Subida do euro já começa a incomodar? O que fará Mario Draghi na reunião de hoje?

  • ECO
  • 7 Setembro 2017

Mario Draghi junta hoje os seus governadores para a reunião mensal do BCE. O prato forte é a valorização do euro que começa a prejudicar as empresas exportadoras. O que fará o BCE?

A poucas horas do encontro de política monetária do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE), muitas são as especulações que pairam no ar sobre o que dirá Mario Draghi durante a conferência de imprensa. A maioria dos analistas espera que a valorização do euro seja um dos temas que farão parte dessa reunião. Mas o timing para o fim do programa de compra de dívida também centrará atenções.

Mais de dois terços (67%) dos economistas consultados pela Bloomberg esperam que o presidente do BCE aborde a apreciação do euro. “A minha expectativa é que Draghi tente um equilíbrio entre dizer que alguma da apreciação [do euro] é apropriada — refletindo o baixo risco político e uma economia mais forte — enquanto, ao mesmo tempo, fará alertas sobre os movimentos bruscos da divisa”, explica o analista chefe para a Europa da Nordea Markets, em Copenhaga, à Bloomberg.

O euro tem estado a negociar em torno dos 1,20 dólares, bastante acima dos 1,04 dólares a que estava em janeiro. Desde o início do ano o euro valorizou-se mais de 13% face à moeda dos EUA, numa altura em que as 19 economias da Zona Euro mostram sinais de revitalização económica. A subida expressiva do euro levou o BCE a lançar o alerta sobre os perigos de uma moeda muito forte para a economia da região, travando a subida, mas em Jackson Hole, nos EUA, evitou o tema. Resultado? Euro voltou a valorizar. Está nos 1,1942 dólares.

Euro aprecia mais de 13% desde o início do ano

Este euro forte é uma preocupação para Mario Draghi que continua a defender a necessidade de dar apoio à recuperação. “Precisamos de ser persistentes, pacientes e prudentes” para defender a necessidade de manter uma política monetária acomodatícia que suporte a taxa de inflação.

Para os economistas está na altura do BCE perceber o que terá falhado nos estímulos que deveriam gerar uma inflação suficiente e sustentada. Depois da subida até aos 2%, a inflação voltou a cair, com os preços do petróleo a deixarem de ter uma influência tão expressiva no aumento dos preços. Na última atualização, a inflação na Zona Euro estava em 1,3%.

Para além da valorização do euro, em foco, para os investidores, estará o futuro do programa de compra de ativos, conhecido como alívio quantitativo (QE), no momento em que Draghi falar. Contudo, 52% dos economistas inquiridos pela Bloomberg acredita que Draghi não dará grandes pistas sobre o tema nesta reunião, adiando-o para a reunião seguinte, que acontecerá a 26 de outubro.

De acordo com uma sondagem da Reuters, três quartos dos economistas inquiridos preveem que o BCE apenas anuncie a redução dos estímulos monetários em outubro, e que este apenas entre em vigor a partir de janeiro.

Economistas do JPMorgan Chase esperam que a estratégia adotada pelo BCE se inicie em janeiro e demore seis meses até ser concluído. Já por parte do Goldman Sachs, a expectativa é de que a estratégia de saída do programa seja anunciada pelo Conselho do BCE em outubro, mas até dezembro não serão dados mais detalhes sobre a forma como esta será feita. O Morgan Stanley crê que a redução dos estímulos seja anunciada em outubro e iniciado apenas em janeiro.

De um modo geral, os economistas inquiridos pela Bloomberg acreditam que o BCE irá diminuir gradualmente a compra de dívida ao longo de nove meses, com início em janeiro – o BCE tem reduzido de forma expressiva a compra de dívida nacional, sendo que no último mês gastou pouco mais de 400 milhões em títulos de dívida nacional.

"Não estabelecemos datas. Precisamos de pensar. Precisamos de muitos dados que não temos hoje. Há muita incerteza. E não tomamos decisões sem termos uma informação completa.

Mario Draghi

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Como avaliam os empresários o patinho feio do Governo?

O PIB está a crescer ao maior ritmo do século. Mas o ministro da Economia é o menos popular. O ECO falou com empresários: dizem que Caldeira Cabral é competente, mas ainda lhe falta peso político.

PIB cresce ao maior ritmo do século mas parece que Caldeira Cabral é o menos popular dos ministros.Fotomontagem ECO

Desde que iniciou funções até ao momento, Manuel Caldeira Cabral é visto como o ‘patinho feio’ do grupo. O PIB teve a maior subida dos últimos 17 anos, mas a popularidade do ministro da Economia é a pior entre os membros do Executivo. Ao ECO, os empresários contactados elogiam o desempenho, mas admitem dificuldades na comunicação. Caldeira Cabral é visto como o “menos político” do Governo, “fora dos holofotes” e, principalmente, apagado por Mário Centeno e João Vasconcelos.

