António Domingues alertou regulador angolano para “incumprimento grave” das normas bancárias

  • Lusa
  • 13 Julho 2020

O alerta dizia respeito, em particular, à lei de combate ao branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, bem como o código de conduta da instituição bancária.

O ex-vice-presidente do Banco de Fomento Angola (BFA), António Domingues, que apresentou demissão na semana passada, alertou o regulador angolano para o “incumprimento grave” das normas do setor bancário por parte de um vogal executivo da instituição financeira.

Na carta, enviada ao presidente do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, datada de 2 de julho e a que a Lusa teve hoje acesso, António Domingues expôs as suas preocupações sobre a violação das normas aplicáveis ao setor bancário de que teve conhecimento, em particular a lei de combate ao branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, bem como o código de conduta da instituição bancária.

Em causa está um relatório elaborado pelo Departamento de Auditoria Interna do banco em agosto de 2017, na sequência de um alerta da Direção de Compliance onde estão “descritas e documentadas operações efetuadas por vogal executivo do banco que configuram incumprimento grave” destas normas.

Nem o relatório nem as informações aí descritas foram, na ocasião, apresentados ao Conselho de Administração ou à Comissão de Auditoria e Controlo Interno, denuncia o vice-presidente do BFA, sublinhando que os factos e as suas consequências não prescreveram.

“É meu entendimento de que, como membro do Conselho de Administração do banco, ao deles tomar conhecimento tenho a obrigação legal e regulamentar de dar conhecimento às autoridades de supervisão nos termos da legislação aplicável”, escreve António Domingues.

Além de Lima Massano, o vice-presidente informou também o presidente do Conselho de Administração, Rui Mangueira, o presidente da Comissão Executiva, António Catana, bem como os presidentes dos acionistas Unitel e BPI.

Quatro dias depois, segundo informação veiculada no site do BFA, António Domingues cessou funções “a seu pedido”. Além de António Domingues, também a ex-vogal do Conselho de Administração do banco, Otília Carmo Faleiro cessou o seu mandato, a 08 de julho. Contactado pela Lusa, o BFA informou que se vai pronunciar nos próximos dias sobre o caso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preocupações com vírus e tecnológicas arrastam Wall Street. Tesla cai 3%

Depois de ganhos expressivos, a maré mudou em Wall Street. A primeira sessão da semana acabou por ser mista nas bolsas norte-americanas.

Depois de uma abertura com ganhos expressivos, a maré virou em Wall Street. A primeira sessão da semana acabou por ser mista nas bolsas norte-americanas, com os principais índices a registar perdas ou ganhos ligeiros, numa altura em que um prolongamento das restrições na Califórnia devido à pandemia provoca preocupações.

A ameaça de um aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China também contribuiu para o sentimento negativo. O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, classificou as reivindicações territoriais de Pequim sobre os recursos offshore no mar da China Meridional como “completamente ilegais”.

O índice de referência, o S&P 500, recuou 0,85% para 3.157,87 pontos. Igual tendência foi registada pelo tecnológico Nasdaq, que caiu 2,09% para 10.396,06 pontos. Já o industrial Dow Jones conseguiu contrariar, apesar de com ganhos ligeiros, e subiu 0,05% para 26.087,79 pontos.

A Tesla destacou-se no início da sessão, ao disparar 15%, mas a tendência inverteu, fechando mesmo em “terreno” vermelho. A fabricante de automóveis elétricos tem estado a valorizar, tanto que até ajudaram o CEO, Elon Musk, a ultrapassar a riqueza de Warren Buffett. Mas a meio do dia o sentimento mudou. As ações da Tesla caíram 3,08% para os 1.497,06 dólares.

O mesmo aconteceu com gigantes tecnológicas, como a Microsoft e a Amazon, que vinha a registar ganhos, principalmente por se afigurarem uma aposta segura durante a pandemia, mas fecharam com perdas. A Microsoft caiu 3,09% enquanto a Amazon recuou 3,00%.

O “rally” em Wall Street, que tem estado em alta nas últimas sessões, foi motivado por várias cotadas específicas, aponta um analista citado pela Reuters. “Há manchetes sobre Covid-19, demissões e economia. Finalmente, a situação atingiu estas empresas nas quais todos se têm escondido”, completou.

Por outro lado, a Pepsi destacou-se no ganhos, depois de as receitas trimestrais da gigante norte-americana superarem as estimativas dos analistas, beneficiando de um aumento no consumo doméstico de aperitivos durante a pandemia, como Cheetos. Os títulos somaram 0,33% para os 134,91 dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nova companhia aérea de Neeleman deverá iniciar voos em 2021

  • Lusa
  • 13 Julho 2020

Companhia aérea de baixo custo, com base nos EUA, está a tentar comprar o certificado operacional da extinta Compass Airlines, agilizando o início das operações com voos fretados para outubro.

A Breeze Airways, fundada por David Neeleman, cuja saída da TAP foi anunciada recentemente, deverá iniciar os voos em 2021, um lançamento que foi adiado pela pandemia de Covid-19, avançou esta segunda-feira a Bloomberg.

