ter afirmado, durante uma visita do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que a Grécia volta a ser “atrativa” para os investidores.

A declaração de Tsipras foi criticada pela oposição grega. Fontes do Ministério do Meio Ambiente disseram na terça-feira que o anúncio da Eldorado é “incompreensível” porque foi divulgada dias antes da atribuição de concessão de algumas licenças temporárias para uma das minas, e que já estava programada. As mesmas fontes recordaram que a concessão definitiva das licenças de extração depende da conclusão do “processo de arbitragem” cujos resultados são esperados nos próximos seis meses. A arbitragem foi solicitada pelo governo depois da companhia do Canadá ter apresentado um plano técnico para a exploração de ouro com base em métodos que não foram aprovados.

As minas de Calcídica dividem a população local porque os mineiros defendem o reinício da extração mas outros setores que dependem do turismo e da agricultura mostram-se contra a exploração. Apesar de ter mostrado oposição sobre a exploração das minas quando estava na oposição, o governo do Syriza assegura que respeita os contratos que foram assinados pelos governos anteriores.

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Vencedora do Protechting ganha prémio de inovação na China

Bdeo foi uma das vencedoras do programa de aceleração da Fidelidade e da Fosun. Durante o roadshow na China, venceu o prémio de inovação.

A Bdeo, uma das vencedoras do Protechting deste ano, venceu o primeiro lugar na final do Protechting Innostar, concurso de inovação promovido pelo grupo Fosun em parceria com o governo local de Ningbo, na China.

Protechting Innostar é um concurso de inovação promovido pelo grupo Fosun em parceria com o governo local de Ningbo, na China.D.R.

Dos 13 finalistas — de países como China, Estados Unidos, Portugal, Itália e Espanha — a Bdeo saiu vencedora e recebe um prémio de cerca de 13.000 euros.

O Protechting, programa de aceleração promovido pela Fidelidade e pela Fosun, tem como objetivo “ajudar empreendedores a realizar os seus sonhos, permitindo-lhes colaborar com players domésticos e internacionais relevantes, tais como incubadores, fundos de capital de risco e outras organizações”, avança a empresa em comunicado. Os vencedores participaram no roadshow à China durante os primeiros dias de setembro.

O Protechting Innostar arrancou em janeiro de 2017 e atraiu mais de 1000 equipas de jovens empreendedores, de mais de 31 países. Com foco em temas e empresas das áreas de seguros financeiros, saúde e inteligência artificial, a edição de 2017 “teve em vista a criação de soluções para melhorar a eficiência interna de empresas tradicionais através da inovação tecnológica”, acrescenta a Fidelidade em comunicado.

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Revista de imprensa internacional

Desemprego britânico atingiu o nível mais baixo dos últimos 42 anos. Descubra ainda porque é que o presidente do JP Morgan acredita que a bitcoin é uma fraude.

Esta quarta-feira, as ameaças da Coreia do Norte voltam a fazer títulos nos jornais, depois de Pyongyang ter prometido acelerar o programa nuclear numa altura em que se discutem sanções sem precedentes ao país. Na Europa, o desemprego no Reino Unido caiu para mínimos de 42 anos.

Le Monde

Quem fica fora da taxa de habitação?

É uma das medidas fiscais do Governo francês dirigida às classes médias. A isenção da taxa de habitação para cerca de 80% dos agregados vai abranger rendimentos anuais até 30 mil euros no caso de solteiros e 48 mil euros no caso de um casal, de acordo com o ministro das Finanças, Gerald Darmanin. Leia a notícia completa aqui [acesso gratuito / conteúdo em francês].

Business Insider

Desemprego no Reino Unido em mínimos de 42 anos

A taxa de desemprego no Reino Unido caiu para 4,3% no segundo trimestre. É a taxa mais baixa dos últimos 42 anos. Há 32,1 milhões de britânicos empregados, mais 181.000 do que no trimestre anterior. “O mercado laboral continua forte”, garante Matt Hughes, estatístico do instituto de estatística oficial do Reino Unido. Leia a notícia completa aqui [acesso gratuito / conteúdo em inglês).

Bloomberg

Tecnologia vai fazer desaparecer 30% dos empregos na banca

Vikram Pandit é presidente executivo da empresa de investimento Orogen Group, mas foi o líder do Citigroup durante a última grande crise financeira. Esta quarta-feira, disse numa entrevista à Bloomberg que cerca de 30% dos empregos no setor da banca irão desaparecer graças aos desenvolvimentos da tecnologia, nomeadamente ao nível dos algoritmos e da inteligência artificial. Dá até 2025 para o setor ver desaparecer quase um terço dos atuais postos de trabalho. Leia a notícia completa aqui [acesso gratuito / conteúdo em inglês].