O atual ministro nasceu assim“, confessa o presidente da Frulact, João Miranda. O próprio primeiro-ministro apelidou-o de “tímido e talvez discreto de mais” no Congresso do PS. Um dos comentadores mais influentes do país, Marques Mendes, sentenciou o destino de Caldeira Cabral: “O atual ministro da Economia não vai durar muito tempo”. Ainda esta quarta-feira o Jornal de Negócios noticiava uma “remodelação em marcha lenta”, onde se inclui a saída do suspeito do costume.

Um dos pontos fracos é o seu perfil académico uma vez que António Costa quererá alguém mais próximo dos empresários. Manuel Caldeira Cabral era professor na Universidade do Minho, ainda que, no passado, já tivesse sido assessor económico em governos socialistas. O que dizem os empresários? Elogiam o desempenho do ministro e da economia portuguesa, apontando a falta de carisma como um ponto fraco.

Não gere bem a sua capacidade de comunicação e a perceção que existe sobre a sua obra.

Peter Villax

Presidente da Hovione

“A fraca popularidade do ministro da Economia é uma questão de psicologia social”, atira o presidente do grupo DST, José Teixeira, ao ECO, assinalando a “natureza” de Manuel Caldeira Cabral e a sua “coreografia”. “Há alguns que têm jeito para a teatralização“, diz, mas o economista do Norte não é um deles. A mesma hipótese é lançada pelo presidente da Hovione, Peter Villax: “Não gere bem a sua capacidade de comunicação e a perceção que existe sobre a sua obra”.

Para Villax a baixa popularidade é, em última análise, “um mistério”. “Caldeira Cabral é muito simpático, é uma pessoa encantadora, mas não se tem afirmado”, confessa. Uma tese confirmada pelo presidente da Frulact, João Miranda, que admite que “a única coisa que se pode apontar é a falta de carisma, de conseguir mover com o discurso, com um murro na mesa”.

Os estudos de opinião têm dado Manuel Caldeira Cabral como um dos ministros mais impopulares. Contudo, essa classificação ganhou outra leitura quando, no mês passado, o ministro da Economia continuou a ser o pior no estudo de opinião revelado pelo Expresso, mesmo depois da tragédia de Pedrógão Grande ter afetado Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, e o caso de Tancos ter abalado Azeredo Lopes, ministro da Defesa.

A única coisa que se pode apontar é a falta de carisma, de conseguir mover com o discurso, com um murro na mesa.

João Miranda

Presidente da Frulact

Tal popularidade contrasta com os números do crescimento económico que superaram as expectativas dos socialistas: a surpresa com os 2% no quarto trimestre de 2016, o crescimento de 2,8% no primeiro trimestre de 2017 e a manutenção do ritmo de subida do PIB nos 2,9% no segundo trimestre. Este último número, por exemplo, é o maior crescimento económico em 17 anos. E, ainda que beneficie de uma base baixa de comparação em 2016, é das melhores notícias que um ministro da Economia teve na mão para dar aos portugueses nos últimos anos.

Centeno e João Vasconcelos ofuscam Caldeira Cabral

Os próprios empresários contactados pelo ECO dão o mérito a Caldeira Cabral. Mas João Miranda reconhece que Portugal teve, “no passado, ministros da Economia muito populares”, o que já não tem acontecido ultimamente. Na última década, em parte por causa do programa de ajustamento, a importância do ministro da Economia foi passando para o ministro das Finanças: a atenção passou a estar no défice e na dívida pública. Foi o caso de Vítor Gaspar e de Maria Luís Albuquerque em relação a Álvaro Santos Pereira e a António Pires de Lima, respetivamente, o que também se verifica com Mário Centeno — o ministro das Finanças que contrasta por ser o membro do Governo mais popular.

À semelhança dos seus antecessores, também Caldeira Cabral não escapou a esse efeito e… às gaffes. Poucos meses após ter iniciado funções, quando aplicou o agravamento fiscal aos combustíveis previsto no OE2016, Caldeira Cabral apelou aos portugueses para não abastecerem em Espanha: “Temos de olhar com preocupação porque corresponde também a impostos que deixam de ser pagos em Portugal”, disse em março de 2016. As críticas não tardaram a chegar. Meses depois, no âmbito do OE2017, admitiu que “a progressividade [do IRS] poderá afetar as classes mais altas marginalmente”. Os estragos de Caldeira Cabral foram depois amparados por Centeno: “Em termos de IRS, as taxas não serão alteradas”, garantiu o ministro das Finanças.

Além de Mário Centeno, o presidente da Hovione, Peter Villax, aponta o nome de João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria, como um dos fatores de retirada de protagonismo a Caldeira Cabral. “O sucesso do João Vasconcelos também é o sucesso do Caldeira Cabral, mas a verdade é que o secretário de Estado acabava por ter mais visibilidade e protagonismo que o ministro“, admite Villax, referindo-se à área das startups que teve o seu ponto alto na realização do Web Summit em novembro de 2016.

Discreto ou ousado? “É o menos político”, apontam empresários

Pouco depois de tomar posse, o próprio Caldeira Cabral admitia ao Público que não se via como um “intervencionista”. A sua prioridade está no contacto direto com os empresários. Em agosto de 2016, Caldeira Cabral confessava ao DN que “o carro do ministério já marca perto de 100 mil quilómetros”. O ministro da Economia tem percorrido Portugal de norte a sul e este é o seu principal argumento contra as críticas de ser um ministro “tímido”. “Acho que ousado e ambicioso não são contraditórios com tímido e discreto”, acrescenta na mesma entrevista. Caldeira Cabral chegou até a dizer que não tinha “uma máquina de propaganda”.