De acordo com a agência, a companhia aérea de baixo custo, com base nos Estados Unidos, está a tentar comprar o certificado operacional da Compass Airlines, que já foi extinta, agilizando o início das operações com voos fretados para outubro. No entanto, a companhia prevê que os voos agendados só tenham início em 2021.

Devido à pandemia de Covid-19, a entrega das aeronaves Airbus A220-300, que será o principal modelo da companhia, foram adiadas por seis meses, devendo chegar em meados de agosto de 2021.

A 3 de julho, a companhia aérea brasileira Azul, de David Neeleman, anunciou a venda de 6% da TAP, no âmbito do acordo entre o Estado e os acionistas privados, que “garante a continuação” da empresa, segundo um comunicado.

Assim, a Azul “anuncia ter alcançado um acordo com o Governo português para permitir uma injeção de capital vital na TAP SGPS. O acordo consiste na venda da participação indireta da Azul na TAP de 6%, por aproximadamente 65 milhões de reais [10,8 milhões de euros]”, bem como na “eliminação do direito de conversão” das obrigações seniores detidas “pela companhia de 90 milhões de euros com vencimento em 2026”, indicou a Azul, na mesma nota.

No dia anterior, o Governo tinha avançado que tinha chegado a um acordo com os acionistas privados da TAP, passando a deter 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros. Com este acordo, o Estado aumenta a participação na TAP dos atuais 50% para 72,5%.

Em conferência de imprensa, na altura, o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, precisou que o Estado pagará o montante de 55 milhões de euros, que se destina à renúncia por parte da Atlantic Gateway, consórcio formado por David Neeleman e Humberto Pedrosa, ao “exercício das opções de saída do acordo parassocial”.

O dono da companhia aérea Azul, David Neeleman, sai assim da estrutura acionista da TAP, mantendo-se apenas Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro.

A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um “auxílio de emergência português” à TAP, um apoio estatal de até 1.200 milhões de euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com condições predeterminadas para o seu reembolso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IATI lança novo seguro de viagem para campistas e caravanistas

  • ECO Seguros
  • 13 Julho 2020

A nova solução de viagem e assistência fornece cobertura de Responsabilidade Civil privada de até 30 mil euros para danos materiais ou corporais a terceiros, extensível a animais de estimação.

IATI Escapadinhas fornece cobertura a danos ocasionados por animais companheiros de jornada.

Lançado também em Espanha pela IATI Seguros, sob designação IATI Escapadas, o novo produto é um seguro desenvolvido especialmente para viagens nacionais dentro de Portugal e por países da Europa.

“O seguro conta com coberturas específicas para nichos de viajantes como cicloturistas, campistas e os que viajam em autocaravana, assim como os que não deixam seus animais de estimação nem quando saem de férias.” Disponível no mercado português desde 10 de julho, o produto já regista “várias vendas”, disse a ECOseguros Mariana Naccaratti, country manager da IATI Seguros.

Por causa da pandemia, os últimos meses foram muito difíceis, com isolamento prolongado, muita incerteza e um custo emocional importante, nota a seguradora. “Agora, mais do que nunca, precisamos de ar fresco, evadir-nos, sair, respirar, partilhar com a família e os amigos e desfrutar novamente da liberdade de viajar”. É neste contexto que a companhia acaba de lançar o Escapadinhas, “um produto económico e com as coberturas adequadas, para cobrir todas as deslocações, porque neste verão qualquer escapadinha será uma grande viagem.”

No caso da autocaravana ou campero seguro é para as pessoas e não para o veículo. Não cobre multas. Na cobertura de responsabilidade civil privada assumimos o pagamento da indemnização que possam ser exigidas [ao segurado] como responsável de danos corporais ou materiais causados a terceiros”. A cobertura “só se aplica a viagens com origem ou destino Portugal”, explicou a responsável da companhia pioneira em seguros de viagem.

A lista de coberturas inclui roubo dentro de qualquer veículo, veículo de substituição e até mesmo um condutor profissional, se necessário. O IATI Escapadinhas também oferece teleconsulta médica “para que o viajante tenha toda comodidade e não precise ter contacto com hospitais e centros médicos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Haegeli (Swiss Re): “Seguradoras mostram resiliência” face ao choque da pandemia

  • ECO Seguros
  • 13 Julho 2020

A reanimação no setor de seguros acontecerá já em 2021, com aumento global em redor de 3% no volume de prémios de seguro, agregando Vida e não Vida, prevê análise do Swiss Re Institute.

A magnitude da retração em curso será semelhante à verificada durante a crise financeira global de 2008-09, ainda que a contração económica deste ano seja muito mais grave, avalia a resseguradora num relatório Sigma. A quebra prevista no negócio Vida refletirá, sobretudo, o enfraquecimento nos produtos poupança, enquanto o setor não Vida se mostrará mais robusto, com evolução “quase plana”, detalha a instituição.

