Draghi acalma bancos. Nova ronda de financiamento pode ser mais favorável se economia piorar

Numa conferência em Frankfurt, o presidente do BCE garantiu que está pronto a ajustar os instrumentos de política monetária consoante os desenvolvimentos da inflação e economia da Zona Euro.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) sinalizou esta quarta-feira que a terceira série de financiamento de baixo custo à banca, que terá início em setembro, poderá ter condições mais favoráveis se a economia da Zona Euro ceder. Assegurou que a política monetária continuará a ser expansiva e responderá a alterações na inflação.

Na última reunião de política monetária, a 7 de março, o BCE cortou as projeções para o produto interno bruto (PIB) da Zona Euro, antecipando que a economia cresça apenas 1,1% em 2019 e 1,6% em 2020 (contra os 1,7% que antecipava para ambos os anos). Neste cenário, anunciou também que as taxas de juro de referência deverão manter-se em mínimos históricos até, pelo menos, ao final deste ano e lançou ainda uma nova ronda de operações de refinanciamento de prazo alargado — TLTRO III — para estimular a economia.

O programa de TLTRO era esperado pelo mercado, mas o prazo será mais curto que nas anteriores duas séries (cai para dois anos, de três) e o juro será variável. O anúncio levou a uma queda dos juros das dívidas e das ações dos bancos europeus. Esta quarta-feira, Draghi clarificou que o TLTRO III pretende “preservar as condições favoráveis de financiamento dos bancos e manter uma transmissão eficiente da política monetária através da banca”.

“As nossas decisões garantem que a orientação da política mantém-se acomodatícia face ao outlook de crescimento mais fraco. E o ajustamento dos restantes parâmetros do TLTRO III irão refletir a evolução das condições macroeconómicas“, sublinhou Draghi, no discurso de abertura da conferência The ECB and Its Watchers XX, que está a decorrer em Frankfurt.

As declarações foram bem recebidas pela banca. Em bolsa, as ações seguem em alta. O índice pan-europeu do setor Stoxx 600 Banks avança 0,59% e, em Portugal, o BCP acelera 2,13% para 0,2254 euros por ação. Igualmente, os juros das dívidas caem: a yield das Bunds alemãs a 10 anos continuam em terreno negativo, em -0,053%, e em Portugal perde 2,5 pontos base para 1,27%.

Em relação aos restantes instrumentos de política monetária, o presidente do BCE defendeu que a instituição tem mecanismos prontos a responder à convergência da inflação e que irá continuar a fazer ajustamentos dos juros e do programa de compra de ativos consoante os desenvolvimentos económicos. Em simultâneo, garantiu estar alerta a futuros riscos e preparado para lhes fazer face.

“Um grau substancial de expansionismo ainda é necessário para assegurar o caminho de convergência da inflação, o que se refletiu nas nossas últimas decisões de política monetária. Em paralelo à diminuição das compras líquidas [de ativos, que chegaram ao começaram a cair em janeiro deste ano], reforçámos a nossa forward guidance nas taxas de juro de referência e reinvestimentos das obrigações. Isto permite-nos rodar os instrumentos usados para definir a orientação política, enquanto se mantém o rumo, de forma geral, inalterado“, acrescentou o italiano.

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Rendas da habitação subiram 9,3% em 2018. Número de novos contratos está em queda

As rendas das casas subiram 9,3% para uma média de 4,8 euros por metro quadrado no ano passado, mostram os dados do INE. Lisboa é a cidade mais cara, com o metro quadrado a duplicar a média nacional.

As rendas da habitação subiram 9,3% para uma média de 4,80 euros por metro quadrado no ano passado, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A nível local, houve 33 municípios com uma taxa acima da média nacional, sendo que Lisboa apresenta um preço por metro quadrado de mais do dobro do resto do país. O número de novos contratos de arrendamento registou um decréscimo de 7,9%.

No final do ano passado estavam realizados 77.723 contratos de arrendamento de alojamentos familiares no país, com o valor mediano das rendas a fixar-se nos 4,80 euros por metro quadrado. Este valor aumentou 9,3% face ao registado em 2017, uma subida que aconteceu em linha com o crescimento de 10,3% no preço das casas.

