Uma subida tímida (muito tímida) em Wall Street

As bolsas norte-americanas fecharam no verde, mas com valorizações muito pálidas. A subida do setor energético compensou a queda da banca.

Fecharam quase como abriram. Os principais índices norte-americanos arrancaram a semana à procura de um rumo, numa altura em que os investidores mostram alguma ansiedade com a reunião entre Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping que vai acontecer esta semana.

O índice industrial Dow Jones fechou com um ganho ligeiro de 0,19% para os 20.689,24 pontos, o tecnológico Nasdaq cresceu 0,07% para os 5.898,61 pontos, tal como o S&P que também ficou praticamente parado, com uma aceleração ligeira de 0,06% para os 2.360,16 pontos.

Segundo a agência Bloomberg, os investidores estão relutantes em investir antes de saber no que vai resultar a reunião entre os dois chefes de Estado e estão desconfiados se o otimismo em relação às políticas expansionista de Trump não terá sido exagerado.

Esta quarta-feira serão conhecidas as minutas da Reserva Federal e mais tarde os dados do emprego, que poderão ajudar a perceber melhor para onde caminha a maior economia do mundo.

A subida do setor energético, que acompanhou o aumento do preço do crude, compensou a queda da banca que foi penalizada pela descida do preço das obrigações.

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UTAO alerta para desvio na receita e nos gastos com pessoal

Os números da execução orçamental ainda não permitem fazer extrapolações para o ano. Mas a UTAO deixa alguns alertas.

Nos primeiros dois meses do ano, os dados da execução orçamental mostraram uma deterioração face ao período homólogo do ano passado.

Até fevereiro, as Administrações Públicas registaram um défice de 19 milhões de euros, o que representou uma redução de 151 milhões face ao excedente registado nos primeiros dois meses de 2016.

O Ministério das Finanças já tinha alertado para a existência de efeitos temporários que podem distorcer a comparação e a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) também pede cautela nas “extrapolações para o resultado anual”.

No entanto, na sua análise à execução orçamental de fevereiro a que o ECO teve acesso, os técnicos que apoiam o Parlamento nas contas públicas chamam a atenção para o facto de a receita fiscal arrecadada nos primeiros dois meses do ano ter sido inferior à obtida no mesmo período de 2016, “tendo a diminuição homóloga sido de 1,4%”.

Para este decréscimo, diz a UTAO, contribuíram os impostos diretos, com uma redução de 5,5%, “uma vez que ao nível dos impostos indiretos registou-se um aumento de 1,2%”. Os técnicos comparam ainda a queda de 1,4% no arranque do ano com o objetivo do Governo para a totalidade do ano que aponta para um crescimento de 3,3%.

Na nota a que o ECO teve acesso, e que foi enviada aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças (COFMA), a UTAO recorda ainda que a meta anual de crescimento tem implícita “aumentos dos impostos indiretos de 4,1% e dos impostos diretos de 2,6%”.

As despesas com pessoal também merecem um alerta nesta análise, já que estão a “evidenciar um grau de execução superior ao verificado no mesmo período do ano anterior”.

O Orçamento do Estado para 2017 tem prevista uma verba de 19.798 milhões de euros para pagar aos funcionários públicos, o que a confirmar-se representaria uma subida de 0,9%. O problema é que em janeiro e fevereiro essa rubrica registou uma evolução bastante mais acentuada, de 3,6%, com a UTAO a apontar o dedo sobretudo ao setor do “ensino básico e secundário e administração escolar”.

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Lone Star negoceia fecho de balcões. Governo controla

O fundo norte-americano que vai ficar com o Novo Banco terá a responsabilidade de, após a conclusão da operação, negociar com a DGComp os remédios em resultado do auxílio dado ao banco.

O Novo Banco tem vindo a encolher, mas vai ter de encolher um pouco mais. Tendo em conta o auxílio adicional que a instituição recebe, são precisos mais remédios para serem aprovados os planos de viabilidade do banco. Fecho de mais balcões, bem como despedimentos, vão ter de acontecer. E será o Lone Star a negociar esses cortes, embora com a vigilância do Governo.

O plano de reestruturação implícito na venda deverá obrigar o Novo Banco a fechar 55 balcões, podendo estes encerramentos levar ao despedimento de 400 trabalhadores. Este é um ponto de partida, mas pode ainda ser revisto, cabendo a negociação com a DGComp ao fundo norte-americano, sabe o ECO.

