Provedora de Justiça arquiva queixa sobre novo salário mínimo no Estado

A Provedora de Justiça decidiu arquivar a queixa apresentada pela FESAP sobre a lei da nova remuneração mínima no Estado. Ao ECO, o sindicato garante que continuará a insistir na questão.

A Provedora de Justiça decidiu arquivar a queixa apresentada pela Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) sobre a lei que ditou a subida da base remuneratória da Administração Pública e, consequentemente, o “apagão” de todos os pontos que tinham sido acumulados pelos funcionários públicos que passaram a receber, este ano, 635,07 euros.

A queixa entregue pela FESAP sobre o assunto referido foi analisada e arquivada, tendo a nossa análise e conclusão sido enviadas à entidade queixosa”, adiantou fonte oficial da Provedora de Justiça.

Contactado pelo ECO, o dirigente da estrutura sindical em causa garante que esta decisão não é sinónimo do fim da luta, isto é, os funcionários públicos continuarão a insistir “na necessidade de corrigir esta situação”. A FESAP pretende levar esta reivindicação ao próximo Executivo, tendo incluído esta matéria no seu caderno reivindicativo para os próximos quatro anos. Além disso, o sindicato não exclui o recurso aos tribunais.

Em janeiro deste ano, cerca de 70 mil funcionários públicos chegaram à quarta posição da Tabela Remuneratória Única (TRU), passando a receber mensalmente 635, 07 euros, valor que ficou fixado como salário mínimo no Estado. Esse salto aconteceu por uma de duas vias: ou por via da progressão (para os trabalhadores que estavam na terceira posição da TRU e que já tinham os dez pontos necessários para avançar na carreira) ou por via administrativa (para os trabalhadores que, não tendo os pontos necessários, viram a sua carreira acelerada).

Para preservar a “hierarquia das carreiras” e evitar ultrapassagens, o Executivo de António Costa entendeu que os pontos dos trabalhadores que já tinham o número suficiente para progredir seriam usados integralmente (voltando a zero), e aqueles dos funcionários que ainda estavam a meio desse caminho seriam “apagados” (também voltando a zero). “Para garantir a equidade entre a carreira dos trabalhadores que agora beneficiem da valorização salarial e a dos trabalhadores que atualmente já se encontram na posição que garante a remuneração de 635,07 euros, por mérito das respetivas carreiras, os primeiros iniciam a sua progressão em igualdade de circunstâncias com os anteriores”, sublinhou o Ministério das Finanças.

Em reação a esta decisão do Governo, os sindicatos da Função Pública defenderam que os trabalhadores que já contavam com os dez créditos deveriam saltar não para a quarta posição da TRU, mas para o quinto escalão, já que com o “apagão” levado a cabo pelo Governo os trabalhadores com mais anos de carreira (alguns com dez anos) ficaram em “pé de igualdade” com outros funcionários, nomeadamente com aqueles que acabaram de entrar para o Estado.

Esta, de resto, foi uma das questões que levou a Frente Comum e a FESAP a avançar com uma greve geral a 15 de fevereiro. Menos de um mês depois dessa paralisação, a FESAP enviou uma carta à Provedora de Justiça por entender que o diploma que ditou o novo salário mínimo da Função Pública viola “vários princípios e direitos fundamentais”.

Nessa queixa, o sindicato pediu a Maria Lúcia Amaral que enviasse o decreto-lei 29/2019 para o Tribunal Constitucional, uma vez que esse diploma, no entender da FESAP, não diferencia os trabalhadores de acordo com o tempo de carreira. A Provedora de Justiça decidiu, contudo, arquivar a queixa.

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Cofina/TVI: Presidente da Altice vê negócio com tranquilidade mas “triste” por Portugal “perder 200 milhões”

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

Altice vai avaliar se concentração Cofina/Media Capital justifica “recuperar um projeto” de produção de conteúdos, depois de há um ano ter desistido da compra da Media Capital.

O presidente da Altice disse que vê com tranquilidade a compra da Media Capital pela Cofina e que o grupo não irá “estorvar”, mas que “como português” está “triste” por Portugal “perder 200 milhões de euros num ano”.

“[Olhamos] com expectativa, com olhos de espetador apenas (…) Estamos a observar com tranquilidade. É uma convergência aparentemente estritamente no setor dos ‘media’ e aí não somos um ‘player’ ativo hoje, ainda, pelo menos de relevo”, afirmou Alexandre Fonseca numa conversa com jornalistas, em Lisboa.