Evolução das rendas das casas no país

Fonte: INE/2018

Lisboa destacou-se como a zona mais cara do país para viver, mas também como a mais procurada. A Área Metropolitana de Lisboa (AML) viu serem celebrados 25.916 novos contratos de arrendamento, o equivalente a um terço do total, com um valor mediano de sete euros por metro quadrado. Considerando apenas o município de Lisboa, o mais caro do país, os valores sobem para 11,60 euros por metro quadrado, subindo 16% face a 2017.

Entre as freguesias de Lisboa, Santo António brilhou ao registar um aumento de 27,3% no valor mediano das rendas, variação que o levou a liderar o ranking dos mais caros. Passou para a primeira posição, destronando o Parque das Nações.

Já a Área Metropolitana do Porto (AMP) representou cerca de 17% do total de novos contratos de arrendamento, observando um preço mediano de rendas de 5,07 euros por metro quadrado. No município do Porto, as rendas fixaram-se em 7,85 euros por metro quadrado, subindo também 16% face a 2017, com a União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde a custar 8,86 euros (+22,5%), enquanto o Bonfim registou o maior aumento: 24,4%.

Somadas, as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto concentraram 51% do número total de novos contratos de arrendamento do país, enquanto o Baixo Alentejo apresentou o menor número de novos contratos (399).

33 municípios acima da média nacional

No ano passado, o INE observou 33 municípios com rendas em novos contratos de arrendamento acima do valor nacional, estando a maioria concentrada na AML, com 16 municípios: Lisboa, Cascais, Oeiras, Amadora, Almada, Odivelas, Loures, Sintra, Alcochete, Vila Franca de Xira, Seixal, Mafra, Setúbal, Montijo, Barreiro, Sesimbra apresentam um valor mediano de rendas acima dos 4,80 euros por metro quadrado.

A AMP é outra das regiões com um número significativo de municípios onde as rendas são mais caras do que no resto do país: Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Maia com preços acima da média nacional.

O mesmo acontece na zona do Algarve, que conta com cinco municípios acima da mediana: Loulé, Albufeira, Lagos, Castro Marim, Tavira, Portimão, Faro, Vila Real de Santo António e Vila do Bispo.

Destaque ainda para os municípios do Funchal, Coimbra, Évora, Santa Cruz (Região Autónoma da Madeira) e Aveiro, com valor acima da mediana.

O município com as rendas mais baratas do país é Belmonte, no distrito de Castelo Branco, com um preço de 1,7 euros por metro quadrado. O valor mediano das rendas em Lisboa é quase seis vezes superior ao registado neste concelho da Beira Baixa.

Entre os dez municípios com as rendas mais baratas do país estão Vila Nova de Foz Côa, Sátão, Lamego, Celorico de Basto, Moimenta da Beira, Macedo de Cavaleiros, Valpaços, Oliveira do Hospital e Mortágua, todos com um valor máximo de renda de 2,36 euros por metro quadrado.

(Notícia atualizada às 12h16 com mais informação)

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Avaliação das casas atinge novo máximo de 1.239 euros. Sobe há 23 meses

O preço a que os bancos avaliam os imóveis para efeitos de concessão de crédito subiu 13 euros entre janeiro e fevereiro. Fixou-se nos 1.239 euros por metro quadrado.

Novo máximo para a avaliação que os bancos fazem aos imóveis na hora de dar crédito. Em fevereiro, o preço do metro quadrado subiu pelo 23.º mês consecutivo, para se fixar nos 1.239 euros, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quarta-feira. Está em causa um novo máximo de pelo menos mais de uma década.

O gabinete público de estatísticas divulgou que a avaliação dos imóveis atingiu um preço médio de 1.239 euros por metro quadrado. Este montante corresponde a “um aumento de 1,1% relativamente a janeiro e de 6,8% face ao mesmo mês do ano anterior”, diz o INE.

