Fãs criam petição para que Ronaldo saia da Trump Tower

  • Juliana Nogueira Santos
  • 4 Abril 2017

O jogador português comprou um apartamento na Trump Tower em 2015, mas os fãs não aprovam que Ronaldo faça negócios com o presidente norte-americano.

Em 2015, Cristiano Ronaldo decidiu investir em Nova Iorque e comprou um apartamento de 18,5 milhões de dólares na Trump Tower. Agora, os seus fãs exigem que este venda o imóvel, em jeito de protesto contra as medidas anti-imigração da administração Trump.

Joellen Catherine, um fã do internacional português, criou uma petição no conhecido site Care2 na qual afirma que ficou “incrivelmente desiludida” quando descobriu que este tem um imóvel na famosa torre detida pela família Trump. Para além disto, Ronaldo estará a planear comprar outro apartamento, este avaliado em 23 milhões de dólares, no mesmo edifício.

“A administração Trump é o epítome dos favorecimentos e do abuso dos direitos humanos, e celebridades de alto perfil como Ronaldo têm o dever de tomar uma posição contra as políticas e ideias fascistas de Trump, recusando-se a negociar com ele”, pode ler-se na página da petição.

O apartamento, que tem 233 m2 e vista para o Central Park, localiza-se na Quinta Avenida e, segundo rumores, inspirou o design do imóvel de Christian Grey, na saga “50 Sombras de Grey”. Este pertencia ao magnata do imobiliário Alessandro Proto, que é sócio do agora presidente norte-americano.

Até ao fecho da notícia, a petição já tinha sido assinada por 9.979 pessoas, sendo que o objetivo é 10.000 pessoas. Ainda assim, esta petição não tem qualquer implicação legal, sendo apenas um alerta ao internacional português.

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Novo Banco: PSD acusa Costa de agravar dúvidas e suspeitas sobre a venda

  • Lusa
  • 4 Abril 2017

O deputado António Leitão Amaro acusou António Costa de agravar as dúvidas e suspeitas sobre a venda do Novo Banco e pediu esclarecimentos sobre a operação.

O PSD acusou hoje o primeiro-ministro de ter agravado as dúvidas “se não mesmo as suspeitas” sobre a venda do Novo Banco à Lone Star e insistiu que o Governo tem que dar mais explicações.

Num comentário à entrevista do primeiro-ministro, hoje de manhã, à Rádio Renascença, o deputado do PSD António Leitão Amaro insistiu ser necessário saber os custos da revisão das condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, dez dias antes da venda do banco.

“É um sacrifício enorme imposto aos contribuintes por decisão do Governo, a benefício dos bancos”, disse Leitão Amaro aos jornalistas, na Assembleia da República, afirmando que, com a entrevista, “agravou as dúvidas se não mesmo as suspeitas sobre a venda” do Novo Banco.

O parlamentar social-democrata deixou três perguntas para as quais quer respostas do executivo de António Costa, que hoje, à RR, afirmou que o comprador fez a exigência ao Estado para ficar com 25% do capital do banco. Leitão Amaro quer saber porque não foi vendida a totalidade do banco, o motivo da imposição, “à força, de perdas aos obrigacionistas, incluindo os do retalho”.

Por fim, afirmou, subsiste “uma falta grave de esclarecimento sobre os termos e os custos para os contribuintes quer da garantia de 3.900 milhões à Lone Star, quer sobre o perdão parcial de várias centenas de milhões de euros que o governo deu dias antes aos bancos”.

Daí que o PSD tenha anunciado na segunda-feira, e hoje repetiu, ter pedido à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que calcule os custos da revisão das condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, dez dias antes do anúncio da venda do Novo Banco.

O deputado social-democrata sublinhou ainda que “ficou uma dúvida séria e grave” por que motivo a Lone Star pediu e o Governo aceitou que o Estado tivesse ficado com 25% do capital, e questionou se essa “presença credibilizadora implica mais apoios e mais custos”.

“Fica essa duvida séria e grave”, sublinhou.

A 21 de março, o Ministério das Finanças anunciou que as condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução foram revistas e o prazo de pagamento dos reembolsos alargado para dezembro de 2046, relativos à injeção de 3.900 milhões de euros pelo Tesouro para a resolução do BES e capitalização do Novo Banco em agosto de 2014 e de 489 milhões de euros na intervenção no Banif, dos quais 136 milhões de euros já foram reembolsados.