Contudo, o Governo também estará presente nessas negociações, disse fonte próxima da operação. A ideia será tentar evitar que o fundo negoceie condições mais danosas do ponto de vista social em troca de outras vantagens com vista à rápida obtenção de proveitos com a instituição.

Sem estatuto de transição, mas com limitações

Com a venda ao Lone Star, o Novo Banco vai deixar de ser considerado um banco de transição. Esse estatuto levava a que, por determinação da DGComp, o banco estivesse limitado na sua operação regular, nomeadamente em termos das condições oferecidas aos seus clientes. Era um remédio resultante da ajuda estatal, para evitar que se criassem distorções no mercado.

Apesar de ir deixar de ter esse estatuto, isso não quer dizer que as limitações do banco desapareçam. Fonte próxima do processo explica que como é dado um auxílio adicional ao banco — a mesma explicação para a necessidade de encerrar balcões –, o Novo Banco poderá manter limitações em termos de concessões de crédito a empresas e na captação de depósitos, tendo de praticar taxas em linha com o mercado.

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Deco denuncia aumento superior a 50% no custo do envio de cartas desde 2013

  • Lusa
  • 4 Abril 2017

Envio de cartas e encomendas até 100 gramas pelos CTT passa a custar mais a partir de hoje.

A Deco denunciou hoje que o preço do envio de correio normal nacional até 20 gramas já subiu mais de 50% nos últimos quatro anos, criticando a ANACOM por não fornecer dados para analisar os aumentos feitos pelos CTT.

Os preços para o envio de cartas e encomendas até 100 gramas pelos CTT aumentam a partir de hoje, passando a custar em média mais 2,4%, continuando os envios mais pesados a ter os mesmos custos.

No entanto, numa nota divulgada hoje, a Deco – Associação de Defesa do Consumidor lembra que, apesar desse aumento médio, os preços dos CTT têm aumentado desde 2013 e que o “correio normal nacional até 20 gramas, dos mais usados pelos consumidores, é aquele que apresenta a situação mais gravosa, registando um aumento acumulado do preço base superior a 56%”.

Em março de 2013, o selo do correio normal nacional até 20 gramas custava 0,32 euros e a partir de hoje custa 0,47 euros.

“Para além disto, os dados que sustentam estes aumentos continuam sem ser divulgados e a confidencialidade invocada pela ANACOM não permite uma análise objetiva”, defende a Deco.

O patamar seguinte diz respeito às missivas entre 20 e 50 gramas em formato normalizado, e aqui o preço passa de 0,60 euros para 0,65 euros, enquanto entre os 50 e os 100 gramas dá-se um aumento também de cinco cêntimos, de 0,75 euros para 0,80 euros.

A partir daí, há uma manutenção no tarifário: encomendas e cartas entre os 100 e 500 gramas ficam nos 1,40 euros e entre 500 gramas e dois quilos o preço é de 3,25 euros.

“Os aumentos não se fazem sentir com a mesma intensidade em todos os serviços, nem para todos os clientes. No correio normal nacional para os utilizadores ocasionais os preços agravam-se, em média, 5,5%, contra 2,1%, no caso do correio em quantidade, ou seja para os clientes com contrato. No correio azul nacional os utilizadores ocasionais também são os mais penalizados, registando-se um aumento médio de 7,2%, contra 5,8% para os contratos”, acrescenta.

Para a associação, “esta discrepância é injustificada, deixando perceber que há dois pesos e duas medidas quando importa agravar os preços, ficando o grosso – invariavelmente – do lado dos consumidores”.

A Deco diz compreender que “o sistema de preços dos serviços que compõem o serviço postal universal obedece ao princípio da orientação para os custos, cuja aplicação deve efetuar-se de forma progressiva, para, no limite, assegurar a sustentabilidade do serviço e garantir a acessibilidade a todos os utilizadores”.

No entanto, critica “a ausência de dados públicos para fundamentar os aumentos de preços propostos pelos CTT e aprovados pela ANACOM”, a Autoridade Nacional das Comunicações, que regula este setor.

“Toda a informação relativa a margens é classificada como confidencial, impedindo uma análise objetiva”, aponta a Deco, aguardando que a ANACOM “inicie o processo de definição dos critérios a que deve obedecer a fixação dos preços dos serviços postais do serviço universal para os próximos três anos, na expectativa que a proposta do regulador defenderá, eficazmente, os interesses dos consumidores e que permita conhecer critérios, simples e transparentes, para os aumentos anuais que se vão conhecendo”.

