Merkel é atingida por um tomate e… dá lição de como manter a calma

  • ECO
  • 6 Setembro 2017

Em plena campanha eleitoral pelo sudoeste alemão, Angela Merkel foi atingida por um tomate e explicou, momentos depois, como consegue manter a calma em momentos decisivos.

Muita calma. A pouco mais de três semanas das eleições legislativas alemãs, Angela Merkel encontra-se em campanha pelo sudoeste do país, onde foi ontem atingida por um tomate. O segredo em momentos de stress é, para a chanceler, manter a calma. A líder alemã explicou que essa é mesmo uma das suas maiores qualidades.

O incidente ocorreu na cidade universitária de Heidelberg, onde Merkel foi recebida com uma onda de assobios disparados por manifestantes que simultaneamente a chamavam “mentirosa” e “traidora do seu povo”, segundo a Deutsche Press-Agentur, numa alusão à entrada de um milhão de refugiados no país. Apesar de tudo, a chanceler alemã teve ainda tempo para, serena, oferecer um lenço a Claudia von Brauchitsch, moderadora destacada para o evento, que também foi atingida por um tomate.

Alguns instantes depois, em Estugarda, o ambiente contrastou significativamente com o de Heidelberg, tendo a chanceler alemã sido recebida com um auditório cheio para a ouvir discursar sobre liderança mundial.

Numa aparente calma imperturbável, Merkel foi questionada acerca de como lidava com líderes mundiais tais como Donald Trump, Vladimir Putin e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, identificados pelo moderador em palco como “machos alfa”.

Perante a questão, a atual líder alemã respondeu que mantém-se invariavelmente fiel a si mesma e que está sempre preparada: “Tais reuniões não são para forjar laços de amizade. Se isso acontecer, ótimo, mas são na verdade para representar os interesses do país e tornar claros os valores defendidos”.

Ainda com o casaco manchado pelo tomate que a atingiu, Angela Merkel foi também desafiada a nomear a sua maior qualidade: “Eu diria que, em momentos decisivos, consigo manter-me calma e que a calma é uma força muito importante para mim”, disse, acrescentando que a sua maior fraqueza é a tendência para falar de mais à noite, acabando por dormir pouco.

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Hotéis do Grupo Lena negoceiam revitalização com credores

  • ECO
  • 6 Setembro 2017

A entrada num Processo Especial de Revitalização (PER) foi o primeiro passo para a Lena Hotéis e Turismo começar a sua recuperação. Os credores têm de dar luz verde - principalmente o Novo Banco.

Os hotéis do Grupo Lena querem relançar-se e, para tal, dependem da aprovação dos seus credores, especialmente do Novo Banco, escreve esta quarta-feira o Jornal de Negócios [acesso pago]. A holding do grupo Lena que opera os hotéis Eurosol solicitou o princípio de um Processo Especial de Revitalização (PER) em abril, e esta alternativa à insolvência está a ser negociada até setembro com os credores, enquanto os hotéis se mantêm no seu funcionamento normal.

O grupo presidido por António Barroca pediu um PER para “restruturar o setor e responde rem melhores condições à conjuntura do turismo, disse ao Negócios, mas os credores têm de dar luz verde ao plano que foi apresentado no Tribunal Judicial da Comarca de Coimbra esta semana.

A dívida da sociedade alcança 38,8 milhões de euros, distribuída por 12 credores, mas mais de metade pertence ao Novo Banco, sucedendo ao BES. Segundo o grupo, foi o BES que financiou “os projetos mais importas da Lena Hotéis”, mas existem outros credores: o próprio grupo Lena, com dúvida subordinada, o Santander Totta e o Montepio, assim como o antigo presidente do grupo, Joaquim Barroca, que é arguido na Operação Marquês.

A Lena Turismo é a única parte do grupo que entrará em PER, assinalada o grupo, e os hotéis continuarão a funcionar “em pleno” e “sem nenhuma alteração”. O grupo Lena detém hotéis Eurosol em Leiria, em Santarém e na Guarda.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 6 Setembro 2017

Papéis que dão conta de cortes na imigração no Reino Unido, a maior apreensão de dinheiro vivo pela Polícia Federal do Brasil e outras três manchetes que marcam esta quarta-feira.

O Ministério da Administração Interna do Reino Unido planeia cortar no número de imigrantes provenientes da Europa. O referendo pela independência da Catalunha poderá estar em risco de ser suspenso. No Brasil, a Polícia Federal terminou a contagem do dinheiro apreendido num bunker na casa do ex-ministro de Temer, Geddel Vieira Lima. Estas são algumas das manchetes que marcam a atualidade desta quarta-feira.

The Guardian

Documentos do Home Office revelam planos de cortes na imigração

O exclusivo do The Guardian revela vários documentos do Ministério da Administração Interna do Reino Unido (Home Office). O país pretende levantar restrições à entrada de novos trabalhadores, em especial os menos qualificados. “A imigração deve beneficiar não apenas os migrantes em si, mas também os residentes”, pode ler-se no documento de 82 páginas, citado pelo jornal. A notícia completa está disponível no site do The Guardian (Conteúdo em Inglês/ Acesso gratuito).