Fevereiro foi assim o 23.º mês consecutivo de subidas deste indicador do qual dependem as condições de acesso ao crédito à habitação dos portugueses, com este a atingir um novo máximo desde pelo menos setembro de 2008, período em que começa o histórico do INE.

Avaliação bancária das casas em máximos

Fonte: INE

Assumindo o exemplo de um imóvel de 100 metros quadrados e o valor da avaliação bancária, tal faz com que uma casa que estava avaliada há um ano por 116 mil euros hoje valha 122,6 mil euros. Ou seja, mais 6.600 euros, em média.

Esses aumentos sucessivos na avaliação pelos bancos acompanham o dinamismo do setor imobiliário e a subida que se regista nos preços de transação das casas, apesar de já serem notórios alguns sinais de travagem.

No ano passado, também de acordo com os dados do INE, os preços das casas subiram 10,3% face ao ano anterior, mas no último trimestre de 2018 o crescimento desacelerou para 9,4%.

Algarve é cada vez mais líder. Lisboa subiu, mas menos

A subida mensal foi transversal às diferentes regiões do país. A maior subida registou-se no Algarve (2,8%), onde a avaliação se fixou em fevereiro nos 1.642 euros por metro quadrado, com a região a reforçar a sua posição como a “mais cara” do país. Segue-se Lisboa, onde o preço se fixou em 1.521 euros, mas com uma subida mensal bem mais modesta: 0,6%.

Já as subidas menos acentuadas foram registadas na Região Autónoma dos Açores (0,5%), para 1.071 euros por metro quadrado e precisamente a Área Metropolitana de Lisboa.

(Notícia atualizada às 11h26)

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Câmaras vão ter de devolver mais de 16 milhões de euros de IMI às eólicas

  • ECO
  • 27 Março 2019

A maior parte deste montante deverá ir para os cofres da EDP Renováveis, da Finerge e da Iberwind.

A Justiça decidiu que as câmaras vão ter de devolver a algumas eólicas, como a EDP Renováveis, mais de 16 milhões de euros do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). A decisão foi tomada pelos tribunais, que deram razão a estas empresas no que diz respeito ao diferendo sobre tributação. Embora o Fisco possa adiantar esses pagamentos, as verbas terão de ser suportadas pelas próprias autarquias, avança esta quarta-feira o Jornal de Notícias (acesso pago).

Ao todo, segundo as estimativas apuradas até à data, há 109 municípios, sobretudo no norte e centro do país, que vão ter de devolver 16 milhões de euros mais juro de mora pelas cobranças de IMI que efetuaram desde 2013. A maior parte do montante deve ir parar aos cofres da EDP Renováveis, da Finerge e da Iberwind.

O Executivo já informou a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) de que, para já, serão as Finanças a assumir a retribuição, contudo o dinheiro será pago pelas autarquias. Isto porque a Autoridade Tributária (AT) irá fazer o acerto de contas com as câmaras nas transferências do IMI de 2019.

Desde 2013 que é cobrado por cada aerogerador dos parques eólicos como se se tratasse de um prédio urbano, o que gerou uma onda de processos judicias das empresas, com o Estado a perder praticamente todos. Para resolver a situação, o Governo deverá agora reavaliar o conceito de prédio urbano e proceder a alterações no Código do Imposto Municipal sobre Imóveis.

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Recrutar perfis na área das TIC é difícil em toda a UE. Mas Portugal é o segundo país com maior facilidade

Em Portugal só 35% das empresas sentiram dificuldade em recrutar perfis tech em 2017. Já na República Checa, quase 80% das organizações tiveram essa mesma dificuldade.

Em 2017, mais de metade das empresas da União Europeia (UE) que recrutaram ou tentaram recrutar especialistas na área das tecnologias da informação e comunicação (TIC) tiveram dificuldade em preencher essas mesmas vagas. Entre os Estados-membros, Portugal ocupa uma das melhores posições do ranking, tendo sido o segundo país que sentiu menos dificuldade em recrutar na área das tech.

