Trump para a NATO: 2% do PIB para a defesa “é o mínimo” para enfrentar terrorismo

O presidente norte-americano aponta que vários países da NATO estão a faltar aos seus compromissos financeiros. "Não é justo para com os contribuintes norte-americanos".

Donald Trump está em Bruxelas para marcar presença na inauguração da nova sede da NATO e para se estrear nas cimeiras desta organização. O presidente dos Estados Unidos não perdeu tempo para lançar críticas aos países que “não cumprem os seus compromissos financeiros” e apela ao reforço das verbas destinadas à defesa. As ameaças que o mundo enfrenta são “muito reais”, garante.

“Os membros da NATO têm de cumprir com os seus compromissos financeiros, mas 23 dos 28 membros da NATO ainda não estão a pagar o que é suposto pagarem pela defesa. Isso não é justo para com os contribuintes norte-americanos”, começou por dizer Donald Trump, durante a cerimónia de inauguração da nova sede da NATO.

"Se todos os países da NATO contribuíssem com apenas 2% do PIB, reforçaríamos a nossa defesa conjunta em 119 mil milhões de dólares.”

Donald Trump

Presidente dos EUA

O presidente norte-americano destaca que, nos últimos anos, os Estados Unidos “gastaram mais em defesa do que todos os países da NATO juntos”. Por isso, Trump apela a um reforço das verbas destinadas à defesa. “Se todos os países da NATO contribuíssem com apenas 2% do PIB, reforçaríamos a nossa defesa conjunta em 119 mil milhões de dólares”, calcula Trump.

Mas mesmo esse reforço não chega. “Temos de reconhecer que, com todas as ameaças de terrorismo, mesmo 2% do PIB é insuficiente para reforçar as nossas defesas. 2% é o mínimo para enfrentar as ameaças muito reais que enfrentamos hoje“, considera.

Este compromisso dos 2% do PIB destinados à defesa já tinha sido assumido na cimeira da NATO no País de Gales, que decorreu em 2014. Nessa altura, os países comprometeram-se a destinar este montante a despesas militares no espaço de uma década. Mas só cinco aliados estão a cumprir o compromisso: Estados Unidos, Grécia, Estónia, Reino Unido e Polónia. Em 2016, Portugal gastou 1,38% do PIB na área da defesa.

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Reembolsos fazem disparar défice para 1.931 milhões de euros até abril

  • Margarida Peixoto
  • 25 Maio 2017

O défice orçamental das administrações públicas agravou-se 314 milhões de euros nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2016.

Entre janeiro e abril, o défice das administrações públicas disparou para 1.931 milhões de euros — são mais 314 milhões de euros do que o verificado no mesmo período de 2016 e cerca de 1.500 milhões de euros acima do valor registado até há um mês. A explicar a evolução dos números está, por um lado, a sazonalidade, mas por outro um aumento muito expressivo dos reembolsos, mostram os números revelados esta quinta-feira pelo Ministério das Finanças. O boletim completo da Direção-geral do Orçamento (DGO) foi publicado esta quinta-feira.

Apesar do aumento expressivo do défice, os dados apontam para uma execução orçamental aparentemente controlada. A receita total subiu 0,2% e a despesa 1,4%, tendo o excedente primário ficado em 983 milhões de euros. Aliás, o ECO sabe que dentro do Ministério das Finanças, a expectativa é de que o valor do défice em contabilidade nacional do primeiro trimestre de 2017 — diferente da ótica que hoje será reportada pela DGO, mas a que interessa para as metas definidas pelo Governo no âmbito das regras comunitárias — ficará abaixo do verificado nos primeiros três meses de 2016. Este número só será reportado em junho, pelo Instituto Nacional de Estatística.

O que penaliza o défice em contas públicas?

Os quatro meses de 2017 para os quais há dados mostram que os reembolsos aumentaram 530 milhões de euros face ao mesmo período de 2016. Neste valor estão sobretudo reembolsos de IRS e de IVA:

  • 215 milhões de euros a mais nos reembolsos de IRS. Este comportamento está justificado pelo IRS automático e pela criação de um único período de entrega para todo o tipo de rendimentos, este ano pela primeira vez. Segundo dados das Finanças, o número de declarações de IRS entregues subiu 6% face ao período homólogo: já foram submetidas quatro milhões de declarações, tendo sido processadas três milhões. O prazo médio de pagamento dos reembolsos tem vindo a diminuir.
  • 289 milhões de euros a mais nos reembolsos de IVA, um valor que reflete também a redução do prazo médio de pagamento. Deste valor, 116 milhões de euros não impacta o défice deste ano, uma vez que dizem respeito a 2016. Em termos brutos, a receita de IVA cresceu 6,3%.