The Guardian

Bitcoin é uma fraude, diz o líder do JP Morgan

O presidente executivo do JP Morgan diz que a bitcoin, a moeda virtual do momento, é uma fraude. Mas vai ainda mais longe. Numa conferência em Nova Iorque, Jamie Dimon, diz que a moeda digital é só para os drogados, assassinos e pessoas que vivam em sítios como a Coreia do Norte. O gestor disse ainda que despediria “num instante” qualquer trabalhador do banco que se descobrisse que investia nestes ativos: “Por duas razões: é contra as nossas regras, e porque são pessoas estúpidas. Ambos são fatores perigosos”, defendeu. Leia a notícia completa aqui [acesso gratuito / conteúdo em inglês].

Financial Times

Coreia do Norte promete acelerar o programa nuclear

Numa altura em que se discutem sanções sem precedentes por parte da comunidade internacional à Coreia do Norte, o regime de Kim Jong-Un prometeu “redobrar esforços para aumentar a sua força para proteger a soberania do país e o direito à sua existência e para preservar a paz e a segurança da região”. O regime ameaçou novamente os EUA, indicando que o país vai sofrer “a maior dor alguma vez experienciada”. A Coreia do Norte está empenhada em obter uma ogiva termonuclear pequena o suficiente para ser transportada num míssil intercontinental que consiga chegar aos EUA. Leia a notícia completa aqui [acesso pago / conteúdo em inglês].

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Autoeuropa: Governo “não se deve envolver diretamente”, diz Caldeira Cabral

  • ECO e Lusa
  • 13 Setembro 2017

O ministro da Economia diz estar a acompanhar as negociações mas que o Governo "não se deve envolver diretamente". O presidente Volkswagen diz que o conflito “tem que estar resolvido em Outubro”.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse esta quarta-feira no parlamento que o Governo “não se deve envolver diretamente” no conflito laboral existente na fábrica da Autoeuropa, mas assegurou acompanhamento das negociações na empresa em Palmela. O presidente executivo da Volkswagen, Herbert Diess, assegura que a Volkswagen não está “a considerar outras opções” para a produção do T-Roc, modelo fabricado em exclusivo pela fábrica da Autoeuropa em Setúbal. Acrescenta contudo que o conflito com os trabalhadores “tem de estar resolvido em outubro”, isto é, um mês antes da data prevista de lançamento do modelo.

“O Governo tem estado atento ao processo, mas não se deve envolver diretamente nem trazer para a praça pública as questões internas da empresa”, afirmou o governante, que estava a ser ouvido pela comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, na Assembleia da República. Manuel Caldeira Cabral recordou que já se reuniu tanto com a direção da fábrica de Palmela como com o presidente executivo da Volkswagen em Milão, Itália. “O que demonstrei foi confiança em que se encontre uma solução com a comissão de trabalhadores, que satisfaça ambas as partes”, referiu. Assinalou ainda que esta é uma “empresa muito importante” para Portugal, uma vez que está “a fazer grandes investimentos” no país, que passam, desde logo, pela “duplicação da produção”.

"O Governo tem estado atento ao processo, mas não se deve envolver diretamente nem trazer para a praça pública as questões internas da empresa”

Caldeira Cabral

Ministro da Economia

“É uma situação de stress, mas acreditamos na nova administração”, diz Herbert Heiss. O presidente da Volkswagen espera uma solução até outubro, pois “todas as partes envolvidas têm interesse em resolver”, avança o Público. “Não estamos a considerar outras opções e confio na competência da administração da unidade local”, assegura o presidente da fabricante alemã. A transferência da produção para outra unidade é também excluída pelos custos elevados que implicaria, acrescenta o Observador.

"Não estamos a considerar outras opções e confio na competência da administração da unidade local.”

Herbert Diess

Presidente Executivo da Volkswagen

Herbert Diess diz-se “surpreendido” com os protestos dos trabalhadores da Autoeuropa, que vieram interromper vinte anos de estabilidade. Para além do mais, a necessidade de trabalhar aos sábados está acordada há dois anos, desde que ficou definido que a produção do T-Roc seria um exclusivo da fábrica de Palmela. O líder da Volkswagen acredita que, para além dos novos horários, a instabilidade na fábrica está relacionada com as várias mudanças na estrutura. Em primeiro lugar, a saída no início do ano de António Chora, representante de há muitos anos dos trabalhadores, e ainda, a entrada de um novo responsável de recursos humanos. A nova comissão de trabalhadores será eleita a 3 de outubro e poderão avançar as negociações.