De acordo com o Gabinete de Estatísticas da UE (o Eurostat), em 2017, na União Europeia, 53% das empresas tiveram dificuldade em preencher as vagas na área das TIC. A média europeia é significativamente superior à verificada em Portugal, onde 35% das empresas disseram ter sentido, também, essa dificuldade.

Apenas Espanha registou uma melhor percentagem, com apenas 25% das empresas a declarem não ser fácil recrutar profissionais com este perfil. Ainda no pódio, juntamente com Espanha e Portugal, está a Polónia, onde 37% das organizações também sentiu o mesmo entrave.

Pelo contrário, a República Checa foi o país da UE onde houve mais dificuldade em recrutar especialistas na área das TIC, com 79% das empresas a confirmarem-no. Segue-se a Áustria (78%) e Malta (73%).

Ainda esta terça-feira, Andriana Sukova, diretora-geral adjunta da DG Emprego, elogiou os progressos que Portugal tem feito nos últimos anos ao nível do investimento nas qualificações. Contudo, a responsável sublinhou que, embora os números globais do país estejam bem, quando “vistos à lupa”, há coisas que têm de ser melhoradas. “Portugal tem um problema de adequação entre aquilo que o mercado necessita e as qualificações existentes”, disse.

Andriana Sukova, durante o encontro com jornalistas sobre as orientações para o investimento e a Política de Coesão em Portugal no período 2021-2027, afirmou, ainda, que a necessidade de investir nas qualificações é, neste momento, transversal a todos os Estados-membros.

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Portugal adia reembolso de 619 milhões de euros em dívida para 2030

Operação aconteceu esta quarta-feira e é a segunda operação de troca de dívida este ano. Títulos venciam dentro de três anos e foram agora empurrados para daqui a onze anos.

Portugal adiou o reembolso de 619 milhões de euros em dívida para 2030, numa operação de troca de dívida realizada esta quarta-feira. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública — IGCP concluiu a compra de Obrigações do Tesouro (OT) que venciam dentro de três anos. E, em troca, vendeu títulos que atingem a maturidade dentro de 11 anos.

A recompra foi de 619 milhões de euros em OT da linha com prazo em 15 de abril de 2021, tendo pago 108,48%. Colocou o mesmo montante em títulos que vencem a 15 de fevereiro de 2030, a 125,4%.

Este tipo de operação resulta num alongamento da maturidade média da dívida portuguesa e tem sido parte da estratégia de Cristina Casalinho à frente do IGCP. A agência tem aproveitado a redução nos juros das emissões de nova dívida para reduzir o custo médio da mesma e atenuar o volume de amortizações de títulos que atingem as maturidades. Só este ano são 21 mil milhões de euros que atingem a maturidade. Esta quarta-feira, a yield das Obrigações a dez anos negoceia nos 1,26% depois de já ter tocado, a semana passada, o mínimo histórico de 1,25%.

Esta é a segunda operação de troca de dívida portuguesa este ano. A anterior aconteceu em janeiro, quando a agência adiou o reembolso de de 700 milhões de euros em títulos que venciam no próximo ano, para 2028.

Em simultâneo, o Tesouro tem reembolsado a dívida mais cara que Portugal detém. Após ter realizado um reembolso antecipado da totalidade da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado, a estratégia irá manter-se. Em entrevista por escrito ao ECO, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças admitiu a possibilidade de o Governo começar a pagar antecipadamente parte do dinheiro que Portugal ainda deve ao Fundo de Resgate e aos parceiros europeus. No total, são mais de 50 mil milhões de euros.

“Com os pagamentos antecipados ao FMI, Portugal poupou mais de 850 milhões de euros, tomando como referência o custo médio do financiamento obtido nos 12 meses anteriores a cada pagamento. Da mesma forma, não excluímos a possibilidade de um reembolso antecipado dos empréstimos europeus em 2019, caso tal permita reduzir o custo do financiamento e melhorar a sustentabilidade da dívida. A melhoria das condições de financiamento da República continuam a permitir margens adicionais para poupança em juros”, afirmou Mourinho Félix.

