Nike ganha 10% e ajuda recuperação em Wall Street

Enquanto o S&P 500 e o Dow Jones prolongam os ganhos, impulsionados pela Nike, o índice tecnológico Nasdaq negoceia abaixo da linha de água.

A terceira sessão da semana está a ser maioritariamente de ganhos em Wall Street, com os principais índices a recuperarem das quedas de segunda-feira. Apenas a tecnologia destaca-se pela negativa, registando perdas marginais.

O industrial Dow Jones avança 0,49%, para 27.422,76 pontos, enquanto o S&P 500 sobe 0,15%, para 3.320,48 pontos. Já o tecnológico ​Nasdaq segue pouco alterado, recuando 0,08% para 10.954,78 pontos.

A Nike brilha depois de apresentar resultados acima do esperado pelos analistas, ao revelar que as vendas digitais aumentaram mais de 80% no último trimestre. As ações da empresa sobem 10% em bolsa.

Em simultâneo, a busca pela vacina contra a Covid-19 está também a dar ânimo às negociações. A Johnson & Johnson anunciou que avançou para a última fase dos ensaios clínicos à vacina que está a desenvolver, tornando-se a quarta candidata nesta posição. A farmacêutica avança 1,67%, para 146,62 dólares.

Já a generalidade das gigantes tecnológicas está em queda ligeira na abertura desta sessão. Depois de subir quase 6% na sessão anterior, a Amazon recua agora 0,88%, enquanto a Microsoft cai 0,58% e a Alphabet, dona da Google, perde 0,90%.

Esta quarta-feira serão ainda divulgados dados relativos à atividade empresarial nos Estados Unidos, um indicador que será utilizado para medir o ritmo da recuperação económica, depois do impacto da pandemia.

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Plano de Recuperação de Costa está feito à medida de Bruxelas

O Governo revelou mais pormenores sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, cujo esboço terá de entregar até 15 de outubro. Para já, do que se sabe, o plano encaixa nas regras da Comissão Europeia.

“Não é um cheque, é um contrato com a União Europeia”. Foi assim que o primeiro-ministro resumiu esta terça-feira a forma como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem de estar alinhado com as regras europeias, dando ênfase ao facto de ter de haver metas específicas e uma monitorização constante para que o dinheiro seja libertado. Do que se sabe, o esboço do PRR encaixa nas regras que a Comissão Europeia já revelou.

“Este programa tem um sistema de gestão que nada tem a ver com o dos fundos comunitários normais”, avisou António Costa, explicando que “cada um destes investimentos tem de estar inserido numa reforma que tem de ter metas, calendários e objetivos”. A chegada do dinheiro a Portugal estará, portanto, depende do cumprimento das metas a que o país se propõe, o que o chefe do Governo entende ser uma “enorme oportunidade”, mas também uma “gigantesca responsabilidade”.

Na prática, isto significa que, por exemplo, “não vamos investir em novas respostas sociais só como medidas de ativação social em situação de crise ou de desemprego”, disse Costa, referindo que esse investimento nas “respostas sociais tem de ter uma capacidade transformadora da realidade social”.

Na apresentação que fez ontem aos partidos, o Governo já admitia a “necessidade de alinhamento com as disposição regulamentares [europeias] do Mecanismo de Recuperação e Resiliência Europeu (ainda em discussão)”. E o que está em parêntesis não é um pormenor: como ainda não há um acordo final — falta o “sim” do Parlamento Europeu, que está a negociar com o Conselho Europeu (Estados-membros) e a Comissão Europeia –, o desenho final poderá ser diferente do divulgado por Bruxelas na semana passada.

Porém, é possível já perceber se os planos do Governo português estão em linha com as regras anunciadas pela Comissão Europeia, as quais não deverão sofrer grandes alterações. Desde logo, o Executivo alinhou as suas prioridades com as europeias: o plano divide-se entre a resiliência, a transição climática e a transição digital, contribuindo para o “crescimento potencial e a criação de emprego”, o que encaixa nas prioridades e orientações definidas pelas instituições europeias.

Além disso, toca nos pontos identificados pela Comissão nas recomendações específicas por país de 2020, outro dos critérios que os técnicos de Bruxelas usarão para avaliar os planos nacionais, cujo esboço terá de ser entregue até 15 de outubro. Foram sete as recomendações divulgadas maio e todas se encaixam nas medidas agora anunciadas. Por exemplo: a recomendação de “reforçar a resiliência do sistema de saúde” encaixa-se no bloco da resiliência, dentro das “vulnerabilidade sociais”, com os milhões que serão investidos na rede nacional de cuidados continuados e nos cuidados de saúde primários.

