Associação de municípios e Governo chegam a acordo sobre descentralização na Ação Social

  • Lusa
  • 14 Julho 2020

Associação Nacional de Municípios Portugueses chegou a acordo com o Governo sobre a transferência de competências na área da Ação Social.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) chegou a acordo com o Governo sobre a transferência de competências na área da Ação Social, anunciou esta terça-feira o seu presidente, Manuel Machado.

O representante falava em Aveiro, numa conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho Diretivo da ANMP a que presidiu, depois de estarem concluídas as negociações com o executivo nacional.

“Concluímos as negociações para a descentralização no âmbito da Ação Social, chegámos a acordo com o Governo, [tendo] formalizado há instantes esse acordo”, disse, salientando que a lei-quadro prevê que a ANMP dê o seu acordo às propostas do Governo no âmbito da descentralização.

A associação esclareceu à Lusa que na reunião de hoje foi aprovado o parecer positivo da associação à proposta do Governo na área da Ação Social.

Segundo o presidente da associação, vai ser feita uma partilha de informação “sobre o todo nacional e cada uma das parcelas que vão ser conferidas”, e vai ser constituída uma comissão de acompanhamento para monitorizar a aplicação do acordo e fazer acertos no que se revele necessário.

“A base do acordo, no que toca aos aspetos financeiros, define parâmetros padrão quanto aos custos, que não podem ser confinados ao que hoje existe porque há setores que estão depauperados em termos de recursos humanos”, disse Manuel Machado.

A ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, anunciou em maio a disposição do Governo de fazer acompanhar a transferência de competências para as autarquias na área da Ação Social de “um envelope financeiro” de 50 milhões de euros, correspondente ao valor que era gasto pelo Estado na prestação desses serviços.

Na reunião de hoje do Conselho Diretivo da ANMP, foi ainda deliberado apelar à Assembleia da República no sentido de apreciar com celeridade a proposta governativa relativa a medidas especiais de contratação pública e de alterações ao Código dos Contratos Públicos e ao Código de Processo nos Tribunais Administrativos.

O Conselho de Ministros aprovou em 18 de junho a proposta de lei, que carece de aprovação pelo parlamento e estabelece medidas especiais de contratação pública, para “simplificar e desburocratizar, aumentando a eficiência da despesa pública”.

Manuel Machado vincou que “a Covid-19 não vai de férias”, pelo que é urgente que os partidos com assento na Assembleia da República votem o diploma para permitir às autarquias e aos demais serviços do Estado fazer face às necessidades criadas pela pandemia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal recusa providência cautelar para travar ida de Centeno para o Banco de Portugal

Mário Centeno tem via livre para seguir para o Banco de Portugal, depois de o Supremo Tribunal Administrativo se ter declarado incompetente para avaliar a providência cautelar da Iniciativa Liberal.

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) recusou providência cautelar da Iniciativa Liberal e do deputado João Cotrim de Figueiredo que visava travar a ida de Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal, considerando o processo de nomeação um “ato político” que não lhe cabe analisar.

“Sendo a nomeação do governador do Banco de Portugal feita por resolução do Conselho de Ministros sob proposta do ministro das Finanças um ato político, não estando em causa qualquer dimensão de legalidade da mesma e já que a situação jurídica a atender tem de ser necessariamente a que está em vigor no presente momento, é este STA incompetente em razão da matéria para conhecer da presente providência“, refere tribunal na decisão a que o ECO teve acesso.

Cotrim de Figueiredo apresentou a providência cautelar na semana passada com o objetivo de suspender temporariamente o processo de nomeação do ex-ministro das Finanças para o supervisor da banca, isto até que o Parlamento pudesse votar a iniciativa legislativa que visa alterar as regras de nomeação do governador do Banco de Portugal, impondo, entre outras regras, um período de nojo entre os cargos.

Uma semana depois, veio a resposta, com o tribunal a não atender aos argumentos apresentados pelo deputado liberal. Em dois pontos:

  • Sobre a falta de idoneidade de Mário Centeno, como alega a Iniciativa Liberal e o deputado, o STA considera que “o conceito de “comprovada idoneidade” é por natureza um conceito relativo que deve estar na mente do executivo aquando da escolha do governador (…) mas nem por isso é o mesmo um critério de legalidade, antes se mantendo no universo da escolha política”. “A referência a “idoneidade” referido preceito move-se, assim, no âmbito de uma escolha política e não de um qualquer critério de legalidade que cumpra ao tribunal controlar”, justifica.
  • Sobre o processo legislativo relativo às mudanças nas regras de nomeação, se pode ser censurável eticamente, a nomeação de Centeno não coloca em causa a censurabilidade de qualquer questão de legalidade, diz o STA. “A aprovação dessa eventual lei é irrelevante para a situação dos autos já que a lei só dispõe para o futuro nos termos do art. 12º do CC. Pelo que, apenas com a entrada em vigor da referida lei poderão eventualmente ser jurisdicionalmente controláveis as referidas limitações legais que venham a ser aprovadas”, frisa.

