Hoje nas notícias: Operação Lex, Compra da TVI e Carris

  • Juliana Nogueira Santos
  • 31 Janeiro 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As “sérias dúvidas” da Concorrência em relação ao negócio Meo/TVI e as linhas da Operação Lex marcam o dia. Destaque também para o reforço da frota da Carris, ainda este ano.

Autoridade da Concorrência tem “sérias dúvidas” sobre negócio Meo/TVI

A Autoridade da Concorrência junta-se à Anacom e à ERC no coro de ceticismo em relação à compra da TVI pela Altice Meo. O regulador considera que esta operação “suscita sérias dúvidas” no que diz respeito “à sua compatibilidade” com as leis da concorrência, sendo suscetível de afetar a concorrência efetiva na vertente vertical. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Reaberto curso que dá acesso direto ao Estado

A última edição do Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública foi em 2015, mas após a revisão da Portaria que estabelece as regras do curso, o Governo decidiu retomá-lo. Esta formação, que tem uma propina de cinco mil euros e dá acesso direto a uma posição na Função pública, estará na fase final de reformulação e irá retomar para o ano letivo 2018/2019. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Capa do Público do dia 31 de janeiro de 2018.Público

Carris vai ter 100 novos autocarros este ano

Um ano depois de a Carris ter passado para as mãos da Câmara Municipal de Lisboa, Tiago Farias, presidente do Conselho da Administração da empresa de transportes garante, em entrevista, que este ano a frota vai ser reforçada com 100 autocarros. Em 2019, chegarão mais 150, estes elétricos. Leia a entrevista completa na TSF (acesso livre).

Assunção Cristas quer direita unida como alternativa

Numa entrevista à margem do encerramento do congresso dos centristas, Assunção Cristas afirmou que está a contar com o PSD “para uma alternativa às esquerdas unidas”, mas garante que cada um faz “o seu caminho”. A líder do CDS anunciou ainda que o seu partido quer marcar a agenda política a partir de agora com o tema da justiça. Leia a entrevista completa no Diários de Notícias (acesso livre).

Filipe Vieira investigado por tráfico de influências

Luís Filipe Vieira é oficialmente arguido no âmbito da Operação Lex, sendo suspeito de tráfico de influências. Em causa estará a alegada influência exercida junto do juiz Rui Rangel para que este favorecesse o seu filho, Tiago Vieira, junto de outros magistrados numa decisão pendente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso livre).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP dá energia à bolsa, BCP tira. Bolsa em queda

A bolsa nacional arrancou em alta, mas inverteu a tendência. A queda do BCP leva a praça nacional a contrariar a tendência positiva das restantes praças da Europa.

A bolsa nacional mantém a tendência de queda das primeiras sessões da semana. O índice português recua pela terceira sessão consecutiva, contrariando a tendência dos restantes pares europeus, penalizado pela nova queda das ações do BCP. A EDP atenua a descida do PSI-20.

Depois de arrancar a sessão em alta, o PSI-20 volta às quedas. Está a perder 0,18% para os 5.682,31 pontos, com a generalidade das cotadas a negociarem em terreno negativo. É a terceira sessão negativa do índice que, ainda assim, se prepara para encerrar o primeiro mês do ano com uma subida de mais de 5%.

O BCP está a ser determinante na descida da bolsa nacional. O banco volta a apresentar um desempenho negativo, recuando 0,62% para 32,25 cêntimos. Com esta queda, encolhe para 19% a subida acumulada em 2018.

Além do banco liderado por Nuno Amado, que recua depois de o BPI ter revelado uma forte quebra nos lucros, também a Jerónimo Martins, outro dos pesos pesados da praça nacional, está a condicionar o índice ao ceder 0,58% para 17,28 euros.

No setor energético, a Galp Energia continua a perder valor perante a queda dos preços do petróleo. As ações da empresa cedem 0,35% para 15,56 euros, tendência seguida pela EDP Renováveis, já a EDP avança.

A EDP destaca-se com uma valorização de 0,18% para 2,845 euros, impedindo uma queda mais acentuada do PSI-20. Contudo, é a Semapa quem lidera os ganhos na sessão. A holding que controla a Navigator soma 1,53% para 18,64 euros. A Altri também ganha mais de 1%.

(Notícia atualizada às 8h30 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Compra da TVI pela Meo levanta “sérias dúvidas” à AdC

  • ECO
  • 31 Janeiro 2018

No documento que levou a compra da TVI pela Meo a uma investigação profunda, a Autoridade da Concorrência diz estar com "sérias dúvidas" sobre essa fusão. Teme consequências para as outras operadoras.

A Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou que ia avançar com uma investigação aprofundada à compra da TVI pela Altice. De acordo com a decisão preliminar da passagem a investigação aprofundada, o regulador revela que está com “sérias dúvidas” em relação a essa fusão, pelas consequências que poderá trazer às operadoras concorrentes.

A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que dá conta de um certo “impasse” por parte da AdC. No documento pode ler-se que este processo de venda “suscita sérias dúvidas” no que diz respeito “à sua compatibilidade com o critério estabelecido no n.º3 do artigo 41.º da Lei da Concorrência”. Isto é o mesmo que dizer que esta fusão pode afetar diretamente as operadoras concorrentes no mercado nacional.

