Crédito ao consumo acelera em março. Foram concedidos 1,76 mil milhões no primeiro trimestre

A concessão de crédito ao consumo voltou a acelerar em março e a ultrapassar a fasquia dos 600 milhões de euros. Ainda assim, no acumulado dos três primeiros meses do ano, recuou face ao homólogo.

O novo crédito ao consumo acelerou em março e ultrapassou a fasquia dos 600 milhões de euros. Ainda assim, no acumulado dos três primeiros meses do ano, recuou ligeiramente face a igual período do ano passado. Foram concedidos 1,76 mil milhões de euros entre janeiro e março de 2019.

Dados divulgados pelo Banco de Portugal indicam que os bancos e as financeiras disponibilizaram 617,5 milhões de euros em crédito ao consumo em março, para o valor mais elevado desde dezembro do ano passado. O montante representa um aumento de 7,1% face ao mês anterior, mas uma quebra de 6,8% quando comparado com março de 2018. Este travão verifica-se também no acumulado do ano, com o total concedido a ficar 2,3% aquém dos 1,8 milhões de euros concedidos no primeiro trimestre de 2018.

O crédito automóvel continua a destacar-se entre as finalidades dos financiamentos ao consumi. Totalizou 238 milhões de euros em março, o que representa um crescimento de 9,6% face ao mês anterior, mas uma queda de 9,7% em relação ao período homólogo. Do total, 77,5 milhões foram para carros novos. O decréscimo acompanha a tendência de diminuição nas vendas de automóveis em Portugal. Segundo dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), as vendas de carros caíram 4,7% entre janeiro e março.

No crédito pessoal, destacou-se o forte crescimento dos empréstimos pedidos com finalidade de educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos. Este segmento ficou próximo dos 9,2 milhões de euros em março, ou seja, mais 24,5% que no mês anterior e mais 61,1% que no período homólogo.

Entre cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto, foram concedidos 94,2 milhões de euros. O montante cresceu 2,2% em relação a fevereiro, mas caiu 2,4% face a março de 2018.

(Notícia atualizada às 11h35)

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Regulador europeu quer combater abusos nos seguros

  • ECO Seguros
  • 15 Maio 2019

O combate a práticas lesivas dos consumidores será a prioridade para os próximos anos. Por isso, as seguradoras portuguesas que se preparem. "Isto não é teoria, é a prática", alerta o regulador.

Gabriel Bernardino, presidente do regulador europeu dos seguros (EIOPA, na sigla inglesa), afirma que o combate a práticas lesivas dos consumidores será a prioridade da entidade nos próximos anos, como informou o ECO. E as seguradoras portuguesas que se preparem: “Lidem com isto antes de nós chegarmos lá”.

“Nós temos atacado bastante a identificação de modelos de negócios insustentáveis, que se traduzem em práticas que levam a que os consumidores sejam afetados”, começou por dizer Gabriel Bernardino, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago), durante a conferência “Os Seguros em Portugal”, em Monsanto. Mas o presidente do regulador quis mesmo deixar a ideia de que “isto não é teoria, é a prática”.

“Já há várias empresas que foram fechadas a nível europeu decorrente desta análise. Está a acontecer e vai continuar a ser uma prioridade do nosso lado”, alertou, deixando um aviso às seguradoras portuguesas. “Nós esperamos que o mercado — sejam as seguradoras, sejam os distribuidores — faça o seu trabalho de casa. Há conflitos de interesse na venda destes produtos. Há questões de fairness que têm de ser atacadas. Se não forem atacadas pelo próprio setor, vão ser pelos supervisores. E eu preferia que o setor tratasse dos seus esqueletos antes que a supervisão chegasse. E nós vamos chegar lá”, disse Gabriel Bernardino.

Na mira da autoridade europeia estarão, sobretudo, os seguros “unil link” e as comissões neles praticadas, os seguros vendidos associados a cartões de crédito, à compra de telemóveis e outro tipo de compras. Mas, os seguros de vida também vão ser um dos principais alvos, sobretudo em Portugal. “Muito importante para o mercado de seguros português, os seguros de vida associados ao crédito à habitação e ao crédito ao consumo”, acrescentou Gabriel Bernardino.

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Portugal obtém 1.500 milhões com dívida de curto prazo. Taxas são cada vez mais negativas

Agência liderada por Cristina Casalinho realizou esta quarta-feira um leilão duplo de bilhetes do Tesouro com maturidades em novembro deste ano e maio do próximo. Colocou o montante máximo indicativo.

