Decisão inédita em Bruxelas. Comissão Europeia chumba orçamento de Itália

Numa decisão inédita, a Comissão Europeia chumbou o Orçamento do Estado de Itália para o próximo ano. Roma tem agora três semanas para apresentar um novo plano orçamental.

Numa decisão inédita, a Comissão Europeia chumbou o Orçamento do Estado de Itália para o próximo ano. O chumbo foi anunciado esta terça-feira pelo comissário europeu Valdis Dombrovskis, depois de o Governo italiano se ter recusado a alterar os planos orçamentais tal como Bruxelas tinha pedido. Roma tem agora três semanas para apresentar uma nova proposta.

“Hoje, pela primeira vez, a Comissão foi obrigada a pedir a um país da Zona Euro para rever a sua proposta de Orçamento”, disse o vice-presidente da Comissão Europeia em conferência de imprensa.

“Não tivemos outra alternativa senão pedir ao Governo italiano para o fazer. Vamos dar a Itália um máximo de três semanas para fornecer um novo plano de Orçamento para 2019“, acrescentou Dombrovskis.

No mercado de dívida, os juros italianos a 10 anos atingiram o máximo do dia após ter sido conhecida a decisão, subindo sete pontos base para os 3,55%. Também o prémio de risco italiano está a agravar-se face aos juros alemães, refletindo a desconfiança dos investidores em relação ao país. No mercado acionista, o principal índice italiano cede quase 1%.

No comunicado onde fundamenta a sua decisão, a Comissão Europeia diz ter identificado um “incumprimento particularmente grave da recomendação orçamental que foi dirigida a Itália pelo Conselho Europeu de julho deste ano”.

“A Comissão nota também que o plano não está em linha com os compromissos assumidos por Itália no seu programa de estabilidade”, frisa ainda.

Esta segunda-feira, depois de Bruxelas ter pedido a Roma para proceder a alterações naquilo que são as suas metas orçamentais, o ministro da Economia italiano respondeu às preocupações europeias, garantindo que a proposta italiana não iria colocar a estabilidade do país nem da região. Comprometeu-se mesmo a corrigir desvios no défice, mas a promessa não foi suficiente para contrariar os receios europeus.

O governo de coligação, que inclui o populista Movimento Cinco Estrelas e a nacionalista Liga, enviou na semana passada para Bruxelas um plano orçamental que prevê um défice de 2,4% do PIB para 2019. O documento inclui 37 mil milhões de euros de despesas extras e uma redução de impostos, o que deverá elevar o défice a 22 mil milhões de euros — três vezes superior ao assumido pelo anterior executivo. A Itália apresenta também a segunda maior dívida da Europa, cerca de 130% do PIB.

Pierre Moscovici, comissário europeu dos Assuntos Financeiros, considera que estamos perante “um momento sério na história” da União Europeia e encorajou o Governo italiano a enviar o plano orçamental atualizado o mais rapidamente possível.

“A nossa porta está aberta para o Governo italiano. Queremos construir urgentemente um diálogo com as autoridades italianas”, disse o responsável francês.

"Estamos perante um momento sério na nossa história. A nossa porta está aberta para o Governo italiano. Queremos construir urgentemente um diálogo com as autoridades italianas.”

Pierre Moscovici

Comissário Europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros

“Não estamos a falar de uma situação que fica no limbo, estamos a falar de um desvio” na proposta de orçamento de Itália, sublinhou Moscovici. “Itália precisa de continuar os seus esforços para reduzir a dívida. [A dívida] é o inimigo da economia, da economia europeia”, referiu ainda.

No Twitter, Moscovici sublinhou também que a decisão da Comissão Europeu não deve ser recebida com surpresa, já que “a proposta orçamental do Governo italiano representa um desvio claro e intencional dos compromissos tomados pela Itália em julho”.

(Notícia atualizada às 15h14)

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CP prevê condicionamentos nos serviços intercidades e em quatro linhas

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

"Imobilizações prolongadas" de comboios deverão causar condicionamento nos serviços intercidades e nas linhas de Cascais, Oeste, Algarve e Beja, prevê a CP.

A Comboios de Portugal (CP) previu que a oferta esteja condicionada nos serviços intercidades e nas linhas de Cascais, Oeste, Algarve e Beja, até final de outubro, devido a “imobilizações prolongadas” de comboios.

