Ping An tem cinco apps com mais de 100 milhões de utilizadores cada

  • ECO Seguros
  • 24 Setembro 2020

Com os lucros das três maiores seguradoras do mercado chinês não Vida a deslizar em torno dos 30% nos primeiros seis meses de 2020, a Ping An volta a sobressair na dinâmica de crescimento digital.

O lucro combinado das três maiores companhias chinesas no setor não Vida, por receita bruta de prémios de seguro, desceu 30,6% até junho, face aos primeiros seis meses 2019, arredondando 24,6 mil milhões de yuan (cerca de 3,09 mil milhões de euros). Apesar do declínio do resultado líquido, PICC, Ping An e a CPIC cresceram entre 4% e 13% em receitas com prémios de seguro no primeiro semestre de 2020.

O lucro das três no negócio não Vida distribuiu-se em perto de 13,2 mil milhões de yuan pela PICC P&C, cerca de 8,27 mil milhões da Ping An (negócio não Vida) e perto de 3,2 mil milhões de yuan arrecadados pela China Pacific Property.

No caso da PICC (People’s Insurance Company of China), líder local nos seguros P&C (propriedade e danos), o lucro da subsidiária P&C resvalou 22%, face ao semestre homólogo de 2019, para os 13,18 mil milhões de yuan, com os prémios a crescerem 4,4%, superando os 246 mil milhões de yuan, reportou o site de informação financeira Morningstar. A queda do lucro refletiu o incremento de despesas fiscais (antes de impostos, o lucro cresceu acima de 4%), enquanto o acréscimo da receita foi explicado por +2,8% no segmento seguro automóvel, o qual gerou sozinho mais de 131 mil milhões de yuan em prémios.

O Ping An Insurance (Group) Co of China (Ping An) reportou cerca de 68,7 mil milhões de yuan (cerca de 8,6 mil milhões de euros), apontando queda de 29,7% no lucro líquido atribuível a acionistas, o declínio mais acentuado nos resultados em mais de uma década e a refletir o impacto da pandemia (Covid-19), revela informação do grupo à bolsa de Hong Kong. O lucro consolidado pela gigante chinesa líder nos canais digitais havia derrapado perto de 43% no primeiro trimestre, depois de ter escalado 39% no conjunto de 2019.

Apesar do recuo no resultado líquido, devido ao impacto da pandemia nas operações do grupo, a companhia que consolida serviços bancários, seguros e tecnologia, aumentou o resultado operacional (conjunto do grupo) em 1,2% nos primeiros seis meses de 2020, para 74,3 mil milhões de yuan, apresentando rácio combinado em terreno positivo (98,1%, ou 1,5 p.p. pior do que calculado um ano antes) no negócio P&C. Este setor, que pesa bastante menos que os ramos Vida e Saúde nas contas da Ping An, gerou 8,27 mil milhões de yuan de lucro líquido, em queda de 30,4% face a igual período de 2019. Apesar do impacto da pandemia no negócio Não Vida, a receita com prémios de seguros aumentou 10,5%, para 144,12 mil milhões de yuan (mais de 18 mil milhões de euros).

Mas foi na sua base de retalho que a Ping An continuou a mostrar desempenho notável. A carteira da companhia cresceu 4,6% no semestre, totalizando 210 milhões de clientes. Destes, perto de 74 milhões são clientes de banca de retalho, 64,8 milhões formam a carteira de seguros do ramo Vida e 51,2 milhões são do ramo automóvel, enquanto os restantes distribuem-se por outros serviços financeiros.

Nos primeiros seis meses de 2020, período em que a pandemia travou a economia global, a seguradora chinesa somou mais de 18 milhões de novos clientes na net, 35% dos quais angariados através dos utilizadores que orbitam os ecossistemas do grupo (banca e seguros; saúde; automóvel; imobiliário e tecnologia smart city), ou seja, incluindo todas as subsidiárias do grupo.

Do início de 2020 até final de junho, o grupo cresceu 8,7% na sua base digital de retalho atingindo 560 milhões de utilizadores, sendo 510 milhões os que já utilizam as APIs acessíveis pela internet. Cada uma das cinco principais apps superou 100 milhões de utilizadores registados, enquanto o número de contratos de seguro por cliente cresceu de 1,9%, para 2,69% no semestre, graças à estratégia de cross-selling dirigida à base de clientes. Mais de 78 milhões de clientes têm mais de um produto da Ping An, indica o reporte semestral.

Estrategicamente focada no par tecnologia e serviços financeiros, a companhia aposta em I&D e desenvolve competências core próprias (IA, análise dados; robotização e noutras frentes), ao mesmo tempo, assegura os direitos de propriedade intelectual e industrial. Isto explica os 110 mil especialistas em tecnologia e 3000 cientistas que o grupo emprega, parte dos quais alocados a oito institutos de investigação e 57 laboratórios, ao que acrescem parcerias com algumas das maiores universidades chinesas. Este ano, refere ainda a informação distribuída ao mercado bolsista, colocou mais 4 625 patentes em processo de registo, contabilizando total superior a 26 mil, um número que coloca a gigante chinesa, pelo segundo ano consecutivo, no topo da lista das fintech com mais patentes registadas.

