Sindicato independente diz que não conhece nova proposta dos motoristas de matérias perigosas para evitar greve

Sindicato independente de motoristas manteve troca de impressões com Pedro Nuno Santos durante a manhã, mas sem sindicato das matérias perigosas. Dirigente do SIMM diz desconhecer proposta de 50 euros

O Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) “representa-se a si próprio” e desconhece a contraproposta sugerida por Pedro Pardal Henriques, representante do Sindicato de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), este fim de semana. “Foram declarações do Dr. Pedro Pardal Henriques, que só representa o SNMMP, o SIMM representa-se a si próprio”, esclareceu Anacleto Rodrigues.

O dirigente do SIMM falava à entrada do Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH), onde esteve durante a manhã numa troca de impressões com Pedro Nuno Santos, da qual não tomou parte o Sindicato Nacional de Matérias Perigosas, explicou. “Tivemos a trocar impressões, o ministro não conhecia o SIMM e quis conhecer-nos melhor”, revelou o dirigente. A reunião oficial com o ministro arrancou a meio da tarde.

“Pedimos esta nova reunião para tentar que a Antram volte à mesa das negociações”, detalhou ainda Anacleto Rodrigues, que apontou que no encontro informal tido de manhã nenhum representante do SNMMP esteve presente, isto apesar dos responsáveis deste sindicato terem entrado no MIH pouco depois das 11h00 da manhã e, horas mais tarde, aquando de uma pausa para almoço, até terem dito que a “reunião estava a correr bem”.

“Na sala propriamente dita não estiveram, mas agora sim, vamos ter a reunião com Pedro Nuno Santos e o SNMMP”, esclareceu.

Sobre a contraproposta sugerida por Pardal Henriques em nome do SNMMP, Anacleto Rodrigues reiterou que o SIMM não teve qualquer responsabilidade sobre a mesma e que só agora, na reunião com Pedro Nuno Santos, é que o SNMMP irá detalhar a mesma ao SIMM para ver se esta colhe o seu apoio.

Segundo Pedro Pardal Henriques, o SNMMP decidiu apresentar uma nova proposta de evolução salarial para os motoristas, que passa por assegurar um aumento salarial até aos mil euros de vencimento base, mais alto que o previsto na proposta inicial mas de forma mais dilatada no tempo.

Ou seja, ao invés de um acordo até 2022, os sindicatos procuram agora um acordo até 2025. E em vez de aumentos anuais de 100 euros em 2021 e 2022, exigem agora aumentos anuais de 50 euros entre 2021 e 2025. Isto além da revisão salarial de 300 euros brutos já em janeiro de 2020.

Esta proposta, todavia, não foi discutida previamente com o SIMM.

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Taxa sobre seguros é 99% da receita do INEM

  • ECO Seguros
  • 5 Agosto 2019

Os 2,5% de taxas cobradas sobre prémios de seguros financiam quase na totalidade a atividade de emergência médica em Portugal. O INEM obteve lucro de 10 milhões em 2018.

As taxas de 2,5 % calculadas sobre os prémios base em seguros de Vida, de Saúde, de Acidentes pessoais e Automóvel, representaram a quase totalidade das receitas correntes do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica segundo dados do Relatório de Atividades e Contas desta entidade e relativo a 2018.

As receitas cobradas pelas seguradoras totalizaram 114,6 milhões de euros no ano passado e provêm da cobrança de 2,5% dos prémios ou contribuições, relativos a contratos de seguros do ramo Vida e respetivas coberturas complementares, e contratos de seguros dos ramos Doença, Acidentes, Veículos terrestres e Responsabilidade civil de veículos terrestres a motor, celebrados por entidades sediadas ou residentes no continente. A prestação de serviços e concessões renderam pouco mais de 400 mil euros e outros rendimentos 1,1 milhões de euros.

A taxa INEM, que em 2015 aumentou de 2% para 2,5%, tem sido a fundamental sustentação do organismo público. No último ano cresceu 7,6% relativamente aos 106 milhões de 2017, devido, segundo o organismo público “à evolução favorável da conjuntura macroeconómica, com aceleração do crescimento económico, melhoria sustentada do mercado de trabalho e aumento real do rendimento disponível das famílias”. O crescimento médio anual das receitas de taxas sobre prémios de seguros tem sido de 7% desde 2015.