Com esta decisão, o ex-ministro das Finanças, cujo relatório da audição parlamentar é votado esta quarta-feira, fica com caminho desimpedido para suceder a Carlos Costa na supervisor bancário.

“A quem podemos recorrer se houver um ato político ilegal?

Em reação a esta decisão, a Iniciativa Liberal refere que “ao não considerar as múltiplas e evidentes situações de conflitos de interesse” quanto à idoneidade do candidato, “o que o STA vem dizer é dificilmente qualquer ato político poderá ser escrutinado”. “Algo que nos deixa adicionalmente preocupados, acrescenta numa nota de imprensa.

Para o partido, a falta de escrutínio abre “todo um outro vasto conjunto de preocupações quanto à inimputabilidade dos decisores políticos”.

“Continuamos a entender que as decisões políticas numa democracia têm de respeitar a Lei e que nesta nomeação há incumprimento da Lei Orgânica do Banco de Portugal. Por isso, deixamos a pergunta: a quem pode um cidadão recorrer se considerar um ato político ilegal?“, questiona a Iniciativa Liberal.

(Notícia atualizada às 18h44)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Centro comercial rescinde contrato com Science4You no meio de guerra de rendas. Justifica com “ausência de vendas”

O Oeiras Parque rescindiu o contrato de arrendamento com a Science4You desde 2013, justificando com a "ausência de vendas" deste quiosque. Decisão surge no meio da guerra das rendas.

O Centro Comercial Oeiras Parque, detido pela Mundicenter, rescindiu o contrato de arrendamento que tinha com a Science4You desde 2012. A empresa de brinquedos tem desde essa altura um quiosque neste centro comercial, com quatro funcionários, mas o contrato já não vai ser renovado, terminando agora em agosto, por opção da Mundicenter. Ao ECO, a gestora justifica esta decisão com a “ausência de vendas” da Science4You.

Foi em maio de 2012 que Miguel Pina Martins, fundador da Science4You, assinou com a Mundicenter o primeiro contrato que lhe daria direito a um quiosque no Oeiras Parque. Depois desse seguiu-se um outro contrato para ocupar uma loja e, em 2018, um terceiro para voltar a ter apenas um quiosque, como contou ao ECO o responsável da empresa de brinquedos.

Este último contrato, com a duração de seis meses, foi sendo renovado desde então mas, em agosto próximo, vai terminar. “O referido contrato vigorará apenas até ao próximo dia 31 de agosto de 2020, data em que se extinguirá, devendo consequentemente V. Exas. entregar-nos o espaço livre e devoluto”, lê-se na carta de aviso de renúncia enviada pela Mundicenter.

Ao ECO, Fernando Muñoz de Oliveira, administrador executivo do Grupo Mundicenter, começa por afirmar que “não se trata de um contrato de arrendamento, mas sim de um aluguer temporário de espaço”, neste caso, um quiosque. E salienta ainda que “não foi efetuada qualquer rescisão do contrato, mas sim enviado um aviso prévio, tal como estabelecido contratualmente, da não renovação no final do seu período”.

Sobre os motivos para esta não renovação, Fernando Muñoz de Oliveira explica que a decisão “baseia-se única e exclusivamente na ausência de vendas do quiosque”, algo que diz ser reconhecido por Miguel Pina Martins. Questionado pelo ECO, o administrador acrescenta que esta é uma situação normal. “Se uma loja não tem vendas, praticamente zero como é o caso do quiosque em questão, no final do seu contrato é avaliada a sua permanência no centro e certamente o seu contrato não é renovado”.

Diretor do Oeiras Parque é presidente da associação de centros comerciais

Contudo, para Miguel Pina Martins, os motivos por trás desta decisão são outros. É que o fundador da Science4You é também o fundador e presidente da recente Associação de Marcas de Restauração e Retalho (AMRR), que tem vindo a representar e defender os interesses dos lojistas nesta altura de pandemia. E o diretor-geral do Oeiras Parque é António Sampaio de Mattos, presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC).

“Isto só vem provar a pressão e o bullying que temos [os lojistas] vindo a denunciar e que levaram à criação da AMRR”, diz Miguel Pina Martins, acrescentando esperar que seja uma “infeliz coincidência o facto de o Oeiras Parque ser gerido pelo presidente da APCC”. “Tínhamos vindo a conversar e eu recebo uma carta do nada. Não estávamos à espera”, conta ao ECO, referindo que “não se devem misturar as coisas, mas pelos vistos misturam”.