No documento noticiado inicialmente pelo Dinheiro Vivo, no qual o presidente da empresa, Carlos Nogueira responde a várias questões colocadas na sua audição parlamentar de setembro, lê-se que no serviço intercidades há “elevada imobilização prolongada de carruagens por falta de mão de obra da EMEF [oficinas] para reparação das mesmas e de peças de reserva”.

“Para um parque ativo de 102 carruagens existirão, em média, até ao final do mês de outubro, 21 carruagens em imobilização prolongada (21%), o que condiciona a oferta comercial nos períodos de maior procura – fim de semana”, segundo uma resposta do responsável à comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Na linha de Cascais, até ao final do mês, devem estar fora de circulação, em média, quatro unidades de um total de 31 denominadas tecnicamente de UME3150/3250, o que “poderá condicionar pontualmente a oferta comercial nos períodos de hora de ponta”. Nas horas de maior procura, a oferta habitualmente é de 26 unidades.

A justificação neste caso volta a ser a “elevada imobilização prolongada de unidades por falta de mão de obra da EMEF para manutenção e reparação das mesmas e de peças de reserva”.

Já no serviço regional com comboios a diesel, o dirigente da CP previu que, até final do mês, a operação seja afetada nas Linhas do Oeste, Algarve e Beja, já que do parque de 19 UDD 450, em média, quatro unidades estarão em “imobilização prolongada”.

Aquela situação, aliada “às necessidades de manutenção inerentes à vetustez deste parque de material circulante provocará condicionantes relevantes na oferta comercial”, segundo o documento assinado por Carlos Nogueira.

Na origem da situação está, novamente, a falta de funcionários na EMEF, mas prevê-se “alguma melhoria nos índices de regularidade inerentes a esta oferta comercial até fina do ano”.

Nestas respostas dirigidas aos deputados, o responsável da CP indicou que o material circulante imobilizado existe porque “não é necessário para o serviço comercial” ou porque “estão em manutenção preventiva planeada de maior ou menor duração porque estão pendentes de reparação por acidente/vandalismo ou por avaria”.

No mesmo documento, o dirigente previu que a fatura este ano seja de 50 mil euros em termos de indemnizações a clientes por perturbações na operação, face a valores apurados no primeiro semestre quanto a reclamações e pedidos tratados.

Acerca da fraude, a CP admitiu que a taxa tem “especial incidência nos serviços urbanos, sendo na ordem dos 10%”.

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Centeno enviou para Bruxelas Orçamento com mais medidas para baixar défice, revela UTAO

A UTAO detectou uma discrepância nas novas medidas previstas para 2019 subjacentes à proposta de Orçamento que foi para o Parlamento e nos planos orçamentais que foram enviados para Bruxelas.

Os planos orçamentais que o Governo enviou para a Comissão Europeia pressupõem que o conjunto de novas medidas a adotar no próximo ano baixam o défice num valor 2,6 vezes superior ao previsto na proposta de Orçamento do Estado (OE) que foi entregue no Parlamento a 15 de outubro. Esta divergência é salientada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) no relatório de análise do OE2019 e é uma das explicações para os técnicos da Assembleia apontarem para um défice maior do que os 0,2% do PIB fixados como meta para o próximo ano.

“A UTAO tem dúvidas sobre o valor das medidas de política discricionárias consideradas pelo Ministério das Finanças nas projeções para 2019 e não incluídas no cenário orçamental de políticas invariantes. A dúvida resulta do facto de a UTAO ter encontrado medidas diferentes e com valores totais diferentes em duas comunicações do Ministério das Finanças: Projeto de Plano Orçamental para 2019 e resposta a um pedido de informação da UTAO”, explicam os técnicos.

A UTAO refere-se depois à tabela 12 do Projeto de Plano Orçamental, enviado à Comissão Europeia a 16 de outubro, que considera que “as medidas discricionárias não incluídas no cenário de políticas invariantes produzem um efeito de melhoria sobre o saldo orçamental equivalente a 0,39% do PIB. Já a informação detalhada disponibilizada à UTAO aponta, por sua vez, para um impacto menor, na ordem dos 0,15% do PIB”.

Isto significa que o pacote de novas medidas assumido perante Bruxelas é reforçado face ao que está na base do Orçamento do Estado, que foi entregue no Parlamento e que resultou de informação nova enviada pelas Finanças à UTAO.

