Parlamento chumba divulgação integral da auditoria ao Novo Banco

Proposta do Bloco de Esquerda para a divulgação pública imediata e integral do relatório da auditoria especial ao Novo Banco realizada pela Deloitte foi chumbada.

Os votos contra do PS e do PSD chumbaram esta quarta-feira a proposta do Bloco de Esquerda para a divulgação pública imediata e integral do relatório da auditoria especial do Novo Banco realizada pela Deloitte, que teve abstenção da Iniciativa Liberal e CDS e os votos favoráveis dos bloquistas e comunistas.

O Bloco pretendia que o relatório da auditoria que revelou perdas de 4.000 milhões de euros no Novo Banco com origem no BES fosse divulgado completamente e não apenas na versão confidencial com informação truncada que foi divulgada no início do mês pelo Parlamento.

Havia ainda uma proposta do Chega no mesmo sentido, mas a falta de comparência do deputado André Ventura levou a Comissão de Orçamento e Finanças (COF) a não votá-la.

Por outro lado, foi de forma unânime que foi aprovada a proposta do grupo parlamentar socialista relativamente ao pedido ao Novo Banco e ao Banco de Portugal para que disponibilizem, a título confidencial, a carta do Banco Central Europeu relativa à análise e resposta à auditoria especial.

Alteração das regras de nomeação do BdP adiada

A reunião da Comissão de Orçamento e Finanças adiou ainda a votação da proposta do PAN sobre a alteração das regras de nomeação do governador e administradores do Banco de Portugal, a pedido dos sociais-democratas.

A proposta do PAN prevê, entre outros, um regime de incompatibilidades e conflitos de interesse para membros do governo nos cinco anos antes da sua designação para o supervisor bancário. Aliás, o tema levantou-se com a recente nomeação do ex-ministro Mário Centeno para o cargo de governador.

“É incompreensível este pedido de adiamento do PSD. (…) O que se pretende é reforçar os poderes da Assembleia da República para ter uma palavra a dizer, em particular, na nomeação do governador do Banco de Portugal. O Governo prepara-se para mudar o conselho de administração e era importante termos estas regras em vigor”, disse a deputada do PAN Inês de Sousa Real à saída da reunião.

(Notícia atualizada às 12h12)

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Terapia inovadora luso-canadiana promete eliminar Covid-19 em segundos

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

A terapia inovadora pretende eliminar "em poucos segundos” o vírus que provoca a Covid-19, a partir das fossas nasais, através da inativação de bactérias multirresistentes com terapia fotodinâmica.

Um consórcio formado pela Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e duas empresas, uma portuguesa e outra canadiana, quer desenvolver uma terapia inovadora para eliminar “em poucos segundos” o vírus que provoca a Covid-19, foi esta quarta-feira anunciado.

Denominado FOTOVID, o projeto pretende eliminar o vírus SARS-CoV-2, responsável pela doença de Covid-19, “logo na principal ‘porta de entrada’ no organismo, isto é, nas fossas nasais, usando a terapia fotodinâmica”, afirma a Universidade de Coimbra (UC), numa nota enviada esta quarta-feira à agência Lusa.

A investigação, que “acaba de obter 450 mil euros de financiamento” do Programa Operacional Centro 2020, reúne em consórcio a UC, através de equipas multidisciplinares das faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e as empresas LaserLeap, de Coimbra, que coordena o projeto, e Ondine Biomedical (Canadá), líder mundial na fotodesinfeção antibacteriana.

O FOTOVID assenta no “conhecimento recente de que o SARS-CoV-2 se associa a uma proteína preferencialmente presente nas cavidades nasais, onde se cria um reservatório de vírus responsável pela transmissão da doença e generalização da infeção”, referem os responsáveis do consórcio.

Assim, “a inativação dos vírus presentes nas cavidades nasais nas fases iniciais da doença Covid-19 poderá acelerar o tratamento, permitir que apenas se manifestem as formas mais benignas da doença e contribuir para impedir a propagação da pandemia”.

Partindo de uma tecnologia de desinfeção nasal criada pela empresa canadiana parceira no projeto, que já é utilizada em todo mundo para eliminar bactérias multirresistentes, o consórcio vai desenvolver uma terapia inovadora capaz de matar vírus, em particular o coronavírus responsável pela Covid-19.