Esta forma de atuar do ministro leva os empresários a concluir que tem um perfil menos político, aponta o diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. Paulo Vaz compara-o ao ex-ministro da Economia de António Guterres, Daniel Bessa: “Os ministros menos políticos são mais expostos às movimentações políticas e geralmente são mais sacrificados, mas este caso é ainda mais estranho porque a economia está a funcionar, por mérito do Governo e fruto de uma conjuntura internacional positiva“.

Dá prioridade ao trabalho que faz e não tenta apregoá-lo.

Jorge Armindo

Presidente da Amorim Turismo

Paulo Vaz aconselha Caldeira Cabral a “capitalizar” os indicadores económicos — “o melhor que este Governo tem para apresentar”. “Caldeira Cabral criou um modelo de desenvolvimento económico a que este Governo se agarrou como alternativa à austeridade”, argumenta. Ainda assim, admite que o próprio ministro não esteja interessado num futuro de carreira política.

A mesma tese é apontada pelo presidente da Amorim Turismo, Jorge Armindo: “É o menos político do Governo”, classifica, referindo que a popularidade está ligada às notícias. Jorge Armindo diz que Caldeira Cabral, “apesar de estar a fazer um trabalho correto, não se exibe demasiado”. Ou seja, está “fora dos holofotes”, porque “não tem jeito para isso”. “Dá prioridade ao trabalho que faz e não tenta apregoá-lo”, argumenta, relembrando a velha máxima de que “à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer”.

Já José Teixeira, presidente do grupo DST, que diz conhecer Caldeira Cabral, classifica-o como “sério e trabalhador”. “A economia está a funcionar e isso não pode ser dissociado do trabalho do ministro da Economia”, argumenta, referindo que há projetos em que “é preciso saber esperar para colher”. É por isso que José Teixeira é contra a saída do académico do Governo. Também João Miranda, presidente da Frulact, sai em defesa do ministro: “Tecnicamente não há nada a apontar ao ministro Caldeira Cabral, tem alinhado algumas políticas com as necessidades dos empresários, das empresas e da economia”, argumenta.

A economia está a funcionar e isso não pode ser dissociado do trabalho do ministro da Economia.

José Teixeira

Presidente da DST

E o que já fez Caldeia Cabral? Em quase dois anos já lhe passaram pelas mãos vários dossiers. Por exemplo, os fundos comunitários para as empresas. A meta logo no arranque da legislatura era fazer chegar cem milhões de euros às empresas nos primeiros cem dias de Governo. Caldeira Cabral foi conseguindo cumprir todas as metas sucessivas fixadas neste capítulo, mas os louros parecem recair no ministro do Planeamento, Pedro Marques, que tutela a maior parte dos fundos. Outro marco foi a conclusão do Programa Capitalizar que passou pela revisão do Processo Especial de Revitalização — um trabalho feito em parceria com a ministra da Justiça, Francisca Van Dunen — mas também a definição de apoios para ajudar as empresas a resolver um dos principais problemas que levou muitas a fechar portas.

Os números recordes das receitas do Turismo, a descida do IVA na restauração, a realização do Web Summit e a garantia de que o evento volta a Lisboa este ano parecem não ser suficientes para dar popularidade ao ministro.

Numa tentativa de ter mais exposição, Manuel Caldeira Cabral tem apostado na mensagem que passa para o exterior. A entrevista mais recente foi ao El País, mas já passou por diversas vezes na Bloomberg, foi entrevistado pelo jornal alemão Handelsblatt, esteve presente em Davos e em outros encontros internacionais.

Em Portugal, a olhar para os estudos de opinião, a mensagem não tem chegado aos portugueses. Falta saber se o ‘patinho feito’ se transforma em ‘cisne’, evitando a saída do Executivo antes das eleições legislativas de 2019.

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Uma das prioridades do OE2018 é o descongelamento de carreiras, garante Costa

O primeiro ministro garante que não há folgas no Orçamento para 2018 e que o exercício será prudente. Mas revela que o descongelamento das carreiras será uma prioridade e que haverá cativações.

Uma das prioridades do Orçamento do Estado para 2018 será o descongelamento das carreiras da Função Pública, garantiu esta quarta-feira o primeiro-ministro.

Vamos fazer algo de essencial relativamente às carreiras que estão congeladas há anos, que é iniciar o seu descongelamento de forma a permitir às pessoas que tenham, algo de essencial em qualquer atividade profissional, que é perspetiva de carreira“, disse António Costa aos jornalistas, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, no final de uma reunião de cerca de três horas na Assembleia da República com dirigentes e coordenadores do Grupo Parlamentar do PS. Um declaração que vai a encontro das reivindicações dos sindicatos da Função Pública.