Os técnicos que prestam apoio aos deputados da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças elaboraram uma tabela onde comparam as duas versões.

No documento enviado à Comissão Europeia, “encontram-se incluídos no agregado da receita os montantes a receber em 2019 de fundos estruturais no âmbito do Portugal 2020 e não são indicadas medidas de redução de receita, como IRC do Interior, IRC PME, alargamento do limite da DLRR e redução à taxa reduzida de IVA na eletricidade, gás natural e na área da Cultura”. “Paralelamente, com impacto no aumento da despesa, não são identificadas as medidas relacionadas com a aposentação de trabalhadores com longas carreiras contributivas e alterações referente ao Rendimento Social de Inserção e ao Abono de Família”.

A UTAO explica ainda que nas medidas subjacentes à proposta de Orçamento que foi entregue ao Parlamento não considerou algumas das medidas que o Governo incluiu no quadro de medidas de política orçamental por resultarem de legislação já aprovada antes.

“As medidas de política orçamental cujo impacto não foi considerado devido ao facto de transitarem de anos anteriores, que foram legisladas e incluídas no cenário de políticas invariantes apresentado no Programa de Estabilidade 2018-22, correspondem ao fim da sobretaxa de IRS no montante de 144 milhões de euros, ao efeito líquido do descongelamento de carreiras de 274,4 milhões de euros, à verba prevista de 155 milhões de euros decorrente a alteração de escalões de IRS e ao montante de 51,7 milhões de euros respeitante ao aumento extraordinário de pensões.”

Perante estas divergências, os técnicos do Parlamento optaram por não validar a contribuição das medidas para o ajustamento do saldo estrutural planeado pelo Governo. O conjunto de reservas da UTAO atira o défice para 0,5% e não admite avanços na consolidação estrutural.

O Ministério das Finanças enviou esta manhã um esclarecimento sobre um dos aspetos das reservas da UTAO relacionado com os tetos de despesa aprovados pelo Parlamento e a despesa que é considerada no momento da execução.

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Costa afirma que Portugal 2020 tem mais cinco mil milhões para investimento

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

António Costa garantiu, esta terça, que há mais cinco mil milhões de euros para investimento, no âmbito do Portugal 2020. "Queremos que invistam acima de tudo no interior", sublinhou.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, esta terça-feira, que no ano passado houve um aumento do investimento privado no país de 9% e adiantou que na reprogramação do Portugal 2020 há mais cinco mil milhões de euros para investimento.

“No ano passado o aumento do investimento privado no país foi de 9%. Ao Estado compete criar melhores condições para que se possa investir… Hoje, chegaram quatro mil milhões de euros para que possam investir”, afirmou António Costa, em Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, onde inaugurou a empresa Roclayer.

O primeiro-ministro sublinhou que é necessário cada vez mais que as autarquias compreendam que, satisfeitas as necessidades básicas das populações, a grande prioridade é mobilizarem-se para o desenvolvimento económico e social.

“Na reprogramação do Portugal 2020 há mais cinco mil milhões de euros para que as empresas possam continuar a investir. Queremos que invistam acima de tudo no interior. E, desses cinco mil milhões de euros, 1.700 milhões só podem ser utilizados por empresas que invistam no interior”, afirmou.

O chefe do Governo sublinhou que é essencial e prioritário criar mais e melhores condições para que as empresas possam investir no Interior e adiantou que o Orçamento de Estado para 2019 cria novas condições para que isso possa acontecer. “Só criando emprego fixamos população. As infraestruturas são essenciais, mas se não houver emprego de qualidade, não conseguimos dar a volta”, frisou. Costa realçou que são necessários mais recursos, que estão disponíveis para aproveitar no Interior com todo o seu potencial.

Já sobre o investimento da empresa Roclayer, o primeiro-ministro felicitou o empresário e administrador Simão Rocha e a Câmara de Vila Velha de Ródão. “Este investimento só é possível graças à existência de um empreendedor que acredita e que investe no Interior”, concluiu.

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Centeno mantém meta de défice em 0,2% apesar das reservas da UTAO

Os técnicos do Parlamento lançaram dúvidas sobre a meta do défice para 2019. Horas antes de ir à Assembleia, Centeno faz saber que usou o mesmo ajustamento que em 2018.