Existem indícios de que a entidade resultante da operação de concentração terá a capacidade e, provavelmente, o incentivo, para implementar uma estratégia de encerramento dos mercados retalhistas de televisão por subscrição e multiple play”, lê-se no documento da AdC. Assim, esta estratégia poderá “ser implementada através da recusa de fornecimento dos canais TVI” ou “através do aumento dos preços de venda desses canais a um ou mais dos concorrentes da Altice/Group Media Capital nos mercados retalhistas”.

A AdC sublinha ainda o facto de a TVI ter um papel “relevante” no mercado nacional, uma vez que é um dos canais líderes no mercado. Por isso, caso o seu acesso fosse condicionado à concorrência, isso iria “configurar um decréscimo da qualidade da experiência de visualização”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Santander aumenta lucros. Totta dá uma ajuda

  • Lusa e ECO
  • 31 Janeiro 2018

O banco espanhol registou um crescimento de 7% nos resultados líquidos face ao ano anterior, quando tinha registado lucros de 6.204 milhões. O Popular ditou um custo extra de 897 milhões.

O Santander fechou 2017 com um lucro de 6.619 milhões de euros, tendo o Santander Totta, em Portugal, dado um contributo positivo para o resultado global do grupo bancário espanhol.

Na informação que enviou hoje à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o banco revela um crescimento de 7% nos resultados líquidos face ao ano anterior, quando tinha registado lucros de 6.204 milhões. O grupo explica que registou 897 milhões em encargos financeiros extraordinários com a integração do Banco Popular.

Em Portugal (sem o Banco Popular), o Santander Totta, que revela esta quinta-feira os seus resultados líquidos, apresentou um crescimento de 10%, para 440 milhões de euros, dos resultados, com um crescimento do crédito e dos recursos próprios e redução nos custos e nas provisões para insolvências.

O grupo espanhol sublinha que depois da aquisição do Banco Popular, o Santander Totta “converte-se” no maior banco privado português, tanto em ativos como em créditos.

As receitas totais do grupo aumentaram 10% em 2017, para 48.392 milhões de euros, tendo havido um “crescimento significativo” das receitas na América Latrina.

Sem contar com o Banco Popular, o Santander tem mais dois milhões de clientes em todo o mundo e aumentou o crédito em 2% e os recursos próprios em 8%.

O grupo sublinha que os clientes digitais aumentaram 21% em 2017, alcançando os 25 milhões, tendo a proporção das vendas através dos canais digitais crescido para 31 %, sem contar com o Popular.

A nota de informação assegura que “o grupo cumpriu todos os seus compromissos estratégicos para 2017 e está convencido que irá cumprir os seus objetivos definidos para 2018”.

“No futuro vemos muitas oportunidades de crescimento orgânico, acompanhando os nossos 133 milhões de clientes. Em 2018 prevemos crescer em todos os nossos mercados principais…”, disse a presidente do grupo Santander, Ana Botín, em nota de imprensa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EUA: Primeiro Estado da União marca “novo momento americano”

  • ECO e Lusa
  • 31 Janeiro 2018

Trump foi ao Congresso para dizer que agora se vive um novo momento americano. Imigração, infraestruturas e economia foram os temas do discurso mais tweetado da história.

Durante o seu primeiro discurso do Estado da União, o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, definiu que se vive agora um “novo momento americano”. “Este é o nosso novo momento americano. Nunca houve um momento melhor para começar a viver o sonho americano”, disse Trump perante as duas câmaras do Congresso norte-americano.

O Presidente dos Estados garantiu desejar que “cada americano conheça a dignidade de um dia duro de trabalho, que cada criança se sinta segura na sua casa à noite e que cada cidadão se sinta orgulhoso desta terra”. “Seguimos em frente com uma visão clara e certa para tornar a América grande de novo para todos os americanos”, continuou.

O republicano começou o discurso referindo-se aos resultados da economia — descida do desemprego, subida de salários, crescimento da bolsa — e referiu-se também à maior vitória do seu primeiro ano de mandato, a aprovação de uma reforma do sistema fiscal. “Desde que aprovámos o corte de impostos, cerca de três milhões de trabalhadores já receberam bónus dos cortes de impostos, milhares e milhares de dólares”, declarou Trump.

Os seus planos para uma reforma de imigração, investimento público e acordos de comércio também foram temas abordados. “A América virou finalmente a página de décadas de acordos de comércio injustos, que sacrificaram a nossa prosperidade e enviaram [para outros países] as nossas empresas, os nossos trabalhos e a riqueza da nossa nação”, disse Donald Trump, perante as duas câmaras do Congresso norte-americano (Câmara dos Representantes e Senado).

Trump, que decidiu a saída dos EUA do Acordo Trans-Pacífico de Comércio e quer renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), afirmou que “a era de submissão económica terminou” e que todos os novos acordos serão “justos e, mais importante, recíprocos.”

Trump oferece DACA em troca do muro

O presidente dos EUA também se referiu a um dos temas com o qual o Congresso se debate neste momento, que é o futuro dos jovens protegidos pelo programa DACA, pessoas que foram trazidos para os EUA em criança de forma ilegal. Trump reiterou a proposta da Casa Branca, que oferece um caminho da cidadania para cerca de 1,8 milhões de jovens que “cumpram requisitos de trabalho e educação, e bom caráter moral”, em troca da construção do muro da fronteira com o México, o fim da lotaria de vistos e os programas de reunificação familiar.

