Von der Leyen sem sintomas será testada após Barnier acusar positivo

  • Lusa
  • 19 Março 2020

Depois da confirmação que Michel Barnier está infetado com o novo coronavírus, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai ser testada, apesar de não ter sintomas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai ser testada ao novo coronavírus, apesar de não apresentar sintomas, por o negociador-chefe da União Europeia para Brexit, Michel Barnier, ter acusado positivo.

O negociador-chefe da União Europeia para o Brexit e relações futuras com o Reino Unido, o francês Michel Barnier, anunciou esta quinta-feira que acusou positivo numa análise ao novo coronavírus, encontrando-se a recuperar em casa.

Questionado sobre esta questão na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em Bruxelas, o porta-voz principal daquela instituição, Eric Mamer, informou que “a presidente Von der Leyen encontrou-se pela última vez com Michel Barnier há quase duas semanas e não apresentou sintomas, pelo que continuou a trabalhar”.

Ainda assim, “ela será testada devido a este anúncio, mas de momento as suas atividades continuam como previstas”, acrescentou o responsável.

Segundo Eric Mamer, “a todos os funcionários que estiveram em contacto com Michel Barnier foi pedido para tomarem as necessárias precauções”.

De acordo com o porta-voz, nas últimas duas semanas as reuniões em que Von der Leyen participou foram realizadas por videoconferência, nomeadamente a do colégio de comissários – que se realizou pela primeira vez na quarta-feira nesta modalidade –, a do Conselho Europeu e outras.

Num vídeo publicado na sua conta oficial na rede social Twitter, e filmado em casa, Barnier, numa mensagem que assume ser “muito pouco habitual e muito pessoal”, indica que na quarta-feira foi testado positivo por Covid-19, acrescentando que se sente “tão bem quanto possível, confinado estritamente” a sua casa.

“Neste momento, quero deixar uma palavra de solidariedade e de apoio a todas as famílias, muito, muito numerosas, afetadas por esta doença e por este vírus, em muitos casos de forma muito grave. Quero também deixar uma palavra de reconhecimento e de respeito para todos os prestadores de cuidados de saúde, que estão a fazer um trabalho formidável, como eu próprio pude testemunhar”, afirma.

Exibindo um livro que escreveu “há alguns anos sobre” a urgência ecológica, intitulado “Chacun pour tous” (em tradução livre, “cada um por todos”), Barnier comenta que essa é precisamente a exigência que todos devem respeitar hoje: “Cada cidadão, cada um de nós tem um papel a desempenhar, por todos, para ganhar esta batalha coletiva, esta guerra contra o vírus”, afirma.

Barnier, 69 anos, conduz do lado europeu as negociações com o Reino Unido sobre a parceria futura, depois de já ter sido o negociador-chefe da UE para o ‘Brexit’ e Acordo de Saída, consumado em 31 de janeiro passado.

As negociações sobre a futura parceria entre os 27 e o Reino Unido estão atualmente suspensas, depois de a segunda ronda negocial, prevista para a semana em curso em Londres, ter sido adiada devido à pandemia de Covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 173 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro é atualmente a Europa.

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Número de mortos ultrapassou os 9.000 em todo mundo

  • Lusa
  • 19 Março 2020

Número de mortos provocados pelo novo coronavírus ultrapassou esta quinta-feira as 9.000 pessoas, no dia em que a DGS confirma 785 casos de infetados em Portugal.

O número de mortos provocados pelo novo coronavírus ultrapassou esta quinta-feira as 9.000 pessoas, segundo um balanço da agência France Presse compilado esta manhã a partir de fontes oficiais.

Desde o início da pandemia, em dezembro do ano passado, 217.510 pessoas foram infetadas com Covid-19 em 157 países e 9.020 morreram.

Morreram mais 236 pessoas e foram registados 8.015 novos casos desde o fim da tarde de quarta-feira.

A China, onde surgiu o novo coronavírus, é o país mais afetado, com 3.245 mortos entre 69.601 pessoas infetadas; seguindo-se a Itália, com 2.978 mortos e 35.713 casos identificados; o Irão, com 1.284 mortos entre 17.361 casos e Espanha, com 598 mortos e 13.716 casos.

No Paquistão, Rússia, Costa Rica e México registaram-se esta quinta-feira os primeiros mortos, enquanto a doença surgiu nas ilhas Maurícias, Barbados, Zâmbia, Bahamas, El Salvador e Nicarágua.

