Rejeição na AR da prorrogação de regime da Zona Franca é um “absurdo”

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2020

"É lamentável, é um absurdo. A nossa praça é nacional porque é portuguesa, não é só da Madeira", disse o presidente do Executivo madeirense.

O Governo da Madeira considerou esta sexta-feira “lamentável” e um “absurdo” a rejeição na Assembleia da República da proposta do PSD visando a prorrogação, até 2023 do regime da Zona Franca da Madeira (ZFM), uma entidade que “tem de se manter”.

“É lamentável, é um absurdo. A nossa praça é nacional porque é portuguesa, não é só da Madeira”, declarou o presidente do Executivo madeirense, o social-democrata Miguel Albuquerque.

A Assembleia da República rejeitou hoje um projeto de lei do PSD que tinha como objetivo prorrogar, até ao final de 2023, o período de admissão de novas entidades ao Regime do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM). Esta iniciativa, que esteve em debate na sessão plenária de quinta-feira, mereceu os votos contra do PS, BE, PCP, PEV, PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues e os votos favoráveis do PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal.

Na opinião do governante madeirense, esta decisão apenas contribui para “retirar competitividade” ao CINM, com base nas “alucinações da extrema-esquerda e nos complexos que os portugueses têm de dar ‘tiros nos próprios pés’”. Miguel Albuquerque argumentou que as empresas, se a ZFM deixar de ser competitiva, vão procurar outras praças financeiras, como as instaladas na Holanda, Luxemburgo, Chipre e Malta, onde já estão as “grandes empresas portuguesas”.

“Isso é absurdo e é um paradoxo completo”, acrescentou o chefe do executivo insular, de coligação PSD/CDS-PP, considerando que esta situação só tem explicação “num princípio que está bem estudado na psiquiatria: o da autoflagelação e é o masoquismo”. Miguel Albuquerque sublinhou que toda esta polémica é um “desastre”, vincando que o objetivo é levar a economia “para a frente”, através de investimento.

Mas, “isso só pode acontecer se tivermos um regime fiscal a 5%”, frisou, considerando que os contestatários do CINM apenas “querem destruir” o centro. O presidente do Governo Regional realçou que “a Zona Franca está neste momento em vigor”, com o “IV regime, que se vai manter”, rejeitando que sejam efetuadas “alterações”.

Sobre o processo de aquisição da quota de 51% do operador privado da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM), que explora o CINM, reafirmou ter sido uma “recomendação da União Europeia”. “Vamos cumprir e ficar com o CINM, pode ser que nos chateiem menos”, disse, assegurando que “no momento oportuno” será revelado todo o processo da aquisição, incluindo o valor e insistindo que “será tudo feito com maior rigor e transparência”.

Miguel Albuquerque complementou “tudo será objeto de escrutínio público, até porque essa aquisição tem de ser homologada pelas entidades fiscalizadoras e também pelo Tribunal de Contas”. Alertou que a transformação do CINM em entidade pública pode trazer problemas de demoras para as empresas devido às exigências burocráticas.

O Governo português anunciou na quinta-feira que pretende prolongar até dezembro de 2021 o regime da Zona Franca da Madeira e vai aproveitar a iniciativa legislativa para introduzir alterações à lei que o clarifiquem e evitem utilizações abusivas. Estas intenções sobre o Regime IV da ZFM constam de uma carta enviada ao Governo Regional da Madeira pelo secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais.

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Santander diz que requisitos prudenciais estão inalterados face a 2020

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2020

Os requisitos mínimos prudenciais de capital para o próximo ano, exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE), são iguais aos de 2020.

O banco Santander indicou, esta sexta-feira, que os requisitos mínimos prudenciais de capital para o próximo ano, exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE), não sofreram quaisquer alterações face ao definido para 2020.

“Todos os requisitos se mantêm inalterados face aos estabelecidos para o ano de 2020”, lê-se no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A decisão do BCE sobre os requisitos a serem cumpridos a partir de janeiro é baseada no processo de análise e avaliação pelo supervisor.

Segundo o mesmo documento, os buffers (almofadas de capital) incluem a reserva de conservação de capital (2,5%) e a reserva O-SII, para outras instituições de importância sistémica, de 0,375% em phased-in e 0,5% em fully loaded.

Já o requisito de pilar 2 é de 1,5%.

“A Santander Totta, SGPS, S.A., cumpria plenamente, considerando os rácios de capital registados em 30 de setembro de 2020, os requisitos definidos, em termos de CET1 (Common Equity Tier 1), de Tier 1 e rácio total”, assegurou.

