Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 4 Abril 2017

O nomeado de Trump ao Supremo pode cair, identificado suspeito do atentado na Rússia, um ataque com armas químicas na Síria, e outras duas notícias que marcam a atualidade mundial.

O atentado de segunda-feira no metro da cidade russa de São Petersburgo faz manchete em jornais por todo o mundo, enquanto na Síria se regista um novo ataque com armas químicas que terá matado pelo menos 35 pessoas, quase todas civis. Nos EUA, Trump pode ter dificuldade em fazer aprovar o seu nomeado para o Supremo Tribunal, e na Grécia o obstáculo é descobrir como encontrar um acordo com os credores que permita desbloquear a próxima tranche do resgate. Entretanto, em França, o “casamento do ano” na área da banca e das fintech.

BBC

Suspeito de atentado de São Petersburgo é do Quirguistão

O principal suspeito do atentado de ontem no metro de São Petersburgo, na Rússia, é um homem do Quirguistão, nascido em 1995. O atentado, que ainda não foi reivindicado, provocou 14 mortes e feriu 49 pessoas. Ainda não é conhecido se o suspeito, chamado Akbarzhon Jalilov, era um bombista suicida. Por agora, a investigação russa está a ser mantida em segredo, sem terem sido fornecidos muitos pormenores acerca das causas da explosão. Leia a notícia completa na BBC. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Agence France Presse

Ataque com armas químicas mata pelo menos 35 na Síria

Pelo menos 35 pessoas morreram esta terça-feira na Síria, no que se pensa ter sido um ataque com armas químicas a uma cidade da província de Idlib, que é detida por rebeldes que se opõem ao presidente Bashar al-Assad. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo com sede no Reino Unido, a maioria das vítimas eram civis, incluindo nove crianças. Leia a notícia completa da Agence France Presse no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

The New York Times

Democratas poderão bloquear escolha de Trump para o Supremo

Os senadores democratas em Washington D.C. juntaram votos necessários para poderem evitar a nomeação de Neil M. Gorsuch para o Supremo Tribunal dos EUA. O escolhido de Trump é criticado por ter um mau currículo na área dos direitos dos trabalhadores e por não ser independente do presidente. Os senadores democratas têm apoiantes suficientes para aprovar um filibuster — uma ação que permite evitar, por adiamento, uma votação — da escolha de Gorsuch, mas os republicanos já deram a entender que estão dispostos a mudar as próprias regras de funcionamento do Senado, se for preciso, para porem o escolhido de Trump no Supremo. Leia a notícia completa no New York Times. (Conteúdo em inglês / Acesso condicionado)

Les Échos

BNP Paribas compra 95% fintech Compte-Nickel

O banco francês BNP Paribas vai adquirir 95% da Compte-Nickel, uma fintech que permite abrir uma conta corrente num quiosque de tabaco, um negócio que o Les Échos considera “o casamento do ano” em França no campo da colaboração entre banca e startups. Leia a notícia completa no Les Échos. (Conteúdo em francês / Acesso condicionado)

 

Kathimerini

Governo grego tenta evitar desastre no Eurogrupo de Malta

O primeiro-ministro Alexis Tsipras e o ministro das Finanças Euclid Tsakalotos estão “numa campanha frenética apontada em todas as direções” para evitar “um desastre iminente” no Eurogrupo, escreve o jornal grego Kathimerini, que sublinha que a reforma das pensões e do mercado de trabalho continua a criar um fosso entre o FMI e Atenas, impedindo que se chegue a um acordo para desbloquear a próxima fase do resgate grego. Leia a notícia completa no Kathimerini. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

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Saiba o que pode deduzir no seu IRS

  • Cristina Oliveira da Silva e Raquel Sá Martins
  • 4 Abril 2017

Entre saúde, educação ou habitação, são várias as despesas que pode deduzir ao seu IRS. O ECO ajuda-o a conhecer as regras, agora que já decorre o período de entrega da declaração.

Até 31 de maio decorre o período de entrega da declaração de IRS para todos os tipos de rendimentos. Sabe o que pode deduzir no IRS? O ECO ajuda-o.

Além das deduções específicas relacionadas com o tipo de rendimentos, também há um conjunto de deduções à coleta que são tidas em conta na hora de calcular o imposto a pagar ou a receber, como pode verificar na apresentação abaixo, baseada no folheto informativo publicado no Portal das Finanças.

Mas atenção: a soma das deduções à coleta relativas a despesas de saúde, educação, imóveis, pensões de alimentos, exigência de fatura (IVA), lares e benefícios fiscais, tem de respeitar alguns limites. No caso de contribuintes com rendimento coletável superior a 80 mil euros depois de aplicado o quociente familiar, o limite é de mil euros. Aumenta progressivamente, até 2.500 euros, à medida que os rendimentos vão descendo. Não há limite para rendimentos coletáveis inferiores a 7.035 euros. Além disso, nos agregados com três ou mais dependentes a cargo, os limites são majorados em 5% por cada dependente sem rendimentos.