O responsável da empresa de brinquedos reconhece que tem tido uma quebra nas vendas, “mas isso é algo transversal” a todas as outras lojas, tal como a própria AMRR tem vindo a alertar. “Só espero que não despejem todos os outros lojistas que também tenham quebra de vendas pois seria dramático para o shopping e para os lojistas. Mas naturalmente que a decisão é da Mundicenter. Agora, na realidade, a única mudança que vejo relevante nesta fase infelizmente é essa [ter fundado a AMRR]. Se foi essa a razão não sei, mas que fica a ideia no ar, é obvio que fica”.

Além disso, numa altura em que os centros comerciais dizem estar a ser prejudicados pela pandemia, Miguel Pina Martins diz não compreender como é que o Oeiras Parque abdica de um lojista. “Há oito anos que lá estávamos. E fomos despejados numa altura em que eles [centros comerciais] nunca precisaram tanto de ter lojistas“, diz.

Do lado da Mundicenter, Fernando Muñoz de Almeida nota que no Oeiras Parque houve três rescisões de contratos, mas todas a pedido dos lojistas. “Não existem quaisquer rescisões de contratos no Grupo Mundicenter, de nossa iniciativa”, afirma.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Centeno já entregou sino do Eurogrupo ao sucessor Paschal Donohoe

O irlandês Paschal Donohoe já recebeu de Mário Centeno o sino que tradicionalmente assinala o início das reuniões do Eurogrupo. É oficialmente o novo presidente.

O sino do Eurogrupo já mudou de mãos, sinalizando a passagem de testemunho do português Mário Centeno para Paschal Donohoe. O irlandês assume agora a presidência do órgão informal que junta à mesma mesa os ministros das Finanças da Zona Euro.

“Entrega do sino cerimonial por Mário Centeno esta tarde. Anseio liderar as reuniões do Eurogrupo e começar a trabalhar com todos os Estados-membros no período que se segue. Desejo ao Mário a melhor sorte no próximo capítulo da sua carreira”, escreveu Paschal Donohoe numa publicação no Twitter. Centeno será o próximo governador do Banco de Portugal.

O sino do Eurogrupo é um artefacto tradicionalmente usado pelos presidentes do órgão informal europeu para dar início às reuniões. Quem tem o sino, é presidente.

Muitos portugueses ainda se recordarão das imagens da passagem do sino das mãos do holandês Jeroen Dijsselbloem para as de Centeno. Foi em 12 de janeiro de 2018, altura em que o então ministro das Finanças português assumiu a liderança do Eurogrupo num mandato que agora termina.

O momento da entrega do sino do Eurogrupo a Mário Centeno, em 2018.European Council Newsroom

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sines apela ao Governo para compromisso firme com trabalhadores da central da EDP

  • Lusa
  • 14 Julho 2020

O presidente da Câmara de Sines aponta que "há um conjunto de projetos em Sines que podem absorver parte da mão-de-obra” mas que, para isso, é necessário que se passe “dos acordos escritos à ação”.

O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, apelou esta terça-feira para um “compromisso firme” do Governo no sentido de encontrar uma solução para os trabalhadores afetados pelo encerramento antecipado da central termoelétrica da EDP, previsto para janeiro.

Em declarações à Lusa, após uma reunião com a administração da EDP Produção “para encontrar soluções que minimizem o impacto do encerramento da central” na região, Nuno Mascarenhas (PS) reconheceu que “há um conjunto de projetos em Sines que podem absorver parte da mão-de-obra” mas que, para isso, é necessário que se passe “dos acordos escritos à ação”.

“É importante que haja da parte do Ministério do Trabalho [Solidariedade e Segurança Social] um compromisso firme de solução para os trabalhadores que, a partir de janeiro, poderão ter problemas em termos laborais”, afirmou o autarca.

Nesse sentido, Mascarenhas diz estar em contacto com o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, e que existe “total disponibilidade” para uma reunião que envolva a Segurança Social, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, a EDP, a Câmara Municipal e a secretaria de Estado a fim de “encontrar várias soluções”.

Além da possibilidade de desenvolver um projeto de produção de hidrogénio verde, o presidente da Câmara lembrou ainda que a construção do cabo submarino de fibra ótica entre o Brasil e Sines pode motivar a “abertura de ‘data centers’ ou outras infraestruturas”, mas que, para que este tipo de atividade possa absorver parte da mão-de-obra, é necessário dar “uma resposta adequada para formar estes trabalhadores”.

A antecipação em dois anos do encerramento da central, de resto, criou “novos problemas que não estavam a ser equacionados no passado” e o impacto do mesmo é, neste momento, o “foco da atuação das várias entidades no sentido de minimizar os impactos em termos de questões laborais”.

“A questão dos postos de trabalho é o ponto fulcral, mas há toda uma questão económica local, uma vez que a central era uma das unidades que mais contribuía para o desenvolvimento da economia da região, porque a maioria dos trabalhadores são de Sines e de Santiago do Cacém. Mas, depois, gerava-se toda uma economia em torno da atividade da central, nos transportes, manutenção, entre outras, que fazia com que esta fosse uma das atividades mais importantes do concelho”, descreveu Nuno Mascarenhas.