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Mais-valias custam 7% ao BCP

O BCP voltou a cair de forma acentuada na bolsa. As ações tombaram 7% em dois dias, sendo alvo de nova tomada de mais-valias da parte dos investidores que quiseram aproveitar o bom momento do banco.

Com este desempenho, o PSI-20 fechou em terreno negativo pela segunda sessão consecutiva. E fechou ainda em contramão com os principais índices europeus, algo que tem sido bastante frequente este ano. Ainda na bolsa nacional, dois destaques pela positiva: a EDP Renováveis voltou a valorizar e está quase 20 cêntimos acima da OPA. E a Corticeira Amorim disparou 5% com uma avaliação bastante favorável da parte da casa de investimento Haitong.

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Spotify vai restringir temporariamente novos álbuns a utilizadores premium

  • Juliana Nogueira Santos
  • 4 Abril 2017

A empresa de streaming assinou um contrato de licenciamento com a Universal Music Group que dá aos artistas a possibilidade de restringirem as suas faixas a utilizadores pagos durante duas semanas.

O serviço de streaming de música Spotify anunciou hoje que os artistas vão passar a poder escolher se querem restringir as suas novas faixas aos utilizadores premium durante duas semanas, ou se as disponibilizam a todos os utilizadores ao mesmo tempo. No primeiro caso, os utilizadores que pagam mensalidade passam a poder ter acesso aos novos lançamentos antes dos que não pagam nada.

Esta mudança vem depois de a empresa ter assinado um novo contrato de licenciamento com a Universal Music Group (UMG), no qual foi acordado também que a Spotify vai pagar menos de royalties à discográfica. Esta paywall, como já está a ser designada, vai ser aplicada apenas aos artistas da UMG, mas tudo aponta para que a Spotify esteja a negociar a mesma medida com a Sony e a Warner.

Em comunicado, o presidente da empresa de streaming Daniel Ek admitiu que a política de manter as mesmas condições de disponibilização de conteúdo para todos os utilizadores, os que pagam e os que não pagam, está prestes a sofrer mais alterações. “Sabemos que nem todos os álbuns de todos os artistas deveriam ser disponibilizados da mesma maneira e trabalhámos muito em conjunto com a UMG para desenvolver uma nova e mais flexível política de disponibilização”, pode ler-se no comunicado de Ek.

Os principais rivais do Spotify, o Apple Music e o Tidal, não têm opção de registo sem pagamento. Além disto, a empresa prepara-se para entrar no mercado em 2018, pelo que é essencial estudar as fontes de rendimento disponíveis e alterá-las para que o negócio se torne mais rentável.

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Risco de liquidação do Novo Banco ainda não está afastado

Há três condições que têm de ser cumpridas: autorização do BCE, autorização da Direção Geral de Concorrência, e sucesso da operação de troca de obrigações sénior.

O contrato de venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star está assinado, mas o risco de o banco ser liquidado ainda não está eliminado. O que deixou de existir foi a data limite de 3 de agosto, até aqui tida como o prazo para que fosse assinado este contrato. A partir daqui, deixa de existir um prazo para a efetiva conclusão do negócio, mas o “cutelo” que o Governo tinha em cima da cabeça para vender o Novo Banco ainda não desapareceu.

A execução do acordo alcançado com o Lone Star está dependente de três condições:

  1. A autorização por parte do Banco Central Europeu (BCE). O regulador da banca europeia tem de aprovar o Lone Star como acionista qualificado do Novo Banco. Isso implica, de acordo com o regulamento n.º 1024 de 2013, que o BCE irá avaliar a idoneidade do Lone Star, “para garantir que não é afetada a idoneidade e a solidez financeira dos proprietários das instituições de crédito”;
  2. A autorização por parte da Direção Geral da Concorrência, que tem de avaliar se o negócio mantém a viabilidade do banco e não distorce a concorrência;
  3. E o sucesso da operação de troca de obrigações sénior, que tem como objetivo reforçar o capital do Novo Banco em 500 milhões de euros.

Se alguma destas condições não for cumprida, o negócio não pode ser fechado. Isso não significa que o banco seja automaticamente liquidado. Significa que as autoridades portuguesas terão de entrar em novas negociações, quer com os reguladores europeus, quer com o Lone Star. Contudo, fica claro que o risco de liquidação não desapareceu — só não tem uma data para acontecer.