Mas apesar de abrir esta porta, o Chefe de Governo também deixou um alerta: a proposta de Orçamento para 2018 será de “progresso sustentável”, mas com gestão “prudente”, recusando a ideia de “folga financeira” e a impossibilidade de dar “passo maior do que a perna”. Quando a manta não é excessiva necessariamente temos de definir prioridades. Foi assim em 2016, foi assim em 2017 e vai ser assim em 2018″, disse António Costa, em declarações transmitidas pela RTP3.

Interrogado sobre as pressões para que a proposta de Orçamento do próximo ano possa ir mais longe em matéria de aumento de rendimentos, em consequência do maior crescimento económico verificado este ano, o líder do Executivo respondeu: “Não há folga”. O Jornal de Negócios citava, esta semana, o economista Ricardo Cabral a lembrar que “um ponto percentual de crescimento acima do orçamentado quase automaticamente faria o défice cair 0,35 pontos percentuais”. “São mais de 600 milhões de euros”, precisou. e tudo parece apontar para que o crescimento do PIB este ano vai superar os valores inscritos no Programa de Estabilidade.

“O maior crescimento económico significa o sucesso destas políticas – um sucesso que resultou de haver reposição de rendimentos, maior investimento e maior consolidação orçamental. Foi essa maior confiança no funcionamento da economia portuguesa, afastando-se o espetro dos diabos que alguns imaginaram, que também tem permitido um maior crescimento económico”, reagiu o primeiro-ministro. De acordo com António Costa, se a confiança fosse colocada em causa, “o crescimento poderia não ser este”.

“Por isso, temos de continuar este caminho com prudência, com rigor e com ambição, quer na elaboração quer na execução do Orçamento”, frisou.

E essa prudência vai passar também pelo recurso às cativações, à semelhança do que aconteceu em anos anteriores e apesar desta estratégia merecer o chumbo da direita e da esquerda. “Como é que se inicia sempre o ano? Com prudência”, pergunta e responde o chefe de Governo, nas declarações transmitidas pela RTP3. “Sabemos que a receita vai ser X, mas corremos o risco de não ser e o que aconteceria é que teríamos uma derrapagem das contas públicas. E isso não podemos ter”, frisa. Mas António Costa deixa uma garantia: “as cativações nunca vão representar um corte na despesa”.

O primeiro-ministro avançou ainda que, este ano, já há mais 500 milhões de euros descativados do que em 2016 por esta altura, resultado que atribuiu à forma como tem decorrido a execução do Orçamento em 2017. “Neste ano, já temos neste momento descativados mais 500 milhões de euros do que no ano passado na mesma época, porque felizmente a execução orçamental está a correr bem. Portanto, tem sido possível acelerar a execução da despesa face ao ano passado”, declarou o líder do Executivo, citado pela Lusa, depois de confrontado com as pressões exercidas à esquerda do Governo, sobretudo pelo Bloco de Esquerda, contra as cativações orçamentais.

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Metro do Porto lança concurso para projetos da nova linha Rosa e extensão da Amarela

  • Lusa
  • 6 Setembro 2017

O valor global de referência do concurso agora lançado é de 4,7 milhões de euros.

A Metro do Porto lançou esta quarta-feira o concurso internacional para a elaboração dos projetos da nova linha Rosa (G) e da extensão da linha Amarela (D), a construir entre 2019 e 2022, informou a empresa.

Em comunicado, a Metro refere que os anúncios foram enviados para publicação no Diário da República e no Jornal Oficial da União Europeia e marcam o arranque da Linha Rosa, entre S. Bento e a Casa da Música, e da extensão da Linha Amarela entre Santo Ovídio e Vila d’Este.

O valor global de referência do concurso agora lançado é de 4,7 milhões de euros.

“Este procedimento pressupõe a pré-qualificação dos candidatos, que após fazerem prova da sua capacidade e competência técnica, estarão aptos a apresentar propostas. O concurso divide-se em dois lotes, um para cada projeto, podendo os interessados concorrer a apenas um deles ou a ambos”, refere o comunicado.

O lote relativo ao projeto da Linha Rosa compreende a elaboração de estudo prévio, avaliação de impacto ambiental, obtenção de declaração de impacto ambiental e projeto de execução, estabelecendo um prazo total para execução destas tarefas de 330 dias. O valor máximo para este lote é de 2,6 milhões de euros.

Trata-se de um troço totalmente subterrâneo, com quatro novas estações, que vão ser projetadas por Eduardo Souto Moura (o arquiteto responsável pelo desenho da primeira fase do Metro) e fazendo, numa extensão de 2,5 quilómetros, a ligação entre S. Bento, Cordoaria/Hospital de S. António, Galiza/Centro Maternoinfantil e Casa da Música/Rotunda.

O lote respeitante ao prolongamento da Linha Amarela em 3,2 quilómetros e construindo três novas estações entre Santo Ovídio e Vila d’Este implica exatamente o desenvolvimento dos mesmos trabalhos de natureza técnica e ambiental, prevendo porém um prazo mais curto para a sua execução: o projeto e declaração de impacto ambiental deste novo troço têm que ser apresentados 270 dias após a adjudicação. O valor máximo deste lote é de 2,1 milhões de euros.