Confira aqui as deduções consoante o seu caso: casado ou unido de facto — com regime de tributação separada ou conjunta — ou não casado. Muitas destas deduções já são calculadas automaticamente pela Autoridade Tributária e Aduaneira mas em alguns casos terá de ser o contribuinte a transmitir a informação no anexo H.

Passe os slides para ver as deduções a que tem direito

Quando estão em causa contribuintes casados ou unidos de facto com tributação separada, as deduções à coleta determinadas por referência ao agregado familiar ou aos dependentes e ascendentes são reduzidas para metade. E nos casos de divórcio, separação judicial ou anulação de casamento, também há limites reduzidos para 50% quando as responsabilidades parentais são partilhadas.

Além disto, ainda é preciso ter em conta um conjunto de deduções específicas relacionadas com o tipo de rendimentos. No caso de trabalho dependente, por exemplo, o Fisco retira 4.104 euros ao valor sujeito a tributação. Mas este limite pode subir para 4.275 euros se a diferença resultar de quotizações para ordens profissionais. A dedução passa a corresponder à totalidade das contribuições obrigatórias para regimes de proteção social quando exceder aqueles limites. Além disso, são deduzidas as quotizações sindicais, com o limite de 1% do rendimento bruto, bem como indemnizações pagas pelo trabalhador por rescisão unilateral do contrato.

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Governo saudita não vai pagar aos trabalhadores portugueses da Saudi Oger

Em causa estão 15 meses de salários em atraso de 86 trabalhadores, além das respetivas indemnizações, num valor total que ronda os 7,5 milhões de euros.

O ministro das Finanças da Arábia Saudita informou o embaixador português destacado em Riade que o governo saudita não irá pagar aos antigos trabalhadores portugueses da construtora Saudi Oger, como havia sido acordado. Em causa estão 15 meses de salários em atraso de 86 trabalhadores, além das respetivas indemnizações, num valor total que ronda os 7,5 milhões de euros.

A informação é avançada ao ECO por um destes portugueses, que pede para manter o anonimato.

“De acordo com a informação prestada pelo embaixador de Portugal na Arábia Saudita, em reunião que teve lugar no passado dia 30 de março com trabalhadores portugueses, na embaixada de Portugal em Riade, o ministro das Finanças saudita informou que a empresa Saudi Oger nada terá a receber do governo saudita“, refere este antigo trabalhador da Saudi Oger. “Por conseguinte, nada nos será pago, pelo menos nos termos que tinham sido previamente assumidos“, acrescenta.

Esta decisão foi tomada depois de, em outubro do ano passado, o governo saudita se ter comprometido a assumir as dívidas da construtora Saudi Oger. Na altura, em resposta a uma pergunta colocada pelo Bloco de Esquerda, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) informou que o governo saudita se comprometeu “formalmente a garantir o pagamento dos salários em atraso e a regularização da totalidade das dívidas aos trabalhadores portugueses“.

Mais tarde, no final de dezembro, o governo saudita anunciou que estava em condições de pagar os salários aos trabalhadores portugueses, e avançou um número: 5,7 milhões de euros. Este número poderá, contudo, ser mais elevado, já que diz respeito aos salários em atraso até julho de 2016. No entanto, há trabalhadores que ficaram na Saudi Oger até final de outubro desse ano, pelo que, entre salários, indemnizações e subsídios de férias e alojamento, o valor em dívida poderá chegar aos 7,5 milhões de euros — um número que não é confirmado pelo governo saudita.

"Foi-nos sempre garantido, pelos governantes portugueses, que esse era um compromisso assumido e escrito pelo Estado saudita em relação aos trabalhadores portugueses: caso a empresa não pagasse, o Estado saudita assumiria esse compromisso.”

Antigo trabalhador da Saudi Oger

As autoridades sauditas terão voltado atrás na palavra. “Foi-nos sempre garantido, pelos governantes portugueses, que esse era um compromisso assumido e escrito pelo Estado saudita em relação aos trabalhadores portugueses: caso a empresa não pagasse, o Estado saudita assumiria esse compromisso”, diz o mesmo trabalhador português.

Entretanto, entre 25 a 30 portugueses que trabalhavam na Saudi Oger mantêm-se na Arábia Saudita. Os restantes já terão saído do país.

O ECO questionou o MNE sobre este assunto e aguarda esclarecimentos.

Um ano e meio à espera de salários

O caso da Saudi Oger arrasta-se desde o final de 2015, altura em que, com as receitas a caírem drasticamente devido à desvalorização do petróleo, o Estado saudita começou a cancelar encomendas às construtoras do país. Foi o caso da Saudi Oger, que empregava cerca 24 mil trabalhadores (entre os quais os 86 portugueses) mas que, desde então, tem estado com as obras paradas.

As dívidas foram-se até que a empresa deixou de pagar salários. E, uma vez que o modelo de trabalho vigente na Arábia Saudita prevê que os trabalhadores estrangeiros fiquem a cargo das entidades que os empregas, são estas que tratam dos alojamentos, autorizações e vistos de saída. Sem dinheiro, a empresa deixou de pagar as autorizações de residência e os vistos de saída, pelo que muitos trabalhadores não conseguiam, sequer, sair do país.

