Embraer quer exportar 400 milhões por ano a partir de Portugal

  • Lusa
  • 23 Agosto 2019

Entre 2015 a 2024, as empresas da Embraer estimam exportar mais de 3.500 milhões de euros a partir de Portugal, onde é responsável por “2.500 empregos diretos e sete mil indiretos".

As empresas Embraer em Portugal exportam mais de 300 milhões de euros por ano e preveem crescer para os 400 milhões em 2020, no conjunto das duas fábricas de Évora e da OGMA, em Alverca.

“No conjunto, as empresas em Portugal exportam mais de 300 milhões de euros por ano” e as exportações “irão crescer para além de 400 milhões de euros por volta de 2020, em resultado dos mais recentes investimentos que já aprovámos”, disse o presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider.

O responsável, que falava hoje numa cerimónia nas instalações da Embraer em Évora, afirmou ainda que, “em valor acumulado”, considerando o período de 2015 a 2024, as empresas da construtora aeronáutica brasileira em Portugal “exportarão mais de 3.500 milhões de euros”.

Jackson Schneider discursava na cerimónia de assinatura dos contratos relativos à aquisição por Portugal de cinco aeronaves KC-390, num investimento de 827 milhões de euros.

A cerimónia foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e contou também com a participação do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.

O negócio inclui a aquisição de um simulador de voo, e respetiva sustentação logística, com as configurações e especificações técnicas, operacionais e logísticas definidas pela Força Aérea Portuguesa (FAP), e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida.

O primeiro destes aviões de carga e transporte do grupo brasileiro Embraer será entregue à FAP em fevereiro de 2023, seguindo-se mais um por cada ano até fevereiro de 2027, no âmbito dos contratos.

Portugal é o primeiro país europeu a adquirir os KC-390, que são produzidos maioritariamente no Brasil, com componentes fabricados nas unidades da Embraer em Portugal, nas fábricas de Évora e na OGMA.

“Hoje já existem empresas e instituições portuguesas que estão qualificadas para o programa KC-390 e que enriqueceram a sua experiência no setor, enquadrando-se para procurar outras oportunidades no mercado global em que apenas um grupo seleto de países se consegue afirmar e do qual Portugal agora faz parte”, salientou Jackson Schneider.

A aeronave, disse, “é resultado de um enorme esforço de engenharia” e constitui “o maior” e “mais complexo” avião já desenvolvido pela Embraer, com a produção em Portugal de “importantes conjuntos”, metálicos ou em compósitos, não só para o KC-390, mas “também para outras aeronaves comerciais” da empresa.

Segundo o presidente do Embraer Defesa & Segurança, o investimento da empresa em Évora “já ultrapassou os 400 milhões de euros”, enquanto, na OGMA, registaram-se investimentos, “nos últimos anos”, que “excedem 100 milhões de euros”.

Em Portugal, a construtora é responsável por “2.500 empregos diretos e sete mil indiretos”, acrescentou ainda, garantindo que os contratos hoje assinados relativos ao KC-390 reforçam “a parceria industrial entre Portugal e a Embraer” e contribuem para “o desenvolvimento da engenharia e da indústria aeronáutica em Portugal”.

 

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Macron apela para discussão dos incêndios na Amazónia como “crise internacional”

  • Lusa e ECO
  • 23 Agosto 2019

Líderes dos sete países mais industrializados do mundo reúnem este fim-de-semana em França. Emmanuel Macron quer que a situação na Amazónia seja um dos temas da agenda.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou esta quinta-feira para que os incêndios na Amazónia sejam discutidos na cimeira do G7, que se realiza este fim de semana em Biarritz, sudoeste de França, afirmando que se trata de uma “crise internacional”.

A nossa casa está a arder. Literalmente. A floresta Amazónia, o pulmão que produz 20% do oxigénio do nosso planeta, está em chamas. É uma crise internacional. Membros da cimeira do G7, vamos discutir esta emergência de primeira ordem em dois dias”, pediu o chefe de Estado na rede social Twitter. Macron está, entretanto, a ser alvo de críticas por ter usado uma imagem de um incêndio na Floresta Amazónica, mas em 2003.

Na cimeira do G7, dos países mais industrializados do mundo, participam os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Também esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, mostrou-se “profundamente preocupado” com os incêndios na Amazónia, onde se registaram, entre janeiro e 18 de agosto, mais de 38 mil focos.