O representante do SITE-SUL, que se reuniu esta quinta-feira com membros dos recursos humanos e da administração da Autoeuropa, descreveu a reunião como “produtiva” e afirmou que “os canais de comunicação estão abertos”.

“É um plano ‘muito ambicioso’”

A capacidade da fábrica da Autoeuropa, que estaria subutilizada, irá agora utilizar o seu máximo para produzir 28 mil unidades até ao final de 2017 e 180 mil em 2018. “É um plano “muito ambicioso”, confessa Herbert Diess, mas garante ao mesmo tempo que todos os carros produzidos pela Autoeuropa teriam comprador. Para além do T-Roc, os modelos Sharan e Sirocco continuariam a ser produzidos na unidade de Palmela.

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AIE prevê aumento da procura mundial de petróleo. Operadores esperam subida do preço do barril

  • Lusa
  • 13 Setembro 2017

A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em alta ligeira a estimativa da procura mundial de petróleo para 2017 e 2018, sublinhando que os operadores esperam uma subida do preço do barril.

A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu hoje em alta ligeira a estimativa da procura mundial de petróleo tanto para este ano como próximo e sublinhou que os operadores esperam uma subida do preço do barril, ainda que modesto.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, divulgado esta quarta-feira em Paris, a AIE indica que as estimativas do consumo apontam para um aumento de 1,6 milhões de barris por dia em 2016 para um total de 97,7 milhões de barris por dia e de 1,4 milhões de barris por dia em 2018 para 99,1 milhões de barris por dia. Estas previsões apontam para aumentos de 100.000 barris em ambos os anos face às estimativas de agosto.

Paralelamente, a AIE sublinha que a produção diminuiu em agosto, pela primeira vez nos últimos quatro anos, para 97,7 milhões de barris por dia, menos 720.000 barris por dia do que em julho.

E ainda que uma parte desta descida tenha resultado de cortes imprevistos (em particular pelas revoltas na Líbia) e de operações de manutenção dos poços, a AIE refere que também pesou o facto da OPEP e os países associados ao acordo de redução da produção terem cumprido mais os compromissos assumidos.

Os 12 Estados da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) envolvidos no acordo subiram de 75% em julho para 82% em agosto o nível de cumprimento (que foi de 86% nos primeiros oito meses deste ano), enquanto os outros dez associados respeitaram o acordo a 100%, como nos oito meses anteriores.

As extrações do cartel petrolífero no mês passado desceram 210.000 barris por dia para 32,67 milhões e para este decréscimo pesou em particular a Líbia, que produziu 0,87 milhões de barris por dia em agosto, contra 1,01 milhões em julho.

As operações de manutenção fizeram diminuir em 500.000 barris por dia a produção dos países que não pertencem à OPEP para um total de 58 milhões de barris por dia, ainda que este nível continue a estar 1,2 milhões acima da produção em agosto de 2016, graças em particular aos Estados Unidos, Cazaquistão, Rússia, Canadá e Brasil.

Em relação ao furacão Harvey, que atingiu uma zona estratégica para o mercado petrolífero como é o Golfo do México, a AIE prevê que a descida da produção tenha sido em média de cerca de 200.000 barris por dia em agosto e que será de cerca de 300.000 em setembro. Os poços no interior do Texas foram particularmente atingidos.

A agência justificou as novas estimativas de um maior aumento da procura global com base na dinâmica do segundo trimestre deste ano, quando se reforçou a recuperação económica nos países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico).

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Um ministro das Finanças europeu e mais 10 ideias de Juncker

A criação de um ministro europeu das Finanças e da Economia ou a integração de todos os Estados na zona euro são algumas das propostas que poderão vir a mudar o panorama europeu nos próximos anos.

Jean-Claude Juncker partilhou, esta quarta-feira, a sua “visão pessoal” sobre o estado e o futuro da União Europeia. Naquele que foi considerado um dos seus mais importantes discursos sobre o estado da União, o presidente da Comissão Europeia lançou várias propostas, da economia à política, passando pela segurança. A criação de um ministro europeu das Finanças e da Economia e de novos órgãos europeus, como uma autoridade europeia do trabalho, ou a integração de todos os Estados-membros na zona euro, são algumas das propostas que poderão vir a mudar o panorama europeu nos próximos anos.