O Ministério das Finanças mantém a meta de défice em 0,2% do PIB no próximo ano, apesar das reservas manifestadas pelos técnicos do Parlamento que apontam para um défice de 0,5% do PIB.

“O Orçamento do Estado estipula em cada ano os limites máximos de despesa e que são autorizados no mapa da Lei. Tal como é efetuado todos os anos, estes limites legais são utilizados para uma outra análise, que consiste em fazer uma estimativa da execução da despesa. Deste ponto de vista, o ajustamento feito em 2019 é igual ao que foi feito em 2018, e semelhante ao que tem sido prática em todos os Orçamentos do Estado“, explica o ministério de Mário Centeno, num esclarecimento enviado à comunicação social.

“O valor desta estimativa serve de ponto de partida para a determinação da estimativa do saldo orçamental das Administrações Públicas em Contabilidade Nacional (a metodologia relevante para a estimativa do valor do saldo orçamental segundo o Sistema Europeu de Contas) e que em 2019 se estima em -0,2% do PIB“, acrescenta o ministério.

“O Ministério das Finanças reitera que este é um procedimento normal na definição do objetivo de política orçamental para o saldo das Administrações Públicas em cada ano e que as estimativas apresentadas são consistentes com o enquadramento legal e com as prioridades políticas definidas no relatório do Orçamento do Estado.”

O esclarecimento foi enviado depois de na segunda-feira à noite ser conhecido o relatório da UTAO que dá conta de um conjunto de reservas ao Orçamento do Estado e aponta para um défice de 0,5% do PIB e não de 0,2%.

Quanto à compatibilidade entre o saldo global e o saldo orçamental, a UTAO vê uma discrepância significativa entre aquele que considera ser, de facto, o valor do saldo orçamental, e aquele que é apresentado pelo Governo. Segundo os cálculos da UTAO, o “saldo orçamental compatível com o saldo global constante dos mapas da proposta de lei e o valor dos ajustamentos é de -975 milhões de euros, e não os -385 milhões que o relatório do Ministério das Finanças apresenta”. Há, assim, “uma discrepância de 590 milhões de euros, ou 0,3% do PIB”.

O ministro das Finanças está esta terça-feira, a partir das 15 horas no Parlamento, a apresentar o OE2019 aos deputados.

O Bloco de Esquerda, pela voz da líder Catarina Martins, defendeu esta terça-feira, em declarações transmitidas pela RTP3, que o Governo tem de dar a “garantia de que [o OE] vai ser executado” e quer explicações sobre o défice.

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Netinvoice está para as faturas como a Uber para o transporte

A startup vai desenvolver soluções tecnologicamente inovadoras que façam a ligação, ao nível das empresas de pequena dimensão, entre a necessidade de liquidez e a vontade de retorno dos investidores.

Acreditando que as pequenas empresas são, hoje em dia, mais bem geridas do que há uns anos e que são, no geral, “fantásticas”, a Netinvoice surge a pensar nas micro, pequenas e médias empresas (PME). O objetivo é — conscientes também que estes organismos precisam de financiamento a curto prazo e que o Estado lhes aparece como um obstáculo — ajudá-los a desenvolverem-se, afastando o endividamento.

A startup quer criar soluções tecnologicamente inovadoras que façam a ligação, ao nível das empresas de pequena dimensão, entre a liquidez e o retorno. Ou seja, entre a necessidade de liquidez que as pequenas empresas têm e a vontade de retorno dos investidores.

Com uma forte aposta na plataforma tecnológica, António Varela, o fundador da startup, quer “fazer com a Netinvoice nas faturas aquilo que a Uber fez no que diz respeito ao transporte”.

“Quem está com dívidas não tem poder de negociação, portanto, tem menos poder de propostas aos clientes. Atualmente, as empresas não conseguem crescer por causa disto, têm o dinheiro bloqueado em faturas”, explica António Varela, fundador da Netinvoice e ex-administrador do Banco de Portugal (BdP), durante a conferência de imprensa de apresentação do seu mais recente projeto.

A palavra-chave neste processo é precisamente “faturas”. A startup pensada pelo ex-administrador do BdP é 100% portuguesa e destina-se à transação de faturas, entre pequenas e médias empresas (PME) — que as vendem — e investidores profissionais — que as compram. O propósito é, desta forma, antecipar liquidez, otimizar a tesouraria e, em última instância, fazer com que as empresas possam investir e crescer. “Passar do ciclo vicioso de tesouraria para o ciclo virtuoso de crescimento”, sintetiza.