O Ministério das Finanças explica em comunicado que esta evolução deve-se à “adoção de procedimentos mais eficientes nos reembolsos de IVA e de IRS asseguram uma devolução mais rápida às empresas e às famílias”. “Esta alteração não coloca em risco o saldo orçamental pois o seu efeito dissipar-se-á com o decorrer do ano”, argumenta o gabinete de Mário Centeno.

Esta alteração não coloca em risco o saldo orçamental pois o seu efeito dissipar-se-á com o decorrer do ano.

Ministério das Finanças

Além do aumento dos reembolsos, as contas dos primeiros quatro meses do ano também estão a ser penalizadas por um efeito na base de comparação, na ordem dos 150 milhões de euros. No ano passado, foram registados em janeiro 150 milhões de euros apenas porque o dia 31 de dezembro de 2015 correspondeu a uma ponte com o feriado de 1 de janeiro. Contudo, em janeiro deste ano este efeito contabilístico não se repetiu (a receita correspondente entrou em dezembro de 2016), pelo que a receita aparece agora mais curta.

Tudo somado, do lado da receita há um efeito contabilístico na ordem dos 680 milhões de euros que penaliza o défice deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2016.

Seja como for, importa recordar que houve medidas de política tomadas pelo Governo que pesam na receita fiscal: o IVA da restauração (que só foi reduzido no segundo semestre de 2016 e que, portanto, rendia mais na primeira metade do ano passado); a redução da sobretaxa e, até, o impacto do acordo de concertação social. Tendo em conta que a medida compensatória para o aumento do salário mínimo acabou por ser uma redução do Pagamento Especial por Conta, o custo vai fazer-se sentir do lado da receita fiscal, em vez de se notar do lado das contribuições sociais.

Segundo a síntese de execução orçamental divulgada pela DGO, a receita fiscal do conjunto das administrações públicas está a cair 3,2%. Olhando apenas para o subsetor Estado, a receita líquida de impostos deu um tombo de 2,8%. Para este resultado contribuiu uma queda de 9,2% dos impostos diretos — o IRS cai 7,1% e o IRC recua 30,3% — e uma subida de apenas 1,5% dos impostos indiretos. Uma das explicações para esta evolução tão contida da coleta indireta é a queda de 35,6% nas receitas obtidas com o imposto sobre o tabaco — devido à subida deste imposto no ano passado, houve uma antecipação do consumo para os primeiros meses do ano.

Contribuições para a Segurança Social crescem 5,3%

As contribuições para a Segurança Social estão a crescer 5,3%, um ritmo acima do que está orçamentado e que reflete o bom comportamento do mercado de trabalho.

Do lado da despesa os números parecem mais positivos do que no que toca à receita — a despesa primária cresceu 0,8%, muito abaixo do que está orçamentado (um aumento de 5%). Mas os ajustamentos necessários para que fiquem comparáveis com o período homólogo são muitos e, no final das contas, a evolução fica em linha com o esperado.

Os gastos com pessoal das administrações públicas aumentaram 0,8%. A explicar este valor estão sobretudo a Saúde e a Educação. Face ao ano passado, o número de médicos aumentou 3,7% e o de enfermeiros subiu 4,6%.

No que toca ao investimento — uma das rubricas que em 2016 deu um contributo fundamental para cortar o défice para 2% do PIB em contas nacionais — está a crescer 12,4% face ao período de janeiro a abril de 2016. Em ano de eleições autárquicas, este valor justifica-se maioritariamente pelos investimentos da administração local.

Dívidas a fornecedores caem 374 milhões de euros

Comparando com o período homólogo, as dívidas a fornecedores diminuíram 374 milhões de euros. Neste valor estão incluídos os pagamentos em atraso, que recuaram 29 milhões de euros. Contudo, face a dezembro de 2016 regista-se um aumento da dívida financeira, acompanhando o ritmo intra-anual habitual.

Artigo atualizado às 19h09 com informação adicional sobre a receita fiscal.

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António Ramalho: Solução para lesados do papel comercial está a ser “muito bem recebida”

  • Lusa
  • 25 Maio 2017

O presidente do Novo Banco afirma que a solução proposta para os lesados que investiram em papel comercial do BES está a ser “muito bem recebida” por estes.

A um dia do final do prazo para os lesados do papel comercial do BES decidirem se aceitam a proposta de pagamento de parte das suas poupanças, o presidente do Novo Banco afirma que está a ser “muito bem recebida”.

