Like & Dislike: Isto não foi um debate, foi um tédio democrático

O primeiro debate temático que veio substituir o modelo dos debates quinzenais mostrou que o Bloco Central substituiu uma ferramenta democrática dinâmica por um sistema de controle entediante e inútil

Foi há 13 anos, com o PS com maioria absoluta, que surgiram os debates quinzenais, após um desafio do então líder do CDS-PP, Paulo Portas, ao primeiro-ministro José Sócrates, que aceitou ir mais vezes ao parlamento.

Nesta legislatura, o Bloco Central resolveu acabar com estes debates quinzenais e substituí-los por um modelo de debates temáticos. O primeiro aconteceu esta quarta-feira para discutir a “Visão estratégica para o Plano de recuperação económica de Portugal 2020-2030”.

Foi um flop. Não foi um debate, foi uma sucessão de discursos, mini comícios, intervenções monocórdicas em que o primeiro-ministro só responde à la carte, ou seja, quando e se lhe apetecer.

António Costa abriu o debate com um discurso de 5 minutos, seguiu-se uma fase dita de debate em que mais de 20 oradores tomaram a palavra para fazer discursos aborrecidos e que pouco ou nada tinham a ver com o plano de António Costa Silva.

Algures no meio, António Costa pede a palavra (não era sequer obrigado a fazê-lo) para responder a algumas perguntas soltas escolhidas à la carte, ou seja, o primeiro-ministro só respondeu o que lhe conveio responder. E no final, na fase de encerramento, mais uns quantos discursos, sem debate, sem réplica, sem escrutínio e sem profundidade.

Ao contrário dos debates quinzenais em que as perguntas da oposição exigiam uma réplica imediata por parte do Governo, neste novo modelo, o primeiro-ministro só responde ao que lhe apetece e lhe apraz, numa espécie de democracia self-service.

O cúmulo deste debate foi Rui Rio. O líder do PSD deu como justificação para terminar com os debates quinzenais o “superficialismo que, há muito, vinha dominando os debates quinzenais, tantas vezes reduzidos a soundbytes e com a especial preocupação de marcar os noticiários do dia”.

E o que é que Rui Rio trouxe para o debate neste novo modelo? Não disse uma palavra que fosse sobre a “Visão estratégica para o Plano de recuperação económica de Portugal 2020-2030” e limitou-se a trazer à discussão o tema do salário mínimo, com soundbytes do género “Faz-me lembrar quando o Governo de José Sócrates aumentou os salários sem ter condições para o fazer e a seguir cortou os salários”. Terá com certeza o seu espaço no noticiário do dia.

Como escrevia há tempos Margarida Balseiro Lopes a propósito da substituição dos debates quinzenais por estes debates temáticos, “é insólito ser o maior partido da oposição a propor a redução do escrutínio da atividade do Governo. Tanto mais que este Governo não tem por hábito não responder à esmagadora maioria das perguntas, o que torna ainda menos defensável a diminuição de oportunidades para questionarmos”.

A estes entediantes e inúteis 172 minutos e 30 segundos que durou o debate, a Assembleia da República chamou-lhe de “Debate temático solicitado pelo Governo sobre Visão estratégica para o Plano de recuperação económica de Portugal 2020-2030”. Ao menos tenham a o bom senso democrático de lhe tirar do nome a palavra “debate”.

O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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UGT quer salário mínimo nos 670 euros em 2021 e redução do IRS

A central sindical liderada por Carlos Silva quer que o salário mínima suba 35 euros em 2021, atingindo os 670 euros a partir de janeiro do próximo ano.

Apesar da crise pandémica e dos seus efeitos na economia portuguesa, a UGT defende que o salário mínimo nacional deve aumentar 35 euros para 670 euros mensais, a partir de janeiro de 2021. “Este não é o momento para receios, é um momento para construir e gerar confiança“, salienta a central sindical liderada por Carlos Silva, na política reivindicativa aprovada, esta quarta-feira, por unanimidade.

A UGT sublinha que, ainda que tenha aumentado nos últimos anos, o salário mínimo continua “longe do necessário”. Além disso, verificou-se um aumento do peso dos trabalhadores a receberem a remuneração mínima garantida — fruto do “bloqueio da negociação coletiva” e “do modelo de baixos salários” –, pelo que o reforço em causa é ainda mais importante, é frisado na política reivindicativa.