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Um em cada 10 diplomados de 2015 desempregados um ano depois

  • Lusa
  • 4 Abril 2017

Maioria dos desempregados são formados nas áreas das Ciências Sociais e do Comportamento, Arquitetura e Engenharias.

Um em cada 10 diplomados que terminaram o curso em 2015 estavam desempregados um ano depois, a maioria das áreas das Ciências Sociais e do Comportamento, Arquitetura e Engenharias, segundo dados oficiais.

De acordo com dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), dos 81.953 alunos diplomados no ano letivo 2014/2015, mais de 7.000 estavam inscritos em junho do ano passado no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Dos 7.199 desempregados inscritos no IEFP, 9,7% eram da área das Ciências Sociais e do Comportamento (704 casos), sobretudo em cursos de Psicologia, 9,4% de Engenharia e Técnicas Afins (683) e 6,8% de Arquitetura e Construção (521).

Em declarações à Lusa, o bastonário dos Psicólogos reconhece que a situação de desemprego destes profissionais não é nova, mas lembra que o país continua a não ter um aproveitamento dos recursos existentes em áreas necessitadas como a educação e a saúde, onde “não há nem de perto nem de longe os mínimos assegurados”.

“Se estivéssemos a ter aproveitamento dos recursos existentes em áreas necessitadas, estaríamos noutro cenário”, disse à Lusa Francisco Miranda Rodrigues, lembrando a proposta da Ordem de alterar a legislação para, à semelhança do médico do trabalho, criar a figura do psicólogo do trabalho.

“Com isto já daríamos passos significativos para resolver problemas que são reconhecidos por responsáveis políticos e decisores nas organizações a nível nacional e europeu”, considerou o bastonário, sublinhando os problemas de competitividade nas organizações causados, por exemplo, pelo stress ou burnout, que levam ao absentismo laboral.

Francisco Miranda Rodrigues reconhece o número muito significativo de oferta de formação superior todos os anos, mas lembra que é menor do que há alguns anos atrás.

Segundo o bastonário da Ordem dos Psicólogos, quando esta estrutura foi criada estavam a funcionar 38 cursos de Psicologia e hoje em dia são 31 (dois terços são privados).

“Há ainda uma tendência para que esta queda no número de curso possa ter continuidade”, afirmou, frisando que o número de formados todos os anos (1.300) não é excessivo para as necessidades do país e que é preciso uma aposta na prevenção para que estes recursos possam ser utilizados, pois no futuro acabam por gerar poupança.

Estamos a falar de profissionais que, está mais do que provado que, do ponto de vista da sua intervenção, geram retornos por via da prevenção em áreas onde há um consumo de recursos muito grande, como por exemplo na medicação”, disse.

Uma estimativa apresentada no ano passado pela Ordem dos Psicólogos indica que, na área da saúde, por cada 75 cêntimos investidos existe um retorno de 3,74 euros.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2016 estavam desempregadas 109 mil pessoas com ensino superior completo (menos 5,5% do que em 2015).

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Rui Rio diz “assim não” e critica UE na área da banca

  • ECO
  • 4 Abril 2017

"Tudo, nesta triste história, é chocante", escreve Rui Rio, que salienta o caso do Banif para pôr em causa as "humilhações dispensáveis" que a UE impôs a Portugal.

“Assim não, meus senhores”, escreve Rui Rio esta terça-feira no Diário de Notícias, numa coluna em que põe em causa a intervenção da União Europeia na banca portuguesa, indicando que Bruxelas parece não ter em conta o interesse português em várias das decisões que impôs relativamente ao sistema bancário.

Para Rui Rio, o caso do Banif “tem particularidades próprias que não podem deixar de nos preocupar no que concerne ao funcionamento da União Europeia destes nossos dias”, num contexto em que “tudo, nesta triste história, é chocante”. O antigo presidente da Câmara do Porto e economista assinala que as diferentes facetas do caso não podem “deixar de concorrer para um enorme sobressalto cívico”, desde “a falta de transparência ao seu desastroso resultado final, passando pela prepotência e contradições das instâncias europeias”.

No seu artigo de opinião, Rui Rio termina sublinhando que a burocracia europeia também se imiscui agora na capitalização da Caixa Geral de Depósitos e na venda do Novo Banco, “para lá do razoável e de muito difícil compreensão”. Criticando essa intervenção tanto no primeiro como no segundo caso, Rui Rio deixa duas perguntas: “questionando o respeito que esta Europa burocratizada tem pelo povo português”, até porque “são sempre os contribuintes nacionais que acabam a pagar a fatura das irrazoáveis exigências”, e ainda outra que “consiste em (…) questionar a consciência europeia”.

Para Rui Rio, “humilhações dispensáveis, interferências abusadoras ou desigualdades de tratamento não me parece que aprofundem o projeto comum nem que combatam os extremismos nacionalistas”, e acrescenta: “Assegura-me a experiência da vida que é justamente o contrário”.

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IRS: Deduções com educação caíram 23 milhões em 2015

  • ECO
  • 4 Abril 2017

Há mais 53 contribuintes com vencimento superior a 250 mil euros por ano -- passam a ser 2452 famílias neste patamar.