A investigação será, assim, “muito mais rápida e, em caso de sucesso, a colocação no mercado será mais fácil e a custo reduzido”, destaca a UC.

“Esta é a inovação do projeto, pois a tecnologia nunca foi aplicada na inativação de vírus”, sublinha, citado pela UC, Luís Arnaut, um dos cientistas envolvidos na investigação.

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“Estamos a propor um procedimento já com elevado grau de sofisticação, que já demonstrou ser eficaz na desinfeção de fossas nasais, mesmo para bactérias multirresistentes onde as alternativas terapêuticas existentes falham sempre, ou seja, tem sido possível fazer a inativação de bactérias multirresistentes com a terapia fotodinâmica”, esclarece.

“Este elevado grau de sofisticação faz prever o maior sucesso da terapia para combater a Covid-19”, sustenta Luís Arnaut.

Na prática, sintetiza o catedrático da FCTUC, o consórcio propõe “um reposicionamento de moléculas”, ou seja, recorre a uma terapia que “está a ser usada para destruir bactérias multirresistentes”, reposicionando-a para matar vírus.

Os primeiros testes terão início em outubro, na Faculdade de Medicina da UC, com amostras de vírus de doentes infetados por Covid-19, fornecidas pelo CHUC.

Posteriormente, quando for comprovada a eficácia da inativação fotodinâmica do vírus, seguir-se-ão os ensaios clínicos (que serão coordenados pelos especialistas Manuel Santos Rosa e José Saraiva da Cunha) com doentes voluntários, previsivelmente no próximo ano.

A terapia fotodinâmica é um tratamento não invasivo, rápido (pode durar apenas alguns segundos) e de baixo custo.

Os responsáveis do projeto defendem que esta tecnologia tem como objetivo ser a primeira opção terapêutica, eliminando o vírus numa fase muito inicial e impedindo, deste modo, a evolução da doença para fases mais graves.

Esta é uma alternativa terapêutica, que consiste em atacar diretamente a porta de entrada do vírus no organismo, para reduzir a carga viral no sítio onde ela é mais crítica, sintetiza Luís Arnaut.

A tecnologia “é para ser aplicada numa fase inicial de tratamento, para evitar complicações posteriores, em ambulatório”, concluiu.

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Governo prevê défice de 7,0% para este ano

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

O Governo prevê para este ano um défice de 7%, segundo o reporte a Bruxelas divulgado esta quarta-feira, acima dos 6,3% apontados no Orçamento Suplementar, mas em linha com a revisão de João Leão.

O Governo prevê para este ano um défice de 7,0%, segundo o reporte a Bruxelas divulgado esta quarta-feira, acima dos 6,3% apontados no Orçamento do Estado Suplementar, mas em linha com a revisão anunciada em julho pelo ministro das Finanças.

No Orçamento do Estado Suplementar o Governo apontou para um défice de 6,3% para o conjunto do ano de 2020, mas em julho o ministro das Finanças, João Leão, informou o parlamento que o Governo pretende rever a sua previsão de défice para 7%, incorporando as alterações ao Orçamento Suplementar, com impacto na despesa e na receita devido ao impacto da pandemia de Covid-19.

As estimativas para 2020 constantes do reporte enviado a Bruxelas são da responsabilidade do Ministério das Finanças, tendo como base o cenário macroeconómico e orçamental subjacente ao Orçamento do Estado Suplementar para 2020, aprovado pela Assembleia da República, que já incorpora o impacto da pandemia de covid-19.

As previsões do Governo apontam para um défice das Administrações Públicas (AP) de 13.972,2 milhões de euros, que, segundo os dados provisórios divulgados também esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), compara com um excedente de 177,0 milhões de euros em 2019.

Este agravamento do défice público previsto para 2020 resulta sobretudo da deterioração do défice da Administração Central, que deverá passar dos -3.383,2 milhões de euros de 2019 (números provisórios do INE) para -14.409,7 milhões de euros este ano.