A venda do Novo Banco foi confirmada na sexta-feira pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

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BCE compra 663 milhões de dívida portuguesa. Mas é pouco

Aquisições de dívida em março voltaram a ficar pela metade da meta. Segundas o BPI, devem restar quatro mil milhões de euros em obrigações nacionais para o BCE comprar até final do programa.

Pelo terceiro mês consecutivo, as compras de obrigações portuguesas por parte do Banco Central Europeu (BCE) ficaram abaixo de metade do objetivo implícito na participação de Portugal na chave de capital do BCE, numa altura em que o mercado secundário nacional continuar a revelar sinais de falta de liquidez na sequência do volume de aquisições no âmbito do plano de estímulos que a instituição implementou em dezembro de 2015.

O banco central comprou 663 milhões de euros em dívida portuguesa em março, ligeiramente acima do mês anterior. Ainda assim, desde o início do ano, as compras do BCE têm ficado abaixo de metade de 1.400 milhões de euros mensais, a meta determinada em função da chave de capital junto da instituição.

No total, a instituição liderada por Mario Draghi detinha mais de 26 mil milhões de euros em títulos de dívida nacionais no final de março.

Os analistas têm apontado o menor ritmo de compra do BCE como uma das razões para o agravamento das taxas de juro de Portugal. Segundo as estimativas do BPI Research, o banco central dispunha de 6,3 mil milhões de euros em obrigações nacionais para compra no início do ano, dos quais dois mil milhões já foram adquiridos no primeiro trimestre. Ou seja, restam pouco mais de quatro mil milhões em obrigações disponíveis no âmbito do programa de compras.

O BCE esteve a comprar obrigações dos países da zona euro a ritmo mensal de 80 mil milhões de euros. Esse ritmo de aquisição vai baixar para 60 mil milhões de euros por mês a partir de abril até final do programa, previsto para terminar no final do ano.

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67 milhões: Pink Star é o diamante mais valioso de sempre

Um chinês aceitou pagar o equivalente a 67 milhões de euros para arrematar o Pink Star num leilão da Sotheby's, em Hong Kong. Trata-se do valor mais elevado de sempre pago por uma gema.

Bastaram cinco minutos para se fazer história. Este foi o tempo que demorou a licitação do Pink Star, um anel de diamantes que foi arrematado pelo valor mais elevado de sempre: o equivalente a 66,7 milhões de euros.

O feito aconteceu num leilão da Sotheby’s que decorreu esta terça-feira em Hong Kong, com a valiosa gema com 59,6 quilates a ser arrematada por Chow Tai, que é o maior joalheiro do mundo. Este dispôs-se a desembolsar por 553 milhões de dólares de Hong Kong (66,7 milhões de euros à cotação atual) para ficar com esta pedra preciosa que até já tinha sido sujeita ao bater do martelo por quantias mais elevadas. Foi o que aconteceu em 2013, quando o Pink Star foi arrematado, também num evento da Sotheby’s, por 83 milhões de dólares (cerca de 77,9 milhões de euros) pelo dilapidador de diamantes, Isaac Wolf. Contudo, a venda acabou por ser anulada, depois de este nunca ter pago a quantia em dívida.

O Pink Star destronou assim o Oppenheimer Blue que era até agora a pedra preciosa mais cara de sempre ao ser arrematada por 58 milhões de dólares (cerca de 54,4 milhões de euros) num leilão realizado pela Christie’s, em maio do ano passado.

Antes de ter sido sujeito ao bater do martelo, o mercado já antecipava que o Pink Star atingisse um preço final recorde. As estimativas apontavam para que valesse acima de 60 milhões de dólares. A distingui-lo está o facto de se tratar do maior diamante sem falhas internas do seu género alguma vez avaliado pelo Instituto Gemológico da América. Acresce ainda a sua cor, rosa “fancy”, a classificação mais elevada, mas também o grau de pureza dos seus cristais que figura nos 2% de mais elevados do mundo.

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Mexia vai conseguir tirar a EDP Renováveis da bolsa? Pouco provável

OPA sobre EDP Renováveis não tem condições de sucesso mas se a EDP quiser retirá-la da bolsa vai ter de controlar quase 98%. Octávio Viana contesta lei que não protege investidores mais resistentes.

Quando a EDP lançou a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis não impôs condições de sucesso. Ainda assim, a elétrica liderada por António Mexia vai precisar de ser bem-sucedida no cumprimento da lei se quiser (como quer) retirar a sua subsidiária da bolsa. Terá de superar 90% dos direitos de votos da sua subsidiária, quando já detém 77,5%. E, simultaneamente, terá de comprar 90% dos direitos de voto que estão no objeto da oferta. Ou seja, no final da operação, a EDP vai ter de assumir uma participação de 97,5% da EDP Renováveis. E isso é muito pouco provável, atirando os acionistas mais resistentes para uma situação de liquidez reduzida no mercado.