“Estou profundamente preocupado com os incêndios na floresta Amazónia. No meio da crise climática global, não podemos permitir mais danos a uma das mais importantes fontes de oxigénio e biodiversidade. A Amazónia deve ser protegida”, escreveu Guterres também no Twitter.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta. Tem cerca de cinco milhões e meio de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (território pertencente à França).

O número de incêndios no Brasil cresceu 70% este ano, em comparação com período homólogo de 2018, tendo o país registado 66,9 mil focos até ao passado domingo, com a Amazónia a ser o bioma (conjunto de ecossistemas) mais afetado.

Dados do sistema de monitorização por satélite chamado Deter, que é mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro (Inpe) indicam que em julho a desflorestação da Amazónia aumentou 278% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O Inpe é o organismo do Governo brasileiro que monitoriza os dados sobre a desflorestação e queimadas no país.

(Notícia atualizada às 12:10 com informação sobre a fotografia usada por Emmanuel Macron no Twitter)

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Quanto custa casar em Portugal?

Casar pelo civil não é assim tão caro. Mas entre vestuário, copo d'água e fotografias as despesas de um casamento podem facilmente disparar.

Quanto custa um casamento?Pixabay

Casar é um momento especial na vida das pessoas e é um acontecimento que não tem preço para muita gente. Agosto continua a ser, para muitos, o momento ideal para subir ao altar. Sem querer contrariar a ideia “romântica” do que pode representar o casamento, é possível, ainda assim, calcular o custo da cerimónia. Afinal, quanto custa casar em Portugal?

Na verdade, tudo dependerá da vontade dos noivos: se querem uma cerimónia mais intimista e simples, reservada à família e amigos próximos, ou uma festa de arromba a que nem o primo mais afastado vai querer faltar. A criatividade e a capacidade financeira são fatores determinantes para saber quanto dinheiro se gastará a organizar um casamento.

Todo o processo começa geralmente na Conservatória. Casar pelo civil em Portugal custa, pelo menos, 220 euros. O valor pode ser superior, dependendo do regime de bens escolhido para o casamento, se o ato é realizado fora da conservatória ou fora do horário de funcionamento dos serviços, entre outros aspetos. Pode facilmente aproximar-se dos 400 euros.

Ou seja, casar em Portugal até fica em conta considerando apenas o casamento civil. A título de curiosidade, pedir o divórcio fica por 280 euros, embora a Jeff Bezos a conta tem ficado nos 36 mil milhões.

Cerimónia simples ou festa de arromba?

Grande parte dos casamentos não fica apenas pelo ato civil. Há quem opte por ter também uma cerimónia religiosa e depois um copo d’água. E é aqui que surgem as maiores despesas.

Por exemplo, o vestido da noiva pode custar 1.200 euros, mas também pode ir aos 2.500. Neste dia, ela é o centro das atenções e é das rubricas do casamento onde se olhará menos para o preço. Se for de uma marca de alta-costura, o preço disparará naturalmente. Vestir o noivo é mais fácil e barato: pode-se alugar um fraque por 200 euros.

Os serviços de cabeleireiro e maquilhagem para ela podem facilmente custar 400 euros. O preço de um bouquet de noiva com flores importadas pode ascender a mais de 150 euros — pode-se sempre optar pelos verdes e flores do quintal dos avós para dar um cunho pessoal a este adereço e poupar alguns euros.

Mas é o copo d’água que levará a fatia de leão do orçamento. Aqui inclui-se geralmente o espaço e comida. Mais uma vez, os preços variam muito. 120 euros por pessoa pode ser um valor razoável a pagar. O total vai depender do número de convidados que marcarem presença: contas simples, se forem 100 convidados, o custo ficará nos 12.000 euros. Dica dos experts para baixar este encargo: optar por fazer a cerimónia fora da época alta (entre junho e setembro) e a um dia da semana.

Há outros custos que também devem ser tidos em conta. O bolo de casamento custará em média entre 200 euros e 400 euros, podendo ser mais barato ou mais caro consoante o tamanho e o detalhe da decoração. Os serviços de fotografia custarão mais de 800 euros, dependendo dos extras. Pode-se contratar um videógrafo para registar os momentos em filme e este serviço pode também ficar por 1.000 euros ou mais.