Portugal conseguiu juros ainda mais negativos para emitir dívida a curto prazo. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou esta quarta-feira 1.500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro que vencem dentro de seis e 12 meses. Em ambas as maturidades, a yield foi mais baixa que em anteriores leilões.

No caso dos títulos com maturidade a 15 de maio de 2020, foram emitidos 1.000 milhões a uma taxa negativa de -0,370%. O valor compara com a taxa de juro negativa de 0,368%, no último leilão de BT a 12 meses.

Já no caso das BT a seis meses, Portugal colocou 500 milhões e conseguiu uma taxa negativa de -0,396%. Na última colocação de bilhetes com esta maturidade, o juro tinha sido de 0,393%.

O país tem beneficiado de uma redução das taxas pagas pela emissão de nova dívida, graças ao reforço da confiança dos investidores em Portugal e às condições externas favoráveis. O rigor orçamental e a estabilidade política é uma das principais razões para a confiança dos investidores, segundo a equipa de research do Bankinter.

“O PS, líder da atual coligação de Governo, parece ter saído reforçado da recente ‘mini’ crise política. O ‘finca-pé’ de António Costa em relação aos salários dos professores reforçou o rigor orçamental do atual Governo, inclusive em ano eleitoral, com um compromisso de manter as contas do país controladas e diminuir a elevada dívida pública”, referiram os analistas do banco, numa nota.

“O que parece estar agora em jogo já não é tanto a sobrevivência da atual coligação, mas sim se o PS vai governar sozinho ou com um menor número de partidos”, acrescenta sobre as eleições legislativas que irão decorrer em outubro. “Tendo em conta o compromisso orçamental do PS, o mercado deveria descontar positivamente o primeiro cenário, com uma maior procura por obrigações portuguesas“.

O apetite por dívida portuguesa tem sido robusto nas últimas colocações, sendo que no leilão desta quarta-feira, não só o IGCP emitiu o montante máximo indicativo como as investidores estavam dispostos a comprar mais do que o Tesouro português tinha para oferecer. Nas BT a 12 meses, a procura foi 2,29 vezes superior à oferta (contra 1,64 vezes na última colocação), enquanto nos títulos a seis meses, a procura superou a oferta em 2,62 vezes (face a 2,31 vezes no último leilão comparável).

Além das condições internas, também fatores externos têm ajudado o país. “Portugal continua a beneficiar da política acomodativa do Banco Central Europeu e que tudo tem feito para ajudar os países, tal tem permitido ao longo dos últimos anos fazer o rollover da dívida de curto prazo sempre com taxas de juro negativas“, sublinhou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

Tal como o que aconteceu na colocação desta quarta-feira, os juros dos títulos a curto prazo têm sido cada vez mais negativos nos últimos meses. Em mercado secundário, o comportamento das taxas exigidas pelos investidores para trocar dívida portuguesa tem sido também de queda, sendo que esta quarta-feira a yield das obrigações a 10 anos caem para 1,133%.

(Notícia atualizada às 11h45)

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Quer deixar de passar faturas em papel? Vai ter de avisar o Fisco

  • Lusa
  • 15 Maio 2019

Os comerciantes e prestadores de serviços que queiram deixar de passar faturas em papel ou transmiti-las por via eletrónica devem comunicar previamente essa opção à Autoridade Tributária.

Os comerciantes e prestadores de serviços que queiram ser dispensados de imprimir em papel faturas ou transmiti-las por via eletrónica devem comunicar previamente essa opção à Autoridade Tributária (AT), através do Portal das Finanças, revela uma portaria publicada esta quarta-feira.

O Governo já tinha anunciado no final do ano passado a intenção de acabar com as faturas em papel, tendo publicado hoje a portaria que regulamenta os termos e condições para o exercício dessa opção pelos sujeitos passivos que pretendam ficar dispensados da impressão das faturas em papel ou da sua transmissão por via eletrónica e que entra em vigor na quinta-feira.

Mas a dispensa de impressão da fatura em papel ou da sua transmissão por via eletrónica depende de aceitação pelo respetivo destinatário e a impressão em papel deve ser exigida, recomenda a portaria, “sempre que” os destinatários das faturas “tenham indícios de que a sua emissão não tenha ocorrido, nomeadamente quando não ocorra a comunicação, em tempo real, do respetivo conteúdo”.

O novo regime publicado, que o diploma diz que deverá ser reavaliado, possibilita a emissão de uma fatura, sem a correspondente impressão do documento ou sem a respetiva transmissão por via eletrónica, uma possibilidade que o Governo acredita trazer “claros benefícios em termos de simplificação da relação entre os sujeitos passivos e respetivos clientes” e não comprometer o esforço de combate à informalidade e evasão fiscal.