Estadão

Polícia totaliza 51 milhões de reais da apreensão dos cofres de ex-ministro Gedder Lima

Após a deteção do dinheiro na passada terça-feira no contexto da Operação Tesouro Perdido, a Polícia Federal já terminou a contagem do conteúdo das malas encontradas num bunker da casa do ex-ministro Gedder Vieira Lima, cujo apartamento serviria como armazém de dinheiro. As autoridades contaram um total de 51 mil milhões de reais (o equivalente a 13,7 milhões de euros), naquela que é considerada a maior apreensão de dinheiro alguma vez levada a cabo pela Polícia Federal. Leia a notícia completa no site do Estadão. (Conteúdo em português/ Acesso condicionado).

Reuters

Coreia do Sul fala do ambiente com Pyongyang junto de Putin

Numa cimeira na cidade russa de Vladivostok, o presidente sul-coreano Moon Jae-in comentou com Putin que o ambiente na península coreana poderá vir a tornar-se imprevisível, caso o regime de Pyongyang não coloque um travão nas ameaças nucleares. A notícia completa pode ser lida no site da Reuters. (Conteúdo em Inglês/ Acesso livre).

The Telegraph

Obama condena fecho do programa DACA

“Cruel” e “errado” foram as palavras que o ex-presidente norte-americano usou para descrever a decisão tomada na passada terça-feira por Donald Trump ao anunciar o fim do DACA, o programa que proteção de imigrantes que entraram nos EUA de forma ilegal enquanto crianças. “Expulsá-los não vai fazer descer a taxa de desemprego, ou aliviar os impostos, ou aumentar os salários de alguém”, alerta Obama, citado pelo Telegraph. Leia a notícia completa no site do Telegraph. (Conteúdo em Inglês/ Acesso livre).

Expansión

Referendo da Catalunha poderá ser suspenso

O Governo de Mariano Rajoy e o Tribunal Constitucional espanhol poderão colocar um ponto final ao processo de arranque do referendo para a independência da Catalunha. O jornal fala de um possível conselho extraordinário de ministros que poderá refutar as decisões tomadas pelo Parlamento da Catalunha ou pelo Generalitat de Carles Puigdemont perante o tribunal. A notícia completa pode ser lida no site do Expansión. (Conteúdo em Espanhol/ Acesso livre).

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Energia pressiona Lisboa, mas BCP trava perdas

A praça lisboeta abriu a cair, acompanhando a tendência das praças europeias. Setor energético pressionava o índice, mas subida do BCP travava ainda mais perdas.

A bolsa de Lisboa abriu em baixa, acompanhando a tendência das principais praças europeias. Os mercados voltam a retrair-se numa semana amplamente marcada pelas tensões entre a comunidade internacional e a Coreia do Norte, face aos receios de um conflito nuclear. O Stoxx 600 caía 0,45%, enquanto a maioria das praças registava perdas entre 0,20 e 0,60%.

Em Portugal, o PSI-20 recuava 0,10% para próximo dos 5.130 pontos, naquela que é já a terceira sessão consecutiva de perdas. O índice era pressionado sobretudo pelo setor energético, com a EDP a desvalorizar 0,25% para 3,25 euros e a petrolífera Galp Energia a cair 0,77% para 14,09 euros.

O preço do petróleo em Londres, referência para as importações nacionais, recuava também 0,21% para 53,27 dólares, depois de uma subida de 2% na sessão anterior.

A travar as perdas na bolsa estava o BCP. Na semana em que o banco assinala três décadas na bolsa, as ações têm estado sob especial pressão. Esta terça-feira, depois de abrirem no verde, fecharam com perdas de quase 4%. Agora, nesta sessão, os títulos do BCP corrigiam com uma subida de 0,33% para 21,58 cêntimos.

No PSI Geral, destaque negativo para as ações da Impresa, que recuavam 5,33% para 28,4 cêntimos. O grupo de media que detém a SIC continua a ser penalizado na bolsa pela decisão de alienar ou fechar grande parte das revistas do segmento de publishing, ficando apenas com a Caras e o Expresso.

É expectável que a escalada das tensões com a Coreia do Norte continue a condicionar as negociações em bolsa. Os investidores mostram-se preocupados com as sucessivas ameaças do regime de Pyongyang, que já garantiu que irá manter o programa nuclear mesmo que a comunidade internacional avance com mais sanções. Uma das medidas em cima da mesa será a do embargo ao fornecimento internacional de petróleo à Coreia do Norte.

Além do mais, segundo a Bloomberg, assinala-se este sábado o “dia da fundação” e antecipa-se que a Coreia do Norte possa lançar um novo míssil balístico intercontinental para o mar do Japão, o que poderá motivar retaliação por parte dos Estados Unidos.

A par das tensões geopolíticas, os mercados deverão conhecer esta quarta-feira um conjunto de indicadores económicos que poderão lançar alguma luz sobre o estado da economia global, de acordo com a agência. Desde logo, a Fed apresenta o seu Livro Bege, um relatório que reporta a situação económica dos EUA, a maior economia do mundo.

