5 coisas que vão marcar o dia

Como foram as exportações em 2018? Quantos nascimentos em Portugal? Duas perguntas que o INE vai responder esta sexta-feira, dia em que os acionistas da Pharol votam continuidade de Palha da Silva.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) atualiza dados das exportações portuguesas no ano passado. Também vai divulgar as Estatísticas Vitais, com os números de nascimentos, óbitos, casamentos e divórcios em Portugal no ano passado. Além disso, os acionistas da Pharol votam a continuidade de Palha da Silva como presidente da empresa. Lá fora, a primeira-ministra Theresa May vai a Dublin discutir o Brexit com o seu homólogo irlandês, Leo Varadkar

Como vai o motor da economia?

As exportações têm sido um dos motores da economia nacional. Mas os últimos dados apontam para uma quebra das vendas de vens e serviços ao exterior em novembro, devido sobretudo à greve dos estivadores do porto de Setúbal. Agora, o INE atualiza os dados relativos a dezembro e ao conjunto do ano. No conjunto dos primeiros onze meses do ano, as exportações apresentaram um crescimento de 4,9% face ao período janeiro a novembro de 2017.

Acionistas da Pharol decidem continuidade de Palha da Silva

Depois de ter sido suspensa em novembro, prosseguem os trabalhos da assembleia geral extraordinária de acionistas da Pharol. Tem como ponto número um a eleição dos órgãos sociais para os triénio 2018-2020, com destaque para a continuidade de Luís Palha da Silva como presidente do conselho de administração.

Banco Europeu de Investimento presta contas

O Banco Europeu de Investimento divulga a sua atividade financeira e os projetos financiados em Portugal em 2018, incluindo no âmbito do Plano de Investimento para Europa (Plano Juncker). A cerimónia realiza-se num hotel em Lisboa pelas 10h00 e conta com a presença da vice-presidente do BEI, Emma Navarro, responsável por Portugal.

Quantos nascimentos em Portugal? E casamentos?

Quantos nascimentos houve em Portugal no ano passado? Quantos óbitos? E casamentos ou divórcios? O INE divulga as Estatísticas Vitais com dados preliminares relativos a 2018. Há nove anos que Portugal regista um saldo natural negativo. O que dizem os dados do último ano?

May vai a Dublin discutir Brexit

Com a saída do Reino Unido prevista para o final de março, Theresa May continua em negociações com responsáveis europeus para alcançar um novo acordo para o Brexit. É neste âmbito que a primeira-ministra britânica viaja esta sexta-feira a Dublin, na Irlanda, para se encontrar com o seu homólogo irlandês, Leo Varadkar.

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Requisição civil dos enfermeiros já está em vigor. Dura até dia 28

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2019

A requisição civil dos enfermeiros já está em vigor. Produz efeitos até ao dia 28 de fevereiro.

A portaria que decreta com efeito imediato a requisição civil dos enfermeiros que aderiram à greve nos centros hospitalares onde não foram cumpridos os serviços mínimos foi publicada em Diário da República.

“A presente portaria entra imediatamente em vigor” pelo que “no dia 08 de fevereiro de 2019, os enfermeiros a requisitar devem corresponder aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos, e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”, lê-se no diploma.

A requisição civil produz efeitos até ao dia 28 de fevereiro de 2019.

A portaria requisita os enfermeiros que exerçam funções no Centro Hospitalar e Universitário de S. João, no Centro Hospitalar e Universitário do Porto, no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e no Centro Hospitalar de Tondela-Viseu “que se mostrem necessários para assegurar o cumprimento dos serviços mínimos” definidos pelo tribunal arbitral.

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Saíram mais 1.600 trabalhadores da banca em 2018. Quase o dobro do ano anterior

Principais bancos nacionais voltaram a reduzir os seus quadros de forma expressiva no ano passado. Só na Caixa, saíram 646 trabalhadores em 2018. E o Totta encerrou quase centena e meia de balcões.

Continuaram a sair trabalhadores dos bancos no ano passado: cerca de 1.600 nas principais instituições.

Os bancos nacionais voltaram a acelerar a sua cura de emagrecimento no ano passado. Saíram das principais instituições financeiras cerca de 1.600 trabalhadores em 2018, quase dobro das saídas registadas em 2017 (955). E isto num ano em que fecharam cerca de três centenas de agências.

Foi na Caixa Geral de Depósitos (CGD) onde se registou o maior número de saídas: 646 trabalhadores abandonaram o banco público no âmbito do plano estratégico acordado com Bruxelas aquando da recapitalização de cinco mil milhões de euros. Foram também encerradas 65 agências no último ano, em linha com os 64 encerramentos registados em 2017.

Paulo Macedo não vai ficar por aqui. Atualmente, o banco do Estado conta com 7.675 colaboradores e 522 balcões, mas tem de chegar a 2021 com menos de 6.650 trabalhadores e entre 470 e 490 balcões. Ou seja, vai ter de cortar mais 1.000 postos de trabalho e entre três a cinco dezenas agências até lá. Ainda há 180 milhões de euros para fazer face a reformas e pré-reformas nos próximos anos, garantiu o presidente da CGD na última conferência de resultados.