“Temos estado a receber as diversas intenções e, por aquilo que tenho conversado com os coordenadores desta iniciativa, tem corrido particularmente bem. As intenções parecem ser em número muito significativo, o que significa basicamente que a proposta terá sido muito bem recebida por parte das pessoas a quem foi oferecida”, afirmou António Ramalho em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência no Porto. “Depois teremos que fazer o resto do trabalho, que também terá o apoio logístico do banco”, acrescentou.

Segundo salientou, o Novo Banco não integrou o grupo de trabalho criado para delinear a solução para os detentores de papel comercial do BES, mas, tendo-lhe sido solicitado “apoio logístico à operação”, aceitou fazê-lo por entender ter “esse dever com as pessoas e com o mercado”.

O prazo para os clientes do papel comercial do antigo Banco Espírito Santo (BES) responderem se aceitam ou não a solução apresentada termina na sexta-feira, mas esta auscultação não tem carácter vinculativo.

O jornal Público avançou na terça-feira que quase todos os lesados que já responderam – 80% – à proposta de pagamento de parte das poupanças aceitaram a solução encontrada.

De acordo com aquele diário, dos 2.000 clientes lesados, 1.600 já tinham respondido até sexta-feira da semana passada e a percentagem de aceitação supera a percentagem necessária para viabilizar a criação do fundo, que terá de reunir, no mínimo, 50% dos clientes.

A solução encontrada visa pagar até 75% do dinheiro aplicado, num máximo de 250 mil euros, para aplicações até 500 mil euros, e 50% para os que investiram mais de meio milhão de euros.

Relativamente ao processo de venda do Novo Banco, António Ramalho corroborou as declarações de quarta-feira do ministro da Finanças, Mário Centeno, afirmando estar “a correr os seus termos normais”.

“É preciso ter consciência que estes processos têm sempre muitas fases, muitos atos administrativos, e estamos a segui-los com 80, 90, 100, 150% de atenção e de rapidez”, disse o presidente do Novo Banco.

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Fundos ficam com metade da emissão de dívida do BCP

Banco emitiu mil milhões de euros em obrigações hipotecárias, relacionadas com créditos à habitação. Quase metade da emissão ficou nas mãos de gestores de fundos.

O BCP obteve esta semana mil milhões de euros numa emissão de obrigações hipotecárias a cinco anos. Quase metade destes títulos foi absorvida por gestores de fundos. E mais de um terço da dívida foi comprada por investidores portugueses. A procura ficou próxima de duplicar a oferta.

De acordo com fonte próxima da operação citada pela agência Bloomberg, 45% desta emissão de títulos de dívida garantidos por carteiras de créditos à habitação ficou nas mãos de gestores de fundos. Já cerca de 30% desta dívida foi adquirida por bancos centrais e outras instituições. Outros bancos e seguradores e fundos de pensões ficaram com 21% e 5%, respectivamente.

Em termos geográficos, a dispersão foi a seguinte: 36% da emissão foi garantida por investidores em Portugal. Seguiram-se Alemanha/Áustria (25%), Espanha (10%), França (10%) e a região do Benelux (7%).

O facto de a operação ter registado forte procura permitiu baixar do custo de financiamento face às taxas inicialmente previstas. A taxa de juro anual será de 0,75%, com um spread de 65 pontos base acima da taxa swap para o prazo de cinco anos, um valor que também ficou abaixo do previsto.

“A operação foi colocada com grande sucesso num conjunto muito diversificado de investidores institucionais europeus”, referiu o banco, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), após ter finalizado a emissão esta terça-feira. A procura atingiu “mais de 180% do montante da emissão”, detalha ainda o BCP, sublinhando a “confiança do mercado no banco“.

A emissão marcou o regresso do banco liderado por Nuno Amado ao mercado de capitais de dívida, mais de sete anos após a última emissão de obrigações hipotecárias realizada, e “insere-se na sua estratégia de financiamento para os próximos anos“.

Este financiamento a esta taxa dá margem ao banco liderado por Nuno Amado para apresentar taxas mais competitivas nos novos empréstimos para a compra de casa. Atualmente, o banco conta com um spread mínimo de 1,50%, ficando a meio da tabela entre os vários bancos no mercado. A CGD e o BPI têm o mais elevado (1,75%) enquanto o Bankinter apresenta a taxa mais baixa, de 1,25%.

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Empreendedor do ano da London Business School é português

Nuno Sebastião, CEO e cofundador da startup, foi distinguido pela liderança no setor tecnológico.