Todas as variáveis apontam no mesmo sentido. A EDP não vai conseguir comprar o número suficiente de ações que lhe permita lançar uma OPA potestativa. Porquê? Em primeiro lugar, porque se trata de uma oferta voluntária, em que a EDP adquire o número de títulos que quiser. Depois, com as ações a transacionar consistentemente acima da contrapartida da oferente, o mercado aparenta alguma resistência em participar na oferta. A não ser que a EDP melhore a sua oferta, algo que nenhum analista vislumbra neste momento…

Assim, se é mais provável vir a assumir 90% do capital da EDP Renováveis, dificilmente a EDP conseguirá arrebatar 90% dos direitos de votos do objeto da oferta para proceder ao lançamento de uma OPA potestativa, conforme estabelece o Código de Valores Mobiliários, no capítulo das Ofertas Públicas:

  • Quem, na sequência do lançamento de oferta pública de aquisição geral em que seja visada sociedade aberta que tenha como lei pessoal a lei portuguesa, atinja ou ultrapasse, diretamente ou nos termos do nº 1 do artigo 20º, 90% dos direitos de voto correspondentes ao capital social até ao apuramento dos resultados da oferta e 90% dos direitos de voto abrangidos pela oferta pode, nos três meses subsequentes, adquirir as ações remanescentes mediante contrapartida justa, em dinheiro, calculada nos termos do artigo 188º.

Para os pequenos acionistas, teme-se o pior cenário: que a EDP Renováveis se torne num novo zombie na bolsa.

“Podemos vir a ter um caso em que a EDP terá, por exemplo, 97% da EDP Renováveis e os acionistas fiquem aprisionados em 3% do capital”, alerta Octávio Viana, presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), queixando-se da falta de proteção da lei em situações deste caso.

"Podemos vir a ter um caso em que a EDP terá, por exemplo, 97% da EDP Renováveis e os acionistas fiquem aprisionados em 3% do capital.”

Octávio Viana

Presidente da ATM

“O sentido da lei e o espírito da lei, o espírito da aquisição potestativa, é permitir o escape aos acionistas que não tenham vendido na OPA por não se conformarem com o preço, mas que depois vencidos perante o domínio, tentam vender nesta segunda oportunidade. Ao não poderem fazê-lo, estão aprisionados e isso viola o espírito da lei”, diz o representante dos pequenos investidores, prometendo levar o caso a tribunal.

OPA legal mas eticamente duvidosa

Não têm faltado qualificações à OPA que a EDP lançou sobre a EDP Renováveis. O Haitong considerou-a “oportunista” na medida em que a elétrica aproveita a baixa da cotação da sua subsidiária, num momento de maior fôlego financeiro com a venda da Naturgas. Octávio Viana concorda, mas “ser oportunista numa oferta não é ilegal. É o mercado“. Mas sublinha: “É importante que os acionistas tenham essa noção que a EDP está a ser oportunista. É legal, cumpre o Código dos Valores Mobiliários. Mas é questionável do ponto de vista ético”.

"Ser oportunista numa oferta não é ilegal. É o mercado. É importante que os acionistas tenham essa noção que a EDP está a ser oportunista. É legal, cumpre o Código dos Valores Mobiliários. Mas é questionável do ponto de vista ético.”

Octávio Viana

Presidente da ATM

O BPI Research considerou o preço “magro”. O presidente da ATM também está de acordo: “Não nos parece que o preço oferecido seja justo, tendo desde logo como referencial o preço da Oferta Pública de Venda (OPV) e os dividendos distribuídos e aquilo que têm sido as declarações e o dever fiduciário da administração da EDP Renováveis e do próprio acionista EDP, que tem vindo a apostar na EDP Renováveis e a apostar num crescimento da empresa”, justifica.

Na conferência com analistas para explicar pormenores da operação, Mexia foi confrontado com a baixa avaliação que está a fazer da EDP Renováveis. Sobretudo depois de o negócio com a venda de ativos à China Three Gorges ter atribuído uma avaliação bastante superior. “Cada um que faça a sua matemática”, respondeu o presidente da EDP aos analistas, indicando que o negócio é atrativo para os acionistas de ambas as empresas.