No Novo Banco, cuja reestruturação também acelerou no ano passado, António Ramalho disse que saíram cerca de 450 funcionários em 2018. Trabalhavam 5.093 trabalhadores no banco detido pelo Lone Star (75%) e Fundo de Resolução (25%) no final do ano passado.

Em termos de agências, a maior dieta de emagrecimento foi protagonizada pelo Santander Totta. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida encerrou 147 balcões no ano passado, muito por força da integração diz Popular Portugal no final de 2017 que forçou a um redimensionamento da rede comercial. Em saídas, 290 pessoas abandonaram o banco do grupo espanhol Santander.

Bancos voltaram a emagrecer em 2018

Fonte: Bancos

Castro e Almeida também anunciou que as mudanças dentro do banco vão continuar: prevê fundir grandes agências nos centros urbanos e, perspetivando mais saídas por reforma ou pré-reforma nos próximos anos, adiantou que o banco vai mudar a política de contratação de pessoal. “A visão que temos a três anos, através da saída normal das pessoas por reforma ou pré-reforma, é que vamos ter de contratar de pessoas com perfil completamente diferente: matemáticos, programação e mais analítico”, assegurou o novo CEO do Totta que chamou a si o pelouro do Pessoal.

No BPI, fecharam-se 10 balcões e registaram-se 42 saídas, sendo a instituição financeira com a rede comercial e quadros mais estabilizados.

Enquanto isso, o BCP indicava que até setembro tinham deixado o banco 150 colaboradores, enquanto haviam sido encerradas duas dezenas de agências. Miguel Maya deverá atualizar estes números quando a 21 de fevereiro apresentar os resultados anuais.

Para já, apenas CGD, BPI e Santander Totta prestaram contas. No acumulado, estas três instituições lucraram cerca de 1.500 milhões de euros no ano passado.

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Marcelo alerta para problemas no uso de crowdfunding na greve dos enfermeiros

Chefe de Estado sublinhou que "um movimento cívico não pode declarar greve" e não se pode substituir aos sindicatos. Marcelo diz que "é intolerável" enfermeiros não cumprirem requisição civil.

O Presidente da República considera que a utilização de um crowdfunding para financiar a greve dos enfermeiros apresenta diversos problemas tendo em conta que o financiamento é anónimo. Além disso, sublinhou o Chefe de Estado um movimento cívico não pode declarar greve” e não se pode substituir aos sindicatos. No dia em que o Governo aprovou a requisição civil dos enfermeiros, Marcelo Rebelo de Sousa, na estreia do programa Circulatura do Quadrado, na TVI24, defendeu que a requisição civil é inteiramente justificada caso se prove que os serviços mínimos não estão a ser cumpridos.

Se for verdade que não foram cumpridos os serviços mínimos, está preenchido o requisito para a requisição civil”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa. No entanto, os sindicatos dos enfermeiros não baixam os braços e contam com o advogado Garcia Pereira vai os representar na questão da requisição civil. Em declarações à agência Lusa, o especialista em direito do trabalho afirmou que a requisição civil “é um procedimento abusivo desde o início, numa circunstância em que uma operação de manipulação da opinião pública originou que se deixasse de falar do que levou os enfermeiros a encetarem esta forma de luta”.

O Chefe de Estado sublinhou, na Circulatura do Quadrado, que não há dúvidas e que “os enfermeiros têm causas que são justas e que defendem pelo exercício à greve”. No entanto sublinha que “a democracia é feita de conteúdo e de processo”. “Não basta defender boas causas. É preciso que o processo utilizado seja política e constitucionalmente, legalmente, condizente com o que se defende”, frisou Marcelo, num programa gravado no Palácio de Belém.

Todos sabemos que os enfermeiros têm causas que são justas e que defendem pelo exercício da greve.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Sublinhando à partida que não ia “discutir a substância do que está em causa”, recorda que, “em termos de processo”, houve “duas questões” para as quais chamou “a atenção”. Uma delas “o problema do crowdfunding” que se “põe dos dois lados”, defende Marcelo Rebelo de Sousa, ressalvando que, “por ventura, nem é preciso mudar a lei”.

Em causa está uma plataforma de financiamento colaborativo usada pelos enfermeiros para o crowdfunding da sua segunda greve, foram angariados mais de 423.000 euros. Na primeira greve, entre 22 de novembro de final de dezembro, tinham angariado mais de 360.000 euros. Sendo que, esta quinta-feira, o PS anunciou que vai iniciar um processo de diálogo com outras forças políticas para a apresentação de um projeto que proíba contribuições monetárias anónimas no crowdfunding.

“Primeiro quem promove o crowdfunding é um movimento cívico que não pode declarar greve. O crowdfunding é legalmente previsto para alguém reunir fundos para desenvolver uma certa atividade. Legalmente não pode substituir-se a um sindicato”, sublinha o Chefe de Estado. “Quem pode declarar a greve — o sindicato — deve fazê-lo com fundos dos seus sindicatos. Como se pode fazer isso se o movimento e os donativos não são identificados?”, questionou o Presidente da República.