Quanto ao total de trabalhadores afetados pelo encerramento antecipado das central, o autarca referiu que essa é uma informação que “a EDP poderá disponibilizar”, mas tem “consciência de que são algumas centenas”.

Relativamente à infraestrutura que irá ser desativada, Nuno Mascarenhas lembra que “é importante começar a pensar na questão do que fazer à central”, uma vez que “pode ser um ativo importante para o país”, e vê “com muito bons olhos” o projeto do hidrogénio verde, embora lembre que “há um grande caminho a fazer”.

“Há sempre quem seja opositor, mas não é por acaso que outros países estão a investir nesta energia e ainda hoje saiu nas notícias que a Hyundai está a produzir e a vender à Suíça autocarros movidos a hidrogénio. Se Portugal apostar neste caminho, com as devidas cautelas, com um projeto bem maturado e analisado, acredito que seja o caminho para substituir a central elétrica” apontou Nuno Mascarenhas.

A EDP decidiu antecipar o encerramento das suas centrais a carvão na Península Ibérica, o que representa um custo extraordinário de cerca de 100 milhões de euros (antes de impostos) em 2020, revelou esta terça-feira a empresa.

Numa informação publicada hoje pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a elétrica portuguesa considera que a decisão foi tomada tendo em conta “a continuada deterioração das condições de mercado para estas centrais durante o primeiro semestre de 2020”. A EDP acrescenta que está a desenvolver projetos nas regiões destas centrais para realizar “potenciais investimentos alinhados com a transição energética”.

No caso da central de Sines (1.180 MW), que não produz energia desde janeiro 2020, será hoje entregue uma “declaração de renúncia” à licença de produção, para encerramento em janeiro de 2021. Nesta unidade, a empresa está a avaliar o desenvolvimento, em consórcio, de um projeto de produção de hidrogénio verde com possibilidade de exportação por via marítima.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP já perdeu 4% em bolsa desde que é arguida

As bolsas europeias recuaram mais de 1%, com os receios em torno do impacto da pandemia nas contas das empresas a eliminarem os ganhos da sessão anterior. O índice português caiu menos graças à Galp.

As bolsas europeias eliminaram, esta terça-feira, os ganhos registados na última sessão. A generalidade dos índices observou perdas a superarem 1%, uma tendência de queda que também foi seguida pela bolsa portuguesa. A volatilidade está instalada nos mercados financeiros, nesta que é a semana em que as empresas começam a revelar os resultados do segundo trimestre, altamente influenciada pela pandemia.

Depois de ganhar cerca de 1% na segunda-feira, o Stoxx 600 deu um passo atrás e desvalorizou 1,1%. O alemão DAX perdeu 1,2%, o francês CAC-40 cedeu 1,4% e o espanhol IBEX derrapou 1,3%. As perdas em Lisboa foram menos acentuadas, com o índice português PSI-20 a desvalorizar 0,51%, para 4.450,1 pontos.

A pressionar o índice nacional esteve, sobretudo, o grupo EDP. A elétrica liderada de forma interina por Miguel Stillwell d’Andrade continua a ser prejudicada pelo envolvimento no “caso EDP”. A empresa confirmou formalmente que também foi constituída arguida na sequência da investigação às rendas excessivas. Além disso, anunciou que vai encerrar já em janeiro de 2021 a central de Sines, uma operação que custará 100 milhões de euros, e que vendeu défice tarifário no valor de 273 milhões de euros.

Os títulos da EDP perderam 1,63%, para 4,352 euros, enquanto os da participada EDP Renováveis recuaram 0,73%, para 13,6 euros por ação. Em dois dias — desde que foi constituída arguida no caso das rendas excessivas, a EDP já perdeu 4%.

Evolução das ações da EDP no último mês

Também no setor da energia, a REN desvalorizou 1% e as ações da gestora da rede elétrica valem, agora, 2,475 euros. Mas mais do que a REN, foi o fraco desempenho do BCP que, a par com as empresas do grupo EDP, contribuiu significativamente para a queda da bolsa de Lisboa. As ações do banco presidido por Miguel Maya cederam 0,92%, para 10,74 cêntimos, refletindo o menor otimismo dos investidores na recuperação da economia, depois do dano provocado pelo novo coronavírus.

As ações da Nos recuaram 0,62% em bolsa, para 3,518 euros cada. Das telecomunicações ao setor postal, os CTT perderam 0,46%, para 2,17 euros por ação.

Contudo, uma razão explica porque é que o índice português caiu menos do que os pares. O forte desempenho da Galp Energia amparou Lisboa, com a petrolífera a acelerar 0,71% em bolsa, cotando em 10,58 euros.