Quando já falta menos de metade para o termo de 2020, a resseguradora estima que o mercado sofrerá uma queda anual de -6%, superior à que avançou o grupo Allianz (-3,8%) poucos dias antes, em previsões globais e regionais para a próxima década.

Na perspetiva do Swiss Re Institute (que produz as análises e estudos das séries Sigma e Sonar), a recuperação do setor acontecerá já em 2021, mais cedo do que vaticina o grupo germânico, com a instituição helvética a estimar reposição dos níveis pré-crise já no próximo ano (a Allianz SE aponta para 2022) e a salientar que a retoma nos seguros, em contraste com o esperado para o conjunto da economia, se projetará numa curva em forma de V e será “forte”.

Neste contexto, e considerando que o mundo vive o auge de uma das maiores crises de sempre, a indústria seguradora demonstra comportamento “notável”, afirma o mais recente relatório Sigma.

Citado no comunicado que sintetiza o relatório, Jerome Jean Haegeli, economista chefe da Swiss Re que em junho concedeu entrevista a ECO Seguros, afirma que, face ao declínio económico provocado pela Covid-19, a indústria seguradora “está a mostrar resiliência”.

O World insurance: riding out the 2020 pandemic storm (Sigma 4/2020) antecipa que a recuperação no setor terá lugar já em 2021 com acréscimo em torno de 3%, tanto nos seguros Vida como no ramo não Vida.

De acordo com o documento, “o volume total de prémios (Vida e não Vida combinados) regressão ao nível pré-crise ao longo do próximo ano. Os mercados emergentes, em particular a China, irão liderar a retoma”.

Avaliando a evolução de mercado numa base geográfica, em particular o compartimento EMEA (mercados mais maduros da Europa, Médio oriente e África), o estudo apresenta no quadro seguinte, a quantificação de volumes, quotas face ao mercado global, taxas de penetração, evolução e previsões (2020 e 2021) para o prémios nos ramos vida e não Vida.

A nível regional, em particular nos considerados mercados mais avançados da região EMEA , a Swiss Re admite que é cedo para aferir o impacto da pandemia no conjunto de 2020 mas, passando em revista o mercado Vida em 2019, testemunha “crescimento sólido” na maioria dos países. No entanto, sinaliza o forte declínio verificado em países como Portugal, Espanha, Áustria e a desaceleração no Reino Unido.

No negócio não Vida, recorda o estudo, em 2019 verificou-se acréscimo significativo em França e nos países nórdicos, com evolução mais fraca nos mercados alemão e holandês, além do declínio em volume de prémios no mercado britânico. Em geral, a progressão nos mercados avançados da região EMEA foi suportado por “melhoria moderada dos preços, tanto nas linhas comerciais como no ramo automóvel e nos seguros habitação”.

Quanto a 2020 e 2021, o Swiss Re Institute refere um cenário sombrio devido à profunda recessão induzida pela pandemia e a espera um recuo em torno de 2% no volume de prémios. Esta avaliação (para o espaço advanced EMEA) resulta sobretudo da travagem brusca da atividade económica por força dos decretos de confinamento, uma situação que deprimiu a contratação de novos seguros e o volume de prémios em linhas comerciais, lê-se no documento.

Por outro lado, a resseguradora estima que o número de reclamações de seguro relacionadas com a Covid-19 será limitado às linhas de negócio mais afetadas, como crédito e caução, cancelamentos de eventos e seguros de viagem, bem como a perdas de exploração por interrupção de negócio (BI na sigla anglo-saxónica) nos casos em que as apólices cobrem pandemias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Corretora Costa Duarte põe o foco em crescimento orgânico

  • ECO Seguros
  • 13 Julho 2020

Quase a completar 100 anos, já liderada a 3ª e 4ª gerações da família do fundador, a corretora quer crescer organicamente, mas está atenta a oportunidades de parcerias ou aquisições num ano incerto.

A comemorar 100 anos, a corretora Costa Duarte, empresa liderada pelas 3ª e 4ª gerações da família do fundador, movimentou em 2019 um volume de prémios de mais de 65 milhões de euros se à empresa portuguesa for adicionada o volume de prémios da associada Inter Risk, baseada em Angola, desempenho que resulta de um “crescimento orgânico sustentado”, como define a empresa.

O ativo cresceu 16% para 3,2 milhões de euros e os capitais próprios em 27% para 1,8 milhões, num exercício em que o valor dos proveitos operacionais tiveram um crescimento de 11%, atingindo o montante de 5,7 milhões de euros e os custos operacionais atingiram o montante de 4,0 milhões de euros, o que representa um crescimento de 6%.

Quanto a 2020, a corretora refere que “a evolução do mercado estará alinhada com a evolução da economia e a produção terá uma quebra que será particularmente sentida no segundo semestre deste ano”.

Tendo empresas diversificadas como 90% da faturação obtida junto dos seus 10 mil clientes, a crise provocada pela pandemia tem efeitos na corretora: “Verifica-se um pouco de tudo, entre atividades pouco ou nada afetadas pelo efeito Covid e atividades fortemente afetadas, como é o caso do turismo, rent-a-car, restauração e muitas PME que tiveram atividades suspensas, algumas com dificuldade em as retomar”, refere a corretora, concluindo que “ainda é cedo para estimar o impacto real da pandemia no volume de negócios”.