Resta recordar que a Ping An – que instala consultórios médicos amovíveis pelas cidades como se de cabines telefónicas se tratasse -, assenta o modelo de negócio na divisa “um cliente, multiprodutos num único ponto de serviço”, repetiu em 2020 – pela quinta vez consecutiva – o primeiro lugar na lista das marcas globais mais valiosas entre seguradoras.

Por fim, a China Pacific Insurance, que completa o trio líder do mercado chinês de seguros gerais (P&C), sendo também a 3ª maior em seguros Vida, reportou quebra de 25% no volume de novos negócios, para um montante em torno de 11,2 mil milhões de yuan. No termo do semestre, o lucro da China Pacific desceu 12%, para os 14,24 mil milhões de yuan na globalidade do perímetro do grupo. A China Pacific Property Insurance, subsidiária que consolida o negócio não Vida (P&C) apresentou 3,18 mil milhões de yuan de resultados líquidos, um desempenho 5,2% inferior ao apurado um ano antes.

Penalizada pelo impacto da pandemia sobre um modelo de negócio tradicional, muito baseado na rede física de agências (em contraste com a gigante digital Ping An), a China Pacific anunciou que vai privilegiar o desenvolvimento do segmento saúde.

Na sua globalidade, de acordo com números do organismo regulador (CBIRC), o mercado chinês de seguros (todos os ramos incluídos) cresceu 7% no acumulado dos primeiros sete meses de 2020 (janeiro a julho) alcançando volume bruto de prémios calculado em 3,01 biliões de yuan (cerca de 378 mil milhões de euros, ao câmbio corrente).

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Autoeuropa confirma intenção de não renovar contrato a 120 trabalhadores

  • Lusa
  • 24 Setembro 2020

"A Autoeuropa reafirmou a intenção de não renovar os contratos com os 120 trabalhadores. E nós, mais uma vez, reafirmámos que isso não faz qualquer sentido", diz o sindicato.

A administração da fábrica de automóveis Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, confirmou esta quinta-feira que não vai renovar os contratos a termo de 120 trabalhadores ligados à produção dos veículos MPV (Multi-Purpose Vehicle), disse à Lusa o sindicalista Eduardo Florindo.

“A Autoeuropa reafirmou a intenção de não renovar os contratos com os 120 trabalhadores. E nós, mais uma vez, reafirmámos que isso não faz qualquer sentido. E que, na nossa opinião, havia alternativas para recolocar estes trabalhadores em outras áreas na fábrica”, disse o dirigente do SITE-SUL, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul.

“A justificação é o abaixamento da produção da carrinha MPV, Volkswagen Sharan [de 160 para 30 unidades por dia]. Também está previsto um aumento da produção do T-Roc, mas a empresa alega que este veículo tem menos mão-de-obra do que os MPV”, acrescentou Eduardo Florindo, após uma reunião com a administração da Autoeuropa.

Questionado pela Lusa, Eduardo Florindo disse que a administração da fábrica não prevê qualquer redução da produção até final deste ano e que não deverá prescindir dos trabalhadores contratados afetos à montagem do T-Roc, muitos dos quais terminam contrato nos próximos meses de outubro e novembro.

Por outro lado, o sindicalista garantiu que o sindicato não tem prevista qualquer forma de luta que não seja continuar a pressionar a Autoeuropa para integrar os 120 trabalhadores em causa. Depois da reunião efetuada hoje com o SITE-SUL, a administração da Autoeuropa reúne-se na sexta-feira com a Comissão de Trabalhadores, que também defende a integração dos 120 contratados a termo.

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Há mais 15 mil funcionários públicos. Mais de metade foi para o SNS

O valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores nas administrações públicas situava-se em cerca de 1.532,7 euros, em abril. 

Contavam-se 705.212 mil funcionários públicos, em junho de 2020, mais 15 mil face ao mesmo período do ano passado, mostram os dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP), divulgada pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). Mais de metade dos novos postos são preenchidos por profissionais do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros.

Olhando para a administração central, foi principalmente nas Entidades Públicas Empresariais do SNS onde se concentrou o aumento de emprego, com 7.945 novos trabalhadores, dos quais 1.138 médicos e 3.205 enfermeiros. Para além disso, foram também contratados mais funcionários para as escolas do ensino básico e secundário.

A fazer aumentar os números encontra-se ainda a fusão por incorporação da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário na CP – Comboios de Portugal, sinaliza a DGAEP.

Quando se olha apenas para a rubrica do Estado, é possível perceber que o saldo resultante das entradas e saídas nos dois primeiros trimestres do ano é de menos 801 funcionários públicos. Esta quebra é, no entanto, compensada pelas entradas noutras rubricas, nomeadamente nos Serviços e Fundos Autónomos, que tem um saldo de 6.073 funcionários.