"Passar do ciclo vicioso de tesouraria para o ciclo virtuoso de crescimento.”

António Varela

Fundador da Netinvoice

A principal vantagem para as empresas — que têm faturas por receber — de se registarem na Netinvoice passa pela rapidez com que podem receber o montante em dívida. Mais precisamente, 90% no momento e os restantes 10% numa fase posterior. “Esta divisão serve apenas para assegurar o alinhamento de interesses [entre as partes] para que o dinheiro seja devolvido”, explica o ex-administrador do Banco de Portugal.

Além destas, existem outros fatores que a Netinvoice considera jogarem a seu favor. Este serviço não tem necessidade de fidelização, a fatura não tem um valor mínimo, a transação é um processo rápido e, graças à plataforma mobile, é possível aceder em qualquer lugar, a qualquer momento.

Mas como tudo isto funciona? Passo-a-passo

Tudo acontece online. A Netinvoice é uma plataforma exclusivamente digital, que “pertence plenamente ao século XXI”.

  1. Primeiro, as empresas interessadas têm de se registar através do site da Netinvoice, que apesar de só ser lançado oficialmente na próxima sexta-feira, já está a funcionar desde o início de setembro. Este processo, de registar uma fatura, demora menos de quatro minutos;
  2. A Netinvoice verifica, eletronicamente, a fatura e, caso a mesma esteja correta, submete-a ao cliente;
  3. Uma vez que o cliente diga que a fatura é, de facto, válida, é feita a análise e score para avaliar o risco e é transmitido ao comprador;
  4. Por sua vez, o comprador, com base nessa informação, faz uma oferta de compra;
  5. O sistema confirma todas as ofertas feitas no mercado e o investidor que tiver feito a oferta mais elevada é o que vai comprar a fatura.

Nos momentos seguintes, o comprador envia o dinheiro corresponde à fatura para a Netinvoice e esta dá o dinheiro à empresa, que não tem mais de pensar nessa fatura. “A fatura passou a ser de outra entidade”, explica. Quanto o devedor pagar a fatura, já não vai pagar àquela empresa, mais sim à Netinvoice, que a vai pagar ao investidor.

No meio deste processo, a startup vai cobrar uma comissão a cada uma das partes, que anda à volta de 1% e 1,95%.

“O que seria meramente uma espera da empresa que o cliente que pagasse, é substituída por uma venda imediata e é o investidor que vai fazer esse financiamento, através da compra desse compasso de espera”, diz.

“A natureza do mercado financeiro vai mudar”

António Varela considera que as fintech estão já a mudar a forma como nos relacionamos com o dinheiro. “A natureza do mercado financeiro vai mudar e aquilo que a Netinvoice pretende é ser uma das primeiras empresas a fazer, de facto, essa revolução”, explica.

A nossa vocação não é tirar o negócio aos bancos. A nossa vocação é permitir fazer negócios que não podiam ser feitos até à data”, disse Varela, acrescentando que o Banco CTT é o principal parceiro. Além disso, “qualquer banco pode ser investidor”. A ideia é mostrar que há negócios complementares à atividade bancária.

Com um investimento que ronda até agora um milhão de euros, a equipa da Netinvoice está convencida que se trata de um negócio inovador, com potencial e um mercado enorme. A próxima paragem é, agora, no Web Summit, onde a startup portuguesa vai marcar presença.

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PCP decide no domingo sentido de voto do Orçamento

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

O Comité Central do PCP vai decidir este domingo se, na generalidade, votará a favor ou não do Orçamento do Estado para 2019. A concretizar-se, será o quarto voto seguido favorável.

O Comité Central do PCP, órgão dirigente alargado entre congressos, reúne-se no domingo, em Lisboa, devendo confirmar um inédito quarto voto seguido favorável, na generalidade, ao Orçamento do Estado para 2019.

Fonte comunista disse à agência Lusa que os cerca de 150 membros da estrutura estão convocados a partir das 11h00 para discutirem “a situação política e social do país” e “as tarefas do partido”.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, vai protagonizar a conferência de imprensa de apresentação de conclusões, ao final da tarde, na sede nacional da rua Soeiro Pereira Gomes.