Os investidores aguardam ainda com expectativa as declarações do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, após a reunião que está agendada para esta quinta-feira. Aguardam-se mais sinais sobre o rumo que o banco central tenciona dar ao programa de compra de ativos até ao final do ano. O mercado antecipa uma decisão de abrandar o quantitative easing, mas que deverá chegar só em outubro.

(Notícia atualizada às 8h41 com mais informação)

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Pyongyang continua programa nuclear, mesmo com sanções

  • Lusa
  • 6 Setembro 2017

A Coreia do Norte sublinhou que vai "redobrar esforços" no desenvolvimento do seu programa nuclear, mesmo se forem impostas novas sanções. Embargo de petróleo é uma das medida em cima da mesa.

A Coreia do Norte garante que vai avançar com o seu programa nuclear mesmo que a comunidade internacional imponha mais sanções, e já acusou os Estados Unidos de serem o “principal culpado pela escalada de tensão e ameaça nuclear”.

“Os Estados Unidos estão terrivelmente equivocados se acreditam que podem assustar ou persuadir a RPDC [República Popular Democrática de Coreia, nome oficial de Coreia do Norte] dizendo que ‘todas as opções’ estão em cima da mesa e impondo as piores sanções e pressão” sobre o país, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

O comentário do ministério, publicado na noite de terça-feira pela agência estatal de notícias KCNA, refere a reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, na segunda-feira, e o pedido da embaixadora norte-americana, Nikki Haley, para ser adotada uma nova e mais forte resolução contra a Coreia do Norte. O embargo de petróleo é uma das novas medidas propostas pelos membros do conselho, que já impôs ao país sanções destinadas a limitar a entrada de fundos potencialmente destinados ao desenvolvimento de armamento.

Neste sentido, Pyongyang insistiu na inutilidade de novas sanções e afirmou que o país asiático responderá às “atrozes sanções e à pressão dos Estados Unidos com a nossa própria contraofensiva” e que Washington “será totalmente responsável por todas as consequências catastróficas que se sigam”.

Em relação ao último teste nuclear, no domingo passado, em que assegurou ter testado uma bomba H (de hidrogénio, mais potente que uma bomba atómica convencional), que pode ser instalada num míssil intercontinental, a Coreia do Norte disse que “ninguém tem direito a criticar o nosso teste” e classificou-o como um procedimento “rotineiro e indispensável” ao seu desenvolvimento.

Pyongyang acusou Washington de tentar “difamar” a Coreia do Norte, ao acusar o país de tentar começar uma guerra, e afirmou que “os comentários disparatados e beligerantes de ‘fogo é fúria’ de [Donald] Trump” demonstram que são os Estados Unidos que estão a “pedir guerra”, ignorando a comunidade internacional.

“Com o surgimento da administração Trump, os Estados Unidos tornaram-se mais imprudentes” com a Coreia do Norte, “e não nos resta outra opção que não redobrar os nossos esforços para fortalecer a força nuclear do Estado”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

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PSD pede investigação ao comandante da Proteção Civil

  • ECO
  • 6 Setembro 2017

Duarte Marques e o autarca de Mação, Vasco Estrela, vão desencadear uma investigação a Rui Esteves, comandante nacional operacional da Proteção Civil. Queixa por fogos em Mação a caminho do IGAI.

Duarte Marques está a preparar uma queixa no IGAI contra Rui Esteves, comandante nacional da Proteção CivilANDRÉ KOSTERS / LUSA

Os fogos em Mação já não ardem, mas o cenário ainda é quente em termos políticos. O deputado social-democrata Duarte Marques enviou um requerimento ao Ministério da Administração Interna, sugerindo a Constança Urbano de Sousa que peça uma investigação para apurar responsabilidades do comandante nacional da Proteção Civil, Rui Esteves, “na perda de controlo da situação”. Caso a ministra não avance, será o PSD a fazê-lo, mediante uma queixa à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI).

A notícia é avançada esta quarta-feira pelo Público [acesso condicionado], que destaca que isto acontece numa altura em que o trágico incêndio de Pedrógão Grande ainda aguarda uma auditoria interna da Proteção Civil (PC) à “atuação dos vários agentes”. Junta-se a esse os incêndios que afetaram o concelho de Mação este verão, sobretudo um fogo que alastrou do concelho da Sertã e que queimou 18.000 hectares só em Mação, num total de 29.752 hectares ardidos. Foi o maior fogo em termos de área afetada.

Ao Público, Duarte Marques disse: “Vou aguardar pelas respostas da ministra e, depois de ter as respostas na mão, irei preparar uma queixa à IGAI, para que se apurem as responsabilidades do responsável máximo pela coordenação dos meios, o comandante nacional [Rui Esteves].” O deputado tem ainda dúvidas em relação ao número de meios aéreos discriminado no portal da PC num outro incêndio que esteve às portas de Mação em agosto.

Ao mesmo tempo, Vasco Estrela (PSD), presidente da Câmara de Mação, deu uma semana ao Ministério de Constança Urbano de Sousa para que lhe envie o relatório respeitante ao fogo de julho, um documento que lhe terá sido prometido pelo secretário de Estado Jorge Gomes. A não entregar motivará também uma queixa do autarca, a efetivar no dia 13 deste mês, indica o jornal. Questionado, o Ministério indica que o relatório em causa “ainda não está concluído”.

