Haitong lucra 1,2 milhões em 2018 após quatro anos de prejuízos. Vai vender operação na Irlanda

O banco de investimento passou de prejuízos de 130 milhões em 2017 para lucros de 1,2 milhões em 2018. Diz ainda que está a preparar a venda da sua subsidiária na Irlanda: Haitong Investment Ireland.

O Haitong fechou o ano passado com sinal positivo, após quatro anos consecutivos de prejuízos. O banco de investimento lucrou mais de um milhão de euros, num ano em que viu o seu produto bancário disparar 43,3%. A instituição destaca as áreas de negócio geradoras de comissões. O banco diz ainda estar a preparar a venda da sua subsidiária na Irlanda: a Haitong Investment Ireland.

Em comunicado enviado ao mercado, o Haitong revela que o seu resultado líquido ascendeu a 1,2 milhões de euros, em 2018, invertendo assim face a prejuízos de 130 milhões de euros verificados no ano anterior.

Para essa inversão de sentido nas contas, contribuiu o aumento do produto bancário. Este atingiu os 98,5 milhões de euros, uma subida homóloga de 43,3%. De acordo com o banco, as áreas de negócio geradoras de comissões tiveram um desempenho positivo, nomeadamente no que respeita às atividades de Mercado de Capitais, Fusões e Aquisições e Structured Finance.

“Este desempenho é consequência do processo de renovação do Banco, que beneficiou da melhoria das atividades relacionadas com a China e do desempenho consistente das atividades domésticas no Brasil e na Europa“, contextualiza o Haitong.

Já no que diz respeito aos custos, também houve uma melhoria. Totalizaram 77,6 milhões de euros, valor que compara com 125,6 milhões em 2017. Ou seja, uma quebra de 38,3%. Por sua vez, os custos com provisões e imparidades registaram um decréscimo homólogo de 66,5% para 26,4 milhões de euros em 2018, face a 78,8 milhões registados no ano anterior. O banco esclarece que “estas imparidades provêm, na sua maioria, da carteira de crédito histórica”.

O resultado operacional acabou por se fixar em 21 milhões de euros, o que compara com um prejuízo operacional de 57 milhões de euros em 2017.

O banco diz ainda que reduziu em 15,8%, o número de funcionários a nível global, que passou de 462 para 389. Esta redução deveu-se à venda das corretoras em Nova Iorque e em Londres e o fecho da representação no México.

No comunicado enviado ao mercado, o Haitong dá ainda conta de que está a preparar a venda da sua subsidiário na Irlanda: a Haitong Investment Ireland.

No que respeita ao rácio de NPL, verificou-se uma descida significativa de 37,3% em 2017 para 8,2% em 2018, “beneficiando também da reclassificação contabilística da Haitong Investment Ireland para operações em descontinuação, no seguimento da decisão da Administração de vender a subsidiária”, esclarece o Haitong. Diz ainda que, sem esta reclassificação, o rácio de NPL situar-se-ia nos 21,8%, o que representa uma redução de 41% no montante de créditos não produtivos durante o ano.

Em termos de posição de capital, o banco fechou o ano passado com um rácio CET 1 de 22,9% e um rácio de Capital Total de 28,9%.

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Ironhack organiza viagem a U/X. Passaporte é carimbado em workshops

IronHack organiza, com o apoio da Beta-i, semana dedicada à user experience. Objetivo é redesenhar carreiras.

Mal chegou a Lisboa e já está a deixar marca. A espanhola Ironhack, escola de programação que, tal como o ECO adiantou, chegou a Lisboa em novembro deste ano, quer deixar carimbos nos passaportes. Para isso, está a organizar uma “viagem” de uma semana no mundo da user experience ou, como dizem os especialistas, “U/X”.

No programa de cinco dias estão incluídos temas como empatia, design, wireframing e redesenho de carreira. Mas há mais. É que cada talk converte-se num selo para colar no passaporte fornecido no início do evento. A cada um dos selos corresponde uma bolsa [atribuída após uma entrevista final] com acesso a um bootcamp de nove semanas da Ironhack.

Assim, a assistência a um evento equivale a bolsa de 600 euros, dois eventos a 700 euros, três eventos a 800 euros, quatro eventos a 900 euros e cinco eventos a 1000 euros podendo depois ser subtraídos esses valores ao preço total do curso.

Os eventos são gratuitos, com a exceção do dia 1 e 3, dedicados aos workshops, que terão um custo de 7,71€ por dia.

A Ironhack é a n.º 2 a nível global em coding e n.º1 em U/X, segundo a qualidade de reviews. O primeiro curso da escola de programação, fundada em Madrid em 2013, em território nacional arrancou em março.

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Receio sobre o crescimento económico cresce. Wall Street treme

Os três principais índices bolsistas dos EUA tiveram a pior sessão do ano, com os investidores a revelarem receios face ao rumo da economia global, perante dados desanimadores sobre a indústria.

O sell-off a que se assistiu no mercado acionista europeu estendeu-se às ações norte-americanas na última sessão da semana. Os três principais índices bolsistas dos EUA fecharam no vermelho, com perdas entre 1% e 2%, penalizados por dados fracos sobre as indústrias europeias e norte-americanas. Há o receio de que a economia global desacelere.

O S&P 500 perdeu 1,9%, para os 2.800,73 pontos, enquanto o Dow Jones deslizou 1,77%, para 25.502,66 pontos. Por sua vez, o Nasdaq caiu 2,5%, para 7.642,67 pontos. Para qualquer desses três índices tratou-se da pior sessão desde o início do ano (3 de janeiro).