Outros dois detalhes importantes: DJ ou banda para animar a festa podem representar um encargo bem acima dos 1.000 euros; os convites ficarão entre os 2,5 euros/unidade (mais simples) e os dez euros (mais elaborados).

Quanto custa carregar a bateria do seu telemóvel? Quantas árvores são precisas para fazer uma resma de papel? Quanto custa fazer uma prancha de surf? Quantos casamentos se fazem em agosto? De segunda a sexta-feira, até ao final de agosto, o ECO dá-lhe a resposta a um “Sabia que…”.

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Pardal Henriques no PDR? “Não me surpreendeu nada”

Pedro Nuno Santos garante que, após quatro meses de reuniões com Pardal Henriques, não fica "surpreendido" com a candidatura às legislativas. E acredita que pode haver acordo que evite a greve parcial

Está surpreendido com a candidatura de Pedro Pardal Henriques nas listas do PDR às legislativas de outubro? “Não, não me surpreendeu nada”, diz Pedro Nuno Santos em entrevista ao ECO24, o programa de economia da TVI24 e do ECO. O ministro das Infraestruturas e Habitação responde, em tom seco, ao anúncio do até agora porta-voz do sindicato dos motoristas de matérias perigosas e a cara das negociações com a Antram mediadas pelo Governo.

“Já são quatro meses a falar com ele, não me surpreendeu nada”, afirma Pedro Nuno Santos, mas rejeita fazer uma avaliação dessa decisão do advogado que protagonizou a greve dos motoristas e a rutura das negociações com a Antram, que deu origem a um novo pré-aviso de greve, desta vez parcial. “Limito-me a dizer que não me surpreendeu nada”, insiste.

Nesta entrevista exclusiva – transmitida na TVI24 a partir das 21h20 deste quinta-feira e com repetições noutros horários -, o ministro Pedro Nuno Santos vê sinais positivos nas últimas horas para um acordo que trave a greve às horas extraordinárias e fins de semana agendada para 7 a 22 de setembro. “Espero que esse acordo venha a existir”. E vê sinais de aproximação nas últimas horas? “As declarações que vi do presidente do sindicato são boas desse ponto de vista, embora ainda insista na pré-condição. Que fique claro, se, por alguma razão, a Antram aceitar a pré-condição, ficavamos contentes, para nós o que é importante é que haja entendimento entre as partes, mas pareceu-me haver vontade de se resolver”

As eleições legislativas de outubro, a renovação dos acordos à esquerda e o seu próprio futuro político num próximo Governo foram temas a que Pedro Nuno Santos não fugiu nesta entrevista.

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5G: Altice diz que decisão da Anacom na migração da TDT é “ambígua, omissa e vaga”

  • Lusa
  • 22 Agosto 2019

Em causa está o processo de libertação da faixa 700 MHz (Megahertz) da TDT, necessário para o desenvolvimento do 5G (quinta geração móvel).

A Altice Portugal considera que o sentido provável da decisão da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) relativo à migração da televisão digital terrestre (TDT), no contexto da libertação de uma faixa para o 5G, é “ambíguo, omisso e vago”.

Fonte oficial da empresa adiantou, por escrito, que “numa primeira leitura, a Altice Portugal considera que este sentido provável de decisão aparenta ser ambíguo, omisso e vago sobre uma série de pontos relevantes para a operacionalização deste complexo processo”.

Em causa está o processo de libertação da faixa 700 MHz (Megahertz) da TDT, necessário para o desenvolvimento do 5G (quinta geração móvel) e que tem sido criticado pelo grupo.

A Altice Portugal regista que foi, finalmente, emitida uma posição oficial sobre a temática da migração do serviço TDT, fundamental para garantir a apresentação atempada de um calendário 5G que ainda hoje, lamentavelmente, o país desconhece”, referiu a mesma fonte.

A empresa garantiu ainda que “dentro do prazo estipulado para o efeito” irá responder a esta decisão e “remeter a sua análise e comentários à Anacom, dando oportunamente conta pública das suas principais preocupações” neste contexto.

A empresa considera que as questões que irá colocar serão “determinantes para que a migração do serviço TDT tenha o menor impacto para os cidadãos e para que o projeto do 5G possa vir a ser, o quanto antes, uma realidade no país e para o qual este operador há muito está preparado”.