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Cientistas e robôs, marines e filantropos. Os investidores bizarros da bolsa de Lisboa

Nova onda de euforia na bolsa traz grandes investidores, incluindo alguns bizarros. É o caso do robô que aposta contra a Pharol. Ou dos marines americanos e do fundo que vem do frio do Alaska.

Um fundo do petróleo, filantropos que financiam cientistas, geeks de computadores e robôs: há investidores bizarros na bolsa portuguesa.

Um robô desenhado por cientistas e matemáticos de Oxford analisou milhões e milhões de bites de informação e chegou à conclusão de que seria oportuno apostar na queda das ações da Pharol.

Mas, desde 20 de julho, dia em que a Oxford Fund Management detinha uma posição curta na empresa portuguesa, os títulos seguiram um rumo contrário ao previsto pela máquina, criando um problema de alguns milhares de euros para estes génios resolverem.

A Oxford é apenas um dos investidores menos convencionais que podemos encontrar atualmente na bolsa portuguesa. Há um pouco de tudo. Um fundo soberano que vem do frio do Alaska para investir o dinheiro que obtém dos seus abastados recursos naturais e que distribui dividendos pelos seus habitantes. Uma associação de militares e antigos militares, incluindo os famosos Marines. Ou uma fundação que tem a missão de ajudar a humanidade através do apoio ao conhecimento e que já ajudou a descobrir parte da nossa história genética.

Numa altura em que o PSI-20 volta a aquecer com a presença de grandes investidores, a bolsa tenta acompanhar o ritmo da economia para dar um ar de sua graça e voltar a ser um centro financeiro com alguma relevância. Ainda que alguns acionistas tenham resistido à crise e por cá se mantiveram, como o fundo Asteck da holding do setor petrolífero chamada Heerema, esta nova brisa trouxe novos investidores. Incluindo alguns mais bizarros.

O fundo que ajudou a desvendar 30% do genoma humano

Nem todos os fundos presentes na praça lisboeta procuram rentabilidades com vista ao interesse privado. É o caso do Wellcome Trust Limited. Este fundo detém uma posição importante na Jerónimo Martins. E é com a retalhista portuguesa que conta para continuar a financiar alguns dos projetos promovidos pela fundação de caridade britânica Wellcome.

Esta organização sem fins lucrativos foi fundada ainda no século XIX por Sir Henry Wellcome, um empresário no setor da saúde, colecionador e filantropo. “O nosso financiamento apoia mais de 14 mil pessoas em mais de 70 países. Nos próximos cinco anos, pretendemos investir até cinco mil milhões de libras em pessoas curiosas e apaixonadas em todo o mundo que explorem ideias na ciência, saúde da população, inovação médica, ciências humanas e sociais e envolvimento público”, diz a fundação.

"Nos próximos cinco anos, pretendemos investir até cinco mil milhões de libras em pessoas curiosas e apaixonadas em todo o mundo que explorem ideias na ciência, saúde da população, inovação médica, ciências humanas e sociais e envolvimento público.”

Wellcome

O fundo detém uma carteira de ativos de 20,9 mil milhões de libras, que financia todo o trabalho da fundação. Entre estes ativos estão cinco milhões de ações da retalhista dona do Pingo Doce que valem 85 milhões de euros.

Dos principais feitos da fundação britânica faz parte o mapeamento de 30% do ADN humano na sequência de um projeto de investigação internacional que contou com a colaboração do Wellcome Trust Sanger Institute. Mas os apoios desta organização vão além da ciência.

Nome: Wellcome Trust Limited
País: Reino Unido
Valor da arteira de ativos: 20.900.000.000 libras
Principais investimentos: Setor das tecnologias da informação e setor financeiro

Do vestuário infantil para dar cartas nos CTT

Qual o interesse de uma cadeia de roupa infantil no negócio de distribuição de cartas? A 5 de julho, a espanhola Indumentaria Pueri, que detém a marca de vestuário para crianças Mayoral, reforçou a sua posição para mais de 5% nos CTT, tornando-se num dos principais acionistas da cotada. Através do fundo Wilmington Capital, o grupo espanhol detém ainda uma participação relevante na produtora de pasta de papel Altri, com os interesses no PSI-20 a totalizarem os 80 milhões de euros.

Contactada pelo ECO acerca da presença na bolsa nacional, a Indumentaria Pueri não comenta — o que se percebe dado que Dominguez de Gor, dono da Mayoral, é um dos empresários mais discretos da moda espanhola.

Em Espanha dizem que a Mayoral é uma máquina registadora imparável. E investimentos em bolsa como este nos CTT surgem como consequência da robusta disponibilidade de liquidez e de uma estratégia de diversificação do grupo de Málaga.

Além dos CTT, em Lisboa, tem ainda investimentos noutras praças. Tem 3% da construtora de ferrovias espanhola CAF. Está ainda presente na papeleira Miquel i Costas, no banco e corretora Renta 4, no grupo industrial Azkoyen, na farmacêutica Laboratorios Rovi e na empresa de vestuário Adolfo Domínguez. Tudo junto, este a Indumentaria Pueri gere ativos no valor de 350 milhões de euros.