“Uma vez ultrapassada a fase de pré-qualificação, que admite os concorrentes, as propostas apresentadas serão avaliadas de acordo com dois critérios: o preço (que tem um peso de 70%), e a valia técnica da proposta (critério que vale 30%)”, sublinha o comunicado, acrescentando que Metro do Porto espera concluir este concurso e proceder à adjudicação dos projetos até ao fim de dezembro desde ano.

“Com o desenvolvimento dos projetos e dos procedimentos de avaliação ambiental a decorrerem ao longo de 2018, o lançamento dos concursos para as empreitadas de construção da Linha Rosa e da extensão da Linha Amarela sucederá no final desse mesmo ano, de modo a que as obras arranquem, no Porto e em Vila Nova de Gaia, nos primeiros meses de 2019 e venham a ficar concluídas em 2022”, afirma a empresa.

No seu conjunto, as novas linhas vão servir, diariamente, mais de 33 mil pessoas, “cobrindo importantes polos de procura”.

O investimento global nesta fase de expansão da rede do Metro (projetos incluídos) é na ordem dos 290 milhões de euros.

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PGR está a “recolher elementos” sobre viagens de autarcas à sede de Microsoft

  • Lusa
  • 6 Setembro 2017

A Procuradoria-Geral da República está a “recolher elementos” sobre alegadas viagens de dezenas de autarcas à sede da Microsoft, nos Estados Unidos, desde 2011. E DIAP de Lisboa investiga Oracle.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a “recolher elementos” sobre alegadas viagens de dezenas de autarcas à sede da Microsoft, nos Estados Unidos, desde 2011, a convite da empresa, que tem vindo a vender serviços aos municípios.

Instada a comentar a notícia publicada pelo jornal I na sua edição desta quarta-feira, fonte oficial da PGR admitiu à Lusa que a Procuradoria se encontra a “recolher elementos sobre a matéria”.

O jornal i chamou hoje a manchete um trabalho a que deu o titulo: “O Polvo Laranja da Microsoft”, em que noticiou que a gigante da informática “tem vindo a convidar autarcas para viajar até à sede da multinacional em Seattle, com apoio nas despesas”, tendo “Mauro Xavier e Pedro Duarte, quadros da Microsoft e do PSD”, sido “responsáveis por endereçar os convites”.

Instado a comentar a notícia, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou necessário haver um “esclarecimento cabal” sobre estas viagens polémicas alegadamente pagas por multinacionais e a penalização de quem não cumpre a lei.

Confrontado com a indicação de que os autarcas visados na notícia serem maioritariamente social-democratas, Passos Coelho afirmou não ter “nenhuma ideia” sobre isso. “É verdade que há grandes empresas, nomeadamente multinacionais, que têm essa abordagem de natureza comercial”, acrescentou o presidente do PSD em declarações em Aguiar da Beira.

Segundo Passos Coelho, deve haver investigação do Ministério Público, “para que todos possam ter noção do que deve ser feito e do que não deve ser feito”, e deve ser penalizado “quem não cumpriu as regras que estão prescritas na lei”.

O resto é um debate que acho que é importante um dia fazer-se em Portugal sobre a forma como muitas vezes estas empresas atuam“, disse.

DIAP de Lisboa investiga caso das viagens pagas pela Oracle

Mas as investigações não se ficam por aqui. O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa vai investigar o caso das viagens pagas pela multinacional tecnológica norte-americana Oracle a altos quadros do Estado Português.

A Procuradoria-Geral da República procedeu à recolha de elementos e decidiu enviá-los ao DIAP de Lisboa com vista a investigação“, revelou ainda o gabinete de imprensa da PGR, à agência Lusa.

Em agosto, numa altura em que o Ministério Público (MP) abriu uma investigação relacionada com o pagamento pela NOS a dirigentes do Ministério da Saúde de viagens e estada na China, a PGR indicou estar a recolher elementos sobre as viagens pagas pela Oracle.

A PGR adiantou, nessa altura, que estava a “recolher elementos” sobre as notícias surgidas nas últimas horas do pagamento a quadros do Estado de viagens e estada nos EUA pela empresa tecnológica norte-americana Oracle.

Além das viagens pagas pela Oracle e pela NOS, a PGR está ainda a investigar viagens ao campeonato europeu de futebol de França, em 2016, pagas pela Galp e que levaram à demissão de três secretários de Estado do atual Governo, entretanto constituídos arguidos.

 

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Wall Street avança impulsionada pelo acordo no limite de dívida americano

O acordo para estender até dezembro o limite da dívida americana e o livro bege da Fed mitigaram os efeitos da Coreia do Norte e dos furacões Irma e Harvey, puxando Wall Street para terreno positivo.

Os principais índices de Wall Street fecharam esta quarta-feira em alta impulsionados pelo acordo alcançado no Congresso norte-americano, com o aval de Donald Trump, para o aumento do limite de dívida dos Estados Unidos.

As notícias positivas de Washington a que se juntou ainda o Livro Bege da Fed — que considerou que nos últimos dois meses a economia dos EUA cresceu a um ritmo modesto e moderado — ajudaram a mitigar as preocupações dos investidores com a Coreia do Norte e com os estragos do furacão Harvey e da aproximação do furacão Irma.