Embora com menos casos (90.293), o continente europeu registava esta quinta-feira o maior número de mortes (4.134), enquanto na Ásia havia 94.558 casos e 3.416 mortes.

Os números avançados pela France Presse foram recolhidos junto de autoridades nacionais de saúde e da Organização Mundial de Saúde.

Em Portugal, o número de mortos subiu esta quinta-feira para três, com 785 casos confirmados, segundo a Direção-geral da Saúde.

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Brexit: Mais de três milhões de europeus e 266 mil portugueses pediram residência

  • Lusa
  • 19 Março 2020

Mais de três milhões de europeus já pediram o estatuto de residente no Reino Unido, obrigatório a partir do próximo ano, entre os quais 266 mil portugueses.

Mais de três milhões de europeus já pediram o estatuto de residente no Reino Unido, obrigatório a partir do próximo ano, entre os quais 266 mil portugueses, informou esta quinta-feira o ministério do Interior britânico.

Até ao final de fevereiro, foram apresentadas 3.343.700 candidaturas, das quais 90% (2.998.300) foram concluídas com a atribuição do título permanente (‘settled status’), acessível aos residentes há cinco anos no Reino Unido, ou do título provisório (‘pre-settled status’), para aqueles que ainda precisam de completar o tempo necessário.

Depois da Polónia, Roménia e Itália, Portugal é o país com o maior número de candidatos, tendo 265.900 portugueses apresentado a candidatura entre os cerca de 400 mil que o governo português estima que vivam no Reino Unido.

O ministério do Interior revelou que em fevereiro recusou 300 candidaturas das 268.100 processadas por não serem elegíveis, 6.800 foram consideradas inválidas e 19.100 foram retiradas por desistência ou consideradas nulas.

O secretário de Estado da Imigração, Kevin Foster, considerou “boas notícias que três milhões tenham agora recebido um estatuto e possam continuar a considerar o Reino Unido a sua casa durante muitas décadas”.

O sistema de regularização migratória [settlement status] foi aberto no âmbito do processo do ‘Brexit’, pois a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), concretizada a 31 de janeiro, determina o fim da liberdade de circulação do movimento entre estes dois espaços.

Os cidadãos europeus, bem como os suíços, noruegueses, islandeses e nacionais do Liechtenstein, têm até 30 de junho de 2021 para se registarem, processo que é inteiramente digital.

Porém, a partir de 2021 todos os novos imigrantes serão sujeitos a um sistema de imigração que só vai deixar instalarem-se aqueles que preencham certos requisitos, como um contrato de trabalho com um salário mínimo, determinadas qualificações profissionais e académicas e o domínio da língua inglesa.

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China sem casos de transmissão local de Covid-19 pela primeira vez. Tem um caso importado de Portugal

O número de novos casos de coronavírus na China tem vindo a abrandar. Entre os casos importados nos últimos dias encontra-se um de Portugal.

Pela primeira vez desde que o surto começou, a China não registou nenhum novo caso de transmissão local de Covid-19. As autoridades de saúde do país, que identificou os primeiros casos do novo coronavírus no final do ano passado, contou 34 novos casos nesta quinta-feira, todos de pessoas que tinham viajado recentemente.

Entre os casos importados na China continental nos últimos dias encontra-se um de Portugal, em Xangai, de acordo com o Global Times (acesso livre, conteúdo em inglês), jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista chinês. A maioria dos casos importados resultou de viagens ao Irão, Itália ou Espanha, algumas das regiões mais afetadas, atualmente, pelo novo coronavírus.

Foi na cidade de Wuhan, na província de Hubei, que surgiram os primeiros casos do Covid-19. Na cidade de Wuhan, o bloqueio poderá estar a chegar ao fim, sendo que está sem novos casos há 14 dias, adianta o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês), citando um jornal chinês.

Em Hubei também não se registaram nenhuns novos casos nesta quarta-feira. No total, há cerca de 81 mil casos de infeção pelo Covid-19 na China e mais de 3.400 mortes. A Europa já passou a ser o epicentro da pandemia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, por identificar mais mais casos todos os dias do que aqueles registados na China no auge do surto.

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Adalberto Campos Fernandes condena a “paralisia” da UE no combate ao coronavírus

  • ECO
  • 19 Março 2020

Para o antigo ministro da Saúde, a União Europeia devia “preparar um mecanismo de resposta rápida para crises como esta", da pandemia de coronavírus.