O PCP é o único partido da maioria de esquerda com posições conjuntas que viabilizaram o Governo do PS que ainda não assumiu o voto favorável à proposta de OE2019, o quarto e último da legislatura.

BE e PEV já se declararam a favor do documento, o qual foi negociado pelo executivo socialista com cada uma daquelas forças políticas, bilateralmente, e também com o PAN.

A reunião de domingo vai ser o terceiro encontro do género do ano de 2018, após eventos semelhantes do Comité Central comunista em janeiro e em junho.

O debate e votação na generalidade do OE2019 realiza-se nas próximas segunda e terça-feira, no parlamento, e a sua votação final global, após o período de discussão na especialidade, com possibilidade de introdução de alterações por todos os partidos, está agendada para 29 de novembro.

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Bancos antecipam redução da procura no crédito da casa e aumento no crédito ao consumo no final do ano

Os bancos portugueses estão à espera de uma redução da procura de crédito à habitação no final do ano, enquanto a procura de crédito com fins de consumo deverá aumentar.

Os bancos portugueses estão à espera de uma redução da procura de crédito à habitação no final do ano, enquanto a procura de crédito para fins de consumo deverá aumentar, revela o Banco de Portugal.

Segundo o inquérito aos principais bancos nacionais sobre o mercado de crédito, embora se preveja uma estabilização da procura de crédito por parte das empresas no quarto trimestre do ano, as famílias portuguesas deverão procurar menos crédito para aquisição de casa e mais crédito para compra de bens e serviços de consumo, como eletrodomésticos, automóveis ou férias no período que coincide com a quadra natalícia.

“Para o quarto trimestre de 2018, a maioria das instituições participantes não antecipa alterações na procura de empréstimos por parte de empresas”, revela o banco central no relatório divulgado esta terça-feira. “No segmento dos particulares, um banco considera que a procura de crédito à habitação irá diminuir consideravelmente e outro banco considera que irá apenas diminuir ligeiramente. Relativamente ao crédito ao consumo, um banco antevê uma diminuição na procura e outros dois bancos anteveem um aumento”, detalha ainda.

Não são adiantadas quaisquer justificações para a evolução do comportamento da procura do mercado no final do ano, embora os bancos inquiridos estejam a prever uma restrição dos critérios de aprovação nos empréstimos aos particulares, depois de o Banco de Portugal ter imposto regras mais apertadas na concessão de crédito a partir de julho. Entre outras medidas, a autoridade bancária impôs limites no montante do empréstimo face ao valor do imóvel e limites nas maturidades dos contratos à habitação para um máximo 40 anos.

Foi por causa destas medidas, de resto, que os bancos indicaram “maior restritividade no crédito a particulares” durante o trimestre passado. A maioria das instituições reportou critérios de aprovação de empréstimos às famílias mais apertados, “tanto no crédito à habitação como no crédito ao consumo”.

Ainda assim, tais restrições pouco se fizeram sentir na procura de crédito para compra de casa, com a maioria dos bancos a reportar um aumento da procura neste segmento de crédito, enquanto o segmento do consumo registou uma evolução estável.

(Notícia atualizada às 13h39)

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

O PS pediu para adiar a votação do pacote do arrendamento, um requerimento rejeitado por Bloco e PCP e que levou Helena Roseta a renunciar à coordenação do grupo de trabalho da habitação.

Portugal teve o maior défice orçamental (-2,7% do PIB) no segundo trimestre do ano entre os 22 Estados-membros para os quais há dados disponíveis, segundo dados divulgados, esta terça-feira, pelo Eurostat. Quanto à dívida pública, Portugal manteve a terceira maior da União Europeia.

De acordo com o Banco de Portugal, entre julho e setembro deste ano, desembolsaram mais de mil milhões de euros com os respetivos cartões bancários nas viagens para fora de Portugal. Ou seja, mais 24% face ao verificado no verão do ano passado.

Governo adia para final de 2019 apuramento do impacto da redução de propinas nas contas do Estado. Ministério de Manuel Heitor disponível para ajustar legislação e evitar queda do número de bolseiros.

Dia negro nos mercados de capitais. A forte queda dos mercados asiáticos, a tensão por causa da Arábia Saudita e o Dia D para o Orçamento italiano estão a pesar no sentimento dos investidores, arrasando as bolsas europeias.