O índice industrial Dow Jones ganhou 0,25% para 21.807,64 pontos, enquanto que o tecnológico Nasdaq subiu 0,28% para os 6.393,31 pontos. Já o principal índice norte-americano, o S&P 500, fechou a ganhar 0,31% para os 2465,54 pontos.

Também com comportamento positivo esteve o dólar que valorizou face ao iene. Já o ouro, à medida que as notícias positivas iam surgindo, ia recuando. Contudo, as cautelas dos investidores manter-se nos próximos tempos. A demissão de Stanley Fischer do cargo de vice-presidente da Fed, anunciada esta quarta-feira, é uma incerteza com que os investidores se deparam e que deixa em aberto alguma incerteza sobre a futura liderança do banco central.

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Catalunha aprova lei para convocar referendo a um de outubro

  • Lusa e ECO
  • 6 Setembro 2017

O parlamento regional da Catalunha aprovou em Barcelona a lei para convocar um referendo a um de outubro próximo com os votos dos deputados separatistas e na ausência dos constitucionalistas.

O parlamento regional da Catalunha aprovou hoje em Barcelona a lei para convocar um referendo a um de outubro próximo com os votos dos deputados separatistas e na ausência dos constitucionalistas.

Pouco antes da votação, os deputados do Cidadãos, PSOE (socialistas) e PP (Partido Popular) da Catalunha, que estão em minoria, abandonaram a sessão plenária.

O Tribunal Constitucional, a pedido do Governo espanhol, deverá pronunciar-se na quinta-feira pela inconstitucionalidade da decisão e suspendê-la, como medida cautelar.

Também na quinta-feira terá lugar uma reunião entre o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy com os principais líderes partidários.

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Estados Unidos chegam a acordo para aumentar teto da dívida

Democratas e republicanos chegaram, esta quarta-feira a acordo para aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos. Donald Trump deu o aval final.

O Presidente norte-americano anunciou esta quarta-feira que acordou um aumento do teto da dívida americana até ao próximo dia 15 de dezembro, evitando potencialmente um incumprimento sem precedentes sobre a dívida pública dos Estados Unidos.

A confirmação foi feita por Donald Trump aos jornalistas, a bordo do Air Force One, depois de ter reunido com os líderes do Congresso de ambos os partidos na Casa Branca. Trump classificou mesmo a reunião como “cordial e profissional”.

O teto da dívida americana irá incluir uma verba para apoiar as vítimas do furacão Harvey, no Texas, estando já prevista uma verba para os possíveis efeitos do furacão Irma. Em causa está um pacote de ajuda às vítimas dos furacões, de 7,9 mil milhões de dólares.

Segundo avança a Reuters, os republicanos defendiam um aumento do limite da dívida — atualmente de 19,8 biliões de dólares — por um período mais longo, mas no final da reunião Trump juntou-se aos democratas que queriam um aumento por apenas três meses.

Sem esta ampliação do limite da dívida o Governo não poderia financiar-se nos mercados ou mesmo pagar as suas contas. Caso tal cenário se viesse a verificar, isso poderia prejudicar o rating dos Estados Unidos, causar turbulências financeiras, e prejudicar a economia norte-americana, podendo mesmo desencadear uma recessão.

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Fed: Economia americana cresceu a ritmo modesto e moderado

O Livro Bege da Reserva Federal norte-americana diz que a economia dos USA cresceu a um ritmo modesto e moderado, nos últimos dois meses.

Crescimento modesto e moderado”, é desta forma que a Reserva Federal norte-americana classificou o crescimento dos Estados Unidos nos últimos dois meses, segundo o Livro Bege apresentado esta quarta-feira em Washington.

Quanto ao mercado de trabalho, a Fed considera que este se manteve estável, sem grandes pressões salariais, enquanto que a indústria automóvel demonstra poder vir a ser um foco de fraqueza.

Já os gastos das famílias, despesas de capital a produção industrial apresentaram, durante o período em análise, um comportamento positivo.

Na componente das vendas de automóveis, a Fed acrescenta que houve um comportamento misto. O relatório adianta que: “Em muitos distritos, os contactos manifestaram preocupação com uma desaceleração prolongada no setor automóvel”, pode ler-se no Livro Bege.

A Fed está atenta aos indicadores económicos no sentido de angariarem informação para poderem determinar em que momento deverão voltar a subir as taxas de juro de referência pela terceira vez em 2017.

No que toca à inflação esta foi considerada moderada, cifrou-se nos 1,4% (em julho) estando ainda longe dos 2% previstos pela Fed.

O Livro Bege baseia-se em sondagens económicas realizadas pelos 12 bancos regionais da Fed em todo o país e é publicado oito vezes por ano.

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O que a Função Pública quer no Orçamento para 2018

  • Marta Santos Silva
  • 6 Setembro 2017

"Se o Governo quer negociar com os sindicatos, pois negoceie, seriamente, nesta fase", apela José Abraão, da FESAP. Mas afinal, o que pretendem os sindicatos dos funcionários públicos?