Portugal sai, de resto, mal na fotografia europeia, diz a UGT. “Pior comparamos, quando os nossos congéneres europeus (e concorrentes económicos) tiveram uma aposta séria na valorização dos seus salários mínimos, como foi o caso de Espanha”, salienta a estrutura liderada por Carlos Silva.

A central sindical defende, por isso, um aumento de 35 euros — igual ao registado em 2020 — do salário mínimo para 670 euros mensais.

Isto depois de o ministro das Finanças ter dito que, no próximo ano, deverá haver uma subida “com significado” da remuneração mínima garantida, ainda que o “mundo tenha mudado” desde março. Na Grandes Opções do Plano para os próximos anos, o Governo reiterou também o compromisso de subir o salário mínimo para 750 euros até 2023. “Tal exige avanços firmes a cada ano; e 2021 não pode ser excepção. E o discurso do “substancial” tem mesmo de ser substancial”, atira agora a UGT.

Do lado dos patrões, tem sido defendido que este não é o momento para discutir aumentos do salário mínimo, já que as empresas estão fragilizadas face à pandemia de coronavírus e ao período de confinamento resultante. Cabe, contudo, ao Governo a última palavra sobre esta matéria, depois de ter ouvido os parceiros sociais.

Além do salário mínimo, a UGT define como prioridade na sua luta a redução do IRS, tal como tinha anunciado o Executivo antes da crise pandémica.

Ainda no capítulo fiscal, a central sindical defende a necessidade de medidas que permitam o adiamento, suspensão ou eliminação de compromissos fiscais por parte de trabalhadores e famílias, “na linha do que tem vindo a ser realizado para as empresas”. De notar que, por exemplo, no âmbito do lay-off simplificado, os empregadores ficaram isentos da contribuição social de 23,75% sobre os salários, mas os trabalhadores continuaram obrigados a descontar 11% da sua remuneração (cortada) para a Segurança Social.

Na Administração Pública, a central sindical de Carlos Silva defende a valorização dos salários e das carreiras, o teletrabalho “sem perda de direitos”, a revisão do sistema de avaliação e o alargamento da ADSE para todos os trabalhadores dos serviços públicos. O Governo já adiantou que não deverá cumprir o compromisso anunciado de aumentar os salários em 1% em 2021, mas não indicou se os reforços estão fora da mesa ou se serão aplicadas subidas menos expressivas.

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PSD é contra aumento do salário mínimo nacional

Rui Rio questionou o primeiro-ministro se será "sensato" aumentar o salário mínimo nacional nesta altura. António Costa defendeu que as empresas do futuro não são "empresas de baixo salário".

O presidente do PSD mostrou-se contra o aumento no salário mínimo nacional (SMN) no próximo ano, numa altura em que as empresas enfrentam os impactos da pandemia. Rui Rio admitiu que tem estado a favor desta subida no passado, mas questiona se seria “sensato” fazê-lo neste enquadramento. António Costa mostrou-se “perplexo” com Rio e defendeu a necessidade de prosseguir “a trajetória de aumento do salário mínimo”.

“No presente em que o desemprego é enorme, em que a economia está a cair e a inflação é nula e negativa, qual o objetivo do Governo em aumentar o salário mínimo nacional? Fomentar o desemprego? Aumentar as falências?”, questionou Rui Rio, durante o debate temático na Assembleia da República sobre o Plano de Recuperação económica.

“Acha sensato neste enquadramento e agora agravar os custos das empresas desta maneira?”, perguntou também o presidente do PSD ao primeiro-ministro. Para Rui Rio, aumentos do salário mínimo nacional fazem sentido num quadro de “desemprego baixo e com economia a crescer”.

O primeiro-ministro respondeu ao social democrata demonstrando a sua peplexidade e sublinha do que o reforço nos rendimentos é “condição essencial de revitalização da economia”, apontando que o programa sugerido “olha para as empresas de futuro e não para as que contam os cêntimos do salário mínimo“. As empresas do futuro não são “empresas do baixo salário”, acrescentou.