O grupo destaca ainda que “este documento surge na sequência dos inúmeros alertas, comentários e desafios, que a Altice Portugal tem vindo a fazer à Anacom desde o início de 2019, com particular ênfase na posição manifestada há cerca de duas semanas pelo seu presidente executivo”.

“Estamos certamente seis meses atrasados” no lançamento do 5G, disse Alexandre Fonseca, no passado dia 06 de agosto, referindo que Portugal está a “perder claramente o comboio” da nova vaga tecnológica.

“Espanha já lançou, Itália, Alemanha, Inglaterra, Áustria já fizeram leilões e atribuíram licenças” e em Portugal não se sabe nada sobre o assunto, salientou Alexandre Fonseca.

“Nunca vi Portugal ter ficado para trás numa vaga tecnológica”, afirmou Alexandre Fonseca, apontando responsabilidades à Anacom.

O regulador anunciou hoje o sentido provável da sua decisão quanto a esta matéria, referindo que o processo de libertação da faixa 700 MHz da TDT “demorará cerca de seis meses” e tem início em janeiro no sul do país.

As alterações da rede TDT “serão feitas de forma gradual, num processo que demorará cerca de seis meses e que terá início em janeiro, na zona sul do país”, refere o regulador, que acrescenta que o projeto de decisão “compreende a definição das alterações técnicas que a Meo [Altice] terá de introduzir na rede de TDT, a metodologia a utilizar e o respetivo faseamento”.

O processo de libertação da faixa leva a que os clientes da TDT sintonizem o canal noutra frequência.

Esta operação arranca em janeiro no sul do país (Algarve), com a Anacom a indicar que tal irá “ocorrer entre a segunda e terceira semana”.

O processo de migração nas ilhas – Açores e Madeira – irá “ocorrer em junho de 2020”, segundo o regulador.

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Antram diz não fazer sentido que não existam serviços mínimos na greve dos motoristas

Associação das empresas sublinha que os motoristas de matérias perigosas, entre setembro de 2018 e o acordo oferecido à Fectrans e ao SIMM para janeiro 2020, verão salários crescer 42%.

A Antram, representante das empresas de transporte rodoviário de mercadorias, diz que não faz qualquer sentido a hipótese de não se decretarem serviços mínimos durante a greve do sindicato de motoristas de matérias perigosas agendadas para 7 a 22 de setembro. A associação, contudo, ainda se encontra a estudar qual a percentagem de mínimos que irá propor na próxima segunda-feira.

“Neste momento não há proposta nenhuma da Antram para serviços mínimos, ainda estamos a estudar a hipótese com as empresas do setor o impacto da greve, e logo na segunda-feira às 15 horas faremos a nossa apresentação, e o sindicato a sua, como decorre da Lei”, apontou André Matias de Almeida, aos jornalistas.

Em relação à hipótese de não existirem mínimos, o representante da Antram apontou que “nesta greve faz todo o sentido” que existam, ainda que a mesma vise apenas as horas de trabalho acima das oito diárias e os serviços ao fim de semana e feriados. “Temos que ver o que está em causa, são hospitais, aeroportos… não é real, nem faz sentido não se falar em serviços mínimos por ser uma greve de termos específicos”, apontou.

Em relação ao âmbito da greve — de ser ao trabalho acima das oito horas diárias –, Matias de Almeida explicou que no contrato coletivo “está muito claro o que é a amplitude do trabalho”, ou seja, “que nestas oito horas não estão contempladas as pausas e hora de almoço”, logo, refere, “acredito que seja assim que o sindicato interpreta igualmente as oito horas”, o que implicaria que em causa está uma greve além da média de 9h 30 minutos permitida pelo CCT.

Em relação às declarações de hoje de Francisco São Bento, presidente do SNMMP, de que aceitaria a mediação se as suas imposições fossem aceites, o responsável da Antram disse que “não é aceitável negociar com um aviso prévio de greve” em cima da mesa, pedindo aos motoristas de matérias perigosas que alterem as suas “ideias e pressupostos”, à semelhança do que aconteceu com a Fectrans e SIMM, de modo a “que se encete um diálogo”.

