China vai construir nova cidade do tamanho de Lisboa

  • Marta Santos Silva
  • 4 Abril 2017

A longo prazo, as autoridades chinesas esperam que a nova cidade chegue a ter dois mil quilómetros quadrados, sendo uma "estratégia crucial para este milénio".

As autoridades chinesas anunciaram a sua intenção de construir uma nova cidade, perto de Pequim, com uma dimensão que a curto prazo se espera ser a do concelho de Lisboa, com planos para expandir até aos dois mil quilómetros quadrados a longo prazo. A Nova Área de Xiongan, anunciada num comunicado por dois corpos políticos chineses, já está a ser invadida por compradores que querem aproveitar a valorização imobiliária drástica que é esperada numa zona até hoje pouco importante à escala nacional.

O Conselho de Estado e o Comité Central do Partido Comunista Chinês, os dois principais órgãos políticos da China, anunciaram num comunicado conjunto divulgado pelo jornal em língua inglesa China Daily que esta zona económica especial é “uma escolha histórica e estratégica” para “o milénio que se avizinha”.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, os investidores já invadiram a região para aproveitar a valorização imobiliária, e os preços das propriedades duplicaram em poucas horas após o anúncio — a Bloomberg acrescenta mesmo que os pretendentes a compradores criaram enormes engarrafamentos nas estradas para chegar ao território que se vai tornar na nova zona. No final do dia de segunda-feira, o Governo emitiu uma proibição nas vendas de propriedade na zona para procurar parar a especulação súbita.

A agência noticiosa Xinhua escreve que a criação da Nova Área de Xiongan, a cerca de 100 quilómetros a sul de Pequim, poderia ajudar a reduzir a pressão sobre a capital, que já sofre de problemas relacionados com o congestionamento automóvel, uma grande especulação imobiliária e poluição. A agência estatal acrescentou ainda que, “mais do que uma mera réplica do sucesso passado da China [a Nova Área de Xiongan], contará a história do futuro de uma nova cidade”.

O presidente chinês Xi Jinping afirmou que a área deverá dar prioridade à proteção do meio ambiente, assim como ao bem-estar dos cidadãos, tornando-se uma “área de demonstração para a inovação e o desenvolvimento”, lê-se no China Daily.

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Isabel dos Santos: “Há preconceito sobre as minhas origens”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 4 Abril 2017

Em declarações à BBC News, a empresária e filha mais velha de José Eduardo dos Santos garantiu que as suas origens lhe trazem privilégios e, principalmente, preconceitos.

A empresária Isabel dos Santos garante que ser quem é traz “preconceitos e benefícios”. Em entrevista à BBC News, aquando da deslocação a Londres para discursar na LSE Africa Summit, a gestora abordou vários aspetos da sua vida profissional e pessoal, incluindo o que significa ser “a filha do presidente”.

Sou privilegiada no sentido em que tive uma boa educação, sou privilegiada no sentido em que pude ver o mundo, sou uma pessoa muito exposta que consegue interagir com pessoas de todos os espetros de vida. E penso que é só isso. Depois misturar isso com o preconceito e o sentimento de que essas vantagens foram injustas ou obtidas através de favores ou favoritismo”, desenvolveu Isabel dos Santos.

Aproveitando o caso de Ivanka e Donald Trump, a empresária fez questão de afirmar que o estatuto de filha do presidente é “um mito”: “És a filha dos teus pais, tens um pai e uma mãe. E a relação com eles envolve emoções e família. O trabalho dos teus pais, quer sejam presidentes ou CEO, é algo que entra na vida profissional e esses são dois aspetos bastante diferentes.”

Com uma fortuna avaliada em 3,1 mil milhões pela Forbes, Isabel dos Santos garantiu que o facto de ter sido apontada para a direção da Sonangol foi motivado pelo seu passado no setor empresarial: “Tenho um registo de construção de negócios e de entender como levar um negócio para a frente.” E essas capacidades foram decisivas para uma empresa estatal que, segundo a própria, “estava numa situação particularmente difícil.”

A questão da discriminação de géneros também foi abordada pela empresária, que confirmou que “ser mulher, ser jovem e ser negra” é um desafio com o qual tem de lidar todos os dias e que deve merecer a atenção dos empregadores.