Já quando se compara com o número de funcionários públicos antes da pandemia, a 31 de dezembro do ano passado, o aumento é de 0,9%, correspondendo a mais 6.576 postos de trabalho.

A Síntese Estatística do Emprego Público revela que, em 2020, o número total de funcionários públicos voltou a ultrapassar os 700 mil, algo que já não acontecia desde 2011. Desde o segundo Governo de António Guterres, em 1999, que está em vigor a regra do “2 por 1”, que prevê a entrada de apenas um funcionário público por cada dois que se saiam. A medida ganhou nova expressão com a chegada da troika a Portugal e a necessidade de levar a cabo reformas estruturais. No final do segundo trimestre do ano, os postos de trabalho na Função Pública estavam em máximos de dezembro de 2011, altura em que se contavam 727.785 funcionários.

Salário base dos funcionários públicos sobe 3,3%

Quanto ao salário, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores nas administrações públicas situava-se em cerca de 1.532,7 euros, em abril. Este valor representa uma variação homóloga de 3,3%, “por efeito essencialmente da atualização do valor da base remuneratória (645,07 euros) e do valor das remunerações base mensais na AP e pela atualização do valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) para os 635 euros, bem como do processo gradual de descongelamento das carreiras”, explica a DGAEP.

Já no que diz respeito ao ganho médio mensal, o número sobe para 1.782,8 euros, o que corresponde a uma variação global no trimestre de 0,8%, e a uma variação homóloga de 2,9%. Este indicador é mais alto na administração central, onde o valor chega aos 1.939,2 euros. “Estas variações resultam sobretudo do aumento da remuneração base média mensal e da diminuição global da importância das restantes componentes do ganho, como prémios e subsídios ou suplementos regulares, e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias”, adianta a DGAEP.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h12)

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Deco aplaude extensão da moratória no crédito às famílias, mas diz ser uma “meia medida”

A associação de consumidores vê como positiva a extensão da moratória do crédito em seis meses, até setembro de 2021, mas lamenta que o prazo para aderir à medida acabe no final deste mês.

O Governo decidiu estender a moratória do crédito por mais seis meses, até ao final de setembro do próximo ano. A Deco aplaude a decisão do Governo considerando-a como sendo “positiva” para as famílias, mas lamenta que se trate de uma “meia medida” lembrando que este anúncio surge a poucos dias de terminar o prazo de adesão ao regime.

“Para aquelas famílias que estão com grandes dificuldades financeiras, que foram confrontadas com situações de perda de rendimentos ou desemprego, é uma medida que vem ajudar”, começa por reconhecer Natália Nunes. A coordenadora do gabinete de proteção financeira da Deco considera, contudo, que se trata de “uma meia medida porque a 30 de setembro vai terminar a possibilidade de se poder aderir à moratória”.

“Aquelas famílias que, por exemplo, em outubro ou novembro, fiquem numa situação de desemprego, sem rendimentos ou com baixos rendimentos já não podem aderir à moratória e havia alguma expectativa relativamente a esta questão”, o que a especialista da Deco vê como sendo para já uma expectativa que saiu defraudada.

A especialista dá como exemplo a moratória da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) cuja possibilidade de adesão terminou no final de junho e cujo prazo para beneficiar da suspensão do pagamento das prestações termina já no final deste mês de setembro em várias instituições de crédito.

Esta é uma situação que suscita preocupação a Natália Nunes. “Aquilo que se avizinha é que as famílias comecem a ter de suportar mais encargos, e resta saber se vão ter capacidade para os horar“, diz lembrando os números que apontam para a subida do desemprego e os pedidos de ajuda que já está a receber no seu gabinete relativamente a pessoas que aderiram à moratória do crédito da ASFAC e que procuram uma solução para a sua situação a partir de outubro.

Nestas circunstâncias, a especialista considera que “será necessário adotar outras medidas” referindo em concreto a implementação de “um regime extraordinário que ajudasse as famílias na renegociação dos créditos”.

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Rendas na Amadora já são quase tão caras como no Porto

Rendas travaram com a pandemia, mas preços estão mais altos este ano: média está nos 5,47 euros/m2. Se Lisboa tem as rendas mais altas, Vila Nova de Foz Côa é a cidade mais barata para arrendar casa.

A pandemia fez cair os valores das rendas, mas os primeiros seis meses do ano foram sinónimo de preços mais altos. Neste período, o metro quadrado encareceu 9,4% para um valor mediano de 5,47 euros, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Lisboa, como tem sido habitual, continua a ser a cidade mais cara para arrendar casa, mas a Amadora tem subido várias posições. Ocupa agora o quinto lugar e está quase tão cara como o Porto.

Já há vários meses que a Amadora vem sendo destaque em matéria de habitação, subindo vários lugares na tabela de preços. Os dados do INE mostram que, no primeiro semestre, este era o quinto município mais caro para arrendar casa: as rendas fixaram-se nos 8,74 euros por metro quadrado. Imediatamente atrás aparece o Porto, com um valor mediano de 8,93 euros por metro quadrado (uma subida de 7,2%).