Mas há condições a preencher para a dispensa da impressão de faturas ou da sua transmissão por via eletrónica: a fatura tem de ser emitida através de programa informático certificado e tem de ser comunicada à AT.

“Os elementos das faturas que sejam comunicados à AT […] são imediatamente disponibilizados no Portal das Finanças”, lê-se no diploma, acrescentando que a AT “disponibiliza aos destinatários das faturas abrangidas pela dispensa de impressão em papel ou da sua transmissão por via eletrónica, no Portal das Finanças, até ao 10.º dia seguinte ao termo do prazo, os elementos que lhe tenham sido comunicados”.

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Microsoft encontra bug. Alerta utilizadores para atualizarem versões antigas do Windows

A Microsoft alerta para vulnerabilidades nos sistemas operacionais antigos, que podem ser exploradas por software malicioso. O anúncio chega numa altura em que várias tecnológicas encontram falhas.

Depois do WhatsApp, é agora a vez de a Microsoft alertar os utilizadores para atualizarem os sistemas como forma de evitar um potencial ataque. Na base do problema está um bug detetado pela tecnológica, que afeta particularmente o Windows 2003 e XP, versões dos sistemas operacionais já antigas, mas ainda utilizadas por algumas pessoas.

Para prevenir os utilizadores contra estas vulnerabilidades, a Microsoft lançou uma atualização de segurança para todos os clientes, para proteger as plataformas, avança o Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês). Este bug pode ser utilizado para propagar malware por vários computadores de uma forma semelhante ao WannaCry, um vírus que, há dois anos, desligou aparelhos por todo o globo.

A tecnológica fundada por Bill Gates sinaliza que, por enquanto, “esta vulnerabilidade não foi explorada, mas é altamente provável” que tal aconteça, num post publicado no blog. Além das versões mencionadas, também o Windows 7 e o Windows Server 2008 estão vulneráveis.

os sistemas mais recentes, Windows 8 e 10, estão protegidos, algo que “não é uma coincidência”, aponta Simon Pope, um dos responsáveis do centro de segurança da tecnológica. “A Microsoft investe fortemente no fortalecimento da segurança dos produtos, muitas vezes através de grandes melhorias na arquitetura que não são aplicáveis em versões anteriores do Windows”, explica.

Este anúncio chega numa semana em que foram também encontradas vulnerabilidades em chips da Intel, que, se exploradas, podem ser utilizadas para roubar informação sensível diretamente do processador. Empresas como a Apple, a Amazon, a Google e a Mozilla lançaram “remendos” para mitigar os efeitos desta falha.

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Perguntas e respostas sobre as dívidas à banca, o penhor sobre as obras e o futuro da Coleção Berardo

  • Lusa e ECO
  • 15 Maio 2019

Joe Berardo foi ao Parlamento explicar os créditos em incumprimento junto da banca, mas acabou por gerar indignação ao declarar que não tem dívidas. Perceba a polémica.

Joe Berardo, que foi à comissão parlamentar de inquérito à CGD, disse que era “claro” que não tinha dívidas e que as obras de arte expostas no Centro Cultural de Belém (CCB) eram da Associação Coleção Berardo.

O empresário foi criticado pelos deputados da segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e à gestão do banco, que já qualificaram a prestação do empresário de “deplorável”, “absolutamente lamentável” ou “revoltante”.

Tanto o Presidente da República como o primeiro-ministro tinham criticado a atuação do empresário na Assembleia da República, tendo entretanto o tema transbordado para a campanha para as eleições europeias.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que personalidades como o empresário Joe Berardo, condecorado por dois dos seus antecessores, têm “maior exigência de responsabilidade” e devem “ter decoro” e “respeitar as instituições”.

Já o primeiro-ministro, António Costa, disse que o país está “seguramente chocado com o desplante” de Joe Berardo, quando foi ouvido na Assembleia da República, e disse esperar que o empresário pague “o que deve” à CGD.

Eis algumas perguntas e respostas sobre o tema:

Por que foi Joe Berardo ao parlamento?

As empresas e sociedades ligadas a Joe Berardo são dos maiores devedores da CGD, banco alvo de uma segunda comissão parlamentar de inquérito à sua recapitalização (de quase cinco mil milhões de euros) e gestão.

A presente comissão parlamentar de inquérito foi impulsionada depois de conhecido um relatório de auditoria da EY a atos de gestão do banco público entre 2000 e 2015, e entre as 25 operações que geraram maiores perdas para a CGD encontram-se dois financiamentos a sociedades do universo Berardo.