A justificar está subida estará a valorização do petróleo nos mercados internacionais, com o preço do Brent, referência para as importações portuguesas, a ganhar perto de 0,9%, regressando a um patamar acima dos 43 dólares por barril.

Fora do PSI-20, o foco é o Benfica. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das ações e das obrigações da SAD encarnada. Justificou que está a aguardar a divulgação de informação relevante para o mercado, no dia em que é avançado que Luís Filipe Vieira e a própria SAD foram constituídos arguidos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fecho de Sines é “boa notícia” mas não é isenta de “inquietações”, diz Matos Fernandes

Matos Fernandes voltou a frisar que "não haverá lugar ao pagamento de uma compensação monetária à EDP caso a central de Sines continue a operar, o que não deverá acontecer". 

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, disse esta terça-feira na Assembleia da República que o Governo vai “verificar” nos próximos meses se o objetivo de fechar a central a carvão em Sines no início de 2021, “será concretizável no prazo proposto pela EDP”.

“O anúncio é uma boa notícia mas também nos suscita inquietações”, frisou desde logo o ministro, sublinhando: “A nossa decisão terá em conta a segurança do abastecimento e a rejeição de qualquer tipo de compensação à empresa, no caso de a central ter de continuar a operar”.

Na manhã desta terça-feira, 14 de julho, a EDP comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que entregou à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) uma declaração de renúncia à licença de produção para que a central de Sines possa encerrar a sua atividade em janeiro de 2021. Perante os deputados, Matos Fernandes revelou que a DGEG tem agora seis meses — ou seja, até meados de janeiro do próximo ano — para avaliar a decisão da elétrica que detém a central desde que a mesma entrou em funcionamento, em 1985. E para tomar uma decisão final sobre se permitirá, ou não, à empresa avançar com esta mesma renúncia à licença de produção.

No entanto, se a resposta da DGEG for não (“o que não deverá acontecer”, disse o ministro), Matos Fernandes voltou a frisar que “não haverá lugar ao pagamento de uma compensação monetária à EDP caso a central de Sines continue a operar”. Sendo a maior central elétrica do país, a central de Sines esteve abrangida, até 31 de dezembro de 2017, por um contrato de Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), criado em substituição do Contrato de Aquisição de Energia (CAE) original. A partir daí, toda a energia elétrica produzida a partir do carvão passou a ser comercializada em regime de mercado, com preços variáveis. Em 2019 a EDP renovou junto da APA a licença ambiental da licença de Sines.

Para o ministro, o fecho de Sines são “boas notícias”, mas não 100% isentas de “inquietações”, sobretudo porque o cenário “ideal” para o fecho de Sines seria sempre após a conclusão do centro eletroprodutor do Alto Tâmega (previsto para 2023), onde estão a ser construídas três novas barragens pela espanhola Iberdrola. E também após a construção de uma nova linha elétrica na região sul.

“Não é nada que não esperássemos. Não é nada que não desejássemos. Ativamente, por via fiscal, desencorajámos a produção a partir deste tipo de combustível”, disse Matos Fernandes, revelando que recebeu a notícia do encerramento de Sines com “muita calma e muita confiança”. Notícia esta que a EDP já tinha feito chegar ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática há pelo menos três semanas, confirmou o ministro, cuja equipa ministerial está desde esse momento a trabalhar para ter uma “noção clara do que teremos de fazer para dizer sim sem sobressalto” à EDP.

Para isso, disse, é preciso ter garantias do lado da oferta (mais apoio por parte da rede elétrica espanhola, maior aproveitamento das mega centrais solares fotovoltaicas situadas no Alentejo e Algarve, controlo de tensão e ainda a manutenção de uma reserva própria na central hidroelétrica do Alqueva) e também do lado da procura, com a “redução de consumos não prioritários que não afetarão os consumidores” nas suas casas.

“A situação ideal seria a o encerramento da central acontecer já com as barragens do Alto Tâmega a funcionarem e com a construção da linha 400 kV que ligará Ferreira do Alentejo a Tavira concluída. Contudo, mesmo sem estas infraestruturas a funcionarem, o sistema elétrico nacional dispõe de redundâncias que poderão garantir o habitual abastecimento de eletricidade ao sul do país É uma matéria que estamos a estudar”, garantiu Matos Fernandes.

De acordo com o ministro, na sua intervenção inicial, “a central termoelétrica de Sines entrou em serviço em 1985, pertence ao grupo EDP, funciona a carvão e é constituída por quatro grupos, tendo uma potência total instalada de 1256 MW. A sua operação tornou-se economicamente pouco atrativa, com a quebra do preço da eletricidade nos mercados grossistas, resultado da diminuição da procura e do desincentivo fiscal à produção a partir do carvão. O preço no mercado de licenças de emissão de dióxido de carbono, o fim progressivo da isenção do ISP, a taxa de carbono sobre o carvão e a descida do preço do gás natural, entre outros fatores, tornaram-na pouco viável. Desde janeiro deste ano, a central não foi ativada, mostrando que não foi uma peça necessária no puzzle do sistema elétrico nacional”.