“Comunidades que passam por dificuldades, especialmente comunidades de imigrantes, podem ser ajudadas por políticas de imigração que se centrem nos interesses dos trabalhadores americanos e das famílias americanas”, defendeu.

Na área económica, o republicano mencionou um tema popular entre os conservadores, o corte de regulações para todas as indústrias. “Na nossa missão para responsabilizar Washington, eliminámos mais regulações no nosso primeiro ano do que qualquer outra administração na história”, assinalou. “A América é uma nação de construtores. Construímos o Empire State Building em apenas um ano. Não é uma desgraça que agora demore dez anos para conseguir a licença para construir uma simples estrada?”, questionou

Num dos vários momentos em que referiu a colaboração entre os partidos, Trump pediu a democratas e republicanos que deixem passem o seu plano de investimento público em infraestruturas.“Estou a pedir a ambos os partidos que se unam para nos dar a rede de infraestruturas segura, rápida, de confiança e moderna que a nossa economia precisa e que as nossas pessoas merecem”, apelou.

Trump pediu ainda “a todos que coloquem as suas diferenças de lado, que procurem pontos de acordo e que procurem a unidade” que os Estados Unidos precisam para as pessoas que serve.

Discurso mais tweetado da história

Este discurso tornou-se no mais tweetado da história, anunciou a rede social. Segundo o Twitter, o discurso de Trump teve 4,5 milhões de mensagens com o hashtag “#SOTU”, sigla em inglês do nome do discurso (“State of the Union”), e “#JointSession”, designação de “sessão conjunta”, numa referência à reunião da Câmara dos Representantes e do Senado para ouvir o presidente dos EUA.

Estas 4,5 milhões de mensagens ultrapassaram o recorde anterior, também pertencente a Donald Trump, de três milhões de mensagens, quando discursou, igualmente perante o Congresso, em fevereiro do ano passado, intervenção que não foi considerada discurso do Estado da Nação porque o presidente dos Estados Unidos apenas estava há apenas um mês na Casa Branca.

De acordo com o Twitter, a mensagem mais replicada foi a que continha a ligação para assistir, em direto, ao discurso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Deco já tem as assinaturas necessárias. Petição sobre comissões bancárias vai para a Assembleia

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2018

Foram mais de 17 mil as pessoas que assinaram a petição da Deco para exigir o fim das comissões bancárias quando não há serviço prestado.

Mais de 17.000 pessoas assinaram a petição criada pela associação de defesa do consumidor para exigir o fim das comissões bancárias quando não há serviço prestado, como na manutenção das contas à ordem e no pagamento dos créditos habitação.

Está cumprido o nosso primeiro objetivo, que era agregar mais de 4.000 assinaturas devidamente validadas para entregar a petição na Assembleia da República”, disse à agência Lusa Tito Rodrigues, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco). O responsável considera que, se forem atendidas as vozes, não só da Deco, mas destas mais de 17.000 pessoas, é possível ver alterada o que a defesa do consumidor considera ser “uma prática absolutamente abusiva e até mesmo ilegal”, que passa pela cobrança de serviços que não são efetivamente prestados.

Como exemplos, Tito Rodrigues aponta a comissão de manutenção de conta –- “uma das comissões mais usuais em termos de processamento e de cobrança por parte dos bancos” –, considerando que não representa um verdadeiro serviço. O outro exemplo indicado no texto da petição é a comissão de processamento de prestação, que a Deco defende ser “uma assunção da bizarria do ponto a que se chegou no que diz respeito ao comissionamento bancário”.

“Se é verdade que entendemos que os cinco milhões de euros/dia — que é quanto os consumidores acabam por pagar aos bancos -– não são todos eles ilegítimos, é também verdade que nestes dois exemplos, com valores médios de 63 euros/ano para as comissões de manutenção de conta e 30 euros/ano para as de processamento da prestação, são verbas que não encontram sequer na lei (de 2015) justificação, antes pelo contrário”, afirmou.

Para que os bancos não cobrem um serviço que não é efetivamente prestado, tal como a lei estipula, a Deco sugere a definição daquilo que se entende por serviço bancário, para não deixar “à interpretação e criatividade dos bancos a cobrança destas comissões”. É preciso “consagrar de forma legal, e para além de qualquer interpretação mais criativa, o que se entende por serviço prestado. E não pode ser apenas o processamento eletrónico ou computacional de entradas e saídas de verbas por parte de um cliente que vai usar um meio eletrónico”, afirmou Tito Rodrigues.

Por outro lado, acrescentou, é necessária também “uma consagração mais fechada sobre o que pode ser cobrado”, para que no futuro se possa chegar à definição de “valores razoáveis para as cobranças de um serviço absolutamente essencial para a maior parte dos consumidores, sobretudo quando a relação bancária é muitas vezes a porta de entrada para se cumprirem com obrigações fiscais”.