O top 3 dos municípios com as rendas mais caras do país estão localizados na capital. Oeiras aparece em terceiro com um valor mediano de 10,35 euros por metro quadrado, à frente de Cascais com 10,58 euros por metro quadrado. A liderar, como tem sido habitual, está Lisboa, onde as rendas subiram 1,8% no primeiro semestre para 11,92 euros por metro quadrado.

Municípios com as rendas mais caras do país

Valor mediano das rendas por metro quadrado | Fonte: INE, 1.º semestre de 2020

No lado oposto da tabela, entre os municípios mais baratos para arrendar casa, estão cinco cidades localizadas no interior do país, cujo valor mediano do metro quadrado está pouco acima dos dois euros. Valpaços (Vila Real) e Macedo de Cavaleiros (Bragança) aparecem no quinto e quarto lugares, com rendas de 2,33 e 2,25 euros por metro quadrado, respetivamente.

O terceiro município mais barato é Sátão, em Viseu, com um valor mediano de 2,22 euros, à frente de Cinfães (Viseu), com 2,21 euros por metro quadrado. O título de município mais barato do país para arrendar casa no primeiro semestre vai para Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, onde o metro quadrado custa, em média, 2,19 euros.

Municípios com as rendas mais baratas do país

Valor mediano das rendas por metro quadrado | Fonte: INE, 1.º semestre de 2020

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IFRRU 2020 atinge os 704 milhões de investimento com 248 projetos

O programa de incentivo à reabilitação urbana já financiou 248 projetos em mais de 70 municípios espalhados pelo país. Foi recentemente distinguido pela Comissão Europeia.

Arrancou há cerca de três anos e, desde então, já bateu os 700 milhões de euros de investimento. O IFFRU 2020 é um programa de incentivo à reabilitação urbana com apoios comunitários e, desde a sua criação, já financiou 248 projetos em mais de 70 municípios, revelou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação (MIH). E nem a pandemia travou a iniciativa.

“O IFFRU 2020 aumentou a sua execução nos últimos meses, conseguindo apesar da pandemia chegar aos 248 contratos assinados, num investimento de 704 milhões de euros de investimento para a reabilitação integral de edifícios e melhoria do seu desempenho energético“, refere o ministério de Pedro Nuno Santos, em comunicado enviado esta quinta-feira.

De todos estes projetos, 105 serão para uso habitacional, enquanto 129 serão destinados a atividades económicas e os restantes 14 equipamentos são de utilização coletiva, seja para fins culturais ou sociais, onde se incluem também as residências para estudantes. A maioria dos projetos são promovidos por empresas, enquanto uma pequena parte por particulares, IPSS e câmaras municipais.

Os projetos em execução localizam-se nas Áreas de Reabilitação Urbana, sendo já 74 os municípios das várias regiões do país com financiamentos IFRRU 2020, refere o MIH. O programa foi prorrogado até 2023 e a sua dotação reforçada em dez milhões de euros.

IFRRU 2020 oferece “empréstimos em condições excecionalmente vantajosas”

Na altura do lançamento do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU), em novembro de 2017, criado no âmbito do Portugal 2020, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, afirmou que o objetivo do Governo era “criar as condições para que a reabilitação” fosse “a principal forma de intervenção ao nível do edificado e do desenvolvimento urbano”.

E o caminho tem sido trilhado desde então. O IFRRU 2020 disponibiliza 1,4 mil milhões de euros para intervenções que se destinem à reabilitação integral de edifícios com idade igual ou superior a 30 anos, de espaços e unidades industriais abandonadas e ainda a intervenções em frações privadas inseridas em edifícios de habitação social, que sejam alvo de reabilitação integral.

Nas palavras do ministro, o IFRRU 2020 permite “empréstimos em condições excecionalmente vantajosas” face às existentes no mercado (em termos de taxas de juro, maturidades e períodos de carência), com verbas vindas de diversas fontes, em que 700 milhões são fundos públicos e comunitários e os outros 700 milhões colocados por quatro bancos.

Em dezembro do ano passado, o IFRRU 2020 foi distinguido como um case study de sucesso pela Comissão Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento (BEI).

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Portugal será o quarto país da UE mais beneficiado pelo fundo de recuperação europeu

De acordo com os cálculos do Banco Central Europeu (BCE), Portugal será o quarto país da União Europeia mais beneficiado pelo fundo de recuperação europeu.

Portugal deverá ser o quarto país da União Europeia mais beneficiado pelo Mecanismo de Recuperação e Resiliência criado pelas instituições europeias para combater a crise pandémica. As contas são do Banco Central Europeu (BCE) que coloca a Grécia como a maior beneficiária. Do lado oposto, Alemanha, Holanda e Dinamarca terão, em teoria, de pagar mais do que vão receber.

