Com Páscoa à porta, crise nos combustíveis pode provocar rutura de stock de leite

A Federação das Indústrias Agroalimentares está "muito apreensiva" com os efeitos da greve dos motoristas de matérias perigosas no setor e diz haver mesmo a possibilidade de rutura de stock de leite.

Os efeitos da greve dos motoristas de matérias perigosas já se fazem sentir no setor agroalimentar, por causa da distribuição desses produtos. Quem o diz é o presidente da Federação das Indústrias Agroalimentares (FIPA). Em declarações ao ECO, Jorge Henriques salienta mesmo que é possível que haja rutura de stock de alguns dos artigos tradicionalmente consumidos durante a Páscoa, como o leite e os refrigerantes. “Estamos muito apreensivos”, diz o responsável.

Desde as 00h00 de segunda-feira que os motoristas de matérias perigosas estão em luta pelo reconhecimento da sua categoria profissional. Apesar de o Executivo ter definido serviços mínimos, os primeiros dias desta paralisação têm ficado marcados por longas filas nas bombas de combustíveis. No setor agroalimentar, os efeitos também já se sentem, particularmente na distribuição dos produtos acabados e no abastecimento das fábricas com matérias-primas.

Exemplo disso é a indústria do leite. “É um produto que tem de ser trabalhado no máximo nas primeiras 48 horas”, explica Jorge Henriques, adiantando que, face a esta paralisação, estes produtores estão a “atravessar um momento muito difícil”, podendo mesmo estar em cima da mesa a rutura de stock, durante o fim de semana prolongado e a Páscoa.

Outras das indústrias afetadas são, diz o dirigente da FIPA, a dos óleos refinados e a das bebidas refrigerantes. Nesses casos, não está a ser possível escoar os produtos finais, o que impede a continuação dos trabalhos. Isto quando, em muitos desses casos, os processos tendem a acontecer de forma contínua.

Portanto, Jorge Henriques identifica dois efeitos principalmente preocupantes desta greve no setor agroalimentar. Por um lado, aponta as dificuldades no abastecimento de matérias-primas, que está a agravar-se “a cada hora que passa”. “Algumas refinarias estão quase em paragem”, reforça o responsável. Por outro, está a ser difícil levar os produtos terminados aos clientes, já que as frotas de distribuição estão a ter dificuldades no abastecimento.

Tudo somado, Jorge Henriques frisa: “Se não houver uma resolução nas próximas 24 horas, estamos a falar de muitos milhões de euros de prejuízo para as indústrias do setor agroalimentar”.

De notar que o Executivo, entretanto, reuniu com o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), obrigando ao cumprimento dos serviços mínimos. Foi nesse contexto que várias dezenas de postos no norte do país e na capital estão a ser reabastecidos, o que poderá mitigar, por exemplo, os efeitos desta paralisação na distribuição dos produtos agroalimentares. Ainda assim, face à elevada procura, o stock disponibilizado de combustíveis deverá emagrecer significativamente nas próximas horas, o que poderá voltar a agravar a situação.

Apesar dos problemas indicados pelo setor agroalimentar, as grandes cadeias de supermercados garantem que, para já, têm asseguradas as suas operações. Isso mesmo disseram ao ECO fontes da dona do Pingo Doce e do Minipreço.

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Crise dos combustíveis em Portugal faz eco na imprensa estrangeira

  • Lusa
  • 17 Abril 2019

Os jornais internacionais dão conta da "crise energética" vivida em Portugal, à medida que os efeitos da greve dos motoristas de matérias perigosas ganham dimensão.

Portugal é notícia em vários meios de comunicação internacionais, com as consequências da greve dos motoristas de matérias perigosas a ser título em órgãos de comunicação do Reino Unido, Espanha, Estados Unidos e França.

“Greve de motoristas de camiões-cisterna desencadeia ‘crise energética’ em Portugal”, noticia esta quarta-feira a edição online do Financial Times. O jornal britânico escreve que “o governo português implementou medidas de emergência para salvaguardar o abastecimento de combustível para ambulâncias, aeroportos, bombeiros e outros serviços críticos, quando a greve de motoristas de camiões-cisterna entrava no terceiro dia”.