O melhor empreendedor europeu do ano para a London Business School… fala português. Nuno Sebastião, CEO e cofundador da startup portuguesa Feedzai, foi escolhido pela escola londrina como o melhor representante dos empreendedores em toda a Europa, adiantou a empresa em comunicado.

Nuno Sebastião foi considerado o empreendedor do ano 2017 por ser pioneiro no desenvolvimento de inteligência artificial acessível. A Feedzai trabalha na área da inteligência artificial e está a mudar a forma de deteção de fraude nos pagamentos. Em 2016 a empresa superou a barreira dos 130 milhões de dólares em contratos e 35 milhões de dólares em vendas.

Em fevereiro, a empresa com sede em Coimbra foi integrada na lista Tech Tour Growth 50, um índice que integra as startups tecnológicas que mais crescem. “Sermos selecionados para a lista significa que estamos prontos para ser globais. Ao contarmos com clientes importantes em todos os continentes, provamos que a grande tecnologia pode transcender fronteiras geográficas”, dizia Nuno Sebastião, na altura.

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Fed leva Wall Street a renovar máximos históricos

A Reserva Federal está pronta para voltar a subir a taxa de juro e os mercados aplaudem. Petróleo impede subidas mais expressivas.

Os investidores continuam animados com os sinais transmitidos pela Reserva Federal norte-americana, que na quarta-feira deu conta de que está preparada para voltar a subir a taxa de juro. Depois de ter fechado em níveis recorde, as bolsas norte-americanas abrem a sessão desta quinta-feira a renovar máximos históricos.

O índice de referência S&P 500 abriu a subir 0,22%, para os 2.408,37 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq valoriza 0,25%, para os 5.181,23 pontos. Ambos estão nos níveis mais elevados de sempre. Já o industrial Dow Jones avança 0,26%, para os 21.060,90 pontos.

Os mercados estão a reagir de forma positiva aos comentários da Fed”, comenta um analista da Boston Private Wealth, citado pela CNBC, que salienta ainda a fasquia psicológica dos 2.400 pontos ultrapassada pelo S&P 500. Segundo o analista, este é um marco que poderá animar ainda mais os investidores.

A impedir subidas mais expressivas está o setor energético, que regista perdas superiores a 1%. Isto numa altura em que o petróleo negociado em Nova Iorque está perto de baixar da fasquia dos 51 dólares por barril, depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter anunciado que vai prolongar o corte de produção por mais nove meses. O prolongamento do corte já era esperado, mas o mercado ficou pouco convencido com a eficácia desta decisão.

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Lítio português atrai empresa britânica

Portugal é um dos principais exportadores de lítio a nível mundial, mas a ambição de uma empresa britânica é fazer de Portugal o principal fornecedor de lítio na Europa.

Os projetos de lítio no norte de Portugal atraíram a atenção da Savannah Resources, que comprou a Slipstream Resources Investments para ficar com os direitos de exploração. Ao todo são quatro zonas que passam a ser exploradas pela empresa britânica para a prospeção de lítio, o ‘ouro’ português que tem atraído vários investidores e até chegou à Tesla. Sendo o país um dos poucos exportadores deste mineral metálico, a Savannah quer aproveitar esta “oportunidade estratégia para se tornar a primeira produtora de lítio significativa na Europa”.

Portugal junta-se assim ao conjunto de países onde a empresa britânica já investiu, nomeadamente a Finlândia, Moçambique e um pequeno país do Médio Oriente, Omã. O alcance desse objetivo passa pela Mina do Barroso, em Trás-os-Montes. Esta é via rápida que a Savannah Resources quer apanhar para impulsionar o seu negócio do lítio, contando já com um plano de exploração aprovado, um estudo de impacte ambiente e uma licença de concessão por 30 anos.

[Esta é uma] oportunidade única de assegurar o que acreditámos ser uma das mais avançadas concessões de exploração mineira de lítio na Europa.

David Archer

CEO da Savannah

Do papel para a produção será um ápice, estima a Savannah. “Esta transação permite à Savannah ter uma oportunidade única de assegurar o que acreditámos ser uma das mais avançadas concessões de exploração mineira de lítio na Europa, num ambiente de baixos custos e estabilidade política”, afirmou o presidente-executivo, David Archer, referindo que este passo será transformador para a indústria europeia de baterias de lítio de qualidade. A empresa estima que neste momento a Europa consuma, através de importações, 25% do lítio existente no mundo.