Contudo, disse, a Altice irá avaliar se este movimento poderá levar a empresa a “recuperar um projeto” de produção de conteúdos, depois de há um ano ter desistido da compra da Media Capital.

O processo de compra da dona da TVI pela Altice, por 440 milhões de euros, caiu por terra em junho do ano passado, quando o grupo espanhol Prisa, dono da Media Capital, confirmou a desistência do negócio. Alexandre Fonseca voltou a criticar a Autoridade da Concorrência (AdC) por durante meses não se ter pronunciado sobre o negócio.

O presidente da Altice disse ainda que “como português” está “triste” por Portugal “perder 200 milhões de euros num ano”, referindo-se ao facto de a Altice ter oferecido 440 milhões de euros pela Media Capital e hoje fontes do mercado indicarem que a compra da Media Capital pela Cofina dever ficar por cerca de metade desse valor.

“Portugal é um país para onde 200 milhões de euros é muito dinheiro. Não podemos dar-nos ao luxo de perder 200 milhões de euros só porque alguma entidade não teve capacidade de esse pronunciar”, afirmou.

Alexandre Fonseca afirmou ainda que a Altice continua à procura de oportunidades de negócio na áreas dos conteúdos, uma vez que a área de ‘media’ é estratégica para o grupo.

“O grupo Altice continua a observar a área dos ‘media’ como uma área que acha convergente com aquilo que é o nosso caminho enquanto estratégia de diversificação de portefólio. Vamos continuar atentos, mas sem estorvar, não podemos entrar naquela lógica que às vezes é muito latina ‘se não posso jogar à bola, ninguém joga’”, disse.

Depois de o Expresso ter dado conta das negociações, no dia 14 de agosto, a Cofina confirmou que estava a negociar com a Prisa a compra da Media Capital, dona da TVI, e um dia depois coube à empresa espanhola confirmar que estava em negociações em regime de exclusividade com a dona do Correio da Manhã.

Em 16 de agosto, a Cofina adiantou estar a negociar com a Prisa a aquisição da Vertix, que detém 94,69% da Media Capital, admitindo lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a dona da TVI.

No mesmo dia, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) manifestou-se “preocupado” com o impacto de uma eventual compra da Media Capital pela Cofina, “nomeadamente no que respeita à concentração dos ‘media’” e à manutenção dos postos de trabalho.

“A excessiva concentração dos ‘media’ tem repercussões ao nível da pluralidade e qualidade da informação e, nesse sentido, o SJ considera que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social tem de se pronunciar rapidamente sobre o negócio em curso”, refere o sindicato, em comunicado.

A Cofina detém Correio da Manhã, CM TV, Sábado, Record, Jornal de Negócios, entre outros.

Por sua vez, a Media Capital detém os canais TVI, a rádio Comercial, entre outros meios.

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Rebeldes iemenitas ameaçam lançar novos ataques na Arábia Saudita

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

Os rebeldes iemenitas, responsáveis pelos ataques de sábado às instalações petrolíferas, afirmam que podem voltar a lançar novos ataques "a qualquer momento" e pedem aos cidadãos que evitem o local.

Os rebeldes Houthis, que reivindicaram os atentados de sábado contra instalações petrolíferas sauditas, ameaçaram esta segunda-feira lançar novos ataques contra objetivos na Arábia Saudita, um país que intervém na guerra no Iémen desde 2015.

Temos um longo braço e que pode atingir qualquer local em qualquer momento”, declarou o porta-voz dos rebeldes iemenitas, Yahiya Saree, ao dirigir-se ao “regime saudita”.

Apelou ainda a Riade para “rever os seus cálculos e pôr termo à sua agressão e ao seu bloqueio contra o Iémen”.

O porta-voz, citado pela televisão Al-Massirah controlada pelos rebeldes, pediu às companhias e cidadãos estrangeiros que evitem as instalações petrolíferas sauditas, que segundo garantiu permanecem “na linha de mira” dos Houthis.

A infraestrutura energética saudita já tinha sido atingida após a intervenção de Riade, que hegemoniza uma coligação armada contra os rebeldes do vizinho Iémen, em particular nos meses de maio e agosto.

No entanto, os ataques de sábado contra a fábrica de Abqaiq e a jazida de Khurais, no leste da Arábia Saudita, são de outra envergadura, ao provocarem uma queda para metade da produção saudita (5,7 milhões de barris por dia, cerca de 6% do fornecimento mundial). Os Houthis, apoiados pelo Irão, reivindicaram os ataques.