“Crise energética de Portugal agrava-se com o arrastar da greve dos motoristas de camiões-cisterna de combustíveis”, noticia também a Reuters. “A escassez de energia em Portugal intensificou-se esta quarta-feira, com a greve dos motoristas a entrar no terceiro dia, no pior tumulto industrial do mandato de quatro anos do governo socialista”, escreve a agência de notícias.

A greve dos motoristas de matérias perigosas em Portugal também é notícia na BBC: “Escassez de combustível em Portugal com greve dos transportadores”, noticia a cadeia britânica no seu site, onde escreve que “os postos de combustíveis estão a ficar secos em todo o país, apenas alguns dias depois dos motoristas terem começado uma greve nacional devido aos salários e condições” de trabalho.

O The Independent noticia que “a greve de combustível atinge passageiros e condutores no início da corrida das viagens de Páscoa”. Já o The Sun alerta na sua edição online que “os britânicos que se dirigem para Portugal podem ver os seus voos cancelados ou desviados porque os aeroportos locais estão a ficar sem combustível”. E o jornal britânico indica ainda que “os passageiros que viajaram com a easyJet e a Ryanair já foram afetados por voos desviados ou cancelados”.

O jornal online espanhol El Mundo também noticia que “a greve de transportadores paralisa Portugal e põe em risco as deslocações da Semana Santa”, acrescentando que “metade dos postos de combustível portugueses estão secos e o preço disparou onde ainda há combustível”.

O The New York Times escreve esta quarta-feira que os “postos de combustíveis portugueses estão a ficar secos”, com uma notícia da Associated Press, em que indica que “a greve de cerca de 800 motoristas de materiais perigosos provocou uma corrida para encher depósitos, encerrando centenas de postos de combustível”.

Ainda na terça-feira, o francês Le Figaro noticiou que o governo socialista de Portugal recorreu à requisição civil de transportadores de combustível para fazer face à greve dos motoristas de matérias perigosas, “cuja greve levanta o risco de escassez em todo o país, em particular nos aeroportos”.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito. O primeiro-ministro admitiu esta quarta-feira alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.

Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

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Connect Portugal: esta rede liga o talento nacional ao resto do mundo

Plataforma em forma de comunidade quer ligar o talento português e potenciar a imagem de Portugal no mundo, respondendo a desafios como a fuga de talento.

Ligar o talento português e potenciar a imagem de Portugal no mundo. São estes os dois principais objetivos da recém-criada Connect Portugal, uma comunidade que pretende servir de contrapeso aos desafios atuais ligados ao talento.

A ideia é construir uma rede de portugueses de alto potencial, que vivem e trabalham no estrangeiro e responder, dessa forma, a desafios como a fuga de talento, “com milhares de jovens portugueses altamente qualificados espalhados pelo mundo” e com “fraca ligação ao Portugal”, explica a organização em comunicado.

“Em 2011, estava eu a viver em Zurique e senti em primeira mão o quão difícil é ligarmo-nos a outros portugueses no estrangeiro, mas também o valor que dessas ligações pode surgir”, conta Inês Santos Silva, fundadora da Connect Portugal, citada em comunicado. “Desde então o sonho cresceu. Com as minhas constantes viagens, fui conhecendo imensos portugueses fantásticos pelo mundo e percebendo o quão terríveis somos a valorizá-los e a necessidade e importância que existem nessas ligações, apoio e crescimento em comunidade”, sublinha a empreendedora.

Com as minhas constantes viagens, fui conhecendo imensos portugueses fantásticos pelo mundo e percebendo o quão terríveis somos a valorizá-los e a necessidade e importância que existem nessas ligações, apoio e crescimento em comunidade.

Inês Santos Silva

Fundadora da Connect Portugal

A rede agora criada vai servir para facilitar a aproximação entre os portugueses a viver pelo mundo. Mas não se esgota aqui. A ideia é que a plataforma possa ajudar Portugal, as suas startups e empreendedores, a “importar” know-how, competências e redes de contactos.