Para já, o mercado vai exigindo mais da EDP, com as ações da EDP Renováveis a negociar dez cêntimos acima da OPA nas sessões que se seguiram ao anúncio preliminar da oferta, realizado na segunda-feira. Com o prospeto a ser registado pela CMVM, as próximas semanas vão determinar as “condições de sucesso” que Mexia não impôs na operação mas que são necessárias para ficar com a EDP Renováveis só para si.

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As linhas vermelhas de Portugal na revisão da PAC

Portugal, França e Polónia, foram os primeiros países a tomar uma posição escrita na consulta pública para a revisão da Política Agrícola Comum.

Manter “uma política europeia comum, contra qualquer tentativa de renacionalização” e garantir a “manutenção de um orçamento adequado e a sua atual chave de repartição” são duas das linhas vermelhas com que Portugal parte para a revisão da Política Agrícola Comum (PAC), que já arrancou em Bruxelas.

O ministro da Agricultura explicou ao ECO que Portugal quer ainda a “garantia de que a PAC mantém critérios ambientais para o cálculo dos pagamentos diretos” e “a garantia de que prosseguirão os mecanismos de convergência, por forma a aproximar os pagamentos entre agricultores e Estados-membros“. Estes esclarecimentos de Capoulas Santos surgem num momento em que se iniciou a discussão das possíveis alterações que esta política deverá ter a partir de 2020. Uma negociação que decorre a par da elaboração do próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia (UE).

No primeiro Conselho de Ministros da Agricultura da União Europeia, Portugal, a par de França e Polónia, foi dos primeiros a tomar uma posição escrita. “Foi uma forma de colocar o jogo em cima da mesa e balizar os nossos interesses”, disse ao ECO uma fonte conhecedora do processo.

Nesse documento, Portugal defende, por exemplo, que “é essencial que haja uma resposta para lidar preventivamente com fenómenos extremos”, como as inundações ou a seca, “em que o apoio a infraestruturas de prevenção, incluindo o regadio, atua como fator de promoção da previsibilidade na atividade económica”. Portugal considera que “é necessário prosseguir o apoio ao investimento, inovação e à investigação que é a resposta aos maiores desafios da PAC atual e futura enfrentará, nomeadamente a adaptação às alterações climáticas”.

A PAC deve ainda funcionar como uma almofada que ajude a colmatar os “riscos individuais incomportáveis, nomeadamente devido à diminuta capacidade financeira da pequena e média agricultura, que influenciam negativamente as decisões de investimento ou mesmo a viabilidade das explorações agrícolas”, defende Portugal, no documento escrito que Capoulas Santos entregou em Bruxelas com as linhas de orientação estratégica para o debate sobre o futuro da PAC.

"Os défices de investimento estão associados, frequentemente, a diferentes condições de acesso ao crédito não relacionadas com a agricultura e à indisponibilidade de instrumentos adequados de gestão de risco.”

Documento com a posição de Portugal

O ministro português sublinha ainda o interesse em “manter um nível base de apoio direto ao rendimento”, porque é uma forma de atenuar “a volatilidade dos rendimentos dos agricultores”. “O regime de pagamento base, e os vários apoios para zonas com condicionantes naturais (incluindo apoios associados devidamente justificados) deverão ser mantidos, mas estes instrumentos poderão ser mais bem combinados”. Nesse sentido, Portugal avança com a sugestão de reservar-se uma parcela destes pagamentos “para dar resposta a situações inesperadas e extremas através de um veículo financeiro voluntariamente contratado por conjuntos de agricultores com interesses comuns (a nível setorial ou regional) para dar uma resposta preventiva (através do investimento) ou por compensações a posteriori”, ou seja, regimes de seguros ou fundos mutualistas.

Convites para o grupo de peritos já “estão a decorrer”

Com uma consulta pública sobre a PAC já em curso na UE, o ministro da Agricultura decidiu criar um órgão de consulta, que integrará peritos nesta área, para acompanhar o debate e a evolução das posições dos Estados-membros.

Ao ECO, Capoulas Santos revelou que os convites para este grupo já “estão a decorrer” e são “dirigidos a cerca de uma dezena de personalidades de reconhecida competência“. Personalidades essas que “contribuirão certamente para promover um amplo consenso em torno do processo negocial e para fortalecer a posição portuguesa nas negociações”, acrescentou o ministro.

A expectativa é de que este órgão consultivo seja criado nas próximas semanas.

