Produção automóvel em Portugal quase duplica para 154 mil à boleia do T-Roc

A Autoeuropa, com o fabrico do T-Roc, tem sido o principal impulsionador da produção automóvel no mercado nacional.

Foram produzidos em território nacional quase 155 mil automóveis nos primeiros seis meses do ano, de acordo com os dados da Associação Do Comércio Automóvel De Portugal (ACAP). Praticamente duplicou o número de veículos que saíram das fábricas nacionais, um crescimento explicado essencialmente por causa do T-Roc, da Volkswagen.

Desde o início do ano que a “produção automóvel nacional tem vindo a apresentar uma taxa de crescimento homólogo acima dos três dígitos”, lê-se no comunicado enviado às redações. Em junho, foram produzidos no país 27.467 automóveis, representando um crescimento de 104,7% face a junho do ano passado, elevando ainda mais o total da produção na primeira metade do ano.

Analisando o total produzido no primeiro semestre do ano, verificou-se uma crescimento de 89,3% na produção de automóveis nas fábricas nacionais, o correspondente a 154.045 unidades fabricadas. No mesmo período do ano passado o número estava bem aquém da fasquia das 100 mil unidades. A explicação está no T-Roc.

A contribuir de forma bastante significativa para a produção automóvel nacional esteve a Autoeuropa, com o fabrico do SUV compacto da Volkswagen, uma vez que representam mais de metade da produção nacional, de acordo com os dados da ACAP. Perante a crescente procura por este modelo, a fábrica de Palmela reforçou a produção deste modelo para dois veículos por hora.

Este crescimento da produção deverá, contudo, ressentir-se nos próximos meses. Em agosto, é de esperar que a produção seja afetada pela paragem de três semanas na laboração por causa da adaptação às novas normas de mediação do consumo e das emissões poluentes (WLTP). “O impacto identificado, neste momento, na Volkswagen Autoeuropa confirma a necessidade de alterar o calendário de férias”, revelou a fábrica.

A norma Worldwide harmonized Light vehicles Test Procedure (WLTP) vai conferir aos automóveis valores de consumo e de emissões poluentes mais realistas, o que terá como resultado um agravamento dos preços dos veículos. Ainda assim, a empresa alemã garante que a produção prevista para este ano de 240 mil carros não vai ser afetada, devido à criação de novos turnos e do trabalho ao domingo logo após as férias de verão.

Quase todos os veículos produzidos no país, seja o T-Roc, sejam as carrinhas da Opel e PSA, são exportados (96,9%), mantendo-se a Europa como principal mercado externo (91,4%), a ser liderado pela Alemanha (20,9%), França (14,7%), Espanha (11,6%) e Itália (10,6%). Em segundo está o mercado asiático, com a China a liderar (2,9%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CMEC: Jorge Vasconcelos diz que regulador foi alvo de “ataques orquestrados”

  • Lusa
  • 11 Julho 2018

O antigo presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos disse, esta quarta-feira, que considera que o parecer ao decreto-lei que criou em 2004 foi a causa dos ataques

O antigo presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Jorge Vasconcelos, afirmou esta quarta-feira no parlamento que o regulador foi alvo de “ataques orquestrados” por causa do parecer ao decreto-lei que criou, em 2004, os contratos designados CMEC.

Em audição na comissão de inquérito às rendas da energia, Jorge Vasconcelos, que foi presidente do Conselho de Administração da ERSE durante dez anos, entre 1996 e 2006, disse que “várias vezes, aqui [no parlamento] e em várias conferências” alertou para “os impactos negativos e amplamente previsíveis” da substituição dos CAE (Custos de Aquisição de Energia) pelos CMEC (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual).

“Basta ler a imprensa da época para ver os ataques orquestrados à ERSE por causa deste parecer”, declarou o antigo presidente da do regulador da energia, na sua intervenção inicial.

Enquanto presidente da ERSE, Jorge Vasconcelos acompanhou o processo de cessação dos CAE e a criação de medidas compensatórias, os CMEC, tendo considerado que o projeto de decreto-lei suscita “numerosos problemas que devem ser cuidadosamente ponderados”.

Num parecer enviado ao parlamento, a que a Lusa teve acesso, o regulador alertava para que o mecanismo dos CMEC iria distorcer “a concorrência no mercado grossista de energia elétrica com consequências negativas ao nível dos preços e da segurança de abastecimento”, e aumentar “a receita dos produtores vinculados e da entidade concessionária da RNT [rede nacional de transporte] face à situação atualmente existente (CAE) à custa dos consumidores”.

“O sobrecusto a suportar pelos consumidores será, no mínimo, de 7,5%, podendo ser substancialmente superior, em função de decisões discricionárias que serão tomadas posteriormente à entrada em vigor do decreto-lei”, realçou a ERSE.