No entanto, o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, considera não existir qualquer prova que este “ataque sem precedentes contra o abastecimento energético mundial” seja proveniente do Iémen.

Washington acusa o Irão de estar na origem destes ataques. Mas Teerão, através do porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Abbas Moussavi, considerou estas acusações “absurdas” e “incompreensíveis”.

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Galp sobe mais de 3% à boleia do petróleo. Lisboa contraria Europa

A petrolífera portuguesa foi a estrela da sessão, num dia marcado pela forte subida do preço do petróleo, devido ao ataque que arrasou metade da produção Arábia Saudita.

Com os preços do petróleo estão a disparar, os títulos da Galp Energia encerraram a primeira sessão da semana a somar mais de 3%. Isto depois do ataque rebelde que arrasou metade da produção saudita de petróleo. O desempenho da petrolífera elevou os ganhos na bolsa de Lisboa, naquela que foi a primeira sessão da semana, contrariando, assim, o comportamento registado nas suas congéneres europeias.

O índice de referência português, o PSI-20, terminou a sessão a valorizar 0,45% para os 5.071,6 pontos. Lá fora, o sentimento foi bem distinto. O Stoxx 600 recuou 1%, enquanto o francês CAC caiu 0,94% e o espanhol IBEX recuou 1,82%.

Por cá, entre as 18 cotadas, nove ficaram em “terreno” verde, sete encerram a negociação em queda e duas ficaram na linha de água. O destaque vai, contudo, para a Galp Energia, que foi a cotada que mais brilhou nesta sessão. Os títulos da petrolífera portuguesa avançaram 3,27% para 13,595 euros, numa altura em que o petróleo continua a subir. O barril de Brent avança 12,34% para os 67,65 dólares.

É o melhor desempenho da empresa liderada por Gomes da Silva em quase cinco meses. Desde a sessão de 23 de abril — em que as ações da Galp somaram 3,85% — que a empresa não registava um desempenho tão expressivo.

A explicar a subida do preço do petróleo e, também, a valorizar da Galp Energia está o ataque com drones às instalações da petrolífera estatal saudita Aramco, que fez com que, de um momento para o outro, a Arábia Saudita perdesse metade da sua capacidade de produção de petróleo.

Além da Galp, também a EDP e o BCP contribuíram para os ganhos em Lisboa, com valorizações de 0,64% para 3,438 euros e 0,28% para 21,4 cêntimos, respetivamente.

A impedir ganhos mais expressivos estive, sobretudo, a Jerónimo Martins, que desceu 0,48% para 15,71 euros.

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Porto vai ter mais 456 quartos para estudantes em 2020. UHUB investe 20 milhões

Porto vai ter mais 456 quartos, com wc privado, no início do próximo ano letivo 2020/2021. Objetivo é responder à reduzida oferta de alojamentos para estudantes universitários que existe na Invicta.

Uma das maiores residências universitárias do país está a ser construída perto do Polo Universitário da Asprela, no Porto. Será composta por dois núcleos independentes e vai contar com 456 suites e estúdios individuais de diferentes preços e tipologias, distribuídos por 10 pisos, numa área total de 13 mil metros quadrados.

O investimento pertence ao grupo UHUB Investments e está avaliado em mais de 20 milhões de euros. Está prevista que a residência universitária seja inaugurada no início do próximo ano letivo, adiantou ao ECO fonte da Gabriel Couto, construtora responsável pela obra.

Jaime Antunes, um dos investidores e administrador do UHUB Investments, destaca que o objetivo é responder à reduzida oferta de alojamentos para estudantes na Invicta. “As universidades do Porto começam a ter dificuldades em atrair estudantes estrangeiros, porque não têm uma solução de residência razoável para os estudantes que se deslocam de outros países para Portugal”, refere.

A zona da Areosa é uma das localizações que concentra o maior número de estudantes universitários. Atualmente já existe uma escassez na oferta e com este investimento a UHUB “pretende aumentar a oferta disponível no mercado e dotar a cidade do Porto de um equipamento de inegável valor estratégico para a cidade e especialmente para as universidades”, destaca Jaime Antunes.

As universidades do Porto começam a ter dificuldades em atrair estudantes estrangeiros, porque não têm uma solução de residência razoável para os estudantes que se deslocam de outros países para Portugal.