Países com posições divergentes

A PAC nunca foi consensual e sempre que procede à revisão desta política as divergência voltam à tona. Numa conferência organizada pelo Ministério de Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente espanhol, sob o tema “Construindo a PAC do Futuro” a Holanda personificando os países menos beneficiários da PAC defendeu que “é preciso ser realista” e que, face ao ‘buraco’ orçamental que será deixado pela saída do Reino Unido da União Europeia, “existem outras prioridades”, como a migração.

Já a diretora-geral de Desenvolvimento Económico, Ambiental e Empresas do Ministério francês de Agricultura, Catherine Geslain-Lanéelle, em declarações à Efe, recordou que cada vez que se inicia o debate sobre uma reforma agrícola surge a questão orçamental, mas face ao desafio do Brexit, a “Europa deve ser mais forte e não se degradar” e que será fundamental conservar os “recursos necessários” para a PAC.

Portugal tem uma posição sui generis neste capítulo porque é dos poucos países que tem um equilíbrio nos apoios recebido, ou seja, nos pagamentos diretos aos agricultores (primeiro pilar) e dos apoios ao desenvolvimento rural (segundo pilar). Por isso, Portugal “deve tentar salvaguardar os dois pilares”, sublinha, ao ECO, João Machado.

É por isso que o ministro da Agricultura traçou como linha vermelha garantir a “manutenção de um orçamento adequado e a sua atual chave de repartição”.

O presidente da Confederação dos Agricultores reconhece que “Portugal está sozinho” porque como os outros países têm mais apoios através do primeiro pilar a tendência negocial será retirar apoios do segundo pilar, “o que afetaria muito Portugal”. João Machado acredita que “Portugal, através de uma política de alianças”, vai conseguir “novamente” não perder verbas face ao quadro anterior”.

Verbas já são curtas

Apesar de Portugal não ter perdido dinheiro face ao quadro comunitário anterior João Machado denuncia o facto de “haver candidaturas para investimento que já estão esgotadas”. Uma situação que reflete “o interesse que o setor despertou”, diz o responsável da CAP.

João Machado lembra que “dentro do Programa de Desenvolvimento Rural há muitas medidas, nomeadamente naquilo que não são ajudas diretas, por isso o Governo pode reafetar verbas de umas medidas para as outras”.

"Dentro do Programa de Desenvolvimento Rural há muitas medidas, nomeadamente naquilo que não são ajudas diretas, por isso o Governo pode reafetar verbas de umas medidas para as outras.”

João Machado

Presidente da CAP

Questionado sobre quais as formas de tentar multiplicar o dinheiro, Capoulas Santos lembrou o reforço do financiamento da contrapartida nacional em 155 milhões de euros até 2022 (nos fundos comunitários há uma margem adicional de dois anos para realizar os investimentos com apoios dos fundos) mas também:

  • “Estabelecimento do limite de investimento máximo elegível por beneficiário, durante o período de programação, em cinco milhões de euros no caso dos apoios ao investimento nas explorações agrícolas e em dez milhões de euros no caso dos apoios ao investimento na transformação e comercialização de produtos agrícolas”.
  • “Aumento de 25 mil para 40 mil euros o montante máximo elegível dos projetos de investimento para os pequenos agricultores”;
  • “Aumento de 15 mil para 20 mil euros o valor base do prémio à primeira instalação para os jovens agricultores, com compensação nos valores mais elevados, por forma a assegurar a neutralidade financeira”; e ainda
  • “Concessão de prioridade aos jovens agricultores que pretendam instalar-se assumindo a atividade agrícola como ocupação principal, bem como privilegiar o estabelecimento de residência na zona da exploração e, por outro lado, flexibilização das exigências em termos de investimento mínimo”.

Completamente fora de questão está, no âmbito da negociação de meio termo do atual quadro comunitário de apoio, o Governo pedir a Bruxelas para passar verbas de outros programas operacionais para o PDR. “Para além de não haver nenhuma intenção nesse sentido, as regras não o permitem“, garantiu o ministro da Agricultura, ao ECO.

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BPI, BCP, Santander e Popular concorrem para financiar a reabilitação

Estes foram os bancos escolhidos para apresentar propostas para desenvolver produtos de dívida para financiar a reabilitação no âmbito do IFFRU 2020.

BPI, Millennium bcp, Santander Totta e Banco Popular foram os bancos escolhidos para apresentar propostas para desenvolver produtos de dívida que ajudem a financiar a reabilitação urbana.