Adalberto Campos Fernandes elogiou a atuação do Governo durante a pandemia de coronavírus, reiterando que “tem feito tudo o que está ao seu alcance”, em declarações à Rádio Observador (acesso livre). Por outro lado, o antigo ministro da Saúde condenou a “paralisia” da União Europeia (UE).

“O Governo na pessoa do primeiro-ministro tem tido uma liderança absolutamente exemplar sobre o processo que está a ser desenvolvido”, defendeu Adalberto Campos Fernandes. O ex-ministro acredita que a decisão de fechar as escolas foi a correta e apontou que “ainda nada falhou de forma grave” no país.

Quanto à atuação da UE, a posição é diferente. Campos Fernandes critica a falta de articulação da resposta ao surto com os Estados-membros, sendo que cada país está a tomar decisões diferentes relativamente a esta questão. Argumentou, assim, que a UE devia “preparar um mecanismo de resposta rápida para crises como esta”.

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Centeno elogia BCE. UE “explora vias” para intensificar resposta

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, elogiou o programa de emergência que o Banco Central Europeu anunciou. São 750 mil milhões de euros para a compra de ativos públicos e privados.

Mário Centeno elogiou esta quinta-feira, a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de avançar com um programa de emergência para comprar ativos públicos e privados no valor de 750 mil milhões de euros. Além disso, sinalizou que a União Europeia está a “explorar vias” para intensificar a resposta coordenada ao novo coronavírus.

“Congratulo-me com a decisão importante anunciada pelo BCE na noite passada”, escreveu o presidente do Eurogrupo na sua conta oficial de Twitter, garantindo que a UE está à altura da ocasião na luta contra esta pandemia “com ação coordenada”. E avançou com um sinal de que poderá haver novidades em breve: “Os países estão a tomar decisões fortes e estamos a explorar vias para intensificar a resposta política conjunta na UE“.

Este sinal poderá estar relacionado com as apelidadas “coronabonds” (ou “eurobonds”, obrigações ao nível da Zona Euro com partilha de risco entre os países) que são admitidas pela primeira vez pelo Governo alemão. Segundo a Bloomberg, a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu ao seu ministro das Finanças, Olaf Scholz, para avaliar o tema, remetendo a discussão para o Eurogrupo.

Este comentário foi feito na “pele” de presidente do Eurogrupo, mas a medida também agradará ao ministro das Finanças de Portugal, cujo saldo orçamental é equilibrado mas está limitado pela elevada dívida pública. O programa do BCE deverá aliviar a pressão sobre os países europeus periféricos no mercado secundário das obrigações soberanas, além de ajudar também a baixar os custos de financiamento das empresas.

O programa anunciado pela presidente do BCE, Christine Lagarde — que disse que “tempos extraordinários requerem medidas extraordinárias”, assegurando que o compromisso do banco central com o euro “não tem limites” –, recebeu também o elogio de Emmanuel Macron. “Apoio total às medidas excecionais tomadas pelo BCE. Cabe agora a nós, Estados europeus, estarmos presentes com medidas orçamentais e uma maior solidariedade na zona do euro. Os nossos povos e as nossas economias precisam”, escreveu o Presidente francês na sua conta oficial do Twitter.

O elogio chegou também da Comissão Europeia. O vice-presidente para a economia, Valdis Dombrovskis, considera que este é um “contributo importante” para a resposta coletiva da UE. “A Comissão Europeia está preparada para fazer tudo o que for necessário para ajudar as nossas empresas e trabalhadores”, escreveu também no Twitter.

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Investimento em certificados cresce 421 milhões em fevereiro

Tanto Certificados do Tesouro como Certificados de Aforro captaram mais poupanças dos aforradores, em fevereiro. Este aumento segue-se o arranque do ano ter sido de quebra.

O investimento das famílias em certificados cresceu em fevereiro. Os produtos de poupança do Estado captaram mais 421 milhões de euros no mês passado, sendo que tanto os Certificados do Tesouro como os Certificados de Aforro captaram mais poupanças dos aforradores. Este aumento segue-se o arranque do ano ter sido de quebra.

De acordo com o boletim estatístico do Banco de Portugal divulgado esta quinta-feira, em fevereiro, o investimento nestes produtos de poupança do Estado subiu em 421 milhões de euros. Ao contrário do que tem vindo a acontecer, ambos os produtos de poupança do Estado aumentaram o montante líquido.