A renegociação dos prémios e das condições das apólices dos clientes de modo a refletirem a diminuição do risco decorrente da redução ou paralisação da atividade é, agora o foco da empresa que está francamente direcionada para os ramos Não Vida. Em 2019 as seguradoras mais relevantes foram a Fidelidade com 25%, a Seguradoras Unidas/Tranquilidade – hoje no grupo Generali – com 19%, 9% da Allianz, 7% da Ocidental, 6% da Zurich, com os restantes 33% dos rendimentos proporcionados por outras companhias.

Crescimento pode também chegar por aquisições ou parcerias

A estratégia de evolução da Costa Duarte foi definida a ECOseguros como assente em três pilares: Retenção da carteira de clientes existente; Upselling, através duma abordagem comercial para acrescentar valor para o cliente; E atenção a oportunidades de desenvolvimento de parcerias ou de aquisição que se enquadrem ou complementem o modelo de negócio da Costa Duarte.

Em relação a parcerias, a Costa Duarte tem mantido ligações de longa data com a Gallagher GlobalNetwork, com a Lockton Global e com Astreos Credit, todas representadas em Portugal em regime de exclusividade. Segundo a corretora estas parcerias permitem manter uma proximidade com toda a estrutura dos clientes, quer através da centralização e coordenação dos programas internacionais, quer das equipas no terreno que asseguram a sua implementação e assistência às necessidades locais, bem como o acesso a soluções e produtos inovadores não disponíveis no mercado português.

Para a Costa Duarte estas ligações internacionais possibilitam o acesso a muitos destinos onde, sob a sua coordenação, os parceiros colocam seguros: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Irlanda e Reino Unido, na Europa, Angola, Cabo Verde, Moçambique e Togo, em África, e ainda Brasil e Dubai.

A corretora contava com 53 colaboradores no final de 2019, distribuídos pelos escritórios de Lisboa e Porto, e conta ainda com a associada Inter Risk desde 2012 em Luanda, Angola. A reformulação das instalações da sede em Lisboa, após a digitalização quase integral da documentação numa lógica de empresa sem papel, fez parte dos investimentos realizados em 2019, tal como um upgrade em sistemas informáticos. A corretora procedeu também à atualização da plataforma My Costa Duarte, com inúmeros acessos atribuídos a clientes, que podem consultar informação sobre os seus seguros como carteira de apólices, recibos de prémio e sinistros participados.

Segundo a empresa, os temas de governance continuaram a merecer especial atenção, atualizando os deveres de informação, tratamento de clientes e gestão de reclamações nos termos do RJDSR, adotando procedimentos em matéria de organização, comunicação e responsabilização necessários ao cumprimento do RGPD.

Foi ainda consolidado o desenvolvimento de funcionalidades webservices com a maioria dos seguradores, procurando uma integração mais efetiva entre sistemas, eliminando-se assim a redundância de tarefas e incrementando-se a precisão da informação da base de dados da Costa Duarte.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Quando se quer um compromisso temos de estar disponíveis para ceder alguma parte”, diz Costa sobre Fundo de Recuperação

O primeiro-ministro português mostrou disponibilidade para ceder para chegar a compromisso na resposta europeia à pandemia de coronavírus, apesar de com limites.

O primeiro-ministro defendeu que, “quando se quer compromisso temos de estar todos disponíveis para ceder alguma parte”, referindo-se à negociação para o pacote de resposta da Comissão Europeia à crise decorrente da pandemia de coronavírus. António Costa reuniu com o homólogo holandês, e, à saída, apontou que, se ambos aceitarem a proposta é “ótimo”, se nenhum aceitar é “péssimo”.

Apesar de admitir ser necessário estar disponível para ceder, depois de questionado se aceitaria um acordo com menos de 500 mil milhões de euros em subsídios, Costa ressalvou que existem limites. As propostas em cima da mesa têm “favorecido as posições dos quatro frugais”, portanto “há um limite, a partir do qual deixarão de ser eles a dizer não e passarão a ser os outros a dizer não”, reiterou, em declarações transmitidas pelas televisões.

Para não se chegar a situação em que “passam a ser 23 a dizer não”, os quatro frugais, Suécia, Áustria, Dinamarca e Países Baixos, têm de se dispor a “fazer algum movimento no sentido positivo”, aponta. O primeiro-ministro português sublinhou que este é um “choque simétrico, completamente externo, que nenhum de nós controla e afeta todos”.

Costa defendeu também que não houve recados para Portugal, apontando que Mark Rutte tem até dado o país como exemplo de um Estado que “fez as reformas que tinha a fazer”. “A história de Portugal tem ajudado muitos países, como a Holanda e a Alemanha, a ter um novo olhar sobre esta crise diferente da que tiveram na crise em 2008-2011″, compreendendo assim a necessidade de uma resposta diferente, reforçou.