“O relevante para este negócio é que deixa de haver uma data. Até agora, se o contrato não fosse assinado até 3 de agosto de 2017, o Novo Banco era liquidado. Agora, não há data, mas não deixa de haver risco. É claro que não estamos, ainda, com o risco de liquidação eliminado. No dia em que todas as condições estejam cumpridas e haja a injeção de capital [de mil milhões de euros], o risco desaparece”, explicou fonte ligada ao processo de venda.

Para o closing da operação ainda não há uma data definida. “Não hão de ser dias nem semanas. Hão de ser meses”, aponta a mesma fonte. A referência, para já, é o final deste ano, mas é apenas isso mesmo: uma referência, já que, com o contrato de compra e venda, o prazo para a conclusão da operação pode ir sendo sucessivamente alargado.

Quando esse momento — o do closing — chegar, o Novo Banco deixa, oficialmente, de ter estatuto de banco de transição. Pelo meio, está reunida uma outra condição jurídica para que o Novo Banco deixe de ser considerado um banco de transição: o acordo assinado com o Lone Star prevê que o Fundo de Resolução tem o direito potestativo de, a qualquer momento, vender a sua participação de 25% no Banco Banco ao Lone Star, ficando o fundo norte-americano obrigado a comprá-la; o Fundo de Resolução, por seu lado, transforma a sua participação num benefício económico. Ou seja, o Fundo de Resolução deixa de ser acionista do banco, mas fica com direito a 25% de todos os benefícios económicos a que o Lone Star tenha direito.

Troca de obrigações só avança se se conseguirem 500 milhões

Neste momento, a maior incógnita é a operação voluntária de troca de obrigações sénior. Em causa estão obrigações no valor total de 2,9 mil milhões a 3 mil milhões de euros. O objetivo é que os obrigacionistas aceitem trocar os títulos de dívida que detêm por outros que permitam ao Novo Banco reforçar o capital em, pelo menos, 500 milhões de euros.

Contudo, não é certo como este reforço de 500 milhões vai ser alcançado. Pode ser através da alteração das maturidades, da alteração dos juros ou da alteração do valor das obrigações. Pode ser uma combinação destas três soluções ou de duas das três. Os detalhes só serão conhecidos aquando da divulgação do prospeto da operação.

Todas as linhas de obrigações emitidas pelo Novo Banco são alvo desta oferta voluntária. Mas só se se chegar a uma poupança de 500 milhões é que a troca é efetivada. Por exemplo, se o nível de aceitação permitir uma poupança de 400 milhões, a operação fica inviabilizada.

Depois de conhecido o prospeto, terá de se realizar a assembleia geral com os obrigacionistas. Será nesta que os obrigacionistas darão o seu aval, algo que acontecerá dentro de seis a oito semanas. Fica por esclarecer o que acontece se forem alcançados os 500 milhões, mas não houver uma maioria de aceitação por parte dos obrigacionistas na reunião magna.

Notícia atualizada pela última vez às 18h42 com mais informações.

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Lone Star pode deixar cair garantia se quiser dividendos

Em vez de uma garantia estatal, a venda do banco é feita com um mecanismo contingente de capital. Tem validade de oito anos, mas pode desaparecer antes desse prazo.

O mecanismo contingente de capital criado no âmbito do processo de venda do Novo Banco, como alternativa à garantia estatal, foi acordado por um prazo de oito anos, mas pode desaparecer antes dessa data. Tudo depende do Lone Star. Caso o fundo de investimento norte-americano pretenda começar a receber lucros da instituição, a garantia desaparece.

O mecanismo vigora por oito anos. Enquanto o Fundo de Resolução tiver a responsabilidade de injetar capital no banco, não há pagamento de dividendos, sendo esta uma forma de garantir que quaisquer lucros gerados serão sempre utilizados para capitalizar a instituição.

Para diminuir o risco de virem a ser necessários futuros aumentos de capital, o acordo fechado no final da última semana estabelece que durante os oito anos o banco não possa distribuir dividendos — o valor deverá, em contrapartida, ser acumulado numa almofada de capital. Mas o Lone Star pode querer receber antes. Se isso acontecer, perde a garantia, sabe o ECO.

O fundo norte-americano ficou com a possibilidade de aniquilar este mecanismo antes do tempo, se quiser encaixar algum lucro potencial que o banco venha a apresentar. Mas para evitar que o Lone Star procure soluções criativas para retirar valor do banco, foi criada ainda outra cláusula.