E acabou por deixar um recado para todas as raparigas “Encorajo as raparigas a lutarem, a terem uma educação, têm de ser ambiciosas e também ter confiança”.

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Malparado põe rácios da banca em mínimos na Europa

A Autoridade Bancária Europeia aponta para uma melhoria dos indicadores da banca da região, mas não no caso do setor financeiro nacional. No final do ano tinha os rácios de capital mais baixos.

O crédito em risco na banca nacional manteve-se elevado no final do ano passado. O malparado no setor financeiro português como um todo, representava quase 20% do total de créditos concedidos, sendo mesmo o terceiro pior entre os bancos da região, de acordo com os dados revelados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA na sigla anglo-saxónica). Um fardo pesado que continuou a castigar a solvabilidade. Antes das recapitalizações realizadas estes ano, a banca tinha os rácios de capital mais baixos de toda a Europa.

“A qualidade das carteiras de crédito dos bancos europeus continuou a melhorar [no global da banca europeia], apesar de continuar a ser uma preocupação”, refere o relatório trimestral da EBA. “O malparado manteve a tendência de quebra dos trimestres anteriores, recuando em 30 pontos base para 5,1% no quarto trimestre de 2016”, acrescenta, notando, no entanto, que há grandes disparidades entre os diferentes sistemas financeiros analisados.

“Apesar da recente melhoria, há ainda uma grande dispersão entre países, com os rácios de crédito em incumprimento a variarem entre 1% e 46%”, adianta a EBA. Grécia e Chipre são os piores casos (45,9% e 44,8%, respetivamente), mas logo a seguir surge Portugal. O rácio de crédito vencido no final do ano passado era de 19,5%, uma ligeira melhoria face ao trimestre anterior (19,8%), mas praticamente idêntico a registado um ano antes (19,6%).

Enquanto o malparado persiste em níveis elevados entre os bancos nacionais — assim como a exposição a créditos em risco que permaneceu em 16% –, o rácio de cobertura das perdas resultantes de empréstimos que ficaram por cobrar continuou a evoluir favoravelmente no final do ano passado. Com o setor a tentar dar resposta ao fardo do malparado, as provisões para cobrir estes créditos ascenderam a 43,6% (face a 38,9% no final de 2015). A média na Europa estava em 44,6%, diz a EBA.

Rácios ainda piores

Se na comparação com os pares europeus os bancos portugueses ficam mal na fotografia no que respeita ao malparado, o cenário é ainda mais negro quando a avaliação é feita aos rácios de capital. O rácio Common Equity Tier 1 (CET1) estava, em média, nos 10%, recuando para 9% no caso do CET1 considerando todas as novas regras europeia. Recuou de 12% e 10%, no final de 2015, respetivamente, mostram os dados da EBA referentes ao quarto trimestre de 2016.

Os bancos portugueses apresentaram, no final do ano passado, os rácios de capital mais baixos entre todos os bancos europeus, isto numa altura em que o setor, como um todo, apresentou uma melhoria significativa em termos de solvabilidade. “No quarto trimestre de 2016 os rácios CET1 dos bancos da Europa atingiram novos máximos, aumentando em 20 pontos base para 14,2%”, diz a EBA. “Esta evolução é explicada, essencialmente, pela quebra nos ativos ponderados pelo risco fruto das vendas de ativos realizadas pelo setor”.

A evolução negativa dos rácios de capital dos bancos portugueses demonstrada na avaliação trimestral da EBA refere-se ao final do ano passado, sendo que já este ano o setor avançou com medidas no sentido de se tornar mais sólido. O BCP realizou um aumento de capital de 1.300 milhões de euros, contando, entre outros, com a Fosun e a Sonangol para melhorar os seus rácios. Já a CGD foi alvo de um processo de recapitalização de cerca de cinco mil milhões após os piores resultados da sua história provocados por elevadas imparidades.

Rentabilidade continua a ser um problema

Além do malparado elevado, a EBA continua a alertar que a banca europeia, como um todo, continua a enfrentar problemas de rentabilidade. “A rentabilidade do setor (o Return on Equity) continua a ser esmagada, sendo que o retorno dos capitais caiu para o nível mais baixo de sempre: 3,3%, 2,1 pontos percentuais abaixo dos registados no terceiro trimestre”, nota a EBA. Na comparação homóloga, a média do RoE reduziu-se em 1,2 pontos percentuais face aos 4,5% no final de 2015, reflexo da quebra dos resultados operacionais: -8%.