Que operações foram essas?

Relativamente a Joe Berardo, a auditoria da EY identifica um crédito inicial de 350 milhões de euros à Fundação José Berardo, bem como um outro de 50 milhões de euros à Metalgest, holding do universo do empresário madeirense.

Em 2015, segundo a auditoria, a exposição da CGD à Fundação José Berardo era de 268 milhões de euros, sendo de 53 milhões no caso da Metalgest.

As operações de crédito serviram para financiar a aquisição de ações do BCP, no já denominado “assalto” ao banco, em 2007 (que Berardo rejeita), dando como garantia à CGD as próprias ações.

Como as ações desvalorizaram de forma abrupta e praticamente na totalidade em poucos anos, a garantia dada pela Fundação José Berardo à CGD perdeu o valor, gerando perdas avultadas para o banco público.

No que consiste o universo Berardo?

Do universo Berardo, o maior devedor à CGD é a Fundação José Berardo, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) sediada no Funchal e criada em 1988. Além desta fundação, a Metalgest, ‘holding’ associada a Berardo, também deve à Caixa.

Além da IPSS Fundação José Berardo e da holding Metalgest, são também relevantes para esta história a Associação Coleção Berardo, dona das obras de arte, e ainda a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea — Coleção Berardo, a face mais visível ao público, por ser a que alberga as obras de arte no CCB, em Lisboa.

A Associação Coleção Berardo foi fundada em 1996 por Joe Berardo com o propósito de deter a sua coleção de arte.

A Fundação Coleção Berardo foi fundada em 2007 para albergar as obras da Associação Coleção Berardo no CCB, e os seus fundadores foram Joe Berardo a título pessoal (que também é presidente honorário, do Conselho de Administração e do Conselho de Fundadores) , a Associação Coleção Berardo, a Fundação Centro Cultural de Belém e o Estado português.

De acordo com o site do Museu da Fundação Coleção Berardo, o advogado do empresário, André Luiz Gomes, faz parte do Conselho de Administração da Fundação Coleção Berardo. O filho de Joe Berardo, Renato Berardo, também faz parte do mesmo Conselho de Administração.

Quanto deve Joe Berardo aos bancos?

Aparentemente, em termos pessoais, nada. Berardo repetiu durante a sua audição no parlamento que “pessoalmente” não deve nada, que não tem nada, e que é “claro” que não tem dívidas.

De facto, o maior devedor à CGD é a Fundação José Berardo, IPSS sediada no Funchal e criada em 1988. Também a Metalgest, holding associada a Berardo, deve à Caixa.

Uma das principais questões em debate na comissão parlamentar de inquérito é a forma como a CGD concedeu crédito à Fundação José Berardo, aceitando como garantias títulos aparentemente pouco valiosos em termos concretos.

Em 20 de abril, CGD, BCP e Novo Banco entregaram no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa uma ação executiva para cobrar dívidas de Joe Berardo, de quase 1.000 milhões de euros, executando ainda a Fundação José Berardo e duas empresas ligadas ao empresário.

O valor em dívida às três instituições totaliza 962 milhões de euros.

Um dos objetivos da ação é aceder às obras de arte da Coleção Berardo, sobre a qual o empresário tem um acordo com o Estado pela qual as obras de arte estão em exposição no CCB, em Lisboa, até 2022, não podendo ser vendidas.

Não é certo que as garantias dadas por Berardo sejam executáveis, ou seja, que as obras de arte sejam arrestáveis e válidas como garantia.

Por que podem as obras não ser válidas como garantia?

Além dos créditos garantidos por ações, a Fundação José Berardo deu ainda como garantia à CGD (e a outros bancos, nomeadamente BES [hoje Novo Banco] e BCP) 75% dos títulos da Associação Coleção Berardo, a sociedade que detém as obras expostas no CCB.

Foi ainda revelado na sexta-feira, na audição ao empresário, que houve um aumento de capital na Associação Coleção Berardo, numa reunião que não contou com a presença dos bancos credores, que diluiu os 75% dos títulos detidos pelos bancos como garantia.

Berardo disse, então, que não tinha de ter convocado os credores, e remeteu para uma ordem do tribunal de Lisboa.

A garantia dada são títulos de participação na Associação Coleção Berardo, e não as obras de arte em si, razão pela qual subsiste a dúvida sobre se são uma garantia executável. Da audição não se compreende quanto é que, de momento, os bancos credores detêm em títulos da Associação Coleção Berardo.