Já a Administração Local, cujos dados provisórios apontam que tenha registado em 2019 um excedente de 588,5 milhões de euros, deverá terminar 2020 com um défice de 120,3 milhões de euros, enquanto os Fundos de Segurança Social (subsetor das AP responsável pelo fornecimento de prestações sociais como as pensões e subsídios de doença e desemprego) deverão recuar dos 2.971,6 milhões de euros no ano passado para 557,9 milhões de euros no final deste ano.

No reporte a Bruxelas, o executivo prevê ainda um agravamento do rácio da dívida bruta das AP (consolidada) para 133,8% do PIB, contra os 117,2% reportados pelo INE para 2019 (números provisórios). Dos 249.985,1 milhões de euros apontados pelo INE para o ano passado (valor provisório), a dívida bruta das AP deverá aumentar para 268.302,2 milhões de euros no final de 2020, prevê o Governo.

Nos resultados provisórios divulgados esta quarta-feira, o INE reviu em baixa o valor do excedente das contas públicas em 2019 para 0,1%, face aos 0,2% avançados em março.

Segundo o instituto, em 2019 o saldo das AP (capacidade de financiamento) atingiu 177 milhões de euros, o que correspondeu a 0,1% do PIB (-0,3% em 2018). Apesar da revisão em baixa face ao valor divulgado em março, trata-se do primeiro saldo orçamental positivo de Portugal desde 1973.

(Notícia atualizada com mais informação às 13h03)

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Excedente de 0,2% de Centeno em 2019 foi, afinal, de 0,1%

Afinal, o excedente orçamental de 2019 foi mais pequeno. O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em baixa de 0,2% do PIB para apenas 0,1%.

O primeiro excedente orçamental da democracia portuguesa foi, afinal, mais pequeno do que o estimado anteriormente. O “brilharete” de Mário Centeno, ex-ministro das Finanças, foi de 0,1% do PIB e não de 0,2% do PIB, por causa de uma revisão nas contas da administração local. Os números foram revistos esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que reduziu também o défice de 2018 para 0,3%.

Em março deste ano, a primeira estimativa para o saldo orçamental do conjunto do ano de 2019 apontava para um excedente orçamental de 0,2% do PIB. Seis meses depois, o INE revê em baixa esse valor por causa da incorporação de mais informação, neste caso da administração local.

De acordo com o destaque desta quarta-feira, o excedente orçamental de Mário Centeno, agora governador do Banco de Portugal, foi de 0,1%, metade do estimado anteriormente, o equivalente a 177 milhões de euros. Contudo, também esta estimativa é ainda provisória, podendo ser alvo de novas revisões no futuro.

A principal revisão em 2018 e 2019 ocorre na Administração Local (+138,8 milhões de euros e -147,9 milhões de euros, respetivamente), em consequência da incorporação de informação para os municípios baseada na especialização do exercício“, explica o gabinete de estatísticas, acrescentando que “as revisões dos resultados para 2019 refletem, sobretudo, a apropriação de dados da Informação Empresarial Simplificada (IES) e de outra informação baseada na especialização do exercício (accrual), em lugar de informação baseada em fluxos de caixa, para um conjunto mais vasto de entidades”.

Défice foi menor em 2018 e PIB cresceu mais

Por outro lado, o défice orçamental de 2018 foi ainda mais pequeno: a estimativa inicial apontava para os 0,5% do PIB, depois foi revisto em baixa para 0,4% e agora é de novo revisto em baixa para 0,3%. Este valor é já o final.

Além disso, noutro destaque, o INE revela que o PIB de 2018 cresceu mais do que o estimado anteriormente: “Os resultados agora divulgados traduzem uma revisão do PIB em +0,4% (0,2 p.p. em volume e 0,2 p.p. no deflator) em 2018”. Ou seja, o PIB cresceu 2,8%, em termos homólogos, e não 2,6%.

O que explica esta revisão em alta? “As principais revisões em 2018 ocorreram na Despesa de Consumo Final das Administrações Públicas (+252 milhões de euros), nas Importações (-251 milhões de euros) e na Variação de Existências (cerca de 470 milhões de euros)”, explica o gabinete de estatísticas.

(Notícia atualizada às 12h23 com mais informação)

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Poupança das famílias atinge máximo de sete anos durante a pandemia. Taxa foi de 10,6%

Desde 2013 que os portugueses não poupavam tanto como durante o segundo trimestre do ano. A queda do consumo, em sequência da pandemia, levou ao aumento da taxa de poupança.