Os gastos no INEM foram, essencialmente, 50 milhões de euros em transferências e subsídios concedidos, 31 milhões em despesas com pessoal, com os cerca de 1400 colaboradores, e 20,5 milhões em fornecimentos de terceiros. Os Resultados antes de juros e amortizações (EBITDA) atingiram 13,4 milhões de euros e os resultados líquidos foram positivos em 9,8 milhões.

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Reale Seguros dá nome ao estádio do Real Sociedad

  • ECO Seguros
  • 5 Agosto 2019

É a primeira seguradora em Espanha a dar o nome a um estádio de futebol. O contrato vai durar seis anos e também os equipamentos da equipa de futebol vão destacar o logotipo.

O estádio do Real Sociedad, localizado em San Sebastian, no país basco, passará a designar-se Reale Seguros Stadium, depois de ter sido chamado de Anoeta desde que foi inaugurado em 1993. O valor do acordo de naming não foi oficialmente divulgado, mas um site desportivo avança com o valor de 1,5 milhões de euros anuais, durante os próximos seis anos.

O patrocínio da Reale estende-se ainda ao espaço master no equipamento do Real Sociedad, consolidando uma ligação estreada em 2012, quando a Reale se tornou seguradora oficial do clube.

A Reale Seguros é a filial espanhola da italiana Real Mutua Assicurazioni, a maior mutualista de Itália, fundada em 1828. Em Espanha está presente em 50 cidades com 300 agências e ligação a cerca de três mil mediadores.

A operação espanhola é assegurada pela Reale Seguros Generales e pela Reale Vida y Pensiones. A primeira obteve, em 2018, um volume de prémios emitidos de 869 milhões de euros, um resultado líquido de 27 milhões, apresentando um rácio combinado de 96,2%. Tem um ativo líquido de 433 milhões de euros e um rácio de solvência de 207%.

A Reale Vida y Pensiones conseguiu, em 2018, crescimentos de 18,5% em Vida Risco e 30% em Vida poupança e registou resultados líquidos de 1,9 milhões de euros com 178% de rácio de solvência.

Para além da extensão do seu apoio ao Real Sociedad, a Reale aposta na presença desportiva para promoção da sua marca. No futebol patrocina ainda o Real Bétis de Sevilha e o Valência CF desde 2017 e a equipa Reale Avintia de Moto GP desde 2013. No entanto, acabou de cancelar um apoio de doze anos à Real Federación Española de Golf para o torneio internacional Open de Espanha, dando lugar à Mutua Madrilena que vai usar a marca Mutuactivos para esse fim.

Para o Real Sociedad este negócio junta-se a outro mais volumoso, e inesperado, por ter lucrado 24 milhões de euros com a transferência do avançado Antoine Griezmann, do Atletico de Madrid para o Barcelona, do qual ainda detinha 20% dos direitos desportivos.

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Universidades já começaram a usar canábis para “fins educacionais”

O mercado legal da canábis procura profissionais qualificados. Para dar resposta a esta lacuna, algumas universidades norte-americanas já oferecem Licenciaturas, Mestrados e MBA só sobre canábis.

Um dos maiores desafios das empresas que utilizam canábis, e estão hoje num setor multimilionário em ascensão, é a falta de candidatos qualificados para os cargos. “Estamos perante uma das maiores indústrias a desenvolver-se sem profissionais qualificados”, sublinha Jamie Warm, CEO da Henry’s Original, uma empresa de produção e distribuição de canábis na Califórnia. Para dar resposta a esta lacuna num setor em desenvolvimento, algumas universidades nos EUA já oferecem cursos superiores só sobre canábis.

Segundo a Quartz, no próximo ano letivo, a Universidade de Cornell, em Ithaca, Nova Iorque, vai abrir o curso “Canábis: Biologia, Sociedade e Indústria”. No programa curricular será possível “explorar a história, cultura, farmacologia, horticultura e os desafios legais relacionados com a canábis”. Em 2020, a mesma universidade vai abrir um Mestrado na área dos negócios relacionados com esta planta.

“Se vamos entrar na indústria, é necessário conhecer todos os seus aspetos. Por outras palavras, é preciso entender a planta em si”, sublinha Carlyn S. Buckler, professora da Universidade de Cornell.