Questionado sobre as chamadas “contas pacote”, que a imprensa noticiou que os bancos estariam a criar para contornar a situação, incluindo não só os depósitos à ordem, mas também a possibilidade de transferências bancárias e os cartões e crédito e débito, o responsável da Deco afirma: “A lei é muito clara e diz que não pode haver vendas ligadas que não sejam feitas de forma separada, ou seja, não se pode vender em pacote serviços e produtos que não se vendam separadamente”. “Esta solução pode não ser exequível se atendermos ao que são as exigências da lei”, acrescentou.

Em 2016, foi criado na Assembleia da República um grupo de trabalho com o objetivo de discutir as propostas de lei então apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP no sentido de os bancos serem obrigados a disponibilizar “contas-base’” isentas de quaisquer comissões. Este grupo fez pelo menos quatro audições — à Associação Portuguesa de Consumidores e Utilizadores de Produtos e Serviços Financeiros (SEFIN), à DECO, à Associação Portuguesa de Bancos (APB) e ao Banco de Portugal –, mas desconhece-se o resultado do trabalho entretanto produzido.

Questionado pela Lusa, Tito Rodrigues diz que “há um marasmo, um hiato de mais de oito meses sem que tenha sido tornado público qualquer avanço por parte da comissão” e sublinha: “Se não fizer mais, [a petição] que sirva para acordar esta comissão para que discuta e perceba que há um problema por demais evidente, que não se pode deixar ao livre arbítrio das instituições bancárias o que está na lei e que não se pode permitir essa cobrança ilegítima por parte dos bancos”. A petição da Deco pode ser assinada até final do dia desta quarta-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Último dia para comunicar rendas se não passa recibos eletrónicos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 31 Janeiro 2018

Quem não passa recibos eletrónicos de renda tem até hoje para entregar às Finanças a declaração modelo 44, onde comunica os valores recebidos ao longo do ano.

Se não está obrigado a entregar recibos de renda eletrónicos, não se esqueça da declaração anual de rendas recebidas. O prazo para entregar a declaração modelo 44 às Finanças termina esta quarta-feira, dia 31.

Esta declaração anual abrange os senhorios que ainda passam recibos de renda em papel por estarem dispensados da emissão em formato eletrónico. É o caso, por exemplo, de titulares de rendimentos de categoria F que, no final do ano anterior àquele a que reportam os rendimentos, tinham 65 ou mais anos. E ainda os que, cumulativamente, não são obrigados a ter caixa postal eletrónica e têm rendimentos abaixo de um determinado limiar: ou receberam rendas num montante abaixo de dois Indexantes dos Apoios Sociais (IAS) ou, não tendo recebido qualquer rendimento, prevejam vir a receber um valor inferior àquele limiar (cerca de 843 euros, em 2017, e 858 euros, em 2018). Por fim, esta possibilidade também abrange rendas do regime do arrendamento rural.

A obrigação deve ser cumprida pelos senhorios e também pelos cônjuges quando o regime de casamento seja o de comunhão
geral ou de adquiridos, relativamente a imóveis que sejam bens comuns. O mesmo acontece com herdeiros de heranças indivisas.

A comunicação pode ser feita através do Portal das Finanças ou em suporte papel junto dos serviços de finanças.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 31 Janeiro 2018

O Parlamento recebe Mário Centeno e a administração dos CTT num dia que será ainda marcado pela nova estimativa rápida da inflação. E também há novos dados do desemprego.

Mário Centeno é hoje ouvido na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, enquanto o Conselho de Administração dos CTT responde sobre a situação da empresa na comissão de Economia. O Instituto Nacional de Estatística (INE) avança, pela primeira vez, a estimativa rápida da inflação e o Eurostat publica novos números do desemprego. Em Bruxelas, Donald Tusk e António Costa reúnem-se. Veja o que vai marcar o dia.

Ministro das Finanças ouvido no Parlamento

Mário Centeno responde esta quarta-feira perante os deputados da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. Em causa está uma audição regimental e no âmbito da apreciação da Conta Geral do Estado 2016, documento que já foi alvo de parecer do Tribunal de Contas e do Conselho Económico e Social.

Administração dos CTT explica situação da empresa

Também o Conselho de Administração dos CTT é hoje ouvido no Parlamento, mas no âmbito da comissão parlamentar de Economia. Em causa está a situação da empresa, que já anunciou despedimentos e encerramento de lojas. Os trabalhadores vão fazer greve no próximo mês.

INE divulga pela primeira vez estimativa rápida do IPC

Pela primeira vez, o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai publicar a estimativa rápida do Índice de Preços no Consumidor (IPC). A divulgação ocorre no final de cada mês de referência — hoje, os dados dizem respeito a janeiro. Pouco depois, é a vez do Eurostat divulgar os dados para a zona euro.

Como evolui o desemprego?

O Eurostat avança dados do desemprego relativos a dezembro. Esta terça-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) indicou que a taxa de desemprego em Portugal caiu para 8,1% em novembro. Os dados para dezembro ainda são provisórios, mas dão conta de um novo recuo, para 7,8%. É este o valor que o Eurostat utiliza no caso de Portugal.

Tusk reúne-se com António Costa

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recebe o primeiro-ministro português, António Costa, para discutir a preparação do Conselho Europeu de fevereiro, o Brexit e a União Económica e Monetária. O encontro decorre em Bruxelas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comprar shoppings está na moda em Portugal. Porquê?

2018 começou com o anúncio de várias aquisições no setor imobiliário. Resultado, muitos centros comerciais mudaram de mãos. Porque é que todos querem ir a jogo?