Dados aquém do esperado sobre a atividade industrial dos EUA, em março, acompanhados por indicadores semelhantes na Europa, com a produção da Zona Euro a cair para o nível mais baixo desde abril de 2013, fizeram soar os alertas relativamente a um cenário de desaceleração económica global.

Tal refletiu-se numa inversão das yields da dívida dos EUA, com a taxa dos títulos a três meses a superar a yield das obrigações a dez anos. Também os juros da Alemanha a dez anos refletiram os receios dos investidores entrando em terreno negativo, o que já não acontecia desde outubro de 2016.

“É definitivamente um sinal de alerta”, disse Peter Kenny, fundador da Kenny’s Commentary, citado pela Reuters.

Dos 11 principais setores do S&P 500, apenas os defensivos, ou seja, que não são influenciados pelo ciclo económico, e os de bens de consumo escaparam ao vermelho.

A Nike afundou mais de 6% depois de reportar vendas na América do Norte aquém do esperado. Também a Boeing perdeu “altitude”: as suas ações recuaram quase 3%.

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“Ao fim do dia, são os cidadãos que vão suportar os custos do Novo Banco”, diz Teixeira dos Santos

Ex-ministro das Finanças e líder do EuroBic não ficou surpreso com novo pedido de capital do Novo Banco. A cláusula de contingência, diz, facilita adoção de políticas mais agressivas com imparidades.

Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finanças e atual presidente do EuroBic, não ficou surpreendido com o novo pedido de injeção de capital apresentado pelo Novo Banco este ano, mas não partilha da opinião que este custo não será pago pelos contribuintes: “Ao fim do dia, seja como clientes ou contribuintes, ou ambos, são os cidadãos que acabam a suportar o custos destes episódios”, afirmou esta quinta-feira, ao início da noite.

O Novo Banco fechou as contas de 2018 com um prejuízo de 1412 milhões de euros, tendo por isso avançado com um pedido de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, no âmbito do mecanismo de capital contingente criado aquando da venda ao Lone Star, em 2017, para compensar as perdas avultadas com a venda de ativos problemáticos.

“Quem comprou o Novo Banco tem uma cláusula de contingência, logo está relativamente à vontade para registar imparidades, o que propicia e facilita adoção de uma política mais agressiva na venda destes créditos [tóxicos, que originam as imparidades]”, defendeu o ex-ministro durante o Fórum Desafios e Oportunidades, uma parceria ECO/EuroBic, que decorreu em Évora.

Apesar de não ter sido surpreendido pelas necessidades apresentadas pelo Novo Banco, Teixeira dos Santos manifestou-se preocupado com as mesmas e com os seus impactos, que vão muito além do setor bancário.

"O colapso ou resgate de uma instituição financeira impõe sempre um custo social e não tenho ilusões que são os cidadãos que suportam esse custo.”

Teixeira dos Santos

Ex-ministro das Finanças e atual presidente do EuroBic

“Estou preocupado porque tudo se traduz em ónus para o setor bancário, pois os custos de resolução são suportados pelo sistema bancário”, avançou. Mas o impacto é sentido sobretudo pelo seu custo social: “O colapso ou resgate de uma instituição financeira impõe sempre um custo social e não tenho ilusões que são os cidadãos que suportam esse custo, direta ou indiretamente”, explicou. Porque passar a fatura para o setor bancário significa que esta irá parar aos clientes.

“Passar fatura aos bancos significa que estes terão de encontrar outras fontes de financiamento para a compensar, a banca tem de ter rentabilidade para atrair capital, logo este sobrecusto obriga os bancos a repercutir os custos nos clientes. Ao fim do dia, clientes ou contribuintes, são os cidadãos que acabam a suportar o custo destes episódios negativos“, rematou.

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Alentejo cresce acima da média nacional, mas falta oferta de emprego qualificado

Modernização, falta de mão-de-obra e de salários "qualificados", assim como gestão dos recursos hídricos, são os desafios que o Alentejo enfrenta, uma região que está a crescer mais do que o país.

A evolução tem sido lenta, mas constante. De 2009 a 2017, o PIB per capita no Alentejo cresceu 20%, salto que compara com a subida de 13,8% registada na média nacional ou de 4,6% na Área Metropolitana de Lisboa. E apesar de continuar atrás da média do país, o produto gerado pela região neste período passou de equivaler a 89% da média para 95%, uma evolução apenas superada pelo Algarve, cujo PIB per capita passou de 101% para 108% do valor do país. O Alentejo está a crescer e foi essa a mensagem que os convidados do Fórum Desafios e Oportunidades – Alentejo, uma parceria ECO/EuroBic, quiseram transmitir esta quinta-feira, 21 de março.

Contando no painel com Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e José Mateus Ginó, presidente da Fundação Eugénio de Almeida, a sessão reuniu dezenas de empresários e investidores em Évora, com a reitora da Universidade de Évora a dar o mote que marcaria o debate neste fórum: “Já há futuro [na região], mas ainda há muito a fazer”, sintetizou. Ou seja, muito já foi feito para reanimar a região, mas ainda falta muito por fazer.

“O que faz mais falta é oferta de emprego qualificado. Há emprego, mas pouco qualificado”, começou por apontar Ana Costa Freitas, recordando o histórico da região, mas também de todo o interior de Portugal. “Deixou-se atrasar muito o interior do país nas últimas décadas, o que levou as pessoas a fugir para o Litoral, e essa situação vai demorar a mudar.”