Já existem certificações online, mas o setor que envolve a canábis precisa de oferta qualificada, principalmente nas áreas de química, horticultura, farmácia, e ainda na vertente de empreendedorismo, regulação, comunicação e leis. Além de competências qualificadas, refere o CEO, os candidatos ideais para este tipo de cargos devem ter experiência em ambientes de startup e não ter medo de explorar estes temas desde a sua raiz.

Em junho, a Universidade de Farmácia de Maryland lançou um Mestrado em “Ciência e Terapia em Canábis”. O curso tem a duração de dois anos e vai ser lançado no final de agosto. Ainda este mês, a Universidade de Ciências de Filadélfia vai abrir vagas para um MBA em estudos da indústria da canábis. Na Universidade da Califórnia, por exemplo, os estudantes de medicina já podem aprender um pouco mais sobre a fisiologia da canábis e os efeitos que tem no corpo humano, para que seja possível entender com profundidade quais os efeitos no uso medicinal.

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No Canadá, o segundo país a legalizar a canábis, a Universidade de McGill, em Montreal, já tem planos para abrir um curso sobre a produção de canábis em 2020.

Em Portugal, a indústria do canábis também está a ganhar terreno. Uma das mais promissoras empresas de cultivo de canábis, Tilray, instalou um centro de cultivo em Cantanhede, distrito de Coimbra. No ano passado, a farmacêutica internacional Cann10 investiu 10 milhões de euros numa fábrica de produtos medicinais à base de canábis em Vila de Rei e criou 100 postos de trabalho. No início do ano, a empresa canadiana Aurora adquiriu a maioria do capital da farmacêutica portuguesa Gaia Pharma, com o objetivo de instalar em Vila Nova de Gaia um centro de produção de canábis medicinal.

O mercado legal da canábis foi avaliado em 12,4 mil milhões de euros em 2018 e estima-se que alcance os quase 60 mil milhões em 2023. Os dados de portais de emprego com o Indeed, revelam que as ofertas para cargos relacionados com canábis mais do que quadruplicaram desde 2016, sendo que este ano há cerca de 300 postos de trabalho para 1 milhão de pessoas.

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PSD/Açores teme centralização de fundos comunitários a nível nacional

  • Lusa
  • 5 Agosto 2019

O PSD/Açores acusou o Governo Regional, socialista, de estar em "silêncio" sobre o próximo quadro comunitário. Partido teme "centralização" dos apoios a nível nacional.

O vice-presidente do PSD/Açores, António Ventura, acusou esta segunda-feira o Governo Regional, socialista, de estar em “silêncio” sobre o próximo quadro comunitário de apoio, temendo os sociais-democratas uma “possível centralização dos fundos comunitários a nível nacional”.

“Consideramos que os Açores têm de ter a sua fatia própria para usar os fundos de acordo com as suas especificidades”, vincou António Ventura, após diversos dirigentes do PSD/Açores se terem reunido com a Federação Agrícola da região, na Ribeira Grande (ilha de São Miguel).

Depois, António Ventura, que se recandidata em outubro a um lugar na Assembleia da República, acusou o Governo Regional, socialista, de estar em “silêncio” sobre o próximo quadro comunitário de apoio. “O Governo Regional está em muito silêncio relativamente ao que devia estar a fazer, não só silêncio relativamente às instituições europeias mas também com o Governo da República”, disse, criticando ainda o executivo de Vasco Cordeiro por ser, “cúmplice de uma estratégia que não existe para favorecer os Açores em termos de fundos comunitários”.

No que refere ao quadro de apoio 2021-2027, Ventura diz ser necessário haver um aumento de 10 milhões de euros para os Açores no POSEI (Programa de Opções Específicas para o Afastamento e a Insularidade nas Regiões Ultraperiféricas). Nesta matéria também, sinaliza o social-democrata, há um “silêncio comprometedor” do Governo dos Açores que, “se faz algo” para reforçar o POSEI, “não se sabe”. “Na prática não se prevê aumento do POSEI”, lamentou ainda António Ventura.

O social-democrata esteve acompanhado do presidente do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, e do número um do partido às legislativas de outubro, Paulo Moniz, na reunião tida com a Federação Agrícola dos Açores.