Em plena pandemia, a poupança dos portugueses acelerou para um novo máximo. A taxa de poupança em Portugal aumentou no segundo trimestre para os 10,6%, subindo 3,1 pontos percentuais face ao valor registado no primeiro trimestre (7,5%), de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE. Esta é a taxa de poupança mais elevada desde o segundo trimestre de 2013 (10,8%).

O “salto” na taxa de poupança resulta sobretudo da diminuição de 3,7% do consumo final. O gabinete de estatísticas público explica que a diminuição da despesa de consumo “mais do que compensou a redução de 0,4% do Rendimento Disponível Bruto (RDB)”, acrescentando que “esta redução foi determinada pela diminuição de 0,6% das remunerações e de 1,1% do Excedente bruto de exploração (EBE)”.

O INE esclarece que “os efeitos da pandemia Covid-19 têm um impacto significativo sobre os atuais resultados” divulgados esta quarta-feira, nomeadamente o estado de emergência decretado a 18 de março, que estabeleceu o encerramento temporário de várias atividades económicas e restrições à livre circulação de pessoas, e a sua substituição pela situação de calamidade que vigorou até ao final de junho. Determinações que resultaram em quebras de consumo.

O INE alerta que a taxa de poupança é muito influenciada por efeitos de natureza sazonal e que no caso das famílias, os pagamentos dos subsídios de férias (que podem ocorrer no 2º ou no 3º trimestre) e dos subsídios de Natal (geralmente no 4º trimestre) determinam fortemente o comportamento da taxa de poupança. Face a essas circunstâncias, a taxa de poupança no 1º trimestre de cada ano é a mais baixa (até mesmo negativa).

“Apesar deste forte efeito sazonal, no contexto da pandemia Covid-19 importa ainda assim avaliar o comportamento da taxa de poupança”, frisa ainda o INE.

A poupança mede a parte do rendimento disponível que não é afeta à despesa de consumo final. Deste modo, a taxa de poupança é calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível.

(Notícia atualizada às 11h50)

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Pandemia põe Portugal com défice de 5,4% no primeiro semestre

O INE divulgou esta quarta-feira o saldo orçamental relativo ao primeiro semestre deste ano. Isolando o segundo trimestre, o défice foi de 10,5% do PIB.

Em grande parte devido à crise pandémica, o défice orçamental ficou em 5,4% do PIB no primeiro semestre deste ano, em contabilidade nacional, aquela que interessa para as regras europeias, mostram os dados publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No primeiro trimestre, o défice tinha ficado nos 1,1% do PIB. A UTAO estimava um défice de 5,8% para o primeiro semestre.

Considerando o conjunto do primeiro semestre de 2020, o saldo das AP fixou-se -5,4% do PIB em 2020, o que compara com -1,2% em igual período de 2019“, anuncia o INE. A previsão do Governo é que o défice orçamental fique à volta de 7% do PIB este ano por causa da pandemia, mas esta estimativa poderá ser atualizada em breve quando o Ministério das Finanças apresentar o Orçamento do Estado para 2021 em outubro.

É de notar que houve um agravamento bastante expressivo do défice do primeiro para o segundo trimestre. De acordo com o gabinete de estatísticas, o saldo orçamental negativo atingiu os 4.858,2 milhões de euros, o equivalente a 10,5% do PIB. No trimestre homólogo, em 2019, o défice tinha sido de 2,2% do PIB.

Este aumento do défice no segundo trimestre regista-se principalmente do lado da receita, com uma queda homóloga de 10,5%, mas também pelo lado da despesa, que aumentou 6,5%. Ambos foram afetados de forma expressiva pela crise pandémica durante a primeira metade deste ano.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No lado da despesa, registou-se um crescimento de 5,8% da despesa corrente, resultante de acréscimos nas prestações sociais (1,9%), nas despesas com pessoal (2,6%), nos subsídios pagos (470,2%), traduzindo as medidas excecionais de apoio à atividade económica tomadas no contexto da pandemia Covid-19,e na outra despesa corrente (14,1%)”, explica o INE. A despesa com subsídios destaca-se claramente ao ser quase seis vezes superior face ao período homólogo.