No Alentejo, esta mudança já está em curso, como mostram os números do PIB per capita, e tal deve-se, em parte, ao Alqueva, que veio apoiar os empresários e agricultores a lidar com o fator mais limitador da região: a falta de água. “É preciso ter agricultura rentável na região e o Alqueva veio eliminar o fator limitador. O clima é muito favorável para várias espécies, mas há o problema de que a água não cai no verão. Temos de ter regadio, pois só assim conseguimos ter produções vegetais interessantes e o Alqueva veio fazer isso”, explicou o presidente da EDIA. Mas este é um sucesso que deve ser gerido com cautela, já que a água é um recurso escasso, acrescentou.

Fórum Desafios e Oportunidades EUROBIC, Évora - 21MAR19
Fórum “Desafios e Oportunidades – Alentejo” EuroBic, com Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e José Mateus Ginó, presidente da Fundação Eugénio de Almeida. António Costa, publisher do ECO, moderou o debate.Hugo Amaral/ECO

Segundo José Pedro Salema, a EDIA já conta com 82% de taxa de adesão, valor que compara com “o objetivo de cruzeiro de 80%, que apenas pensávamos atingir em 2025/26, ou seja, aconteceu seis anos antes e ainda vamos ter mais: as intenções de investimento não param”, disse. Mas este recurso exige enormes cuidados na sua alocação e este é um tema que tem estado no centro das reflexões internas da EDIA.

“Não queremos ter o problema de excesso de sucesso. A mensagem foi de promoção nos últimos anos — ‘venham que temos água’ — e o investimento apareceu”, afirmou o presidente da EDIA. “Mas hoje começamos a pensar que não podemos permitir este crescimento infinitamente. Temos tido ganhos de eficiência muito significativos, é certo, pois hoje a rega recorre a imensa ciência, mas precisamos de algum controlo e cautela de modo a orientar o investimento no sentido certo.”

Alqueva tem 25 mil hectares à espera de pequenos produtores

Contudo, e apesar dos cuidados da gestão dos recursos providenciados pelo Alqueva, José Pedro Salema aproveitou a presença no Fórum para lançar um convite aos pequenos empresários. É que se os grandes investidores já vieram em força para a região, neste momento há uma enorme oferta de parcelas pequenas por aproveitar no Alqueva.

“Ouvimos muitas vezes notícias sobre grandes investidores e fundos de investimento que investem em milhares de hectares… mas já começa a ser difícil encontrar áreas dessas no Alqueva. Por outro lado, as áreas pequenas são muitas: temos 25 mil hectares de parcelas com menos de cinco hectares. Se toda esta área estivesse a produzir, então haveria um impulso brutal na economia regional“, disse o presidente da EDIA.

Um dos grupos que beneficiou com o Alqueva foi precisamente a Fundação Eugénio de Almeida, conforme explicou José Mateus Ginó. “Tivemos oportunidade de ir diversificando graças ao Alqueva. A partir do momento em que a água deixou de ser um fator limitador, aproveitámos.” A Fundação não só alargou a área de vinha, como apostou em olivicultura e em 140 hectares de amêndoa. “O Alqueva trouxe um leque de oportunidades que a fundação tem tentado aproveitar.”

Fórum Desafios e Oportunidades EUROBIC, Évora - 21MAR19
José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e José Mateus Ginó, presidente da Fundação Eugénio de Almeida falam das novas oportunidades de negócio no Alentejo no Fórum Desafios e Oportunidades.Hugo Amaral/ECO

Desafios: Modernização e ensino médio

Na leitura de José Mateus Ginó, os desafios que o Alentejo enfrenta estão hoje bem diagnosticados. “A mão-de-obra é um fator limitador do crescimento da atividade industrial e empresarial no Alentejo, ou seja, encontrar pessoas capazes de se adaptar à modernização. Ser agricultor hoje não é o mesmo que ser agricultor há 20 anos, as técnicas e os métodos são outros“, defendeu.

Para a reitora da Universidade de Évora, o problema da mão-de-obra qualificada também reside no menosprezo a que a sociedade “condenou” o ensino médio, e também na resistência de alguns empresários e engenheiros agrícolas em lidar com tarefas ditas menores. “Menosprezámos o ensino médio, até do ponto de vista da valorização social, e isso é um problema. E falta mão-de-obra, é certo, qualificada, mas não há oferta de salários ‘qualificados'” lembrou Ana Costa Freitas. “Temos de pensar muito na educação média e valorizar profissional e socialmente esse tipo de educação, que reduzimos muito e faz falta”, acrescentou.

Aproveitando esta questão, o presidente da Eugénio de Almeida detalhou que “o mais gritante na falta de mão-de-obra atual” não está na “pessoa que vai vindimar ou podar”, mas sim “na pessoa que, por exemplo, vai guiar um trator por exemplo… quem guiava antes, não percebe hoje como o trator funciona… e não saberá usar um GPS, ou acompanhar a monitorização dos níveis de água no solo, dos tratamentos a aplicar…”. Mas neste ponto a reitora da Universidade de Évora lembrou uma diferença de Portugal para outros países europeus: “Na maior parte dos países, o engenheiro agrícola também limpa os estábulos, guia o trator, etc… mas por cá chega-se a determinado patamar, e já não se faz essas tarefas. Temos de transmitir a ideia de que é preciso estar apto e ter vontade para fazer tudo”, rematou.