Mais em concreto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, comprometeu-se no discurso do Estado da União a dedicar 37% das verbas para a recuperação em despesa relacionada com a transição climática e 20% na transição digital. Apesar do bloco da transição climática só ter ficado com 21% das verbas totais (2,7 mil milhões em 12,9 mil milhões de euros) no plano português, Costa garantiu que há medidas dos outros blocos — como as intervenções com vista a colmatar os incêndios — que também são “elegíveis” para serem classificadas como promotoras da transição climática. Já o montante destinado à transição digital (3 mil milhões em 12,9 mil milhões de euros, cerca de 21%) até ultrapassa a percentagem definida a nível europeu.

O dinheiro que é canalizado para a digitalização da Função Pública também está em linha com a prioridade da Comissão Europeia de “modernização” com a “digitalização da Administração Pública e dos serviços [públicos], incluindo a Justiça e a Saúde”, tal como o Governo define, sendo que este acrescenta a Segurança Social nas suas prioridades. No documento, a Comissão Europeia também explica que o investimento não tem de ser em obras públicas uma vez que o conceito de reforma é mais lato, incluindo investimentos intangíveis (software ou I&D, por exemplo), nas qualificações dos recursos humanos ou reformas para melhorar o funcionamento dos mercados.

Contudo, os técnicos poderão ter dúvidas sobre outros aspectos que ainda não são claros no que se sabe do PRR português, nomeadamente sobre se outros investimentos previstos são neutros em termos ambientais (o princípio “do no harm“) — outra das exigências europeias –, ou sobre a distribuição dos montantes face às prioridades definidas. O “diabo” poderá estar nos pormenores quando se discutir metas, prazos e calendários, até porque a Comissão Europeia exige um nível de detalhe bastante elevado, como demonstra este “template” para o PRR divulgado também na semana passada.

Este alinhamento com as regras europeias do Fundo de Recuperação europeu é importante uma vez que a Comissão Europeia irá avaliar o plano nacional cuja versão final terá de ser entregue pelo Governo até abril do próximo ano. Posteriormente, essa avaliação será alvo de discussão e votação no Conselho Europeu, órgão que reúne os Estados-membros da UE, para que os planos possam ser executados.

Como vai funcionar a relação entre as metas e a chegada do dinheiro?

Haverá metas e prazos para cumprir, os quais devem ser “claros, realistas, bem definidos, verificáveis e diretamente determinados ou influenciados por políticas públicas”, segundo a Comissão Europeia. Após a conclusão das metas e dos prazos acordados entre as duas partes, o Estado-membro poderá apresentar um pedido à Comissão para receber o apoio financeiro, neste caso na forma de subvenções, ou seja, a fundo perdido. Para tomar a decisão sobre a libertação da verba, a Comissão Europeia irá preparar uma avaliação e pedirá a opinião do Comité Económico e Financeiro, órgão que reúne técnicos da Comissão, dos bancos centrais e dos países.

Em circunstâncias excecionais, quando um ou mais Estados-membros considera que há desvios sérios do cumprimento satisfatórios das metas e prazoes relevantes de outro Estados-membros, podem pedir ao presidente do Conselho Europeu para discutir o tema na próxima reunião“, explica a Comissão, referindo-se ao travão de emergência que foi aprovado no acordo de julho entre os Estados-membros. Tal poderá levar a que durante no máximo três meses os pagamentos sejam suspensos, o que poderá levar a atrasos (e já se sabe que o calendário é apertado e que os fundos perdem-se se não forem contratados até 2023 e executados até 2026).

Após estes procedimentos, a Comissão Europeia irá tomar uma decisão sobre a libertação das verbas. Caso o Estado-membro não cumpra “satisfatoriamente” com as metas e os prazos com que se comprometeu, a Comissão irá suspender todo ou parte do pacote financeiro desse país.

A expectativa de Bruxelas é que possa começar a libertar os fundos “no primeiro semestre de 2021”, mas ainda há muitos passos até lá chegar. O Conselho Europeu terá de aprovar a legislação relativa aos recursos próprios (e ao famoso “headroom“), a qual terá de ser viabilizada também em vários Parlamentos nacionais. Só depois é que a Comissão poderá ir aos mercados endividar-se em nome da UE, transferindo posteriomente o pré-financiamento de 10% do pacote financeiro para os Estados-membros, tal como ficou acordado no Conselho Europeu de julho.

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Saiba quais as medidas de apoio na pandemia que acabam no final do mês

A pandemia ditou a implementação de medidas extraordinárias de apoio aos portugueses confrontados com perdas de rendimentos, algumas das quais terminam a 30 de setembro. Outras podem ser prolongadas.

A pandemia ditou a implementação de um conjunto de medidas excecionais com vista a apoiar as famílias com cortes acentuados de rendimento daí resultantes ou infetadas pelo covid-19. Contudo, seis meses após a identificação dos primeiros casos de contágio em Portugal, há um conjunto desses apoios que deixam de estar ao dispor das famílias. Em causa estão apoios que abrangem desde os serviços essenciais até ao crédito e que acabam já no final deste mês de setembro.