Já do lado da receita, “o comportamento da receita corrente deveu-se a diminuições na maior parte das suas rubricas, nomeadamente nos impostos sobre a produção e importação (-18,7%), nas contribuições sociais (-7,7%), nas vendas (-21,7%) e na outra receita corrente (-18,2%), explicadas pelo impacto negativo da pandemia do Covid-19 sobre a economia, tendo os impostos sobre o rendimento e património aumentado 12,6%”.

Porém, é de realçar que o défice orçamental do primeiro semestre poderá ser ainda maior, dependendo do incumprimento dos contribuintes. Isto é, por causa da possibilidade de adiamento do pagamento de impostos, o INE teve de fazer um ajustamento temporal “que visa aproximar o período de registo da receita do período em que se gerou a obrigação de pagamento”, tal como já tinha feito no primeiro trimestre.

No conjunto do primeiro semestre, esse ajustamento é de 2.000 milhões de euros a mais para a receita fiscal, fruto do “ajustamento adicional de modo a incluir os pagamentos futuros na receita do período em que se gerou a obrigação de pagamento”, devido às medidas de pagamento fracionado de imposto e contribuições sociais. “Note-se que poderá ser necessário proceder à revisão regular desse ajustamento adicional à medida que os pagamentos fracionados forem realizados“, alerta o INE.

(Notícia atualizada às 11h43 com mais informação)

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BCE propõe à UE que torne o fundo de recuperação permanente

  • ECO
  • 23 Setembro 2020

Banco central concluiu que o fundo "assegura apoio macroeconómico mais forte a países mais vulneráveis". Sugere, por isso, que seja integrado de forma permanente nos instrumentos orçamentais europeus.

O Banco Central Europeu (BCE) defende que o fundo de recuperação da União Europeia seja transformado num instrumento permante. A proposta é dirigida aos Estados-membros da União Europeia, numa altura em que a Comissão Europeia se prepara para emitir 750 mil milhões de euros em dívida para apoiar a economia do euro, incluindo através de 390 mil milhões em subvenções a fundo perdido.

Numa análise a que o Financial Times (acesso condicionado / conteúdo em inglês) teve acesso, o BCE avaliou o benefício do fundo para cada país. Concluiu que o fundo “assegura um apoio macroeconómico mais forte a países mais vulneráveis”. Países como Croácia e Bulgária vão ter um ganho líquido (excluindo as contribuições que terão de fazer) superior a 10% do PIB pré-Covid, seguindo-se a Grécia com 9%. Entre os maiores beneficiários estão igualmente Portugal (5,4%), Espanha (3,4%) e Itália (1,9%).

Apesar de ser um instrumento não recorrente, o BCE defende que o fundo “poderá dar lições para a união económica e monetária, à qual ainda falta a capacidade orçamental permanente a nível supranacional para a estabilização macroeconómica em cada de uma crise profunda”, aponta. A entidade monetária liderada por Christine Lagarde terá assim sugerido que o fundo de recuperação seja integrado no arsenal dos decisores políticos quando voltarem a ser implementas as regras orçamentais da UE, de acordo com o FT.

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José Neves é o primeiro português a integrar movimento de Bill Gates. Vai doar dois terços da fortuna

  • Trabalho
  • 23 Setembro 2020

O empresário José Neves, fundador da Farfetch, é o primeiro português a juntar-se à organização The Giving Pledge. Compromete-se a doar pelo menos dois terços da sua fortuna à sua própria fundação.

José Neves, fundador da Farfetch, tornou-se signatário da organização filantrópica The Giving Pledge, um movimento filantrópico fundado por Bill Gates, Melinda Gates e Warren Buffett, em que os signatários se comprometem a doar pelo menos metade dos seus ativos e bens. O empresário compromete-se a doar dois terços dos seus ativos ao longo da vida, através da Fundação José Neves, anunciada a 17 de setembro, com grande foco na educação.

O The Giving Pledge é um movimento criado em 2010 e que integra 211 das personalidades mais ricas de 24 nacionalidades, que estão dispostas a doar parte das suas fortunas para causas filantrópicas, atuando em causas tão diversas como o combate à pobreza, a reforma da justiça, o auxílio em catástrofes, a educação ou a saúde e investigação médica. Trata-se de um compromisso moral, que inspira os signatários a tornar públicas as suas intenções e planos filantrópicos, tornando-se catalisadores de uma nova norma social e moral, de uma forma diferente de dar e melhorar o mundo.