Durante a sua audição, Joe Berardo riu-se da hipótese de que caso os bancos executem a garantia (“eles que o façam, estão no seu direito”, disse) deixaria de ser ele a mandar na Associação Coleção Berardo.

Berardo foi então acusado pela deputada do BE Mariana Mortágua de fazer uma “golpada”, sugestão que o empresário recusou, remetendo as decisões de aceitar como garantia títulos da associação para os responsáveis pela concessão de crédito.

O Estado tem opção de compra das obras de arte?

Berardo diz que não, mas o primeiro-ministro disse que sim, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, na segunda-feira.

De acordo com a revista Visão, em 2016, aquando da última renegociação do contrato de comodato com o Estado até 2022, “o Ministério da Cultura conseguiu garantir a continuidade do Museu Berardo. Mas perdeu-se a opção de compra da coleção ao valor estipulado em 2016: 316 milhões de euros [avaliado pela leiloeira Christie’s]. A última palavra será sempre do comendador”.

Ou seja, a opção de compra estará indexada à aceitação por parte de Joe Berardo do valor da avaliação sugerido pelo Estado, que já não são os 316 milhões de euros que Berardo tinha aceitado até 2016.

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PIB português sobe acima da média europeia, mas há 13 países a crescer mais

Nos primeiros três meses do ano, a economia portuguesa cresceu em termos homólogos 1,8%, ficando acima da média da UE e da Zona Euro, mas abaixo de 13 países europeus.

Há 13 países europeus a crescer mais do que Portugal. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia, o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro avançou 1,2% e o da União Europeia 1,5%, no primeiro trimestre do ano. A economia portuguesa cresceu 1,8% em termos homólogos, ficando acima da média europeia, mas abaixo de 13 países. Destes, apenas seis pertencem à área da moeda única.

“Ajustado de efeitos sazonais, o PIB cresceu 0,4% na Zona Euro e 0,5% na UE28, no primeiro trimestre de 2019, comparado com o trimestre anterior”, explica o Eurostat, na estimativa rápida publicada esta manhã. Em termos homólogos, entre janeiro e março, a economia da área da moeda única avançou 1,2% e a economia da União Europeia avançou 1,5%.

Na nota divulgada esta quarta-feira, o Eurostat confirmou ainda que o PIB português subiu 1,8% em termos homólogos e 0,5% na variação em cadeia, no primeiro trimestre, tal como já tinha adiantado o Instituto Nacional de Estatística, na sua estimativa rápida.

Portugal foi o sexto país a crescer menos

Fonte: INE

A economia lusa avançou, assim, mais do que a média registada na União Europeia e na Zona Europeia, mas cresceu menos do que 13 dos países para os quais há dados disponíveis. Considerando apenas os países da moeda única, apenas seis cresceram mais do que Portugal: Espanha (2,4% em termos homólogos), Chipre (3,5% em termos homólogos), Letónia (3% em termos homólogos), Lituânia (3,8% em termos homólogos), Eslováquia (3,8% em termos homólogos) e Finlândia (2,1% em termos homólogos).

Recorde-se que, em abril, o Executivo de António Costa reviu em baixa a previsão de crescimento para este ano, baixando dos anteriores 2,2% para 1,9%. Apesar do abrandamento mundial, Mário Centeno defende que, no primeiro trimestre, Portugal tem mostrado sinais de estar a resistir a essa tendência externa.

(Notícia atualizada)

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Revista de imprensa internacional

Negócios entre empresas norte-americanas e chineses da Huawei por um fio. Economia chinesa está a perder vitalidade ainda antes de tarifas de Donald Trump. E Microsoft alerta para ameaça informática.

Depois dos atentados na Nova Zelândia, o Facebook vai enrijecer as suas políticas de live streaming. Ainda no mundo da tecnologia, a Microsoft alerta para potencial ameaça informática e a Huawei pode estar a um passo de ser banida de fazer negócios com as empresas norte-americanas. Donald Trump aumenta a pressão sobre Irão e economia chinesa perde vitalidade.

Reuters

Donald Trump a caminho de banir negócios com chinesa Huawei

Donald Trump deverá assinar uma ordem executiva que proíbe a utilização por empresas norte-americanas de equipamentos de telecomunicações feitos por fabricantes que representem um risco nacional. Ainda que nenhuma fabricante seja referida em particular, fontes próximas da Casa Branca asseguram mesmo que esta medida deverá deixar os Estados Unidos mais perto de banirem todos os negócios com a chinesa Huawei, já que Washington acredita que a empresa poderá estar a ser usada por Pequim para espiar as companhias americanas. A avançar esta medida, a relação comercial entre os Estados Unidos e a China deverá deteriorar-se, num momento em que as tensões já estão particularmente agravadas.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre / conteúdo em inglês).