Os dados do IRS de 2015 mostram que as famílias perderam 23 milhões de euros em deduções de educação, escreve esta terça-feira o Dinheiro Vivo, que acrescenta que 53 contribuintes se juntaram ao grupo que declara mais de 250 mil euros por ano. Dos cinco milhões de declarações recebidas nesse ano, só metade pagou imposto.

O Dinheiro Vivo destaca, com base nos dados fornecidos pela Autoridade Tributária e Aduaneira, que a reforma do IRS teve um impacto negativo sobre os contribuintes na área da educação, onde foram excluídas deduções de produtos como materiais escolares ou refeições de 2014 para 2015. Esta alteração, que já foi retificada e mudará novamente neste IRS sendo possível voltar a descontar as refeições escolares, causou em 2015 uma dedução inferior em 23 milhões nas deduções da educação.

O regime dos residentes não habituais, que permite isenção fiscal aos reformados estrangeiros e uma taxa de IRS reduzida aos trabalhadores altamente qualificados, custou ao Estado 166 milhões de euros em 2015, mais 35% do que no ano anterior, acrescenta o mesmo jornal.

Também é possível ver que aumentou o número de famílias a descontar acima de 250 mil euros por ano, que passam a ser 2452, representando 0,05% dos agregados familiares que apresentaram declarações relativas a 2015. De acordo com a AT, estas famílias responderam por 471 milhões de euros que o IRS rendeu nesse ano, 4,76% do total. É uma subida de 10,15% em relação ao ano anterior.

As faturas com NIF na área dos restaurantes, cabeleireiros e reparação automóvel beneficiaram os contribuintes em 47 milhões de euros — em comparação, no IRS de 2014 este valor foi de 27 milhões nesta área.

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Galp Energia e Jerónimo Martins seguram PSI-20

A bolsa nacional abriu com um ganho muito ligeiro, com a Galp Energia e a Jerónimo Martins a serem o principal suporte do PSI-20.

A praça bolsista lisboeta arrancou a sessão com um ganho muito ligeiro, num dia em que a maior parte das cotadas segue em terreno positivo. O índice PSI-20 está a ser suportado pelo avanço dos títulos dos pesos pesados Galp Energia e Jerónimo Martins. Lisboa acompanha os ganhos ligeiros das ações europeias.

PSI-20 mantém-se abaixo dos 5.000 pontos

O PSI-20 abriu a somar uns escassos 0,07%, para os 4.971,36 pontos, mantendo-se abaixo da barreira psicológica dos 5.000 pontos superada na sessão de sexta-feira. O avanço de 0,71%, para os 14,25 euros, das ações da Galp Energia ajudam a suportar os ganhos em Lisboa, isto num dia em que as cotações do petróleo seguem em queda nos mercados internacionais. A Jerónimo Martins também contribui, com as suas ações a valorizarem 0,43%, para os 16,45 euros.

Nota negativa para as cotadas do universo EDP. As ações da elétrica liderada por António Mexia perdem 0,28%, para os 3,16 euros, enquanto as da participada liderada por Manso Neto recuam 0,17%, para os 6,91 euros. Quedas que ocorrem apesar de, no final do dia de ontem, a Moody’s ter mantido a EDP em qualidade de investimento.

Em terreno negativo, destaque também para a NOS que abriu a perder 0,45%, para os 5,11 euros. Já o BCP segue em terreno negativo pela terceira sessão consecutiva. Abriu a perder 0,05%, para os 19 cêntimos, continuando a corrigir dos ganhos recentes.

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Moody’s mantém EDP como investimento de qualidade

A reafirmação do rating surge no seguimento da venda da Naturgas e da OPA à EDP Renováveis, operações vistas pela agência de notação financeira como "consistentes" com a estratégia da elétrica.

A agência de notação financeira Moody’s reiterou a sua avaliação do rating de crédito da EDP, uma decisão que surge no seguimento da venda da Naturgas, em Espanha, e do lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis. A agência de notação financeira manteve a elétrica em qualidade de investimento ao reiterar o rating de Baa3 para a dívida de longo prazo da EDP, que corresponde ao último nível da categoria de investimento de qualidade.

A agência de rating Moody’s Investors Service (“Moody’s”) afirmou ainda a notação da sua subsidiária EDP Finance B.V. (“EDP Finance”) e da sua subsidiária espanhola Hidroelectrica del Cantabrico (“HC Energia”) em “Baa3”/”Prime-3”. Todos os ratings têm outlook estável.

“A afirmação reflete a visão da Moody’s de que as transações são coerentes com o Plano Estratégico 2016-20 da EDP e que tenciona aplicar o produto da venda de NED [Naturgas Energia Distribucion] que não sejam utilizados para adquirir EDPR para reduzir a dívida“, refere a nota da Moody’s, que acrescenta ainda que na sua visão, a conclusão das duas operações, tal como previstas, “teria apenas um modesto efeito negativo sobre o perfil de risco de negócio da EDP”.