São signatários do The Giving Pledge, entre outros, os fundadores, Bill e Melinda Gates e Warren Buffett, o fundador do Facebook Mark Zuckerberg e ainda o CEO da Tesla, Elon Musk.

Esta missão traduz-se em quatro pilares de atuação, através dos quais serão desenvolvidos programas e ferramentas práticas para que os portugueses possam aprender ao longo da vida: a promoção do acesso à aprendizagem, o potenciar de competências para o futuro, o projetar da educação de futuro e o despertar do desenvolvimento pessoal.

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O primeiro passo da Fundação José Neves será o empréstimo de 5 milhões de euros a 1.500 estudantes para investirem na sua formação. O objetivo de José Neves é ajudar a “transformar Portugal numa sociedade de conhecimento e de colocar o país na liderança do desenvolvimento humano”.

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“Stakeholders já não olham apenas para os dados financeiros, mas também para os critérios ESG”

Manuel Mota, Partner da EY de Serviços de Sustentabilidade e Alterações Climáticas, sublinhou que a consultora quer ter papel ativo na recuperação verde da economia: "Queremos ser modelo a seguir".

Em mais uma edição das Capital Verde Web Talks, uma série de conversas online com os Parceiros Fundadores e Agentes de Mudança do Capital Verde, a primeira plataforma online especializada em Finanças Sustentáveis e Green Economy em Portugal, Manuel Mota, Partner da consultora EY para os Serviços de Sustentabilidade e Alterações Climáticas, garantiu que “as empresas portuguesas estão agora a querer retomar alguma normalidade nas suas atividades e os seus investimentos, que tinham ficado de parte”. Isto depois de uma fase em que estiveram “mais focadas em lutar pela sua sobrevivência”

“A economia não pode parar, o investimento não pode parar, mas as preocupações com a sustentabilidade e as alterações climáticas também não podem parar. As empresas estão a querer retomar projetos que tinham em mãos. Resta saber se a pandemia e o risco de uma segunda vaga o permitirá”, disse Manuel Mota.

http://videos.sapo.pt/Fy54HZH3ZDcjAke8RUQs

Sobre a recuperação verde em curso, o Partner da EY sublinhou que a consultora quer ter um papel ativo na recuperação da economia. “Queremos impactar enquanto exemplo a seguir e sermos vistos como uma organização que contribui ativamente para uma maior consciência para os temas da emergência climática e sustentabilidade”, referiu, sublinhando o papel da consultora como auditora de informação não financeira.

“É através disso que vamos conferir grau de credibilidade que é cada vez mais apreciado pelos stakeholders nas suas tomadas de decisão. Já não olham apenas para dados financeiros mas também para os critérios ESG, ambientais, sociai e de governance”, rematou.

O Capital Verde, do ECO, a primeira plataforma online especializada em Finanças Sustentáveis e Green Economy em Portugal, estrou em julho uma série de conversas online com os seus Parceiros Fundadores e Agentes de Mudança.

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Economia europeia perde gás com aumento de casos de Covid-19

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

A atividade empresarial na zona euro continuou a abrandar em setembro. O índice mostra tendências "divergentes" por setor e país, sublinha a Markit.

A atividade empresarial na zona euro continuou a abrandar em setembro, um mês em que “estagnou” devido ao recrudescimento dos contágios por covid-19 e às medidas de distanciamento, que afetaram a procura, anunciou hoje a Markit.

A estimativa ‘flash’ do índice composto PMI (Purchasing Managers’ Index) da atividade total da zona euro, publicado esta quarta-feira pela empresa de consultoria Markit, foi de 50,1 pontos em setembro, inferior ao de 51,9 pontos de agosto e apenas ligeiramente acima do limiar de 50 pontos que separa o crescimento do declínio.

O índice mostra tendências “divergentes” por setor e país, sublinha a Markit, porque enquanto a produção industrial acelerou a sua atividade graças a novas encomendas, especialmente na Alemanha, os serviços contraíram-se em linha com o aumento do contágio.