Economia

Um ministro europeu das Finanças e da Economia

A ideia já tem sido defendida por chefes de peso, como Emmanuel Macron e Angela Merkel, e Jean-Claude Juncker aproveitou o discurso desta manhã para defendê-la claramente.

Precisamos de um ministro europeu da Economia e das Finanças. Um ministro europeu que promova as reformas estruturais nos nossos Estados membros. Ele ou ela pode continuar o trabalho que a Comissão Europeia tem feito desde 2015, com o Serviço de Apoio à Reforma Estrutural. O novo ministro deveria coordenar todos os instrumentos financeiros da União Europeia que podem ser utilizados quando um Estado-membro está em recessão ou foi atingido por uma crise”, explicou Juncker.

Este ministro, acrescentou, deveria ser o comissário europeu para os Assuntos Económicos, que, em simultâneo, deveria presidir ao Eurogrupo. O ministro europeu responderia perante o Parlamento Europeu, defendeu ainda.

Um Fundo Monetário Europeu

É outra ideia que já tem sido defendida por alguns dos Estados-membros e que Juncker apoiou no seu discurso. Neste caso, as novidades deverão chegar ainda este ano.

“A zona euro está mais resiliente. Hoje, temos um Mecanismo Europeu de Estabilidade. Acredito que este mecanismo deve evoluir, progressivamente, para um Fundo Monetário Europeu. A Comissão vai apresentar propostas concretas sobre este assunto em dezembro“, anunciou.

Uma autoridade europeia do trabalho

Mais um órgão europeu defendido por Juncker. Para evitar as desigualdades no trabalho, o presidente da Comissão Europeia propõe a criação de uma autoridade para que as regras laborais sejam comuns a todos os Estados.

“Numa União de iguais, não pode haver trabalhadores de segunda categoria. Os trabalhadores devem receber o mesmo por igual trabalho no mesmo local. Devemos garantir que todas as regras da mobilidade laboral são impostas de forma justa, simples e eficaz por parte de uma nova entidade de inspeção e aplicação da lei”, referiu Juncker. E acrescentou: “É absurdo que tenhamos uma Autoridade Bancária para supervisionar a banca, mas não tenhamos uma Autoridade Laboral para assegurar justiça no nosso mercado único. Vamos criar uma”.

Todos os Estados-membros na zona euro, no espaço Schengen e na união bancária

Esta é uma das ideias mais ambiciosas defendidas por Juncker. Atualmente, a União Europeia conta com 28 Estados-membros (deverá ter 27 em 2019, se o Brexit já estiver concluído) e só 19 aderiram ao euro. Assim, o presidente da Comissão Europeia quer que oito países adiram à moeda única em apenas dois anos, já que o objetivo é avançar com estas propostas até ao final do seu mandato. Para isso, irá criar o Instrumento de Acesso ao Euro, que vai prestar apoio técnico e financeiro aos países que queiram aderir ao euro.

Para além disso, Juncker quer ainda que todos estejam no espaço Schengen e que todos se juntem à união bancária.

Reforço do comércio internacional

Juncker quer uma Europa mais aberta, mas aproveitou para deixar avisos, sem mencionar nomes. “Sim, a Europa está aberta para os negócios. Mas tem de haver reciprocidade. Temos de receber o que damos“.

A novidade mais imediata será o reforço das relações comerciais com a Austrália e a Nova Zelândia. “Quero que todos estes acordos estejam concluídos até ao final deste mandato. E quero que sejam negociados com total transparência”, sublinhou.

Sobre a questão da transparência nas relações comerciais, Juncker anunciou que a Comissão Europeia vai tornar públicas todas as propostas de negociação que forem feitas.

Uma nova estratégia para a indústria

Juncker quer tornar a indústria europeia “mais forte e mais competitiva” e, para isso, a Comissão Europeia vai apresentar uma nova Estratégia para as Políticas da Indústria, de forma a promover a inovação, a digitalização e a redução das emissões de carbono.

Política

Unificação dos cargos de presidente da Comissão Europeia e do Conselho Europeu

A proposta foi lançada no meio de ideias sobre a democracia na União. “Mais democracia significa mais eficiência. A Europa funcionaria melhor se juntasse os cargos de presidente da Comissão Europeia e do Conselho Europeu“, defendeu.