Quem pode declarar a greve — o sindicato — deve fazê-lo com fundos dos seus sindicatos. Como se pode fazer isso se o movimento e os donativos não são identificados?

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Marcelo lembrou ainda que outra das questões para as quais chamou a atenção foi: “Não pensem apenas nos vosso direitos, mas também nos direitos dos utentes, como o direito à vida e à saúde”.

Para o Chefe de Estado um dos maiores problemas da sociedade portuguesa, neste momento, são “os fenómenos inorgânicos no plano sindical, laboral e a dificuldade de enquadramento pelas estruturas clássicas”. “Isso preocupa-me muito”, reconhece Marcelo Rebelo de Sousa. “A maioria das greves foi declarada por sindicatos que não estão integrados nem na na CGTP nem na UGT”, frisa de modo ilustrativo.

“Preocupam-me que seja anunciada uma requisição civil e haver uma resposta : ‘Se é assim não vamos trabalhar’. É muito mau o Governo tomar essa posição porque há movimentos inorgânicos”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

A presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, Lúcia Leite, disse à agência Lusa que os enfermeiros se sentem “atacados nos seus direitos enquanto trabalhadores” e alertou para o risco de surgirem novas formas de luta “mais incontroláveis”, ainda que não suportadas pelos sindicatos. Lúcia Leite admitiu que os profissionais se consigam organizar no sentido de darem faltas injustificadas ao trabalho até ao limite legal, lembrando que o Código do Trabalho prevê que qualquer trabalhador possa faltar cinco dias seguidos ou dez interpolados.

Já o Movimento Greve Cirúrgica, que organizou a recolha de fundos para as duas paralisações em blocos operatórios, também admitiu avançar com outras formas de protesto, que podem passar por abandono de serviço ou greves de zelo. E apelou ainda para que os enfermeiros deixem de realizar as cirurgias adicionais para recuperação das listas de espera, que não são obrigatórias, sendo pagas à parte e feitas fora do horário normal.

Sinais de que o controlo da situação está a escapar aos sindicatos ditos tradicionais, razão pela qual o Marcelo Rebelo de Sousa defende que tanto os sindicatos como os partidos “têm de se reajustar”.

“É intolerável que se pense que perante uma decisão legal, a reação adequada é de que não cumprimos e não acatamos. Aí o Presidente da República é muito claro: muito afeto, mas afeto com autoridade”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

(Notícia atualizada às 22h47)

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EDP propôs “ótimas engenharias financeiras” para cortar custos do setor

Álvaro Santos Pereira garante que o seu Governo nunca implementou medidas propostas pela EDP, que foram apenas "ótimas engenharias financeiras", com impacto "zero".

Logo no início do seu mandato, em 2011, Álvaro Santos Pereira, então ministro da Economia do Governo de Pedro Passos Coelho, quis introduzir uma contribuição especial sobre o setor energético, que foi rejeitada pelo ministério de Vítor Gaspar. A equipa da Economia viu-se, então, obrigada a encontrar alternativas para baixar os custos com o setor elétrico, numa altura em que Portugal estava prestes a ser intervencionado pelo troika. É aqui que a EDP entra em cena, chegando mesmo a apresentar um plano “alternativo” para limitar estes custos. Este plano nunca foi, contudo, acolhido pelo Governo, até porque o impacto que teria em termos de redução de custos por parte do Estado era nulo. No fundo, a EDP apresentou “ótimas engenharias financeiras”.

É desta forma que Álvaro Santos Pereira classifica as propostas apresentadas pela EDP ao Governo de então, em outubro de 2011, através das quais a elétrica defendia ser possível limitar o crescimento anual dos preços da eletricidade a 1,5%, minimizar a criação de nova dívida tarifária e eliminar toda a dívida até 2020. O antigo ministro da Economia do Governo de Pedro Passos Coelho está a ser ouvido, esta quinta-feira, na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas ao setor da eletricidade, onde tem defendido a ação do seu Governo no que toca ao combate aos “lobbies” do setor elétrico.

“A EDP apresentou ótimas engenharias financeiras, mas, a nível de cortes, era zero”, começou por dizer sobre este assunto.

Questionado sobre a relação estreita entre o Governo e a elétrica, que terá mesmo tido intervenção na elaboração de algumas leis, Álvaro Santos Pereira rejeitou por completo a ideia. “Então eu vou implementar medidas que a EDP me está a dizer para fazer? Era só o que faltava!“, afirmou.

Esta mesma ideia já tinha sido defendida, no mês passado, pelo antigo secretário de Estado Henrique Gomes, ouvido nesta mesma comissão de inquérito. Na sua audição, o ex-governante, que desempenhou o cargo durante apenas nove meses, disse que o seu Governo nunca chegou a acordo com a EDP no que toca à redução de custos do setor, uma vez que a elétrica apresentou alternativas sem impactos de longo prazo.

“Todas as alternativas que nos apresentaram eram paliativos que aliviavam o curto prazo, mas que não cortavam nada. Esse princípio nós nunca aceitámos. Com a EDP, que era fundamental, não chegámos a acordo”, disse o antigo secretário de Estado.