“Quem conta os cêntimos no SMN e tem mesmo de ter resposta são aqueles que o ganham, e para esses temos de dizer que sim, vamos seguir trajetória de aumento”. “E para esses temos de responder prosseguindo com a trajetória de aumento do salário mínimo“, completou Costa.

Mas o debate aqueceu ainda com o agitar de fantasmas do passado. O líder do PSD referiu que a sugestão de aumentar o salário mínimo em tempos de crise faz lembrar a altura em que o então primeir-minsitro socialista, José Sócrates, aumentou os funcionários públicos para logo a seguir cortá-los. Quanto tomou a palavra para responder, Costa também traçou uma comparação com o passado. Até me pareceu ouvir o seu antecessor [Pedro Passos Coelho] falar aqui, em 2016, quando defendeu que o aumento do salário mínimo ia destruir a criação de emprego, ia destruir as empresas e a economia”, atirou António Costa. “Mas demonstrámos ao seu antecessor — e o senhor estará cá também para ver — é que o reforço do rendimento das famílias é uma condição essencial para revitalizar a economia”, rematou.

Também Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS, críticou Rui Rio pela posição assumida sobre o salário mínimo, rejeitando que este seja o “grande problema”. “É um contributo” que a deputada não esperava do PSD, mas que “faz jus à história” deste partido. “Não estávamos à espera que o senhor deputado Rui Rio recuperasse argumentos de 2015 sobre o papão do aumento do Salário Mínimo Nacional, como se isso fosse impedir o crescimento da economia”, acrescentou.

Já o deputado socialista João Paulo Correia acusou o PSD de não ter trazido “uma única proposta” e de “a grande preocupação” ser “o aumento do salário mínimo como se isso fosse a origem de todos os males”, rematando que os portugueses esperavam mais do PSD neste debate.

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BE e PCP concentram-se no Orçamento e ignoram Plano 2020/30

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

Os líderes de Bloco de Esquerda e PCP ignoraram o Plano de Recuperação e Resiliência do Governo, no Parlamento, preferindo focar-se no Orçamento do Estado para 2021.

Os líderes de Bloco de Esquerda (BE) e PCP, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, ignoraram esta quarta-feira o Plano de Recuperação e Resiliência do Governo, no Parlamento, preferindo focar-se em medidas imediatas consideradas urgentes e necessárias.

Ambos os parceiros do PS na passada legislatura, juntamente com “Os Verdes”, fizeram críticas à postura e intenções do executivo liderado por António Costa no debate no plenário dedicado ao plano 2020/30. “Estamos numa das maiores crises de que temos memória e, no BE, não desconhecemos a enorme dificuldade que a crise coloca ao Estado e às administrações, mas estamos a pouco mais de duas semanas da entrega pelo Governo da sua proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) e nada se sabe”, afirmou a coordenadora bloquista.

Segundo Catarina Martins, o seu partido procura “medidas consistentes e verdadeiras”, pois “o tempo é curto” e é preciso “discutir, sim, o longo prazo”, mas antes disso “resolver as urgências e trabalhar nas soluções para o país”. “Não encontramos resposta a estas questões porque mantém as opções e a orientação de política que fragilizou ao longo dos anos o país”, disse o secretário-geral comunista, referindo-se ao documento elaborado pelo gestor e consultor governamental António Costa Silva, em debate na Assembleia da República.

Para Jerónimo de Sousa, “não é possível ir ao encontro das necessidades dos trabalhadores, do povo e do país sem uma rutura com a politica” que colocou Portugal ”nesta situação”, devendo o Governo “bater-se para que os fundos comunitários sejam integrados numa estratégia nacional de desenvolvimento” e não subjugados a “imposições da União Europeia.

Catarina Martins elencou as “urgências do pais”. “Só nos meses de verão os profissionais da saúde fizeram seis milhões e meio de horas extraordinárias”, declarou, defendendo que é necessário contratar mais 4.200 profissionais para o Sistema Nacional de Saúde, algo que fora acordado com o executivo de Costa por ocasião do OE2020, mas que tarda em ser cumprido.