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EUA atacam e China retalia. Wall Street derrapa

As ações dos EUA arrancaram no vermelho, com investidores a reagirem à escalada da guerra comercial. Às novas tarifas às importações chinesas pelos EUA, a China respondeu com desvalorização do yuan.

Após a pior semana do ano, Wall Street volta ao vermelho. Os principais índices bolsistas dos EUA arrancaram a semana com perdas acima de 1,5%, depois e o governo de Xi Jinping ter respondido às novas tarifas às importações chinesas por parte dos EUA com a desvalorização do yuan e um corte nas importações de produtos agrícolas norte-americano.

O S&P 500 desvaloriza 1,59%, para os 2.885,43 pontos, enquanto o Dow Jones desliza 1,56%, para os 26.070,81 pontos. Já o Nasdaq é o mais penalizado ao registar uma queda de 2,27% para os 7.822,71 pontos.

Os principais índices norte-americanos dão assim seguimento ao pior desempenho semanal do ano, depois de na semana passada Donald Trump ter anunciado que vai impor novas tarifas a produtos chineses a partir de 1 de setembro. Desta feita o alvo são “os restantes 300 mil milhões de dólares de bens e produtos que vêm da China para o nosso país, dizia o presidente dos EUA na sexta-feira”. Esta tarifa soma-se à taxa de 25% já aplicada pelos EUA a importações da China avaliadas em mais de 250 mil milhões de dólares.

A China não tardou em responder e esta segunda-feira retaliou, deixando o yuan quebrar o nível dos sete dólares, um sinal de que Pequim estará disposto a aceitar desvalorizações mais acentuadas da sua moeda, o que pode inflamar ainda mais o conflito comercial com os EUA.

As bolsas asiáticas afundaram para mínimos de um mês antes da abertura das praças europeias, quedas que tiveram seguimento nas bolsas europeias e agora nas norte-americanas.

“As pessoas temem que (a mais recente rodada de taxas) tornará muito mais difícil chegar a um acordo sobre o comércio“, disse Robert Pavlik, respondsável pela estratégia de investimentos da SlateStone Wealth LLC, citado pela Reuters.

O apoio que os mercados acionistas tiveram desde maio perante as expectativas de uma ronda agressiva de flexibilização monetária também se desvaneceu no rescaldo da reunião da Fed na semana passada que ditou um corte de juros pela primeira vez desde 2008.

Entre os títulos mais penalizados em Wall Street estão os do setor tecnológico. Referência para a Apple que vê as suas ações deslizarem 4%, para os 195,8 dólares, com os investidores a temerem os efeitos que podem resultara para a empresa face à recente proposta de tarifas às importações chinesas. Cotadas como a Micro Devices, Nvidia, Micron Technology e Intel sofrem perdas entre 4% e 5,5%. Também o Facebook, Amazon, Netflix e Alphabet, dona do Google, deslizam 2%, 2,5% e 2,6%, respetivamente.

O mercado da dívida também estão a ser colocados à prova, já que a fuga ao risco por parte dos investidores fez com que os juros das obrigações do Tesouro norte-americanas a dez anos registaram novos mínimos de três anos, após a maior queda semanal em sete anos.

O receio dos investidores também é percetível no “índice do medo”, o índice VIX, que subiu até à fasquia mais elevada em cerca de três meses.

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Banco de Portugal revê cálculo da dívida pública. Engorda 4.258 milhões

A dívida pública deu um trambolhão no mês passado, caindo para 246 mil milhões. Mas, agora, a metodologia para o cálculo foi revista, levando novamente o valor para cima dos 250 mil milhões.

O Banco de Portugal reviu o valor da dívida pública. Tendo em conta a nova versão do Manual do Défice e da Dívida publicada pelo Eurostat no dia 2 de agosto de 2019, o valor engordou em mais de quatro mil milhões de euros, levando o total novamente para cima da fasquia dos 250 mil milhões de euros.

A dívida pública portuguesa tinha dado um trambolhão em junho, caindo para 246 mil milhões de euros, isto depois de feito o maior reembolso de obrigações do Tesouro do ano. A “revisão agora implementada tem impacto no valor da dívida pública, mas não na variação da dívida verificada entre o final de maio e o final de junho de 2019”, diz o supervisor.