Portugal está na moda e os centros comerciais não são exceção. Do Sintra Retail Park, Forum Sintra e Forum Montijo ao Albufeira Shopping e ao centro comercial Continente de Portimão, passando pelo Dolce Vita Tejo, todos têm um novo dono em 2018. As imobiliárias, a Sonae Sierra, como um dos grandes vendedores, e a equipa que assessorou a venda do Dolce Vita Tejo, o segundo maior centro comercial do país, explicam o interesse dos investidores e garantem que não tem nada de invulgar.

A azáfama das compras já não se fica apenas pelo interior dos centros comerciais. Agora, os próprios empreendimentos passaram a produto e circulam entre as mãos dos investidores. Só no primeiro mês de 2018, já foi anunciada a venda de seis ativos. O Albufeira Shopping e o centro comercial Continente de Portimão foram vendidos por um fundo da Sonae Sierra ao CA Património Crescente, um fundo gerido pela Square Asset Management. O Sintra Retail Park, o Forum Sintra e o Forum Montijo deixaram o portefólio do Blackstone Group para integrar o do Grupo Auchan. E o maior centro comercial do país, o Dolce Vita Tejo, é agora propriedade da AXA. O Almada Forum deverá ser uma das próximas confirmações, a transitar das mãos do Blackstone Group para o Merlin Properties.

Pouco antes do ano começar, já a Sonae Sierra — através de outro fundo — tinha negociado a venda do Maiashopping e GuimarãeShopping à seguradora Ocidental. Um movimento oposto ao que ocorreu em março: a Sonae Sierra, numa parceria com a CBRE Global Investment Partner, adquiriu o Albufeira Retail Park e o hipermercado Continente do AlgarveShopping, que estavam antes sob a alçada da Sonae RP e um fundo de investimento cotado, o REIT.

Não é um interesse novo. O raro é existirem tantas oportunidades ao mesmo tempo.

Nuno Nunes

Diretor de investimento da CBRE

E a palavra aquisições rima, de facto, com milhões. O Dolce Vita Tejo foi vendido por 230 milhões de euros à AXA Investment Managers. O Sintra Retail Park, o Forum Sintra e o Forum Montijo, chegaram ao grupo Auchan valorizados em 400 milhões de euros. A venda do Albufeira Shopping e o centro comercial Continente de Portimão rendeu à Sonae Sierra 35 milhões, avançou o Jornal de Negócios esta terça-feira. Não há razão nenhuma para falar em valores especulativos”, defende, ao ECO, Paulo Sarmento, partner e diretor de capital markets da Cushman & Wakefield, pois estes “dependem de muita coisa e não são inéditos”.

Para os especialistas, esta corrida aos centros comerciais também não é surpresa. “Não é um interesse novo. O raro é existirem tantas oportunidades ao mesmo tempo”, observa o diretor de investimento da CBRE, Nuno Nunes. E justifica: “Há muita pressão investidora. Os proprietários aproveitaram para reciclar capital“. A Sonae Sierra, um dos grandes vendedores, confirma que a reciclagem de capital tem feito parte da sua estratégia. Vender “ativos maduros e não estratégicos” e adquirir outros “com potencial para criação de valor” de modo a “fazer crescer o seu negócio”, explica ao ECO Manuel Morete, diretor da Área de Investimento e Gestão de Ativos da Sonae Sierra em Portugal.

E este é um daqueles casos em que os últimos têm oportunidade de se tornar o número um. “Portugal chegou tarde a este mercado”, conta Paulo Sarmento. Isto significa que este tipo de imobiliário, em território nacional, está menos explorado do que na restante Europa. “Há muita liquidez e pouco produto para investir”, comenta. A variedade da oferta, colocada no mesmo saco que a subida do rating da dívida soberana nacional, são o pacote ideal para chamar a atenção dos investidores estrangeiros, resume.

Um bom investimento

Portugal é uma referência a nível mundial”, assegura o diretor de capital markets da Cushman & Wakefield, referindo-se à qualidade destes ativos. A prova está na resistência: “em larga escala, sobreviveram à crise”, assinala. E os números são de facto animadores. A força da economia diminui o desemprego e mostra um consumo em crescendo: em 2017, as vendas aumentaram 9%, depois de uma subida de 7% em 2016. “Alguns centros registaram mesmo um aumento de 15% nas vendas”, frisa Nuno Nunes, da CBRE.

Segundo o especialista, os centros comerciais portugueses vendem, em média, mais por metro quadrado que um centro espanhol ou um holandês. Os portugueses assumem-se assim fãs destes estabelecimentos, com 69% a preferi-los em detrimento de outros formatos. Esta é uma percentagem “muito elevada” comparativamente a outros países, acrescenta a consultora imobiliária. Os turistas trazem mais poder de compra et voilà: o cocktail perfeito.

Este é, historicamente, o setor que tem dado mais retornos aos investidores, de longe.

Nuno Nunes

CBRE

Para além de contribuir para a solidez do investimento, o aumento das vendas traz outro “brinde” a quem faz esta aposta. “Quanto mais vendas, mais altas podem ser as rendas“, explica a CBRE. Dado o crescimento das rendas e a valorização dos ativos, “este é, historicamente, o setor que tem dado mais retornos aos investidores, de longe. Mais que os escritórios e a logística”, afirma Nuno Nunes, com base nos dados do indicador da MSCI, que monitoriza a evolução das rentabilidades setor.