Nome: Indumentaria Pueri
País: Espanha
Valor da carteira de ativos: 347.750.000 euros
Principais investimentos: CAF, CTT, Altri e Laboratorios Rovi

Os matemáticos e cientistas de Oxford que apostam contra a Pharol

Da cidade universitária de Oxford, no Reino Unido, vem um fundo robô particularmente interessado numa queda das ações da Pharol.

Lançada em 2004, na gestora Oxford Asset Management trabalham apenas geeks da matemática, cientistas de computadores e engenheiros de software. Não é por isso de estranhar que as suas estratégias de investimento se baseiem em modelos computacionais complexos que analisam dados quantitativos e informações dos mercados, cabendo aos robôs a função vital de investimento: a tomada de decisão.

“A maioria das nossas operações são geridas automaticamente pelos nossos algoritmos e software“, diz a Oxford. “A nossa equipa trabalha com as últimas tecnologias para desenvolver estes algoritmos e ferramentas para navegar numa ampla variedade de mercados”, explica.

No últimos meses, o computador encontrou uma oportunidade em Portugal. A 20 de julho a Oxford assumia uma posição curta na Pharol através de mais de cinco milhões de ações, o equivalente a cerca de 0,6% da empresa. Se os modelos apontam para uma queda do preço das ações da cotada portuguesa, até agora isso ainda não aconteceu. O título valoriza pouco mais de 1,5%. E a Oxford arrisca agora uma perda potencial de mais de 35 mil euros. Os computadores são como os humanos: também erram.

"A maioria das nossas operações são geridas automaticamente pelos nossos algoritmos e software. A nossa equipa trabalha com as últimas tecnologias para desenvolver estes algoritmos e ferramentas para navegar numa ampla variedade de mercados.”

OxFord

Nome: Oxford Asset Management
País: Reino Unido
Valor da carteira de ativos: 10.200.000.000 dólares
Principais investimentos: ETF expostos aos mercados emergentes, Embraer, Liberty Media

Oxfam situa-se mesmo ao lado da conhecida Universidade de OxfordPixabay

O fundo do petróleo que chegou sem avisar

Foi em fevereiro de 2007 que o fundo Asteck chegou de rompante à Jerónimo Martins. De uma assentada, ficou com 10% da retalhista portuguesa, tendo deixado o presidente da cotada, Alexandre Soares dos Santos, um pouco embaraçado. “Não sei por que razão comprou a participação. Têm de perguntar ao investidor”, disse na altura.

Uma década depois, aquele fundo detido pela holding holandesa do setor petrolífero ainda por cá se mantinha, mas com uma presença mais tímida. Em 2013, em plena crise da dívida e do mercado de capitais português, a companhia holandesa vendeu uma participação de 5%. Ainda resiste com um interesse avaliado em mais de 350 milhões de euros.

A Heerema é uma empresa que trabalha no setor do petróleo e gás natural. Transporta, instala e remove todo o tipo de infraestruturas de apoio à exploração energética em alto mar. Desde 1948 que trabalha no setor.

Da atividade do fundo Asteck pouco se conhece. Contactada pelo ECO, a Jerónimo Martins não esteve disponível para responder a questões acerca da presença deste fundo no seu capital.

Nome: Asteck
País: Holanda
Valor da carteira de ativos: Desconhecido
Principais investimentos: Jerónimo Martins

Yes, sir! Os marines americanos que tomaram Lisboa de assalto

Não se trata de uma nova incursão militar dos EUA fora de portas. Trata-se antes de um “assalto” ao mercado acionista português por parte de uma associação norte-americana que serve militares no ativo e reformados (Força Aérea, Exército, Guarda Costeira, Marines ou Marinha) e seus familiares.

São vários os serviços que a United Services Automobile Association oferece aos seus membros. Desde seguros, banca, soluções de investimento e de reforma e imobiliário, esta associação não deixa de ter uma presença relevante em Lisboa. No PSI-20, conta investimentos em meia dúzia de cotadas: Altri, CTT, EDP, Galp, Mota-Engil e Semapa. Uma exposição que atualmente vale aproximadamente 19 milhões de euros.

"Conquistámos a confiança dos nossos membros ao oferecer serviços vencedores por muitos anos através de um largo e personalizado conjunto de produtos financeiros, de ferramentas e conselhos.”

United Services Automobiles Association

Mas o leque de fundos de investimento desta associação explora sobretudo o mercado norte-americano (Apple, Facebook, Boeing são exemplos em Wall Street) e outros principais mercados europeus (Nestlé, Bayer, UBS, entre muitos outros títulos) e emergentes (Samsung, Baidu, Alibaba, Sberbank), indo além das ações — mercado monetário, obrigações, matérias-primas.

“Conquistámos a confiança dos nossos membros ao oferecer serviços vencedores por muitos anos através de um largo e personalizado conjunto de produtos financeiros, de ferramentas e conselhos”, sublinha a organização fundada “por militares para militares”.