Regressando a um ponto já antes focado, o da sustentabilidade, o presidente da EDIA terminou apontando como grande desafio da região, país e do mundo, a gestão do consumo de energia, recomendando um avanço decidido pela energia fotovoltaica. “O investimento agrícola obriga a um maior consumo de energia e no Alentejo temos um recurso altamente disponível, o sol. Logo, há que compatibilizar o crescimento económico com a sustentabilidade e o fotovoltaico é a forma mais barata de produzir energia”, explicou José Pedro Salema.

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Tanure recua. Retira proposta de demissão de administradores da Pharol

O empresário que possui 9,9% da Pharol já não quer destituir administradores da empresa. Mandou retirar três pontos da agenda para a próxima assembleia geral.

Passo atrás na guerra na Pharol. O empresário Nélson Tanure, que possui 9,9% da Pharol já não quer destituir administradores da empresa portuguesa. Mandou retirar três pontos da agenda para a próxima assembleia geral, um deles previa o afastamento de quatro administradores da empresa liderada por Palha da Silva.

“Informam-se os senhores acionistas de que, na sequência de novo requerimento apresentado pela acionista High Bridge, detentora de 89.551.746 ações, correspondentes a 9,99% do capital social da Pharol, são retirados os pontos 5, 6 e 7 da ordem de trabalhos da Assembleia Geral Anual da sociedade, cuja inclusão havia sido requerida pela mesma acionista”, refere um comunicado enviado, esta sexta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pela Pharol.

Um dos três pontos retirados da agenda da reunião anual de acionistas pedia a redução do número atual de membros do conselho de administração da Pharol de 11 para nove “com a consequente de destituição de dois dos administradores nomeados, os senhores Bryan Schapira e Aristóteles Luís Vasconcelos Drummond, com efeitos imediatos”, lia-se num documento publicado na CMVM no passado dia 12 de março.

A High Bridge – sociedade controlada por Nélson Tanure – pedia ainda a destituição dos membros do conselho de administração Maria do Rosário Amado Pinto Correia, Maria Leonor Martins Ribeiro Modesto, Pedro Zanartu Gubert Morais Leitão e Jorge Telmo Maria Freira Cardoso, propondo em substituição quatro novos nomes para o período remanescente do mandato em curso 2018-2020. Nomes que foram aprovados poucas semanas antes para um mandato de três anos.

Para ser aprovada, a proposta teria de ter a maioria dos votos na assembleia geral, o que colocava problemas: ninguém sabe qual é a posição global do empresário brasileiro, mas várias fontes indicam que já tem cerca de 20% do capital da Pharol. A CMVM estará a investigar esta posição acionista, porque a Pharol tem uma blindagem de estatutos limitada a 10% dos votos, por isso, caso se confirmasse uma concertação de posições, Tanure só poderia votar com o limite dos 10%.

(Notícia atualizada às 19h38)

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Bloco de Esquerda vai insistir na contabilização integral do tempo “perdido” pelos docentes até 2023

O Bloco de Esquerda vai avançar com uma solução "muito perto" da sugerida no Orçamento do Estado para a contagem do tempo de serviço "perdido" pelos professores: contar os nove anos até 2023.

À semelhança do PCP, também o Bloco de Esquerda se vai bater na Assembleia da República pela contabilização integral do tempo de serviço congelado dos professores. Em declarações ao ECO, o líder da bancada bloquista explica que será apresentada uma proposta que “segue de muito perto a que já foi apresentada no Orçamento do Estado para 2019”, ou seja, a recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias de modo faseado até ao final de 2023.

De acordo com Pedro Filipe Soares, a expectativa é que as propostas baixem à comissão para a especialidade e, nesse contexto, os bloquistas estão “disponíveis para encontrar um consenso”. A par da proposta do Bloco de Esquerda, o PSD também já apresentou a apreciação do diploma, que deu entrada esta sexta-feira no Parlamento. Mas os comunistas (que defendem a contabilização integral até 2025), e o CDS-PP (que sugere o regresso às negociações na próxima legislatura para recuperar os 6,5 anos que ficaram por recuperar com o diploma avançado pelo Governo) também devem apresentar sugestões.

Em novembro do ano passado, o Bloco de Esquerda defendeu como proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2019 a contabilização integral do tempo de serviço dos professores “para efeitos de reposicionamento e progressão” de forma faseada, no máximo, até ao final de 2023. Esta sugestão acabou, contudo, por ser chumbada pelos deputados, tendo sido o Ministério de Tiago Brandão Rodrigues obrigado a retomar as negociações para encontrar uma solução para esta questão.

O processo negocial terminou, no entanto, sem que tivesse sido possível chegar a consenso. Do lado do Governo, defendeu-se a contabilização de apenas dois anos, nove meses e 18 dias. Do lado dos docentes, insistiu-se na recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias.

O Executivo decidiu, portanto, avançar com o seu diploma, que acabou por ser aprovado pelo Presidente da República. Face a esta promulgação, PCP, BE e PSD pediram a apreciação parlamentar do decreto-lei, discussão que ficou marcada para 16 de abril.

Além da proposta do Bloco de Esquerda, deverá ser considerada a proposta do PCP (que defende a reposição de 2.384 dias entre 2020 e 2025, além da devolução dos tais dois anos em 2019), do PSD e CDS. Esse último partido propõe também que sejam contabilizados para já os dois anos, sugerindo a retoma das negociações na próxima legislatura sobre o restante tempo. Isto consoante a conjuntura económica de modo a encontrar uma solução “justa, sustentável financeiramente e estabilizada para evitar a marcação recorrente de greves”.