Em julho, com base numa proposta da Comissão Europeia, o Conselho Europeu (órgão que reúne os chefes de Estado da União Europeia) chegou a acordo para criar um Mecanismo de Recuperação e Resiliência com 312,5 mil milhões de euros de subvenções e 360 mil milhões de euros de empréstimos. Este é o instrumento do qual virá o dinheiro para financiar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de cada país, cujo esboço tem de ser entregue até 15 de outubro pelo Governo.

Definido o montante do Mecanismo, os líderes europeus tiveram de decidir qual a chave de distribuição dos fundos europeus. Ficou assente que 70% das subvenções serão alocadas com base nas diferenças entre países entre 2015 e 2019, assumindo indicadores como a população, o PIB per capita e a taxa de desemprego média. Os restantes 30% serão alocados consoante a queda do PIB em 2020 e nos anos seguintes. Neste momento as estimativas apontam que, no total, Portugal deverá receber 12,9 mil milhões de euros em subvenções (a fundo perdido) através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência. Porém, o número final poderá ser diferente, consoante a evolução da economia nos próximos anos.

Com base nas previsões dos outros países, os técnicos do Banco Central Europeu (BCE) fizeram as contas e chegaram à conclusão, numa publicação divulgada esta quarta-feira, que a Croácia será o país da União Europeia mais beneficiado pelo Mecanismo de Recuperação e Resiliência, seguindo-se a Bulgária, Grécia e Portugal, com o mesmo valor da Eslováquia. Do lado oposto estão os países que, em teoria, terão de pagar mais do que o que vão receber, como é o caso da Alemanha, Holanda e Dinamarca.

A chave de distribuição do Mecanismo de Recuperação e Resiliência assegura uma forte ajuda macroeconómica para os países mais vulneráveis“, escrevem os economistas do BCE, assinalando que serão os países mais afetados pela crise pandémica que vão sair mais beneficiados.

Subvenções líquidas do fundo de recuperação europeu para cada país em percentagem do PIB de 2019

Fonte: Cálculos do Banco Central Europeu com base nos dados da Comissão Europeia e no que ficou acordado no Conselho Europeu de julho.

Esta estimativa é líquida, ou seja, desconta do que cada país recebe o que poderá vir a pagar para que a Comissão Europeia consiga reembolsar a dívida que vai contrair junto dos mercados financeiros. O montante que cada país poderá vir a pagar corresponde ao peso de cada Estado-membro no rendimento nacional bruto da União Europeia. Contudo, não é certo que a dívida vá ser paga desta forma.

A opção preferida do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia e de muitos Estados-membros é dotar a União Europeia de mais receitas, através de novos recursos próprios, para que não seja necessário recorrer a mais contribuições dos Estados-membros ou a uma redução de futuros Quadros Financeiros Plurianuais (QFP), o orçamento europeu “normal”. A proposta que já foi aprovada no Parlamento mas necessita do aval do Conselho passa por criar uma taxa sobre os gigantes do digital, um mecanismo de ajustamento de carbono nas fronteiras, uma taxa sobre as transações financeiras, um sistema de emissões de carbono ou uma nova contribuição sobre os plásticos.

No total, o fundo de recuperação europeu, apelidado de Próxima Geração UE, deverá ter um “volume significativo” ao representar quase 5% do PIB da Zona Euro de 2019. Porém, os especialistas do banco central avisam que é “essencial” que a ajuda europeia não seja “contrariada por uma retirada prematura dos estímulos orçamentais ao nível nacional”. Em causa está o momento da reativação das regras orçamentais europeias, que foram suspensas em março deste ano, mas que os técnicos consideram ser “expectável” que a suspensão seja prolongada, o que irá permitir aos Governos manter os estímulos orçamentais durante mais tempo.

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FMI sugere que previsões económicas podem melhorar um pouco

  • Lusa
  • 24 Setembro 2020

Apesar de admitir que as perspetivas económicas podem ser menos desastrosas do que o esperado em junho, Gerry Rice salientou que a economia mundial não está "fora de dificuldades".

As perspetivas para a economia mundial são menos catastróficas do que o esperado em junho, indicou esta quinta-feira o porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), sugerindo que as próximas previsões, que serão divulgados em 13 de outubro, podem melhorar.

“Os dados económicos recentes sugerem que as perspetivas podem sem um pouco menos desastrosas do que quando foram divulgadas as previsões de crescimento no dia 24 de junho”, declarou Gerry Rice em declarações aos jornalistas, sublinhando que “algumas partes da economia mundial” começam a ultrapassar as dificuldades criadas pela pandemia de covid-19.

Nas previsões macroeconómicas que divulgou em junho, o FMI apontava para uma queda de 4,9% da economia mundial em 2020, depois de ter antecipado uma recessão de 3% em abril.

O porta-voz salientou, no entanto, que a economia mundial não está “fora de dificuldades”. Tirando a China, as perspetivas “continuam muito difíceis, em particular para muitos mercados emergentes e países em desenvolvimento”. “A situação é particularmente delicada para economias dependentes do turismo e as necessidades de financiamento continuam significativas”, indicou.