A agência de notação financeira explica que como resultado da venda da Naturgas que contribuiu com 165 milhões de euros, ou 4% do EBITDA do grupo de 3,7 mil milhões de euros em 2016, a proporção dos ganhos da EDP das redes reguladas irá “diminuir ligeiramente”. No entanto, considera que “o perfil de risco geral do grupo permanecerá robusto”. A Moody’s acrescenta ainda que a aquisição a minoritários do capital da EDP Renováveis irá permitir à EDP aumentar a sua exposição ao setor das energias renováveis, algo que é “coerente com a sua estratégia de longo prazo, e a diversificação de lucros para além do seu núcleo ibérico.

Relativamente à OPA sobre a empresa liderada por Manso Neto, a Moody’s diz ainda que “quaisquer variações em torno dos valores de transação, incluindo o preço da oferta e a quantidade de ações adquiridas da EDP Renováveis, não seriam relevantes.

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Sogrape reforça no Reino Unido: compra 25% da Liberty Wines

  • Lusa
  • 4 Abril 2017

A Sogrape comprou 25% do capital da Liberty Wines, consolidando a parceria estratégica que mantinha com aquela distribuidora de vinhos no Reino Unido. O objetivo é reforçar presença naquele país.

A Sogrape comprou 25% do capital da Liberty Wines, consolidando a parceria estratégica que mantinha com aquela distribuidora de vinhos no Reino Unido e planeando agora fortalecer a presença do seu ‘portfolio’ no canal da restauração daquele país.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração da Sogrape, Fernando Cunha Guedes, recordou que a empresa tinha já “uma posição importante no Reino Unido”, que no ano passado representou cerca de 7% – equivalentes a 15 milhões de euros – das vendas totais da empresa.

Contudo, disse, a operação da Sogrape estava “muito focada apenas no canal ‘off trade’, da distribuição moderna (supermercados), enquanto a Liberty Wines está muito focada no canal da restauração” e tem “um ‘portfolio’ e uma estrutura completamente diferentes”.

“Portanto há aqui um complemento perfeito não só de ‘portfolio’, como de canais, o que nos permite uma forte perspetiva de desenvolvimento das nossas marcas no Reino Unido, sobretudo no canal onde não estávamos presentes”, afirmou, apontando como meta “duplicar a presença [da empresa] no canal ‘on trade’” daquele mercado nos próximos cinco anos.

Convicto de que a entrada no capital da Liberty Wines – negócio cujo valor não foi revelado – permitirá não só “potenciar o desenvolvimento” das marcas da Sogrape, mas dos “dos vinhos portugueses” em geral, Fernando Cunha Guedes destacou que o Reino Unido é “uma das grandes montras de vinhos do mundo”, o que tinha já justificado a criação pela empresa portuguesa, em 2011, da empresa de distribuição própria Sogrape UK.

“Mais do que ter a participação [na Liberty Wines], a nossa grande motivação é ter esta grande parceria estratégica que vai beneficiar as nossas marcas e que é muito importante para a notoriedade dos vinhos portugueses no contexto internacional”, sustentou.

É que, disse, se “não há dúvidas acerca da qualidade dos vinhos portugueses, que têm uma notoriedade crescente”, o facto é que lhes “falta muitas vezes ter acesso a uma boa rede de distribuição que permita chegar de forma eficiente e eficaz ao consumidor”.

Apostada em “maximizar as sinergias através do maior controlo da cadeia de valor” que a entrada na Liberty Wines lhe assegura, a Sogrape espera que este reforço da rede de distribuição lhe permita manter a posição de Mateus Rosé no Reino Unido, mas também desenvolver marcas como Sandeman, Lan, Casa Ferreirinha, Viña Los Boldos ou Finca Flichman.

“Através da Liberty Wine há um potencial muito forte de desenvolvimento das marcas mais direcionadas para o canal da restauração em Inglaterra”, afirmou o administrador, apontando como exemplos o Lan (Espanha) e as portuguesas a Casa Ferreirinha e Herdade do Peso.

Ocupando a segunda posição a nível global em termos de vinhos importados, depois dos EUA, o Reino Unido é o terceiro maior mercado de exportação da Sogrape (apenas superado pelos EUA e Espanha) e, a concretizar-se o crescimento agora previsto, arrisca subir já em 2018 ao segundo lugar do ‘ranking’ de exportações da empresa portuguesa, ultrapassando o mercado espanhol.

E, embora admitindo que o ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da UE) representa “um período de incerteza” que implicará “esperar mais dois anos para saber exatamente como vão ficar as relações comerciais entre o Reino Unido e a Europa”, Fernando Cunha Guedes diz que a parceria com a Liberty Wines é um “ato de ousadia”, mas revelará ser “o passo certo”.

“Sendo o Reino Unido o mercado número dois em termos de vinhos e uma montra do setor em termos internacionais, tendo aí ainda a Sogrape muito espaço para crescer e tendo nós uma visão de muito longo prazo, não tenho dúvidas de que este é o passo certo em termos estratégicos para uma empresa como a nossa”, disse à Lusa.