Nome: United Services Automobile Association
País: EUA
Valor da carteira de ativos: 29.900.000.000 dólares
Principais investimentos: Ações norte-americanas (Apple, Microsoft, Amazon e Facebook)

Do frio do Alaska chegam os minerais e petróleo

“Em 1976, com o pipeline quase completo, os eleitores de Alaska aprovaram uma alteração constitucional para criar um fundo especializado: o Alaska Permanent Fund“.

Assim começou a história deste fundo soberano cujas receitas para investir nos mercados financeiros provêm sobretudo das royalties e licenças com a exploração e extração de minerais e petróleo nas abastadas terras do Estado americano do Alaska.

Com um poder de fogo de 55 mil milhões de dólares, o Alaska Permanent Fund investe sobretudo em obrigações norte-americanas e estrangeiras, ações norte-americanas e estrangeiras, imobiliário e outros produtos alternativos. Apple, Google, Microsoft, Samsung, Facebook… está presente nas maiores empresas mundiais. E, em Portugal, raras são as cotadas do PSI-20 que não figuram na carteira de investimentos deste fundo soberano que é dono dos centros comerciais Alegro em Setúbal e Carnaxide.

Tem ações de 15 empresas nacionais – a exceção são mesmo Pharol, Ibersol, Montepio, Novabase e Sonae Capital –, assumindo uma exposição ao benchmark nacional avaliada em quase 20 milhões de euros. A posição mais valiosa está na petrolífera Galp, onde detém 844 mil ações que valem 12 milhões de euros.

De acordo com o que está estabelecido pela Constituição do Alaska, parte dos rendimentos poderão ser gastos tendo em vista “qualquer fim público”, incluindo as distribuições do Permanent Fund Dividend a todos os residentes considerados elegíveis sob a forma de dividendo.

Nome: Alaska Permanent Fund
País: EUA
Valor da carteira de ativos: 60.784.900.000 dólares
Principais investimentos: Obrigações norte-americanas, ações norte-americanas (Apple, Google, Microsoft, Samsung)

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

  • Juliana Nogueira Santos
  • 6 Setembro 2017

Na PT, a CEO e os sindicatos vão falar de condições laborais. Na Justiça europeia, a Intel pode ter de abrir os cordões à bolsa. Estes e outros acontecimentos que marcam o dia nos mercados.

Nesta quarta-feira, os trabalhadores da PT vão sentar-se com Cláudia Goya para discutir as condições laborais, enquanto May e Corbyn vão estar frente a frente no Parlamento britânico. Na banca, o Novo Banco prepara-se para a próxima assembleia geral. Na tecnologia, a Intel pode ter de abrir cordões à bolsa. Estes e outros acontecimentos que marcam o dia nos mercados.

Novo Banco em contagem decrescente para a Assembleia Geral

Esta quarta-feira marca o prazo limite para os detentores de obrigações seniores do Novo Banco se inscreverem na assembleia geral, que irá decorrer no dia 8 deste mês. Como é expectável que esta não tenha o quórum necessário, já foi agendada uma nova assembleia para o próximo dia 29 de setembro. O Novo Banco propôs-se a pagar em cash aos obrigacionistas seniores para conseguir uma almofada adicional de capital, de 500 milhões de euros. Esta oferta de compra inclui também a possibilidade de transformar estes títulos de dívida em depósitos a prazo.

Trabalhadores da PT reúnem com a presidente executiva

A Comissão de Trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom vão reunir-se com a presidente executiva da telecom para discutir não só a transferência de trabalhadores para outras empresas do grupo, como as 150 infrações detetadas pela Autoridade para as Condições de Trabalho, avançadas no final de agosto pelo ECO. Na véspera do encontro com Cláudia Goya, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom, Jorge Félix, afirmou que os trabalhadores seguem “com esperança” de que “uma nova personalidade” traga algumas mudanças à empresa. O sindicato vai também exigir a reversão das transferências e a recolocação dos trabalhadores em funções compatíveis com a sua categoria e qualificação.

May volta ao Parlamento para responder às perguntas dos deputados

As férias de verão terminaram e segue-se agora a rentrée política nos vários países, incluindo no Reino Unido. Esta quarta-feira vai decorrer a primeira sessão pós-férias no Parlamento britânico em que Theresa May vai responder às perguntas dos deputados, incluindo do seu maior oponente, Jeremy Corbyn. O Brexit continua a ser o assunto primordial.

Como vai a economia dos EUA? O Livro Bege mostra

A Reserva Federal norte-americana apresenta o seu Livro Bege, um relatório que reporta a situação económica dos EUA e poderá dar pistas acerca dos próximos passos a serem dados pelo banco central. Recorde-se que nas minutas da reunião de 25 e 26 de julho deixaram a porta aberta à possibilidade de reduzir o balanço neste mês de setembro, avaliado em 4,5 biliões de dólares.

Sai outra multa milionária para uma tecnológica

Depois de a Comissão Europeia ter aplicado uma multa recorde à Google de mais de 2,4 mil milhões de euros por esta ter abusado da sua posição dominante no mercado de motores de busca, pode chegar a altura de a Intel receber uma punição semelhante. A tecnológica é hoje julgada por práticas anticoncorrenciais no mercado dos chips. Se for condenada, terá de pagar uma multa de 1,06 mil milhões de euros.