Além da Mina do Barroso, a Savannah Resources adquiriu um portefólio mais alargado de potenciais locais de extração de lítio menos avançados, uma vez que existem nove licenças de exploração pendentes. No total são 1.018 quilómetros quadrados de área para explorar o minério tão desejado para baterias de telemóveis, mas principalmente de automóveis elétricos. A Mina do Barroso faz parte do projeto Covas do Barroso ao qual se juntam os projetos de Serra D’Arga, Barca D’Arga e Tâmega.

Esta semana, o jornal Público avançou com algumas das ideias que estão a ser estudadas pelo grupo de trabalho criado pelo Governo. Uma dessas sugestões é implementar uma unidade experimental minero-metalúrgica, onde sejam testadas tecnologias e se evolua em termos de conhecimento. Ou seja, um cluster. O desafio agora é encontrar um processo rentável de transformação do lítio que permita a pureza de 99,5% necessária para a construção de baterias de veículos elétricos.

Este ano o Governo já recebeu 30 requerimentos de exploração do lítio como substância mineral principal, mas se contarmos com pedidos para prospeção e pesquisa, o número de pedidos ascende 46 pedidos. As regiões ricas em lítio vão desde Caminha, Alto Minho, Idanha-a-Nova à Beira-Baixa.

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“Os factos falam por si”, diz Marcelo sobre as suas previsões económicas

  • Lusa
  • 25 Maio 2017

Quando a economia cresce 2,8% num trimestre, "pode ir mais longe", acredita o Presidente da República.

“Os factos falam por si”. Marcelo Rebelo de Sousa escusa-se a comentar a previsão de crescimento do PIB de mais de 3% no segundo trimestre, avançada na quarta-feira pelo Governo. O Presidente da República acredita mesmo que a economia nacional “pode ir mais longe”.

Na semana passada, em Zagreb, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que não estava afastada a hipótese de Portugal conseguir este ano um crescimento económico à volta de 3,2% e um défice de 1,4%. Já esta quinta-feira, no Luxemburgo, onde termina uma visita de três dias, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que as suas previsões são perfeitamente lógicas porque “quando um trimestre está em 2,8% pode ir mais longe”. Pode ser já no próximo trimestre ou no fim do ano. Certo é que “há uma mudança de ritmo tal que permite ir para esses valores”, sublinha o Presidente.

Marcelo comenta, desta forma, as declarações de Mário Centeno, que na quarta-feira disse acreditar que o PIB poderá crescer mais de 3% no segundo trimestre deste ano. “São valores que considero desejáveis e que ando a dizer há muito tempo porque tem de se crescer claramente acima de dois por cento e isso parece possível, desejo que sim”, afirmou o Presidente.

 

Sobre o balanço da visita de Estado, que terminou na quarta-feira, Marcelo disse que “era difícil” as relações entre os dois países melhorarem ainda mais, mas acrescentou que a sua visita serviu para “dar um impulso adicional” no incentivo ao aumento da participação política dos portugueses nas eleições locais luxemburguesas.

“A política é feita de empatias e a que se criou agora permite levar mais longe a cooperação em que os dois governos estão a trabalhar, que são domínios de futuro, como ciência, tecnologia, colaboração militar e cooperação financeira e económica”, disse.

Marcelo prossegue esta quinta-feira a visita ao Luxemburgo, mas a título privado, para contactos com a comunidade portuguesa e participar na 50.ª peregrinação de Nossa Senhora de Fátima de Wiltz, a cerca de 65 quilómetros da capital luxemburguesa.

 

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10 apps que protegem a sua privacidade no smartphone

  • ECO
  • 25 Maio 2017

Todo o cuidado é pouco na internet. Conheça por isso estas dez aplicações para Android que lhe garantem um pouco mais de privacidade e segurança. São as recomendações da loja portuguesa Aptoide.

Maio de 2017 fica marcado para toda a história como o mês em que o mundo despertou para um dos maiores e mais mediáticos ataques informáticos dos últimos tempos. Um vírus entrou em milhares de equipamentos através de uma falha do Windows e alastrou-se pela rede. O caos instalou-se em empresas, hospitais e serviços governamentais em várias partes do mundo, levando a maior parte das organizações a fazer shut down das ligações à internet.

Este vírus ransomware, que é um tipo de software malicioso que encripta os ficheiros dos computadores e pede um resgate em bitcoins, fez vítimas em pelo menos 150 países. Por detrás deste ataque terá estado um grupo de hackers que, no último ano, tem roubado informações à agência de segurança nacional dos Estados Unidos, a NSA.