No caso dos Certificados do Tesouro, o montante nas mãos dos aforradores em Portugal totalizava, em fevereiro, os 16.760 milhões. O valor representa uma subida de 402 milhões face a janeiro. Já no que diz respeito aos Certificados de Aforro, totalizavam os 12.070 milhões em fevereiro, mais 19 milhões que no mês anterior.

Tudo somado, o investimento dos aforradores portugueses em produtos de poupança do Estado ascendia a 28.830 milhões de euros no final do mês passado.

O Tesouro português espera obter junto das famílias poupanças líquidas (após amortizações) de apenas 150 milhões de euros. De acordo com o plano de financiamento incluído no Orçamento do Estado para 2020, serão emitidos 3.454 milhões de euros em Certificados do Tesouro, esperando-se amortizações no mesmo montante. Já os Certificados de Aforro deverão “captar” 797 milhões, com as amortizações a atingirem 649 milhões.

Certificados do Tesouro voltam a dar contributo positivo

Fonte: Banco de Portugal

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ASF apenas confirma validade do seguro contra terceiros

  • ECO Seguros
  • 19 Março 2020

O Estado de Emergência mantém intactas as coberturas da responsabilidade civil automóvel. Já Danos Próprios depende das exclusões de cada apólice. A ASF também balizou seguros Trabalho, Vida e Saúde.

A ASF – Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões, entidade responsável pelo funcionamento de todos o mercado de seguros em Portugal, publicou um Entendimento relativamente às coberturas do seguro automóvel face à decisão de declaração do estado de emergência.

Para a entidade reguladora, “o regime jurídico do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel não prevê limitações de cobertura quanto ao denominado estado de emergência.
Já no que toca às coberturas facultativas, a resposta quanto ao impacto de um sinistro em que o responsável incumpriu uma determinação legal, dependerá da listagem de exclusões que o contrato prevê”.

Antes já a ASF havia publicado no seu site o seu entendimento sobre as responsabilidades das companhias de seguros junto dos consumidores, face à nova realidade de surto pandémico.

Relativamente ao que tinha sido avançado anteriormente pelos seguradores, a ASF acrescenta que deverão ser as empresas informar as seguradoras sobre colaboradores em teletrabalho, indicando quem, onde vai prestar trabalho e qual o período normal de trabalho. Ou seja estas últimas informações não devem ficar apenas registadas na empresa, devem ser comunicadas às companhias de seguros.

A informação publicada visa dar resposta às perguntas mais frequentes que têm sido colocadas à ASF e abordam os três ramos mais sensíveis ao período de pandemia sem fim à vista: Acidentes de Trabalho, Saúde e Vida.

Os esclarecimentos são como seguem:

Seguro de Vida: “A generalidade dos seguros de vida não exclui situações decorrentes de epidemia e pandemia. Contudo, o consumidor deverá consultar a sua apólice de seguro e verificar o que foi acordado relativamente às exclusões do contrato”.

Seguro de Acidentes de Trabalho: “Tendo em consideração o recurso ao teletrabalho como meio de prevenção e contenção da situação epidemiológica relacionada com o COVID-19, interessa sublinhar que, para efeitos do seguro de acidentes de trabalho, considera-se:

  • Local de trabalho: todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do empregador.
  • Tempo de trabalho: além do período normal de laboração, o que preceder o seu início, em atos de preparação ou com ele relacionados, e o que se lhe seguir, em atos também com ele relacionados, e ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho.

Nestes termos, o trabalhador em regime de teletrabalho tem os mesmos direitos e deveres dos restantes trabalhadores, nomeadamente no que se refere à reparação de danos que resultem de acidente de trabalho.
No entanto, nas situações em que o trabalhador passe a prestar o seu trabalho em regime de teletrabalho, e para evitar quaisquer dúvidas, torna-se necessário que esse regime seja formalizado.
Para esse efeito, a entidade patronal deverá comunicar ao segurador a situação do trabalhador em regime de teletrabalho, com indicação do local onde o trabalho será prestado, bem como do período normal de trabalho”.