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Six Senses quer abrir mais hotéis em Portugal

O grupo que detém o luxuoso Six Senses Douro Valley está à procura de novas oportunidades no mercado português. Comporta, Alentejo, Algarve, Porto e Lisboa estão na lista.

O grupo tailandês Six Senses, detentor do hotel Six Senses Douro Valley, está a pesquisar o mercado português para adquirir uma nova unidade hoteleira. “Adoramos Portugal e queremos reforçar a nossa presença no país. Nesse sentido, estamos a pesquisar em zonas como Algarve, Comporta, Alentejo, Lisboa e Porto”, adiantou ao ECO Nick Yarnell, diretor-geral do Hotel Six Senses Douro Valley. “Se tudo correr bem, lá para 2020 devemos ter mais um hotel em Portugal”, acrescentou Yarnell.

Apesar de ainda não existir nada de concreto, Nick Yarnell admitiu que “neste momento, estão em negociações para abrir uma unidade no Algarve, mas ainda não há nada de concreto”. “De qualquer forma, nunca será antes de 2020”, precisou.

Mas em termos de investimentos, os objetivos do grupo não se ficam por aqui: está prevista a expansão da unidade hoteleira do Douro. “Vamos continuar a investir no nosso hotel. Temos em vista um plano de expansão que visa aumentar o número de quartos (mais dez) e ainda de construir 14 apartamentos para vender”, acrescentou Nick Yarnell que, contudo, não quis adiantar o montante de investimento.

No segredo dos deuses estão também as receitas arrecadadas no Six Senses Douro Valley (ex-Aquapura), situado na Quinta de Vale Abraão e adquirido em 2013.

O Six Senses Douro Valley é um hotel de luxo que conta com 57 quartos e que apresenta preços que podem ir desde os 300 euros a noite (época baixa) até aos 600 euros (época alta).

Condé Nast Traveller distingue unidade do Douro

A Condé Nast Traveller, a mais conceituada revista do setor do mundo, distinguiu o Six Senses Douro Valley com o prémio “Favourite Overseas Holiday Hotel for Europe, Turkey & Russia”. A juntar a este prémio, o hotel situado no Douro ficou ainda em segundo lugar como “melhor hotel do mundo”.

Para Nick Yarnell esta é uma distinção que os “enche de orgulho” e os “deixa muito satisfeitos”. “Mas a verdade é que é algo que não esperávamos, na medida em que o hotel tem apenas dois anos”, explicou o diretor-geral do Hotel.

Ainda assim, o responsável pela marca em Portugal não deixa de referir os pergaminhos que podem ter levado a esta distinção: “É uma unidade de luxo, que promove o bem-estar em conjugação com o vinho e, muito importante, que está na região do Douro”.

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Fundo criado pelo Estado para Pedrógão “é fiscalizado”, garante Vieira da Silva

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social frisou, esta noite, que há compromissos financeiros assumidos para a reconstrução de casas de 1,5 milhões de euros.

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social assegurou, na noite desta terça-feira, que o fundo Revita, fará relatórios trimestrais e será fiscalizado. As declarações de Vieira da Silva, foram proferidas no programa 360º da RTP3.

“O fundo criado pelo Estado fará relatórios e é fiscalizado”, disse Vieira da Silva. O ministro respondia assim às críticas levantadas pelo presidente da Câmara de Pedrógão Grande que denunciou o desaparecimento de donativos.

Vieira da Silva referiu que o país vive “uma tragédia muito pesada” e reconheceu que foi necessário “agilizar processos”. “Mas ainda assim é sempre mais lento do que desejaríamos”, disse Vieira da Silva, indo ao encontro das declarações de Manuel Lemos, presidente das Misericórdias Portuguesas, que garante que é natural que o processo de atribuição dos donativos seja lento.

Sobre a eventual duplicação de donativos, o ministro foi cauteloso e frisou: “Não posso dizer que não possa existir duplicação de apoios, mas essa gestão está a ser feita e as entidades e instituições estão atentas”.

Vieira da Silva sublinha a necessidade de esclarecer que o fundo Revita não é gerido pelo Governo. Aliás ainda esta tarde, o Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social tinha em comunicado referido que o fundo é gerido por um Conselho de Gestão composto por um representante do Governo, um representante das autarquias afetadas e um representante das instituições particulares de solidariedade social e associações humanitárias de bombeiros. O mesmo documento confere que o fundo já juntou mais de duas dezenas de entidades, e que já recolheu cerca de dois milhões de euros em donativos monetários.

“O Estado criou o Revita, onde o Estado está representado mas não tem maioria. O fundo é gerido por três pessoas, o autarca de Castanheira de Pera, o provedor da Misericórdia e o presidente do Instituto Segurança Social”, frisou Vieira da Silva.

O ministro reconheceu que o fundo conta neste momento com 1,960 milhões de euros e que com as ajudas que ainda deverão chegar poderá superar os quatro milhões de euros.