The Wall Street Journal

Economia chinesa já estava a “perder vapor” ainda antes das tarifas de Donald Trump

A desaceleração da economia chinesa já é uma certeza, mas o que se mantêm em aberto é o impacto efetivo das tarifas aduaneiras aplicadas por Donald Trump às importações sínicas nessa tendência. É que, dizem os analistas, a vitalidade da economia da China já estava em dúvida, ainda antes de o Presidente dos Estados Unidos ter desencadeado a guerra comercial com Pequim, castigando a importação de produtos chineses. Ainda assim, alguns economistas acreditam que os ataques comerciais entre os Estados Unidos e a China deverão implicar que a economia dessa última potência continue a enfrentar dificuldades, nos próximos tempos.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago / conteúdo em inglês).

Le Monde

Como os Estados Unidos estão a pressionar o Golfo Pérsico, dos ataques por drone aos “atos de sabotagem”

Os Estados Unidos estão a fazer “máxima pressão” sobre o Irão, como ficou demonstrado por uma série de incidentes, da “sabotagem” de quatro navios mercantes aos ataques de drone a uma das principais infraestruturas petrolíferas da Arábia Saudita. Face a estes acontecimentos, há mesmo receios de que o conflito escale. A tensão está ainda a ser alimentada pelas contradições de Donald Trump.

Leia a notícia completa no Le Monde (acesso livre / conteúdo em francês).

The Wall Street Journal

Depois do WhastApp, Microsoft alerta para potencial ataque informático

Depois do WhatsApp, chegou a vez de a Microsoft alertar os utilizadores para atualizarem os sistemas, para evitar um potencial ataque. Na base do problema estará um bug que a tecnológica corrigiu, no Windows 2003 e XP, versões dos sistemas operacionais já antigas mas ainda utilizadas por algumas pessoas.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago / conteúdo em inglês).

TechCrunch

Facebook introduz nova política para evitar abusos no livestreaming

Depois dos atentados em dois templos na Nova Zelândia terem sido transmitidos em direto pelo Facebook, a rede social de Mark Zuckerberg vai mudar as suas políticas. A partir de agora, qualquer utilizador que quebre as regras pelo menos uma vez fica banido de usar o serviço de live streaming da plataforma. “Quem violar as nossas políticas mais sérias ficará proibido de usar o live por período de tempo, por exemplo 30 dias, a partir da primeira ofensa”, explicou o Facebook.

Leia a notícia completa no TechCrunch (acesso livre / conteúdo em inglês).

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Economia arranca o ano a acelerar. PIB cresce 1,8% no primeiro trimestre

Economia começa 2019 a acelerar graças ao investimento. Para atingir a meta do Governo para o conjunto do ano, PIB terá de crescer mais nos próximos trimestres.

A economia portuguesa cresceu 0,5% nos primeiros três meses do ano face ao final de 2018, o que levou a uma subida do PIB de 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. Os números saíram acima do previsto pelos economistas.

No final de 2018, a economia avançou 0,4% na taxa de variação em cadeia e 1,7% em termos homólogos.

Os economistas contactados pela Lusa antecipavam que no arranque do ano o PIB aumentasse 0,5% face aos últimos três meses do ano passado e 1,7% em relação ao período homólogo.

Em abril, o Governo reviu em baixa a previsão de crescimento para 2019, dos anteriores 2,2% para 1,9%. O ministro das Finanças acredita que a economia no primeiro trimestre tem revelado alguns sinais de estar a resistir ao abrandamento mundial. Ainda assim, os próximos trimestres terão de ser melhores para atingir a meta do Governo para o conjunto do ano.

Evolução da economia portuguesa

Fonte: INE; Taxa de variação homóloga

O que explica a aceleração do PIB no início de 2019?

O INE revela que o “contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou, refletindo uma aceleração significativa do investimento“.

“Em sentido contrário, o contributo da procura externa líquida foi mais negativo que o observado no trimestre anterior, em resultado da aceleração mais intensa das importações de bens e serviços que das exportações de bens e serviços”, acrescenta o instituto estatístico.

Este tem sido o padrão de crescimento da economia portuguesa, que se mantém apoiada na frente interna – embora desta vez o INE indique que seja graças ao investimento e não ao consumo privado. A desaceleração a nível mundial tem penalizado a Zona Euro, para onde Portugal dirige a grande fatia das exportações, e consequentemente a economia portuguesa.