O regulador adiantava ainda que, “relativamente à situação atualmente configurada nos CAE, promove a descida do preço médio das tarifas a clientes finais a pagar pelos consumidores atualmente abastecidos pelo SEP [sistema elétrico de serviço público], até 2010, e o aumento, de 2011 até 2027, através de uma simples solução de engenharia financeira”.

“Apesar de proporcionar à maioria dos clientes atualmente abastecidos pelo SEP uma descida tarifária no curto prazo – à custa de aumentos posteriores – provoca variações de grande amplitude da fatura de energia elétrica de um grande número de clientes. Apenas dois exemplos: 10% dos clientes de MAT e AT [média e alta tensão e alta tensão] terão aumentos superiores a 35%; os clientes domésticos de menores consumos terão aumentos de dois dígitos”, segundo o mesmo parecer.

Um ano depois, na avaliação à aplicação do decreto-lei 240/2004, que criou os CMEC, a ERSE repete os alertas sobre o regime que vai abranger apenas a EDP, tendo-se mantido dois CAE – Turbogás e Tejo Energia –, que são geridos pela REN Trading.

São atualmente abrangidos pelo regime dos CMEC 16 centrais hídricas da EDP, cujos contratos terminarão faseadamente até 2027 (Alto Lindoso, Touvedo, Venda Nova, Vilarinho das Furnas, Pocinho, Valeira, Vilar-Tabuaço, Régua, Carrapatelo, Torrão, Crestuma-Lever, Caldeirão, Aguieira, Raiva, Pracana, Fratel).

Em 2006, Jorge Vasconcelos demitiu-se e foi substituído na presidência da ERSE por Vítor Santos, que irá ao parlamento na próxima semana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ronaldo entra em campo na Juventus, trabalhadores da Fiat fazem greve

  • ECO
  • 11 Julho 2018

Um dia após estar confirmada a contratação do avançado português pelo Juventus, os trabalhadores da Fiat avançaram mesmo para uma greve, motivada pelos milhões gastos pela empresa neste negócio.

Se a contratação de Cristiano Ronaldo significa, por um lado, motivo de celebração para os fãs da Juventus, está a motivar indignação por parte dos trabalhadores da Fiat, empresa da família Agnelli, que é a dona do clube. Perante os milhões da contratação, mas também do salário do internacional português, decidiram avançar para uma greve.

“Não é aceitável que os trabalhadores continuem a fazer enormes sacrifícios económicos, enquanto a companhia gasta milhões de euros num jogador”, pode ler-se no comunicado do sindicato dos trabalhadores da Fiat. “É normal uma pessoa ganhar milhões, enquanto milhares de famílias a meio do mês já não têm quase dinheiro? Somos todos empregados como o dono e esta diferença de tratamento não pode continuar”.

Os trabalhadores da Fiat ficaram revoltados com os gastos suportados pela marca de automóveis de Turim na compra do passe do internacional português. O sindicado considera que a empresa deveria de colocar os interesses dos seus empregados em primeiro lugar. “Se isto não acontece, é porque eles preferem o mundo do futebol e do entretenimento em detrimento do resto”.

Durante a semana passada, os trabalhadores da marca de automóveis já tinham protestado devido à possível contratação do avançado português. Agora, que Cristiano Ronaldo foi confirmado como o novo reforço da Juve, a paralisação foi mesmo marcada. De acordo com o comunicado, a greve na fábrica de Melfi deverá acontecer entre as 22 horas de dia 15 de julho e as 18 horas de dia 17 de julho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OPEP vê procura de petróleo a aumentar. Vão ser 100 milhões de barris por dia em 2019

  • Lusa
  • 11 Julho 2018

A organização dos países produtores de petróleo prevê um aumento de 1,47% na procura da matéria-prima no próximo ano, para mais de 100 milhões de barris por dia, e garante "estabilidade do mercado".

A procura de petróleo mundial em média vai ultrapassar 100 milhões de barris por dia em 2019, estimou esta quarta-feira a OPEP que simultaneamente assegurou que os 15 países membros poderão garantir “o fornecimento suficiente para apoiar a estabilidade do mercado“.

Na primeira estimativa para 2019, publicada no relatório mensal de julho, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) calcula que a procura de petróleo mundial em 2019 atinja 100,3 milhões de barris por dia, mais 1,47% do que a média prevista para este ano (98,85 milhões de barris por dia).

O grupo petrolífero, que aumentou a produção em 173.400 barris por dia (para um total de 32,32 milhões de barris por dia) entre maio e junho, advertiu que vários fatores de incerteza podem modificar o panorama, como as mais recentes tensões devido à imposição de taxas alfandegárias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estas são as cinco aplicações que o ajudam a poupar neste verão

  • ECO
  • 11 Julho 2018

As férias de verão são, provavelmente, o período em que é mais difícil controlar os gastos. Conheça cinco aplicações que o vão ajudar a poupar, seja nos postos de combustível ou no supermercado.