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BCE deverá limitar dividendos dos bancos a 20% dos lucros

  • ECO
  • 11 Dezembro 2020

Supervisor europeu deverá levantar a suspensão dos dividendos na banca. Mas vai impor condições: apenas os bancos mais fortes poderão distribuir até 20% dos resultados.

O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para levantar a suspensão dos dividendos mas irá manter restrições. Apenas os bancos que se apresentaram mais fortes nos primeiros nove meses do ano poderão pagar 20% dos lucros aos seus acionistas, de acordo com a Bloomberg.

Esta é uma medida que ainda se encontra em avaliação por parte do supervisor europeu que em março mandou os bancos congelarem os dividendos e guardarem esse dinheiro face ao eventual impacto da pandemia.

Se a regra avançar, o BCE fará uma abordagem mais prudente do que aquela que o Banco de Inglaterra fez: os bancos ingleses foram autorizados a distribuírem até 25% dos seus resultados líquidos a partir do próximo ano.

Os termos finais da medida ainda não estão fechados e podem mudar até ao momento da decisão do conselho de supervisão do BCE. Novidades deverão surgir na próxima semana.

Contactado pela Bloomberg, um porta-voz do BCE não quis comentar.

De acordo com a agência, o BCE quer assegurar que os bancos tenham capital suficiente para suportar eventuais perdas decorrentes da crise e possam continuar a emprestar dinheiro à economia, mesmo que façam um pagamento de dividendos limitado.

A medida terá, naturalmente, implicações nos bancos portugueses. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem previsto um pagamento de 160 milhões de euros em dividendos ao Estado, de acordo com o Orçamento do Estado para 2021. Também BCP, Santander e BPI têm o tema em cima da mesa, encontram-se a aguardar pelas orientações europeias.

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Luxury Hunting: Será um luxo falar de eventos em 2021?

Virgil Abloh, diretor criativo da Off-White e Louis Vuitton Homem, diz que há futuro para o luxo no mundo dos Video Games. E o que pensa Bruno Batista sobre os eventos em 2021?

Bruno Batista, CEO da GCI, é um apaixonado pelo mercado do Luxo. Mas mais do que isso, dentro da sua agência, pensa no futuro da Comunicação de Marcas e dos Eventos de Luxo.

A conversa decorreu precisamente na semana em que a Gucci lançava um Festival Online, uma experiência diferente de apresentar uma coleção e totalmente digital. Para o CEO, o modelo híbrido veio para ficar e será tendência também no universo do LUXO.

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Do buraco de 3,7 mil milhões aos lucros em 2025. Como vai ser a reestruturação da TAP

Pedro Nuno Santos diz que explorou todas as opções e este é o plano que conseguirá recuperar da companhia. Nos próximos cinco anos quer tornar a empresa menos pesada e mais eficiente.

Após seis meses de trabalho, a proposta de plano de reestruturação da TAP está fechada e foi enviada para aprovação da Comissão Europeia. O cenário mais pessimista prevê que a companhia aérea precise de um total de 3.725 milhões de euros em apoio público, mas já se vê o horizonte para o regresso aos resultados positivos: em 2025. Entre um e o outro, haverá cortes no número de trabalhadores e de aviões.

A insolvência foi avaliada, mas não se seguiu com essa opção“, explicou Pedro Nuno Santos, na apresentação do plano. O Ministro das Infraestruturas e da Habitação garantiu que todas as possibilidades estiveram em cima da mesa. A ideia de que ao virar da esquina havia um regime melhor ao qual a TAP não está a recorrer não é verdade“.

Ao contrário de outras companhias áreas europeias, o apoio à TAP não está a ser feito no âmbito do quadro temporário da Covid-19, mas sim um regime autónomo para empresas que já estavam em dificuldades antes da pandemia. “A Comissão Europeia tem critérios bem definidos na sua legislação para determinar se uma empresa está em dificuldades. Não é matéria de opinião. A TAP cumpria dois desses critérios: capitais próprios negativos e tinha cerca de 300 milhões de euros de dívida com atrasos de pagamento superiores a 90 dias”.

Terá sido, assim, por imposição de Bruxelas que o Governo avançou com o apoio nos moldes atuais. Primeiro, um cheque de 1,2 mil milhões de euros para garantir tesouraria até final do ano e um prazo de seis meses para desenhar a reestruturação (pelo Governo e administração da TAP, com consultoria da BCG). “Se o Estado não fizesse aquilo que fez, a TAP falia“, defende.