Cortes de água, luz e gás retomados

O regime excecional e temporário que proíbe os operadores de suspenderem o fornecimento de água, luz, gás e comunicações eletrónicas a famílias confrontadas com situação de desemprego e quebra de rendimentos igual ou superior a 20%, por causa da pandemia é uma das medidas de apoio que termina a 30 de setembro.

Ao abrigo deste regime, foi possível às famílias acordar planos de pagamento com os fornecedores “com início a partir do segundo mês posterior a 30 de setembro”, ou seja, a partir de 1 de novembro.

No fim deste mês de setembro também termina a possibilidade de as famílias com quebras de rendimento poderem cancelar os respetivos contratos de fornecimento mesmo que ainda se encontrem no período de fidelização.

Moratória no crédito ao consumo acaba

Quem aderiu à moratória do crédito ao consumo da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) também deixa de beneficiar deste regime. Sendo assim, a partir de outubro, passam a ter de assumir novamente o pagamento dos valores das prestações desses financiamentos. Nomeadamente, crédito pessoal, cartão de crédito e crédito automóvel.

O mesmo já não acontecerá com os consumidores que tenham aderido à moratória pública e da Associação Portuguesa de Bancos, seja no crédito da casa como ao consumo. Estes beneficiam ainda de uma suspensão até ao final de março do próximo ano, isto se não tiverem abdicado dessa extensão por seis meses.

Regime especial de resgate de PPR também acaba

O regime especial de resgate de Planos Poupança-Reforma (PPR) criado para quem tenha perdido rendimentos na sequência da pandemia de Covid-19 também acaba. Este regime permite o resgate de um montante mensal até ao máximo de 438,81 euros (o valor do Indexante de Apoios Sociais) em casos de doença, desemprego, lay-off ou cessação de atividade, entre outros, uma possibilidade que deixa também de estar em aberto a partir do fim deste mês.

Moratória nos seguros chega ao fim, mas…

A moratória sobre os contratos de seguros de acidentes de trabalho, automóvel e saúde, tanto de particulares como de empresas, que também está previsto que termine no fim do mês. Contudo, segundo há a expectativa de que esta medida possa ser prolongada nos próximos dias.

Apoio no arrendamento poderá ser prolongado

Nas medidas de apoio no contexto da pandemia ficou determinada a suspensão das denúncias de contratos de arrendamento habitacional e não habitacional pelo senhorio, a caducidade dos contratos de arrendamento (salvo se o inquilino não se opuser ao término do contrato), protegendo assim os inquilinos dos despejos. Está previsto que esta medida deixe de se aplicar já a 30 de setembro. Contudo, o PS já assumiu a intenção de viabilizar uma proposta do Bloco de Esquerda que visa prolongar até ao final do ano as medidas extraordinárias de apoio ao arrendamento, apesar de com algumas alterações.

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Carga fiscal de 2019 revista em baixa para 34,7% e mantém-se a mais alta de sempre

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

O INE também reviu em baixa a carga fiscal de 2018, de 34,8% para 34,7%. Apesar da revisão, o valor definitivo de 2018 e o provisório para 2019 corresponde ao mais elevado desde 1995.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu esta quarta-feira em baixa em uma décima a carga fiscal de 2019, para 34,7%, um valor igual ao de 2018 e o mais elevado de sempre.

Segundo dados provisórios do INE para 2019, divulgados, a carga fiscal, que inclui receita de impostos e contribuições efetivas, fixou-se em 34,7%, contra a anterior previsão, feita em março, de 34,8% do Produto Interno Bruto (PIB).

O INE também reviu hoje em baixa a carga fiscal de 2018, dos anteriores 34,8% para 34,7%.

Apesar da revisão em baixa, o valor definitivo de 2018 e o provisório para 2019 corresponde ao mais elevado desde pelo menos 1995, ano de início da série disponibilizada pela autoridade estatística nacional.

O total das receitas de impostos e contribuições ascendeu a 73.837,9 milhões de euros em 2019, correspondendo ao valor mais alto desde o início da série. Em 2018, aquele valor totalizou 71.127,5 milhões de euros, segundo os dados das contas nacionais divulgados pelo INE.

Tendo em conta apenas o total das receitas tributárias (impostos sobre o rendimento, património, produção e importação e capital), o valor arrecadado ascendeu a 53.273,5 milhões de euros no ano passado, contra 51.982,3 milhões de euros em 2018.

Trata-se, em ambos os anos, de valores máximos desde pelo menos 1995.

Relativamente às contribuições sociais efetivas das famílias os dados do INE indicam igualmente que também em 2019 os 8.187,1 milhões de euros pagos correspondem ao montante mais alto de sempre. Em 2018, as contribuições sociais efetivas das famílias corresponderam a 7.704,4 milhões de euros.

Já as contribuições sociais efetivas dos empregadores ascenderam a 12.377,3 milhões de euros em 2019 e a 11.440,8 milhões de euros no ano anterior.