A líder bloquista denunciou ainda a previsível “vaga de despedimentos e aumento do desemprego” e questionou o primeiro-ministro sobre se “pretende continuar a garantir o financiamento dos prejuízos do Novo Banco, mesmo sabendo que pode estar a ser enganado pela Lone Star”. “O BE quer debater soluções para o país, apoio robusto para quem perde emprego, salário ou rendimento”, sublinhou, salientando as suas propostas: “reforço dos subsídios de desemprego e social de desemprego, proibição de despedimentos nas empresas que têm apoios ou lucros ou criação do Rendimento Social de Cidadania porque “ninguém pode ficar a baixo do limiar de pobreza no meio da crise pandémica”.

Jerónimo de Sousa, intervindo depois do presidente do PSD, Rui Rio, que questionou o Governo sobre se queria “fomentar desemprego” com o aumento do salário mínimo nacional (SMN), dirigiu-se também ao líder social-democrata. “Disse que vai perder votos [com a referida alocução sobre SMN). Ai não que não ganha! [votos], particularmente no grande capital, que está à espera dessas verbas (fundos europeus) para encher os bolsos à custa dos trabalhadores”, ironizou o líder comunista.

O PCP defendeu a recuperação económica através de uma “política de valorização dos salários e direitos dos trabalhadores”, a dinamização da economia pela “recuperação do controlo público de empresas e setores estratégicos” (CTT, aeroportos, entre outros), além de uma “política decidida de criação de emprego pela valorização da produção nacional e reforçando o emprego público (saúde, educação, segurança social).

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Galp Energia cai mais de 3% e BCP renova mínimos. Bolsa de Lisboa cede

A bolsa nacional destoou face aos ganhos registados pelas pares europeias. Queda de 3% da Galp e de quase 2% do BCP pressionaram o índice bolsista lisboeta.

A bolsa nacional terminou no vermelho em contraciclo face aos ganhos registados pelas pares europeias. O índice PSI-20 desvalorizou perto de 1%, cedendo à pressão sobretudo da Galp Energia que viu as suas ações recuarem mais de 3%, mas também do BCP que perdeu perto de 2%, renovando mínimos.

O PSI-20 desvalorizou 0,84%, para os 4.087,51 pontos, com 11 títulos a terminarem negativos, três inalterados e apenas quatro em terreno de ganhos. Na Europa, o cenário foi bastante distinto. O Stoxx 600, índice que agrega as 600 principais capitalizações bolsistas do Velho Continente — somou 0,7%.

Em Lisboa, a Galp foi o título que mais pesou no desempenho negativo do PSI-20, ao ceder 3,18% para os 8,28 euros, um mínimo de 23 de março.

Banco liderado por Miguel Maya nunca valeu tão pouco

Pressão adicional foi exercida pelo BCP. As ações do banco liderado por Miguel Maya desvalorizaram 1,64%, para os 8,39 cêntimos, tendo durante a sessão renovado um mínimo histórico ao tocarem os 8,37 cêntimos.

Também as papeleiras sobressairam pela negativa. Foi o caso da Navigator cujas ações recuaram 2,18% para os 2,152 euros, da Semapa com uma queda de 1,83% para os 7,51 euros, e da Altri que perdeu 1,71%, para os 3,908 euros.

Já o maior deslize foi registado pela Corticeira Amorim, com as suas ações a caírem 3,49% para os 10,50 euros.

Já a EDP e a Jerónimo impediram perdas mais acentuadas na praça bolsista lisboeta. Enquanto as ações da elétrica somaram 1,36%, para os 4,171 euros, as da retalhista avançaram 0,4% para os 13,81 euros.

(Notícia atualizada às 17h10)

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Bélgica volta a impor quarentena a quem viaja de Lisboa

  • ECO
  • 23 Setembro 2020

Quem partir de Lisboa com destino à Bélgica terá de cumprir quarentena quando aterrar em território belga. Também Copenhaga, Luxemburgo, Utrecht, Genebra e Tirol foram adicionadas à lista vermelha.

O Governo belga voltou a incluir Lisboa na lista das “zonas vermelhas” devido ao coronavírus, obrigando os viajantes que partam da capital portuguesa a cumprir quarentena ao aterrar em território belga. A Bélgica volta, assim, atrás na decisão de incluir Lisboa nos seus corredores aéreos. De acordo com o Jornal de Negócios, outras cinco cidades europeis foram adicionadas a esta lista.