A Alemanha liderou a recuperação em setembro graças à produção industrial, que cresceu ao ritmo mais rápido desde janeiro de 2018, enquanto a França registou uma deterioração da atividade devido ao fraco desempenho dos serviços.

Em setembro, a perda de empregos manteve-se pelo sétimo mês consecutivo, embora a um ritmo mais lento, graças à melhoria das expectativas da indústria.

As encomendas pendentes abrandaram, enquanto os preços cobrados caíram pelo sétimo mês consecutivo, apesar do aumento dos custos devido tanto à apreciação do euro como ao aumento do preço dos serviços.

Apesar desta situação, as expectativas comerciais para o próximo ano estão no ponto mais alto desde fevereiro, principalmente devido ao otimismo acerca do fim das “perturbações” geradas pela pandemia.

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Elvira Fortunato vence prémio europeu Horizon Impact Award 2020

O projeto "Invisible" da cientista Elvira Fortunato, que desenvolveu o primeiro ecrã produzido com materiais sustentáveis, foi o único português e o vencedor do concurso Horizon Impact Award 2020.

Elvira Fortunato é a vencedora do prémio europeu Horizon Impact Award 2020, que distingue projetos com impacto na sociedade. O prémio de 10 mil euros foi atribuído ao projeto “Invisible, que permitiu desenvolver o primeiro ecrã produzido com materiais sustentáveis. O ecrã foi desenvolvido no Centro de Investigação de Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da NOVA, em parceria com a Samsung. Foi o único projeto português a chegar aos dez finalistas e foi anunciado esta quarta-feira, durante o European Research and Innovation Days.

O projeto da cientista e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa já foi comercializado por diversas empresas e trata-se de uma nova área tecnológica ao serviço de diferentes indústrias, como a impressão a jato de tinta ou os diagnósticos médicos inteligentes.

Para Elvira Fortunato, “este prémio representa um reconhecimento do trabalho de investigação numa área pioneira a nível europeu e gostaria de o dedicar à melhor equipa do mundo: CENIMAT|i3N”, refere a vencedora, em comunicado.

No vídeo, pode ver um pouco mais sobre os dez finalistas do concurso Horizon Impact Award 2020, que distingue os projetos financiados pela União Europeia, no âmbito do programa Horizonte 2020, cujos resultados criaram impacto social na Europa e no mundo.

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Tesla quer ter carro elétrico por 25 mil dólares em 2023

No "Dia da Bateria", o presidente executivo da Tesla anunciou que a empresa planeia comercializar um carro elétrico a 25 mil dólares em 2023, um preço mais acessível que o dos atuais modelos da marca.

A Tesla pretende comercializar um carro elétrico a 25 mil dólares em 2023, um preço significativamente mais acessível que o dos modelos atuais da marca e em linha com o de alguns automóveis com motores a combustão.

Numa apresentação aos investidores esta terça-feira à noite, Elon Musk explicou que a redução do preço deverá resultar do corte nos custos da produção de baterias, uma das componentes mais sensíveis dos carros elétricos. Apesar da nova promessa, o CEO da Tesla ainda não cumpriu a anterior: vender um automóvel a 35 mil dólares.

“Este é o nosso sonho desde o início”, sublinhou Elon Musk. “Em cerca de três anos a contar a partir de agora, estamos confiantes de que podemos comercializar um atraente veículo elétrico por 25.000 dólares (cerca de 21.3026 euros) e que também será totalmente autónomo“, apontou, citado pela Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

No “Dia da Bateria”, o presidente executivo da Tesla anunciou ainda que espera que as vendas da fabricante norte-americana cresçam na ordem dos 30% a 40% este ano, numa altura em que o setor está a recuperar da queda a pique provocada pela pandemia. “Enquanto o resto da indústria caiu, a Tesla subiu”, apontou Musk.

Assim, a confirmar-se, a Tesla tenciona vender cerca de 500.000 veículos em 2020. Em julho, a fabricante tinha dito que seria “mais difícil” cumprir essa meta dada a paralisação da produção provocada pela pandemia. Estimativas apontam para uma queda das vendas a nível mundial de 17% para este ano, ou seja, 75 milhões de veículos, contra os 90 milhões vendidos em todo o mundo no ano passado, revela um estudo da LMC Automotive.

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