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Gran Cruz House: a casa para o vinho do Porto chamar sua

Projeto turístico na Ribeira do Porto é o primeiro do grupo que inclui alojamento. Mas há mais: Quinta do Ventozelo, "o Douro numa quinta", abre ao público em setembro deste ano.

Gran Cruz House é o segundo projeto de turismo do grupo mas o primeiro que inclui alojamento.D.R.

Do quarto do último piso da casa vê-se o rio inteiro. Ou, pelo menos, assim parece. O Douro nasce em Espanha mas é no Porto que desagua. E é imediatamente antes do sítio onde o rio passa a mar que a Gran Cruz decidiu abrir a Gran Cruz House, a estreia do grupo português num projeto turístico com alojamento.

A aposta no enoturismo não é nova para a empresa, a maior exportadora nacional de vinho do Porto: o primeiro projeto foi o terraço do edifício Porto Cruz, no cais de Vila Nova de Gaia, um espaço de provas e de experiências que permite aos clientes terem um primeiro contacto com a marca num espaço totalmente pensado para esse efeito. Mas o grupo quis mais. A casa na Ribeira, um prédio que terá origem no final do século XVI, tem sete quartos e um restaurante, o Casario, cuja cozinha a quatro mãos é da responsabilidade dos chefs Miguel Castro e Silva e José Guedes.

“É um projeto de hotelaria e, esperamos, uma mais-valia para a promoção dos vinhos. Não se trata de ter apenas garrafas nas prateleiras mas de envolver os clientes para que eles possam viver a experiência”, explica ao ECO Elsa Couto, diretora de comunicação do grupo.

Não é para menos: a Gran Cruz é a maior exportadora de vinho do Porto, vendendo cerca de 30 milhões de garrafas por ano, entre marcas próprias — 10 milhões de garrafas –, marcas de supermercado e marcas premium, para mais de 50 países espalhados por todo o mundo. Entre os principais mercados estão países como França, Bélgica e Holanda, e ainda o Canadá, o Brasil e a Rússia a ganhar importância.

"Não se trata de ter apenas garrafas nas prateleiras mas de envolver os clientes para que eles possam viver a experiência.”

Elsa Couto

Diretora de comunicação Gran Cruz

O Tawny room, dedicado a este tipo de vinho do Porto tinto que envelhece em barricas.D.R.

“É um projeto de hotelaria mas com foco na cultura do vinho”, acrescenta. E os quartos, temáticos, são prova desse esforço.

O Douro numa quinta

O projeto da Gran Cruz House pode ser também considerado uma espécie de laboratório do que o grupo portuense está a programar já para o final deste ano. “Para setembro de 2019 está prevista a abertura da Quinta do Ventozelo, um hotel de 29 quartos que é, também, uma quinta inteira”, adianta Elsa Couto.

Comprada pelo grupo Gran Cruz em 2015, aos espanhóis da Proinsa por cerca de 15 milhões de euros, a histórica quinta do Douro é uma das maiores da região (tem cerca de 400 hectares de terreno dos quais 198 são de vinha) é uma espécie de “joia da Coroa” da empresa. “A quinta é rica em tudo o que se possa encontrar: azeite, fruta, caça, desportos de natureza”, enumera a responsável. A mata mediterrânica, acrescenta, completa o bouquet que quer ser o “Douro numa quinta”.

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“Rendas excessivas da energia estão intimamente ligadas a compadrio entre o Estado e os privados”

Álvaro Santos Pereira acusa o Estado de ações de "compadrio" com interesses privados, que levaram Portugal à situação de bancarrota em que se encontrava em 2011.

As rendas excessivas pagas aos produtores de eletricidade estão “intimamente ligadas a ações de compadrio entre o Estado e os interesses privados”. E terá sido este “compadrio” que, em parte, levou Portugal à situação de bancarrota em que se encontrava em 2011, quando foi intervencionado pela troika. A ideia foi defendida, esta quinta-feira, por Álvaro Santos Pereira, antigo ministro da Economia do Governo de Pedro Passos Coelho, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade.

“Para que não haja dúvidas: claro que houve rendas excessivas no setor energético. Os estudos técnicos mostram isso. Estas rendas excessivas rondam quase quatro mil milhões de euros entre 2007 e 2020. Quem afirma que não existem, certamente que não presta atenção à fatura da eletricidade”, começou por dizer o ex-governante, logo na intervenção inicial.

E continuou: “É claro que os produtores elétricos foram beneficiados por estas regras durante anos. Foi por isso que reagiram de forma tão intempestiva às nossas iniciativas. É também bem claro que, antes de nós, ninguém tinha tido a coragem de enfrentar os lobbies da energia. Ninguém tinha cortado um só cêntimo nas rendas da energia e, graças à nossa ação, cortaram-se mais de 3,5 mil milhões de euros nas rendas da energia”.

Foi neste contexto que concluiu: “Claro que as rendas excessivas no setor da energia estão, no mínimo, intimamente ligadas a ações de compadrio entre o Estado e os interesses privados. Há ligações perigosas entre o Estado e os interesses privados. Uns beneficiaram de lucros milionários, enquanto a fatura era paga pelas famílias”.