Em julho, a Bélgica deu “luz verde” a Portugal, com exceções a algumas freguesias da Grande Lisboa. Agora, e tendo em conta a evolução dos casos nas últimas semanas, o Governo de Bruxelas decidiu recuar nessa decisão e incluir toda a Área Metropolitana de Lisboa na lista vermelha. Assim, a partir de 25 de setembro, sexta-feira, quem partir de Lisboa com destino à Bélgica tem de cumprir uma quarentena ao chegar lá.

Antes, a lista vermelha do Governo belga proibía de todo as viagens para determinados países, mas agora essa proibição foi substituída por uma “não recomendação”, lê-se no site do Executivo. A esta lista foram ainda adicionadas as cidades de Copenhaga (Dinamarca), Luxemburgo, Utrecht (Holanda), Genebra (Suíça) e Tirol (Áustria).

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A sustentabilidade atrai talento? A nova Pessoas já está nas bancas

  • Trabalho
  • 23 Setembro 2020

A cor verde deixou de descrever apenas o ambiente natural, saudável e sustentável: é tom de atração e de retenção de talento que quer, cada vez mais, ter menos mas melhor impacto no mundo.

Capa da revista Pessoas 10
Capa da revista Pessoas #10, de setembro/outubro de 2020.Hugo Amaral/ECO

Mudar o mundo. Aproveitar o tempo. Equilibrar a agenda. Viver com propósito. Cada vez mais pessoas procuram trabalhar em prol de uma missão comum à da sua própria vida. E se as preocupações ambientais eram para as empresas, há alguns anos, a bandeira de um propósito partilhado, agora as duas dimensões estão cada vez mais misturadas e a linha que separa a pessoa e o trabalho é cada vez mais ténue.

Na rentrée, a edição de setembro/outubro da Pessoas analisa a “sustentabilidade” como fator de atração das empresas. Mas não quisemos apenas falar da forma como as empresas usam os argumentos de proteção do ambiente para atrair e reter talento: a ideia da sustentabilidade está, naturalmente, ligada à sustentabilidade ambiental mas, sobretudo, à sustentabilidade dos recursos humanos, das próprias pessoas. O ambiente como fator estruturante da missão das empresas é encarado como um todo que inclui as dimensões exterior e interior.

O ritmo de trabalho e o contacto quase permanente entre colegas faz com que a tarefa de equilibrar a vida e a profissão seja cada vez mais desafiante. Trabalhar em empresas com um propósito que implica a sustentabilidade dos seus recursos é, muitas vezes, um ponto de partida – e fundamental – para assegurar o recrutamento de novas pessoas.

Compre a nova Pessoas no seu quiosque habitual ou assine a revista aqui.

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“Continuamos convictos” que TAP “é crítica para desenvolvimento do país”, diz Pedro Nuno Santos

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

O ministro garante que o plano de reestruturação da companhia será apresentado a Bruxelas até final do ano.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação afirmou esta quarta-feira continuar convicto de que a TAP “é crítica para o desenvolvimento do país” e reiterou que o plano de reestruturação da companhia será apresentado a Bruxelas até final do ano.

Pedro Nuno Santos falava à Lusa e RTP na sede da Dense Air, em Lisboa, após a primeira videochamada de 5G da empresa. Questionados sobre a TAP, o governante disse que “o plano de reestruturação tem de ser apresentado a Bruxelas até ao final do ano, e assim será”.

O setor da aviação, disse, tem “um desafio muito grande”, lembrando que “as previsões de recuperação do setor global têm sido revistas sistematicamente em baixa”.

Portanto, “é um desafio muito grande aquele que temos pela frente, mas continuamos convictos de que a TAP é crítica para o desenvolvimento do país”, rematou Pedro Nuno Santos.

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Contas públicas ainda não refletem melhoria da atividade com o desconfinamento, diz ministro das Finanças

Em grande parte devido à crise pandémica, o défice orçamental ficou em 5,4% do PIB no primeiro semestre deste ano, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo INE.

As contas públicas ainda não estão a refletir o desconfinamento, pelo que o défice continua a ser fortemente influenciado pela pandemia, segundo justifica o ministro das Finanças, João Leão, em reação aos dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) que apontam para um défice de 5,4% no segundo trimestre.