Seguro de Saúde: “As doenças infetocontagiosas, quando em situação de epidemia ou pandemia, como é o caso atual do COVID-19, estão geralmente excluídas de um contrato de seguro de saúde. No entanto, a apólice mantém-se em vigor sem qualquer alteração, já que está apenas em causa uma exclusão. Mesmo existindo uma exclusão geral das situações de epidemia ou pandemia, isso não impede que as partes tenham acordado noutro sentido, ou que alguns seguradores se responsabilizem pelas despesas até que exista um teste positivo, incluindo o custo do teste.
A partir desse momento, e de acordo com as atuais indicações da Direção-Geral da Saúde, a pessoa segura é encaminhada para o Serviço Nacional de Saúde”.

O Supervisor recomenda ainda que, em caso de dúvida nos seguros de Saúde ou Vida, os consumidores contactem o seu segurador. Em acidentes de trabalho será a própria empresa o poder esclarecer dúvidas.

As informações confirmam outras já prestadas pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores, que representa as companhias, bem como esclarecimentos prestados pelas próprias seguradoras como a Fidelidade, Tranquilidade e Médis.

(Notícia atualizada às 19:20h, incluindo informação sobre entendimento da ASF sobre seguro automóvel após a declaração do estado de emergência)

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Portugal tem 143 novos casos de Covid-19. Total sobe para 785. Há três vítimas mortais

Nas 24 horas até à última meia-noite, a Direção-Geral da Saúde encontrou 143 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal. O número total de casos confirmados sobe, assim, de 642 para 785.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 143 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, elevando de 642 para 785 o total de casos confirmados da doença Covid-19 em Portugal. Número de vítimas mortais, de acordo com números oficiais apurados até à meia-noite, ascendeu a três.

Segundo a informação oficial, dos 785 casos confirmados, 381 situam-se na região norte, 278 na região Lisboa e Vale do Tejo, 86 na zona Centro, 25 no Algarve e 2 na região do Alentejo. No que diz respeito às regiões autónomas, na Madeira há um caso confirmado e três nos Açores. Do total de casos “importados”, a maioria foram cidadãos que vieram de Espanha (23), seguindo-se Itália (17) e França (16).

À data de hoje temos 785 casos positivos e 89 doentes internados. Isto significa que estão em internamento cerca de 15% dos doentes, ou seja, que a maior parte das pessoas pode e deve ser seguida no domicílio”, assinalou esta manhã em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

No período de 24 horas em análise, as autoridades de saúde não encontraram novas cadeias de transmissão do coronavírus em Portugal, mantendo-se nos 24. Significa que a origem de todos os casos pôde ser seguida pelas autoridades até 24 pessoas, “responsáveis” iniciais pela transmissão do vírus pelas demais.

O boletim epidemiológico divulgado esta quarta-feira aponta ainda para 6.061 casos suspeitos e que 488 pessoas aguardam resultado laboratorial. Há um total de 8.091 pessoas sob vigilância, nomeadamente por terem estado em contacto com pessoas infetadas pelo novo coronavírus.

País em estado de emergência

Graça Freitas acrescenta que “quase todos nós vamos ter sintomas ligeiros a moderados“, e, por isso, reforça que o procedimento a tomar nesses casos é ligar para a linha de Saúde 24 para se ser seguido em casa, com acompanhamento médico.

Ao mesmo tempo, o secretário de Estado da Saúde sublinha que o país está “de facto em estado de emergência” — tendo esse sido decretado pelo Presidente da República –, aconselhando por isso, a que os grupos de risco fiquem em casa. “Os grupos de risco têm mesmo de ficar em casa. Pessoas com mais de 70 anos ou pessoas com doenças crónicas, não deve sair de casa”, recordou.

Os mais velhos correm maiores riscos, podendo a infeção ser mais grave neste grupo. Pode levar à morte. Atualmente, de acordo com dados da DGS, o número de vítimas mortais é de três (aumentou em uma). A nova vítima mortal diz respeito à região Centro.

O número de pessoas curadas é o mesmo: três. Graça Freitas explica que esta doença é “de manifestação longa”, relembrando que o período para termos dois testes negativos é de 15 dias no mínimo. “Só a partir de agora é que começamos a ter altas e pessoas recuperadas”, assinala.

“A estratégia de testes está a ser adaptada conforme aprendemos”

Durante o briefing desta manhã, a diretora-geral da Saúde, bem como, o secretário de Estado da Saúde aproveitaram para agradecer o trabalho dos profissionais de saúdo. “Qualquer profissional de saúde é uma perda para nós”, detalhou António Sales, sem querer avançar de quantos profissionais de saúde poderão estar infetados.