Este é mais um passo na operacionalização do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFFRU 2020) “um instrumento financeiro criado no âmbito do Portugal 2020 cujo objetivo é contribuir para a revitalização das cidades, e, consequentemente, para a criação de emprego e para a atração de novos residentes, através da disponibilização de empréstimos com condições mais favoráveis face às atualmente existentes no mercado, para a reabilitação de edifícios (destinados a habitação ou a outras atividades), incluindo investimento em eficiência energética”.

Primeiro, os candidatos tiveram de passar uma fase de qualificação e agora, até 8 de maio, têm de apresentar propostas para a seleção dos instrumentos financeiros e as respetivas entidades gestoras financeiras. Na vertente de dívida, “o BPI, o Millennium BCP, o Santander Totta e o Banco Popular foram as entidades que, preenchendo todos os requisitos de qualificação, foram convidadas a apresentar propostas”.

Já ao nível da garantia, foi o Fundo de Contragarantia Mútuo a entidade convidada a apresentar proposta, revela o comunicado do IFFRU.

Cabe agora a estas entidades apresentar as propostas com as melhores condições de financiamento para os promotores de investimento, que podem ser pessoas singulares ou coletivas, públicas ou privadas, incluindo-se os condomínios. Mas apenas dentro das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) definidas pelos municípios.

Neste concurso público internacional estão em causa 703,23 milhões de euros de fundos comunitários. Mas as entidades a selecionar vão ter de contribuir com recursos próprios em igual montante, pelo menos, para estes instrumentos financeiros. A parte comunitária é financiada através de todos os programas operacionais regionais do Portugal 2020 (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira), do Programa Operacional Sustentabilidade e Uso de Recursos (PO SEUR), mas também do Banco Europeu de Investimento (BEI) e do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa (CEB).

As regras determinam que este bolo seja divido em seis lotes: cinco referentes a produtos financeiros de dívida, com dotações decrescentes por lote que se iniciam nos 254,9 milhões de euros, e um referente a produtos financeiros de garantia com 14 milhões de euros.

Com estas verbas vai ser possível fazer a reabilitação integral de edifícios, com no mínimo 30 anos — mais recentes, só são elegíveis os edifícios que estejam muito degradados –, e reabilitação de espaços e unidades industriais abandonadas para serem reconvertidos. Mas todas as operações que venham a ser financiadas têm de ser apreciadas pelo município da área de localização do projeto e demonstrar viabilidade financeira, para além de gerar receitas líquidas positivas suficientes para amortizar o valor do financiamento do investimento.

Estas são as operações que poderão beneficiar deste fundo:

  • A utilização a dar aos edifícios poderá ser para habitação própria, atividades económicas ou equipamentos de uso coletivo, explica o site do IFFRU.
  • Além disso, também serão apoiadas as intervenções ao nível da eficiência energética nos projeto de reabilitação urbana de edifícios de habitação, que sejam identificadas em auditoria energética realizada para este efeito.
  • Serão também apoiados os proprietários, de natureza privada, detentores de frações em edifícios de habitação social que sejam objeto de reabilitação integral no âmbito de Plano de Ação Integrada para Comunidades Desfavorecidas desenvolvido pelo município.

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Como é que a Airbus conseguiu criar mais 80 lugares no A380

  • ECO
  • 4 Abril 2017

A Airbus redesenhou o A380: agora, no mesmo espaço, caberia ainda o equivalente a um avião doméstico da TAP. São mais 80 lugares.

A Airbus re-apresenta o A380 superjumbo e faz jus ao nome: são mais 80 lugares dentro do mesmo espaço, que já acomodava 560 pessoas. Se costuma fazer viagens domésticas com a TAP, imagine: todos os passageiros poderiam agora juntar-se a bordo do A380 para além dos 560 habituais. E mesmo assim vários lugares sobrariam.

O modelo mais conhecido da Airbus, o A380 superjumbo, foi recentemente adaptado para incluir mais de 80 novos lugares. O motivo é simples: as reduzidas encomendas dos últimos anos. Kiran Raw, o vice-presidente da unidade de aviões, pretende “ir ao encontro das necessidades do mercado”.

A alteração que permitirá o maior acréscimo de lugares é a redefinição dos espaços entre assentos, acrescentando capacidade para 34 passageiros. O reposicionamento e substituição da escada em espiral, que será agora mais geométrica, permitirá 24 novos lugares, entre os quais 20 camas para a classe premium e económica. As restantes mudanças passarão por remover espaços de arrumação na parte superior do convés e reposicionar a área de descanso do piloto.