Claro que as rendas excessivas no setor da energia estão, no mínimo, intimamente ligadas a ações de compadrio entre o Estado e os interesses privados.

Álvaro Santos Pereira

Antigo ministro da Economia

Contudo, questionado mais tarde pelo deputado Helder Amaral, do CDS-PP, sobre que ações de compadrio foram estas, Álvaro Santos Pereira não quis especificar. “Há bastante evidência de que, se Portugal chegou onde chegou, a uma situação de pré-bancarrota, ou mesmo de bancarrota, foi não só por termos levado a cabo políticas irresponsáveis, mas, também, porque houve práticas de corrupção e de compadrio entre os privados e o Estado“, disse apenas.

Mesmo perante a insistência do deputado relativamente a que práticas em concreto se referia, o antigo ministro deixou o assunto em aberto. “Em Portugal, há tantos casos na Justiça. Começam, finalmente, algumas pessoas a ser responsabilizadas, acabando com a impunidade que tem sido vigente neste país. Quem questiona que o nosso país, infelizmente, tem sido vítima de corrupção, está a questionar o inquestionável. É uma questão de perceção e é uma questão de realidade. É mais do que evidente que isso aconteceu”, afirmou.

Numa segunda ronda de perguntas, os deputados voltaram à questão do “compadrio” levantada por Álvaro Santos Pereira. O antigo ministro voltou a rejeitar identificar casos concretos, mas adiantou que o seu Governo “passou informação” à Justiça sobre esta matéria.

“Este tipo de coisas deve ser feito na Justiça. Se conheço algum caso, se sei de algum caso, eu denuncio. Não vou fazê-lo no Parlamento. Nesta e noutras áreas, passámos esta informação“, concluiu sobre este assunto.

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“Dizer que Governo deu contrapartidas à EDP só pode ser brincadeira”

Álvaro Santos Pereira defende que o Governo de que fez parte foi o primeiro a enfrentar os lobbies do setor energético. Graças à nossa ação, cortaram-se mais de 3,5 mil milhões nas rendas da energia".

Sugerir que o Governo de Pedro Passos Coelho terá oferecido contrapartidas à EDP para avançar com a redução dos juros recebidos pela elétrica ao abrigo dos custos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC) “só pode ser uma brincadeira”. Quem o diz é Álvaro Santos Pereira, antigo ministro da Economia deste Governo, que está a ser ouvido, esta quinta-feira, na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade.

A questão foi levantada pelo deputado socialista André Pinotes Batista, que recordou a informação que consta de documentação enviada a esta comissão de inquérito. Em causa está uma portaria de 2013, assinada pelo Governo de Passos Coelho, que determinou o corte dos juros associados aos CMEC pagos à EDP de 7,55% para 4,72%, uma medida que permitiu uma poupança de cerca de 120 milhões de euros.

Contudo, uma troca de correspondência que terá sido mantida entre Álvaro Santos Pereira e o presidente executivo da EDP, António Mexia, revela que as duas partes terão negociado a concessão de contrapartidas à elétrica, em troca desta redução dos juros. Nestas contrapartidas, mostra esta correspondência estão incluídos benefícios na garantia de potência e a fixação de juros a receber pela dívida tarifária.

A ideia é agora rejeitada por Álvaro Santos Pereira, que tem defendido, ao longo desta comissão de inquérito, que o seu foi o primeiro Governo a enfrentar os lobbies do setor energético. “Dizer que a EDP teve contrapartidas, quando nós cortámos mais de 500 milhões de euros à EDP, só pode ser uma brincadeira“, afirmou.

Dizer que a EDP teve contrapartidas, quando nós cortámos mais de 500 milhões de euros à EDP, só pode ser uma brincadeira.

Álvaro Santos Pereira

Antigo ministro da Economia

Logo na intervenção inicial, o antigo ministro já tinha falado sobre a contribuição especial sobre o setor energético que o seu Ministério queria implementar ainda em 2012, mas que foi travada por Vítor Gaspar, que rejeitou qualquer medida que pudesse prejudicar o processo de privatização da EDP. Esta contribuição, disse, representaria receitas no valor de 2.100 milhões de euros para o Estado, até 2020. “Eram 2.100 milhões de rendas excessivas que seriam eliminadas entre 2012 e 2020”, apontou.

A contribuição especial que foi inicialmente proposta mereceu oposição interna por parte das Finanças. Como se sabe hoje, uma medida semelhante — a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) –, mas com um impacto inferior em termos de receitas, veio a ser aprovada em 2014, já depois de concluída a privatização da EDP. Álvaro Santos Pereira garante, ainda assim, que aquilo que não se cortou em rendas excessivas, logo em 2012, foi cortado mais tarde.

“Antes de nós, ninguém tinha tido a coragem de enfrentar os lobbies da energia. Ninguém tinha cortado um só cêntimo nas rendas da energia. Graças à nossa ação, cortaram-se mais de 3,5 mil milhões de euros nas rendas da energia“, sublinhou.