E assegurou a Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, que a proposta não é um ataque pessoal. “Não é nada contra o meu bom amigo Donald, com quem trabalhei nos últimos três anos. Nem contra ele, nem contra mim”, disse. Contudo, salientou, “ter um só presidente refletiria melhor a natureza da nossa União Europeia, enquanto uma união de Estados e de cidadãos”.

Um novo código de conduta para os comissários europeus

É mais uma proposta relacionada com a necessidade de reforçar a democracia na União Europeia. “Hoje, vou enviar ao Parlamento Europeu um novo Código de Conduta dos Comissários“.

Em primeiro lugar, o novo código torna claro que os comissários podem ser candidatos ao Parlamento Europeu sob as mesmas condições que todos os restantes candidatos. Ao mesmo tempo, este código vai “reforçar as exigências de integridade aos comissários, tanto durante como depois do mandato”.

Listas transnacionais para eleições europeias

Juncker começou por reconhecer que esta é uma ideia pouco popular entre vários Estados-membros, mas defendeu-a na mesma. “Tenho simpatia por listas transnacionais” nas eleições europeias. “Estas listas ajudariam a tornar as eleições para o Parlamento Europeu mais europeias e mais democráticas”, acredita. Por outro lado, Juncker defende novas regras de financiamento de partidos e de fundações. “Não devíamos estar a encher os cofres de extremistas anti-europeus. Devíamos dar aos partidos europeus os meios para que se organizem melhor”, referiu.

Segurança

Criação de rotas de migração legais para qualificados

Juncker dedicou uma boa parte do seu discurso à migração. Aqui, defendeu duas propostas. A primeira, para o reforço do fundo europeu de apoio a África, que conta 2,7 mil milhões de euros. “Todos conhecemos os perigos da falta de financiamento. Em 2015, muitos migrantes rumaram à Europa quando o programa de alimentação da Organização das Nações Unidas ficou sem fundos”, alertou.

A segunda diz respeito à criação de rotas de migração legais. “A migração irregular só vai parar se houver uma real alternativa. A migração legal é uma necessidade para a Europa, um continente envelhecido”. A Comissão Europeia quer, assim, facilitar a entrada de migrantes qualificados.

Um serviço de intelligence europeu

No combate ao terrorismo, defende Juncker, deve ser criada uma unidade de intelligence europeia, que garanta que os dados sobre estrangeiros possam ser trocados entre os serviços de polícia e de informações dos vários Estados-membros. O presidente da Comissão Europeia propõe ainda a criação de uma Procuradoria Europeia para tratar de crimes terroristas.

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Portugal paga juro de 2,785% por 850 milhões de dívida a dez anos

  • Margarida Peixoto
  • 13 Setembro 2017

O Tesouro colocou 850 milhões de euros em dívida com maturidade em 2027. O juro ficou nos 2,785%, abaixo dos 3,085 de julho e foi o valor mais baixo exigido este ano pelos investidores.

Portugal emitiu esta quarta-feira 850 milhões de euros em Obrigações do Tesouro a dez anos com um juro de 2,785%. Face à última emissão comparável, feita em julho, o valor exigido pelos investidores para financiar Portugal foi agora mais baixo.

Na emissão desta manhã a procura superou 2,06 vezes a oferta, uma relação que ultrapassa a procura de 1,52 vezes que tinha sido registada há dois meses. Em julho, o Tesouro tinha colocado 685 milhões de euros com um juro de 3,085%.

A taxa conseguida agora fica também abaixo da obtida em junho, o que faz do juro exigido agora pelos investidores o mais baixo do ano e o mais baixo desde novembro de 2015. Há três meses, Portugal colocou 750 milhões de euros em Obrigações do Tesouro a dez anos, por um juro de 2,851%.

Juro foi o mais baixo desde novembro de 2015

Fonte: IGCP

“Este financiamento teve os custos mais baixos desde final de 2015, um ano que as taxas das emissões foram muito baixas. Nesse ano houve quatro emissões de dívida a dez anos, todas com taxas baixas e a taxa conseguida hoje aproxima-se desses níveis,” diz Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, numa nota enviada às redações.

Foi uma “operação bem-sucedida,” soma Tiago da Costa Cardoso, gestor da corretora XTB, também num comentário enviado aos jornalistas. “O resultado deste leilão é positivo, se considerarmos que esta manhã houve muita concorrência no mercado primário de dívida pública na Europa, com a Itália, a Alemanha e o Reino Unido a emitir títulos a dez anos,” acrescenta ainda Steven Santos, gestor do BIG.

Porque é que Portugal está a pagar menos?