Na concorrência, somente a Emirates, líder na utilização de modelos superjumbo, já atingiu uma capacidade acima dos 600 lugares em algumas rotas. No caso de serem preenchidos na totalidade pela classe económica, estes aviões possibilitariam o embarque de 800 passageiros. Contudo, tanto a Emirates como outras companhias aéreas preferem adicionar luxos como bares e áreas de banho ou lojas duty-free.

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Encontro entre EUA e China faz abrandar Wall Street

  • Juliana Nogueira Santos
  • 4 Abril 2017

Os principais índices abriram a cair com os investidores à espera das conclusões da reunião entre Trump e Jinping, ainda esta semana.

Depois do novo plano de saúde ter ficado no caminho, mesmo antes de chegar à votação no Congresso, cresce entre os investidores a incerteza em relação a outras promessas de Trump, nomeadamente as políticas de estímulos económicos como alívio fiscal e regulatório às empresas.

Assim, e esperando alguma tensão da reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping que irá acontecer esta semana, os principais índices norte-americanos começaram a sessão no negativo, com o industrial Dow Jones a perder 0,07% para os 20.634,94 pontos, o tecnológico NASDAQ a cair 0,27% para os 5.878,764 pontos e o S&P a descer 0,16% para os 2.358,84 pontos.

“Os investidores estão a acompanhar de perto os próximos eventos políticos e não vão aumentar o risco antecipando-se ao que poderá vir a ser crítico”, afirmou à Reuters Peter Cardillo, economista chefe na First Standard Financial.

A relação entre Trump e a China não tem sido a mais estável, com o presidente a repetir desde a campanha eleitoral que o país asiático tem sido um concorrente desleal, praticando preços muito baixos e manipulando a moeda para seu benefício.

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Licença obrigatória do pai nem sempre é paga. Provedor pede mudanças

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 4 Abril 2017

Licença obrigatória do pai exige seis meses de descontos. Provedor de Justiça fala numa situação injusta e entende que o pagamento não deve ser sujeito a qualquer condição.

Os pais são obrigados a gozar uma licença de 15 dias úteis por altura do nascimento de um filho mas nem sempre a Segurança Social tem de pagar essa prestação. É o que acontece, concretamente, quando o pai não reúne seis meses, seguidos ou não, de descontos para a Segurança Social. O Provedor de Justiça recebeu uma queixa neste sentido e pediu uma alteração legislativa à Secretária de Estado da Segurança Social.

Em comunicado, o Provedor de Justiça explica que “recebeu uma queixa de um cidadão” que se viu “obrigado a gozar a licença parental de 15 dias úteis, mas não pôde aceder ao correspondente subsídio porque, estando a trabalhar há pouco tempo, não preenchia o referido prazo de garantia”.

Neste caso, a empresa também não tem de pagar salário, tendo este trabalhador “ficado sem direito a qualquer remuneração durante o tempo em que gozou a licença e permanecido, durante esse alargado período, numa situação de total desproteção social”, continua o comunicado.

Para José de Faria Costa, a situação é “injusta” e “contraria não só o espírito do regime legal de proteção social na parentalidade, como contende com o princípio constitucional de proteção da maternidade e paternidade enquanto valores sociais eminentes”.

O Provedor entende que as licenças parentais obrigatórias “têm plena razão de ser” e “será imperativo concluir” que “devem ser sempre remuneradas mediante a atribuição do correspondente subsídio, o qual não poderá, nestes casos, de ficar dependente do preenchimento de quaisquer condições, máximo do preenchimento de um qualquer prazo de garantia”.

Por isso, José de Faria Costa enviou um ofício à secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, “sugerindo que se procedesse à alteração da legislação em vigor no sentido de garantir que as licenças de parentalidade de gozo obrigatório sejam sempre, e sem submissão a qualquer condição, integralmente subsidiadas, de modo que do respetivo gozo efetivo não possa resultar qualquer prejuízo económico ou profissional para os pais e mães trabalhadores que delas usufruam”.

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STE: Se Governo não contabiliza quem pode progredir, “nós ajudamos”

  • Marta Santos Silva
  • 4 Abril 2017

Entre abril e maio será feita uma avaliação de quantos trabalhadores estão em condições de progredir, e durante o verão os ministérios integrarão esses valores nos seus orçamentos para preparar 2018.

Desiludida com a reunião com a tutela, a dirigente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, disse ao ECO que “o próprio Estado não sabe” quantos funcionários públicos já reuniram condições de progredir na carreira quando esta for descongelada. A contabilização vai agora ser realizada, mas Helena Rodrigues afirma que o STE também vai fazer esse levantamento: “Se eles não têm [os números] nós ajudamos”.