Os sindicatos da Função Pública tiveram as suas conquistas nos primeiros dois Orçamentos do Estado do Governo apoiado pelo acordo parlamentar de esquerda, mas continuam a ter exigências. A federação afeta à UGT, FESAP, apresentou algumas das reivindicações que pretende levar ao Ministério das Finanças esta sexta-feira numa conferência de imprensa na sua sede, esta quarta-feira. “Entendemos que hoje, perante aqueles que têm sido os resultados económicos do país”, disse o dirigente da FESAP, José Abraão, “o Orçamento de Estado para 2018 deveria responder a mais reivindicações”.

José Abraão, da FESAP, apresentou aos jornalistas um documento reivindicativo.Paula Nunes/ECO

No entanto, o sindicalista mostrou-se frustrado por cada dia ser confrontado “com mais uma medida, mais uma solução” que surge na imprensa mas não é comunicada ou discutida com as forças sindicais. “A negociação coletiva que o Governo tanto vem apregoando que é preciso reforçar, é preciso que o Estado dê o exemplo enquanto o maior empregador deste país”, afirmou.

“Se o governo quer negociar com os sindicatos, pois negoceie, seriamente, nesta fase”. E não receou em falar nas possíveis consequências: “Para que não tenhamos que ir para a luta, para o protesto e para a greve, que foi aprovada no último congresso da UGT e que está por isso em cima da mesa. Os trabalhadores estão dispostos a manifestar o seu descontentamento”. O que pede, então, a Função Pública ao Governo para o ano que vem?

Descongelamento das carreiras: Sem faseamentos

As carreiras da Função Pública seriam descongeladas a partir de 2018: compromisso assumido no primeiro Orçamento do Estado com a assinatura do primeiro-ministro António Costa. Congeladas há anos, as progressões deveriam começar no próximo ano, mas os moldes continuam indefinidos. O primeiro-ministro fala em faseamentos e a imprensa em favorecimento daqueles cujas carreiras estão congeladas há mais tempo primeiro. Para José Abraão, da FESAP, isso está fora de questão. “É dia 1 de janeiro o descongelamento de carreiras e progressões”, disse. “Não podemos aceitar nenhum tipo de faseamento nem nenhum tipo de fracionamento nos escalões a que os trabalhadores têm direito.”

Não é o único. Helena Rodrigues, do STE, também já garantiu que o descongelamento das progressões aconteça de acordo com a lei, “que está em vigor mas todos os anos tem sido suspensa”, explicou ao Dinheiro Vivo. Junto da Frente Comum, sindicato afeto à CGTP, a dirigente Ana Avoila rejeita igualmente uma solução de descongelamento gradual.

Aumentos salariais: Entre 2 e 4%?

“No nosso documento de política reivindicativa, dir-vos-ia que temos uma prioridade central”, disse José Abraão aos jornalistas. “Uma política salarial que não seja de desvalorização dos salários”. Assim, “a FESAP aprovou que queremos aumentos de 2,5% para o ano de 2018 nos salários e pensões”. É um pedido intermédio relativamente aos outros sindicatos. Helena Rodrigues do STE coloca o pedido de aumentos nos 2%.

A Frente Comum divulgará a 19 de setembro as suas reivindicações, mas espera-se que continuem a pedir o aumento de 4% que exigiram para o Orçamento de Estado de 2017 sem sucesso.

Ana Avoila, dirigente da Frente Comum, união de sindicatos da Função Pública afeta à CGTP.Paula Nunes/ECO

Despenalização das carreiras mais longas

Apesar de o Ministério da Segurança Social ter recentemente aprovado um diploma para despenalizar as reformas antecipadas de pessoas com carreiras longuíssimas que acabou por abranger também a Caixa Geral de Aposentações, ou seja, pessoas que tinham descontado enquanto funcionários públicos, para José Abraão tratou-se de um “diploma simbólico”, já que abrangia apenas pessoas que tivessem começado a trabalhar aos 14 anos ou tivessem mais de 64 anos de descontos.

“A nossa proposta aqui também é clara”, disse José Abraão. Tal como pede o STE, a despenalização deve vir também para quem tem mais de 60 anos de idade e 40 de serviço.

Subsídio de refeição: mais alto e não tributado

José Abraão apelou ainda a que o subsídio de refeição na Função Pública fosse aumentado para os seis euros, além de se ter mostrado ultrajado por o aumento deste ano ter sido “tributado a 25%”. “Esperamos que em 2018 não haja qualquer tipo de tributação relativamente ao subsídio de refeição dos trabalhadores da Administração Pública”, apelou.

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Incêndios: Dez empresas já têm luz verde para receber apoios comunitários

Até ao momento foram aprovadas dez candidaturas de empresas, que envolvem um investimento de 517 mil euros. Já foram pagos adiantamentos no valor de 67 mil euros.