Na sua opinião, “são estes atos de ousadia que fazem algumas empresas diferente das demais” e foi precisamente o “ato de ousadia” do seu avô, Fernando Van Zeller Guedes, ao lançar “um vinho completamente irreverente em 1942, no pós-guerra” (o Mateus Rosé), que fez da Sogrape o que hoje é.

“Esperamos que agora, no Reino Unido, estejamos a fazer exatamente a mesma coisa”, concluiu.

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5 coisas que precisa de saber antes de abrirem os mercados

Curioso para saber quais são as apostas da JP Morgan & Chase para o futuro? O CEO do banco vai dirigir-se esta terça-feira aos acionistas, mas já tem um leitor certo: Warren Buffet.

Os investidores norte-americanos continuam a aguardar pormenores sobre a reforma fiscal que a atual Administração quer implementar. Mas para já é o défice comercial que está na mira de Trump: o Presidente dos EUA vai encontrar-se com o parceiro económico que mais prejudica o saldo comercial norte-americano, a China. Ainda nos Estados Unidos, o responsável pela fiscalização dos bancos vai sair da Fed e o American Petroleum Institute divulga o boletim com os inventários de barris de petróleo.

Como vai a produção de petróleo nos EUA?

É divulgado esta terça-feira o relatório com os inventários de barris de petróleo produzidos nos Estados Unidos. O American Petroleum Institute vai revelar o boletim semanal numa altura em que a produção norte-americana está a acelerar. Segundo dados reportados pela Baker Hughes, prestadora de serviços para o setor petrolífero norte-americana, aumentou a contagem de plataformas em atividade nos EUA. O número de plataformas de petróleo a produzir cresceu pela 11ª semana consecutiva, o que corresponde ao ciclo de subidas mas dilatado desde o ano de 2011. Esta aceleração acontece depois de o petróleo ter ultrapassado a linha dos 50 dólares, fruto do acordo da OPEP.

Membro da Fed vai sair, mas antes fala

É a última aparição pública de Daniel Tarullo antes de abandonar o conselho de governadores da Reserva Federal. Desde 2009, a convite do ex-Presidente dos EUA Barack Obama, que Tarullo é responsável pela supervisão dos bancos de Wall Street, tendo estado envolvido na reforma da lei Dodd-Frank que apertou a regulação dos bancos depois da crise financeira de 2008. O ex-professor de direito sai esta terça-feira da Fed, mas antes vai falar na Universidade de Princeton, no estado de Nova Jérsia. De referir que Donald Trump quer desregular o sistema financeiro, tendo em vista a revisão da lei Dodd-Frank.

Balança comercial norte-americana em fevereiro

Na semana em que Donald Trump se vai reunir com o Presidente chinês, Xi Jinping, vão ser revelados os dados da balança comercial de fevereiro. Esta terça-feira vão sair as estatísticas das exportações e das importações norte-americanas, o que vai permitir analisar a tendência no primeiro mês completo em que Trump liderou a Casa Branca. A atual Administração tem como uma das suas prioridades no âmbito económico resolver este problema. Em janeiro, os Estados Unidos registaram um défice comercial de bens e serviços de 48,5 mil milhões de dólares. A China representa 30,2 mil milhões de dólares do total.

Carta anual da JP Morgan, a favorita de Warren Buffet

O banco de investimento norte-americano JP Morgan Chase & Co é a instituição financeira líder no mundo. O presidente executivo da empresa vai dirigir-se esta terça-feira aos acionista numa carta que, segundo a agência financeira Bloomberg, é uma das favoritas de Warren Buffet, um dos gurus norte-americanos dos mercados financeiros e uma das pessoas mais ricas do mundo. Esta carta não é só interna: as palavras de Jamie Dimon vão fazer também um retrato da evolução dos mercados na ótica de um dos gestores mais dinheiro gere no mundo.

Banco central australiano reúne

A Austrália continua com uma taxa de juro em recorde mínimo. O Reserve Bank of Australia vai reunir-se esta terça-feira para decidir se, pela quinta reunião consecutiva, vai continuar a deixar inalterada a taxa de juro de 1,5%. Esta é a primeira decisão deste ano, mas os economistas contactados pela Bloomberg preveem que nada se altere. O que poderá dar algumas pistas sobre a política monetária futura é a declaração do governador, Philip Lowe. Dados os aumentos da Fed e a pressão da inflação na zona euro, também os australianos podem vir a ser forçados a aumentar a taxa de juro num futuro próximo.

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Chegou a nova nota de 50 euros. O que traz de novo?

São as que existem em maior quantidade e também as que mais são contrafeitas. Esta terça-feira as notas de 50 circulam de cara renovada para combater o problema da contrafação.

Apresentação das novas notas de 50 euros.Paula Nunes/ECO

A nota de 50 vai continuar a misturar o laranja e o castanho, mas a proteção é maior: os elementos de segurança foram reforçados, refletindo pequenas mudanças no estilo da nota. O design é da autoria de um desenhador de notas independente que reside em Berlim, Reinhold Gerstetter. Mas o que esta nova nota traz é mais proteção contra a falsificação, um problema que envolveu mais de 700 mil notas no ano passado. Vem aí o trio de ataque: trocar, observar e inclinar nas notas da zona euro.