Mark Rutte já colocou no Twitter uma fotografia do encontro, apontando que foi uma forma “agradável de encerrar as conversas de hoje” com vários Chefes de Estado, em preparação para o Conselho Europeu, que se irá realizar a 17 e 18 de julho. “Durante o jantar, discutimos os interesses dos nossos países em relação ao orçamento da UE e ao fundo de recuperação”, completou.

(Notícia atualizada às 20h45)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Merkel manifesta incerteza sobre aprovação do plano de relançamento na cimeira europeia

  • Lusa
  • 13 Julho 2020

Chanceler alemã manifesta incerteza pela possibilidade de um acordo entre os 27 países da União Europeia sobre um plano de relançamento de 750 mil milhões de euros.

A chanceler alemã Angela Merkel manifestou esta segunda-feira incerteza pela possibilidade de um acordo entre os 27 países da União Europeia (UE) sobre um plano de relançamento de 750 mil milhões de euros proposto para enfrentar a pandemia do coronavírus.

“Não sei se vamos chegar a um acordo” durante a cimeira europeia de sexta-feira e sábado, advertiu durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em Meseberg, perto de Berlim.

“Nada ainda está seguro. Os caminhos que temos de percorrer ainda são longos”, acrescentou. “Não sei se vamos obter um acordo a partir de sexta-feira, mas isso seria positivo para a Europa”, assinalou, admitindo implicitamente a necessidade de uma segunda cimeira.

A dirigente conservadora, que se congratulou pela “disciplina e a admirável paciência” dos italianos duramente atingidos pela pandemia, insistiu na necessidade de uma “resposta forte” a esta crise que atinge de forma violenta as economias europeias.

“Pelo facto de se tratar de uma imensa tarefa, a resposta também deve ser importante”, acrescentou. Merkel recusou qualquer perspetiva de redução do plano de relançamento, insistindo pelo contrário de que deverá “ser massivo”.

A cimeira europeia deve demonstrar que “a Europa deseja ser solidária. Isso implica uma dimensão política, para além dos números”, segundo assinalou, alertando para “a necessidade de ainda construir pontes” entre os países da UE.

Por sua vez, Giuseppe Conte sublinhou a necessidade para os europeus de “atuarem depressa”.

“Devemos atuar depressa porque a História ensina-nos que a melhor das reações não vale grande coisa caso surja muito lentamente”, acrescentou.

A cimeira extraordinária anuncia-se tensa devido às reticências dos Estados “frugais” face ao Fundo de Recuperação, o plano de relançamento que inclui 250 mil milhões de euros de empréstimos, e sobretudo de subvenções que atingem os 500 mil milhões de euros que não devem ser reembolsados pelos Estados beneficiários.

A Áustria, Holanda, Suécia e Finlândia, designadamente, têm revelado muita desconfiança face a este plano que beneficiará essencialmente os países do sul, com destaque para Itália e Espanha, os mais atingidos pelas devastadoras consequências socioeconómicas da pandemia.

Na sexta-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, apresentou uma proposta revista do plano de recuperação, que reduz o orçamento plurianual 2021-2027 para 1,07 biliões de euros, mas mantém o Fundo de Recuperação nos 750 mil milhões.

A proposta que Charles Michel coloca em cima da mesa com vista a um compromisso entre os 27 ainda este mês, elaborada após contactos bilaterais com os líderes europeus ao longo das últimas semanas, diminui em cerca de 2% o montante global do Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia para os próximos sete anos face à proposta da Comissão (1,1 biliões de euros), mas não agrava os cortes já antes previstos para a política de coesão e agricultura.

Para ‘agradar’ aos países frugais, o presidente do Conselho Europeu propõe, entre outras medidas, a manutenção dos polémicos ‘rebates’, os ‘descontos’ de que beneficiam grandes contribuintes líquidos, para Holanda, Áustria, Dinamarca, Suécia e também Alemanha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

INESC TEC promete abrir código da app de rastreio à Covid “antes do lançamento nacional”

O INESC TEC assegurou ao ECO que o código fonte da aplicação STAYAWAY COVID será disponibilizado "antes do lançamento nacional". Não se sabe, contudo, com quanta antecipação o tenciona fazer.

O INESC TEC tenciona disponibilizar o código fonte da aplicação de contact tracing à Covid-19 antes do lançamento da solução ao público. O ECO já tinha noticiado que a intenção era a de abrir o código da STAYAWAY COVID, o que deverá permitir o escrutínio da mesma, mas até aqui havia dúvidas se a divulgação seria feita antes ou já depois do lançamento.

“O código fonte será disponibilizado antes do lançamento nacional”, assegurou fonte oficial do INESC TEC, quando questionada pelo ECO nesse sentido. Instada a dar mais detalhes sobre a forma como será feita essa disponibilização, a mesma fonte acrescentou que o código da aplicação “será disponibilizado num repositório público sob licença EUPL 1.2” — isto é, sob uma licença pública da União Europeia.