O trambolhão foi o mesmo, mas o montante da dívida pública caiu de um valor revisto de 256.773 para 251.192 milhões de euros, ou seja, volta a ficar acima da fasquia dos 250 mil milhões, já que a revisão levou a um aumento do valor considerado como dívida pública na ótica de Maastricht em 4.258 milhões.

Estes mais de quatro mil milhões são referentes aos juros dos certificados de aforro, automaticamente capitalizados. O “texto revisto apresenta, entre outras, uma alteração metodológica no registo dos juros capitalizados dos certificados de aforro na dívida pública, a qual se encontrava em discussão, desde 2015, num fórum permanente do Sistema Estatístico Europeu dedicado a assuntos metodológicos relevantes para a compilação do défice e da dívida”, nota o Banco de Portugal.

Rácio da dívida mais elevado

Além do aumento do valor da dívida em si, esta revisão à metodologia aplicada à dívida pública levou a um novo cálculo da dívida em função do PIB. Assim, em vez dos 121,5% do PIB que tinham sido apresentados no final do ano passado, esse rácio foi atualizado para 123,6%.

Esta revisão da metodologia compromete o rácio de 118,6% do PIB previsto pelo Governo no Programa de Estabilidade para o final deste ano, mas também os 115,2% em 2020. O Executivo de António Costa tinha apontado nesse mesmo documento baixar da fasquia dos 100% em 2023.

(Notícia atualizada às 14h12 com mais informação)

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Portugal Fresh aponta prejuízo diário de 21 milhões de euros com greve dos motoristas

  • Lusa
  • 5 Agosto 2019

A associação diz que "a greve dos motoristas terá um impacto muito negativo para o setor e para a economia" portuguesa, "afetando drasticamente as suas exportações".

A Portugal Fresh, associação para a promoção das frutas, legumes e flores, estimou esta segunda-feira um prejuízo diário direto de 21 milhões de euros com a greve dos motoristas a partir de 12 de agosto e por tempo indeterminado. Em comunicado, a Portugal Fresh salienta que “a greve dos motoristas terá um impacto muito negativo para o setor e para a economia” portuguesa, “afetando drasticamente as suas exportações”.

A entidade sublinha que o setor, que registou um volume de negócios de 2.790 milhões de euros, exportando mais de 1.500 milhões em 2018, “teme que o crescimento dos últimos anos possa estagnar ou regredir”.

Os sindicatos que entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de agosto estão reunidos com o Governo e disseram ter “várias propostas” para apresentar ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

“O mês de agosto é de capital importância devido a concentração de pico de colheitas. Este mês tem um peso estimado de 23% no valor da produção nacional” de frutas, legumes e flores, refere o presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Santos Andrade, citado no comunicado.

“Estimamos um prejuízo diário direto de 21 milhões de euros que pode crescer substancialmente se a paralisação se prolongar”, salienta, apontando que se a paralisação se prolongar por mais de quatro a cinco dias “muitas áreas de produção terão de ser abandonadas e alguns cliente chave serão perdidos, já que a geografia de produção nacional será substituída por outras geografias produtoras”. Caso tal aconteça, o prejuízo poderá atingir 350 milhões de euros em cinco dias e irá colocar em risco os empregos.

Por isso, associação defende que é urgente tomar “medidas vigorosas que viabilizem o normal funcionamento das atividades de colheita, processamento e transporte, garantindo a liberdade de trabalhar para quem o queira fazer sem constrangimentos ou pressões por parte daqueles que, no exercício dos seus direitos, eventualmente venham a insistir em fazer greve”. O setor defende que “tem de existir uma estratégia prioritária para o setor agrícola”.

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) disse no sábado ter “várias propostas” para apresentar na reunião desta segunda-feira no Ministério das Infraestruturas e sublinhou que a estrutura sindical sempre quis evitar a greve.

“Existem várias propostas que nós queremos apresentar ao senhor ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos] e à ANTRAM [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias]” na reunião, disse à Lusa Pedro Pardal Henriques. Entre as principais propostas está a negociação de um contrato coletivo de trabalho “com um prazo de tempo mais estendido com as coisas que, quer uma parte quer outra, entendam reivindicar”, acrescentou o vice-presidente do SNMMP.