São 25 milhões de euros para 55 empresas afetadas pelos incêndios que devastaram o centro do país de 17 a 21 de junho. O concurso para aceder a este apoio comunitário, a fundo perdido, abriu a 21 de julho e até agora foram recebidas 17 candidaturas, das quais foram aprovadas dez, revelou, ao ECO, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Em causa está um investimento de 517 mil euros que vai beneficiar de um apoio comunitário de 440 mil euros, precisou Ana Abrunhosa. Estes valores representam um aumento significativo face a meados de agosto quando havia apenas seis candidaturas recebidas, sendo que duas até já tinha recebido um adiantamento de 25% do apoio para a recuperação da estrutura produtiva. Este primeiro balanço foi feito a 11 de agosto quando o primeiro-ministro visitou as populações afetadas pelos incêndios para perceber como estavam a decorrer os trabalhos de reconstrução.

O primeiro-ministro, António Costa (C) durante a visita às obras de reconstrução e reabilitação de habitações, e das empresas afetadas pelos incêndios, em Pedrógão Grande, 11 de agosto de 2017. Paulo Novais/LUSAPAULO NOVAIS/LUSA 11 Agosto, 2017

Agora, o adiantamentos do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) já chega a 67 mil euros. Mas, “estes valores aumentarão muito em breve”, disse ao ECO Ana Abrunhosa. “Estamos a analisar mais sete candidaturas”, explicou.​

A possibilidade de haver adiantamentos tinha ficado desde logo estabelecida quando foram apresentados estes apoios específicos para as empresas dos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Sertã e Penela.

De acordo com o levantamento feito no terreno, em causa estão 55 empresas com prejuízos estimados em 28 milhões de euros, avançou ao ECO a presidente da CCDR Centro. Ana Abrunhosa explicou que a diferença para os 25 milhões disponibilizados se prende com o facto de as empresas terem seguros.

Através deste concurso as empresas podem ver os seus projetos financiados em 85% a fundo perdido, sendo que o Governo se comprometeu a adiantar 25% do montante coberto pelos fundos, sendo que esses 25% têm um limite de 500 mil euros. O objetivo é “recuperar a estrutura produtiva preexistente e contribuir para a manutenção dos postos de trabalho e o relançamento da atividade económica”, segundo o aviso. Em causa estão 350 postos de trabalho que perdidos em definitivo “representariam uma ameaça adicional ao já frágil tecido empresarial”.

Nestes concursos são elegíveis os investimentos com a “aquisição de máquinas, equipamentos, respetiva instalação e transporte; obras de construção, remodelação ou adaptação das instalações; aquisição de equipamentos informáticos, incluindo o software necessário ao seu funcionamento; serviços de consultoria necessários à implementação do projeto (estudos, diagnósticos, auditorias, planos de marketing e projetos de arquitetura e de engenharia); e material circulante relacionado com o exercício da atividade que seja imprescindível à execução da operação”.

Estas características excecionais do concurso implicaram apresentar em Bruxelas um pedido de reprogramação do Programa Operacional Regional do Centro (Centro 2020). Um pedido que foi entregue a 20 de julho e que recebeu aprovação formal a 17 de agosto. Mas as autoridades nacionais tinham a certeza de que o pedido seria aceite porque o trabalho prévio foi todo concertado previamente com os serviços da Comissão. “A aprovação formal foi dada em tempo recorde”, sublinhou ao ECO Ana Abrunhosa.

Ana Abrunhosa, que por inerência de funções é não só a presidente da CCDR Centro mas também a presidente do Programa Operacional Regional do Centro (Centro 2020), garantiu que este exercício de reprogramação não vai afetar a capacidade de o PO financiar projetos porque em causa “está um valor razoável” e o “programa operacional tem dinheiro”.

A responsável que passou todo o mês de agosto a reunir com as empresas para explicar os detalhes deste concurso, lembra que o primeiro passo é as empresas certificarem-se como PME — um registo que tem de ser feito junto do IAPMEI — e depois registarem-se no Balcão 2020. Ana Abrunhosa garante que todo o processo de candidatura foi simplificado ao limite possível (há sempre requisitos exigidos pela Comissão Europeia), partes estão inclusivamente pré-preenchidas.

As empresas têm 18 meses para executar as operações de reposição da atividade produtiva, adquirir máquinas e equipamentos, incluindo informáticos (software necessário ao funcionamento também é elegível) e até material circulante relacionado com a atividade. De sublinhar que o valor máximo do apoio tem em conta o valor do prejuízo líquido de seguros.

Artigo atualizado

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João Lourenço confirmado novo Presidente de Angola

  • Lusa
  • 6 Setembro 2017

A Comissão Nacional de Eleições confirmou que João Lourenço teve 61% dos votos nas eleições de 23 de agosto em Angola.

Os resultados finais das eleições gerais de 23 de agosto, divulgados hoje pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), confirmam João Lourenço como novo Presidente de Angola, com 61% dos votos alcançados pelo MPLA.

O anúncio foi feito pelo presidente da CNE, André da Silva Neto, em conferência de imprensa, para divulgação dos resultados definitivos das eleições gerais angolanas, que confirma também Bornito de Sousa novo vice-Presidente da República.

Os resultados apontam ainda que a UNITA é a segunda força política mais votada, tendo alcançado 26,67% dos votos, seguindo-se a coligação de partidos CASA-CE, com 9,44% dos votos.

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