Poupar e ser comedido nos gastos pode ser um tarefa muito difícil, seja qual for a época do ano. No entanto, se à palavra poupança adicionarmos férias de verão, a missão torna-se (quase) impossível. Há quem queira aliar a tecnologia à redução de gastos e ajudar quem está de férias a fazer uma melhor gestão das suas despesas.

Há cada vez mais aplicações que permitem saber onde é que anda a gastar a maior fatia do seu dinheiro, como é que pode poupar ou os postos de abastecimento onde o combustível está mais barato. Conheça as cinco aplicações que, durante este verão, serão as suas melhores amigas no que toca a poupança.

Kayak

Se ainda não reservou o voo ou o hotel, não se preocupe. Aproveite para instalar esta aplicação e conseguirá encontrar os preços mais baratos e economizar com ofertas exclusivas, seja em voos, hotéis ou carros alugados. Além disso, a funcionalidade Kayak Trips permite-lhe organizar melhor a sua viagem, incluindo atualizações sobre o estado dos voos, mapas de terminais e tempo de espera no aeroporto. Além de dinheiro, vai ainda poupar tempo.

A Kayak pode ser instalada nos sistemas Android e iOS.

Money Lover

A Money Lover apresenta-se como a solução “tudo em um” para resolver qualquer problema relacionado com dinheiro. O objetivo é assegurar que os utilizadores consigam ter uma vida financeiramente mais segura. A grande novidade desta aplicação é que pode ser usada em dispositivos móveis (smartphones, tablets ou smartwatches), mas também em computadores.

Para isso, a app permite gerir despesas, criar orçamentos, manter debaixo de olho as suas poupanças e, até mesmo, as faturas, para não se esquecer onde anda a gastar o seu dinheiro. Pode gravar e agendar transações, planear um orçamento e pensar no que pode cortar, de maneira a poupar, e ativar as notificações para ser avisado quando um orçamento atingir o limite estabelecido.

Durante estas férias proponha-se a nunca ser notificado. Se isso acontecer é porque não se excedeu nos gastos. Mais do que isso, pode mesmo propor-se a fazer um plano de poupança. A Money Lover permite criar objetivos de poupança realizáveis, uma espécie de mealheiro programado.

A aplicação está disponível para os sistemas Android e iOS e possui duas versões, uma gratuita e ou premium.

Yupee

Se quiser registar os seus sonhos e ir verificando qual a melhor altura para os concretizar, também é possível. A Yupee, além de dispor de uma agenda e da possibilidade de consultar extratos, permite que o utilizador faça uma espécie de lista de compras de sonhos, ou de viagens de sonho, por exemplo. Nesta aplicação pode elaborar um plano financeiro a curto, médio ou longo prazo. Seguidamente será informado de quanto é que precisa de economizar todos os meses, de modo a concretizar o objetivo no prazo desejado.

A app está disponível em Android e iOS.

VivaGas

Se vai fazer a viagem de carro, confira qual o posto de abastecimento mais próximo de si e o mais económico, de acordo com o tipo de combustível que deseja. A VivaGas dá-lhe essa informação em qualquer sítio do país, inclui um mapa e diz também se os postos estão abertos ou fechados à hora que procura.

A grande vantagem desta app é que não mostra apenas por ranking, ou distância, os valores por litro dos vários combustíveis, mas atribui também uma classificação quanto ao preço praticado. Assim, o condutor fica logo a saber se está ou não a pagar demasiado pelo combustível. Se o posto estiver assinalado a verde significa que é um bom sítio para abastecer o seu carro e seguir viagem.

Existe uma opção de pesquisa avançada onde pode também procurar uma loja de conveniência ou um multibanco mais perto, por exemplo.

A aplicação encontra-se disponível gratuitamente, tanto para Android, como para iOS.

Lista de compras

Está de férias mas, provavelmente, também irá ter de parar num supermercado para se abastecer. No entanto, uma ida às compras pode, por vezes, sair muito mais caro do que imaginou. Uma das melhores formas de poupar nesta situação é levar uma lista e comprar apenas aquilo que é necessário.

A aplicação Lista de Compras permite criar a sua própria lista e a grande vantagem é que nem precisa de escrever produto a produto. A lista pode ser feita feita através da voz, com recurso ao microfone do telemóvel.

A app está disponível para Android gratuitamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crescimento económico deve acelerar ligeiramente no segundo trimestre, estima a Católica

  • ECO
  • 11 Julho 2018

De acordo com a Universidade Católica, o crescimento da economia portuguesa deverá ter acelerado no segundo trimestre, com um crescimento de 0,6% em cadeia e 2,4% em termos homólogos.

O crescimento da economia portuguesa deve ter acelerado no segundo trimestre, ao crescer 0,6% em cadeia e 2,4% em termos homólogos, estima o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica.