90% dos docentes não aceitam faseamento para lá de 2025

As organizações sindicais dos docentes divulgaram, esta sexta-feira, os resultados da consulta pública realizada durante o mês de março sobre a contabilização do tempo de serviço “perdido”. Em comunicado, nota-se que 96,9% dos professores ouvidos defendem a contabilização integral desses nove anos e 87,8% consideram que não se deverá aceitar um faseamento que vá além de 2025. “13,2% admitiram ir mais além” que esse prazo (o mesmo que foi aprovado na Madeira)”.

“Em relação à luta a desenvolver no terceiro período, as preferências dos professores foram a convocação de nova manifestação, greves de um dia em diversas semanas, greve coincidente com o período de avaliações a partir de 6 de junho, greves coincidentes com dias de exame e provas finais; greves por regiões ao longo de diversas semanas”, adiantam os sindicatos.

Este sábado, está marcada uma manifestação nacional, durante a qual estas estruturas anunciarão que formas de luta em concreto serão desenvolvidas.

PSD também pediu apreciação do diploma

Uma semana depois do Bloco de Esquerda e do PCP terem pedido a apreciação do decreto-lei que recupera apenas dois anos dos nove congelados, o PSD avançou com um pedido próprio.

“Considera o PSD que sendo de elementar justiça o reconhecimento para efeitos de progressão do tempo de trabalho congelado e que importa também valorizar a condição docente, é necessário a curto prazo, que a recuperação progressiva do tempo de serviço seja acompanhada por critérios de sustentabilidade e orientadores para a ação do Governo“, lê-se nesse documento apresentado, esta sexta-feira, na Assembleia da República.

A bancada laranja frisa que é preciso assegurar a sustentabilidade financeira, mas defende a aposta na Educação, na qual se enquadra esta matéria da carreira dos docentes. “Não se pretende criar uma situação de instabilidade financeira, pelo que uma análise cuidada é fundamental para quantificar o impacto real da recuperação integral do tempo de serviço dos docentes, calibrando assim as contrapartidas em conformidade”, explicam os sociais-democratas.

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Reforço de areia nas praias da Costa de Caparica vai custar 6,3 milhões de euros

  • Lusa
  • 22 Março 2019

O concurso será lançado a 23 de março e terá um custo total de 6,3 milhões de euros. A intervenção abrange 3,8 km de linha de costa, estando previsto que as obras se iniciem ainda este ano.

O Ministério do Ambiente revelou esta sexta-feira que o reforço de um milhão de metros cúbicos de areia nas praias da Costa de Caparica, em Almada, no distrito de Setúbal, terá um investimento de 6,3 milhões de euros.

Em comunicado, a tutela indicou que a empreitada de alimentação artificial se estende desde a Costa de Caparica até à Cova do Vapor, utilizando “um milhão de metros cúbicos de areias retiradas do Canal da Barra Sul, na entrada do Estuário do Tejo”.

Segundo a mesma nota, o concurso para a intervenção será lançado no sábado e terá um custo total de 6,3 milhões de euros, dos quais 4,1 milhões serão suportados pela Agência Portuguesa do Ambiente, três milhões pelo fundo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR) e 2,2 milhões pela Administração do Porto de Lisboa.

“A empreitada tem como objetivo providenciar maior proteção às pessoas e à propriedade contra os fenómenos de galgamento oceânico e, ainda, minimizar os efeitos negativos causados pelos temporais sobre essa linha de costa. Permite também proteger do ponto de vista ambiental e estratégico e aumentar a capacidade recreativa e balnear das praias”, lê-se na nota.

A intervenção abrange, assim, de acordo com o Ministério do Ambiente, 3,8 quilómetros de linha de costa, estando previsto que as obras se iniciem ainda este ano, com uma duração de 60 dias. O concurso será lançado no sábado, na praia de São João da Caparica.

A empreitada foi aprovada na quinta-feira, em Conselho de Ministros, mas já tinha sido anunciada em 27 de novembro de 2018, quando o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, visitou a praia de São João da Caparica. “Responsabilizei-me hoje [27 de novembro de 2018] por, em maio, começar o enchimento com areia das praias da Costa de Caparica. Vai ser um milhão de metros cúbicos [de areia], uma empreitada que vai custar aproximadamente cinco milhões de euros, financiada por fundos comunitários”, referiu na ocasião.

Também nesse dia, a Câmara Municipal de Almada assinou um acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente para a restauração do ecossistema dunar da praia de São João da Caparica, a estância balnear do concelho que mais erosão sofreu após as tempestades do inverno de 2017 e primavera de 2018. Nesta praia, segundo o ministro do Ambiente, a recuperação das dunas custará “cerca de 60 mil euros”.

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Concorrência acusa cervejeiras e distribuição de concertação de preços

Autoridade da Concorrência acusa grande distribuição e cervejeiras de concertação de preços. A violação da lei deu-se entre 2003 e 2017, lesando os consumidores.

A Autoridade da Concorrência (AdC) acredita que as cadeias de supermercados Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan e Intermarché se uniram à Sociedade Central de Cervejas e à Super Bock para combinar preços de venda aos consumidores, numa prática semelhante ao cartel. O regulador, presidido Margarida Matos Rosa, anunciou esta sexta-feira a abertura de três processos distintos, que envolveram ainda a Lidl e a E. Leclerc, que terão usado semelhante esquema com a PrimeDrinks, também fornecedora de bebidas. Estas práticas terão ocorrido entre 2003 e 2017.