Ao mesmo tempo que os resultados operacionais recuaram, a relação entre os custos e as receitas, que pretende avaliar a eficiência da banca, continuaram a aumentar. A EBA salienta um aumento para 65,7% no final de 2016, o que compara com um rácio de 62,8% no final do ano anterior.

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Fosun reforça posição. Já tem mais de 25% do BCP

  • ECO
  • 4 Abril 2017

O grupo chinês tem vindo a reforçar a sua posição no capital do banco português. Compras feitas em bolsa que têm puxado pelas ações do BCP em bolsa até aos 20 cêntimos.

A Fosun reforçou a sua posição no aumento de capital do Banco Comercial português (BCP). Passou a controlar 23,9% da instituição liderada por Nuno Amado, ficando com autorização para chegar ao patamar dos 30%. É isso que tem vindo a fazer através de compras em bolsa. Criou uma pressão compradora que levou os títulos a chegarem a máximos do ano.

Segundo informações recolhidas pelo Público (acesso condicionado), tendo em conta que a empresa chinesa está autorizada pelos reguladores a ir até aos 30%, a Fosun tem vindo a aproximar-se dessa meta com a aquisição de títulos do banco na bolsa. Neste momento, já detém mais de 25% do capital.

Esse desejo de reforçar a posição no banco está, conta o jornal, expresso nas contas de 2016 do grupo (que, pela primeira vez, incluem o maior banco privado português). O reforço da sua posição “dependerá da performance das ações” (ou seja, do preço) e que será esse o fator que poderá conduzir à compra de títulos no mercado”, diz.

Estas compras têm criado pressão no mercado, puxando pelas ações que também viram a sua avaliação aumentada para 50 cêntimos por parte do CaixaBI. Os títulos estão em queda há três sessões, mas antes de inverterem a tendência apresentaram quatro sessões consecutivas de fortes ganhos em bolsa, todas elas com volumes de negociação acima dos 100 milhões de títulos.

As ações do BCP foram vendidas no aumento de capital a 9,4 cêntimos. No mercado, chegaram, no final da semana passada, a tocar nos 20 cêntimos, um máximo desde meados de dezembro. Têm corrigido, nos últimos dias, mas mantêm-se a negociar nos 18,4 cêntimos. À cotação atual o banco está avaliado em 2.782,5 milhões de euros.

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Oitante vende gestora. Altamira vai gerir 1,5 mil milhões de imobiliário

A Altamira vai gerir e vender 1,5 mil milhões de euros em imóveis e malparado que pertencem à Oitante, veículo que gere os ativos tóxicos do Banif.

A Oitante, entidade que ficou a gerir os ativos tóxicos do Banif no âmbito da resolução do Banif, fechou a venda da unidade de negócio responsável pela gestão de ativos imobiliários e da carteira de crédito à espanhola Altamira Asset Management. Para além desse negócio, foi celebrado ainda um contrato para que a Altamira passe a gerir um conjunto de ativos compostos essencialmente por imobiliário e non performing loans (malparado) avaliados em 1,5 mil milhões de euros.

“A Oitante acredita que a conclusão desta transação permitirá a criação de uma nova plataforma de servicing em Portugal, trazendo as melhores práticas internacionais nesta área, com vista a incrementar o ritmo de monetização dos ativos imobiliários e dos non performing loans da Oitante e maximizar o valor resultante da sua alienação“, diz a Oitante em comunicado.

O mesmo comunicado não refere o montante envolvido neste negócio, mas diz que este foi “um encaixe financeiro importante”, e que permitiu a preservação dos postos de trabalho afetos às unidades de negócio alienadas. A entidade que gere os ativos tóxicos do Banif, salientou ainda o facto de esta ser a “primeira operação do género a ser conduzida em Portugal”.

A Altamira é uma plataforma de gestão de ativos imobiliários e de crédito malparado de grande dimensão com 50 mil milhões de euros em ativos sob gestão, sendo que o negócio hoje celebrado assinala a sua entrada em Portugal. O seu capital é controlado em grande parte pelo fundo Apollo que detém uma participação de 85% do seu capital, estando os restantes 15% nas mãos do Santander, o banco que ficou com os ativos “bons” do Banif aquando da sua alienação em dezembro de 2015.