(Notícia atualizada às 10h37)

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Espanha multa 15 empresas em 118 milhões de euros por formação de cartel na ferrovia

O regulador espanhol sancionou 15 empresas do setor ferroviário por estas terem partilhado concursos públicos, formando cartéis, durante 14 anos.

A Comissão Nacional de Mercado e Concorrência (CNMC) espanhola aplicou uma multa de 118 milhões de euros a 15 empresas do setor ferroviário por formação de cartel. Em causa estarão 14 anos durante os quais algumas das maiores empresas do setor, partilhavam entre si os concursos públicos convocados pela Adif (gestora de infraestruturas ferroviárias do Estado espanhol), avança o Cinco Días (conteúdo em espanhol).

Durante 14 anos, estas empresas criaram vários cartéis nos concursos do AVE e do comboio convencional. Por esta razão foi-lhes imposta, no seu conjunto, uma sanção de 118 milhões de euros, e aos gestores responsáveis por tais condutas uma sanção total de 666 mil euros“, informou a autoridade espanhola da concorrência, em comunicado, citado pelo jornal espanhol.

Em causa estarão acordos criados para partilhar os concursos públicos para a construção, fornecimento, instalação e manutenção dos sistemas elétricos e linhas ferroviárias, mas também no fornecimento de equipamentos para a alta velocidade, explicou a CNMC. Envolvidas estão algumas das maiores empresas do setor ferroviário, tais como a ACS, Sacyr, Indra, Siemens, OHL, Isolux e Abengoa.

O caso foi descoberto após uma denúncia da francesa Alstom, que acabou por se livrar de uma multa de 8,9 milhões de euros, “salva” pelo regime de clemência. As multas mais elevadas foram aplicadas à Cobra (27,2 milhões de euros), Elecnor (20,3 milhões de euros) e Siemens (16,8 milhões de euros).

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Caixa garante ter contratos de todos os créditos e legitimidade para os recuperar

  • Lusa
  • 27 Março 2019

"A CGD confirma a formalização contratual respeitante aos quatro créditos mencionados como parte do top 25 do relatório de auditoria da EY", esclareceu uma fonte oficial do banco público. 

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) garantiu esta quarta-feira ter contratos de todos os créditos e legitimidade para os recuperar, numa referência aos contratos de quatro dos 25 créditos mais problemáticos identificados numa auditoria feita pela EY.

“A CGD confirma a formalização contratual respeitante aos quatro créditos mencionados como parte do top 25 do relatório de auditoria da EY”, esclareceu fonte oficial da CGD.

O esclarecimento surge na sequência da audição na terça-feira da EY na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público. “A CGD esclarece ainda que das 60 operações referidas na audição, apenas 24 tinham exposição à data de dezembro de 2015, confirmando a CGD que tem os documentos contratuais que identificam e legitimam integralmente a sua posição e direitos”, informa a mesma fonte.

Na terça-feira, a auditora EY admitiu que não lhe foi disponibilizada documentação relativa a contratos de quatro dos 25 créditos mais problemáticos identificados na auditoria que realizou à CGD.

Nessa ocasião, a deputada do CDS-PP Cecília Meireles questionou Florbela Lima, partner da EY: “Alguma informação tem de haver para se saber que existem devedores. O que pergunto é se há contratos assinados ou não há contratos assinados?”. “Relativamente a contratos, pareceres, despachos, no fundo a informação mínima crítica considerada por nós relevante para fazer a análise (…), ela não nos foi disponibilizada”, referiu Florbela Lima.

Cecília Meireles apelou a Florbela Lima para que percebesse a “estranheza”, uma vez que sem contratos, “no limite, esta pessoa pode nem ser devedora”. “Eu não estou a dizer que não existe contrato, estou a dizer que o contrato não nos foi disponibilizado”, ressalvou a responsável da auditora EY.