Jaime Antunes

Investidor e administrador do UHUB Investments

Trata-se de uma residência projetada apenas para estudantes universitários, portugueses e estrangeiros, de um segmento médio e médio alto. Todas as suites e estúdios são individuais e têm casa de banho privativa. Para cada oito suites há uma cozinha comum e sala de estar. O edifício contará ainda com ginásio, salas de estudo e áreas comuns. A residência universitária disponibilizará serviços como lavandaria e serviços de limpeza, tudo gerido a partir da unidade de operação e gestão do empreendimento.

A UHUB Investments SA, empresa de capitais totalmente portugueses, está a construir uma residência em Lisboa na Avenida do Colégio Militar, junto ao Centro Comercial Colombo. Jaime Antunes adiantou ao ECO que já em fase de licenciamento duas outras grandes residências universitárias, em Lisboa e outra no Porto, que visa aumentar a oferta nestas duas grandes cidades, num total de 1.100 quartos.

 

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Portugal condena ataque a instalações petrolíferas sauditas e pede contenção

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

O MNE manifestou grande preocupação "perante os sucessivos ataques em solo saudita sobre infraestruturas civis”, os quais considera constituírem uma “clara violação do Direito Internacional".

O Governo de Portugal condenou esta segunda-feira o ataque de sábado a instalações petrolíferas na Arábia Saudita e apelou à contenção de todas as partes, para que seja possível um diálogo que leve à redução da tensão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros condena de forma veemente o ataque perpetrado sobre instalações petrolíferas da Aramco na Arábia Saudita”, lê-se num comunicado divulgado pelo gabinete do ministro Augusto Santos Silva.

No texto, a diplomacia portuguesa manifesta ainda “preocupação perante os sucessivos ataques em solo saudita sobre infraestruturas civis”, os quais considera constituírem uma “clara violação do Direito Internacional e dos esforços pela segurança regional do Golfo” Pérsico.

Portugal apela à contenção de todas as partes envolvidas e insta ao diálogo como forma de reduzir as tensões na região”, acrescenta.

No sábado, aviões não-tripulados (‘drones’) atingiram instalações da petrolífera Aramco no leste da Arábia Saudita.

O ataque, que foi reivindicado pelos rebeldes Huthis do Iémen, atingiu a maior instalação de processamento de petróleo do mundo e um grande campo de petróleo, provocando grandes incêndios numa zona vital para o fornecimento global de energia.

Os Huthis, apoiados politicamente pelo Irão, grande rival regional da Arábia Saudita, reivindicam regularmente lançamentos de mísseis com ‘drones’ contra alvos sauditas e afirmam que agem como represália contra os ataques aéreos da coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen em guerra desde 2015.

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IRGAwards. Estes são os nomeados para melhor CEO nas relações com os investidores

O vencedor do prémio que distingue o melhor CEO nas relações com os investidores no ano passado volta a estar na lista este ano. No total são cinco os nomeados.

Está a aproximar-se mais uma edição dos prémios Investor Relations & Governance Awards, os IRGAwards, promovidos pela Deloitte, e já são conhecidos os nomeados. Para o prémio que distingue o melhor CEO nas relações com os investidores, existem alguns nomes que já faziam parte da lista no ano passado, mas também alguns novos.

Será a 19 de setembro, no Convento do Beato, em Lisboa, que se vai conhecer quem é o vencedor deste ano. Enquanto a lista de nomeados foi elaborada por um colégio eleitoral, composto por representantes de entidades que atuam no mercado financeiro e empresarial, a decisão final recai sobre o júri, presidido por Vítor Bento.

Na edição do ano passado, o vencedor do prémio de melhor CEO em Investor Relations foi Carlos Gomes da Silva, que está ao leme da Galp Energia desde 2015. Os restantes nomeados eram António Rios de Amorim, líder da Corticeira Amorim, e Nuno Amado, o então CEO do Banco Comercial Português.

Para a 32.ª edição dos IRGAwards, realizada neste ano, o nome de Carlos Gomes da Silva volta a surgir na categoria de melhor CEO na relação com os investidores. O presidente executivo da Galp Energia entrou na empresa no início da década de 90, tendo saído durante um breve período para a indústria das bebidas, nomeadamente para a Unicer, do grupo Carlsberg. Em 2007 entrou para a Comissão Executiva da Galp Energia, tendo subido para CEO em 2015.

Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp Energia.Paula Nunes / ECO

O presidente do Conselho de Administração da Corticeira Amorim é outra das figuras que aparece novamente na lista de nomeados. António Rios de Amorim assumiu a liderança da empresa em 2001, depois de ter integrado a direção Unidade de Negócios Rolhas em 1996. Iniciou a sua carreira profissional na Amorim – Investimentos e Participações em 1989.

António Rios de Amorim, CEO da Corticeira Amorim.

O Banco Comercial Português continua a ter um nomeado na lista, desta vez com o novo CEO. É Miguel Maya, que está na instituição financeira praticamente desde que saiu da faculdade, onde se formou em gestão. Passou por várias áreas do banco, nomeadamente pela direção de marketing de empresas, diretor geral da Nova Rede, chefe de gabinete do então presidente Carlos Santos Ferreira e vice-presidente da comissão executiva, até chegar à presidência, em 2018.

Apresentação de resultados do 1º semestre do Millennium BCP - 29JUL19
Miguel Maya, CEO do BCP.Hugo Amaral/ECO

Seguindo para novas entradas em relação ao ano passado, o grupo de nomeados inclui António Mexia, CEO da EDP. Mexia já exerceu funções enquanto Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e foi presidente executivo da Galp Energia, cargo que exerceu até 2004. Em março de 2006 tornou-se presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP.

Assembleia Geral da EDP - 24ABR19
António Mexia, CEO da EDPHugo Amaral/ECO

A lista fica fechada com Pedro Soares dos Santos, que está à frente da Jerónimo Martins. Começou a carreira no grupo em 1983, tendo passado por várias áreas e cargos, como Diretor Geral do Recheio. Tornou-se responsável pelas operações na Polónia e no Brasil e assumiu a responsabilidade pela área da Distribuição do grupo em Portugal, entre 2001 e 2009. No ano a seguir foi nomeado administrador-delegado e, no final de 2013 assumiu funções enquanto presidente do Conselho de Administração.

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins.Paula Nunes / ECO

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Sondagens: Fosso entre PS e PSD foi de 13, mas já chegou a 19 pontos

Quando António Costa chegar ao frente-a-frente com Rui Rio, chegará com uma vantagem muito confortável nas sondagens. Desde final de julho, média das sondagens dá vantagem de 17 pontos ao PS.

António Costa tem falado consistentemente contra a possibilidade ter maioria absoluta nas próximas eleições, dizendo que estas não se pedem e que os portugueses têm má memória desses períodos, mas chegará muito confortável na frente das sondagens ao primeiro debate com o líder do maior partido da oposição, Rui Rio.

Desde julho que têm sido publicados várias sondagens e há resultados para todos os gostos. No entanto, há uma característica que é consistente: o PS tem uma vantagem considerável sobre o PSD, o segundo partido que recolhe mais intenções de voto.

Essa vantagem já foi de pouco mais de 13 pontos, e também já atingiu os 19 pontos, quando uma sondagem do ISCTE/ICS para a SIC/Expresso apontaram para um resultado de 42% para o Partido Socialista nas legislativas de 6 de outubro.

Numa média de sete sondagens realizadas desde o final de julho, o PS tem uma vantagem superior a 17 pontos sobre o PSD, superando os 39% e ficando muito perto da maioria absoluta.

Já o PSD, depois de vários resultados a colocar o partido de Rui Rio nos 20%, o partido conseguiu arrancar um pouco mais, mas nunca passando dos 23%. Em média, o PSD tem recolhido 22% das intenções de voto.

O terceiro partido é o Bloco de Esquerda, que tem conseguido recolher em média 10,4% das intenções de voto, em linha com o resultado conseguido em 2015, seguido (mas não de perto) pela coligação que junta o PCP e Os Verdes, que recolhe apenas 6,7% das intenções de voto.

O CDS-PP ainda é o quinto partido, com uma média de 5,1% das intenções de voto, mas já tem o PAN a seguir de muito perto, com 4,5% (houve pelo menos duas sondagens em que o PAN ultrapassava o CDS-PP nas intenções de voto).

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“Não haverá nenhuma crise de abastecimento” após corte na produção de petróleo na Arábia Saudita, garante Apetro

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

O secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas garantiu que "não haverá crise de abastecimento" de combustíveis nem uma subida elevada dos preços.

O secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), António Comprido, disse esta segunda-feira que “não haverá nenhuma crise de abastecimento” de combustíveis na sequência do corte na produção de petróleo na Arábia Saudita.

Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação de um estudo solicitado pela Apetro à KPMG sobre o papel dos produtos petrolíferos na redução das emissões carbónicas em Portugal, em Lisboa, António Comprido afirmou que “não vai faltar petróleo no mercado”, mas que um ataque a uma refinaria na Arábia Saudita causa nervosismo nos mercados financeiros, pelo que era esperada uma subida dos preços desta segunda-feira.

Não vai haver nenhuma tragédia em termos de subida do preço dos combustíveis”, disse António Comprido, esclarecendo que, a haver um ajustamento de preço, será “na ordem daquilo a que estamos habituados no dia-a-dia nas subidas e descidas semanais”.

“Queremos acreditar que ela [a situação de corte na produção na Arábia Saudita] não será muito duradoura e que se irá esbater ao longo dos próximos dias”, sublinhou o secretário-geral da Apetro.

O fornecimento de petróleo da Arábia Saudita, maior exportador mundial, sofreu temporariamente um corte para metade (cerca de 5,7 milhões de barris diários) depois de duas refinarias do gigante saudita Aramco em Abqaiq e Khurais na Arábia Saudita terem sido alvo de um ataque no sábado.

Neste contexto, o barril de petróleo Brent para entrega em novembro abriu hoje em forte alta, a cotar-se a 66,45 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, mais 6,23 dólares do que no fim da sessão anterior.

Entretanto, Washington acusou o Irão de ter “lançado um ataque sem precedentes contra o fornecimento energético mundial” e autorizou a libertação de reservas de petróleo do país para que, se necessário, as mesmas garantam o fornecimento mundial, atingido por estes ataques.

Os ataques foram reivindicados pelos rebeldes iemenitas Huthis, apoiados politicamente pelo Irão, grande rival regional da Arábia Saudita.

Os Huthis reivindicam regularmente lançamentos de mísseis com drones contra alvos sauditas e afirmam que agem como represália contra os ataques aéreos da coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen em guerra desde 2015.

Analistas citados pela Efe afirmam que a forte subida do preço do petróleo pode afetar a evolução económica.

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Mais de 90% das empresas espera aumentar salários em 2020

O estudo "Workforce+Pay 2020", da consultora Korn Ferry, revela que a maioria das empresas quer aumentar salários. O setor tecnológico será o mais beneficiado, principalmente nas funções de chefia.

Mais de 90% das empresas nacionais espera aumentar salários em cerca de 2% no próximo ano, principalmente para as funções executivas. O setor das Tecnologias de Informação será o que mais vai beneficiar de melhores salários, com um aumento estimado de 3,32%, diz o estudo “Workforce+Pay 2020”, da consultora Korn Ferry, que analisou 400 empresas portuguesas.

No setor tecnológico, o aumento dos salários vai ter mais expressão em funções executivas, com uma previsão de crescimento de 4%, e em funções técnicas, de cerca de 3,42%.

O desempenho individual parece ser o fator mais importante na atribuição de melhores salários, para a quase totalidade das empresas que foram incluídas no estudo (96%). Pelo contrário, a senioridade é o fator que menos influência tem nestes aumentos.

Centros de Serviços Partilhados

Este setor tem verificado um forte dinamismo com a instalação de empresas maioritariamente nos distritos de Braga, Aveiro e Castelo Branco, para além de Lisboa e Porto.

“A conjugação entre formação universitária, conhecimento de idiomas e incentivos à instalação de novas empresas nestas regiões, tem levado a uma corrida pelo melhor talento, verificando-se já a dificuldade em conseguir contratar. Neste sentido, as empresas justificam o valor de um dos maiores aumentos salariais estimados para o próximo ano: 2,63%“, lê-se no estudo.

"A forte aposta das empresas no setor de Tecnologias de Informação tem feito com que este seja um dos mais dinâmicos, atraindo empresas como a Google, Amazon, Mercedes.io. Na procura de atrair o melhor talento mas também na retenção dos melhores colaboradores, e face à escassez, as empresas atribuem condições salariais acima do que seria a prática normal de mercado”

Miguel Albuquerque

Diretor Comercial da Korn Ferry para a Península Ibérica

Indústria

“Fruto do crescimento económico motivado pelo aumento do volume de exportações, este setor verifica aumentos salariais diferenciados consoante o nível dos colaboradores na organização. Assim, as funções executivas e as funções de gestão intermédia são aquelas que terão o maior valor de aumento salarial estimado (3% e 2,19%, respetivamente)”, explica o estudo sobre o setor industrial português.