“O segundo trimestre de 2020 é o primeiro período completo que reflete o efeito da pandemia na atividade económica e nas contas públicas e que incorpora as medidas de combate à pandemia no desempenho da economia nacional. Por outro lado, os meses de abril a junho ainda não refletem a melhoria da atividade económica associada ao desconfinamento”, refere o ministro, em comunicado.

O INE divulgou esta quarta-feira a estimativa das contas públicas e das contas externas para o segundo trimestre de 2020. Após um excedene orçamental de 0,1% do PIB em 2019, a pandemia atirou o saldo orçamental para terreno negativo.

No segundo trimestre do ano, o défice foi de 10,5% do PIB (-4.858,2 milhões de euros), “influenciado pelo efeito das medidas adotadas no âmbito do estado de emergência decretado a 18 de março“, de acordo com o ministro. Olhando para o primeiro semestre de 2020, o défice fixou-se nos 5,4% do PIB. “A evolução do saldo orçamental trimestral é explicada por um crescimento da despesa total (6,5% em termos homólogos) e por decréscimo da receita (-10,5% face ao período homologo)”, aponta.

Face ao trimestre homólogo, o aumento da despesa (1.442,4 milhões de euros) reflete as medidas de apoio aos rendimentos das famílias e às empresas, em particular dos subsídios (470,2%) e prestações sociais. Além disso, o ministério destaca o crescimento do investimento público (52,4%).

A contração da receita (-2.227,1 milhões de euros) assenta nomeadamente nos impostos sobre a produção e importação (-18,7%), nas contribuições para a Segurança Social (-7,7%), resultado da diminuição dos rendimentos do trabalho, nas vendas (-21,7%) e na outra receita corrente (-18,2%). Os impostos sobre o rendimento e património aumentaram 12,6% e as receitas de capital subiram 35,1%, o que se explica pelas transferências recebidas da União Europeia.

(Notícia atualizada às 16h15)

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Adjudicação do futuro Hospital Central do Alentejo feita até ao final do ano

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

O presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo admite uma reprogramação para tentar aumentar o financiamento comunitário para a construção do novo hospital.

O presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo assegurou que a adjudicação do novo hospital de Évora vai ocorrer até ao final do ano, admitindo uma reprogramação para tentar aumentar o financiamento comunitário.

José Robalo foi ouvido esta manhã na Assembleia da República pela Comissão de Saúde sobre o processo de construção do futuro Hospital Central do Alentejo, sobre o surto de covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz (distrito de Évora) e sobre a demora na reabertura de algumas extensões de saúde, numa audição requerida pelo PCP.

O processo de construção do novo Hospital Central do Alentejo, que deverá estar concluído em 2023 e que envolve um montante total superior a 180 milhões de euros, tem sido alvo de críticas devido aos atrasos na adjudicação da obra.

Em abril deste ano, o presidente da ARS do Alentejo tinha dito à agência Lusa que o concurso público da empreitada do novo hospital foi ganho pelo grupo espanhol Acciona, mas desde então o processo não sofreu evolução.

Confrontado pelos deputados, José Robalo explicou que a demora tal se deveu a uma “diferença em relação ao cronograma financeiro que a ARS tinha projetado” e aos efeitos da pandemia, mas assegurou que o processo vai ficar concluído até ao final do ano.

O que posso garantir é que a adjudicação será feita até ao final do ano e depois será enviada para o Tribunal de Contas. É isso que eu posso garantir neste momento”, sublinhou, afastando qualquer cenário de “regresso à estaca zero”.

O presidente da ARS do Alentejo adiantou ainda que está a ser feita uma reprogramação da obra para que se possa obter um financiamento comunitário superior ao previsto (40 milhões), diminuindo o contributo nacional no investimento.

No entanto, José Robalo ressalvou que este processo é paralelo ao da adjudicação e que “não existe interferência”.

O Hospital Central do Alentejo, a construir na periferia de Évora, vai ter um edifício que ocupará uma área de 1,9 hectares e terá uma lotação de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, em caso de necessidade, até 487.

A futura unidade hospitalar vai dar resposta às necessidades de toda a população do Alentejo, com uma área de influência de primeira linha que abrange cerca de 200 mil pessoas e, numa segunda linha, mais de 500 mil pessoas.

A infraestrutura contará com 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para atividade de ambulatório e dois para atividade de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.