Se a tecnologia de proteção continua a melhorar, também as formas de ultrapassar essas medidas de segurança continuam a ser desenvolvidas. É por isso que, periodicamente, os bancos centrais costumam mudar as notas que estão em circulação, reforçando a sua capacidade de resistir à contrafação. A última atualização feita tinha sido na nota de 20 euros, no final de 2015. Esta terça-feira começa a circular a nova nota de 50 euros, a quarta a ser renovada.

Segundo os dados do Banco Central Europeu divulgados em janeiro deste ano, as notas de 50 euros foram as mais contrafeitas no segundo semestre do ano passado. No total, a nota de 50 representou 42,5% das notas contrafeitas, seguida pela nota de 20 (37,8%) e de 100 euros (9,7%). A contração de notas de 20, em comparação com o primeiro semestre de 2016, aumentou em vez de diminuir com a introdução da série ‘Europa’. Em Portugal, a nota de 50 euros é a segunda mais contrafeita (2.699 notas de 50 foram apreendidas em 2016). A nota de 20 euros foi a mais contrafeita (3.876 apreensões).

Estes números não são surpreendentes: a nota de 50 representa 45% de todas as notas de euro em circulação, sendo a mais utilizada, segundo o BCE. “A quantidade de notas de €50 em circulação é superior à das de €5, €10 e €20, em conjunto, sendo aproximadamente igual à quantidade total de notas de todas as denominações em circulação no final de 2002, o ano em que as notas e moedas de euro começaram a circular”, explicou o banco central da zona euro quando apresentou a nova nota.

Esta nova fornada de notas começou pela de cinco e seguido pela de dez, a de 20 e agora a de 50. No entanto, não é caso para se assustar: as notas antigas continuam a circular, mantendo o seu valor. Se quiser pode trocá-las nos bancos centrais nacionais da zona euro “por um período ilimitado”, segundo informação do Banco Central Europeu. No total existem 19 mil milhões de notas genuínas da moeda única em circulação. A maior parte da contrafação é feita dentro dos Estados-membros.

O antes e o depois

© Banco Central Europeu© Banco Central Europeu

Aqui joga-se a um nível quase macroscópico, mas com grande impacto (espera o BCE) na segurança da nota. No pormenor do pormenor é possível verificar as principais mudanças:

  1. Tal como na nova nota de 20 euros, este novo modelo conta com a “inovação da janela com retrato no holograma”: observada contra a luz, a janela transparente e a marca de água tornam visíveis o retrato da figura mitológica grega, a Europa, e os algarismos representativos do valor da nota;
  2. Na parte da frente, a nota tem um número esmeralda, que brilha quando a nota é inclinada, mudando do verde-esmeralda para o azul-escuro;
  3. Nas extremidades é possível “sentir” a nota, tocando-a, dado que na margem esquerda e direita se sente uma série de pequenas linhas impressas em relevo. Esta funcionalidade completa o trio “trocar, observar e inclinar”, o método triplo que o BCE agora usa nas notas;
  4. Num exame à nota com luz ultravioleta é possível verificar que existem várias fibras incorporadas que dão um brilho de tonalidade amarela. Existem outros brilhos de tonalidade verde e de tonalidade vermelha;

A nova nota é também mais inclusiva. Existem vários países que entraram na União Europeia desde que as notas entraram em circulação. O mesmo acontece nos Estados-membros que fazem agora parte da zona euro: países como a Malta, Lituânia, Letónia, Estónia, Eslovénia, Eslováquia e Chipre integraram o grupo já depois do início da moeda única.

Segundo o BCE, o mapa da Europa inclui agora o Chipre e Malta, a palavra euro aparece escrita em carateres dos alfabetos latino e grego e as iniciais do BCE passam a estar em dez variantes linguísticas em vez das cinco atuais. As notas de ambas as séries têm curso legal nos 19 países da área do euro. Contudo, as notas de 500 euros, tal como já foi anunciado, deixaram de ser produzidas, mantendo-se em circulação as que atualmente existem.

Quem tem de estar atento a esta nova mudança são as empresas que têm um estabelecimento comercial ou que utilizam de forma regular máquinas de tratamento de numerário ou dispositivos de autenticação. Os comerciantes têm de assegurar de o seu equipamento já está adaptado a estas novas notas da série Europa. O mais prático é verificar se o seu dispositivo está nesta lista. “Os dispositivos de autenticação de notas foram testados com as notas contrafeitas identificadas em circulação com maior frequência à data dos testes”, esclarece o BCE.

A recomendação do BCE é que não aceite a nota se achar que esta é suspeita. Caso a aceite, não a deve colocar em circulação — tal constitui um crime — mas sim entregar às autoridades policiais locais, ao seu banco ou ao banco central nacional.

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Fórum para a Competitividade: primeiro trimestre de 2017 pode ser o melhor do ano

  • Margarida Peixoto
  • 4 Abril 2017

No ano passado, o crescimento acelerou na segunda metade do ano. Mas em 2017 a história ameaça inverter-se: o primeiro trimestre pode muito bem ser o melhor que haverá este ano.