As taxas de rentabilidade são variáveis, mas a yield prime é a referência, aplicada ao melhor centro comercial do mercado. Segundo a Cushman & Wakefield, no quarto trimestre de 2017 esta situou-se nos 4,9%. Em teoria, todos os outros centros comerciais serão transacionados a yields mais altas.

O Continente de Portimão, vendido pela Sonae Sierra ao Square Asset Management.

A Sonae Sierra confirma que a fasquia é alta. “Em termos agregados, podemos referir que o portefólio global da Sonae Sierra em Portugal teve um retorno direto de 18,3% ao longo de três anos consecutivos até dezembro de 2016“, explica a empresa. Nota ainda que este desempenho supera a média do mercado em cerca de 3%.

Dolce Vita lembra que nem tudo é doce

A equipa da Cuatrecasas, que assessorou a venda do Dolce Vita Tejo, concorda que este é um setor muito atrativo e com visíveis melhorias. Contudo, a negociação não foi simples e ultrapassou os doze meses. Isto porque, para além de cruzar fronteiras — foi fechada entre a AXA, o britânico Eurofund e o americano Baupost –, incluiu um plano de desenvolvimento que visa a restruturação do centro comercial. José Diogo Horta Osório, sócio coordenador que trabalha em M&A na Cuatrecasas, explica que a restruturação é essencial numa altura em que o e-commerce é cada vez mais uma ameaça. “O comprador considerou este plano um fator importante da transação e fez um investimento significativo para atrair pessoas e consumidores”, relata.

Interior do Dolce Vita Tejo. Fonte: Facebook

Mas há coisas que não mudam. “É importante sublinhar que, regra geral, temos mantido a gestão dos ativos nos quais reduzimos a nossa participação, o que demonstra a confiança dos investidores nas nossas competências de criação de valor para os ativos“, realça a Sonae Sierra. Também no caso do Dolce Vita Tejo, apesar do fundo Baupost ter passado o testemunho à AXA, os britânicos do Eurofund mantiveram-se associados ao novo acionista.

Quem quer comprar?

Segundo Nuno Sá Carvalho, sócio coordenador da área de Direito Imobiliário da mesma sociedade, o facto de o Dolce Vita Tejo contar com um plano, já em fase de implementação, fez com que este não fosse “um processo competitivo à semelhança dos que tivemos de assistir nos média”. Mas assume que, dada a pouca volatilidade destes ativos, é natural que conquistem compradores de perfil mais conservador, como as seguradoras.

"O investimento em ativos imobiliários de qualidade, em conjunto com a uma gestão pró-ativa, que a parceria com a Sonae Sierra proporciona, permite rentabilizar o investimento com um perfil de risco baixo.”

Manuel Morete

Sonae Sierra

Nuno Nunes da CBRE identifica três tipos de investidores. Começa por aqueles que procuram “centros muito bons e muito consolidados, com um pricing muito agressivo”, que é um investimento menos arriscado. Em segundo lugar, operadores como o grupo Auchan, especialistas neste mercado, que olham sobretudo a centros de desempenho médio e esperam melhorá-los com a sua experiência. Por fim, existem ainda os interessados em ativos com má performance, normalmente private equities, que fazem obras e mudam inquilinos para “dar a volta” antes de os vender a um preço muito superior ao da aquisição. A Cushman & Wakefield acredita que este último cenário é o menos provável por agora. “Em 2014/2015 terão sido feitas compras mais oportunistas pois os preços eram mais baixos. Agora seria mais difícil esse tipo de negócios com a quantidade de investidores a querer realizar”, comenta Paulo Sarmento.

A Sonae Sierra adotou outra estratégia para agilizar o reconhecimento dos possíveis investidores. “Temos consolidado um conjunto relevante de parcerias com investidores institucionais“, revela Manuel Morete, tanto “internacionais como locais”. No geral, diz que estão interessados em concretizar um investimento de longo prazo. “O investimento em ativos imobiliários de qualidade, em conjunto com a uma gestão pró-ativa, que a parceria com a Sonae Sierra proporciona, permite rentabilizar o investimento com um perfil de risco baixo”, explica a empresa.

Há mais negócios no carrinho?

“Este é um mercado que há muito tempo desperta e vai continuar a despertar interesse”, diz Paulo Sarmento. Nuno Nunes concorda e avança: “Vão ocorrer pelo menos duas ou três operações deste género já no primeiro semestre“. Já a Sonae Sierra prefere comentar os negócios apenas quando estão concretizados, mas garante que pretende manter o rumo. “É nossa intenção prosseguir a estratégia de realocação de capital e, ao mesmo tempo, continuar a beneficiar deste interesse dos investidores pelo imobiliário de retalho”, diz Manuel Morete.

A tendência é, porém, que o volume de transações diminua. Nuno Nunes revela que, regra geral, “os melhores ativos mantêm-se na posse do comprador pelo menos dez anos. Os que vêm ao mercado com alguma frequência são os piores“, afirma, antes de assinalar o último ano como exceção, dado os vários perfis disponíveis.