A AdC diz ter recolhido “indícios de que as cadeias de supermercados Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan e Intermarché utilizaram o relacionamento comercial com os fornecedores Sociedade Central de Cervejas e Super Bock para alinharem os preços de venda ao público” de cervejas, águas com sabores, refrigerantes, entre outros, “em prejuízo dos consumidores”.

Estas mesmas cadeias de distribuição terão ainda usado um esquema semelhante com a PrimeDrinks, sendo que este processo envolve ainda a Lidl e a E. Leclerc, que “distribui vinhos e bebidas espirituosas produzidas pelos próprios acionistas e de outras marcas”.

Os processos visam igualmente “administradores e diretores da Modelo Continente, da Sociedade Central de Cervejas e da Super Bock”, escreve o regulador em comunicado.

A Lei da Concorrência considera esta uma conduta “muito grave”, sendo “equivalente a um cartel”. Designada de hub-and-spoke, esta prática pressupõe que “os distribuidores não comunicando diretamente entre si, como acontece habitualmente num cartel, recorrem a contactos bilaterais com o fornecedor para promover ou garantir, através deste, que todos praticam o mesmo PVP no mercado retalhista”.

O regulador informa ainda que estes são apenas três dos casos que está a investigar na grande distribuição, os quais resultam das buscas em instalações realizadas em 44 entidades em 2017, “tendo os resultados sido incorporados em 16 processos contraordenacionais, mais de uma dezena dos quais neste setor”.

A darem-se como provadas as acusações, as empresas podem incorrer numa multa de até 10% do volume de negócios do último ano em que foi praticada a infração. Mas as empresas dispõem agora de um prazo de 30 dias para responder à Nota de Ilicitude (acusação) enviada a 21 de março pelo regulador, mas o prazo pode ser adiado a pedido dos visados. “Nesta fase dos processos, é dada oportunidade aos visados de exercer os seus direitos de audição e defesa em relação aos ilícitos que lhes são imputados e às sanções em que poderão incorrer”, escreve o regulador.

Central de Cervejas vai “exercer direito à defesa”

A Sociedade Central de Cervejas (SCC) já veio garantir que “irá exercer o seu direito à defesa”. Em comunicado, a empresa “rejeita a imputação que lhe é feita, uma vez que não cometeu qualquer infração”.

A SCC recorda que “tal como a AdC reconhece, a adoção de notas de ilicitude não determina o resultado final das investigações”. A cervejeira garante que “irá exercer o seu direito de defesa, convicta de que lhe será reconhecida a conformidade das suas práticas com as regras do mercado”.

O grupo reitera “a sua total disponibilidade de colaboração com a AdC tendo como objetivo o apuramento da verdade dos factos, reafirmando que pauta, e sempre pautou, a sua conduta pelo estrito cumprimento das regras da concorrência”.

Pingo Doce também repudia acusação

O Pingo Doce também “repudia” as acusações de “práticas equivalentes a cartel” reveladas pela Autoridade da Concorrência. Fonte oficial do Pingo Doce disse à agência Lusa que a empresa vai “analisar” os termos na notificação da AdC e “usar do direito de resposta, a seu tempo”. “Desde já, queremos salientar que repudiamos a acusação que nos é dirigida, na medida em que trabalhamos diariamente para levar até aos consumidores portugueses as melhores oportunidades de preço e promoções, e os maiores descontos”, garante a mesma fonte.

O Pingo Doce considera que “no geral, os consumidores portugueses são muito inteligentes nas suas estratégias de compra, muito sensíveis ao preço e compreendem com muita facilidade as mecânicas promocionais exatamente pelo elevado nível de concorrência que caracteriza o setor do retalho alimentar em Portugal”.

Auchan diz que as suas práticas “não configuram” acusação

A dona do Jumbo também rejeita as acusações de “práticas equivalentes a cartel”, reveladas pela AdC. Em resposta a perguntas da agência Lusa, fonte oficial do grupo confirmou que tinha sido notificado pelo regulador, adiantando que irá “apresentar contestação”.

“As nossas práticas não configuram os atos ilícitos imputados”, garantiu, referindo que “são assegurados internamente todos os processos de controlo a fim de evitar qualquer tipo de prática deste tipo, mesmo que negligente”.

Super Bock diz que acusação faz “errada interpretação” dos factos

Já o Super Bock Group considera que houve uma “errada interpretação dos factos” que conduziu à acusação de “práticas equivalentes a cartel”.

Em comunicado, a cervejeira referiu que “a posição hoje expressa pela AdC é meramente preliminar, não leva ainda em consideração a posição da empresa e não corresponde a uma decisão final”.

A mesma nota salienta que “a empresa apresentará agora a sua defesa por escrito, contextualizando devidamente o que considera ser uma errada interpretação dos factos por parte da AdC”.

O grupo garante que “pauta o seu comportamento pelo estrito cumprimento da lei, incluindo as regras de concorrência e adota as melhores práticas em cooperação com os seus parceiros, implementando medidas sustentáveis e equilibradas em prol da satisfação do consumidor”, e recorda que “o setor cervejeiro/bebidas refrescantes é praticante regular de forte atividade promocional, ampliando o benefício do consumidor na aquisição destes produtos”.

O Super Bock Group (antiga Unicer) diz ainda que “continuará assim e como sempre, a colaborar com as entidades competentes, no sentido de esclarecer a verdade e assegurar o bom nome e reputação”.