Antes de nós, ninguém tinha tido a coragem de enfrentar os lobbies da energia. Ninguém tinha cortado um só cêntimo nas rendas da energia.

Álvaro Santos Pereira

Antigo ministro da Economia

Os números apresentados por Álvaro Santos Pereira levantam, contudo, várias dúvidas. “Assumindo cinco anos de vigência da CESE, a EDP pagaria cerca de 300 milhões de euros. Se somarmos a esses outros 120 milhões do valor dos CMEC que foi cortado, ficamos com 420 milhões. Se somarmos 30 milhões que a EDP Renováveis pagou na compra da extensão do preço garantido, ficamos com 450 milhões. A EDP corresponde a cerca de 60% da potência elétrica, pelo que pagaria 1.250 milhões de euros do total de 2.100 milhões de receitas que diz que a contribuição especial representaria. Acabou a pagar cerca de 500 milhões. É muito menos de metade daquilo que teria pago se a sua contribuição inicial tivesse sido aplicada”, enumerou o deputado bloquista Jorge Costa.

Confrontado com estes números, o ex-governante fugiu a responder. “Fico satisfeito que o Bloco de Esquerda esteja a defender a contribuição que foi defendida pelo meu Ministério. Temos de confirmar os números todos, mas a contribuição era para todos os produtores, não fizemos cálculos individuais por produtor. Estamos a extrapolar algo que não é totalmente real”, referiu. E reforçou: “Antes deste Ministério, a EDP nunca tinha tido um corte de um cêntimo, só tinha recebido rendas”.

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TieSports: a rede social que liga os atletas aos campos de jogo

  • Guilherme Monteiro
  • 7 Fevereiro 2019

A startup algarvia criou uma rede social que reúne jogadores e prestadores de serviços. O produto, em desenvolvimento desde 2014, foi agora reconhecido internacionalmente.

Unir o melhor de dois mundos nem sempre é possível, mas Diogo Mascarenhas conseguiu juntar a paixão pelo ténis à do software. Foi nessa interceção que nasceu a TieSports, uma startup que criou uma rede social para unir jogadores e facilitar aos clubes a organização dos eventos desportivos.

Foi o contacto direto com o mundo do desporto que levou Diogo Mascarenhas, CEO da TieSports, a aperceber-se de que poderia haver uma necessidade — e uma oportunidade — no mercado. “Eu próprio jogava ténis, tinha contacto direto com os clubes e sabia quais eram as suas necessidades”, conta, ao ECO. Criou a TieSports, uma rede que funciona como um “laço”, uma espécie de elo de ligação entre todos os intervenientes do sistema.

“Tudo isto acaba por estar interligado. Há uma rede social, um software de gestão de clube, tudo no mesmo ecossistema”, explica Diogo Mascarenhas, acrescentando que, “no fundo, o projeto acaba por abranger a parte do negócio e a parte do consumidor enquanto jogador”. Em termos práticos, os clubes ganham a possibilidade de gerir “todos os eventos e todas as infraestruturas” e “os membros do clube podem promover atividades e gerir treinos”.

Foi o caso da Federação Portuguesa de Ténis que, em 2016, contratou os serviços da TieSports. A partir dessa altura, os rankings nas competições da Federação, por exemplo, passaram a estar a cargo do software desenvolvido pela startup algarvia. A entidade desportiva organiza cerca de 1100 provas por ano e tem inscritos quase 20 mil jogadores federados.

Eu próprio jogava ténis, tinha contacto direto com os clubes e sabia quais eram as suas necessidades.

Diogo Mascarenhas

CEO da TieSports

Com uma equipa de oito pessoas a trabalhar na criação de uma plataforma, a TieSports pretende “integrar as pessoas que jogam ténis, servir o universo dos clubes mas, também, produzir notícias para a região, as federações e o país”. E, apesar de Diogo reconhecer que existe um “atraso” do mundo desportivo no que toca ao “caminho para a informatização”, o empreendedor acredita que o projeto que lidera está a contribuir para preencher muitas das lacunas do setor.

Todas as funcionalidades da plataforma estão disponíveis através de uma rede social alocada num site e que integra nove áreas de negócio específicas — Tie Club, Tie Coach, Tie Player, Tie Performance, Tie Booking, Tie Scores, Tietennis.com, Tiepadel.com, Tie Advisor –, cada uma das quais dedicada a treinadores, jogadores, clubes, federações ou até mesmo a produzir rankings e disponibilizar a localização de clubes.

 

2018, ano de crescimento

Ao longo do último ano, contudo, a empresa tem-se dedicado principalmente ao aprimorar da plataforma para conseguir conquistar mais atletas. Para os tenistas, a rede social é um instrumento através do qual conseguem encontrar outros jogadores, clubes, ou torneios, mas não só. Além da possibilidade de “desafiar outros jogadores para jogar, reservar os campos e aulas nos locais favoritos e manter-se a par das notícias de amigos”, a plataforma permite “receber, em tempo real, as notícias sobre os jogos, os torneios e outros eventos”, detalha o CEO ao ECO.