Os advogados da Cuatrecasas concordam que a intensidade das aquisições neste setor vai diminuir, num futuro próximo. Acreditam que a aposta dos investidores será, sobretudo, ao nível da reabilitação urbana, onde notam “aquisições muito significativas“, e no setor turístico, no qual “os grupos internacionais estão a ganhar posições no mercado”. Da perspetiva de Paulo Sarmento, escritórios, logística e residencial serão as opções de investimento mais óbvias dentro do imobiliário, mas aponta ainda outras menos convencionais — que podem ir desde a saúde a estabelecimentos para seniores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal tem muita rede, mas fica para trás na velocidade da internet móvel

  • Juliana Nogueira Santos
  • 31 Janeiro 2018

A Open Signal dá conta de melhorias. Até lá, "os consumidores portugueses de 4G terão de se contentar com serviços abrangentes, mas de ligações que não são particularmente rápidas".

Ainda que ganhe pontos na disponibilidade de sinal, a internet móvel em Portugal fica para trás em relação aos outros países da União Europeia no que diz respeito à velocidade. Enquanto por terras nacionais, a média de download utilizando rede de quarta geração fica nos 19,1 megabits por segundo (Mbps), do outro lado da fronteira “baixa-se” a mais de 25 Mbps.

As medições são da Open Signal, uma analista de telecomunicações britânica, que apontou pela primeira vez a sua lupa ao estado das comunicações móveis em Portugal. Num relatório lançado esta segunda-feira com o título “Estado das Redes Móvel: Portugal”, a empresa analisou dados mais de 178 milhões de dados, recolhidos em mais de 18.880 aparelhos espalhados pelo país. No final conseguiu não só medir a velocidade como eleger a operadora mais satisfatória.

Mais disponibilidade, menos rapidez

A Open Signal aponta “boas e más notícias. Enquanto “o smartphone típico utilizado pelos portugueses consegue ligar-se a uma rede 4G em 71,4% das vezes”, um número que se compara à taxa do Reino Unido e ultrapassa França, Alemanha, Irlanda e Itália, a velocidade na capital do país também está em linha com os outros países. “Os operadores melhoraram os seus resultados nacionais com os da capital”, aponta.

Os problemas surgem quando nos afastamos de Lisboa. “Na velocidade 4G, Portugal fica atrás dos seus pares europeus”, com a média a ficar nos 19,1 Mbps. Em França, Irlanda e Reino Unido, a velocidade passa os 20Mbps, enquanto em Espanha atinge os 25 Mbps.

"Os operadores melhoraram os seus resultados nacionais com os da capital.”

Open Signal

Vodafone surge como a melhor operadora

Não podia existir contraste mais forte ente a Vodafone e as suas duas concorrentes na nossa medição de velocidade 4G”, lê-se no relatório. A Vodafone apresente assim uma velocidade média de 33,8 Mbps na rede de quarta geração, que é mais que o dobro da Nos (13,2 Mbps) e da Meo (14,1 Mbps).

"Não podia existir contraste mais forte ente a Vodafone e as suas duas concorrentes na nossa medição de velocidade 4G.”

Open Signal

A Vodafone conquistou a preferência dos analistas da Open Signal em cinco dos seis parâmetros analisados: velocidade de download 4G, velocidade de download 3G, velocidade de download geral, débito em 4G e débito em 3G. Em relação à disponibilidade de sinal, a Nos deu luta, tendo as duas operadoras merecido a medalha.

“À medida que começarmos a ver as atualizações de rede da Meo a serem implementadas, poderemos ver a velocidade média a aumentar significativamente, o que irá empurrar Portugal para os patamares superiores em termos de velocidade”, aponta a Open Signal. “Até lá, os consumidores portugueses de 4G terão de se contentar com serviços abrangentes, mas de ligações (à exceção de um operador) que não são particularmente rápidas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Como vai a união dos EUA? Trump revela pela primeira vez

  • Juliana Nogueira Santos
  • 30 Janeiro 2018

No seu primeiro discurso do Estado da Nação, Trump poderá fechar um capítulo e abrir outro. Mas não sem antes resolver o entrave do financiamento do Governo.

Donald Trump esteve presente na edição de 2018 da reunião anual do Fórum Económico Mundial, em Davos.World Economic Forum / Boris Baldinger

Com o segundo ano de presidência de Trump chega também o primeiro discurso do Estado da União. É tradição que todos os anos — exceto no primeiro do mandato — o presidente dos Estados Unidos se dirija ao Congresso e ao país para dizer em que termos está a união dos 50 estados. Este ano não vai ser exceção.

Este discurso cumpre o requisito expresso na Constituição norte-americana que diz que o presidente “deve, de tempo a tempo, fornecer ao Congresso informações sobre o Estado da União e recomendar à sua consideração as medidas que acha serem necessárias e expedientes“. O protocolo definiu então que, onde se lê “de tempo a tempo”, se deva ler “de ano a ano”.

Assim, o líder da maioria no Congresso tem de convidar formalmente o presidente, através de carta. O presidente aceita e define uma data e um tema. Ficou então definido que esta terça-feira, dia 30 de janeiro, às 21h00 — 02h00 de quarta-feira em Lisboa — Donald Trump falaria sobre “uma América segura, forte e orgulhosa”. E o que significam estas premissas? Tudo aponta para que sejam poucas novidades.