Apesar de o valor nominal da dívida pública portuguesa estar a subir (os dados mais recentes mostram que já se aproxima dos 250 mil milhões de euros) Cristina Casalinho, presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública tem conseguido juros mais baixos para financiar Portugal. Como?

“Portugal está a beneficiar dos bons dados económicos que tem divulgado, da revisão otimista da perspetiva do rating da dívida por parte da Moody’s, uma grande ajuda vem das compras do BCE, mas também beneficia da própria folga financeira no financiamento do Estado que, com operações de troca e emissões tem conseguido alongar a maturidade da dívida portuguesa,” explica Filipe Silva.

O clima favorável vivido por Portugal nos planos macroeconómico e internacional foi muito relevante para a diminuição do custo de financiamento nesta operação.

Steven Santos

Gestor do BIG

Além disso, acrescenta Tiago da Costa Cardoso, há um “maior apetite pelo risco” no segundo semestre do ano. Os índices estão “próximo de máximos históricos” e não se têm verificado “eventos de risco que possam criar alguma instabilidade nos próximos tempos,” argumenta. “O clima favorável vivido por Portugal nos planos macroeconómico e internacional foi muito relevante para a diminuição do custo de financiamento nesta operação,” corrobora Steven Santos.

Contudo, para o gestor da XTB, o valor colocado foi um “ponto negativo”, uma vez que ficou a meio do intervalo pretendido (entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros). Costa Cardoso diz que esta foi a forma de manter a taxa de juro baixa.

O leilão desta manhã foi a primeira vez que o Tesouro português testou os mercados desde que a Moody’s melhorou a perspetiva sobre a dívida nacional, a 1 de setembro. A expectativa para este leilão já era a de que a República conseguisse uma taxa de juro mais baixa do que a da última operação comparável. Até porque quando se aguardava que Mario Draghi pudesse sinalizar a retirada dos estímulos à zona euro, o presidente do Banco Central Europeu mostrou-se disponível para prolongar a política expansionista.

Na próxima sexta-feira será a vez da Standard & Poor’s se pronunciar sobre a economia portuguesa. Esta é a única das três grandes agências de rating que ainda não colocou Portugal em perspetiva positiva para a melhoria da notação de crédito, mantendo a avaliação em estável. Se no final da semana a S&P melhorar também o outlook português, isso será uma nova indicação positiva de que Portugal está próximo de sair do grau especulativo (o chamado lixo), regressando ao nível de investimento.

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Portugal tem a maior subida mensal da UE na produção industrial

  • ECO e Lusa
  • 13 Setembro 2017

Em julho, Portugal registou um aumento de 1,9% da produção industrial, o mais elevado da União Europeia, revela o Eurostat. Mas em termos homólogos, a subida soma 5,2%.

Portugal registou, em julho, o maior crescimento mensal da produção industrial (1,9%), tendo o indicador aumentado 0,1% na zona euro e baixado 0,3% na União Europeia (UE), revelou o Eurostat esta quarta-feira.

Em termos homólogos, a produção industrial aumentou 3,2% na zona euro e 3,1% nos 28 Estados-membros. Face ao mesmo mês do ano passado, em Portugal, a produção industrial aumentou 5,2%.

Entre os 24 Estados-membros para os quais há dados disponíveis, Portugal registou a maior subida em cadeia (1,9%), seguindo-se a Irlanda (1,8%) e a França (0,6%).

Os dados do gabinete oficial de estatísticas da UE mostram que os maiores recuos mensais da produção industrial se observaram na República Checa (-9,8%), na Hungria (-4,1%), em Malta e na Eslováquia (-3,3% cada). Na variação em cadeia, as maiores subidas no indicador foram observadas na Eslováquia (9,2%), na Letónia (8,9%) e na Roménia (7,6%). As baixas mais marcantes registaram-se na Irlanda (-9,2%), na Dinamarca (-3,1%) e em Malta (-1,7%).

E tudo leva a crer que as perspetivas positivas deverão continuar. De acordo com os dados da Markit, divulgados a semana passada (5 de setembro), o índice compósito que soma as expectativas para os setores industrial e dos serviços (PMI) a Alemanha teve um desempenho melhor do que o previsto inicialmente (55,8 pontos em agosto, contra os 55,7 previstos), o que significa que o motor da economia europeia tem a sua atividade em máximos de dois meses e a Irlanda, por exemplo, também teve o melhor desempenho dos últimos três meses (58,2 pontos).

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