Modelo Continente não “abdicará de salvaguardar” os seus direitos

A Modelo Continente, do grupo Sonae, diz que não “abdicará de salvaguardar” os seus direitos. Em resposta à agência Lusa, fonte oficial da empresa começa por criticar o regulador por este ter revelado que tinha enviado notas de ilicitude. “Não podemos deixar de censurar esta comunicação, que não salvaguarda o direito de defesa e representa uma restrição ao direito ao bom nome e à reputação da sociedade. As notas de ilicitude não representam o resultado final da investigação, mas sim uma fase provisória e que está ainda sujeita ao exercício do direito de defesa da visada”.

“Esta comunicação e as referidas notas vão ser analisadas com todo o rigor e cuidado, sendo certo que não abdicaremos de salvaguardar os nossos direitos, nomeadamente o de defesa em lugar próprio”, acrescenta a Modelo Continente.

O grupo refere que está ciente “das suas obrigações legais, tendo sempre pautado a sua atividade pelo estrito cumprimento das mesmas, e por uma conduta condizente com os valores de ética e transparência e cultura de defesa dos nossos consumidores”.

Além disso, a cadeia de supermercados garante que tem “como propósito claro o de garantir uma oferta de produtos e serviços de qualidade e aos melhores preços”.

Lidl garante “escrupuloso cumprimento” das melhores práticas

A cadeia de supermercados alemã Lidl garantiu “um escrupuloso cumprimento das melhores práticas de concorrência” depois de estar entre os acusados de “práticas equivalentes a cartel”.

A empresa, que “tomou conhecimento, apenas ao fim da tarde, do conteúdo da nota de ilicitude”, “encontra-se neste momento a analisar o documento, sendo por isso prematuro tecer qualquer comentário”, revela, numa nota enviada à agência Lusa.

“O Lidl Portugal pauta a sua atuação por um escrupuloso cumprimento das melhores práticas de concorrência, colaborando em permanência com a AdC”, garante.

PrimeDrinks garante que age no cumprimento das regras do mercado

A PrimeDrinks anunciou que vai exercer o seu direito de defesa, garantindo que age “no estrito cumprimento das regras do mercado”.

“A PrimeDrinks irá exercer o seu direito de defesa, com a convicção de que sempre agiu e agirá no estrito cumprimento das regras do mercado”, afirma a empresa num comunicado enviado à agência Lusa.

Na nota, a PrimeDrinks declara não se rever “na imputação que lhe é feita e hoje tornada pública pela Autoridade da Concorrência e reafirma a sua total disponibilidade para, no mais curto espaço de tempo, proceder ao cabal esclarecimento desta situação”.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h57)

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Idai: Portucel disponibiliza cerca de 30 mil euros para províncias de Manica e Zambézia

  • Lusa
  • 22 Março 2019

O novo projeto da Portucel em Moçambique ainda está numa fase inicial. A empresa não quis deixar de ajudar a população depois da passagem do ciclone Idai.

A Portucel Moçambique vai contribuir com dois milhões de meticais (cerca de 29 mil euros) para apoiar populações e comunidades das províncias moçambicanas de Manica e Zambézia, onde a empresa tem investimentos, disse hoje fonte oficial da empresa.

Em resposta a questões enviadas pela Lusa, a empresa afirmou que “decidiu transmitir aos Governos provinciais de Manica e da Zambézia o seu apoio e solidariedade, nesta fase crítica para as populações e comunidades, e contribuir imediatamente com dois milhões de meticais”, na sequência do ciclone Idai.

“A catástrofe natural causada pela passagem do ciclone Idai em Moçambique provocou uma devastação de grande magnitude, com um elevado número de vítimas, tendo gerado milhares de desalojados, perda de alimentos, recursos e prejuízos ainda incalculáveis”, refere ainda.

Apesar de o novo projeto da Portucel em Moçambique estar ainda numa fase inicial, refere: “não poderíamos deixar de reafirmar também por esta via, o nosso compromisso com o benefício e desenvolvimento das populações das províncias onde estamos presentes, que também nos têm apoiado e permitido implementar as nossas iniciativas”.

A empresa não adianta para já números sobre danos ou prejuízos causados pelo ciclone nos seus investimentos naquele país.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai é de 557 mortos, dos quais 242 em Moçambique, 259 no Zimbabué e 56 no Maláui.

O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março, e a ONU alertou que 400.000 pessoas desalojadas necessitam de ajuda urgente, avaliada em mais de 40 milhões de dólares (mais de 35 milhões de euros).

Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

As organizações envolvidas nas operações de socorro e assistência humanitária têm alertado para o perigo do surto de doenças contagiosas.

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Tem havido tentativas de erosão do modelo de gestão da RTP, diz CGI

  • Lusa
  • 22 Março 2019

O Conselho Geral Independente (CGI), que supervisiona a administração da RTP, denunciou "tentativas de erosão pública do modelo" de gestão e "violações dos limites que ele impõe".

O Conselho Geral Independente (CGI), que supervisiona a administração da RTP, denunciou esta sexta-feira “tentativas de erosão pública do modelo” de gestão e “violações dos limites que ele impõe”, o que é “indesejável para a estabilidade” da empresa.

Em comunicado, a propósito do memorando de entendimento assinado entre a RTP e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que “tem sido objeto de debate público” e “suscitou um pedido de informação ao Conselho de Administração da RTP” pela ministra da Cultura e pelo ministro das Finanças, o CGI adianta que a resposta foi enviada aos governantes, como já tinha sido dada “a seu tempo” ao órgão de supervisão.