Questionada sobre a aplicação de testes em massa, que alguns países adotaram, diz que a prioridade é testar pessoas sintomáticas, sublinhando que as autoridades de saúde portuguesas estão a aprender com outros países. “A estratégia de testes está a ser adaptada conforme aprendemos”, diz, lembrando que tem de haver material no mercado que permita massificar os testes.

(Notícia atualizada às 13h10)

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Petróleo recupera 5%, mas continua abaixo dos 30 dólares

A forte volatilidade deve-se aos sinais que vão ser dados ao mercado sobre a quebra na procura causada pelos efeitos da pandemia do novo vírus na economia.

O preço do petróleo recupera dos mínimos de duas décadas tocados na quarta-feira. O barril valoriza mais de 5%, esta quinta-feira, nos mercados internacionais, mas continua abaixo dos 30 dólares. A forte volatilidade deve-se aos sinais que vão ser dados ao mercado sobre a quebra na procura causada pelos efeitos da pandemia do novo vírus na economia.

O brent negociado em Londres sobe 6,7% para 26,50 dólares por barril, após ter afundado na quarta-feira para 24,52 dólares (o valor mais baixo desde 2003). Já o crude WTI dispara 13% para 23,07 dólares, depois do tombo de 25% para 23,52 dólares (em mínimos desde 2002).

A recuperação está associada, por um lado, a uma correção do mercado e, por outro, aos desenvolvimentos na guerra entre os maiores produtores de petróleo do mundo, que arriscam inundar o mercado numa altura de perturbações na procura. O Senado norte-americano pediu esta quarta-feira à Arábia Saudita e à Rússia que parem a guerra de preços e que negoceiam em Washington. Caso não aconteça, o Senado autorizou o presidente Donald Trump a impor um embargo petrolífero a ambos os países.

Os ganhos poderão, no entanto, ser temporários devido à forte volatilidade no mercado causada pela disseminação do coronavírus. Os preços do petróleo reagem indiretamente também aos estímulos que vão sendo anunciados por Governos e bancos centrais.

No dia em que o número de infetados a nível global ultrapassou os 200 mil, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um pacote de emergência de 750 mil milhões, por exemplo. Já nos EUA, foram anunciados 500 mil milhões de dólares para as famílias.

Os estímulos monetários e orçamentais poderão fazer pouco pela recuperação da procura a níveis normais, mas ajudam a reconstruir a confiança em que a economia global irá estar numa posição melhor quando o vírus for ultrapassado“, disse Edward Moya, senior market analista da OANDA à Reuters.

Brent corrige em Londres

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Taxas de crédito à habitação em queda pelo sétimo mês consecutivo. Juro implícito está abaixo de 1%

A taxa de juro implícita no crédito à habitação voltou a cair em fevereiro, pelo sétimo mês consecutivo. Juro implícito desceu para 0,997%.

A taxa no crédito à habitação continua a descer e fevereiro foi mesmo o sétimo mês consecutivo de descidas. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo mês do ano, o juro implícito ficou mesmo abaixo do 1%, situando-se em 0,997%.

“A taxa de juro implícita no crédito à habitação diminuiu para 0,997%, valor inferior em 0,3 pontos base ao registado no mês anterior. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro foi 1,131% (1,090% no período precedente)”, refere a nota explicativa.

O INE explica ainda que, para o destino de financiamento de aquisição de habitação — o mais relevante no conjunto do crédito à habitação –, a taxa de juro implícita para o total dos contratos recuou para 1,018%, menos quatro pontos base do que no em janeiro. Na taxa para os contratos celebrados nos últimos três meses, a tendência foi inversa: subiu 4,7 pontos base para 1,128%.

Evolução dos juros implícitos

Fonte: INE

Uma justificação para as quedas consecutivas das taxas no crédito à habitação é o atual contexto de juros baixos, que tem mantido as Euribor em terreno negativo, mas também a redução dos spreads cobrados pela banca neste tipo de crédito. Isto acaba por colocar uma pressão na taxa implícita nos créditos para a compra de casa.

Já no que diz respeito ao capital médio em dívida, em fevereiro observou-se uma subida de 147 para 53.755 euros. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi de 105.896 euros, mais 769 euros do que em janeiro.

Por outro lado, a prestação média aumentou um euro para 248 euros e, desde montante, 45 euros correspondem a pagamento de juros e 203 euros a capital amortizado. “Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu cinco euros, para 342 euros”, remata o INE.