O conceito de carga fiscal define-se pelos impostos e contribuições sociais efetivas (excluindo-se as contribuições sociais imputadas) cobrados pelas administrações públicas nacionais e pelas instituições da União Europeia.

O INE reviu hoje em baixa, de 0,2% para 0,1% do PIB o excedente das Administrações Públicas em 2019.

De acordo com os resultados provisórios obtidos neste exercício, em 2019 o saldo das Administrações Públicas (capacidade de financiamento) atingiu 177 milhões de euros, o que correspondeu a 0,1% do PIB (-0,3% em 2018).

Segundo o reporte do Procedimento por Défices Excessivo (PDE) a Bruxelas, o Governo prevê para este ano um défice de 7,0%, acima dos 6,3% apontados no Orçamento do Estado Suplementar, mas em linha com a revisão anunciada em julho pelo ministro das Finanças.

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Há 802 novos casos de Covid-19. Morreram mais três pessoas

  • ECO
  • 23 Setembro 2020

O número de pessoas infetadas com coronavírus continua a aumentar e, nas últimas 24 horas, registaram-se 802 novos casos. A maioria continua a concentrar-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Foram encontrados 802 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 70.465 o número total de pessoas infetadas com a doença. A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de novas infeções, com 55% do total. Morreram mais três pessoas desde esta terça-feira.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que apenas 571 estão internados em unidades hospitalares, dos quais 77 nos cuidados intensivos. Há mais de 40 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que foi detetado em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte a 1.928 pessoas, três das quais nas últimas 24 horas. A taxa de letalidade está atualmente nos 2,7%, aumentando para os 14% no caso das pessoas com mais de 70 anos, adiantou a ministra da Saúde, na conferência de imprensa desta quarta-feira. O número de recuperados está atualmente nos 46.290.

Tal como se tem observado nos últimos tempos, a região de Lisboa e Vale do Tejo concentra a maioria das novas infeções. Dos 802 novos casos registados nas últimas 24 horas, 437 foram nesta região: 54,49% do total do país.

Lisboa é a região com mais casos registados até ao momento (36.078 casos de infeção e 737 mortes), à frente do Norte (25.339 casos e 877 mortes), do Centro (5.760 casos e 257 mortes), do Algarve (1.450 casos e 19 mortes) e do Alentejo (1.371 casos e 23 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 257 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 210 pessoas infetadas.

“Número de novos casos médios nos últimos dias é elevado”

De acordo com a ministra da Saúde, a taxa de incidência de infeção no país — referência usada para comparação com outros países — é de 47 novos casos por cada 100.000 habitantes nos últimos sete dias, aumentando para 86,8 novos casos por cada 100.000 habitantes nos últimos 14 dias. “O número de novos casos médios nos últimos dias é elevado. Foi de 725”, disse Marta Temido.

A ministra falou ainda na capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente no que diz respeito aos profissionais contratados. Desde o final de 2015 e início de 2016, “o reforço nos recursos humanos do SNS foi significativo”, afirmou Marta Temido, referindo que entre dezembro de 2015 e dezembro de 2019 foram contratados 15.425 profissionais para o SNS, dos quais 3.510 médicos e 6.689 enfermeiros.

Governo decide sobre testes rápidos da Cruz Vermelha “até ao final da semana”

Questionada sobre os testes rápidos da Cruz Vermelha, Marta Temido afirmou que o Governo tem estado a trabalhar nisso. “O que está a surgir no mercado em termos de alternativas é muito dinâmico. A questão da disponibilidade de termos os melhores testes em cada momento, com garantia da sua segurança e fiabilidade, e da sua capacidade de detetarem cada caso com certeza, são para nós fundamentais”, disse.

A ministra explicou, contudo, que “a utilização destes testes ainda não está recomendada” pelo Governo e que há uma equipa de peritos a trabalhar nisso. “Até ao final da semana teremos uma decisão das circunstâncias em que estes testes podem ser utilizados”, garantiu a governante. E justificou: “A maioria dos países europeus ainda não os utiliza como testes diagnóstico, embora outros usam em determinados contextos, como a Bélgica e a Finlândia. Estamos a fazer a nossa avaliação. O que nos interessa é ter testes que garantam a fiabilidade dos resultados”.

(Notícia atualizada às 14h56 com mais informação)

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Portugal e Holanda selam aliança para o hidrogénio verde, com Alemanha na mira

Os dois países formalizaram finalmente o acordo para o "desenvolvimento de uma cadeia de valor estratégica de exportação-importação, garantindo a produção e o transporte de hidrogénio verde".

Tal como o ECO/Capital Verde já tinha avançado, Portugal e os Países Baixos assinaram esta quarta-feira, 23 de setembro, um memorando de entendimento para o hidrogénio verde que reforça a cooperação bilateral e oficializa a intenção dos dois países em ligar os seus planos de produção deste gás renovável até 2030, anunciou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática em comunicado.