“No segundo trimestre, o desempenho da China e de um determinado número de outras economias avançadas foi melhor do que o previsto”, adiantou Rice. Após uma paralisação total da atividade mundial, os países começaram no segundo trimestre a aliviar as medidas de confinamento adotadas para conter a pandemia.

O FMI apontou também um outro elemento positivo: “sinais de que o comércio mundial começa a recuperar lentamente”. “Estamos muito preocupados com o facto de esta crise estar a anular os progressos em matéria de redução da pobreza que foram feitos nos últimos anos e reverter os progressos feitos para o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável”, afirmou o porta-voz.

O FMI indicou que também está atento ao endividamento dos países, quando há “um aumento significativo da vulnerabilidade da dívida” para muitos deles.

(Notícia atualizada com mais informações às 18h30)

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Covid-19: Prolongada proibição de festivais e espetáculos até 31 de dezembro

  • Lusa
  • 24 Setembro 2020

Os espetáculos ainda "podem excecionalmente ter lugar, em recinto coberto ou ao ar livre, com lugar marcado", após comunicação prévia e "no respeito pela lotação" definida pela Direção-Geral da Saúde.

A realização de festivais e espetáculos em recinto coberto ou ao ar livre continuará proibida até 31 de dezembro, enquanto vigorar a situação de contingência por causa da Covid-19, segundo decisão do Conselho de Ministros.

A proibição de festivais e espetáculos “de natureza análoga” tinha sido definida por lei em março passado e vigorava até 30 de setembro, tendo o prazo sido alargado até 31 de dezembro, por causa do prolongamento da situação de contingência em Portugal continental.

Ainda assim, segundo a lei, os espetáculos “podem excecionalmente ter lugar, em recinto coberto ou ao ar livre, com lugar marcado”, após comunicação prévia e “no respeito pela lotação especificamente definida pela Direção-Geral da Saúde, em função das regras de distanciamento físico”, adequadas à evolução da pandemia.

O Conselho de Ministros decidiu esta quinta-feira prolongar a vigência da situação de contingência em Portugal continental até às 23:59 de 31 de dezembro face a um quadro de aumento de casos de Covid-19 nas últimas cinco semanas.

Segundo a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a situação de contingência será reavaliada pelo executivo dentro de duas semanas, então já com uma análise mais aprofundada sobre o impacto das primeiras semanas de aulas nas escolas.

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Agricultores querem produzir energias renováveis com recurso a fundos europeus

  • Lusa
  • 24 Setembro 2020

A confederação defende que importa garantir o aproveitamento eficiente e integral dos recursos energéticos endógenos associados à agricultura, à floresta e à pecuária.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defendeu esta quinta-feira a criação de um programa que permita aos agricultores produzir energias renováveis, dando resposta ao desafio das alterações climáticas.

“Na linha de ambição europeia de promover a utilização de energias renováveis e corresponder aos desafios das alterações climáticas, a CAP preconiza a implementação de um programa que permita aos agricultores portugueses produzirem energia renovável, valorizando os recursos e tendo em conta as especificidades próprias do setor, através de um balanço do consumo anual ou intra-anual de três anos, de forma a abranger as especificidade e a sazonalidade dos consumos”, lê-se no documento “Ambição Agro 2020-30”.

Em causa está um conjunto de propostas, esta quinta-feira apresentadas em Lisboa, que pretendem enquadrar a visão do setor agrícola na recuperação económica do país. Segundo a CAP isto pode passar pela criação de uma conta corrente, que permita a produção de energia durante o dia e “o correspondente consumo” durante a noite, “promovendo a descarbonização”.

Para o setor, uma parte dessa produção deverá poder ser considerada como autoconsumo renovável. No entanto, a confederação ressalvou que importa garantir o aproveitamento eficiente e integral dos recursos energéticos endógenos associados à agricultura, à floresta e à pecuária.

“Estes objetivos poderão ser atingidos através da mobilização dos fundos europeus e nacionais destinados à ação climática e à transição energética, assente na incorporação de renováveis e aumento da eficiência energética, incluindo, se for caso disso, o novo mecanismo de recuperação e resiliência”, considerou.

No que se refere à tecnologia a digitalização, a CAP defendeu ser preponderante avançar para uma “agricultura de precisão, com base na implementação de sistemas tecnológicos”, por exemplo, com suporte em robots, satélites e drones.

“Considerando as vantagens inerentes à utilização de sensores no solo e no ar para a aplicação localizada e precisa de adubos e produtos fitofarmacêuticos, assim como na gestão de água de rega […] a CAP propõe a comparticipação de sistemas digitais de gestão de solo e água, bem como no desenvolvimento das culturas em paralelo com uma necessidade e urgente implementação de tecnologia avançada com base em banda larga em todo o território”, avançou. Para a CAP estes investimentos podem ser financiados pelos fundos da política de coesão, bem como pelos dedicados à agricultura.