A propagação deste tipo de ataque e os danos que pode provocar exigem que o utilizador atue de forma proativa. Implementar medidas de segurança nos equipamentos, como smartphones ou tablets, é uma das regras básicas de segurança num mundo onde a tecnologia tem um papel primordial. Por essa razão, a Aptoide, startup portuguesa que conta com uma base de 150 milhões de utilizadores, sugere algumas das aplicações gratuitas que vão tornar o seu smartphone mais seguro. Todas as aplicações estão disponíveis para telemóveis Android, através da loja de aplicações Aptoide. Descarregue aqui o aplicativo para o seu telemóvel ou tablet.

Avast Mobile Security

É uma aplicação com funcionalidades de antivírus e anti-roubo para proteger o smartphone ou tablet Android. O Avast Mobile Security mantém o dispositivo protegido contra vírus, malware ou spyware, e ainda ajuda o utilizador a localizar o telefone.

ProtonMail – Encrypted Email

A ProtonMail oferece a possibilidade encriptar o email, o que torna praticamente impossível para qualquer pessoa lê-lo, exceto o remetente e o destinatário. Através desta aplicação é possível criar a própria conta de email gratuita no ProtonMail.

Orfox: Tor Browser for Android

O Orfox é um browser construído a partir do mesmo código-fonte do Firefox, mas com pequenas modificações nos recursos relativos à privacidade. O software Tor protege o smartphone, impedindo que os sites visitados assinalem a localização do equipamento.

Ecosia

É um motor de busca que doa pelo menos 80% das receitas publicitárias para programas de plantação de árvores no Burkina Faso, Madagáscar e Peru. De acordo com o compromisso de transparência, a Ecosia publica os recibos para todas as doações feitas a partir do seu site.

DuckDuckGo Search & Stories

É um motor de busca que monitoriza as pesquisas realizadas. A aplicação Search & Stories oferece a máxima privacidade com pesquisas mais inteligentes mantendo a privacidade elevada ao máximo.

Temp Mail

Com esta aplicação instalada no smartphone o utilizador deixa de se preocupar com o spam, publicidades indesejáveis e possíveis ataques de hackers, mantendo a caixa de email limpa e segura. O Temp Mail fornece um endereço de email descartável, gratuito, anónimo e temporário.

Password Safe and Manager

Esta aplicação armazena e gere todos os dados de passwords inseridos de forma criptografada. A Password Safe é 100% segura, uma vez que não tem acesso à internet. Como não permite efetuar a sincronização, devido à ausência de permissões de internet, caso seja necessário partilhar o banco de dados, o utilizador deverá enviar a informação através da Dropbox.

AppLock

Permite bloquear mensagens SMS, contatos, Gmail, Facebook, Instagram, Pinterest, galerias de fotos, configurações, chamadas e qualquer aplicação. No caso das fotos, ao serem bloqueadas com a AppLock, as imagens desaparecem da galeria de fotos e ficam bloqueadas por um PIN fácil de usar.

Orbot

Esta aplicação permite a outras app usarem a internet de forma mais segura, seguindo por diversos caminhos alternados por uma série de computadores em todo o mundo, escondendo assim o equipamento que se está a usar.

Secure Incoming Call

É uma aplicação que protege as chamadas recebidas. Com o Secure Incomming Call só é possível atender a chamada depois de ter desbloqueado o padrão de segurança definido: um PIN ou uma senha.

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Jogos ilimitados? Microsoft lança a “Netflix dos jogos” para Xbox

  • ECO
  • 25 Maio 2017

A Microsoft lançou um serviço de jogos para a Xbox equivalente ao da Netflix: subscritores vão poder aceder a centenas de jogos sem limites a troco de uma mensalidade.

A Microsoft lançou hoje um serviço de assinatura mensal para a consola de jogo Xbox, replicando o modelo da Netflix para os filmes em linha, que permite aos jogadores subscritores terem acesso ilimitado a uma centena de jogos.

Os assinantes do serviço Xbox Live Gold podem beneficiar a partir de hoje, por um período experimental de 14 dias, deste ‘Game Pass’, que vai estar acessível a todos a partir de 1 de junho, através de um pagamento mensal de 8,9 euros.

Os jogos disponíveis sobre esta plataforma podem ser utilizados nas consolas Xbox One e Xbox 360. Este serviço foi lançado na Austrália, no Reino Unido, em França, Hong Kong, na Índia e América do Norte.

A Sony propõe, por seu lado, um serviço de assinatura dando acesso a uma biblioteca de jogos para as suas consolas PlayStation, que têm vendas que são o dobro das da Xbox One.