“Este crescimento trimestral mantém a recuperação da economia portuguesa a um ritmo moderado desde 2013, com algumas oscilações pontuais como foi o caso do primeiro trimestre”, afirma no NECEP na folha trimestral de conjuntura divulgada esta quarta-feira. Recorde-se que no primeiro trimestre deste ano, a economia cresceu 0,4% em cadeia e de 2,1% em termos homólogos.

Segundo a Católica, o investimento terá recuperado a “bom ritmo” no segundo trimestre e as exportações continuam a crescer de “forma saudável”, embora com menor intensidade face ao ano passado. Já o consumo privado deverá manter a sua trajetória de “recuperação moderada”.

Os economistas da Católica mantêm a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos 2,4% no conjunto do ano, ficando ligeiramente acima das previsões do Governo e do Banco de Portugal, que preveem uma expansão de 2,3%. O NECEP também mantém as previsões anteriores para 2019 (2,2%) e 2020 (2%), em resultado “da ausência de surpresas”, o que reflete uma “trajetória de aproximação a um crescimento de médio prazo condicionado por diversos fatores estruturais, designadamente, o elevado endividamento público e privado”.

Na frente orçamental, os economistas continuam a apontar para um défice de 0,9% no conjunto do ano, “na ausência de medidas administrativas relevantes não explicitamente contempladas no OE2018 [Orçamento do Estado para 2018]”.

Ao mesmo tempo, os professores da Católica alinham com a Comissão Europeia no risco de “desvio significativo” face à correção estrutural recomendada (de 0,6 pontos percentuais do PIB), antecipando um agravamento do saldo estrutural de 0,2 pontos percentuais, quanto o Governo estima uma melhoria 0,4 pontos percentuais (segundo o Programa de Estabilidade 2018-2022).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Guerra comercial volta a ensombrar Wall Street

As novas tarifas que Trump pretende implementar sobre as importações chinesas atiram os principais índices americanos para terreno negativo.

E ao quinto dia, tudo muda. A guerra comercial volta a atormentar as principais praças norte-americanas e estas abrem no vermelho. Mesmo o S&P 500 que, esta terça-feira, tinha atingido máximos de quatro meses não está a resistir à pressão vendedora.

Em causa a nova lista de tarifas dos Estados Unidos sobre importações chinesas avaliadas em 200 mil milhões de dólares. Uma nova ofensiva que está a penalizar a negociação bolsista pouco por todo o mundo.

O S&P 500 está a cair 0,63% para os 2.776,66 pontos, enquanto o Dow Jones desvaloriza 0,67% para os 24.752,71 pontos. Já o Nasdaq cai 0,68% para os 7.708, 65 pontos.

O governo de Trump divulgou, durante a noite, uma lista de milhares de importações chinesas que quer atingir com as novas tarifas. Entre os produtos afetados estão bens alimentares, tabaco, produtos químicos, carvão, aço e alumínio.

Entre as empresas mais penalizadas estão a Caterpillar e a Boeing, ambas muito expostas à economia chinesa.

Esta nova ação de Trump deita por terra as expectativas dos investidores que estavam mais virados para a época de resultados que agora começa nos Estados Unidos. A temporada de lucros abre com JPMorgan Chase, Fargo e Citigroup, que divulgam as contas esta sexta-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal vai dedicar 1,66% do PIB à Defesa até 2024

  • Lusa
  • 11 Julho 2018

António Costa apresentou esta quarta-feira "um quadro anualizado" que especifica que Portugal vai consagrar 1,66% do PIB a despesas em Defesa até 2024, um valor aquém do objetivo de 2% da NATO.

O primeiro-ministro apresentou “um quadro anualizado” que especifica que Portugal vai consagrar 1,66% do Produto Interno Bruto (PIB) a despesas em Defesa até 2024, ficando aquém do objetivo de 2% acordado entre os países membros da NATO.

“Portugal irá apresentar hoje na cimeira [da NATO], pela primeira vez, um quadro anualizado de convergência com o compromisso que foi assumido em 2014 na Cimeira de Gales. É um quadro de evolução gradual, sustentado, e compatível com as diferentes necessidades orçamentais do país nos mais diversos domínios”, indicou António Costa.

Em declarações aos jornalistas aquando da inauguração da delegação de Portugal na nova sede da NATO em Bruxelas, António Costa esclareceu que, na carta entregue ao secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, o Governo português se compromete a consagrar 1,66% do PIB a despesas em Defesa até 2024, um valor que fica abaixo dos 2% acordados pelos Aliados na cimeira do País de Gales em 2014.

Todavia, de acordo com o primeiro-ministro português, o investimento pode atingir os 1,98% do PIB se o país conseguir obter os fundos comunitários a que se irá candidatar no âmbito do próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia para o período 2021-2027, nomeadamente através do Horizonte Europa e do Fundo Europeu de Defesa.