Depois dos impostos vêm as infraestruturas

Na semana passada, na reunião anual do Fórum Económico Mundial, Donald Trump fez questão de sublinhar todos os feitos deste primeiro ano: a reforma fiscal, o crescimento da economia, o desemprego recorde e o rally dos mercados. Deixou ainda aberta a porta ao diálogo com os parceiros comerciais, ao afirmar que a “América primeiro não é a América sozinha”.

É assim expectável que, seguindo as pistas da força e do orgulho, o presidente dirija o discurso pelo mesmo caminho. O plano fiscal será revisitado, os números do emprego serão novamente etiquetados como recordistas e os congressistas republicanos não cessarão os aplausos. Os acordos como o NAFTA e o TPP também não serão esquecidos.

Mas com a reforma fiscal riscada da lista de afazeres escrita quando ainda era candidato às presidenciais de 2016, Trump irá agora concentrar a sua atenção num pacote de investimentos nas infraestruturas de 200 mil milhões de dólares que pode vir a atingir os 1,8 biliões. É aí que se incluem estradas, pontes, aeroportos e o tão famoso muro na fronteira com o México.

Uma América que Trump diz segura passará pelo investimento na segurança nacional, tanto na construção do muro, como na restrição à imigração e aos imigrantes que já estão no país. É aqui que a barreira entre democratas e republicanos se tem constituído. A nuvem da paralisação do Governo por falta de orçamento anual continua a pairar sobre Washingtonainda que tivesse sido soprada por instantes pelo Senado no princípio do mês — e o entrave é ainda o programa de proteção dos Dreamers, os imigrantes ilegais que entraram no país quando eram menores.

Enquanto os liberais querem manter essa proteção, os republicanos preferem canalizar os fundos do DACA para as forças militares ou até para o muro. Espera-se então que Trump pressione o Congresso a tomar uma decisão em relação a este assunto, para que o plano de financiamento federal possa ser concluído, com quase cinco meses de atraso.

E será que é o que os norte-americanos querem ouvir?

E será que as linhas já escritas pelo presidente dos Estados Unidos coincidem com aquilo que os norte-americanos querem ouvir? Uma sondagem feita pelo Politico mostra que Trump acertou em metade. Assim, 59% dos inquiridos querem ouvir o presidente a falar sobre o sistema de saúde, enquanto 58% querem ouvir como o presidente tenciona melhorar a economia e criar mais emprego.

“A nossa sondagem revela que desenvolver a reforma do sistema de saúde é cada vez mais uma prioridade para os eleitores desde o último Estado da União do presidente Barack Obama”, aponta Kyle Dropp, analista da Morning Consult, a agência parceira do Politico. Para trás, os norte-americanos querem que se deixe a pobreza mundial, as alterações climáticas e a imigração ilegal.

Nas casas de apostas, também já se fazem previsões. No Predict It, uma plataforma que encontra na política um campo de apostas, já se ganha mais dinheiro se 42 milhões de pessoas assistirem ao discurso ou se Trump falar da Coreia do Norte. Por outro lado, os apostadores não estão nada seguros que Trump diga “fake news”, “amnistia” ou fale de Barack Obama.

Há também aqueles que nem sequer querem ouvir o presidente ou fazem questão de protestar de qualquer forma. Vários congressistas democratas já admitiram que vão boicotar este discurso em protesto. Outras congressistas afirmaram que vão vestir-se de preto em apoio ao movimento Time’s Up.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Partido Popular Europeu quer levar caso Centeno a plenário

  • ECO
  • 30 Janeiro 2018

Presidentes dos vários grupos políticos do Parlamento Europeu vão debater as “alegações contra o presidente do Eurogrupo” e decidir se levam a polémica dos bilhetes do Benfica a plenário.

A iniciativa partiu do Partido Popular Europeu (PPE) e poderá levar a polémica dos bilhetes do Benfica que envolve Mário Centeno rumo ao Parlamento Europeu. O PPE terá enviado aos restantes grupos parlamentares um email com um pedido de debate sobre “alegações contra o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo”, avança o Expresso (acesso pago).

De acordo com o conteúdo da proposta a que o jornal teve acesso, o objetivo é levar o assunto a plenário na próxima semana. O pedido do PPE deverá agora ser discutido na conferência de presidentes – que reúne os líderes dos vários grupos políticos no Parlamento Europeu – esta quinta-feira. Se houver maioria entre os presidentes, o debate segue para plenário. Caso contrário, não.

Carlos Zorrinho, eurodeputado do PS, reagiu ao expresso classificando a “proposta de agendamento absurda, absolutamente extemporânea“, e acusando o PPE de querer “usar o Parlamento Europeu para denegrir Portugal”. “Confio que a conferência de presidentes considerará este tema inadequado e sem substância para agendamento”, disse ainda Carlos Zorrinho, desvalorizando a possibilidade de o tema rumar ao Parlamento Europeu.

O PSD – que faz parte da bancada do Partido Popular Europeu – já se demarcou da posição do grupo. Paulo Rangel diz que “não existe motivo” – “nem faz sentido” – discutir o tema no Parlamento Europeu. Posições semelhantes tiveram o CDS, o PCP, o Bloco de Esquerda e o Partido da Terra.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.