Retalho

O setor de retalho é a área onde se verificam os maiores aumentos salariais para as funções operativas, as funções de base da organização (2,25%). Ao contrário dos setores da indústria e dos serviços partilhados, no retalho os aumentos vão sendo menores à medida que nos aproximamos de funções com responsabilidade superior. As funções executivas terão aumentos estimados de 1,33%.

No fim da lista, surgem os setores da energia, para o qual as empresas preveem um aumento de salários de 1,63%, e o setor dos Bens de Grande Consumo, onde os salários deverão o subir 1,5% no próximo ano.

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Trump usa escalada do petróleo para pressionar Fed. Pede corte nos juros e “estímulos” à economia

Na véspera da reunião de política monetária do banco central, presidente dos EUA volta a intervir. Além da moeda e da inflação, Trump vê agora o petróleo como mais uma razão para a Fed cortar juros.

A crise petrolífera é mais uma razão para o presidente dos EUA criticar o banco central do país. Donald Trump usou novamente o Twitter para atacar a Reserva Federal (Fed) norte-americana, pedindo um corte nos juros de referência e estímulos à economia, na véspera do início de uma reunião de dois dias em que estas medidas poderão ser decididas.

“Os preços da produção na China diminuíram o máximo em três anos devido à grande desvalorização da sua moeda, associada a estímulos monetários. A Reserva Federal não está a ver? Irá a Fed alguma vez entrar no jogo? O dólar está mais forte que nunca! É muito mau para as exportações”, começou por escrever Trump, no Twitter.

O presidente dos EUA critica a Fed, dizendo que os EUA “pagam juros muito mais elevados que outros países concorrentes”. E acrescenta: “Não fazem ideia da sorte que [esses países] têm por Jay Powell e a Fed não terem noção”.

Não é a primeira vez que Trump faz este tipo de comentário sobre o presidente da Fed, Jerome Powell. O líder da administração norte-americana tem usado frequentemente o Twitter para pedir cortes nos juros do banco central e chegou mesmo a chamar “incompetente” à instituição.

Desta vez, juntou a crise petrolífera que se gerou este fim de semana — com um ataque de drones a duas refinarias da Saudi Aramco que está a comprometer metade da produção de petróleo da Arábia Saudita — à lista de razões pelas quais considera que a Fed deverá agir. E agora, em cima de tudo isto, o golpe no petróleo. Grande corte na taxa de juro, estímulos!”, acrescentou Trump.

Esse corte poderá ser anunciado esta quarta-feira, depois da reunião de política monetária que começa amanhã. No último encontro, no final de julho, a Fed reduziu a taxa de juro em 25 pontos base, no primeiro corte desde a crise financeira, devido ao baixo investimento, inflação e incertezas.

A expectativa do mercado é que Powell anuncie nova descida de outros 25 pontos base para um intervalo entre 1,75% e 2%. Apesar da robustez do crescimento económico nos EUA — que vive o ciclo mais longo de sempre –, o banco central poderá querer antecipar-se ao uma inversão devido aos riscos internacionais, o agravamento das tensões comerciais entre EUA e China e o risco crescente de um hard Brexit.

“Confrontado com uma economia ainda robusta e crescentes preocupações geopolíticas, provavelmente o presidente da Fed, Jerome Powell, deverá querer evitar correr riscos, preferindo manter a política monetária acomodatícia ao reduzir os juros de curto prazo”, referiu Franck Dixmier, global head of fixed income da Allianz Global Investors, numa nota de research.

“Parece-nos que isso vai ao encontro das expectativas do mercado e antecipamos que as taxas de longo prazo se mantenham firmemente ancoradas nos atuais baixos níveis”, acrescentou.

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Portugal pode ser pioneiro na robótica e automação florestal

  • Filipe S. Fernandes
  • 16 Setembro 2019

Na floresta ainda não existem grandes exemplos de robotização e automação. Por isso, projetos como o Biotecfor podem ajudar Portugal a destacar-se.

Fazer robôs florestais já não é apenas uma ideia ou uma experiência de laboratório, como mostram os resultados do Biotecfor. Como explica Filipe Neves Santos, investigador da INESCTEC e responsável pelo projeto, “são essencialmente protótipos de robôs, ferramentas, bio compósitos e de software que poderão ser explorados por empresas portuguesas e espanholas nos próximos anos. Este projeto publicará em breve um roteiro de desenvolvimento tecnológico que poderá ser utilizado pelas empresas fabricantes de alfaias e máquinas como guião para inovar os seus produtos”.