“A carta que entregarei ao princípio da tarde ao secretário-geral da NATO mostra bem a forma responsável e credível como estamos e nos propomos a cumprir as nossas responsabilidades, diferenciando bem aquilo que podemos ter por adquirido e seguro, que é a trajetória que devemos seguir, e aquilo que depende de acessos a fundos da UE”, sustentou.

De acordo com os dados publicados na terça-feira pela Aliança Atlântica, Portugal destinou no ano passado 2.398 milhões de euros a despesas em Defesa, o que equivale a 1,24% do seu PIB, devendo este ano aumentar para 2.728 milhões de euros, o equivalente a 1,36% da riqueza nacional.

António Costa disse ainda que Portugal pretende destinar 1,41% do PIB nacional à Defesa em 2019.

“Procurámos construir um quadro que, simultaneamente, procurasse reforçar as capacidades das nossas Forças Armadas para assegurar a soberania nacional, em particular dos vastos recursos marítimos a nosso cargo, e por outro lado, que pudesse constituir um instrumento de robustecimento do nosso sistema científico e também da nossa indústria nacional”, sublinhou.

Antes do arranque dos trabalhos oficiais da cimeira, que decorre hoje e quinta-feira em Bruxelas, o primeiro-ministro apontou os novos objetivos em matéria de capacidades, destacando a aquisição de um conjunto de KC390, “que têm sido o motor do desenvolvimento do cluster aeronáutico nacional”, e de novos navios de patrulha oceânica.

“[A aquisição dos navios] contribuirá para o desenvolvimento da indústria naval, com o desafio acrescido da construção de um novo navio logístico polivalente que assegurará, além do mais, a capacidade de podermos intervir em zonas distantes do nosso território, o que é absolutamente essencial para um país que tem comunidades emigrantes tão dispersas como nós temos, ou amigos tão dispersos como os que fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, sustentou.

António Costa anunciou ainda que o compromisso apresentado à NATO prevê cerca de mil milhões de euros a mobilizar para a área da investigação e desenvolvimento, “com um potencial de incidência em áreas tão diversas quanto a indústria, as ciências do espaço, o desenvolvimento de viaturas não tripuladas submarinas ou aeronáuticas, ou o desenvolvimento de calçado técnico em setores em que a indústria nacional se tem especializado”.

“Este grande investimento permite à indústria poder vir a desenvolver um conjunto de produtos e serviços que sejam utilizáveis não só pelas nossas Forças Armadas, mas também por outras e por civis”, concluiu, indicando que o Governo estima ter um potencial de retorno de 3.800 milhões de euros em exportações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Processos pendentes nos tribunais abaixo de um milhão pela primeira vez desde 2001

  • Lusa
  • 11 Julho 2018

Pela primeira vez há muitos anos "baixámos o número de pendências de um milhão" de processos, diz o presidente do Conselho Superior de Magistratura.

As pendências nos tribunais portugueses ficaram em 2017, e pela primeira vez desde 2001, abaixo da fasquia de um milhão de processos, revelou o presidente do Conselho Superior de Magistratura, referindo ter-se tratado de um “ano de viragem”.

“Em 2017, pela primeira vez há muitos anos, ultrapassámos a barreira psicológica, isto é, pela primeira vez baixámos o número de pendências de um milhão [de processos]”, declarou Henrique Gaspar, numa conferência de imprensa no Tribunal da Madeira, no Funchal, para apresentação do balanço do ano judicial.

O juiz conselheiro adiantou que a perspetiva é “melhorar e responder de uma forma que tranquiliza muito porque tem sido uma evolução estrutural e consistente nos últimos tempos”.

"Em 2017, pela primeira vez há muitos anos, ultrapassámos a barreira psicológica, isto é, pela primeira vez baixámos o número de pendências de um milhão [de processos].”

Henrique Gaspar

Presidente do Conselho Superior de Magistratura

O vice-presidente do CSM, Mário Belo Morgado, complementou que, em 2001, havia 1.698.784 processos pendentes, valor que foi reduzido para 983.610 no final de 2017.

Também sublinhou que as taxas de resolução de processos têm sido “muito positivas”, sendo “superiores a 100% em todas as jurisdições”, o que significa que, “a nível nacional, terminaram mais processos do que entraram”, com uma taxa de 1,61 nos juízos de execução.

A taxa de resolução média no ano passado foi de 1,28 e a de congestão 1,45, indica o CSJ.

De acordo com os dados facultados, em 2017, havia 877.709 processos cíveis, 702.257 de execução, 46.805 na área penal, 29.438 de matéria laboral e 29.617 de família.

Os elementos do CSJM anunciaram que pretendem estender a todo o país o projeto-piloto da comarca de Coimbra destinado a avaliar a taxa de recuperação de crédito nos processos executivos e a experiência do Grupo de Acompanhamento de Juízes de Execução em comércio.