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Presidente do Conselho Europeu admite divergências com Trump em várias áreas

  • Lusa
  • 25 Maio 2017

Há pontos de concordância, nomeadamente no que diz respeito ao combate ao terrorismo, mas as divergências mantêm-se em áreas como o clima e o comércio.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, admitiu hoje que a reunião mantida em Bruxelas com o presidente norte-americano, Donald Trump, permitiu constatar pontos de concordância em várias áreas, mas também de discordância noutras, como clima, comércio e Rússia.

“Durante a minha reunião com o presidente Trump discutimos política externa, segurança, clima e relações comerciais. Sinto que estivemos de acordo em muitas áreas, acima de tudo no combate ao terrorismo, e estou certo de que não tenho que explicar porquê. Mas alguns assuntos mantêm-se em aberto, como o clima e o comércio”, começou por dizer, numa curta declaração aos jornalistas.

“E não estou 100% seguro de que nós possamos dizer hoje – e por ‘nós’ quero dizer o senhor presidente (dos EUA) e eu próprio – que tenhamos uma posição comum, uma opinião comum sobre a Rússia, embora, no que diga respeito ao conflito na Ucrânia, pareça que estamos na mesma linha”, acrescentou.

Tusk indicou que a sua “principal mensagem” ao presidente norte-americano foi que aquilo que dá à cooperação e amizade transatlântica “o seu significado mais profundo são os valores fundamentais ocidentais como a liberdade, os direitos humanos e o respeito pela dignidade humana”.

“A maior tarefa hoje é a consolidação do mundo livre em torno desses valores, e não apenas de conveniências. Valores e princípios primeiro. Isso é o que nós e a América deveríamos estar a dizer”, concluiu.

Tusk falava após um curto encontro que juntou na sede do Conselho Europeu o presidente norte-americano e os presidentes das instituições europeias, incluindo o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.

Desde que ocupa a Casa Branca, esta foi a primeira reunião de Trump com os líderes da UE, e teve lugar à margem da cimeira de chefes de Estado e de Governo da NATO, o motivo da deslocação do presidente norte-americano a Bruxelas.

À margem da cimeira da Aliança Atlântica, Tusk e Juncker têm ainda previstos para hoje reuniões bilaterais com o presidente francês, Emmanuel Macron (que, tal como Trump, também se “estreia” hoje em Bruxelas, tanto ao nível da UE como da NATO), e com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Portugal está representado na cimeira da NATO pelo primeiro-ministro, António Costa, que se faz acompanhar pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes.

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As dez ideias de Nuno Amado no ECO Talks

O presidente do BCP defendeu uma CGD pública, queixou-se da solução encontrada para o Novo Banco e admitiu que a banca tem capacidade para financiar a economia. Amado em discurso direto.

O presidente do Millennium bcp participou esta quarta-feira no ECO Talks, em Braga, no âmbito da 2ª Semana de Economia. No evento organizado pela InvestBraga, Nuno Amado falou dos vários temas quentes do momento: defendeu que a banca tem capacidade para emprestar, disse não concordar com a solução encontrada para o Novo Banco, recusou-se a dizer se a capitalização do Caixa Geral de Depósitos era a adequada e, sem querer falar de política, deixou escapar que sempre foi otimista quanto à solução de Governo encontrada.

1. O rating da República

Para o presidente do BCP, a banca já passou o Cabo das Tormentas e está agora no Cabo da Boa Esperança. Mas, para que a metáfora usada por Amado fique completa, é preciso dar um passo essencial: “Melhorar o ‘rating’ da República”.

"É expectável que haja uma revisão do ‘rating’ quando a dívida descer, mas vai depender da rapidez com que esse passo seja dado, e é preciso uma evolução de alguns trimestres [e não apenas de um].”

Nuno Amado

Presidente do BCP

Mostrando-se otimista, Nuno Amado disse que “é expectável que haja uma revisão do rating quando a dívida descer, mas vai depender da rapidez com que esse passo seja dado, e é preciso uma evolução de alguns trimestres [e não apenas de um]”.

2. Financiamento da economia

Sobre o financiamento da economia, Nuno Amado foi taxativo: “Todos temos capacidade para emprestar“. E, para corroborar a afirmação, relembrou que se antes o rácio da banca era de 100 euros de depósito para cada 165 euros de crédito, o rácio atual “é de 100 para 100”.

No entanto, Amado recordou: “O crédito diminuiu onde tinha de diminuir e aumenta onde tem de aumentar”. Mas deixou um alerta: “Acredito que o stock de crédito pode diminuir porque temos de desalavancar a economia”.