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, tinha já anunciado que iria ser “formalizada muito em breve a parceria com a Holanda”, sublinhando também as conversações em curso com a Alemanha, o Japão, o Canadá para novas parcerias no hidrogénio.

“Estamos muito atentos às parcerias internacionais no hidrogénio. Somos membros da UE, mas para acelerar esta transição temos de nos associar a países “leves” e descomplicados, que estão interessados em apostar no hidrogénio. Temos uma parceria com a Holanda, que vai ser formalizada muito, muito em breve, e estamos em conversações com a Alemanha, o Japão, o Canadá, que envolvem os governos, empresas e outras entidades”, disse Galamba numa intervenção durante o debate online dedicado ao tema “Oportunidades para o hidrogénio verde ser o motor da recuperação sustentável e transição energética num mundo pós-Covid-19”, inserido na 11ª Cimeira de Energia Limpas da Arábia Saudita.

O memorando com os Países Baixos foi assinado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e o ministro holandês dos Assuntos Económicos e da Política Climática, Eric Wiebes. O documento, que há meses estava já para ser assinado pelos governos dos dois países prevê o “desenvolvimento de uma cadeia de valor estratégica de exportação-importação, garantindo a produção e o transporte de hidrogénio verde de Portugal para os Países Baixos e o seu hinterland, através dos portos de Sines e de Roterdão”, explica o MAAC no mesmo comunicado, sublinhando o “reforço da cooperação bilateral no domínio da energia”.

Depois da assinatura do documento, um dos primerios passos será unir esforços na candidatura junto de Bruxelas ao estatuto Important Project of Common European Interest (IPCEI) para o hidrogénio, incluindo a colaboração relacionada com o “projeto âncora” de âmbito industrial para a produção de hidrogénio verde em Sines e também os projetos previstos para o Porto de Roterdão.

Neste memorando ficou escrito que “Portugal e os Países Baixos reconhecem a importância crescente que os gases renováveis, em particular o hidrogénio verde, irão desempenhar na descarbonização da Europa. Ambos os países promoverão e incentivarão a cooperação institucional, para ajudar a desenvolver cadeias de abastecimento para a exportação de hidrogénio verde”. Uma “cooperação reforçada” que visa contribuir para os objetivos climáticos da UE com a “criação de um verdadeiro mercado internacional do hidrogénio, com regras de mercado que tornem a exportação de hidrogénio uma realidade”.

Diz o MAAC que a parceria com os Países Baixos reforça os compromissos da Estratégia Nacional do Hidrogénio e a vontade de promover uma “política industrial baseada em políticas e estratégias públicas que possam ajudar a mobilizar e orientar o investimento público e privado em projetos de hidrogénio, criando assim oportunidades para as empresas e para a indústria”.

Fulcrais para esta parceria vão ser precisamente os portos marítimos de Sines e Roterdão, como ponto de partida e de chegada, respetivamente, do hidrogénio produzido em território português e exportado para a Holanda, de onde depois será distribuído pelo norte da Europa. “Não iremos a lado nenhum se desenvolvermos o hidrogénio sozinhos e temos consciência disso, por isso temos falado com outros países, participado em fóruns internacionais. No hidrogénio, o compromisso político e a colaboração entre diferentes stakeholders é tão ou mais importante que o desenvolvimento das tecnologias de produção”, disse galamba na semana passada.

O governante português sublinhou as metas nacionais para o hidrogénio verde — 2,5 GW de capacidade instalada de eletrólise até 2030 — e o valor de investimento entre os sete e os nove mil milhões de euros com que já se comprometeras as empresas portuguesas e internacionais que responderam à call do Governo para desenvolverem projetos de produção de hidrogénio, além dos 40 milhões anuais que o Governo atribuirá também ainda em 2020 (e consecutivamente nos próximos anos, até 2030).

De acordo com a Estratégia Nacional para o Hidrogénio, os apoios públicos ao rondarão os 900 milhões ao longo de dez anos, dos quais 500 milhões através do Fundo Ambiental, via leilão, para cobrir o sobrecusto e apoiar a produção e o preço do hidrogénio associado aos mais de 2 GW de potência instalada. E ainda mais 400 milhões de fundos comunitários para apoiar diretamente o investimento: 40 milhões do POSEUR e 360 milhões do Portugal 20-30.

Sobre o porto de Sines, o governante assumiu que se trata ainda de um hub de energia fósseis — carvão e gás natural — mas que no futuro vai evoluir para energia mais limpas, tendo em conta o mega pólo industrial de produção de hidrogénio que irá nascer na região e que começará a sua produção já no próximo ano. O objetivo do Governo é criar uma nova rota marítima energética entre Sines e Roterdão, sem esquecer os países do norte de África. De acordo com a Estratégia Nacional para o Hidrogénio, o investimento previsto no projeto industrial de produção de hidrogénio verde em Sines poderá ser superior a 1,5 mil milhões de euros.