A Connect Portugal dirige-se a pessoas entre os 20 e os 40 anos e com perfil de liderança nas suas áreas. A comunidade já está presente em Boston, Berlim, Basileia e Londres e a caminho de Paris, Nova Iorque e São Paulo, cidades onde tradicionalmente existem muitos portugueses a trabalhar ou estudar. Em termos de estrutura, o projeto está organizado em hubs, liderados por embaixadores locais: Diana Dóris Coelho (embaixadora em Basileia), João Oliveira (embaixador em Berlim), Sofia Simões de Almeida (embaixadora em Berlim), Ana Cadete Pires (embaixadora em Boston), Tiago Teixeira Correia (embaixador em Londres) e Miguel Pinho (embaixador em Londres) são alguns dos nomes que fazem parte da rede e que têm como missão dinamizar a comunidade, sugerindo novos membros, promovendo encontros e proporcionando diversas oportunidades.

Os membros vão poder contar com networking, ligação a empresas, startups e outras organizações portuguesas (através de eventos, programas de mentoria, entre outros) e partilha de conhecimento sobre as mais variadas áreas, de forma a potenciar o desenvolvimento pessoal e profissional.

“Todos têm ótimas impressões acerca do talento português; esta é a conclusão a que cheguei após ter passado por vários países nos últimos anos. No entanto, nós portugueses – mesmo vivendo na mesma cidade – acabamos por, muitas vezes, nem nos conhecer, quanto mais partilhar experiências e ajudarmo-nos”, explica João Oliveira, embaixador da comunidade em Berlim. “A Connect Portugal pode ter esse papel importante de ligar o talento português entre si e a Portugal, ajudando empresas e profissionais a terem uma visão ainda mais internacional”, realça.

A rede está aberta a todo o tipo de perfis e pretende reunir talentos de várias áreas, tais como como ciência, engenharia, tecnologia, economia, medicina e arte. Além do intervalo de idades, os requisitos passam por viver numa das cidades onde a comunidade está presente, assim como ter um passado profissional com experiências empreendedoras ou intraempreendedoras que demonstrem um claro perfil de liderança. As candidaturas podem ser feitas via formulário no site oficial.

Quanto aos próximos meses, os objetivos passam pelo crescimento em número de hubs e a organização local de um evento que reúna a comunidade. Até ao final do ano, os planos passam também por organizar o primeiro evento internacional Connect Portugal.

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Falta de combustível também pode afetar metro de Lisboa (se não houver diesel em 15 dias)

Não é uma vítima óbvia da crise no abastecimento de combustíveis, mas o problema também pode afetar o metro de Lisboa. Falta prolongada de diesel pode impedir manutenção das linhas.

Anda a energia elétrica, mas a falta de combustível também pode vir a afetar o Metropolitano de Lisboa. Até agora, está a operar com normalidade, mas ao ECO, a empresa revela que uma prolongada falta de abastecimento de combustível pode ter impacto, isto porque os veículos utilizados na manutenção das linhas andam a diesel.

O Metro de Lisboa “não identificou, até à data, qualquer impacto na sua operação de transporte de passageiros, nem nas atividades de manutenção e assistência técnica, resultante da greve dos transportadores rodoviários de materiais perigosos”, começa por esclarecer a empresa, ao ECO. E a explicação é simples: a “rede operada pelo Metropolitano de Lisboa funciona apenas com energia elétrica”.

Contudo, se a situação se mantiver, pode haver perturbações. “Uma prolongada falta de abastecimento de combustível poderá vir a ter impacto direto na utilização de veículos ferroviários de manutenção de via, equipados com motores diesel, explica o Metro de Lisboa.

"No limite (o Metro estima cerca de 15 dias de autonomia), poderá ocasionar a supressão da circulação de alguns comboios por incapacidade de reparação ou manutenção regular dos mesmos e da própria infraestrutura (via).”

Metropolitano de Lisboa

Acrescenta que o diesel é também utilizado em “alguns veículos ligeiros de transporte de materiais para manutenção de equipamentos e estações”.

No limite (o Metro estima cerca de 15 dias de autonomia), poderá ocasionar a supressão da circulação de alguns comboios por incapacidade de reparação ou manutenção regular dos mesmos e da própria infraestrutura (via)”, remata.

Recorde-se que a greve dos motoristas de veículos de transporte de matérias perigosas começou às zero horas de segunda-feira, tendo já levado a grandes falhas na disponibilização de combustíveis devido à corrida às bombas.