Aumentos salariais de 42% desde setembro de 2018

Este pedido para que os motoristas alterem um pouco a sua perspetiva sobre todo este conflito laboral tem por base um apanhado global que a Antram fez à evolução dos vencimentos do setor entre a situação que existia antes da assinatura do último contrato coletivo, em setembro de 2018, e o que já se encontra neste momento na mesa da Fectrans e do SIMM.

Segundo valores avançados pela própria associação, e para o caso de um motorista de matérias perigosas que trabalhe um sábado por mês e que já tenha acumulado cinco diuturnidades, este profissional passou de ganhar 1.240 euros mensais líquidos para 1.558 euros mensais líquidos só com a entrada em vigor do novo contrato — graças à revisão do vencimento base em 50 euros, do reforço da isenção de horário em cerca de 80 euros e de revisões a outras cláusulas. No total, o rendimento líquido deste motorista subiu 25% com o novo CCT, de setembro de 2018.

Somando agora as condições que já se encontram em cima da mesa da Fectrans e SIMM, sublinham os dados da Antram, o salário líquido do mesmo trabalhador irá crescer cerca de mais 13% a partir de janeiro de 2020, para um ganho líquido de 1.768 euros — graças a um novo reforço do vencimento base e da isenção de horário, a que se soma a criação de um subsídio de operações no valor de 125 euros mensais. Tudo somado, a Antram aponta para uma valorização salarial acumulada de 42% desde setembro de 2018 e janeiro de 2020 — que compara com as correções inferiores a 15% que se registaram nos 15 anos anteriores.

(notícia atualizada às 19h30)

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Descentralização: 73 câmaras vão receber 257 milhões de euros para pagar educação

Quando o ano letivo começar há 73 autarquias que vão assumir novas competências na área da educação. Entre elas estão Lisboa, Odivelas, Sintra, Faro e Vila Real.

São 73 as autarquias que no início do ano letivo vão assumir novas competências na área da educação, no âmbito do processo de descentralização. Estas correspondem a 26% do total de municípios do continente e vão receber da Administração Central 257 milhões de euros para fazer face a despesas que até agora eram suportadas pelo Ministério da Educação.

A lista de autarquias que decidiram aceitar novas competências está publicada no site da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL). As decisões municipais referentes à educação foram atualizadas a 1 de agosto. Até ao final de junho as autarquias tinham de informar a DGAL sobre se queriam assumir responsabilidades acrescidas na área da educação.

Ao ECO, fonte do ministério liderado por Tiago Brandão Rodrigues confirma que, segundo a DGAL, “encontra-se previsto o exercício de competências em matéria de educação, já para o ano letivo de 2019/2020, por 73 municípios”.

E acrescenta que “tal ascenderá, numa estimativa global, a 257 milhões de euros e a mais de 280 escolas a serem transferidas”. Este valor está ainda sujeito a uma revisão.

Isto significa que o Ministério da Educação vai passar para estas câmaras 257 milhões de euros para que sejam elas a pagar as novas despesas referentes a 280 escolas presentes nas 73 autarquias. Só o município de Lisboa deverá receber 35 milhões de euros. As contas foram feitas por ano económico, apesar de o início da transferência funcionar por ano escolar.

A transferência de competências na área da educação é a mais importante e a que mais peso assume do ponto vista financeiro no pacote de descentralização. As contas iniciais do Executivo indicavam que 90% das verbas a transferir para as autarquias serviriam para financiar despesas na educação.

Ao ECO, o Ministério da Administração Interna – que tem a tutela das autarquias – não quis comentar o nível de adesão das câmaras no primeiro ano de novas competências na educação. O Executivo tem sublinhado que este é um processo gradual, um mecanismo que ficou previsto na lei e que dá às câmaras a possibilidade de irem aderindo à descentralização à medida que se sentem preparadas.

No entanto, o Ministério da Educação salienta que há municípios com “territórios educativos de grande dimensão” que quiseram aderir já, como são exemplo Cascais, Faro, Figueira da Foz, Lisboa, Matosinhos, Odivelas, Sintra, Viana do Castelo, Vila Franca de Xira e Vila Real.

Os montantes a transferir para os municípios deverão iniciar-se no arranque do ano letivo, seguindo o disposto no Decreto-Lei n.º 21/2019, de 30 de janeiro, acrescenta a mesma fonte.

As autarquias que quiserem ter mais poderes na área da educação para o ano letivo seguinte terão de o reportar à DGAL até ao último dia de setembro deste ano.