Segundo explicou ao ECO o dirigente sindical José Abraão, da FESAP, que também reuniu separadamente com a secretária de Estado da Administração Pública Carolina Ferra, o calendário do Governo passa por avaliar ao longo dos meses de abril e maio quantos trabalhadores do Estado estão em condições de progredir na carreira quando as progressões na Função Pública forem descongeladas. O objetivo é que os diferentes ministérios possam integrar essas contagens nos seus orçamentos durante o verão, num trabalho de preparação para o Orçamento do Estado de 2018, já que a partir de 1 de janeiro poderá começar o descongelamento, de acordo com o previsto no Orçamento para 2016.

Para Helena Rodrigues do STE, a reunião com a tutela deixa as negociações “a menos do que na estaca zero”, já que tanto o levantamento dos trabalhadores que podem progredir como o dos trabalhadores precários em condições de entrar para os quadros continuam. Afirmou ainda ao ECO que o sindicato vai continuar a fazer o seu trabalho de levantamento na área da precariedade, e que começará a fazer um no que toca às progressões.

José Abraão, da FESAP, voltou a referir a sua preocupação de que haja um calendário negocial para a integração dos trabalhadores precários — trabalhadores com contratos a prazo ou outro tipo de enquadramento contratual sem estabilidade mas que desempenham necessidades permanentes nos serviços.

À RTP, a dirigente da Frente Comum Ana Avoila expressou desagrado com a forma como essa integração está a ser tratada. Para a dirigente sindical, a criação de comissões bipartidas, como o Governo deverá fazer ao longo do mês de abril, com representantes dos ministérios das Finanças e do Trabalho e dos sindicatos, para decidir quem será integrado, não é a melhor opção. “Essas comissões acabam por ser tribunais que vão julgar a vida dos trabalhadores”, argumentou, defendendo que deveriam ser integrados todos os trabalhadores, sem recurso a este método de distinção prévia.

Esta terça-feira, numa entrevista com a rádio Renascença, o primeiro-ministro António Costa assinalou que o combate à precariedade é uma das suas duas prioridades para 2018, incluindo no Estado, onde disse que todos os que estejam em posição de ser integrados, ou seja, os que cumprirem necessidades permanentes, serão integrados nos quadros. “Se for preciso integrar 110 mil, integraremos. Se forem precisos 80 mil, serão 80 mil”, disse o primeiro-ministro.

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Parceiros discutem reformas antecipadas na quinta-feira

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 4 Abril 2017

Concertação social volta a discutir o tema depois de o ministro do Trabalho ter apresentado as linhas gerais do novo regime há duas semanas.

Os parceiros sociais voltam a discutir esta semana as novas regras das reformas antecipadas. A reunião de concertação social está marcada para quinta-feira.

No último encontro, o ministro apresentou as linhas gerais do novo modelo, que, pelo menos para já, só afeta a Segurança Social. Em causa está a eliminação do fator de sustentabilidade — que retira 13,88% às pensões iniciadas em 2017 — mas, por outro lado, é de esperar que seja ajustado o corte de 0,5% por cada mês de antecipação face à idade normal de reforma. Este ajustamento é um dos pontos que falta clarificar e que é importante conhecer para perceber como serão penalizadas as futuras pensões.

Já se sabe que a idade de reforma vai continuar a evoluir, acompanhando a esperança de vida: este ano, está nos 66 anos e três meses e, em 2018, avança um mês. A reforma antecipada continuará acessível a quem tem 60 ou mais anos de idade e 40 de carreira — o regime transitório que vigorava e que passa a definitivo. Quem abandonar o mercado de trabalho com mais de 48 anos de descontos não terá qualquer penalização.

O Governo promete ainda uma “espécie de idade de reforma personalizada”, que baixa à medida que aumentam os descontos — mas falta perceber em concreto o que muda face ao regime que já vigora. Atualmente, a idade de reforma baixa quatro meses por cada ano de descontos acima dos 40, mas com o limite mínimo de 65 anos. Ou seja, este ano, na melhor das hipóteses, uma pessoa com 44 anos de contribuições pode abandonar o mercado de trabalho aos 65 anos de idade, sem qualquer penalização no valor da pensão. E mesmo que peça a reforma mais cedo, vê os cortes suavizados, uma vez que são calculados face à idade de reforma que se aplica concretamente àquele caso. No novo regime, os cortes também serão calculados tendo em conta a idade “personalizada” de reforma, mas falta conhecer os detalhes.

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