Porém, o instituto não se comprometeu com timings nem sinalizou com que antecipação é que divulgará o código fonte da aplicação, que permitirá rastrear possíveis casos de Covid-19 através do Bluetooth dos telemóveis.

Ao assegurar que o código fonte é disponibilizado antes do “lançamento nacional”, o INESC TEC gera a expectativa de que haverá tempo útil para esse trabalho da parte da comunidade, numa altura em que aumentam as exigências à equipa responsável pelo desenvolvimento. O dossiê é sensível e, se não o fizer, ou se o lançamento não corresponder a essa expectativa, o instituto arrisca dar argumentos às vozes mais críticas destas soluções, que veem no contact tracing digital uma ameaça à privacidade dos cidadãos.

Foi no final de junho que o ECO noticiou que o INESC TEC promete a “abertura pública de todo o código fonte da plataforma”. Esse é, aliás, um dos “princípios orientadores” do projeto, de acordo com a informação disponibilizada no portal da plataforma.

Na sequência da confirmação dessa disponibilização, alguns cidadãos apelaram nas redes sociais a que a divulgação fosse feita antes do lançamento. Argumentam que tal permitirá à comunidade e à sociedade civil procurar eventuais vulnerabilidades ou atestar como são geridos, em termos técnicos, os dados pessoais dos cidadãos. O objetivo é que qualquer pessoa com alguma especialização possa “mergulhar” no sistema por detrás do aplicativo e observar como é que a aplicação funciona e reage nos vários cenários, bem como se recolhe dados pessoais e para onde os envia.

Uma organização que tem sido crítica destas soluções é a Associação D3 – Defesa dos Direitos Digitais. Também no final de junho, a associação recorreu ao Twitter para apelar à divulgação do código fonte da STAYAWAY COVID antes da disponibilização da aplicação aos cidadãos: “Na Alemanha, a app de rastreamento de contactos teve o código fonte divulgado ao público semanas antes do lançamento, recebendo mais de 7.000 contributos, entre correções e melhoramentos da app. Por cá também vamos divulgar o código antes do lançamento, certo?”, questionou numa das publicações.

Além disso, a Associação D3 lançou um portal dedicado a colocar à disposição do público “algumas questões e recursos para cada pessoa poder decidir se é boa ideia aderir a uma” app deste género. “Existem riscos preocupantes, transversais a todas as apps deste tipo, que nos devem fazer pensar duas vezes antes de instalar algo assim no nosso telemóvel”, assegura a associação presidida por Eduardo Santos.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) também tem dúvidas e já emitiu um parecer onde admite ver riscos no uso de uma tecnologia criada pela Apple e pela Google, pois estas multinacionais poderão alterar as regras a meio do jogo. Além disso, sobem de tom os apelos a que o sistema seja gerido por uma entidade pública, ao invés da academia.

Este fim de semana, o Público noticiou que o INESC TEC tenciona avançar com um projeto-piloto da aplicação já esta semana, disponibilizando-a a um grupo restrito de portugueses que participaram num inquérito online.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo estuda forma de harmonizar reporte dos bancos sobre transferências para offshores

  • Lusa
  • 13 Julho 2020

Ministério das Finanças está a estudar um modelo declarativo através do qual os bancos reportam à Autoridade Tributária e ao Banco de Portugal as transferências para offshores.

O Ministério das Finanças está a estudar uma forma de harmonizar o modelo declarativo através do qual os bancos reportam à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e ao Banco de Portugal as transferências para offshore.

“Estamos a trabalhar para chegar a um modelo declarativo comum que facilite o reporte da informação e o cruzamento da mesma”, referiu à Lusa o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes.

Entre as diferenças de reporte está, por exemplo, o valor de transferência a partir do qual os bancos têm de informar o Banco de Portugal e a AT.

Atualmente, as instituições de crédito, sociedades financeiras e outras entidades que prestem serviços de pagamento estão obrigadas a comunicar à AT, até ao final do mês de março de cada ano, as transferências que excedam 12.500 euros.

Este reporte é feito através da declaração Modelo 38, sendo o valor dos 12.500 euros apurado através de transferências individuais ou fracionadas, desde que relacionadas entre si.

Esta obrigação de comunicação também existe para com o Banco de Portugal mas para operações que integrem um valor unitário igual ou superior a 15 mil euros ou conjuntos de operações de valor igual ou superior a 15 mil euros que “aparentem estar relacionadas entre si”.

Neste caso, estas informações devem chegar ao Banco de Portugal até ao final do mês seguinte a cada trimestre do ano civil, “reportando-se a todas as operações realizadas ao longo daquele trimestre”.

Ao mesmo tempo, a Lei Geral Tributária determina que “o Banco de Portugal deve disponibilizar à Autoridade Tributária e Aduaneira, dentro do prazo previsto no n.º 2 [final do mês de março de cada ano], informação por entidade declarante, em número e valor, agregada por destino e motivo, relativa às transferências e envio de fundos que tenham como destinatário entidade localizada em país, território ou região com regime de tributação privilegiada mais favorável, que tenham sido reportadas ao Banco de Portugal pelas entidades referidas”.