A greve convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa a 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias. O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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Motoristas pedem intervenção de Marcelo. Greve dos combustíveis é “grito de desespero e revolta”

Carta enviada ao PR, na qualidade de "representante dos portugueses, chefe das forças armadas", "garante da Constituição", apela a que Marcelo use influência para resolver diferendo laboral.

O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) lançou esta segunda-feira um apelo ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, onde explica que a paralisação de 12 de agosto “mais do que uma greve, é um grito de desespero e revolta destes profissionais”.

Sentimentos que são justificados com o facto dos motoristas já “não aguentarem mais o cansaço devido à carga horária e à pressão a que estão sujeitos” e porque os problemas da classe não são de hoje: “Revolta porque em 20 anos as autoridades com a responsabilidade da fiscalização do cumprimento das leis laborais não têm feito o seu trabalho e as empresas têm gozado de total liberdade para aplicarem políticas de exploração laboral fazendo tábua rasa das leis do trabalho”, acusam.

O SIMM recorda a Marcelo que, como conhecedor da vida destes motoristas, e pela “responsabilidades que tem e com as expectativas que a sua viagem criou, não vai poder ficar pelas palavras, tem de passar aos atos!”

O sindicato refere-se ao facto de em janeiro deste ano o Presidente da Republica ter tomado conhecimento dos problemas da vida dos motoristas numa viagem entre Lisboa e Porto e que, desde então, mais do que os “direitos e as condições laborais e socioeconómicas de 50.000 trabalhadores motoristas de mercadorias, o que está em causa neste momento, é o superior interesse nacional”.

Na missiva enviada ao PR, na qualidade de “representante de todos os portugueses, como chefe das forças armadas, como garante da Constituição da República e conhecedor dos nossos problemas”, o sindicato apela a que Marcelo faça “uso da sua magistratura de influência” para “chamar aqueles que têm a capacidade para resolver este diferendo e exigir a resolução deste conflito”. E lançam duras críticas à postura do Governo, tanto pelas declarações mais recentes dos governantes sobre a lei da greve, como pela repetida insistência no recurso às forças armadas para “impedir e furar a greve”.

As recentes declarações de alguns titulares de cargos políticos não podem deixar de causar estranheza e preocupação, estranheza porque não é compreensível que ministros venham dizer na praça pública que tem que se olhar e ‘quiçá’ alterar a lei da greve“. E isto o Presidente não pode deixar acontecer, salientam.

“Essa mesma lei é parte integrante da lei fundamental do país, a Constituição da República Portuguesa, Constituição essa, onde V. Exa. teve um papel ativo na sua formulação como deputado da Assembleia Constituinte, Constituição essa que os titulares de cargos políticos juram defender, cumprir e fazer cumprir no exercício das suas funções, preocupação porque o que parece estar em causa é um ataque direto aos direitos dos trabalhadores e dos valores de abril consagrados nessa mesma Constituição”, sublinham.

O SIMM critica de seguida as recorrentes posições governamentais a propósito do recurso às forças armadas para travar os impactos da greve, salientando que esta “será a primeira vez em democracia” que tal acontecerá. “O governo anuncia pela primeira vez em democracia, que vai usar as forças militares e militarizadas, com o pretexto de se acudir à população, o propósito é impedir e furar a greve dos motoristas de mercadorias, a utilização das forças armadas seria compreensível se na greve do passado mês de abril tivessem havido noticias de que algum serviço social impreterível paralisou ou sofreu constrangimentos no socorro ou auxilio às populações, tal não aconteceu”, dizem.

A missiva termina com um apelo mais direto à intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, com o SIMM a recordar que os motoristas “são homens e mulheres de bem”, sem “qualquer intenção de prejudicar o país nem os nossos concidadãos”. E justificam a decisão de avançar para a greve com o facto de já não conseguirem “suportar as condições em que vivemos e trabalhamos“.

E apelam: “Não consinta que continue este ataque às nossas condições de vida e de trabalho, nossas e das nossas famílias, também nós somos portugueses, não consinta mais que estes homens e mulheres que têm servido o país e os portugueses num verdadeiro espírito de missão sejam tratados como se de criminosos se tratassem.”