Em Roterdão, Stijn van Els, diretor comercial do maior porto marítimo da Europa, garantiu que a ambição é tornar-se num hub central de hidrogénio verde (uma espécie de “espinha dorsal” energética), recebendo-o de Portugal, Chile ou Arábia Saudita, e distribuindo-o para países como a Alemanha e outros do norte da Europa.

Do lado da Alemanha, a secretária de Estado da Economia e Energia da Alemanha ,Elisabeth Winkelmeier-Becker preferiu frisar o acordo que o país europeu já assinou com o Chile para a produção de hidrogénio e o projeto-piloto em curso, sem mencionar as conversações em curso com Portugal. Berlim aprovou a sua estratégia nacional para o hidrogénio em junho, com um pacote de estímulo do Estado de 9 mil milhões de euros. Isto tudo para terem 5 GW de capacidade instalada até 2030 (com mais 5 GW adicionais até 2040). No que diz respeito à procura, a Alemanha estima que a procura nacional de hidrogénio já chegar aos 90 a 110 TWh. OU seja, tendo em conta que o país só terá capacidade de produzir cerca de 14 TWh em 2030, entre 76 – 96 TWh não estarão cobertos pela produção interna.

“Temos de estabelecer parcerias com países terceiros, porque muito do hidrogénio vai ter de ser importado”, disse a responsável, sublinhando as parcerias com a Arábia Saudita e o Chile.

Já o ministro dos Recursos Naturais do Canadá, Seamus O’Regan, garantiu que o hidrogénio faz parte do caminho do país para a neutralidade carbónica e frisou a parceria em desenvolvimento com Portugal, entre outros países do mundo.

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Votação final global do Orçamento do Estado marcada para 27 de novembro

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

Está marcada para 28 de outubro a votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2021. A votação final global acontecerá a 27 de novembro.

A votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2021, que entrará no parlamento em 12 de outubro, foi marcada esta quarta-feira para 28 desse mês e a votação final global para 27 de novembro.

A conferência de líderes parlamentares aprovou, esta quarta-feira, o calendário de apreciação do Orçamento do Estado do próximo ano, que arrancará com audições na generalidade dos ministros das Finanças e do Trabalho, marcadas para 23 e 26 de outubro, respetivamente.

Segue-se o debate na generalidade em plenário da Assembleia da República em 27 e 28 de outubro, dia em que será feita a primeira votação, na generalidade. No dia seguinte, inicia-se o processo de audições na especialidade, que terminará a 12 de novembro, novamente com o ministro das Finanças.

Para o dia 13 de novembro ficou fixado o prazo limite para a entrega de propostas de alteração dos vários partidos ao orçamento.

A apreciação e votação do Orçamento do Estado para 2021 na especialidade ficou marcada para a semana de 23 a 27 de novembro, dia em que a Assembleia da República fará a votação final global do documento.

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Novo Comité de Sustentabilidade da Altice estreia-se com primeira reunião

  • ECO
  • 23 Setembro 2020

A primeira reunião do Comité de Sustentabilidade da empresa realiza-se esta quarta-feira para debater os desafios para 2021 e com a presença Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal.

O Comité de Sustentabilidade da Altice Portugal reúne-se esta quarta-feira, 23 de setembro, pela primeira vez desde que foi criado este novo órgão com o intuito de promover ações e iniciativas que contribuam para um desenvolvimento sustentável e para desenvolvimento da coesão económica e social, informou a empresa em comunicado.

Presidida por Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, a reunião contou ainda com a participação de João Zúquete da Silva, Chief Corporate Officer e coordenador do Comité de Sustentabilidade, e outros gestoores das mais diversas áreas da empresa. Ao Comité de Sustentabilidade da Altice Portugal irão juntar-se também entidades e personalidades externas da sociedade civil.

Esta nossa primeira reunião será o culminar de meses de trabalho em prol da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade é um dos pilares estratégicos da Altice Portugal e este Comité traz por isso, um claro valor acrescentado à organização e ao país”, disse Alexandre Fonseca, no mesmo comunicado.

“Criar cultura de sustentabilidade, dar a conhecer a estratégia de sustentabilidade da Altice Portugal e envolver os colaboradores por forma a contribuírem ativamente para este objetivo, são os principais objetivos deste Comité que hoje inicia formalmente os seus trabalhos e que vem reforçar o posicionamento perante um tema atual e de relevo para a sociedade, procurando contribuir, através da sua cadeia de valor e em linha com os princípios da sustentabilidade, para o progresso social e económico”, frisou ainda a Altice no mesmo comunicado.

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Crise provocada por pandemia reduz impacto imediato de Brexit sem acordo

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

A crise provocada pela pandemia no Reino Unido pode reduzir os custos políticos e económicos imediatos de um Brexit sem acordo até final do ano, segundo o economista Jonathan Portes.