Já para mitigar as alterações climáticas os agricultores propõem a implementação de novas infraestruturas de retenção, armazenamento e distribuição de águas, “promovendo a indispensável fixação de população no território e contribuindo também para a mitigação do perigo de incêndio”, recorrendo a fundos da política de coesão e ao mecanismo de recuperação e resiliência.

A promoção comercial e valorização interna e externa é outra das áreas sob a qual a CAP se debruçou, pedindo a criação de estruturas regionais dedicadas à promoção e à valorização da produção agrícola nacional, nas quais os agricultores possam “conquistar uma maior quota de mercado”, fixando no país “uma parte considerável da mais-valia associada a esta valorização”, utilizando também para isso os fundos de coesão em complemento com os mecanismos de apoio ao desenvolvimento rural.

No que se refere às florestas, área que está sob a alçada do Ministério do Ambiente, os agricultores propõem a criação de um plano nacional de instalação de uma rede primária e de uma rede periurbana de faixas de gestão combustível.

“Este investimento estrutural público, do domínio da proteção civil, que permitirá diminuir substancialmente o risco em território rural e potenciar uma atividade agroflorestal economicamente viável deve, na fase de instalação, promover o reordenamento fundiário desses espaços estratégicos e a devida compensação dos proprietários”, notou, acrescentando que a criação do programa deverá ser feita com o apoio de um fundo de combate às alterações climáticas.

A “Ambição Agro 2020-30” destaca ainda que Portugal precisa de mais agroindústria com “sólida componente técnica”, alicerçada em cadeias de aprovisionamento que liguem o produtor ao consumidor. “Para preconizar estes objetivos […], considera-se importante aprofundar a complementaridade que se verifica hoje em dia nas intervenções financiadas pelo Fundo Europeu Agrícola e de Desenvolvimento Rural e o Fundo Europeu de Desenvolvimento regional”, sublinhou.

Por último, a CAP vincou que o setor “não pode ficar de fora das futuras políticas em matéria de inovação de base científica”, orientadas para a exportação de produtos e sistemas de valor acrescentado

Adicionalmente, os agricultores acreditam que o futuro do setor passa também pela aposta na qualificação, através do aumento de jovens licenciados, mestres e doutores, mas também em ofertas de curta duração, utilizando o programa Horizonte Europa como fonte de financiamento desta mudança.

A Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020/2030 surgiu na sequência de um convite feito em maio pelo primeiro-ministro a António Costa Silva, para que delineasse um programa de médio prazo, de forma a responder de forma estruturada à crise financeira, económica e social provocada pela pandemia da covid-19.

Trata-se de uma proposta programática de médio e longo prazo, dividida em “10 eixos estratégicos: Rede de Infraestruturas indispensáveis; qualificação da população, a aceleração da transição digital, as infraestruturas digitais, a Ciência e Tecnologia; Saúde e o futuro; Estado Social; Reindustrialização do país; Reconversão industrial; Transição energética e eletrificação da economia; Coesão do território, Agricultura e Floresta; Novo paradigma para as cidades e a mobilidade; e Cultura, Serviços, Turismo e Comércio.

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PSI-20 desce há seis sessões consecutivas. BCP em mínimos históricos

A bolsa nacional voltou a descer na sessão desta quinta-feira, acumulando seis quedas consecutivas. É o maior ciclo de perdas desde o final de julho.

A bolsa nacional fechou esta quinta-feira pintada de vermelho. O PSI-20 perdeu 0,93% para os 4.049,520 pontos, acumulando seis sessões consecutivas de perdas. Este é o maior ciclo de perdas desde o final de julho, altura em que o principal índice português também caiu seis sessões seguidas.

Com esta queda, o PSI-20 negoceia em mínimos de 15 de maio, caminhando para ficar abaixo dos 4.000 pontos como aconteceu em março e depois em maio. Faltam menos de 50 pontos para lá chegar.

Neste momento, a nível internacional, os investidores estão receosos quanto ao aumento dos novos casos de Covid-19 em vários países europeus, o que poderá vir a ditar uma recuperação económica mais lenta face ao esperado anteriormente.

A Galp Energia volta a derrapar nesta sessão, registando uma quebra de 3,6% para os 7,982 euros. Segue-se a Ibersol com uma queda de 2,72% para os cinco euros e a Semapa que caiu 2,66% para os 7,31 euros.

Há ainda a queda de 2,14% para os 2,1 euros da Navigator, de 1,62% para os 1,09 euros da Mota-Engil e de 1,59% para os 2,96 euros da Nos. O BCP fechou com uma desvalorização de 1,43% para os 8,27 cêntimos, o que representa um novo mínimo histórico para o banco.

A contrariar a tendência negativa da bolsa portuguesa estiveram quatro cotadas que subiram e duas que ficaram inalteradas. Nas subidas, o destaque vai para a Novabase que valorizou 0,91% para os 3,33 euros.

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PJ confirma que Vieira de Almeida foi alvo de ataque informático

Em janeiro deste ano, a sociedade de advogados Vieira de Almeida garantia ao ECO/Advocatus que não tinha sido alvo de pirataria informática.