Florbela Lima referiu ainda que a documentação trazida da Caixa foi a “original, à data”, e que “a informação não estava lá”, perante uma pergunta da deputada centrista sobre se o banco público não mantinha a informação noutro suporte. “Independentemente de o Ministério Público precisar desta informação, eu presumo que a Caixa continue a tentar recuperar os créditos. Como é que o pode fazer sem suporte documental?”, perguntou Cecília Meireles.

“Essa informação não estava disponível na Caixa Geral de Depósitos e não nos foi disponibilizada”, insistiu a partner da EY, incluindo, “em particular”, a que estava no Ministério Público. Para Cecília Meireles, “o facto de [o contrato] não ter sido disponibilizado é um indício bastante forte de que ele não existe”.

No esclarecimento, a mesma fonte oficial reitera que “das 60 operações que vêm de há muitos anos, em dezembro de 2015, data em que termina o período de análise da EY, já só estão vivas 24 operações”, pois “as restantes já estavam resolvidas”. “Das 24, a Caixa tem contratos de todas elas, sendo que, por essa ordem, tem também os contratos das quatro operações referidas pela EY do top 25 dos maiores credores”, reafirma o banco público.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 27 Março 2019

A marcar o dia está a compra da low-cost HK Express pela Cathay Pacific por mais de 550 milhões de euros e a multa de 118 milhões aplicada a 15 empresas espanholas pela formação de cartéis.

O dia começa com a notícia da compra da HK Express pela Cathay Pacific por mais de 550 milhões de euros mas, por outro lado, também há negócios que podem não correr bem, como a compra da Avon pela Natura. E por falar em milhões, a biografia de Michelle Obama está perto de bater recordes depois de ter vendido mais de dez milhões de cópias até agora. Destaque ainda para a multa de 118 milhões de euros aplicada a 15 empresas espanholas por formação de cartel no setor ferroviário.

Cinco Días

CNMC multa 15 empresas ferroviárias por formação de cartel

A Comissão Nacional de Mercado e Concorrência (CNMC) aplicou uma multa de 118 milhões de euros a 15 empresas por estas terem repartido os concursos públicos convocados pela Adif (gestora de infraestruturas ferroviárias do Estado espanhol), através da criação de cartéis durante 14 anos. Acusadas estão as principais empresas do setor, como a ACS, Sacyr, Indra, Siemens, OHL, Isolux e Abengoa. Os casos foram descobertos após uma denúncia por parte da Alstom. Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Expansión

Cathay Pacific compra HK Express por 556 milhões de euros

A companhia aérea de Hong Kong, Cathay Pacific Airways, adquiriu 100% da HK Express, numa operação que deverá estar concluída no final deste ano. A compra será paga em duas parcelas: 2.250 milhões de dólares de Hong Kong (254 milhões de euros) a pronto e 2.680 milhões de dólares de Hong Kong (302 milhões de euros) em forma de compensação monetária através do pagamento de um empréstimo. A Cathay pretende continuar a operar a HK Express como uma companhia independente e low cost. Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Valor Econômico

Compra da Avon pela Natura pode enfrentar obstáculos

A compra da Avon pela Natura pode enfrentar restrições por parte do Conselho Administrativo de Defesa Económica (Cade), de acordo com analistas do Goldman Sachs. Em causa está o facto de a combinação das duas empresas resultar numa entidade com mais de 30% de participação no mercado dos cosméticos — ficando à frente de O Boticário — um peso superior ao que o regulador considera como concentração de mercado. Leia a notícia completa no Valor Econômico (acesso livre, conteúdo em português)

G1

Grupo armado afeto ao regime atacou viatura de Juan Guaidó

Um alegado grupo de coletivos (motociclistas armados afetos ao regime) atacaram com explosivos esta terça-feira a viatura do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Os coletivos intercetaram a viatura geralmente utilizada por Guaidó e atacaram-na com golpes, paus, pedras e engenhos explosivos. De acordo com um vídeo divulgado na Internet, o ataque causou danos materiais na porta do lado do motorista e destruiu o espelho retrovisor. Leia a notícia completa no G1 (acesso livre, conteúdo em português)