"No fundo, o projeto acaba por abranger a parte do negócio e a parte do consumidor enquanto jogador.”

Diogo Mascarenhas

CEO da TieSports

Quanto aos preços para usufruir do serviço, variam consoante os benefícios requisitados. Os clubes com até 400 membros podem subscrever o serviço por 89 euros por mês, enquanto os que têm 1.000 já terão que desembolsar 249 euros mensalmente. Para os jogadores, a vida está mais facilitada. O acesso aos serviços básicos da plataforma TiePlayer, que possibilita, por exemplo, o encontro de outros jogadores ou a reserva de campos, é gratuito.

Além de aumentar a rede, outra das perspetivas de crescimento para 2019 passa pelo mercado internacional. A TieSports foi escolhida para integrar o QatarSportsTech, um dos programas de aceleração para startups de desporto mais conhecidos do mundo . A portuguesa foi escolhida entre mais de quatro centenas e meia de concorrentes de 60 países. O programa é, afirma Diogo, uma oportunidade “para o exterior e que acaba por ser também uma janela a partir dali [do Qatar] para outra parte do mundo”.

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Cerca de 10 mil portugueses regressaram da Venezuela

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2019

Segundo José Luís Carneiro, cerca de dez mil portugueses e lusodescendentes já saíram de Venezuela para Portugal. Foram ainda registados fluxos significativos para Espanha e para a América Latina.

Cerca de dez mil portugueses e lusodescendentes saíram da Venezuela para Portugal, seis mil dos quais para a Madeira, tendo ainda sido registados fluxos significativos para Espanha e América Latina, disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, esta quinta-feira.

Em declarações aos jornalistas em Sardoal (Santarém), onde presidiu à inauguração do Gabinete de Apoio ao Emigrante (GAE), José Luís Carneiro referiu que “o pico” de chegadas a Portugal ocorreu em 2017, entre agosto e o final do ano, com um novo pico registado a partir de julho de 2018.

“Na Venezuela temos 179 mil portugueses e lusodescendentes registados nos postos consulares, sendo que no Censos de 2011 da Venezuela estão identificados 37 mil emigrantes” portugueses, disse José Luís Carneiro, dando conta que, entre 2015 e 2018, “entre cinco a 10 mil portugueses saíram da Venezuela para outros países da América Latina, “cerca de quatro mil dirigiram-se para Espanha”, por “razões linguísticas”, e “cerca de 10 mil regressaram a Portugal”, a maioria desde o ano passado.

O governante aludiu a dados de um “relatório de janeiro” passado, segundo o qual a Região Autónoma da Madeira terá recebido “cerca de seis mil portugueses e lusodescendentes” e o continente “entre três a cinco mil, o que dará “cerca de 10 mil que regressaram da Venezuela”.

A estes números, observou, há que acrescentar “cerca de cinco mil venezuelanos que vieram com familiares portugueses ou pela situação lá vivida, e que estão em processo de obtenção de nacionalidade e autorização de residência”.

José Luís Carneiro disse ainda que o Governo tem vindo a “reforçar os Gabinetes de Apoio ao Emigrante, nomeadamente na região Centro e região Norte, onde há maior incidência no regresso de cidadãos” com origem na Venezuela.

Segundo o governante, “as maiores necessidades continuam a ser as ligadas à identidade e à nacionalidade dos cônjuges, esposas ou maridos, filhos ou netos que têm de obter documento de identificação, cartão de cidadão e depois obtenção da nacionalidade portuguesa, ou autorizações de residência, para as quais têm vindo a ser tomadas medidas de agilização”, numa “resposta integrada” de vários ministérios do Governo português.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, estando “179 mil portugueses e lusodescendentes registados nos postos consulares”, segundo dados do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Portugal lamenta que Madura tenha negado ajuda internacional

Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou, esta quinta-feira, a decisão de militares venezuelanos de bloquear a eventual ajuda humanitária através da fronteira com a Colômbia, e classificou a posição de Nicolás Maduro como “estado de negação”.

“Eu lamento profundamente. Há um estado de negação do regime de Maduro que em nada auxilia o povo venezuelano. Pelo contrário, prejudica-o”, disse Santos Silva em declarações à agência Lusa em Montevideu, onde participa na primeira reunião entre países da União Europeia, incluindo Portugal, e latino-americanos sobre a crise na Venezuela.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nega, há anos, a entrada de assistência humanitária na Venezuela sob o pretexto de tratar-se de “uma intervenção encoberta do Império”, em referência aos Estados Unidos.

Nos últimos dias, o governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que poderia enviar assistência humanitária através das fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia. O presidente interino Juan Guaidó confirmou que a assistência entraria pelo Brasil, pela Colômbia e por uma ilha nas Caraíbas que não especificou. Militares venezuelanos, no entanto, puseram barreiras na fronteira com a Colômbia para que nenhuma ajuda entre no país, que vive uma profunda escassez de produtos básicos como medicamentos e alimentos.

Devia ser claro para o regime de Maduro que a União Europeia não é parte no processo político interno da Venezuela, embora haja mais de um milhão de cidadãos europeus na Venezuela“, disse o ministro Santos Silva.