Os montantes das transferências destinam-se a pagar o investimento, equipamento e manutenção de edifícios escolares, alargados a todo o ensino básico e secundário, e o fornecimento de refeições nos estabelecimentos do 2.º e 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, gerido pelos municípios.

As novas competências nesta área incluem também o recrutamento, seleção e gestão do pessoal não docente — transferindo-se o vínculo do Ministério da Educação para os municípios –, as atividades de enriquecimento curricular, em articulação com os agrupamentos de escolas, e o apoio a crianças e alunos no domínio da ação social escolar.

outros gastos que continuam a ser suportados pela Administração Central tais como, por exemplo, os salários dos professores e os manuais escolares.

Entre as 15 áreas onde está prevista a descentralização de competências para municípios, falta apenas à DGAL recolher informação sobre o que pretendem os municípios sobre a saúde. Até 17 de setembro, as câmaras têm de enviar essas decisões para a DGAL.

 

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Greve da Ryanair em Espanha: reclamar não dá em nada

  • ECO
  • 22 Agosto 2019

De acordo com o El País, que foi consultar duas sentenças judiciais, a greve dos funcionários é uma situação extraordinária e, por isso, a empresa poderá não pagar indemnizações aos passageiros.

Ao contrário daquilo que aconteceu no verão do ano passado, os passageiros que forem afetados pela greve dos assistentes de bordo da Ryanair em Espanha poderão não conseguir uma indemnização de entre 250 a 600 euros por “incumprimento de contrato”, incluindo nos casos em que a transportadora aérea os redirecione para outro voo ou lhes devolva o dinheiro do bilhete de avião.

Não é só em Portugal e na Irlanda – greve que acabou por ser cancelada – que os protestos dos trabalhadores da Ryanair se fazem sentir. Em Espanha, os assistentes de bordo anunciaram que vão parar durante 10 dias, intercalados, já no próximo mês de setembro. Em causa está um protesto contra o fecho das bases aéreas de Gran Canaria, Tenerife Sur e possivelmente Girona. A paralisação conta com o apoio do Sindicato Espanhol de Líneas Aéreas (Sepla) que refere, em comunicado citado pelo El País, que estes encerramentos “significarão o despedimento de mais de 100 pilotos em todo o território espanhol”.

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O que acontece de diferente desta greve em relação à greve de 25 e 26 de julho do ano passado é que nesta nova paralisação os passageiros não vão, à partida, ser ressarcidos em caso de qualquer cancelamento de voo. De acordo com duas sentenças judiciais consultadas pelo El País e contrariando o regulamento europeu de direitos dos passageiros aéreos, a greve dos funcionários é uma situação extraordinária e um dos tribunais chega mesmo a admitir que “uma situação de greve poderia levar a uma isenção na responsabilidade de pagar uma indemnização ao passageiro”.

Segundo o regulamento europeu 261/2004, os passageiros têm direito a indemnizações de 250, 400 e 600 euros, consoante a distância dos voos e nos casos do voo ser cancelado (sendo equiparado a cancelamento um atraso superior a 3 horas), se for informado do cancelamento com menos de 14 dias de antecedência em relação à data de partida programada ou se sofrerem algum tipo de alteração na reserva. As transportadoras aéreas só ficam isentas de pagar a indemnização em situações excecionais, como é o caso das condições meteorológicas. Na sequência da greve Raynair em Portugal, que começou na quarta-feira (21 de agosto) e termina no domingo (25 de agosto), a Autoridade Nacional da Aviação Civil já tinha alertado os passageiros portugueses destes direitos.

Ainda assim, mesmo que a companhia aérea não tenha de indemnizar os passageiros tem a obrigação de, pelo menos, informá-los, fornecer alojamento e refeições e fornecer o reembolso do bilhete ou arranjar um transporte alternativo.

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A tarde num minuto

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5G. Libertação da faixa TDT arranca em janeiro e vai durar “cerca de 6 meses”

  • Lusa
  • 22 Agosto 2019

As alterações da rede TDT "serão feitas de forma gradual", num processo que terá início em janeiro, na zona sul do país, explica a Anacom.

O processo de libertação da faixa 700 MHz da televisão digital terrestre (TDT), necessário para o desenvolvimento do 5G, “demorará cerca de seis meses” e tem início em janeiro no sul do país, divulgou esta quinta-feira o regulador Anacom.