A venda hoje firmada representa mais um passo no sentido de encontrar uma solução para os ativos “maus” que ficaram à responsabilidade da Oitante. No conjunto das principais alienações já realizadas por esta entidade incluem-se a Açoreana, o Banif Banco de Investimento, o Banif Pensões e também a sociedade de titularização de créditos Gamma que foi adquirida pelo Santander Totta.

A operação hoje fechada contou com a assessoria financeira da Alantra, e a assessoria legal da Linklaters no caso da Oitante e da Uría Menéndez – Proença de Carvalho no caso da Altamira.

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Dijsselbloem: É “lamentável” que “as minhas palavras tenham sido associadas ao sul”

O presidente do Eurogrupo rejeita a possibilidade de se afastar do cargo, mas garante que será "ainda mais cuidadoso" no futuro.

A 27 de março, vários membros do Parlamento Europeu escreveram a Jeroen Dijsselbloem pedindo-lhe que se demitisse do cargo de presidente do Eurogrupo. Em causa, as declarações sobre “bebidas e mulheres”. Dijsselbloem vem agora responder aos eurodeputados, para dizer que é “lamentável” que as suas palavras “tenham sido associadas à situação dos países do sul da Europa”.

Na resposta dirigida aos 70 eurodeputados que pediram a sua demissão, o também ministro das Finanças holandês começa por esclarecer o que disse em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung:

"Na crise do euro, os países do norte demonstraram solidariedade para com os países em crise. Como um social-democrata, acho a solidariedade extremamente importante. Mas quem pede ajuda, também tem deveres. Eu não posso gastar o meu dinheiro em bebidas e em mulheres e, em seguida, pedir apoio. Este princípio aplica-se a nível europeu, regional e nacional.”

Jeroen Dijsselbloem

Presidente do Eurogrupo

Nos dias seguintes às suas declarações, recorda o presidente do Eurogrupo, instalou-se a polémica. “As minhas palavras foram associadas à situação dos países no sul da Europa durante os anos da crise. É lamentável que essa associação tenha sido feita, já que isso não foi dito. E, certamente, não era essa a minha intenção. A crise afetou sociedades por toda a Zona Euro, com grande custo social, e a solidariedade foi muito justificada”, escreveu Dijsselbloem.

E continua: “Infelizmente, algumas pessoas ficaram ofendidas com a forma como me expressei. A escolha de palavras é, claro, pessoa, tal como é a forma como são interpretadas. No futuro, serei ainda mais cuidadoso, já que nunca foi minha intenção insultar as pessoas“.

O presidente do Eurogrupo conclui rejeitando a possibilidade de se afastar do cargo, garantindo que está “totalmente empenhado em trabalhar” com os membros do Parlamento Europeu e “com todos os cidadãos europeus”, para “fortalecer as nossas economias e a nossa união monetária”.

A justificação de Dijsselbloem surge depois de Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu, ter enviado uma carta formal, de protesto, ao presidente do Eurogrupo, criticando as suas recusas “a vários convites para participar em debates na assembleia representativa dos cidadãos europeus”.

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Espanha, França e Itália têm quase três quartos da área de vinha da UE

  • Margarida Peixoto
  • 4 Abril 2017

Portugal é o quarto país com mais área de vinha da União Europeia, mas a uma grande distância do pódio. Ainda assim, está entre os países com maior número de proprietários e vinhas pequenas.

Espanha, França e Itália têm quase três quartos de toda a área de vinha da União Europeia. Só Espanha tem quase um milhão de hectares dedicados à produção de uva para vinho. Portugal aparece em quarto lugar, mas com menos de 200 mil hectares de vinha fica a uma grande distância dos líderes. Os dados foram publicados esta terça-feira pelo Eurostat.

Espanha sozinha tem quase um milhão de hectares de vinha: são 941 mil hectares, o equivalente a 30% da área total da União Europeia. Castilla-La Mancha é a sua maior região, com 46,1% do total da vinha espanhola. O facto de ser o país com mais área dedicada à produção de uva para vinha não o impede de estar também no topo dos que dedicam mais espaço à produção de vinho de qualidade: quase 900 mil hectares, 95,6% do total da sua vinha, está afeta a esta produção mais exigente.