O Biotecfor nasceu de uma necessidade de criar e desenvolver novas máquinas florestais inteligentes (robôs), que fossem mais adaptadas à realidade e às necessidades da floresta portuguesa e espanhola, para desenvolver e inovar nos processos de recolha e processamento dos recursos florestais, desde sobrantes da exploração florestal até à limpeza e seleção de varas.

Este é um projeto Interreg-POCTEP, que envolve parceiros do norte de Portugal e Galiza, e é liderado pela FORESTIS com os seguintes parceiros INESC TEC, Associação Florestal da Galiza e CTAG. “Tem progredido de forma muito satisfatória e atingido os objetivos inicialmente previstos, muito devido à complementaridade, experiência e dimensão dos parceiros envolvidos”, refere Filipe Neves Santos.

Em complementaridade, o projeto passa ainda — como explica Filipe Neves Santos — “pelo desenvolvimento de software de planeamento logístico, integrando diferentes escalas desde o proprietário florestal até ao consumidor da biomassa e da promoção e desenvolvimento de novos materiais de base florestal para aplicação em novos contexto e de valor acrescentado”, e que se substanciam em mais dois projetos dos INESC TEC e que são GOTECFOR – Tecnologia para a mobilização e aproveitamento de Biomassa Florestal na agroindústria, e o Easyflow – Operações logísticas eficientes e colaborativas para maior sustentabilidade das cadeias de abastecimento florestais.

Robôs, software e logística

Em termos práticos já existe um protótipo de um robô florestal com capacidade para automatizar a maioria das tarefas manuais florestais com elevada precisão e eficiência, e que reduz o esforço humano e aumenta a capacidade de intervenção/gestão na floresta.

Ao mesmo tempo, foi desenvolvido um protótipo de um software para planeamento logístico que poderá ser utilizado de forma comunitária e com capacidade para tornar mais eficiente a coordenação dos processos/máquinas florestais.

Por sua vez, os materiais bio compósitos para incorporação em componentes dos carros, com capacidade para valorizar 10 vezes o valor atual dos sobrantes florestais e de dar novas aplicações a material tipicamente queimado na floresta.

O investigador explica que a robotização e da automação na produção e gestão florestal é mais desafiante em comparação com outros contextos como a indústria, os transportes (carros autónomos) ou mesmo a agricultura, por causa “da complexidade do cenário, acidentado, uma ampla vegetação, ambientes complexos, não estruturado, que tornam o desenvolvimento de soluções, do ponto de vista robótico, muito complexo”, diz Filipe Neves Santos.

Há pois um caminho íngreme a fazer na robótica e automação da floresta, à semelhança das florestas que, por norma, ocupam os terrenos mais difíceis e inóspitos. “O desenvolvimento de soluções robóticas e alfaias para contexto florestal é sempre desafiante. Mas sem dúvida garantir a segurança de uma máquina que pesa uma tonelada é, sem dúvida, a maior dificuldade na qual continuamos a trabalhar”, garante Filipe Neves Santos.

Ao contrário da agricultura, onde a tecnologia GPS têm permitido automatizar tratores e alfaias, como explica Filipe Neves Santos, “a floresta exige soluções de localização e segurança muito avançadas que ainda se encontram num estado de maturidade moderadamente baixo. Pelo que não conseguimos ainda falar de grandes exemplos de robotização e da automação na floresta, e aqui Portugal poderá destacar-se no futuro”.

O investigador-empreendedor

Filipe Neves dos Santos é doutorado em engenharia eletrotécnica e computadores (2014) pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), e tem mestrado em engenharia eletrotécnica e computadores – automação e robótica, efeito em 2007. A esta sua formação em engenharia, que incidiu na especialização em fusão sensorial e GPS/GNSS, mapeamento e localização semântica, junta-se a sua experiência profissional.

Durante quatro anos foi empreendedor (startup tecnológica), participou e coordenou projetos de investigação na área da robótica durante mais de doze anos. A somar a tudo isto teve cinco anos de experiência em tarefas de contabilidade e gestão (empresa familiar), e seis anos como técnico de eletrónica. Estas competências “forneceram o saber-saber e saber-fazer para que possa contribuir para o sucesso do futuro da robótica agrícola”, concluiu Filipe Neves dos Santos.

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