Em resposta aos deputados, o ministro disse que dos 122 trabalhadores da EDP, alocados à central, “todos têm o futuro garantido, como nos foi garantido pela empresa”. Além destes existem mais de 200 trabalhadores da central que não fazem parte dos quadros da EDP, sendo que destes 150 postos de trabalho têm o seu futuro profissional ameaçado, um cenário que também preocupa Matos Fernandes, já que muito provavelmente não será possível uma requalificação até ao final de 2020.

Logo após ser conhecida a decisão da EDP de fechar Sines no início de 2021, o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, reuniu-se com a EDP Produção para encontrar soluções que minimizem os impactos que o encerramento da central termoelétrica de Sines poderão vir a ter na região. Nessa reunião estiveram presentes Miguel Mateus, administrador da EDP Produção, João Amaral, diretor da Central de Sines, e Adília Pereira, diretora de Recursos Humanos da empresa. Participou ainda o CEO da EDP Produção, Miguel Setas

“Os trabalhadores da EDP e os sinienses sabem o empenho que a Câmara Municipal tem colocado na defesa dos seus interesses e da estabilidade económica e social desta comunidade. É necessário salvaguardar o futuro de centenas de trabalhadores, não só dos que operam diretamente na central, mas também de muitos outros, que trabalham nos setores de atividade que lhe estão associados”, referiu o autarca em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa identifica “largo campo de convergência” para discussões com BE e PCP

  • Lusa
  • 14 Julho 2020

António Costa insistiu que um sistema de bloco central seria “um fator de empobrecimento da democracia”, apontando ainda assim que tal não quer “dizer que o PSD tenha peste”.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou-se esta terça-feira convicto de que há um “largo campo de convergência à partida” para as discussões com o Bloco de Esquerda e o PCP sobre o próximo Orçamento do Estado.

Em declarações à RTP em Budapeste, à margem de um encontro com o seu homólogo húngaro, Costa lembrou ainda que sempre defendeu que os parceiros naturais do PS em matéria de governação são os partidos à esquerda, e insistiu que um sistema de bloco central seria “um fator de empobrecimento da democracia”, não querendo isto “dizer que o PSD tenha peste”.

Questionado sobre o arranque das discussões com BE e PCP, o primeiro-ministro disse ter, naturalmente, “uma perspetiva positiva” e não ver “nenhuma razão” para que assim não suceda.

“Estes últimos cinco anos têm sido cinco anos de sucesso para o país. E agora que temos uma nova crise pela frente, onde é muito claro que, ao contrário do que alguns temeram, a resposta adequada não vai ser o recurso à austeridade, é, pelo contrário, necessário unir os esforços e dar uma resposta positiva àquilo que é essencial, de forma a reforçar a nossa capacidade económica, de reforçar os apoios sociais, os serviços públicos essenciais, como o SNS”, apontou.

Manifestando-se então convicto de que “há um largo campo de convergência à partida”, Costa comentou que seria mesmo preciso “algum trabalho” para se encontrar “as divergências suficientes para que não possa haver acordo”. Questionado sobre se as exigências de Bloco e PCP levam o Governo a ponderar ‘virar-se’ para o PSD, Costa sorriu e disse que “não vale a pena continuar com esse debate”.

“É a minha convicção desde sempre, mas assumida e expressa desde 2014, quando concorri a secretário-geral do PS, que a nossa democracia vive da essência de alternativas. E, no nosso sistema partidário, as alternativas normais são as que são lideradas, à direita, pelo PSD e, à esquerda, pelo PS. Portanto, sistemas de grandes coligações, de bloco central, ou o que lhe queiram chamar, seria sempre um fator de empobrecimento da democracia”, sustentou.

“Isto não quer dizer que o PSD tenha peste. Não tem peste. Agora, há matérias sobre as quais obviamente deve haver entendimentos o mais alargado possível”, disse, apontando, a título de exemplo, que sempre defendeu “que o programa nacional de infraestruturas, que são compromissos do país para séculos, devem obviamente transcender aquilo que é um mandato limitado de uma maioria”.

Segundo o chefe de Governo, “há matérias, como a política externa e a política de defesa, que devem ser objeto de um acordo o mais amplo possível”, e, por exemplo, “foi muito importante para o país, no momento mais difícil desta crise, que todo o sistema partidário, com pequenas exceções, se tenha unido, por exemplo, em torno das propostas do PR da declaração do Estado de Emergência”.