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PE aprova 4,7 ME para ajudar desempregados do setor têxtil e jovens em Portugal

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

PE aprovou verba para apoiar a reintegração no mercado de trabalho de 730 trabalhadores despedidos pelo grupo Ricon e pela Têxtil Gramax Internacional, bem como para suportar jovens inativos.

O Parlamento Europeu aprovou, esta terça-feira, a mobilização de cerca de 4,7 milhões de euros para Portugal, através do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização, para ajudar ex-trabalhadores do setor têxtil e jovens a encontrar emprego.

O relatório do eurodeputado português José Manuel Fernandes (PSD) foi aprovado, em sessão plenária em Estrasburgo, com 575 votos a favor, 77 contra e oito abstenções.

A verba destina-se a apoiar a reintegração no mercado de trabalho de 730 trabalhadores despedidos por duas empresas do setor do vestuário (grupo Ricon e Têxtil Gramax Internacional), e a apoiar 730 jovens, com menos de 30 anos, que não trabalham, não estudam, nem seguem qualquer formação, ascendendo assim o número total de beneficiários visados a 1.460.

José Manuel Fernandes vincou que este montante deve ter como destino os jovens e os desempregados e não deve ser “desviado para financiar despesas correntes que devem ser assumidas pelo Orçamento do Estado”.

“A mobilização de 4,655 milhões de euros é uma prova concreta da solidariedade da União Europeia. Este valor vai servir para melhorar o nível de qualificação e o desenvolvimento de competências das centenas de desempregados e de jovens inativos, respondendo assim às exigências e desafios do mercado de trabalho”, considerou.

Portugal apresentou a candidatura ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) em 24 de abril deste ano, na sequência de despedimentos na indústria do vestuário nas regiões Norte, Centro e Lisboa.

Dos 1.161 trabalhadores despedidos (709 do grupo Ricon e 452 da Gramax, ex-Triumph), prevê-se que 730 venham a participar nas ações propostas, que incluem formação e reconversão, promoção do empreendedorismo e subsídios.

As autoridades portuguesas sustentaram que os despedimentos estão relacionados com importantes mudanças estruturais nos padrões do comércio mundial devido à globalização, em especial à liberalização do comércio de produtos têxteis e de vestuário, após o termo do Acordo Multifibras da Organização Mundial do Comércio (OMC), no final de 2004, o que provocou mudanças radicais na estrutura do comércio mundial.

Em resposta à candidatura portuguesa, a Comissão Europeia propôs, em 10 de setembro, a mobilização de cerca de 4,7 milhões de euros do FEG, aprovada em plenário esta quarta-feira.

O Tribunal de Vila Nova de Famalicão decretou em 31 de janeiro a insolvência do grupo Ricon, que detinha as lojas da Gant em Portugal, composto por oito empresas, deixando cerca de 800 trabalhadores no desemprego.

A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, concelho de Loures, que foi adquirida em setembro de 2016 pela Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço.

Contudo, em 24 de janeiro deste ano a fábrica de Loures, que produzia roupa interior, foi encerrada e a TGI decretada insolvente, situação que levou ao despedimento coletivo de quase 500 trabalhadores, maioritariamente mulheres.

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Youtube investe 20 milhões de dólares em conteúdo educativo

O Youtube quer apostar na vertente educativa da plataforma de vídeos, e por isso vai investir nos criadores deste conteúdo. O investimento inclui também parcerias com instituições, e conferências.

Fazer o nó da gravata, cozinhar arroz ou atirar dardos, são tudo coisas que se pode aprender a fazer no Youtube. A plataforma de vídeos quer destacar a componente educativa do site, e, por isso, vai investir 20 milhões de dólares em iniciativas como bolsas para youtubers e a criação de novos canais e vídeos.

A empresa tinha já demonstrado interesse em investir nesta área, ao anunciar o YouTube Learning em junho. Agora, decidiram investir 20 milhões de dólares para expandir a iniciativa, escreve a CNN Business (acesso livre/conteúdo em inglês). Com este dinheiro, a plataforma vai investir nos canais e criadores de conteúdo educativo, realizar parcerias com instituições e desenvolver outros recursos e eventos para potenciar a área.