“Somos muito claros em dizer que, do nosso ponto de vista, nem uma confrontação interna nem intervenção externa constituiriam qualquer solução. Pelo contrário, agravariam o sofrimento das pessoas”, argumentou o ministro. “Nós dizemos que, quando há um impasse político desta natureza, a solução razoável é devolver a palavra às pessoas através do voto. É nisso que estamos empenhados”, concluiu.

O chamado Grupo Internacional de Contacto tem como meta definir um plano, em 90 dias, para um futuro processo político pacífico na Venezuela.

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Frente Comum diz que pré-reformas potenciam “amiguismos” no Estado

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2019

A Frente Comum de Sindicatos considerou que as pré-reformas na Administração Pública constituem “mais uma medida do Governo de absoluta discricionariedade na gestão dos dinheiros públicos”.

Para a estrutura da CGTP, o diploma que entrou em vigor na quarta-feira e que permite aos funcionários públicos com pelo menos 55 anos de idade suspender o trabalho e aceder à pré-reforma, passando a receber entre 25% a 100% da remuneração base é potenciador de “injustiças” e “um cheque em branco para a discriminação de trabalhadores”.

A Frente Comum acusa o Governo de estabelecer “de forma autocrática” um regime que permite que as entidades empregadoras públicas decidam “livremente” quem pode aceder às pré-reformas e qual a remuneração a atribuir, já que o diploma não define critérios para o efeito.

“Esta situação é inadmissível e potenciadora de amiguismo e favorecimentos sem a possibilidade do necessário controlo e sem transparência e legalidades obrigatórias em todos os atos de gestão”, continua a estrutura sindical liderada por Ana Avoila.

A estrutura sindical exige “a revisão imediata” do diploma para que este passe a estabelecer “critérios objetivos para o acesso à pré-reforma e uma remuneração fixa e idêntica para todos os trabalhadores”.

“Permitir às entidades empregadoras que paguem 25% a 100% da remuneração base a seu bel prazer é uma situação que em nada dignifica os serviços públicos”, considera a Frente Comum.

Além disso, acrescenta a organização sindical, é permitido acumular 100% do salário com rendimentos de trabalho “sem alterar a vergonhosa impossibilidade de acumulação de pensões por acidente de trabalho e doenças profissionais dos trabalhadores da Administração Pública, reivindicação justa, urgente a necessária”.

Também o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) já tinha considerado que o Governo, ao não fixar o valor a atribuir na pré-reforma “deixa em aberto a atribuição da prestação de acordo com a fotografia”, ficando as decisões “afetadas pela opacidade”.

De acordo com o decreto-lei, a situação de pré-reforma depende do acordo entre o empregador público e o trabalhador e de prévia autorização do Ministério das Finanças.

A pré-reforma com redução do horário de trabalho já é permitida desde que a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, de 2014, entrou em vigor. O diploma que entrou em vigor na quarta-feira diz respeito apenas à pré-reforma com suspensão total do trabalho.

Segundo fonte oficial do Ministério das Finanças, até ao momento “não foram enviados pedidos de autorização para pré-reforma” relativos à redução do horário de trabalho.

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Ordem dos Enfermeiros convoca sindicatos para reunião na próxima semana

A Ordem dos Enfermeiros vai reunir-se na próxima semana com os sindicatos que convocaram a greve cirúrgica e com os enfermeiros diretores dos centros onde decorre essa paralisação.

A Ordem dos Enfermeiros (OE) agendou, esta quinta-feira, uma reunião com os sindicatos que convocaram as chamadas greves cirúrgicas. No encontro que acontecerá a 12 de fevereiro, também vão participar os enfermeiros diretores dos centros hospitalares onde decorre a referida paralisação, avança em comunicado o organismo liderado por Ana Rita Cavaco.

“A Ordem dos Enfermeiros decidiu convocar os sindicatos que decretaram a greve cirúrgica — Sindepor e ASPE e o Movimento Greve Cirúrgica — para uma reunião a realizar na sede da OE, no dia 12 de fevereiro, pelas 14h00”, lê-se na nota.

O anúncio do agendamento desta reunião acontece no dia em que o Governo aprovou em Conselho de Ministros a requisição civil de enfermeiros, um mecanismo legal extremo usado para travar greves.

Minutos depois das declarações da ministra da Saúde, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal reagiu, dizendo-se “indignado” perante esta decisão do Executivo. “Não é uma surpresa, dados os últimos comentários do Governo, particularmente hostis contra a luta dos enfermeiros. Estamos indignados porque os serviços mínimos estavam a ser assegurados“, salientou o presidente dessa estrutura, que prometeu recorrer a “todas as formas possíveis” para responder a esta opção.

Os enfermeiros têm estado em greve, nos blocos operatórios, desde o final de janeiro, estando planeado o prolongamento dessa paralisação até ao final de fevereiro. Em 2018, já se tinha registado uma situação semelhante: o protesto que começou a 22 de novembro arrastou-se até dezembro e levou ao cancelamento de quase oito mil cirurgias. Destas, já foi possível realizar 45%.

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