Também na taxa de variação em cadeia – que mede a evolução da economia em relação aos três meses imediatamente anteriores -, o PIB avançou graças ao contributo da procura interna que “aumentou”, enquanto o contributo da procura externa líquida foi “mais negativo que o registado no trimestre precedente”.

Estas indicações do INE terão de ser confirmadas a 31 de maio, quando forem publicados os dados completos referentes ao primeiro trimestre. As informações publicadas esta quarta-feira fazem parte de uma estimativa rápida, onde foi revista em uma décima a taxa de variação homóloga do primeiro trimestre do ano passado (de 2,2% para 2,3%), embora sem reflexos na evolução anual da economia que se manteve em 2,1%.

(Notícia atualizada)

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Fusão de empresas de alojamento local cria gestora de 1.700 propriedades na UE

  • Lusa
  • 15 Maio 2019

A nova empresa resulta da fusão da portuguesa RentExperience com as empresas de alojamento local Hintown (Itália), BnbBuddy (Escócia) e The London Residents Club (Reino Unido).

Quatro das principais empresas europeias de alojamento local, entre elas a portuguesa RentExperience, fundiram as suas operações e formaram a ALTIDO, com sede em Londres e que agregará 1.700 propriedades em 21 cidades da Europa, foi anunciado esta quarta-feira.

De acordo com um comunicado disponível no site da RentExperience, a nova empresa resulta da fusão com as empresas de alojamento local Hintown (Itália), BnbBuddy (Escócia) e The London Residents Club (Reino Unido).

A ALTIDO terá escritórios em Lisboa, Milão, Edimburgo e Roma, acrescenta a nota da RentExperience, sublinhando que a empresa portuguesa, com esta opção, dá resposta a “uma nova fase do mercado de arrendamento de curta duração”.

“O mercado do alojamento local está em constante mudança. Nos últimos anos, o mercado testemunhou o surgimento de novas opções de hospedagem, mas também novas regulamentações”, recorda.

A empresa portuguesa sublinha ainda: “A fusão tornou-se uma realidade pois acreditamos que assim seremos mais fortes, com a capacidade de nos conectar e aprender em sinergia, enquanto criamos uma marca global na qual clientes e hóspedes podem confiar”.

“Com uma experiência combinada de mais de 20 anos, possibilitaremos que uma vasta gama de clientes e propriedades façam parte de um hub de turismo de grande sucesso da Europa e, juntos, formamos um grupo de hospitalidade interconectado que atende a clientes globalmente”, afirma a RentExperience.

Citado num outro comunicado, o diretor executivo da RentExperience e co-fundador da ALTIDO, Gonçalo Correia Ribeiro, afirma que, nos próximos meses, a empresa terá como foco “a expansão no mercado local, incremento de parcerias B2B, implementação de tecnologias nas áreas de ‘business intelligence’ e automação, bem como a centralização de operação especializada na Bulgária”.

“Estamos muito entusiasmados em combinar forças com outras três empresas. Entre nós, representamos uma rota única para o mercado com a visão de um pioneiro na indústria de hospitalidade global”, afirma Davide Revalli, o diretor executivo da Hintown, outro dos fundadores da ALTIDO.

A nova empresa “tem a capacidade necessária para melhorar a gestão operacional e a experiência do hóspede, (…) focando no segmento de gama média-alta para que os hóspedes desfrutem dos melhores serviços hoteleiros durante sua estadia”, refere a nota, acrescentando que o portfólio da ALTIDO “inclui apartamentos urbanos, ‘serviced apartments’ e guest houses”.

A ALTIDO resulta da fusão de quatro empresas: a portuguesa RentExperience, fundada em 2011; a BNbBuddy, fundada em 2015 e parceira oficial da Airbnb; a The London Resident Club, lançada em 2014 como serviço ‘premium’ de arrendamento de curta duração em Londres e a Hintown, que surgiu em Milão em 2014 mas já chega a 15 cidades italianas.

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CDU condena “convergência” de PS, PSD e CDS contra direitos dos trabalhadores

  • Lusa
  • 15 Maio 2019

João Ferreira, secretário-geral do PCP e o cabeça de lista da CDU, aponta o dedo ao PS, PSD e CDS, que diz optarem "pelos interesses do capital", contra os direitos dos trabalhadores.

O secretário-geral do PCP e o cabeça de lista da CDU renovaram esta terça-feira as críticas à convergência de PS, PSD e CDS-PP contra os direitos dos trabalhadores e receberam o apoio de 1.751 sindicalistas.