O vice-presidente do Conselho Superior de Magistratura considerou que “2017 foi um ano de viragem”, defendendo ser necessário “leis de processo mais adequadas a nível cível e penal”, além de legislação mais consentânea com os processos de maior complexidade.

“Temos neste momento uma situação que nos permitiu dominar o prazo razoável”, disse Henrique Gaspar, adiantando que “a justiça tem de ser pronta”, mas não pode ser “feita a 100 quilómetros por hora, não é fórmula um”, deve ser “feita num prazo razoável e adequado a cada circunstância”.

O responsável referiu ainda que foi ultrapassada uma “dificuldade muito preocupante, que era ter ainda em alguns tribunais processos antigos”, acrescentando que foi atingida a “velocidade de cruzeiro”.

Questionado sobre as reivindicações dos magistrados, o responsável escusou fazer comentários sobre uma eventual greve dos juízes, no início do ano judicial, considerando ser “uma questão sindical e não institucional”.

Relativamente às reivindicações em termos de estatuto remuneratório, indicou que “os juízes pedem apenas que seja cumprida uma lei que não tem tido cumprimento há 28 anos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Muitas horas, temas polémicos e até amendoins. Afinal, o que é isto do Estado da Nação?

É no debate sobre o Estado da Nação que os partidos têm a oportunidade de confrontar o Governo com as políticas e os resultados do último ano. São 226 minutos de confronto político.

O primeiro-ministro, António Costa, a discursar durante o debate sobre o Estado da Nação no ano passado.MÁRIO CRUZ/LUSA

Discussão, confronto, polémicas e situações caricatas. É assim que têm sido marcados os últimos debates sobre o Estado da Nação. Uma iniciativa que se realiza no final de cada sessão legislativa, antes das férias parlamentares. E que volta a acontecer esta sexta-feira. Os partidos terão a oportunidade de questionar o desempenho do Executivo, numa sessão que se assemelha ao conhecido discurso sobre o Estado da União, nos EUA. Mas também aos habituais debates quinzenais, o que, de acordo com especialistas, retira alguma “magia” a este confronto.

Este será o terceiro debate sobre o Estado da Nação na legislatura do Governo de António Costa. Mas, afinal, o que é que acontece neste debate? Esta discussão sobre a política portuguesa tem início com uma intervenção do primeiro-ministro, que é depois sujeito às perguntas dos grupos parlamentares. Segue-se um debate generalizado que é, de seguida, encerrado pelo Executivo.

O discurso sobre o Estado da Nação é muito mais circunstancial e em torno do contexto político do que uma avaliação ao estado do país.

Pedro Adão e Silva

Politólogo e professor no ISCTE

É uma iniciativa parlamentar que foi consagrada pela primeira vez no Regimento da Assembleia da República em 1992, após duas maiorias absolutas de Cavaco Silva. Mas que ao longo dos anos foi perdendo a força que tinha inicialmente, deixando de ser um evento de dois dias e passando a uma discussão de algumas horas. E muito devido à realização dos debates quinzenais, que passou a ser uma prática comum no Governo de José Sócrates, explica Pedro Adão e Silva, politólogo e professor no ISCTE-IUL, ao ECO. “A diferença é que os partidos têm mais tempo para falar”, diz o especialista.

“O discurso sobre o Estado da Nação é muito mais circunstancial e em torno do contexto político do que uma avaliação ao estado do país”, refere Pedro Adão e Silva. Já Viriato Soromenho Marques, politólogo, afirma que este debate é relevante no contexto de uma “conjuntura assombrada pelas críticas e ameaças dos partidos da base parlamentar (BE e PCP), numa altura em que se aproxima o debate sobre o próximo Orçamento”.

Será durante esta iniciativa que o Governo será confrontado com as críticas da oposição, num verdadeiro teste à sua confiança. “É o último debate, por isso há um maior investimento político. É a derradeira oportunidade para os partidos confrontarem o Governo”, afirma Pedro Adão e Silva. Para Viriato Soromenho Marques, “vai ser um debate duro e muito intenso. O BE e o PCP vão encher os pulmões e fazer-se ouvir”.

Entre os temas polémicos, a “discussão pré-Orçamento do Estado, as 35 horas na saúde, a carreira dos professores e as leis laborais” deverão estar em cima da mesa quando os partidos, da esquerda à direita, confrontarem o Executivo de António Costa, nota ainda Pedro Adão e Silva. No ano passado, o debate foi marcado pelas críticas às cativações no Estado e a estratégia de redução do défice.

Muitas horas, polémicas e casos caricatos

Os debates sobre o Estado da Nação também são conhecidos por durarem várias horas. Tantas horas (o último durou cinco) ao ponto de os deputados terem recebido no ano passado uma encomenda com frutos secos, como mostra um vídeo do Observador. Além da sua duração (e das situações caricatas), estas iniciativas também têm sido marcadas por algumas polémicas.