Apesar de o Governo ter avançado com uma requisição civil, esta acabou por não ser acatada. Ainda antes de uma reunião em que acabou por ser alcançado um acordo para os serviços mínimos, o Executivo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos.

Entretanto, perante os efeitos da greve, o primeiro-ministro admitiu alargar os serviços mínimos. O Presidente da República também já veio apelar a que esse alargamento aconteça, não só chegando a todo o país, mas também a outros setores.

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Ministra do Mar rejeita críticas do Tribunal de Contas à execução do Mar2020

  • Lusa
  • 17 Abril 2019

Ana Paula Vitorino disse que receios do Tribunal de Contas da perda de financiamento comunitário "não se confirmam". A ministra rejeitou que haja risco de perda de financiamento europeu.

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, rejeitou esta quarta-feira no Parlamento as críticas feitas à execução do programa operacional Mar2020 num relatório do Tribunal de Contas (TC).

Em audição na Comissão de Agricultura e Mar, a governante disse que “não se confirmam os receios apontados pelo Tribunal de Contas da perda de financiamento comunitário, quando na auditoria analisa os dados relativos ao final de 2017, desconsiderando as evidências mais recentes de cumprimento das metas intermédias”.

Na sua apresentação inicial, Ana Paula Vitorino garantiu que a “31 de março de 2019 a taxa de pagamentos do programa Mar2020 era de 29,2%, já tendo sido liquidados 137,5 milhões de euros aos beneficiários finais”. Além disso, segundo a ministra, “a taxa de compromisso é de 66,9% do total programado, equivalente a 318,1 milhões de euros de apoio público” e “o investimento elegível total alavancado por estas candidaturas é de 424,5 milhões de euros”.

Na terça-feira, o TC disse que, no final de junho de 2018, a execução financeira do programa operacional Mar2020 fixava-se em 13%, evidenciando “dificuldades” que configuram um “risco elevado” de perda de financiamento europeu.

“Em 30 de junho de 2018, e sem considerar os anos de 2014 e 2015, os dois anos e meio de plena execução do programa corresponderam a uma taxa de execução financeira de apenas 13%. Evidenciam-se, assim, dificuldades de execução do programa que necessitam de ponderação pela Autoridade de Gestão. O baixo nível de execução deste PO [Programa Operacional] representa um risco elevado de perda de financiamento europeu”, lê-se na auditoria do TC ao Programa Operacional Mar2020, a que a Lusa teve acesso.

Ana Paula Vitorino rejeitou que haja risco de perda de financiamento europeu. “O anterior programa de apoios comunitários (PROMAR) teve uma perda de financiamento comunitário de cerca de 20 milhões de euros por incumprimento da então regra N+2 [regra a cumprir para não ter que devolver os fundos]”, garantiu a governante.

De acordo com a ministra, a “Comissão Europeia, no site da monitorização da aplicação dos fundos temáticos, por Estado-membro, reconhece que, em final de 2018, Portugal está bem à frente de outros Estados-membros com um envelope financeiro superior ou aproximado, como a França, a Espanha, a Polónia, a Itália ou a Grécia”.

Ana Paula Vitorino garantiu que “foram enviadas ao TC evidências” de que está a ser cumprida a regra atual, a N+3, o que exclui devolução de fundos comunitários.

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Acionistas da Compta aprovam saída de bolsa da empresa

  • Lusa
  • 17 Abril 2019

Decisão foi tomada esta quarta-feira na assembleia geral de acionistas da empresa de equipamentos e serviços de informática.

Os acionistas da Compta aprovaram esta quarta-feira, em assembleia-geral, a saída da empresa de bolsa, anunciou ao mercado a empresa de equipamentos e serviços de informática.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Compta refere que “foram aprovadas as propostas” sobre “a perda da qualidade de sociedade aberta” e de “atribuir ao Conselho de Administração mandato para praticar os atos e satisfazer as formalidades que se mostrem necessários à concretização, em termos válidos e plenamente eficazes, da deliberação” da saída de bolsa.

As ações da Compta valiam 0,13 euros no final da sessão desta quarta-feira. A Compta está cotada no índice Euronext Lisboa Geral (PSI Geral).