O ECO sabe que o Lone Star vai ficar impedido, durante o período em que o mecanismo existir, de fazer qualquer tipo de operações, nomeadamente vendas de ativos, com partes relacionadas. Ou seja, não pode assim encontrar formas indiretas de remuneração. Todas essas transações serão monitorizadas por um comité de acompanhamento.

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PS só quer ouvir Ralha e Núncio depois de Maria Luís falar

  • Margarida Peixoto
  • 4 Abril 2017

Os socialistas pediram que a ordem das audições sobre a polémica das offshores seja mantida. Se não for possível ouvir Maria Luís Albuquerque até quinta-feira, Núncio e Ralha só falam mais tarde.

Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, é uma peça essencial na estratégia de esclarecimento dos socialistas, no caso dos offshores.PAULA NUNES / ECO

Os socialistas têm uma estratégia para abordar a polémica da saída de quase dez mil milhões de euros para offshores: primeiro há que ouvir Maria Luís Albuquerque, a ex-ministra das Finanças à data do apagão informático. E só depois o PS quer ouvir Paulo Ralha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, e novamente Paulo Núncio, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Maria Luís Albuquerque, atual deputada pelo PSD, pediu para adiar a sua audição na Comissão de Orçamento e Finanças, que estava prevista para esta terça-feira à tarde, conforme avançou o Observador. Na sequência deste pedido, o PS solicitou à presidente da comissão, Teresa Leal Coelho, que mantivesse, ainda assim, a ordem que estava prevista para as audições sobre esta matéria.

Quando requeremos as audições, fizemos por ter uma estratégia sequencial: primeiro ouvir Maria Luís Albuquerque, a ex-ministra das Finanças, e só depois Paulo Ralha e Paulo Núncio.

João Paulo Correia

Coordenador do grupo parlamentar do PS na COFMA

“Quando requeremos as audições, fizemos por ter uma estratégia sequencial: primeiro ouvir Maria Luís Albuquerque, a ex-ministra das Finanças, e só depois Paulo Ralha e Paulo Núncio”, explicou João Paulo Correia, coordenador do grupo parlamentar dos socialistas na comissão, ao ECO. “Com a impossibilidade de a primeira audição se realizar, pedimos que a ordem se mantenha”, confirmou, esclarecendo que as audições de Ralha e Núncio só serão adiadas caso não seja possível ouvir Maria Luís Albuquerque até quinta-feira. Teresa Leal Coelho aceitou: “Como somos o partido requerente, a Sra. Presidente anuiu ao pedido”, disse ainda o deputado socialista.

Em causa está a saída de quase dez mil milhões de euros para offshores, sem controlo por parte da Autoridade Tributária. Já se sabe que a falha no controlo decorreu de uma leitura incompleta dos dados enviados pelos bancos para o Fisco, mas ainda não está claro como é que essa falha ocorreu. O então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, já assumiu que não deu ordem de publicação das estatísticas sobre as saídas de capitais para offshores. Entretanto, também já foi possível apurar que a maior parte destas transferências foi feita através do BES/Novo Banco e para o Panamá.

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Veja aqui todos os passos para confirmar a declaração automática de IRS

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 4 Abril 2017

Autoridade Tributária e Aduaneira preparou uma apresentação para explicar os procedimentos a ter em conta no IRS automático.

Está abrangido pelo IRS automático? A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) preparou um documento onde explica os passos que tem de dar para confirmar a declaração.

De acordo com dados do Governo, o IRS Automático abrange 1,8 milhões de contribuintes este ano mas deverá ser alargado no futuro. Para já, são abrangidas situações fiscais mais simples. É o caso de contribuintes que reúnam, cumulativamente, as seguintes condições:

  • Só tenham rendimentos de trabalho dependente e de pensões, bem como rendimentos tributados por taxas liberatórias e não pretendam optar pelo seu englobamento. Exclui rendimentos de pensões de alimentos e gratificações recebidas pela prestação de trabalho mas não atribuídas pela entidade patronal;
  • Não tenham dependentes;
  • Não tenham direito a deduções por ascendentes, por pessoas com deficiência, por dupla tributação internacional;
  • Obtenham apenas rendimentos em Portugal, tenham sido residentes em Portugal durante todo o ano e não detenham estatuto de residente não habitual;
  • Não usufruam de benefícios fiscais;
  • Não tenham pago pensão de alimentos.

O prazo de entrega da declaração de IRS já começou e estende-se até 31 de maio. Veja em baixo, na apresentação da AT, todos os passos que tem de dar para confirmar a declaração automática.