Financial Times

Livro de Michelle Obama perto de bater recordes

A autobiografia de Michelle Obama, “Minha história”, está perto de se tornar o livro de memórias de maior sucesso da história editorial, após vender mais de dez milhões de cópias até agora. Thomas Rabe, presidente executivo da editora Bertelsman, classificou o livro como “o sucesso criativo mais notável do último ano”, para além de “altamente lucrativo”. Rabe acredita que o livro pode “tornar-se a autobiografia mais bem-sucedida de todos os tempos”. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

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Prejuízos da Oi agravam 150% no último trimestre de 2018

  • ECO
  • 27 Março 2019

A participada brasileira da Pharol apresentou um prejuízo de 3,34 mil milhões de reais (cerca de 766 milhões de euros) entre outubro e dezembro, um aumento de 150,4% face ao período homólogo.

A Oi viu os seus prejuízos agravarem-se no último trimestre do ano passado. A participada brasileira da Pharol apresentou um prejuízo de 3.343 milhões de reais (cerca de 766 milhões de euros) naquele período, o que representa um aumento de 150,4% face ao período homólogo, segundo um comunicado enviado ao mercado.

No ano, a companhia acumulou receitas financeiras de 26.609 milhões de reais (6.095 milhões de euros), o que compara com despesas de 3.197 mil milhões de reais em 2017 (732 milhões de euros), em virtude dos efeitos positivos resultantes da conclusão do processo de recuperação judicial, como a reversão de juros e encargos com a dívida e o haircut das obrigações. Daí, resulta um lucro líquido anual de 24.616 mil milhões de reais (5.639 milhões de euros).

A Oi explica precisamente que beneficiou “dos efeitos positivos resultantes da conclusão do processo de recuperação judicial” com efeitos a partir de fevereiro de 2018, que implicou um aumento de capital por conversão de dívida em ações.

No quarto trimestre de 2018, a receita líquida consolidada atingiu 5.365 mil milhões de reais (1.229 milhões de euros), quebra de 7,9% em relação ao ao mesmo período de 2017. No acumulado do ano passado, a receita líquida total consolidada foi de 22.060 milhões de reais (5.053 milhões de euros), queda de 7,3% face ao ano anterior.

Já o EBITDA ascendeu a 1.257 milhões de reais (288 milhões de euros) entre outubro e dezembro do ano passado, queda de 3,2%. No acumulado de 2018, o EBITDA totalizou 5.851 milhões de reais (1.340 milhões de euros), uma diminuição de 6,3% em relação a 2017.

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Brexit: Tusk critica PE e lembra que cidadãos britânicos não podem ser traídos

  • Lusa
  • 27 Março 2019

O presidente do Conselho Europeu instou o Parlamento Europeu a não trair “as seis milhões de pessoas que assinaram a petição para revogar o artigo 50.º.

O presidente do Conselho Europeu criticou esta terça-feira as vozes do Parlamento Europeu (PE) que se opuseram a uma extensão longa do Brexit, instando a assembleia europeia a não trair os britânicos, também eles cidadãos europeus.

“Antes do Conselho Europeu disse que devíamos estar abertos a uma longa extensão se o Reino Unido estivesse disposto a repensar a sua estratégia para o Brexit, o que obviamente implicaria que o Reino Unido participasse nas eleições europeias. Então, houve vozes que se ergueram dizendo que tal cenário seria prejudicial ou inconveniente para alguns de vocês. Deixem-me ser claro: tal pensamento é inaceitável”, recordou Donald Tusk, na sua intervenção diante do PE, em Estrasburgo.

Num tom crítico, o presidente do Conselho Europeu instou a assembleia europeia a não trair “as seis milhões de pessoas que assinaram a petição para revogar o artigo 50.º, o milhão de pessoas que marchou a favor de um voto popular ou a crescente maioria de pessoas que quer permanecer na UE”.

“Eles podem sentir que não são suficientemente representados pelo Parlamento britânico, mas têm de sentir que são representados por vocês nesta câmara, porque são europeus”, vincou.