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Um dia e meio. De Costa a Rio, as reações à crise energética

Os motoristas de transporte de matérias perigosas entraram em greve na segunda-feira. O caos instalou-se com a corrida aos postos de abastecimento. Estas foram as reações dos políticos portugueses.

A greve dos motoristas de veículos de transporte de matérias perigosas começou às zero horas de segunda-feira, tendo já levado a grandes falhas na disponibilização de combustíveis devido à corrida às bombas.

A escassez dos combustíveis foi tema no Parlamento, e não faltaram reações políticas ao tema. Dos deputados ao Presidente da República, saiba o que já foi dito durante um dia e meio de greve. Veja a galeria.

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CTT já estão a ser afetados pela falta de combustível. Vão limitar “uso de viaturas”

Os CTT prepararam-se para esta falta de combustíveis em Portugal, mas estão a limitar o uso de algumas viaturas para poupar este recurso. Distribuição do correio é dependente deste recurso.

A crise no abastecimento de combustível em Portugal também está a causar problemas aos CTT CTT 2,29% . O setor postal precisa de combustível para transportar os objetos, desde as encomendas às cartas, pelo que a empresa liderada por Francisco de Lacerda está a limitar o “uso de algumas viaturas”.

“Fruto da greve em curso os CTT estão esta quarta-feira a registar alguns constrangimentos na operação em Portugal Continental, nomeadamente devido à limitação do uso de algumas viaturas”, indica a empresa ao ECO. “Na atividade internacional e Regiões Autónomas existem constrangimentos operacionais fruto do cancelamento de voos e restrições de carga”, acrescenta a mesma fonte.

A empresa garante que se antecipou ao problema, tendo tomado “todas as medidas” ao seu alcance para “maximizar o número de dias em autonomia nas várias unidades operacionais por todo o país”. “Os CTT estão a monitorizar a situação, procurando minimizar o impacto nos clientes e na qualidade do serviço”, conclui.

Os correios tornam-se, assim, a mais recente empresa a admitir a eventualidade de vir a registar um impacto da greve dos trabalhadores que transportam matérias perigosas nas suas operações. A greve levou a que esgotassem as reservas numa parte significante das bombas de gasolina e gasóleo no país, com o problema a estender-se ainda ao setor da aviação e a outros.

Atualmente, o sindicato responsável pela greve e a ANTRAM estão reunidos no Ministério do Trabalho, enquanto tentam negociar uma solução para o problema.

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Afinal, o que pedem os motoristas de matérias perigosas?

  • ECO
  • 17 Abril 2019

O que está por detrás da greve que deixou Portugal em alerta? Os motoristas de matérias perigosas querem o reconhecimento da categoria profissional, mas também reclamam melhores salários.

Bombas sem combustível com enormes filas de automóveis um pouco por todo o país. Condicionamentos nos serviços de transporte: aviões que têm de se abastecer em Espanha, limitações nas carreiras de autocarros públicos e privados. Entre os motoristas da Uber e outras plataformas de transporte alternativo, fala-se em “caos” iminente. No setor do turismo, já se perspetivam prejuízos com o período das férias da Páscoa à porta.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00h00 desta segunda-feira, deixou o Portugal à beira de uma crise energética, um bloqueio que nem com os serviços mínimos requisitados pelo Governo para Lisboa e Porto parece estar perto de ficar resolvido. O protesto foi convocado pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado. Mas o que pretendem?

Os motoristas de matérias perigosas reivindicam o reconhecimento da categoria profissional específica, algo que não está previsto no atual contrato coletivo, que apenas identifica a categoria mais geral de “Motorista de Pesados”. Há um argumento do lado dos camionistas que estão em protesto: para transportar materiais perigosos como inflamáveis ou químicos precisam uma certificação específica (ADR) emitida pelo Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT), que têm de renovar a cada cinco anos, para trabalharem; os camionistas “normais” não precisam.