"Acredito que o stock de crédito pode diminuir porque temos que desalavancar a economia.”

Nuno Amado

Presidente do BCP

Os cortes ao financiamento não chegarão, no entanto, ao crédito ao setor produtivo e também às exportações, garantiu.

3. Solução governativa

Apesar de gostar de política, Amado diz que não gosta de falar de política. Ainda assim, deixou escapar que sempre se mostrou optimista quanto à solução de Governo encontrada. Amado destacou ainda o alinhamento político que existe entre o Governo, o primeiro-ministro e o Presidente da República.

Não gosto de falar de política. Apesar de tudo estive optimista sobre esta solução de Governo, uma opinião que tive na altura”.

4. Destruição de capital em Portugal

Amado reconhece que houve destruição de capital em Portugal, mas diz desconhecer o montante. “Houve uma enorme destruição de capital em Portugal e a única forma de recuperar valor é ser rentável de uma forma sustentável e a prazo”, refere.

5. Banca estrangeira

Nuno Amado reclamou para o BCP o facto de ser o único banco de matriz portuguesa. Apesar disso, o responsável diz que não condena a banca estrangeira onde, de resto, trabalhou. “Os bancos estrangeiros fazem o seu papel. O que defendo é que, por mérito próprio, a diversidade é o melhor que há”.

“Haver um setor bancário diverso, público e privado, português e estrangeiro (este o mais diverso possível) e, dentro da estrutura accionista, também de preferência alguma diversificação, são factores que melhoram a concorrência. Mas em condições de mérito e não de favor, como no passado se tentou”.

E a puxar a brasa à sua sardinha, rematou: “A banca de matriz portuguesa está mais próxima das empresas e tem uma visão diferente”.

6. Caixa Geral de Depósitos

Nuno Amado confessou que sempre defendeu uma Caixa Geral de Depósitos  semi-pública, mas que a sua opinião mudou entretanto. “Hoje, conhecendo os mecanismos da União Bancária, sou favorável em manter uma CGD pública. Mas é bom ter o capital adequado e não ter mais do que o adequado”.

"Hoje, conhecendo os mecanismos da União Bancária, sou favorável em manter uma CGD pública. Mas é bom ter o capital adequado e não ter mais do que o adequado.”

Nuno Amado

Presidente do BCP

Já sobre o capital da CGD disse: “Não conheço se a Caixa tem o capital adequado ou não“.

7. Novo Banco

O banqueiro voltou a frisar uma ideia que tem defendido: “A solução do fundo de resolução não é uma solução de que eu goste, mas é a vida”.

"O fundo de resolução não é uma solução de que eu goste, mas é a vida.”

Nuno Amado

Presidente do BCP

“Eu, como concorrente, tenho dificuldade em gostar”, sustentou. Ainda assim, Amado diz que “o encerramento do dossiê é necessário e tem urgência. A forma de fazer isso é que é o tema. Não conheço alternativa, mas custa a um concorrente suportar mais”.

8. BCP e a recuperação

O presidente do BCP não tem dúvidas de que o banco a que preside está a encetar um processo de recuperação sustentável e positiva.

“Fizemos um conjunto de ajustes, em tempo, que nos permitiram criar mais de mil milhões de euros por ano de resultado operacional antes de imparidades. Sem isso, provavelmente o BCP não estaria hoje a começar uma recuperação sustentável e positiva ainda que, com muitos ajustes pela frente”, referiu.

E, é nessa base que o banco trabalha e que tenta “criar valor para os acionistas”. “Quer para os novos acionistas, a Fosun, quer para os antigos acionistas, o que tentamos é demonstrar o potencial a prazo do BCP”.

9. Bolha no Imobiliário

Sobre uma eventual bolha no setor imobiliário, Amado descartou esta possibilidade e deu mesmo o exemplo do preço das casas em cidades europeias, inclusive em cidades secundárias, onde os valores são muito superiores aos praticados em Portugal.

E adiantou: “Não estávamos a financiar projetos de imobiliário, fizemos bem. Mas hoje entraremos nesse setor, com os cuidados que temos de ter”.

10. Banco Mau

As autoridades continuam às voltas para resolver o tema do crédito malparado que está a contaminar o sistema. Questionado sobre a posição do BCP sobre esta matéria, o banqueiro respondeu que “é um tema que temos de analisar”.

“Se eu puder ter uma solução económica, viável e não disruptiva do capital, o BCP está totalmente interessado em avaliar”, garantiu. De resto, Nuno Amado diz que não está interessado em destruir capital “em favor de uns senhores de fora que levam isto”.

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