A Polícia Judiciária (PJ) confirmou esta quinta-feira que a Vieira de Almeida (VdA) foi alvo de ataque informático de Rui Pinto — arguido no processo do FootballLeakse que essa violação na correspondência eletrónica de um dos três maiores escritórios portugueses está a ser alvo de investigação, num processo autónomo.

Segundo o inspetor da PJ, José Amador, o escritório de advogados que representa a Doyen terá sido igualmente visado – à semelhança do que é imputado a Rui Pinto em relação ao Sporting, Doyen, Federação Portuguesa de Futebol, à sociedade de advogados PLMJ e à Procuradoria-Geral da República – por ter sido encontrada uma denúncia do CEO do fundo de investimento à então procuradora-geral Joana Marques Vidal nos dispositivos apreendidos ao criador da plataforma.

“No meio de outras entidades que tiveram o mesmo tipo de problema foi o escritório de advogados que representava a Doyen, a Vieira de Almeida. Com elevada probabilidade, [os documentos] terão sido exfiltrados do escritório Vieira de Almeida”, afirmou a testemunha do processo Football Leaks na audiência de julgamento desta quinta-feira, sublinhando que foi extraída uma certidão deste processo e que está agora em investigação e sob segredo de justiça. E que, por isso, disse o inspetor, não pode revelar mais pormenores ao coletivo de juízes e audiência que se encontravam no Campus de Justiça, em Lisboa. Contactado pelo ECO, fonte oficial do escritório gerido por João Vieira de Almeida não quis comentar o facto.

Em janeiro deste ano, a sociedade de advogados Vieira de Almeida garantia ao ECO/Advocatus que não tinha sido alvo de pirataria informática. “Essa informação está totalmente incorreta e profundamente enganadora. Faz referência a uma situação de hacking ocorrida há mais de dois anos, não havendo, como admite a própria notícia, qualquer evidência de ligação ao Luanda Leaks”, referindo-se a uma notícia do Público à data (janeiro de 2020) e que dava conta que a VdA tinha sido alvo de um ataque e que não tinha feito queixa às autoridades.

Já esta quinta-feira, de acordo com José Amador, a PJ não se alongou sobre esta situação em específico do escritório de advogados porque “o tempo não dava para mais”, sem deixar de lamentar o indeferimento do pedido de especial complexidade do processo que alargaria o tempo de trabalho da investigação. “Quando nos deparámos com a realidade daqueles discos, percebemos muito rapidamente que estávamos perante uma coisa de dimensão ímpar. Teríamos de ser dez vezes mais e provavelmente isso não chegaria para metade [da informação]”, frisou, acrescentando: “Não tivemos muito tempo para a análise dos ficheiros e isso presidiu à seleção das entidades que figurariam na acusação”. Apenas a violação à correspondência eletrónica e ao sistema informático da PLMJ foi alvo de investigação deste processo que agora está a ser julgado.

Em julho, o ECO já tinha dado conta que a Vieira de Almeida, Abreu Advogados, o sócio da Morais Leitão Carlos Osório de Castro, a Vaz Serra e a RPS Advogados tinham sido alvo de pirataria pelo hacker português Rui Pinto. No total, era uma lista de 33 entidades — públicas e privadas — que deram origem a um novo processo, cujas certidões foram extraídas do Football Leaks, cuja acusação o ECO teve acesso, na altura.

O Ministério da Justiça, a Rede Nacional de Segurança Interna, a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, Liga Portuguesa de Futebol, Atlético de Madrid, Leixões, Urbinvest, Landscape, Fidequity, SIGA, Sable, Grupo Fosun, IURD, Vilarreal, Shaktar, FIFA, UEFA, Benfica, Barcelona, Manchester City, Real Madrid, Inter de Milão, Juventus, Ajax, Club Desportivo Nacional, Futebol Clube do Porto, Record, Correio da Manhã perfaziam a lista dos restantes nomes constantes na acusação, que ainda hoje se encontra em segredo de Justiça.

José Amador admitiu mesmo que houve uma “seleção das entidades” atacadas que “constariam na acusação”. Ainda assim, foi extraída certidão desses alegados ataques — entre eles, o da Vieira de Almeida — e decorrem agora investigações isoladas.

Com efeito, o inspetor realçou que Rui Pinto teria acompanhado desde muito cedo a investigação, ao terem sido encontradas “digitalizações muito vastas do inquérito” e “peças específicas” do processo.

O caso “Luanda Leaks” revelou um conjunto de 715 mil documentos contendo informações sobre Isabel dos Santos, nomeadamente sobre transferências feitas pela empresária angolana para contas offshore no Dubai. E acabou por ser a razão da saída de Jorge Brito Pereira — advogado de anos de Isabel dos Santos — da Uría Menéndez-Proença de Carvalho e ex-PLMJ.

Rui Pinto, de 31 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, por 14 de violação de correspondência e por seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol e a Procuradoria-Geral da República, e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto, então representante de Rui Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e o seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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