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Brexit pode provocar filas de 7.000 camiões para atravessar Canal da Mancha

  • Lusa
  • 23 Setembro 2020

O Governo britânico revelou esta quarta-feira um estudo que prevê filas com 7.000 camiões e dois dias de espera para atravessar o Canal da Mancha para França devido ao Brexit.

Um estudo do Governo britânico prevê filas com 7.000 camiões e dois dias de espera para atravessar o Canal da Mancha para França devido à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), admitiu esta quarta-feira o ministro Michael Gove.

Num cenário que considerou o pior possível, em que 30 a 50% das grandes empresas e 60 a 80% de pequenas e médias empresas não estão preparadas para o Brexit, então 40 a 70% dos camiões poderão chegar à fronteira sem os formulários necessários devidamente preenchidos, disse no parlamento.

“Nesse cenário, o fluxo [entre Dover e Calais] poderia ser reduzido em 60 a 80% e isso poderia resultar em filas de até 7.000 camiões em Kent [região no sul de Inglaterra]”, afirmou o ministro do Conselho de Ministros, responsável pelos preparativos relacionados com a saída britânica da UE.

Michael Gove disse que, embora o Governo britânico esteja “empenhado em negociar um novo acordo com UE antes do fim do período de transição, e as negociações continuem, seja qual for o resultado das negociações, as coisas vão mudar para empresas e pessoas se fizerem comércio ou viajarem para a UE”.

Gove disse que uma sondagem recente concluiu que 78% das empresas britânicas já começaram a preparar-se para o pós-Brexit, mas que só 24% estão totalmente prontas e que 43% das empresas ainda acreditam que o período de transição vai ser prolongado, o que o governo recusou em junho.

Mesmo assim, vincou que o Reino Unido continua a preparar-se para a saída e que já foram investidos cerca de 750 milhões de libras (818 milhões de euros) em tecnologia, infraestruturas e pessoal e que a comissão governamental responsável pelo processo encontra-se “quase diariamente” para tomar decisões.

O Reino Unido saiu formalmente da UE em 31 de janeiro, mas continua a beneficiar do acesso ao mercado único e união aduaneira até ao final do ano, no âmbito do período de transição previsto no Acordo de Saída.

A nona ronda de negociações para um novo acordo de comércio está prevista para a semana entre 28 de setembro e 02 de outubro, mas as duas partes apontaram para a existência de divergências significativas.

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Costa responde a Rio: vai prosseguir trajetória de aumento do salário mínimo

O primeiro-ministro explicou os planos do Governo para os próximos anos aos deputados. Em causa esteve a Visão Estratégica de Costa Silva e o Plano de Recuperação e Resiliência.

O Governo esteve na Assembleia da República esta quarta-feira para um debate temático sobre a Visão Estratégica elaborada por António Costa Silva. Este documento é a base de trabalho para o Plano de Recuperação e Resiliência que o Governo está a preparar para enviar à Comissão Europeia, sabendo-se já alguns pormenores. O Executivo discutiu esta tarde durante duas horas o futuro do país com os deputados.

De seguida, acontecerá um debate sobre o Conselho Europeu que estava agendado para esta semana, mas foi adiado para a próxima por causa da quarentena que o presidente da instituição, Charles Michel, terá de cumprir.

Um dos temas do debate, apesar de não constar do plano, passou pelo aumento do salário mínimo: de um lado, Rui Rio a criticar a opção do Governo; do outro lado, António Costa acusou Rio de querer baixos salários e de não ter ideias para o futuro do país.

Um tema comum a praticamente todos os partidos foi o da prevenção da corrupção e da fraude na gestão e implementação dos fundos europeus que chegarão nos próximos anos, cuja quantidade é bem superior à dos anos anteriores. O PSD pediu novas ideias para a prevenção e o Governo prometeu trabalhar nesse sentido, nomeadamente com legislação que está em debate na AR.

À direita criticou-se a falta de verbas para as empresas e o discurso ideológico sobre o papel do Estado enquanto à esquerda se defendeu o reforço da proteção social e do SNS. No final, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, considerou que é uma apreciação “muito limitada e redutora” que os partidos de direita digam que a maior parte dos fundos seja para a administração pública e não para as empresas.

Reveja aqui o debate:

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