De acordo com o Relatório sobre o Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras, a informação disponibilizada através da declaração da Modelo 38 resultou na realização de 234 inspeções, ao logo de 2019, que originaram correções e regularizações voluntárias de 12,8 milhões de euros de matérias coletável e de 8,9 milhões de euros de imposto.

Além disso, as inspeções realizadas em anos anteriores também com base na informação da Modelo 38, levaram a que em 2019 fossem instaurados nove processo de contencioso e processos de inquérito pela prática de crime de fraude fiscal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Edição do Modtissimo está prevista para setembro, revela Manuel Serrão

Em menos de duas semanas o Modtissimo já recebeu 82 candidaturas. Manuel Serrão está convicto que o evento vai decorrer em setembro e que será uma oportunidade para a indústria.

Se a pandemia e a DGS deixaram, a 56.ª edição do Modtissimo, o mais antigo salão ibérico dedicado ao setor têxtil, vai decorrer nos dias 23 e 24 de setembro, no edifício da Alfândega do Porto.

“A nossa firme intenção é que o Modtissimo aconteça. Estamos convencidos que a situação vai continuar a evoluir no bom sentido e que vai ser possível fazer uma feira. As feiras homólogas, de Paris, Milão e Munique, vão ser realizadas antes da nossa”, explica ao ECO, Manuel Serrão, CEO da Associação Selectiva Moda.

As inscrições estão abertas há duas semanas e já contam com 82 empresas, sendo a grande maioria portuguesas. “A adesão das empresas expositoras já ocupa 75% da área da edição do ano passado”, adianta ao ECO, Manuel Serrão, que acredita que esta edição pode ser uma oportunidade para a indústria de têxtil e vestuário, que tem como mote “linked”, que reforça a ligação da indústria têxtil portuguesa à produção sustentável.

A pandemia de Covid 19 afetou brutalmente a indústria de têxtil e vestuário, as exportações caíram 32% em maio. Para Manuel Serrão este tipo de eventos é “uma forma da indústria começar a recuperar. Haverá menos feiras no resto do mundo e estamos convencidos que uma feira nesta altura até pode ter um interesse especial“.

“Queremos contribuir para um aumento da retoma do negócio, apenas não queremos desistir nem baixar os braços, sobretudo nesta altura. A indústria têxtil tem dado exemplos que é capaz de se reconverter e reinventar”, refere o CEO da Associação Selectiva Moda.

Manuel Serrão adianta que esteve reunido na sexta-feira com a secretária de Estado do turismo e que foi dito que “a curto prazo sairão regras indicativas para este tipo de atividades como centros profissionais, congressos, etc”.

“Estamos a conversar com as autoridades sanitárias para perceber os condicionamentos e as medidas que têm de ser tomadas para que tudo se processe em segurança”, garante Manuel Serrão. Questionado sobre quantas pessoas poderão estar presentes, o CEO da Associação Selectiva explica que “a lotação será definida pela DGS”.

“Há uma manifestação de confiança por parte das empresas que obviamente confiam que só faremos a feira, respeitando as regras decretadas e se for uma situação na altura possível. Se houver um retrocesso é evidente que será adiada ou anulada o que não é a nossa fé”, diz Manuel Serrão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo critica “falta de coerência” na UE por restrições a entrada de portugueses

  • Lusa
  • 13 Julho 2020

Governo criticou a “falta de coerência” de alguns países da União Europeia nas restrições à entrada de cidadãos vindos de Portugal e exige que a Bélgica retire Alentejo e Algarve de zonas de risco.

O Governo criticou esta segunda-feira a “falta de coerência” de alguns países da União Europeia (UE) nas restrições à entrada de cidadãos vindos de Portugal, devido à Covid-19, afirmando esperar que a livre circulação seja reposta “nas próximas semanas”.

“Parece-nos existir uma falta de coerência nas medidas restritivas que alguns Estados-membros estão a adotar”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, falando aos jornalistas em Bruxelas após a reunião com os seus homólogos da UE.

Em declarações prestadas após a primeira reunião presencial em quatro meses dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, dada a pandemia, Augusto Santos Silva notou que levou também este assunto à reunião, observando, numa discussão sobre desinformação, “que a melhor maneira de combater a confusão é com clareza”.

O chefe da diplomacia portuguesa aproveitou a ocasião para “lamentar que vários Estados-membros não estejam a usar a clareza, mas estejam, pelo contrário, a criar confusão por não estarem a aplicar a orientação geral definida pelos ministros do Interior de reabertura das fronteiras internas e de plena implementação da livre circulação no espaço Schengen até final de junho”.

“E, pelo contrário, estão a suceder-se decisões casuísticas fundadas em critérios técnicos postos em causa pelo próprio Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, por critérios usados de forma descontextualizada, por um único indicador, quando a situação epidemiológica tem de ser verificada a partir de vários, ou por critérios nada técnicos”, como a retaliação, criticou Augusto Santos Silva.

O responsável disse esperar que a livre circulação na UE e no espaço Schengen seja reposta na totalidade “nas próximas semanas”.