Todos se recordam do pedido de desculpa de José Sócrates depois de o então ministro da Economia, Manuel Pinho, ter feito “corninhos” durante um plenário, em resposta a um comentário da bancada do PCP. “Em nome do Governo peço desculpa ao Parlamento”, disse o ex-primeiro-ministro no final do debate sobre o Estado da Nação, em 2009.

Poucos minutos depois de lamentar o sucedido, o Sócrates afirmou aos jornalistas que o aguardavam nos Passos Perdidos que tinha decidido durante o debate substituir Manuel Pinho na pasta das Economia, que passou a ser assumida pelo ministro das Finanças até ao final da legislatura.

Outras das polémicas envolveu Pedro Passos Coelho, que esteve à frente do Governo entre 2011 e 2015. Dois anos depois de sair, e durante o debate sobre o Estado da Nação no ano passado, o agora professor do ISCSP confrontou o Governo com o Galpgate, os paraísos fiscais, o crédito malparado, os problemas com o SIRESP e o inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Mas, de acordo com o que foi avançado na altura, parte do discurso não era de sua autoria.

Passos Coelho utilizou várias frases que se podiam ler num post que o ex-ministro Miguel Poiares Maduros escreveu no Facebook, sem nunca citar ou referir o seu nome. Fonte do PSD disse que era “naturalíssimo que o líder da oposição receba contributos de pessoas que lhe são próximas”. Já Poiares Maduro referiu na altura que era habitual “trocar muitas impressões” com o líder do PSD e que tinha autorizado Passos Coelho a utilizar parte do seu post no discurso.

Estado da Nação vs Estado da União. Qual a diferença?

O debate sobre o Estado da Nação, que permite um maior escrutínio sobre a atuação do Governo, não é uma invenção nacional. Acontece também na União Europeia, mas é nos EUA que encontra a sua origem, no discurso sobre o Estado da União. Ainda assim, a única semelhança entre as iniciativas é o nome.

As diferenças começam no facto de em Portugal haver uma discussão entre o Governo e os partidos, enquanto do outro lado do Atlântico há apenas um discurso, naquela que é a única altura em que o presidente se dirige aos cidadãos e apresenta a sua visão sobre o país.

“O debate tem uma maior dignidade nos EUA”, começa por explicar o politólogo Viriato Soromenho Marques, mas isso porque o contexto político é diferente. “Nos EUA, o discurso tem uma maior relevância uma vez que estamos perante um país que é uma federação”, explica o especialista. Ou seja, o presidente é o chefe do Executivo.

“Em Portugal, há um Estado unitário, com uma distribuição de poderes um pouco mais difusa. O poder está no Parlamento”, refere Viriato Soromenho Marques. “A verdade é que estamos perante o primeiro Governo de base parlamentar” — a chamada geringonça entre PS, BE e PCP — e essa é a principal diferença, salienta.

O debate [sobre o Estado da União] tem uma maior dignidade nos EUA.

Viriato Soromenho Marques

Politólogo

Nos EUA, a análise ao Estado da União é uma prática desde 1934. E nem sempre foi feito um discurso, já que durante muito tempo os presidentes limitavam-se a enviar um relatório escrito para o Congresso. Com o surgimento da televisão e da rádio, passou a haver um discurso que é transmitido pelo país inteiro. Apesar de não estar determinada a frequência com que deve ser apresentado este relatório, por norma os presidentes fazem-no, na forma de um discurso, no início de cada ano.

Os temas também variam muito entre Portugal e os EUA, o que não surpreende considerando as realidades distintas dos dois países. No primeiro discurso sobre o Estado da União, Donald Trump defendeu afincadamente que acordos como o NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) diminuem os empregos disponíveis nos Estados Unidos e disse ser contra entidades como a NATO e a Organização Mundial do Comércio. O presidente dos EUA expressou ainda a vontade de pôr fim ao chamado Obamacare, a reforma do sistema de seguros de saúde dos EUA e que visa a cobertura subvencionada a milhões de norte-americanos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Centeno garantiu que Portugal tem condições para pagar a sua dívida. Vê rácio a cair para baixo de 100% do PIB em 2025. E adiantou que Portugal se prepara para emitir green bonds. Na única operação de financiamento de longo prazo neste trimestre, o IGCP conseguiu obter 950 milhões de euros, pagando juros mais baixos tanto a dez como a 16 anos.

O ministro das Finanças garantiu esta quarta-feira que a dívida pública portuguesa é sustentável e que o rácio vai continuar a cair este ano e nos seguintes. Aos deputados, Mário Centeno assegurou que a República tem condições para pagar a sua dívida. E adiantou que além das panda bonds, em moeda chinesa, Portugal está a olhar “com atenção” para o mercado de green bonds (obrigações verdes).