Recorda-se do que aconteceu em 2016, quando o ano começou com um crescimento fraco mas acabou a acelerar? Prepare-se: em 2017 pode acontecer precisamente o contrário. O Fórum para a Competitividade espera um crescimento entre 1,7% e 2% em 2017, mas avisa que o primeiro trimestre do ano deverá ser o melhor.

“Ao contrário do ano passado, que começou mal, mas acabou melhor à medida que o rendimento disponível ia aumentando suportado por salários e pensões, neste ano poderá dar-se o inverso”, lê-se na nota de conjuntura de março, a que o ECO teve acesso.

"O primeiro trimestre deverá ser o melhor, devendo a atividade desacelerar à medida que o efeito dos estímulos desaparece.”

Fórum para a Competitividade

Nota de conjuntura de março

O Fórum para a Competitividade prevê uma aceleração do crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano para 2,1%, em termos homólogos, e um aumento de 0,4% face aos últimos três meses de 2016. Contudo, nota que “é bastante provável” que os próximos trimestres registem uma desaceleração em cadeia, uma vez que os fatores que sustentaram o crescimento no segundo semestre do ano passado e início de 2017 começam agora a perder efeito. Estes fatores foram os aumentos de salários e de pensões, bem como as reduções de impostos.

Ou seja, “o primeiro trimestre deverá ser o melhor, devendo a atividade desacelerar à medida que o efeito dos estímulos desaparece”, alerta a organização liderada por Pedro Ferraz da Costa. A análise frisa que estas previsões assumem que não ocorrerão choques externos ou internos que justifiquem uma queda abrupta de confiança dos consumidores e das empresas.

O Fórum para a Competitividade mantém ainda os alertas sobre a sustentabilidade da redução do défice conseguida em 2016. Considera que o corte do défice para 2,1% do PIB foi um “sucesso aparente” e lembra os “avisos importantes” de responsáveis europeus — como foi o caso do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que recomendou a Portugal que se certificasse de que não precisa de um novo resgate, ou o caso do relatório do Banco Central Europeu, onde se fazem alertas sobre os desequilíbrios macroeconómicos do país.

Nas contas do Fórum, o défice orçamental de 2016 sem o impacto das medidas extraordinárias ficou em 2,7%, uma melhoria de 0,4 pontos percentuais face ao ano anterior — já a Comissão Europeia estimou o défice sem medidas one-off em 2,6% do PIB, no Winter Economic Forecast, ainda antes do apuramento das contas do ano passado, por parte do Instituto Nacional de Estatística.

A melhoria no défice foi, segundo o Fórum, obtida com uma “redução muito significativa no investimento público”, uma poupança de 200 milhões de euros em juros da dívida pública e um efeito de 0,3 pontos percentuais do PIB obtido através das cativações, explica a nota mensal. “Parte destas poupanças foram gastas em despesas com pessoal, que aumentou 700 milhões de euros”, frisa.

O documento argumenta que a melhoria do saldo orçamental “está longe daquilo que é apresentado oficialmente” e alerta para a dificuldade em melhorar o saldo estrutural — o indicador orçamental que desconta os efeitos de medidas extraordinárias e do ciclo económico. “Não houve qualquer redução do saldo estrutural”, lê-se na nota mensal, que adianta que, de acordo com os cálculos do Fórum para a Competitividade, “até haverá entre 2016 e 2018, a manter-se as previsões, um agravamento total de 0,5 pontos percentuais” deste saldo.

"Não houve qualquer redução do saldo estrutural. Até haverá entre 2016 e 2018, a manter-se as previsões, um agravamento total de 0,5 pontos percentuais.”

Fórum para a Competitividade

Nota de conjuntura de março

Ainda assim, o Fórum considera que é provável que Portugal consiga sair do Procedimento por Défices Excessivos, frisando que o Programa de Estabilidade, que será entregue pelo Governo a 19 de abril, será determinante para a Comissão Europeia tomar uma decisão.

Contexto externo: incerteza diminui mas não desaparece

A nível internacional, o Fórum para a Competitividade destaca as dificuldades da Administração Trump em implementar alterações orçamentais, o que poderá reduzir a expectativa de estímulos ao crescimento económico por esta via. Por outro lado, apesar da promessa da Reserva Federal de subir os juros, os mercados não descontam totalmente o movimento uma vez que no passado a Fed “não foi tão dura como prometeu”, nota a análise de março.

A incerteza provocada pelo Brexit mantém-se, mas a derrota da extrema-direita nas eleições holandesas e as sondagens em França — que antecipam a derrota de Marine Le Pen — deram alguma confiança aos mercados: “daqui resultou uma redução significativa dos diferenciais de taxa de juro entre os periféricos e a Alemanha”, lê-se no documento. Já Portugal, “beneficiou de uma redução adicional deste diferencial entre 30 e 40 pontos base, devido à normalização da banca (BCP, CGD, Novo Banco), que gerou mais confiança na estabilidade financeira do país.”

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