Das 200 casas destruídas, Viera da Silva referiu que: “62 casas já estão reconstruídas ou consignadas a obra ou já estão em execução”. O ministro disse ainda que: “Para a habitação no conjunto dos fundos há compromissos financeiros de 1,5 milhões de euros“.

Também esta terça-feira, o presidente de Pedrógão Grande anunciou que já foram reabilitadas quatro casas destruídas pelos incêndios no concelho. Existem ainda dez obras adjudicadas, 99 processos entregues a instituições, 17 em avaliação, 21 em consulta de preço e 43 ao abrigo do fundo Revita. O autarca anunciara no final do mês passado que estaria a trabalhar com a Fundação EDP no sentido de reforçar uma equipa no município com engenheiros, arquitetos e desenhadores, de forma a impulsionar a reabilitação das casas afetadas pelos incêndios, segundo a agência Lusa.

Já o primeiro-ministro, à entrada da entrega de Prémios Champalimaud 2017 disse que havia 19 habitações que “já têm as obras concluídas ou em curso financiadas pelo fundo Revita”. António Costa recordou que toda a informação vai ser publicada no site do fundo Revita, sendo que as verbas do fundo se destinam à reconstrução das casas destruídas pelos incêndios e ajudar agricultores afetados pelo fogo. E neste capítulo, o chefe de Governo anunciou que o prazo para os agricultores apresentarem candidaturas aos fundos vai ser prolongado.

“Como se verificou que havia muitos agricultores cujos montantes de apoio excediam aquilo que a Segurança Social podia apoiar, mas cujo montante não justificava toda a carga burocrática de candidatura aos fundos comunitários, decidimos que o Revita passaria também a apoiar os agricultores cujos prejuízos se situam entre os 1.153 euros e 5.005 euros”, referiu.

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Wall Street fecha no vermelho penalizado pela Coreia do Norte

Enquanto aguardam sinais dos bancos centrais, investidores movimentam-se com cautelas. Principais índices norte-americanos fecharam no vermelho.

As principais praças norte-americanas fecharam a sessão desta terça-feira em terreno negativo. Depois do feriado de segunda-feira, esta parece ser a resposta dos investidores ao crescente clima de tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte e depois do teste nuclear realizado por Pyongyang durante o fim de semana.

O principal índice norte-americano o S&P 500 fechou a sessão a cair 0,75% para 2457,93 pontos, registando a maior queda em cerca de três semanas, já Dow Jones sofreu uma desvalorização de 1,07% para 21.753,11 pontos. E o Nasdaq fechou também a recuar 0,93% para 6.375,57 pontos.

Mas a Coreia do Norte não parece ser a única interrogação dos investidores. As decisões da Fed e do BCE a que se somam ainda novidades em torno do Orçamento e dos tetos da dívida dos Estados Unidos estão a deixar os investidores cautelosos, o que terá levado à baixa de volume de negócios registado.

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Seguradoras já deram 1,5 milhões de euros às vítimas de Pedrógão

O valor corresponde a mais de metade da dotação do fundo solidário criado pelas seguradoras para apoiar as vítimas da catástrofe dos incêndios que afetaram a região.

As seguradoras já distribuíram uma quantia substancial do fundo especial que criaram para apoiar as vítimas da catástrofe dos incêndios em Pedrógão Grande. As companhias de seguros já atribuíram compensações próximas de 1,5 milhões de euros ao abrigo de um fundo solidário cuja dotação ascende a 2,5 milhões de euros.

A criação deste fundo foi anunciada pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) poucos dias depois dos incêndios que atingiram a região, com o objetivo de “financiar a atribuição de compensações extraordinárias, de natureza excecional, de apoio aos familiares das pessoas falecidas em consequência deste incêndio”, tal como explicou na ocasião a entidade liderada por José Galamba de Oliveira.

De acordo com a APS, as seguradoras já analisaram processos de 56 das 65 pessoas falecidas no incêndio em Pedrógão, referindo que em todos os casos foi feito um contacto pessoal com os familiares das vítimas falecidas e feita uma “análise casuística da situação particular de cada um”.

Os processos já analisados envolvem compensações já atribuídas na ordem dos 1,5 milhões de euros, o que corresponde a mais de metade dos 2,5 milhões de euros de dotação global deste fundo solidário.

No caso do beneficiários menores, a APS refere que tem sido privilegiado o pagamento de parte da compensação em renda certa, até que os menores atinjam os 18 ou os 25 anos, consoante os casos.

No que respeita aos processos que as seguradoras ainda têm de analisar, a associação liderada por José Galamba de Oliveira espera que a respetiva conclusão seja feita “muito brevemente”, referindo-se tanto aos casos relativos a vítimas mortais como aos relacionados com feridos graves, e que se efetue o pagamento das compensações devidas.

Estes números foram divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) no mesmo dia em que se adensou a polémica em torno do apoio financeiro às vítimas dos incêndios que atingiram a região em junho. Nesta terça-feira, o Presidente da República aconselhou a que sejam dadas explicações aos portugueses sobre como e quem está a gerir as verbas para apoiar as vítimas dos incêndios que abalaram a região em junho.

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