(Notícia atualizada às 11h22 com mais informação)

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Há 900 escolas abertas, mas estão “praticamente vazias”. Enfermeiros dizem que “têm medo” de deixarem lá os filhos

Quase 900 escolas estão abertas para acolher os filhos dos médicos, enfermeiros, bombeiros e polícias, mas poucos têm sido os alunos acolhidos por esses estabelecimentos. "São nichos de risco".

Ainda que todas as atividades letivas presenciais estejam suspensas, há centenas de escolas abertas para acolher os filhos dos trabalhadores de serviços essenciais e assegurar refeições aos alunos mais carenciados. De norte a sul do país, poucos são, contudo, os alunos que estão a frequentar esses estabelecimentos, alerta a Federação Nacional dos Professores (Fenprof). A Ordem dos Enfermeiros adianta que os profissionais “têm medo” de deixarem os seus filhos nessas escolas face ao risco de contágio por Covid-19.

Face à propagação de coronavírus em Portugal, o Executivo de António Costa decidiu contrariar a recomendação do Conselho Nacional de Saúde Pública e avançar com o encerramento de todas as atividades letivas, em todos os graus de ensino, entre 16 de março e 13 de abril.

Ainda assim, foi determinado que, em cada agrupamento de escolas, deveria ser identificado um estabelecimento de ensino para acolher os filhos ou outros dependentes a cargos dos profissionais de saúde, das forças e serviços de segurança e socorro, das forças armadas, dos trabalhadores dos serviços públicos essenciais, bem como dos trabalhadores da gestão e manutenção das infraestruturas essenciais. Essas escolas têm também como função assegurar a prestação de refeições aos alunos mais carenciados, isto é, os alunos beneficiários do escalão A da ação social.

De acordo com as listas divulgadas pela Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares, há neste momento quase 900 escolas abertas para os fins referidos, mas segundo a Fenprof estão praticamente vazias. Já a Ordem dos Enfermeiros acrescenta que os profissionais “têm medo” de deixarem os filhos nesses estabelecimentos face ao risco de contágio por Covid-19.

“Os trabalhadores de serviços essenciais não aderiram à iniciativa do Governo e não colocaram os seus filhos nas chamadas escolas de acolhimento“, frisa o sindicato liderado por Mário Nogueira, referindo que “praticamente nenhum aluno” está a frequentar esses estabelecimentos.

A Fenprof explica que esses espaços são, neste momento, “verdadeiros nichos de risco acrescido“, já que estas crianças pertencem a famílias com grande risco de contágio. “Num momento em que se apela aos portugueses que não saiam de casa, que evitem o contacto social, que se evitem os grupos de pessoas e que se encerraram as escolas, por poderem ser foco de contágio, as famílias de trabalhadores de serviços essenciais, como se esperava, não quiseram que os seus filhos corressem ainda mais riscos”, considera o sindicato, referindo que a resposta a estas crianças deve ser dada fora da escola.

Segundo os dados recolhidos pela Fenprof, apenas 20 alunos em todo o país estão a ser acolhidos por estas escolas, havendo centenas de estabelecimentos abertos, mas vazios. “Nos contactos efetuados com as escolas ficou também a saber-se que mesmo em relação ao serviço de refeições, disponibilizados para os alunos mais carenciados, a esmagadora maioria deles não compareceu nas escolas“, acrescenta o sindicato.

Esta quinta-feira, a Ordem dos Enfermeiros vem salientar, por sua vez, que está “perplexa” com a opção tomada pelo Governo para os filhos dos profissionais em causa, que dizem “ter medo” de deixarem os seus dependentes nestas escolas. “Desde a publicação do despacho, há apenas três dias, a Ordem dos Enfermeiros recebeu centenas de mails que relatam uma situação de medo, preocupação e injustiça entre os profissionais de saúde“, explica a organização liderada por Ana Rita Cavaco.

“A Ordem dos Enfermeiros não pode deixar de manifestar a sua discordância com esta situação, alertando para uma questão que coloca em risco os filhos dos profissionais de saúde e, por conseguinte, os próprios profissionais, numa altura em que estes se encontram na linha da frente”.

A organização denuncia ainda que os estabelecimentos em causa não estão equipados com materiais de proteção e dispõem de horários que não são compatíveis com os próprios turnos dos profissionais. Espera, por isso, que sejam tomadas “medidas alternativas” para proteger os filhos dos profissionais em causa, “pondo um ponto final no clima de medo e insegurança, de todo dispensável nesta altura”.

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