“Outra matéria diferente tem a ver com soluções de governação. E, aí, eu acho que temos todos a ganhar em que os portugueses tenham o Governo que querem e a possibilidade de terem uma alternativa de Governo que venham a querer. E ainda por cima, essa é não só a posição do PS, como é também a posição do PSD, portanto é um romance que não vale a pena continuar a alimentar”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Produção automóvel recupera, mas mantém quebra de 20%

A pandemia de coronavírus teve um forte impacto no setor e, consequentemente, para a economia portuguesa. Em termos acumulados, nos primeiros seis meses do ano registou-se um decréscimo de 36,2%.

Foram produzidos 22.943 veículos automóveis ligeiros e pesados em junho, em Portugal, o que representa uma queda de 20% em relação ao período homólogo. Apesar da quebra homóloga existe um recuperação face a maio deste ano, uma vez que foram produzidos apenas 15.965 veículos automóveis em Portugal, de acordo com dados da Associação Do Comércio Automóvel De Portugal (Acap).

A pandemia de coronavírus teve um forte impacto no setor e, consequentemente, para a economia portuguesa. Em termos acumulados, nos primeiros seis meses do ano registou-se um decréscimo de 36,2% em comparação com o período homólogo, correspondendo a 117.350 unidades fabricadas este ano.

“A informação estatística relativa ao primeiro semestre de 2020 confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel já que 98% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo, o que, sublinhe-se, contribui de forma significativa para a balança comercial portuguesa”, sublinha a associação, em comunicado.

A Europa continuou a ser, no primeiro semestre deste ano, o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional, com 96,7% a ser enviado para outros países. A Alemanha (22,7%), França (16,2%), Itália (12,6%), Espanha (11,7%) e Reino Unido (8,7%) estão no topo do ranking.

Produção automóvel em Portugal

Relativamente à montagem de veículos automóveis em Portugal, em junho deste ano foram montados 110 veículos pesados, um decréscimo de 28,6% face a igual mês do ano de 2019, mas um recuperação face a maio deste ano, onde foram montados apenas 12 veículos pesados.

Nos primeiros seis meses do ano, a montagem de veículos pesados apresentou uma queda de 77,6% face a igual período do ano anterior, representando 425 veículos montados em 2020.

Em junho de 2020 voltaram a ser exportados veículos pesados montados em Portugal, mais especificamente 91,8% dos veículos montados, num total de 101 unidades.

(Notícia atualizada às 16h21 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Macron admite erros e anuncia mais 100 mil milhões de euros para a economia

  • Lusa
  • 14 Julho 2020

As empresas vão ser incentivadas a assinar contratos com os jovens que saem do ensino profissional em vez de estágios e serão criados 100.000 novos postos no serviço cívico.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, admitiu esta terça-feira compreender a sua impopularidade junto dos franceses e defendeu uma mudança de caminho com o novo Governo anunciando mais 100 mil milhões de euros para a economia francesa.

“Deixei transparecer, sem dúvida, uma coisa que acho que não sou e as pessoas começaram a detestar um Presidente que queria reformar tudo para que apenas os melhores tivessem sucesso no nosso país e esse nunca foi o meu projeto”, justificou o Presidente da República, em entrevista aos meios de comunicação franceses.

A entrevista, dada na festa nacional do 14 de julho, serviu para o Presidente fazer um ponto da situação da covid-19 no país, mas também para explicar as suas prioridades políticas e económicas para os próximos dois anos do mandato.

Sobre a recente remodelação governamental, Macron defendeu a atuação do seu antigo primeiro-ministro, Édouard Philippe, mas também a escolha de um novo chefe de Governo, Jean Castex, para uma nova fase do mandato. “Não vamos mudar o destino final [do mandato] que é uma França forte e independente. Mas vamos querer associar mais e passar mais pelo diálogo social e pelo poder local”, defendeu o Presidente.

Macron foi também confrontado com a escolha polémica de Gérard Darmanin para ministro da Administração Interna, quando este enfrenta um processo por violação, depois de uma primeira absolvição.

“Respeito sempre a emoção e cólera das causas justas como é a causa feminista. […] Mas nenhuma causa é defendida de forma justa se pusermos os princípios fundamentais da nossa democracia em causa. Eu sou o garante da presunção de inocência”, indicou. Quanto à sua reeleição em 2022, Emmanuel Macron disse que era “prematuro” falar num próximo mandato.

Sem calendário preciso, o Presidente da República fez vários anúncios sobre a recuperação económica em França, admitindo que na primavera de 2021 pode haver entre 800 a 1 milhão de novos desempregados. “Vamos pôr neste plano de relance da economia, para além do que já pusemos [cerca de 460 mil milhões de euros], pelo menos 100 mil milhões para a indústria, o ambiente, as regiões, a cultura e a educação”, revelou.

A “prioridade” da crise económica causada pela covid-19 são, segundo o líder francês, os jovens. Assim, Macron anunciou que as empresas vão ser incentivadas a assinar contratos com os jovens que saem do ensino profissional em vez de estágios, a criação de 100.000 novos postos no serviço cívico e ainda a exoneração de encargos sociais para os jovens com salários até 1,6 vezes o salário mínimo.