A divulgação da carta aberta do SIMM a Marcelo Rebelo de Sousa coincide com a realização de uma reunião entre os representantes dos motoristas e o Ministério das Infraestruturas e Habitação, encontro que os sindicatos irão aproveitar para apresentar uma nova proposta de aumentos salariais — agora até 2025 — para tentar, pelo menos na aparência, desbloquear as negociações. A reunião arrancou às 11h30 desta segunda-feira e está a prolongar-se pela tarde, tanto que a reunião entre a ANTRAM e Fectrans, prevista para as 15h, já foi empurrada para as 18h.

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Liga Europa: Sporting de Braga e Vitória de Guimarães já conhecem possíveis adversários no play-off

  • Lusa e ECO
  • 5 Agosto 2019

As duas equipas já conhecem os possíveis adversários do play-off da Liga Europa, caso se consigam apurar.

O Vitória de Guimarães vai defrontar os romenos do FCSB ou os checos do Mladá Boleslav, nos play-offs da Liga Europa de futebol, caso supere a terceira pré-eliminatória, ditou o sorteio realizado esta segunda-feira.

Caso superem na terceira pré-eliminatória os letões do Ventspils, que vão defrontar na quinta-feira e em 14 de agosto, os vimaranenses iniciam os play-offs como visitantes e disputam o segundo jogo em casa.

Já os adversários do Sporting de Braga serão os russos do Spartak Moscovo ou os suíços do Thun, avançou a TSF.

Os jogos da derradeira fase de acesso à fase de grupos da Liga Europa estão marcados para 22 e 29 de agosto.

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Portugueses estão mais pessimistas em relação à economia

  • Lusa
  • 5 Agosto 2019

A maioria dos portugueses classifica de "má" a situação económica do país e muitos dizem-se preocupados com questões como saúde, segurança social e custo de vida.

Um inquérito divulgado esta segunda-feira revela que os portugueses se tornaram, num ano, mais pessimistas em relação à situação económica do país, que a maioria considera “má”, e preocupam-se com questões como saúde, segurança social, ou custo de vida.

Em causa está o Eurobarómetro de primavera sobre a vida nos Estados-membros da União Europeia (UE), incluindo em Portugal, que teve por base 1.008 entrevistas presenciais feitas no país entre os dias 8 e 18 de junho.

Questionados sobre a perceção da situação económica no país, 61% dos inqueridos portugueses classificou-a como “má”, enquanto 37% a qualificou como “boa”, sendo que, em ambos os casos, houve uma subida nos resultados (de um 1%) relativamente ao Eurobarómetro divulgado no período homólogo anterior, há um ano. Os restantes (2%) optaram por não responder.

A contribuir para esta perceção estão fatores como a situação do respetivo agregado familiar ou a respetiva situação laboral.

Já questionados sobre as principais preocupações em Portugal, 34% dos inquiridos apontou a saúde e segurança social, ao passo que 27% referiu o aumento dos preços e o custo de vida. Outras questões elencadas foram a situação económica (22%) e o desemprego (18%).

Em relação aos principais desafios para a UE, 29% dos inquiridos portugueses referiu o terrorismo, 27% apontou o estado das finanças públicas e 18% falou na situação económica e na imigração. No que toca à confiança nas instituições, 55% dos portugueses indicou não confiar no Governo nacional, contra 42% que mostrou confiança.

Estes números pioram se em causa está a confiança no Parlamento português, com 59% a afirmar que não confia na Assembleia da República e outros 37% a garantir que o faz.

Maioria dos portugueses confia nas instituições da UE

Em relação à UE, são mais os inquiridos portugueses a afirmar que confiam nas instituições comunitárias (57%) do que os que dizem não o fazer (33%). Acresce que 60% dos portugueses assinala ter uma imagem positiva da UE, contra 34% que tem uma opinião neutra e 5% que fala numa má perceção.

Como justificação para esta imagem estão fatores como a livre circulação para residir, estudar e trabalhar dentro da UE, a moeda única (euro) e ainda o mercado único. Por isso, 84% dos inquiridos garante sentir-se como um cidadão da UE, contra 16%, que sentem o oposto.

Ao todo, para este Eurobarómetro, foram realizadas 27.464 entrevistas nos 28 Estados-membros da UE.

Tendo em conta as respostas dadas, as principais preocupações nacionais dos cidadãos europeus são o desemprego, o custo de vida e a segurança social, enquanto os maiores desafios para a UE são, segundo os inquiridos, a imigração, as alterações climáticas e o estado das finanças públicas dos países.

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