O economista e professor na universidade King’s College London Jonathan Portes acredita que a crise provocada pela pandemia no Reino Unido pode reduzir os custos políticos e económicos imediatos de um Brexit sem acordo até final do ano.

É possível que a crise covid-19 reduza os custos políticos e económico de uma ausência de acordo pós-Brexit. Pode ser mais fácil lidar com os ajustamentos de uma ausência de acordo se o comércio, viagens, turismo ou imigração já forem baixos”, disse esta quarta-feira durante um evento do instituto académico britânico UK in a Changing Europe.

O Reino Unido entrou oficialmente em recessão pela primeira vez em mais de 10 anos, depois do Produto Interno Bruto (PIB) ter caído 20,4% entre abril e junho, o segundo trimestre consecutivo de contração.

O instituto nacional de estatísticas britânico (ONS) indicou que todos os setores da economia do Reino Unido sofreram uma queda devido ao impacto das medidas de contenção postas em prática pelo Governo para conter a propagação do covid-19. De acordo com as estatísticas, a contração no segundo trimestre foi a maior alguma vez registada no Reino Unido.

No primeiro trimestre, entre janeiro e março, o PIB do Reino Unido tinha caído 2,2%, mas a recessão económica tornou-se mais pronunciada a partir de abril, uma vez que o país estagnou devido à paralisação económica para conter a pandemia.

Segundo Portes, o custo do ajustamento económico pode sobrepor-se, reduzindo o impacto imediato da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) sem um acordo de comércio.

“Se temos um grande choque económico que requer um ajustamento estrutural e outro choque económico que também requer ajustamento estrutural, talvez seja mais barato fazer os dois ao mesmo tempo”, explicou.

Porém, acrescentou, mesmo que, a curto prazo, a crise provocada pela pandemia covid-19 “eclipse” o impacto do Brexit, a longo prazo as relações económicas com a UE poderão ser importantes.

O economista falava num evento de lançamento do relatório “UK in a Changing Europe” (Reino Unido numa Europa em mudança) sobre o impacto no Reino Unido de uma ausência de acordo, o que implicará que o comércio entre as duas partes passe a ser feito nos termos da Organização Mundial do Comércio.

Segundo o estudo, o Reino Unido poderá ver reduzido o Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de 8% na próxima década, semelhante aos 7,6% estimados pelo próprio governo britânico num documento oficial de novembro de 2018. “A médio e longo prazo, o impacto de um Brexit sem acordo vai ser mais substancial e negativo do que a crise Covid”, vincou Portes.

A nona ronda de negociações entre Londres e Bruxelas para um acordo de comércio pós-Brexit está prevista para a semana entre 28 de setembro e 02 de outubro.

Os dois lados estão num impasse devido a desacordos sobre questões relacionadas com as pescas e a concorrência, nomeadamente apoios estatais a empresas.

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Dívida portuguesa vai chegar a recorde de 133,8% do PIB em 2020

Projeção divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e fica abaixo da estimativa que o Governo inscreveu no Orçamento Suplementar: 134,4% do PIB.

O agravamento da dívida portuguesa em ano de pandemia poderá ser ligeiramente mais baixo que o esperado. As estimativas divulgadas esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com base na informação disponibilizada pelo Ministério das Finanças, aponta para uma dívida de 133,8% do PIB, ou seja, menos 0,6 pontos percentuais do que o valor inscrito pelo Governo no Orçamento Suplementar.

A projeção do Executivo aponta para 134,4%, mas poderá ser revista em baixa já que, no relatório que o INE envia ao Eurostat no âmbito da segunda notificação de 2020 relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) aponta para outro valor: 138,8%.

Para o ano corrente (2020), as estimativas da capacidade / necessidade líquida de financiamento, da dívida bruta e do PIB nominal são da responsabilidade do Ministério das Finanças, tendo como base o cenário macroeconómico e orçamental subjacente ao Orçamento do Estado Suplementar para 2020, aprovado pela Assembleia da República”, explica o relatório.

A diferença no rácio face ao valor de junho parecem estar do lado do PIB e não na dívida pública. De acordo com o relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) sobre o Orçamento Suplementar, o Governo contava com uma dívida bruta de 268.302 milhões de euros no final deste ano e um PIB nominal de 199.630 milhões de euros, o que resultava num rácio de 134,4% do PIB. Agora, nos números enviados pelo INE ao Eurostat, o que muda é o valor do PIB nominal, que aumenta para 200.553 milhões de euros, levando a uma diminuição do rácio da dívida pública para os 133,8% do PIB. Em causa poderá estar uma revisão em baixa da contração do PIB em 2020 ou uma revisão em alta da inflação.

De qualquer forma, mesmo que seja mais baixo, o peso da dívida na economia nacional compara com os 117,2% registados em 2019 pelo que acabará por ser mesmo o mais elevado de sempre.