Portugal obteve 950 milhões de euros no duplo leilão de dívida de longo prazo. Conseguiu financiar-se perto do montante máximo pretendido (entre 750 e mil milhões de euros), pagando menos do que nos anteriores leilões comparáveis a dez e 16 anos. A taxa a dez anos ficou nos 1,727%.

Mais de 470 milhões de euros. Este é o valor que poderá custar ao Estado em termos de receita fiscal a retirada do adicional do ISP sobre os preços dos combustíveis. O valor é avançado por António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, no âmbito de uma audição na Comissão de orçamento e Finanças (COFMA) em que volta a afirmar que não há garantias de que mesmo acabando com o extra sobre os produtos petrolíferos, os consumidores venham a pagar menos nas “bombas”.

Apesar dos fiscalistas garantirem que não há base legal para o eventual reembolso das coimas pagas por falta de inscrição no Via CTT, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais avançou, esta terça-feira, que o Governo está a trabalhar para que os contribuintes que foram mais cumpridores não saiam prejudicados desta situação, o que na prática se deverá traduzir na devolução desse dinheiro.

Há um ano, António Costa e o seu Executivo sentavam-se no Parlamento para enfrentar os deputados num dos momentos de maior fragilidade do Governo. Com os incêndios em Pedrógão Grande ainda com responsabilidades por apurar, o assalto a Tancos, a exoneração de três secretários de Estado no âmbito do caso Galpgate e ainda polémicas como a da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a marcarem a agenda, muitas respostas estavam por dar. Um ano depois, e com um novo debate do Estado da Nação à porta, algumas ainda não foram dadas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD e PS chegam a acordo na lei da Uber. Plataformas pagam 5%

Depois do PSD, o PS também já propõe uma contribuição de 5% sobre o valor de cada viagem feita através de plataformas eletrónicas. Há acordo na lei da Uber, confirmou o ECO.

O PS e o PSD deverão avançar com uma proposta para que as plataformas como a Uber paguem uma contribuição de 5% sobre a receita obtida com cada viagem, uma tentativa de aproximar o regulamento às preocupações já expressadas pelo Presidente da República. A notícia foi avançada pelo Dinheiro Vivo e confirmada pelo ECO junto dos dois partidos. A proposta deverá ser conhecida esta quinta-feira, data em que a mesma volta a ser discutida no Parlamento.

A “lei da Uber” irá regulamentar, para além da conhecida aplicação, a atividade de outras plataformas como a Cabify e Taxify. A primeira versão do documento foi conseguida após mais de um ano de negociações no Parlamento, mas acabou por ser chumbada em Belém a 29 de abril deste ano. Na altura, Marcelo Rebelo de Sousa exigiu, em linhas gerais, que as plataformas sejam obrigadas a pagar uma contribuição maior do que o proposto e que os deputados também se debruçassem sobre a modernização do setor do táxi.

Até aqui, a contribuição proposta pelos partidos fixava-se entre 0,1% e 2%, mas o valor deverá, desta forma, subir até aos 5%. “O PS vai apresentar uma proposta de alteração à lei que regula a atividade das plataformas de transportes. Propomos que haja uma contribuição de 5%, que recai sobre a margem de intermediação aplicada no valor da viagem”, disse o deputado socialista João Paulo Correia, em declarações citadas pelo Dinheiro Vivo. O PSD já tinha proposto esta contribuição de 5% na semana passada, como revelou o Jornal de Negócios (acesso condicionado).

A contribuição de 5% era a proposta inicial do PSD. No entanto, como já tinha noticiado o ECO, as negociações com o PS levaram a que o valor fosse revisto até um máximo de 2%. A medida surgiu já na reta final da discussão do documento na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas e nunca tinha feito parte de nenhuma outra proposta durante os vários meses em que o tema foi debatido. Para Marcelo Rebelo de Sousa, esta contribuição, que era “relevante”, virou “simbólica” após o acordo entre os dois partidos. A mensagem foi clara: o Presidente entende que as plataformas devem ser obrigadas a pagar mais.

Nos termos da primeira versão do documento, esta contribuição “visa compensar os custos administrativos e regulação e acompanhamento das respetivas atividades e estimular o cumprimento dos objetivos nacionais em matéria de mobilidade urbana”. A receita obtida pelo Estado com esta medida é afeta em 40% ao Fundo para o Serviço Público de Transportes, em 30% à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes e em 30% ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

O Dinheiro Vivo escreve ainda que o PS vai clarificar esta quinta-feira, em plenário, a possibilidade de empresas de táxi poderem vir a funcionar como empresas parceiras das plataformas. Para tal, terão de usar carros “diferentes” na atividade de táxi e nas plataformas, se “cumprirem os requisitos de formação de motorista” e se “não forem usados os benefícios fiscais” da indústria do táxi.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h33)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.