Em comunicado, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) refere que “aprovou o sentido provável de decisão relativo às alterações” da rede TDT, “no contexto da libertação da faixa MHz [Megahertz], necessária ao desenvolvimento do 5G [quinta geração móvel], cujo processo está a decorrer conforme o programado e de acordo com as determinações europeias”.

As alterações da rede TDT “serão feitas de forma gradual, num processo que demorará cerca de seis meses e que terá início em janeiro, na zona sul do país”, refere o regulador, que acrescenta que o projeto de decisão “compreende a definição das alterações técnicas que a Meo [Altice] terá de introduzir na rede de TDT, a metodologia a utilizar e o respetivo faseamento”

No último trimestre deste ano, mais concretamente na segunda quinzena de novembro, “está prevista a realização de um teste piloto para aferir a metodologia e as ações previstas de apoio ao utilizador, previamente e num ambiente limitado”, refere a Anacom.

O processo de libertação da faixa leva a que os clientes da TDT sintonizem o canal noutra frequência. “Este processo não terá qualquer impacto numa parte dos utilizadores de TDT, designadamente aqueles que já estão a utilizar os canais 40, 42, 45, 46, 47 e 48”, uma vez que estes se vão manter em funcionamento.

“Os utilizadores que serão impactados – aqueles que estão a usar o canal 49, 54, 55 e 56 – terão de proceder à ressintonia dos seus equipamentos recetores, não sendo necessária a reorientação das respetivas antenas de receção”, acrescenta.

O processo de libertação da faixa arranca em janeiro no sul do país (Algarve), com a Anacom a indicar que tal irá “ocorrer entre a segunda e terceira semana”. O processo de migração nas ilhas – Açores e Madeira – irá “ocorrer em junho de 2020”.

“A Anacom considera essencial assegurar um apoio eficaz aos utilizadores que privilegie o esclarecimento e a resolução de eventuais dificuldades, importando para o efeito assegurar diversos canais de atendimento aos cidadãos”, refere o regulador.

Nesse sentido, a Anacom considera “fundamental” o apoio presencial neste processo, “pelo que irá assegurar que a população mais idosa e/ou com mais dificuldades em compreender os passos a seguir para a sintonia das novas frequências terá o acompanhamento adequado”.

O regulador vai também assegurar a supervisão das diversas modalidades de atendimento e apoio ao utilizador, contando para tal “com a colaboração da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (Anafre)”.

Esta proposta de decisão é agora submetida a consulta pública durante 20 dias, sendo que os contributos poderão ser enviados para [email protected]. “Conforme explicitado no roteiro nacional, optou-se pela adoção do cenário mais simples de migração, através da manutenção da tecnologia atual e sem necessidade de qualquer período de transmissão simultânea”, refere o regulador.

“A adoção deste cenário, que foi considerado nos vários estudos efetuados e corresponde à posição convergente que emergiu do ‘workshop’ sobre o futuro da TDT organizado pela Anacom, não põe em causa nem viabiliza qualquer solução que se venha a adotar para o futuro alargamento da oferta da TDT em Portugal”, acrescenta.

“Neste cenário continua também a existir capacidade disponível na rede para poderem ser criados dois novos canais em sinal aberto, em definição ‘standard’, tal como acontece hoje”, concluiu a Anacom.

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BCP sobe quase 2% e puxa por Lisboa

Ao contrário das demais praças do Velho Continente, Lisboa terminou a sessão em terreno positivo. A puxar pela praça nacional estiveram os títulos do BCP, que subiram quase 2%.

À boleia do bom desempenho dos títulos do BCP, Lisboa escapou à tendência negativa que se registou nas demais praças do Velho Continente, na penúltima sessão da semana. Das 18 cotadas nacionais, apenas seis viram os seus títulos desvalorizar, com a Nos a protagonizar as maiores perdas.

O índice de referência nacional, o PSI-20, valorizou 0,08% para 4.857,1 pontos. Tendência inversa foi verificada nas restantes praças europeias com o Stoxx 600 a recuar 0,5%, o alemão DAX a cair 0,6% e o francês CAC 40 a desvalorizar 1%.