O Presidente assegurou ainda que os impostos não vão ser aumentados, que um novo dispositivo vai ser criado para acompanhar a atividade parcial de longa duração de forma a permitir aos franceses manterem os seus postos de trabalho e ainda a “moderação da distribuição de dividendos” nas empresas ajudadas pelo Estado.

A reforma das pensões, que levou à greve mais longa em França no início deste ano, não é para ser abandonada, mas deverá ser revista com maior participação da concertação social. “Eu acho que a reforma das pensões é justa. Talvez precise de mais tempo e de ser mais bem concertada”, admitiu.

As medidas anunciadas pelo Presidente vão agora ser detalhadas pelo primeiro-ministro e pelos vários ministros nas próximas semanas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há 233 novos casos de Covid-19. 61% na região de Lisboa e Vale do Tejo

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de novas infeções, com 61% do total, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Direção Geral de Saúde.

O número de infetados com coronavírus em Portugal subiu para 47.051. Na últimas 24 horas, verificou-se um aumento de 233 novos casos, o que representa uma taxa de crescimento diária de 0,5%, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Direção Geral de Saúde. A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de novas infeções, com 61% do total.

Até ao momento, Portugal já registou 408.951 casos suspeitos, dos quais 47.051 estão agora confirmados, mais 233 do que na segunda-feira. O número de recuperados subiu de 31.065 para 31.550, isto é, foram dados como recuperados, nas últimas 24 horas, mais 485 pacientes.

O balanço divulgado esta terça-feira dá ainda conta que o número de pacientes internados subiu de 467 para 472. Na segunda-feira, destes, estavam 63 nos cuidados intensivos. Agora, estão mais seis (69 no total). No que diz respeito ao número de vítimas mortais, registou-se um aumento de 1.662 para 1.668.

No que diz respeito à distribuição geográfica dos casos de infeção, continua a ser a região de Lisboa e Vale do Tejo com mais casos confirmados: 23.008. Nas últimas 24 horas, esta região registou 143 novos casos, pouco mais de 61% dos total dos novos casos no país. Segue-se o Norte, com 18.184 casos, o Centro com 4.297 casos, o Alentejo com 586 casos, o Algarve com 725 casos, os Açores com 152 casos e a Madeira com 99 casos.

A DGS nota, por outro lado, que há, atualmente, 34.641 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde e 1.472 a aguardar os resultados laboratoriais.

(Notícia atualizada às 16h02)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dia volátil em Wall Street com resultados mistos de empresas

Resultados desanimadores e provisões feitas pela banca desanimam os investidores em Wall Street. No setor tecnológico a sessão está volátil, passando de "terreno" vermelho para verde em minutos.

As principais bolsas norte-americanas estão a prolongar as perdas da última sessão, com um conjunto misto de resultados das empresas a desanimar os investidores. Para além disso, preocupações com o vírus, após medidas de restrição anunciadas na Califórnia, penalizam o sentimento em Wall Street.

A Delta Airlines está entre as empresas que apresentaram contas mais negativas. A companhia aérea registou um prejuízo trimestral de 5,7 mil milhões de dólares, principalmente devido ao impacto da pandemia de coronavírus nas viagens. Os títulos da Delta, que deixou também um alerta de que a recuperação das viagens aéreas está ainda a dois anos de distância, recuam 3,73% para os 25,82 dólares.

A banca também pesa no sentimento, nomeadamente depois várias instituições anunciarem provisões para poderem acudir a créditos de cobrança duvidosa, um sinal de que esperam um impacto negativo da pandemia. O Citigroup cai 2,37% para os 50,99 dólares, depois de reportar uma queda nos lucros trimestrais, enquanto a Wells Fargo recua 7,46% para os 23,52 dólares, após registar perdas trimestrais.

Por outro lado, o JPMorganChase contraria a tendência, ao apresentar contas acima do esperado, e sobe 0,16% em bolsa. O lucro do grupo desceu 60% no primeiro semestre deste ano, para 7.552 milhões de dólares (6.639 milhões de euros), face ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, este resultado reflete já o impacto da pandemia de Covid-19, que levou o banco a acumular provisões.

Perante estes resultados, o índice industrial Dow Jones abriu a sessão desta terça-feira a recuar 0,10% para 26.059,36 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 cai 0,47% para 3.140,49 pontos. O tecnológico Nasdaq arrancou a sessão a perder 0,72% para 10.316,52 pontos, mas entretanto inverteu a tendência, negociando próximo da linha de água.

O setor tecnológico é onde se está a sentir mais volatilidade nesta sessão. Depois de avanços e recuos, a Tesla está agora a avançar 5,20% para os 1.574,94 dólares, a Microsoft sobe 0,46% para os 208,02 dólares e o Facebook valoriza 0,067%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.