Numa sessão pública da campanha europeia, num hotel lisboeta, Jerónimo de Sousa e João Ferreira discursaram a seguir ao secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, também membro do comité central comunista, que apelou ao voto na CDU nas eleições de 26 de maio.

Simbolicamente, foram entregues ao candidato da CDU às eleições europeias 1.751 postais com uma mensagem de reconhecimento do trabalho desenvolvido e confiança para o próximo mandato em Estrasburgo. Cada um dos postais estava assinado por dirigentes sindicais ou membros de organizações representativas de trabalhadores.

O líder comunista sublinhou o “negativo impacto da sistemática ofensiva que, desde início do século XXI, foi desencadeada por todos os governos de PS e PSD/CDS sem exceção”, “governos de política de direita que, indistintamente, assumiram, pacote atrás de pacote de medidas, a concretização da vulgata neoliberal para impor o reino da flexibilidade, um mundo de precariedade e arbítrio, o nivelamento por baixo dos direitos sociais e condições laborais”.

“É altura de lembrar que estas iniciativas foram recusadas com o voto convergente de PS, PSD e CDS na Assembleia da República. A opção do PS de se unir na votação ao PSD e CDS, e estes ao PS, no chumbo das iniciativas do PCP e da CDU, confirma a sua convergência em questões estruturantes da política de direita e seus compromissos com os interesses do grande capital”, recordou Jerónimo de Sousa sobre as propostas comunistas para revogação de normas da legislação laboral.

Segundo o secretário-geral do PCP, aquela “convergência atesta os fortes laços de classe que unem PS, PSD e CDS quando se trata de optar pelos interesses do capital”, confirmando que “querem consolidar o retrocesso imposto aos trabalhadores portugueses”, “tal como confirma os limites do Governo do PS e da sua política em matéria de valorização do trabalho e dos trabalhadores”.

O eurodeputado e recandidato da CDU, João Ferreira, centrou-se mais na União Europeia (UE), “enquanto processo de integração capitalista”, com “evidente conteúdo de classe”.

“Os seus propagandistas [da UE] de ontem e de hoje espalharam ilusões e mentiras como aquela ideia de que os trabalhadores portugueses – com a CEE, com o euro – passariam a ter salários iguais aos dos países mais desenvolvidos da Europa, promessas desmentidas sem apelo nem agravo pela realidade”, afirmou.

O candidato da CDU lamentou a “apresentação de siglas e programas – da Europa social à flexisegurança, do pilar dos direitos sociais até ao agora proclamado novo contrato social para a Europa”.

“Mas, ao longo de mais de três décadas, aquilo que veio da UE, das suas políticas, orientações e imposições, foi o ataque a direitos e salários e o agravamento da exploração. O programa da ‘troika’, esse autêntico pacto de agressão contra os interesses dos trabalhadores, do povo e do país, subscrito por PS, PSD e CDS com a UE e o FMI, mostrou bem até que ponto podem ir”, disse.

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Nuno Melo defende que seja retirada condecoração a Berardo

  • Lusa
  • 15 Maio 2019

Joe Berardo “não merece ser comendador de coisa nenhuma”, reitera o cabeça de lista do CDS às eleições europeias, Nuno Melo.

O candidato do CDS às europeias criticou esta terça-feira a “ligeireza” com que os Presidentes da República concedem condecorações e defendeu que deveria ser retirada a de Joe Berardo, que “não merece ser comendador de coisa nenhuma”.

Num jantar com militantes em Rio Maior, Santarém, Nuno Melo fez um discurso com muita política nacional, e com menos temas europeus, em que confessou sentir-se “envergonhado, enquanto português”, com a condecoração de Berardo, que disse, na sexta-feira, no parlamento, que não tem dívidas a bancos.

Sugiro realmente que se medite sobre a ligeireza com que se condecoram pessoas em Portugal e, desde logo, que se reavalie esta condecoração a Joe Berardo. Quem pede milhões a bancos e depois, enquanto se ri, diz que não deve nada, ao mesmo tempo que os contribuintes em dificuldade pagam, não merece ser comendador de coisa nenhuma”, afirmou.

“Não merece ser comendador de coisa nenhuma”, repetiu, depois de dar os exemplos de ex-presidente da PT Zeinal Bava, Armando Vara, antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos, Camilo Mortágua e Joe Berardo.

Estas condecorações foram decididas, em momentos diferentes, pelos ex-Presidentes Jorge Sampaio e Cavaco Silva. Zeinal Bava, com a medalha do mérito comercial, provou, segundo Melo, que “destruir uma joia da coroa, a PT, compensa”.

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