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Marcelo diz que Governo está a atuar com rapidez no Montepio

O Presidente da República está agradado com a ação de António Costa, mas não responde se está preocupado com o caso Montepio. Marcelo reconhece serenidade e rapidez na ação do Governo.

O Presidente da República tomou como “boa” a ação do Governo no Montepio, numa altura em que se equaciona a entrada da Santa Casa na estrutura acionista do banco. À saída da reunião de trabalho com instituições de apoio a sem-abrigo, em declarações transmitidas pela RTP3, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o Executivo está a tratar da situação de forma serena, mas rápida. Questionado sobre se está descansado com o caso Montepio, Marcelo não respondeu.

São várias as polémicas que envolvem o Montepio, com administradores a serem convidados a sair e o presidente da dona do banco sobre suspeita da justiça portuguesa. Para Marcelo esta é “uma realidade muito precisa” em que o Governo está a intervir em duas frentes”, a frente da Associação Mutualista (a única acionista do banco), através do Ministério do Trabalho, e a frente financeira. “Tomo como boa a ação do Governo”, disse o Presidente, esta terça-feira, considerando que o Executivo está a tratar da situação “serenamente mas com rapidez”.

Já sobre a venda do Novo Banco, decidida na passada sexta-feira, o Presidente da República voltou a reforçar que “não havia boas soluções, só havia menos más”. Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de dizer que as intervenções do Governo no sistema financeira tiveram a aprovação da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. Já esta segunda-feira, Marcelo tinha dito que os portugueses “podem ficar descansados de que a solução encontrada, que é na linha do Governo anterior, é de não haver garantia do Estado, não haver responsabilidade do Estado, mas do fundo de resolução”.

Depois do que foi feito no BPI, BCP, CGD e Novo Banco, o Presidente avalia: “O saldo global é mais positivo do que negativo, claramente“. Contudo, o Presidente da República lembrou que “esta consolidação ainda é um desafio para os próximos anos para o país”. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que é necessário mais financiamento na economia, o que só acontecerá com um sistema financeiro “mais forte”.

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BCP tomba 5% e Lisboa volta a fechar em contramão

Lisboa recuou pela segunda sessão seguida em dia positivo na Europa. As ações do BCP pressionaram com nova tomada de mais-valias após valorização acentuada na última semana.

A bolsa nacional voltou a fechar em contramão com as principais praças europeias, caindo pela segunda sessão consecutiva devido sobretudo aos fracos desempenhos do BCP e CTT. As ações do banco tombaram quase 5% com os investidores a tomarem mais-valias depois da última semana de fortes ganhos.

O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,23% para 4.956,46 pontos, com sete cotadas a fechar em terreno negativo. As ações do BCP caíram 4,73% para 0,18 euros, corrigindo em forte baixa pelo segundo dia depois de ter conquistado ganhos de 14% na semana passada. Também os CTT cederam 1,25% para 5,07 euros.

Pela positiva, destaque para a EDP Renováveis. Os títulos fecharam nos 6,99 euros, o valor mais elevado desde novembro do ano passado, transacionando 19 cêntimos acima do preço que a EDP está a oferecer para comprar as ações que ainda não detém na sua subsidiária. Este movimento reforça a ideia do mercado quanto a uma revisão em alta da contrapartida oferecida pela elétrica liderada por António Mexia na Oferta Pública de Aquisição.

O melhor desempenho pertenceu à Corticeira Amorim, que disparou 4,73% para 10,73 euros, depois de o Haitong ter reafirmado a cotada liderada por António Rios de Amorim como ‘bala de prata’. Aumentou o preço-alvo do título em 9% para os 12 euros, deixando implícito um potencial de valorização de 20% face à cotação de fecho de segunda-feira.

“A unidade de rolhas de cortiça deverá ter um novo ano de crescimento à medida que vai conquistando quota de mercado, mantendo-se suportada pelos fundamentais da indústria vinícola”, referem os analistas do Haitong. “Pensamos também que os revestimentos de chão e parede deverão observar um novo ano de recuperação, com a esta unidade a tentar alcançar níveis de EBITDA de 2013/2014, antes do impacto da crise no mercado russo”, acrescentaram.

Corticeira dispara 5% com avaliação do Haitong

No plano internacional, as bolsas europeias fecharam com sentimento positivo. Com nota de destaque para Madrid e Paris, onde os principais índices ganharam 0,35% e 0,3%, respetivamente, numa sessão de ganhos tímidos na generalidade das praças do Velho Continente.

(Notícia atualizada às 17h15)

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