A primeira ronda de investimento já está completa, e envolveu nomes como a TED-Ed, cujo canal disponibiliza vídeos com lições sobre os mais variados temas, e o “Crash Course”, dos irmãos John e Hank Green. Para a nova ronda, os youtubers interessados podem candidatar-se até 30 de novembro, e os escolhidos serão conhecidos cerca de dois meses depois, a 31 de janeiro do próximo ano. Os canais devem preencher alguns requisitos como ter, pelo menos, 25 mil subscritores. Os valores das bolsas não foram revelados.

Um veterano de guerra, que passava as noites no posto a ver vídeos para aprender trigonometria e que acabou por se tornar um físico, é o exemplo dado pelo Youtube do tipo de impacto que querem ter com esta iniciativa. “Podemos prometer que qualquer pessoa que queira aprender e ensinar vai ter mais oportunidades para o fazer no Youtube“, diz Malik Ducard, que chefia a área de educação na empresa, num post no blog da Google, onde anunciam as medidas do Youtube Learning.

Está ainda nos planos lançar um canal, chamado Learning, com parcerias com instituições como a Goodwill e a Year Up, que vão curar listas de vídeos que expliquem ou ensinem habilidades importantes para o desenvolvimento da carreira profissional. E uma série de vídeos apelidada de “YouTube Originals”, em conjunto com a Vox Entertainment, onde respondem a perguntas dos utilizadores.

Também as conferências EduCon, que eram já realizadas nas Américas e que juntam os criadores de conteúdo que se dedicam a vídeos educativos, vão chegar a Europa e a Ásia. A estreia europeia será no Reino Unido, em fevereiro do próximo ano.

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Lisboa pode alargar zonas de contenção de alojamento local à Baixa, Graça, Ajuda e grandes avenidas

Zonas da Baixa, Avenida da Liberdade, Avenida da República, Avenida Almirante Reis, Graça, Colina de Santana, Ajuda, Lapa e Estrela vão estar sob monitorização da câmara.

A Câmara Municipal de Lisboa vota, na quinta-feira, uma proposta do executivo de Fernando Medina para suspender a autorização de novos registos de alojamento local em algumas das zonas mais pressionadas da cidade. Bairro Alto, Madragoa, Castelo, Alfama e Mouraria são, para já, os bairros onde, durante um ano, não serão emitidas novas licenças para a exploração de alojamentos locais. Mas as chamadas áreas de contenção poderão vir a ser alargadas. Baixa, Graça e Ajuda são algumas das zonas que estarão sob monitorização mais apertada da Câmara de Lisboa.

As zonas onde a suspensão de autorização de novos registos será proposta de imediato pela Câmara são aquelas onde se “considera estar em risco o limiar mínimo do uso habitacional”, explicita o “Estudo Urbanístico do Turismo em Lisboa”, divulgado, esta segunda-feira, pela autarquia.

Esse é o caso do Bairro Alto, Madragoa, Castelo, Alfama e Mouraria, zonas onde mais de um quarto dos alojamentos familiares clássicos existentes estão a ser utilizados como alojamento local. No Bairro Alto e Madragoa, 27% das casas são alojamento local, enquanto nos bairros do Castelo, Alfama e Mouraria este rácio sobe para 29%.

Mas a câmara também vai manter sob monitorização as zonas “onde se verifica a existência de fortes fatores de pressão ao uso habitacional”. Esse é o caso das zonas da Baixa, Avenida da Liberdade, Avenida da República, Avenida Almirante Reis, Graça, Colina de Santana, Ajuda, Lapa e Estrela.

Significa isto que, a agravar-se a pressão turística nestas zonas, a câmara estará pronta para suspender a atribuição de novas licenças de alojamento também nestas áreas.

É isto, aliás, que defende o Bloco de Esquerda, que já confirmou ao ECO que irá votar a favor da proposta do executivo de Medina, permitindo que seja aprovada, mas que também exige o alargamento das zonas de contenção, proposta que irá apresentar. “Sendo uma proposta positiva e um avanço, o Bloco considera que deveriam ser abrangidas mais áreas da cidade, onde existe um número de alojamento local que coloca em risco o direito à habitação. Por exemplo, não se entende que uma zona como a Baixa não esteja já incluída nesta limitação. A medida vem tarde, mas até agora não foi competência da CML. Agora que temos oportunidade de atuar, entendemos que a medida deve agir também preventivamente, de modo a evitar saturação de outros bairros lisboetas”, dizem os bloquistas.

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