Desta exigência de categoria própria, os motoristas de matérias perigosas pedem uma diferenciação salarial dos restantes condutores. A categoria “Motorista de Pesados” prevê uma remuneração base de 630 euros, mas Francisco São Bento, presidente do SNMMP, referiu ao Observador que o salário base de um motorista de matérias perigosas deve corresponder a dois salários mínimos nacionais (ou seja, duas vezes 600 euros). Adicionalmente, o sindicato reclama um reforço do subsídio de risco mensal, que atualmente está fixado nos 7,5 euros por dia, para refletir a maior exposição ao risco a que aqueles motoristas estão sujeitos no dia-a-dia.

As reivindicações não ficam por aqui: o SNMMP também pretende mudanças nas regras do contrato coletivo de trabalho relativamente às horas extraordinárias e às horas de serviço realizadas à noite. Segundo Francisco São Bento, o contrato coletivo de trabalho assinado em setembro do ano passado retira aos trabalhadores “dois direitos fundamentais: a remuneração pelo trabalho extraordinário prestado e o trabalho noturno”.

O contrato coletivo diz que “o trabalhadores móveis afetos ao transporte internacional, ibérico e nacional terão de obrigatoriamente o direito a receber o correspondente a duas horas de trabalho suplementar” por dia, com a primeira hora extra a ser remunerada a multiplicar por 50% e a segunda hora a multiplicar por 75%.

Da forma como o contrato está disposto, Francisco São Bento diz que isto significa que “um motorista que faça 11 horas de trabalho recebe o mesmo que um que faça 14 horas” e que com fórmula das horas extraordinárias deixa de ser possível acumular com o trabalho noturno.

Em Portugal, são mais de 800 os camionistas especializados em transportar matérias perigosas como materiais explosivos ou inflamáveis, como combustíveis, químicos, radioativos e até mesmo oxigénio.

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Combustíveis: Uber alerta para “condicionamentos” no serviço

"Os serviços disponibilizados através da aplicação Uber poderão apresentar condicionamentos temporários", alertou a empresa num comunicado enviado aos utilizadores.

A Uber Portugal enviou um aviso a todos os utilizadores no qual alerta para “condicionamentos temporários” no serviço, devido à greve dos motoristas de matérias perigosas.

“Como consequência da atual greve dos motoristas de matérias perigosas, os serviços disponibilizados através da aplicação Uber poderão apresentar condicionamentos temporários”, indica a empresa. “Relembramos que pode recorrer a soluções alternativas, como por exemplo, pedir uma viagem UberGreen ou utilizar uma bicicleta Jump”, sugere a companhia.

Esta é a primeira reação da aplicação de transporte à escassez de combustíveis no país, face à paralisação dos trabalhadores responsáveis pela distribuição destes recursos.

O alerta surge depois de também o presidente de uma das associações de parceiros destas empresas ter previsto um cenário “caótico” se continuar a faltar gasolina e gasóleo dentro de dois dias, como noticiou o ECO.

Há poucos carros elétricos e não são suficientes para satisfazer as necessidades da população”, disse João Pica, presidente da Associação Nacional de Parceiros das Plataformas Alternativas de Transporte, que junta 40 empresas que têm frotas ao serviço de aplicações como a Uber, Kapten e Bolt.

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Está no norte do país e não tem combustível? Estes são os postos que vão ser reabastecidos

  • ECO
  • 17 Abril 2019

O sindicato nacional dos motoristas de matérias perigosas já fez saber que postos de combustível serão reabastecidos no norte do país.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) já fez saber que postos de combustível serão reabastecidos nas próximas horas também no norte do país. De acordo com o Expresso e a SIC Notícias, os camiões-cisterna já estão a caminho das bombas selecionadas. Os postos lisboetas escolhidos já eram conhecidos.

Os postos de abastecimentos que serão reabastecidos são:

  • O posto de Valongo;
  • Os postos de Condeixa I e Condeixa II;
  • O posto de Arganil;
  • O posto de Braga Orfaos;
  • Os postos da Albergaria I e II;
  • O posto de Braga F Nova;
  • O posto de Carvalhos;
  • O posto de Coimbra Santa Clara;
  • O posto de São João da Pesqueira;
  • O posto de Penafiel;
  • O posto de Porto São João;
  • O posto do Gerês;
  • O posto da Maia;
  • O posto de Santa Comba Dão;
  • Os postos de Alceptro Vila da Aves e Alaceptro Póvoa de Lanhoso;
  • O postos de Alcapetro Meixomil;
  • Os postos de Alcapetro Ovar e Alcapetro Oliveira de Azemeis;
  • O postos de Alcapetro Tranbase de Paços de Ferreira;
  • Os postos da AS Francos e da AS Universidade Católica;
  • Os postos da Galp Arcozelo e AS Gaia Norte;
  • O posto de Socovira Porto e TF Gest Porto;
  • Os postos de Santa Fé Galp Gaia e Galp Espinho;
  • O posto de AS Rechousa;
  • O posto da Galp em Oliveira de Azemeis;
  • O posto de AS Gaia e Galp Avintes;
  • O posto de Galp Santa Maria da Feira;
  • Os postos de AS Viseu e Petrocentro Viseu;
  • O posto de Galp São Pedro do Sul;
  • O posto Alcapetro Canelas e Arrifana;
  • Os postos da Galp em Fafe, Basto e Ribeira da Pena;
  • Os postos da Galp em Famalicão, Viatodos e Ronfe;
  • Os postos da Galp em Esposende, Ponde de Lima e Arcos de Valdevez;
  • Os postos da Galp na Vizela e Covas;
  • O posto da Galp em Socovira Matosinhos;
  • O posto da Galp em Braga;
  • O posto da Galp na Trofa;
  • O posto da Galp em Penafiel;

Foi às 00h00 de segunda-feira que arrancou a greve dos motoristas de matérias perigosas, que se deverá estender por tempo indeterminado. Entretanto e perante a violação dos serviços mínimos, o Executivo avançou com uma requisição civil e convocou os sindicatos para reuniões.

Esta tarde, os motoristas voltam a reunir-se com o Governo, que já está mesmo a ser pressionado pelo Presidente da República para encontrar um acordo entre trabalhadores e patrões. Enquanto esse acordo não é conseguido, os sindicatos já fizeram saber que postos de combustível vão ser reabastecidos em Lisboa e no Porto, no âmbito dos serviços mínimos definidos pelo Executivo.

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Mitsubishi admite fechar fábrica no Tramagal por falta de abastecimento. Autoeuropa produz a todo o vapor

Fábrica no concelho de Abrantes admitiu problemas ao nível de abastecimento, nomeadamente de gás, está a "ponderar o encerramento" da unidade fabril. A a Autoeuropa garante laboração.

A fábrica da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE), instalada em Tramagal, concelho de Abrantes, admitiu esta quarta-feira problemas ao nível de abastecimento, nomeadamente de gás, estando a “ponderar o encerramento” da unidade fabril “se a situação não normalizar rapidamente”. Já a Autoeuropa, contactada pelo ECO, garante que está a trabalhar “sem qualquer perturbação”.

O ECO sabe que a segunda maior exportadora nacional conseguiu abastecer-se antes da crise energética e por isso está assegurado o combustível para o transporte dos carros por camião até ao porto de Setúbal, para as próprias viaturas serem manobradas no processo de saída de fábrica e até mesmo para garantir o transporte dos trabalhadores de e para a fábrica. Além disso, tendo em conta os três feriados em que a fábrica pára, também ajudam a encarar os próximos dias com mais tranquilidade. Mas se a crise se prolongar a situação poderá inverter-se.

Fonte oficial da Mitsubishi que produz o modelo Canter, disse esta quarta-feira à Lusa que a fábrica, “devido aos problemas de abastecimento, está a trabalhar no limite”, dando conta de uma situação insustentável a curto prazo. “Se a situação de abastecimento de gás não normalizar rapidamente admitimos ter de parar a produção e fechar a fábrica”, avançou a mesma fonte daquela unidade fabril instalada no distrito de Santarém, e que exporta para mais de 30 países de todo o mundo.

Com cerca de 500 colaboradores, os principais destinos da produção dos vários modelos da Canter produzidos pela MFTE na fábrica do Tramagal têm sido a Alemanha, Reino Unido, Portugal, Itália, Espanha, Marrocos, Irão, Holanda, Bélgica, Irlanda, Suíça, República Checa, Estados Unidos, França, Israel, Polónia e Turquia.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito. O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.

No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.

Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

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