Isto no dia em que duas fontes garantiram à Bloomberg que o banco central alemão não considera ser necessário avançar com programa de estímulos, apesar de estimar que a economia germânica voltará a contrair, no terceiro trimestre do ano. De abril a junho, o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha recuou 0,1% em cadeia, o que fez aumentar os receios de uma nova recessão na Zona Euro se esteja a aproximar. No início da semana, o ministro das Finanças alemão tinha, por isso, sugerido que a maior economia europeia podia avançar com um programa de estímulos, opinião que não é partilhada pelo Bundesbank.

Esta quinta-feira, também o Banco Central Europeu mostrou preocupação com a economia da área da moeda única, tendo confirmado que está a preparar um pacote de estímulos. “Os indicadores disponíveis apontam para um crescimento mais lento no terceiro trimestre de 2019, levantando maiores dúvidas sobre a esperada recuperação no segundo semestre do ano. Apesar de a ausência de sinais da esperada recuperação ser preocupante, foram feitas referências a fundamentos positivos inalterados”, explica-se na ata da última reunião de política monetária do BCE, divulgada esta quinta-feira.

Esta quinta-feira e na praça nacional, foi o BCP a cotada que mais puxou por Lisboa. Os títulos do banco liderado por Miguel Maya valorizaram 1,91% para 0,2080 euros.

No verde, destaque também para a Sonae, cujas ações somaram 1,57% para 0,84 euros. Isto um dia depois da dona da cadeia de hipermercados Continente ter anunciado um lucro de 38 milhões de euros no primeiro semestre, representando uma queda de 53% face ao mesmo período do ano passado, se se incluir a venda da Outsystems, no período homólogo. Excluindo esse fator, o resultado líquido teria aumentado 24% graças ao reforço do volume de negócios e da rentabilidade operacional.

Do outro lado da linha de água, a Nos foi a cotada que mais perdeu. Os títulos da empresa de telecomunicações recuaram 1,68% para 5,26 euros. Em contraponto com a Sonae, as ações da Jerónimo Martins caíram 0,78% para 14,67 euros.

Na energia, os títulos da Galp perderam 0,47% para 12,755 euros, os da EDP avançaram 0,18% para 3,368 euros e os da EDP Renováveis somaram 0,42% para 9,62 euros.

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ACT investiga “irregularidades” no direito à greve dos tripulantes da Ryanair

Os tripulantes da Ryanair acusam a companhia aérea de estar a violar a lei da greve. A Autoridade para as Condições do Trabalho está a investigar a situação nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro.

Depois de acusações do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) de que a Ryanair está a violar a lei da greve portuguesa, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) está a investigar as “alegadas irregularidades” nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro.

“A ACT tomou conhecimento de alegadas irregularidades relacionadas com o direito à greve dos tripulantes de cabine da companhia aérea Ryanair nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro e desencadeou de imediato um intervenção inspetiva que decorre nos três aeroportos”, adiantou fonte oficial da entidade ao ECO.

A inspeção “está presentemente a decorrer, não se encontrando ainda concluída a recolha e análise de dados”, acrescenta a ACT. A entidade está “em contacto com o sindicato do setor, bem como com outras autoridades nacionais, cuja cooperação pareça necessária” para recolher informação.

“A confirmar-se alguma situação de violação do direito à greve ou outras irregularidades, serão mobilizados os instrumentos inspetivos adequados, nomeadamente, se for o caso, desencadeados os procedimentos contraordenacionais previstos na lei”, conclui a Autoridade responsável pelas condições dos trabalhadores.

Nestes dois dias de greve a operação da Ryanair tem decorrido com normalidade. O vice-presidente do SNPVAC, Bruno Fialho diz ao ECO que, para o conseguir, a companhia aérea está a violar a lei da greve ao substituir grevistas por trabalhadores de bases estrangeiras. Estará a fazer uma operação onde muda os voos que partiriam de Lisboa para partirem de outros países europeus para Portugal, alterando o local de partida.

Na quarta-feira, à saída de uma reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH), a presidente do SNPVAC, Luciana Passo, acusou ainda a Ryanair de ter duplicado os serviços mínimos decretados pelo Governo. A companhia terá “coagido” trabalhadores que desconheciam a verdadeira lista de serviços mínimos a apresentarem-se ao trabalho, sob a ameaça de poderem entrar em incumprimento face ao determinado pelo Governo.

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