Eles podem sentir que não são suficientemente representados pelo Parlamento britânico, mas têm de sentir que são representados por vocês nesta câmara, porque são europeus.

Donald Tusk

Presidente do Conselho Europeu

Mais de um milhão de pessoas desfilaram no sábado em Londres, exigindo ao Governo, liderado pela primeira-ministra, Theresa May, que convoque um novo referendo sobre a saída daquele país do bloco comunitário, e seis milhões “assinaram” até ao momento uma petição eletrónica a favor da revogação do Artigo 50.º, o ato que formalmente desencadeou o Brexit, que os britânicos votaram há três anos.

Tusk referia-se ainda a sondagem divulgada na semana passada que indicava que o apoio a um novo referendo relativo ao Brexit aumentou após a rejeição no parlamento britânico pela segunda vez, em 12 de março, do Acordo de Saída negociado com Bruxelas pelo Governo de Theresa May.

Segundo o Instituto YouGov, 56% dos eleitores são favoráveis a um novo referendo e 44% opõem-se.

O político polaco tinha iniciado a sua menção ao ‘Brexit’, num debate mais alargado sobre as conclusões da cimeira europeia da passada semana, replicando ‘ipsis verbis’ o que havia dito na noite de quinta-feira, quando a UE a 27 concordou com uma extensão do Artigo 50.º até 22 de maio, desde que o Acordo de Saída seja aprovado pela Câmara dos Comuns até sexta-feira, ou até 12 de abril, se for chumbado.

“Como disse após o Conselho Europeu, 12 de abril é a nova data chave para o Reino Unido decidir se quer organizar eleições para o Parlamento Europeu. 12 de abril é a nova data do salto para o abismo. Antes desse dia, o Reino Unido ainda tem a possibilidade de escolher o Acordo, um não acordo, uma extensão longa ou a revogação do Artigo 50.º”, frisou.

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Manuel Bento, diretor do Centro Tecnológico da Euronext em Portugal, eleito CIO do ano

  • ECO
  • 27 Março 2019

Manuel Bento foi nomeado o CIO do ano e vai representar Portugal na Competição Europeia em Bruxelas, em junho.

O diretor do Centro Tecnológico da Euronext, Manuel Bento, foi eleito o CIO (Chief Information Officer) do ano em Portugal para a área financial services pela CIONET, anunciou esta quarta-feira a Euronext. Manuel Bento é o responsável pela equipa que garante a abertura dos mercados da bolsa em Portugal, Bélgica, Holanda, Irlanda e França.

A distinção ocorreu esta terça-feira, durante a comemoração do segundo aniversário da inauguração da Euronext Technologies, no Porto, altura em que Portugal passou a ser considerado o “coração tecnológico” do Grupo Euronext. Depois desta nomeação, Manuel Bento vai representar o país na Competição Europeia em Bruxelas, em junho.

Manuel Bento, Diretor do Centro Tecnológico e CIO do Grupo EuronextD.R.

Para o nomeado, “este prémio é para a equipa”, refere a Euronext, em comunicado. Equipa essa que duplicou desde março de 2016, estando atualmente nos 150 colaboradores. É esta equipa que garante a abertura dos mercados da bolsa em Portugal, mas também na Bélgica, Holanda, Irlanda e França.

Esta equipa interage diariamente com oito diferentes nacionalidades e culturas, e isso é muito interessante e permite um desenvolvimento profissional, mas também pessoal, inimaginável. E é isso que os move e que os faz querer ser parte da Euronext. É esta experiência e, acima de tudo, o impacto que o seu trabalho tem para o grupo”, diz o nomeado, citado no documento.

Manuel Bento é membro do Conselho de Administração e CEO da Euronext Technologies. Desde o terceiro trimestre do ano passado foi nomeado CISO (chief information security officer), tendo constituído a equipa de cibersegurança. Antes de entrar para a Euronext, foi group information technology director na SIBS.

O Centro Tecnológico em Portugal, do qual Manuel Bento é responsável, gere áreas específicas como operações IT, engenharia, desenvolvimento de software, cibersegurança e data management.

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