Em Portugal, por exemplo, dos 198,6 mil hectares ocupados com vinha, 87,8% estão dedicados ao vinho de qualidade.

Quem tem mais área de vinha?

Países para os quais há dados disponíveis. Fonte: Eurostat

Os dados do Eurostat mostram ainda que Portugal está entre os países com maior número de proprietários e vinhas mais pequenas. Mais de um terço do total de proprietários está na Roménia, onde os terrenos têm em média dois mil metros quadrados, a menor área de entre os países para os quais há dados. Em Portugal há cerca de 212 mil proprietários, o quarto país da lista, e as vinhas têm em média menos de um hectare: nove mil metros quadrados.

Onde há mais proprietários?

Países para os quais há dados. Fonte: Eurostat

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Banco de Portugal produziu 5,4 mil milhões de euros em notas de 50

A Valora, empresa do Banco de Portugal, produziu 108 milhões de notas de 50 euros pertencentes à nova série de notas de euro. A maioria foi para exportação.

Em 2016, a Valora, empresa do Banco de Portugal, produziu um total de 5.400 milhões de euros em notas de 50 euros. Mas grande parte da produção destinou-se a outros países.

O Banco de Portugal produziu 108 milhões de notas de 50 euros pertencentes à segunda e nova série de notas de euro, num total de 5.400 milhões de euros, em 2016. Ainda assim, 4.800 milhões de euros foram destinados a outros bancos centrais de Zona Euro.

Os dados foram revelados esta terça-feira pelo Banco de Portugal, que apresentou o relatório da Emissão Monetária 2016.

O Banco de Portugal é um dos bancos centrais nacionais do Eurosistema com capacidade para produzir notas. Quem as produz é a empresa Valora, detida pelo banco central nacional, no Complexo do Carregado.

A nova nota de 50 euros entrou em circulação a partir desta meia-noite, em simultâneo com as notas “velhas” da primeira série.

Apresentação das novas notas de 500 euros.Paula Nunes/ECO

“As notas [da primeira série] nunca vão perder valor. As pessoas vão poder continuar a utilizar as notas de primeira série. Dentro de alguns anos, mesmo quando perderem curso legal, estas notas poderão ser trocadas sem prazo junto do banco central”, destacou Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, com o pelouro da Emissão de Tesouraria, na apresentação da nova nota de 50 euros.

Portugueses continuam a trocar escudos

Quinze anos depois da entrada do euro na vida das pessoas, as famílias portuguesas continuam a trocar os velhos escudos pela nova moeda da região da Zona Euro.

De acordo com os dados de emissão monetária hoje divulgados, o Banco de Portugal trocou mais de 73 mil notas de escudo no valor total de 1,1 milhões de euros.

“No final do ano passado, continuavam por recolher 19,6 milhões de notas correspondentes a 154,7 milhões de euros”, diz o relatório. Um terço do valor pertencia à denominação de cinco mil escudos (cinco contos).

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Centeno foi sondado para presidir Eurogrupo, confirma Costa

  • Lusa
  • 4 Abril 2017

"Não é uma prioridade" para Mário Centeno, mas o primeiro-ministro confirmou que houve uma sondagem, "prestigiante para ele próprio e para o país".

O primeiro-ministro confirmou hoje, em entrevista à rádio Renascença, que Mário Centeno foi sondado para presidente do Eurogrupo, mas defendeu que essa “não é prioridade” e que é útil que o ministro das Finanças mantenha margem de atuação política na Europa.

De acordo com António Costa, Mário Centeno seria “certamente um excelente presidente do Eurogrupo”, a sondagem que lhe foi feita “é prestigiante para ele próprio e para o país”, mas o Governo português “não tem como prioridade” essa candidatura.

“Nesta fase, é útil que o ministro das Finanças de Portugal tenha uma margem de liberdade de movimentação maior no quadro do Eurogrupo. Quem tem a presidência possui uma limitação acrescida – ou deveria ter, embora esse não seja o caso atual [com o holandês Jeroem Dijsselbloem], porque tem de ser um fator de unidade entre todos os ministros das Finanças”, alegou o líder do executivo.