Com o país a enfrentar uma crise sem precedentes, o Governo aumentou as necessidades de financiamento para responder ao surto e financiar o buraco nas contas públicas. Além do ajuste nas necessidades de financiamento (que estão em grande parte garantidas pela bazuca do Banco Central Europeu), o rácio vai ser castigado pelo tombo na economia. A projeção do Governo é que o PIB afunde 6,9%.

Apesar do agravamento da dívida, o Governo está a contar com uma poupança na fatura dos juros da dívida pública. Em grande parte, o alívio nesse peso deve-se à ação da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e ao fundo de recuperação da União Europeia.

Graças a estas redes de segurança, o país tem continuado a financiar-se com custos cada vez mais baixos, enqaunto também em mercado secundário os juros têm estado contidos. Esta quarta-feira, a yields das obrigações benchmark, ou seja a 10 anos, negoceiam em 0,26%, o valor mais baixo desde 6 de março.

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Negociações UE-Reino Unido da próxima semana sobre Brexit são cruciais para acordo em outubro

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

As negociações da próxima semana entre UE e Reino Unido são cruciais para chegar a acordo o antes do Conselho Europeu de 15 de outubro, segundo a professora de Direito na Universidade de Cambridge.

As negociações da próxima semana entre União Europeia (UE) e Reino Unido são cruciais para concluir um acordo de comércio antes do Conselho Europeu de 15 de outubro, afirmou esta quarta-feira a professora de Direito na Universidade de Cambridge, Catherine Barnard.

Para chegarmos a qualquer tipo de acordo para estar pronto a 15 de outubro, tem de existir um texto final na primeira semana de outubro, ou seja, na próxima ronda de negociações. É muito pouco tempo”, afirmou esta quarta-feira, durante um evento do instituto académico britânico UK in a Changing Europe.

A nona ronda entre as duas equipas de negociação está prevista para a semana entre 28 de setembro e 02 de outubro.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou no início deste mês querer chegar a um acordo antes do Conselho Europeu de 15 de outubro, para que seja possível entrar em vigor até ao final do ano, fim do período de transição pós-Brexit.

“Se não conseguirmos chegar a um acordo até lá, penso que não haverá um acordo de comércio livre entre nós, e devemos aceitá-lo e seguir em frente”, acrescentou Johnson.

Barnard admite que a proposta de lei para o Mercado Interno no Reino Unido, que anula provisões do Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE) relativas à Irlanda do Norte, “não ajudou” e afetou a confiança de Bruxelas em Londres. Porém, acredita que continua a existir interesse num entendimento e que é provável um acordo bastante limitado e sem referência a questões de segurança.

A especialista em direito europeu falava num evento de lançamento de um relatório do UK in a Changing Europe sobre o impacto no Reino Unido de uma ausência de acordo, o que implicará que o comércio entre as duas partes passe a ser feito nos termos da Organização Mundial do Comércio.

Segundo o estudo, o Reino Unido poderá ver reduzido o Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de 8% na próxima década, semelhante aos 7,6% estimados pelo próprio governo britânico num documento oficial de novembro de 2018.

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Rendimento dos trabalhadores caiu 10,7% a nível global até setembro

Os efeitos da pandemia levaram muitas empresas a fechar ou a enfrentar restrições. Os trabalhadores sofreram assim um corte nos salários, que foi mais expressivo nos países de rendimentos médios.

A queda global nos rendimentos dos trabalhadores nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período de 2019, atingiu os 10,7%, de acordo com as estimativas do mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esta perda nos salários, durante a pandemia, corresponde a cerca de 3,5 biliões de dólares (2,96 biliões de euros).

Nestas estimativas, que não têm ainda em conta todas as medidas de apoio aos rendimentos implementadas pelos governos, a OIT sublinha ainda que o montante perdido é o equivalente a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global, neste relatório que analisa o impacto da pandemia de Covid-19 no mundo do trabalho.

As perdas nos rendimentos são mais expressivas em países de rendimentos médios, nota a organização. As quebras nos salários dos trabalhadores chegam a fixar-se nos 15,1% em países de médio baixo rendimento, nos primeiros três trimestres do ano, e nos 11,4% em países de rendimentos médio altos.

Esta perda de rendimentos é o resultado de uma quebra nas horas trabalhadas um pouco por todo o mundo, com a implementação de medidas de restrição para impedir a propagação do vírus. Esta quebra foi revista em alta para o segundo trimestre, totalizando agora os 17,3% face ao último trimestre de 2019. Já para o terceiro trimestre, a OIT estima que as perdas nas horas de trabalho se vão manter altas, rondando os 12,1%.

Já para o quarto e último trimestre do ano, que será ainda afetado pelo coronavírus em muitos casos numa segunda vaga, a organização desenhou três cenários para as previsões. No cenário de referência, as perdas globais de horas de trabalho devem chegar a 8,6% no quarto trimestre de 2020, o que é equivalente a 245 milhões de empregos em tempo integral.

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