Augusto Santos Silva deu como exemplo o “caso curioso e elucidativo” da Bélgica, que começou por incluir Portugal no grupo ‘laranja’ – no âmbito do qual são fortemente recomendados testes e quarentena –, medida entretanto revista.

“Fizemos ver às autoridades belgas duas coisas: que faltava fundamentação técnico-científica para a medida ser aplicada ao conjunto de Portugal e que […] não podiam ignorar que Bruxelas é a sede de muitas instituições europeias e, portanto, a sede das instituições tem de estar aberta”, especificou o chefe da diplomacia portuguesa.

Depois, já na quinta-feira, as autoridades belgas incluíram a região de Lisboa no lote de ‘zonas vermelhas’ consideradas de alto risco devido ao Covid-19, impondo quarentena obrigatória para quem chegue à Bélgica vindo da capital portuguesa, restrição que ainda se mantém, embora de forma não clara e sem monitorização.

Estamos a falar de Estados-membros da UE que têm obrigações e uma delas é o respeito pela livre circulação”, frisou.

O ministro português indicou, contudo, compreender que possam estar a ser novamente adotadas medidas de confinamento, as quais “compreende bem”.

“Não está em causa deixar de recorrer a elas quando é necessário controlar novos surtos que podem aparecer e que sabíamos que podiam aparecer quando o processo de desconfinamento começasse”, sublinhou.

Para Portugal, não existem, porém, “elementos que permitam acreditar que as medidas de quarentena sejam tão poderosas como as suas alternativas”, isto é, as de higienização e de distanciamento social, desde logo porque o isolamento forçado “é relativamente torneável”, adiantou Augusto Santos Silva.

Governo exige que Bélgica retire Alentejo e Algarve de zonas arriscadas

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, exigiu que a Bélgica retire o Alentejo e o Algarve da lista de áreas consideradas arriscadas, sujeitando viajantes destas regiões a “maior vigilância”, e admitiu “surpresa” com a inclusão.

“Para mim, foi com surpresa que, hoje de manhã, […] tive conhecimento do aviso publicado no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bélgica que, não só identificava as freguesias da área de Lisboa, como também as regiões do Alentejo e do Algarve”, disse o chefe da diplomacia portuguesa, falando aos jornalistas em Bruxelas após a reunião com os seus homólogos da União Europeia (UE).

“Para grande surpresa minha, confesso, visto que não conheço nenhum dado que possa associar essas duas regiões aos níveis que, infelizmente, conhecemos nas tais 19 freguesias da Grande Lisboa”, acrescentou, em declarações prestadas após a primeira reunião presencial em quatro meses dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, dada a pandemia.

Augusto Santos Silva indicou que, “mal reparou” nesta situação, entrou em contacto com o embaixador português em Bruxelas, com a embaixadora belga em Lisboa e falou com o seu homólogo belga, sendo que nenhum tinha conhecimento da inclusão.

“[O ministro belga] prometeu-me que iriam identificar e reagir. Não sei se a esta hora está identificado e corrigido, mas espero que sim”, adiantou o ministro dos Negócios Estrangeiros, considerando que esta inclusão do Alentejo e do Algarve “não credibiliza” as restrições belgas devido ao Covid-19 por não ter base em critérios científico.

O alerta, contactou a Lusa, mantinha-se esta tarde visível na página da internet da diplomacia belga, continuando explícito que os viajantes que entrem na Bélgica oriundos do Alentejo e do Algarve serão sujeitos a “maior vigilância” devido à pandemia da Covid-19, sem serem especificadas as medidas a aplicar.

O Alentejo e o Algarve juntam-se então, ainda que numa categoria menos grave, às 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa que estão em estado de calamidade, o que obriga os seus residente a fazerem obrigatoriamente um teste ao Covid-19 e quarentena à chegada à Bélgica.

Na zona laranja, é exigida “maior vigilância”, mas o site não especifica que género de medidas estão previstas para os viajantes que cheguem à Bélgica oriundos dos países, regiões e zonas nela incluídos, como Aragão e Catalunha, em Espanha.

Na sexta-feira, Portugal tinha passado para a categoria ‘verde’ no modelo de semáforo criado pela diplomacia belga, à exceção (‘vermelha’, com teste e quarentena obrigatórios) dos concelhos da Amadora e de Odivelas, assim como as freguesias de Queluz-Belas, Massamá-Monte Abraão, Agualva-Mira Sintra, Algueirão-Mem-Martins, Rio de Mouro e a de Cacém-São Marcos, no Concelho de Sintra, a freguesia de Santa Clara, no Concelho de Lisboa, e as de Camarate, Unhos, Apelação e Sacavém-Prior Velho, no Concelho de Loures.

No sábado, foi distribuído no aeroporto de Lisboa aos passageiros com destino a Bruxelas um formulário para rastreamento de contactos que obrigava quem o assinasse a “consentir ficar em quarentena nos 14 dias seguintes à sua chegada à Bélgica” e devia ser preenchido por quem esteve numa das 19 freguesias mais afetadas pelo surto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.