Para António Costa, num momento em que Portugal ainda tem vários “dossiers” a negociar no quadro do Eurogrupo, deter ali a presidência “não é uma prioridade”.

“[Mário Centeno] seria um excelente presidente do Eurogrupo, mas há mais marés do que marinheiros. Essa não é uma prioridade que nós coloquemos no âmbito das nossas candidaturas internacionais”, acrescentou.

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Costa garante: Malparado não vai fazer “nascer um banco mau”

  • Marta Santos Silva
  • 4 Abril 2017

António Costa diz que a solução para o malparado português é uma valorização dos ativos. No que toca ao Montepio, disse estar "tranquilo" em relação aos ativos tutelados pelo Ministério do Trabalho.

O problema do crédito malparado na banca portuguesa não se vai transformar num “banco mau”, garantiu esta terça-feira o primeiro-ministro António Costa numa entrevista com a rádio Renascença. Aquilo de que Portugal precisa é de uma instituição que possa recuperar o crédito e valorizar os ativos, e não tratá-los como lixo, afirmou.

Na entrevista, questionado sobre o problema do crédito malparado, António Costa respondeu explicitando: “Não vai nascer nenhum banco mau”, uma expressão que diz nunca ter defendido. Deixou ainda uma crítica ao Governo anterior, que adiou os problemas do sistema financeiro para uma resolução posterior “à saída limpa”.

Na área da banca, Costa aproveitou para elogiar o seu próprio Governo pela gestão de situações que vinham do passado, exemplificando com a Caixa Geral de Depósitos, cuja capitalização está a decorrer, o BPI, o Banif, o BCP e o Novo Banco. A este último caso dedicou especial atenção, assinalado que a solução encontrada foi a “possível”, até porque “se o banco não fosse vendido até agosto era liquidado”. Não é a sua preferida, sublinha, mas “o comprador queria lá o Estado, que credibiliza o banco e a solução. Através do Fundo de Resolução o Estado pode beneficiar de uma possível valorização”, com um risco de perdas limitado.

“Não vivemos no mundo da Alice no País das Maravilhas. Há um ano estávamos numa situação muito grave. Ao longo deste ano fomos melhorando”, sintetizou o primeiro-ministro.

Montepio: Costa está “tranquilo” com trabalho de Vieira da Silva

Questionado sobre o caso do Montepio, António Costa quase imitou Mário Centeno quando o ministro das Finanças disse estava descansado sobre o seu próprio trabalho. “Relativamente aos produtos supervisionados pelo Ministério Trabalho, sim, estou tranquilo com a competência do ministro Vieira da Silva”, afirmou António Costa, evitando responder acerca da idoneidade de Tomás Correia, que lidera a Associação Mutualista Montepio Geral, já que “a idoneidade não compete ao Governo”, mas sim ao Banco de Portugal.

Para o primeiro-ministro, a crise no Montepio é “um problema bastante conciso e limitado no sistema financeiro, relativamente a outros problemas que têm vindo a ser resolvidos com sucesso”, afirmou, rejeitando “alarmismo desnecessário” à volta da questão.

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Mourinho Félix: Nacionalização do Novo Banco seria “difícil de justificar”

  • ECO
  • 4 Abril 2017

O secretário de Estado Adjunto e das Finanças diz que o peso excessivo do Estado no sistema financeiro e o impacto financeiro foram os principais entraves à nacionalização do Novo Banco.

O forte peso do Estado no setor financeiro português terá sido um dos principais entraves a uma eventual decisão de nacionalizar o Novo Banco. Em entrevista à RTP, esta segunda-feira, Mourinho Félix, secretário de Estado adjunto e das Finanças, admitiu que “seria difícil de justificar” uma decisão nesse sentido, perante o peso excessivo que o Estado passaria a ter no sistema financeiro português e o impacto financeiro que a decisão teria.

“Quando o Estado já é dono de um banco (a CGD) que é muito relevante no mercado, e que teve agora mesmo uma recapitalização pelo seu acionista em condições de mercado, seria muito difícil de justificar a nacionalização de um banco e que o Estado passasse a ter uma posição absolutamente dominante no mercado bancário”, explicou Mourinho Félix.