“O CGI considerou, então, a assinatura do memorando como um ato de gestão, que, enquanto tal, é legalmente da responsabilidade do Conselho de Administração, não lhe sendo requerida comunicação prévia do seu teor a qualquer entidade”, refere o órgão liderado por António Feijó.

Perante o debate público, a FPF acabou por cessar o acordo. “Apesar de esta questão se ter tornado praticamente ociosa, o Conselho de Administração decidiu informar os senhores ministros das razões que o levaram a assinar o memorando”, continua o CGI, que para “dissipar qualquer perplexidade adicional” sobre o tema, torna pública a informação aos ministros em questão.

“O debate público sobre o referido memorando tem ocorrido entre propostas políticas, constitucionalmente fundadas, e já apresentadas, de alterar o modelo de gestão da RTP”, prossegue o CGI. “Tem igualmente ocorrido entre tentativas de erosão pública do modelo [de gestão] e violações dos limites que ele impõe. Este estado de coisas é indesejável para a estabilidade da RTP“, refere.

“A Lei da Televisão, votada pela Assembleia da República, estabelece um modelo de gestão da RTP que visa assegurar a sua independência de qualquer poder político ou fáctico”, aponta. O CGI sublinha que “uma televisão de Estado foi substituída, nos últimos quatro anos, por uma televisão pública”.

Aliás, a “televisão de Estado, que sucessivos regimes e governos geriram de modo abusivamente proprietário, deu lugar a uma televisão independente do poder político. O Conselho de Administração é agora eleito, avaliado e destituído por iniciativa de um Conselho Geral de seis pessoas, cuja independência e liberdade de decisão ninguém seriamente poderá questionar”, esclarece o órgão.

A entidade recorda ainda que, “entre os deveres que a Lei da Televisão prescreve a cada um dos membros do CGI está o de ‘assegurar a independência da sociedade face aos interesses setoriais e ao poder político’” e “este imperativo legal será assegurado com a discrição institucional que tem caracterizado a atuação do CGI, ou de modo público, se o debate o exigir”.

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Economia arrasa bolsas europeias. Fuga ao risco põe juros alemães abaixo de zero

Dados desapontantes sobre a economia alemã fazem soar o alerta dos investidores que fugiram das ações e procuraram refúgio na dívida alemã, levando a yield para terreno negativo, mas também no dólar.

Um cocktail de más notícias que aumentam as dúvidas sobre a saúde da economia da Zona Euro, mas também a nível global, fez soar o alerta nos mercados e penalizou o sentimento dos investidores na última sessão da semana. Com os investidores a tentarem proteger-se do risco antes de entrar no fim de semana, o dia foi marcado por vendas massivas de ações e pela busca por ativos que oferecessem maior segurança. Resultado: fortes perdas para os principais índices bolsistas europeus (incluindo o português) e para os títulos da banca em particular, mas também para o euro, com os investidores a procurarem refúgio no dólar e na dívida alemã. Os juros das bunds alemãs entraram mesmo em terreno negativo, o que não acontecia desde outubro de 2016.

Os sinais de alerta soaram depois de, nesta sexta-feira, terem sido divulgados dados que mostram que a indústria alemã caiu, em março, pelo terceiro mês seguido e para a leitura mais baixa desde junho de 2013, o que alimentou os receios dos investidores face a um abrandamento da economia europeia.

Os principais índices bolsistas europeus acabaram por terminar com perdas a oscilar entre 1% e 2%, com o stoxx Europe 600 a desvalorizar 1,3%, condicionado pelas fortes perdas dos títulos do setor financeiro. De salientar que a banca é um dos setores mais sensíveis à evolução da economia. Na Europa acabou por recuar mais de 2%, com a banca de Itália a sobressair em particular pela negativa, tendo em conta que o país que tem sido um dos principais focos de preocupação no Velho Continente.

Lisboa não escapou ao sentimento negativo, com o PSI-20 a perder 2,04%, para os 5.160,37 pontos, a maior queda do ano, com 16 dos seus 18 títulos em terreno negativo. Entre as maiores perdas figuraram a Mota-Engil e a Sonae, com recuos de 5,63% e 5,4%, enquanto o BCP foi um dos principais responsáveis pelo rumo da praça lisboeta ao sofrer uma desvalorização bolsista de -2,47%. De salientar que qualquer destas três cotadas atuam em setores cujas performances tendem a acompanhar o rumo da economia.

“Tínhamos sinais de tentativa de estabilização nos números económicos e os dados que saíram hoje sugerem que não há estabilização”, afirmou Peter Schaffrik, economista do RBC Capital Markets, citado pela Reuters.

Os receios e a fuga ao risco dos investidores acabaram por encaminhá-los para o refúgio da dívida. Os juros das dívidas, que têm vindo a cair de forma acentuada desde a última reunião do Banco Central Europeu (BCE), acentuaram a tendência e a yield alemã chegou a tocar -0,001%.

Desde o início do ano que os mercados financeiros têm estado sensíveis a potenciais sinais sobre a desaceleração da economia, especialmente vindos dos bancos centrais. No início de março, o BCE reviu em baixa as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro para 1,1% este ano, contra os 1,7% anteriores. Anunciou também a terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado — TLTRO-III.

O dólar acabou também por servir de refúgio, perante o cenário pessimista para a economia da Zona Euro. O euro seguia a desvalorizar 0,74% para os 1,1228 dólares.

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