“Seria difícil de justificar perante toda a gente, diria eu, como é que o Estado poderia ter uma tal participação no setor financeiro”, complementou ainda o responsável do Governo. De salientar que a Caixa Geral de Depósitos representa 25% do sistema financeiro português.

Mourinho Félix alertou ainda para uma questão que considera “tão ou mais relevante”, que prende-se “com o impacto financeiro que isso poderia ter”, sobre o Estado. Na passada sexta-feira, dia em que foi assinado o acordo de venda do Novo Banco, o primeiro-ministro António Costa apontou para entre quatro e 4,7 mil milhões o impacto imediato para o Estado caso o banco fosse nacionalizado.

“Estudámos bem essa solução. Com a nacionalização, em vez de a Lone Star realizar os 1.000 milhões de euros necessários, o Estado teria de realizar o capital inicial. Só que, sendo o Estado a realizar, não eram mil milhões, eram entre 4 mil e 4.700 milhões, porque, de acordo com as regras da UE, isso seria considerado ajuda de Estado. Portanto, teríamos de realizar não só as necessidades imediatas de capital, mas todas as necessidades eventuais de capital ao longo dos próximos anos. Enquanto esta solução não implica, da parte dos contribuintes, qualquer injeção de capital no Novo Banco, a nacionalização implicaria a injeção, da parte dos contribuintes, de quatro e 4,7 mil milhões de euros”, quando apresentou os resultados do negócio na passada sexta-feira.

As declarações de Mourinho Félix surgem ainda no seguimento da contestação que tem surgido em torno da via escolhida para resolver a situação do Novo Banco, sobretudo nos partidos à esquerda. O PCP anunciou na segunda-feira que vai apresentar um projeto de resolução no Parlamento a recomendar ao Executivo a suspensão da venda ao Lone Star de 75% do banco que ficou com a parte “menos má” do antigo BES e a consequente nacionalização. Já o Bloco de Esquerda pretende levar na próxima quarta-feira a discussão no Parlamento o processo de venda do Novo Banco.

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Malparado: Europa prepara resposta a um problema de um bilião

Malta, que tem a presidência rotativa da União Europeia, lançou o repto aos países europeus para encontrar uma solução comum para o malparado. A Comissão Europeia diz que está disponível para ajudar.

Os bancos europeus têm um grande problema: o malparado. A fatura é pesada, em torno de um bilião de euros. Como se resolve? A banca, só por si, não tem grandes armas para o fazer, pelo que os líderes europeus estão a preparar uma resposta conjunta. Malta, que tem a presidência rotativa da União Europeia (UE), pediu para que se atue no sentido de evitar uma crise que ameace a recuperação da economia. E Valdis Dombrovskis está disposto a ajudar.

Malta veio pedir que atue de forma conjunta no sentido de prevenir que a ameaça à estabilidade financeira possa colocar em causa a recuperação da economia da região, de acordo com uma nota obtida pela Bloomberg, emitida antes da reunião dos ministros das Finanças em Valletta, esta semana.

“Tendo em conta a dimensão, o problema do malparado não irá resolver-se por si, mesmo num contexto de recuperação da economia”, refere a carta emitida por Malta. “Uma abordagem multifacetada, que combine ações tanto a nível nacional como, possivelmente, europeu, será a forma mais adequada para lidar com este problema“, refere o mesmo documento. Malta defende que se deve encorajar o desenvolvimento de mercados para esta dívida em incumprimento.

Ao mesmo tempo que o país que tem a presidência rotativa da União Europeia lança o repto, Valdis Dombrovskis, o comissário europeu com a pasta dos serviços financeiros, veio afirmar, numa carta, que está disponível para ajudar a coordenar uma estratégia europeia para dar resposta ao malparado na banca dos 28. “A Comissão Europeia está preparada para contribuir diretamente para uma estratégia” que resolva este problema.

O malparado na banca europeia corresponde a 5,1% de todos os créditos concedidos pelos bancos da UE, de acordo com os dados revelados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla anglo-saxónica). Assistiu-se a uma quebra entre o final de 2015 e 2015 de 0,6 pontos percentuais, mas o problema mantém-se. Países como a Grécia, Chipre e Portugal são os que têm maiores níveis de malparado.

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