No pior cenário, apoio público pode ir até 3.725 milhões

A aviação foi um dos setores mais afetados pela pandemia que levou à restrições nas viagens. A empresa perdeu mais de 700 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020 e na totalidade do ano o buraco será ainda maior. O plano antecipa que sejam transportados apenas 28% dos passageiros de 2019 e que as quebras no volume de negócios sejam superiores a 70%.

O cenário do Governo é que a TAP tenha perdas acumuladas de receitas no montante de 6,7 mil milhões de euros até 2025. São essas perdas que levam a que a companhia aérea vá precisar de mais dinheiro. No próximo ano, serão entre 970 milhões e 1.164 milhões de euros. Em 2022, o intervalo situa-se entre 473 milhões e 503 milhões de euros. Seguindo-se 379 milhões a 438 a milhões em 2023 e 392 milhões a 420 milhões de euros em 2024.

Ora, feitas as contas aos vários anos, o custo do apoio público de 2020 a 2024 estará entre 3.414 milhões e 3.725 milhões de euros. “Esperamos ficar sempre abaixo da parte inferior do intervalo e que não tenhamos responsabilidades superiores a 3,3 mil milhões”, diz Pedro Nuno Santos, mas ressalva: “temos de estar preparados para o pior cenário”.

Poupança de 1,4 mil milhões de euros com salários

De onde é que vêm essas necessidades? Além da “crise sem precedentes no setor da aviação”, a TAP tem “problemas adicionais porque já tinha antes da pandemia”, diz o ministro. Entre as “ineficiências” a que se refere — e que os sindicatos rejeitam — incluem-se ter mais 19% pilotos por aeronave do que os concorrentes e mais 28% de tripulantes.

É, por isso, aí que é preciso cortar. São mais de três mil trabalhadores que irão sair, sendo que só em contratos não renovados tratam-se de 1.259 pessoas (entre janeiro de 2020 e março 2021). Em simultâneo, haverá uma redução de mais dois mil efetivos: 500 pilotos, 750 tripulantes de bordo, 450 da manutenção e engenharia e 250 trabalhadores de outras aéreas. Passar a part-time, rescisões por mútuo acordo, licenças sem vencimento ou reformas antecipadas poderão ser alternativas ao despedimento. Quem fica, terá um corte progressivo no salário (no máximo de 25%) no remanescente a partir dos 900 euros.

Só em massa salarial, a poupança acumulada esperada é de 1,4 mil milhões de euros, sendo dada prioridade a saídas voluntárias. A margem para negociar com sindicatos é “muito curta face ao que é mesmo preciso fazer para salvar” a empresa. “Queremos trabalhar com sindicatos para encontrar alternativas para encontrar uma poupança que não podemos prescindir”, disse o ministro, acrescentando: “Durante os períodos em que os acordos de empresa estiverem suspensos, vamos ter de os rever. Temos de sair disto com uma TAP diferentes e estrutura de custos diferentes”.

Longo curso e TAP Express são aposta

Além dos trabalhadores, o negócio também se vai alterar. A TAP Manutenção e Engenharia (ME) Brasil vai ser vendida quando houver condições de mercado para tal, mas é na frota que haverá mais alterações, tanto em número como na composição.

O número de aviões passará para 88 (face aos atuais 108). “Temos de reduzir a dimensão da empresa, mas sabemos que há um número mínimo. A estratégia de negócio, o negócio lucrativo é o do hub: trazer passageiros do outro lado do Atlântico ou África Ocidental para a Europa, as ligações intercontinentais e longo curso”, apontou o ministro, sublinhando que “a partir daqui não podemos baixar”.

A aposta é, por isso, o longo curso, mas também a TAP Express (antiga Portugália). “Não vai concorrer com as low cost, mas há um segmento de mercado entre as low cost e as companhias de bandeira que queremos explorar”. Este segmento não sofrer despedimentos e até vai ganhar mais aviões. A frota de aviões de Embraer vai duplicar para 26, enquanto os ATR vão gradualmente ser descontinuados. Deixou, no entanto, em aberto se haverá um novo contrato com a Embraer: “há muitas empresas com aviões para vender e a TAP está atenta a esses negócios”.

Já no que diz respeito às rotas, o Governo garante que ainda é um tema a estudar e que só será fechado mais tarde, já com a nova gestão. Esta é a principal incógnita, e o Governo avançou apenas que, à partida, o novo desenho terá um corte de rotas no inverno, mas sem mexidas para o próximo verão. “Queremos a prazo voltar a ter as rotas. Há uma redução, mas terá de ser delineada pela gestão e não pelo acionista Estado”, acrescentou Pedro Nuno Santos.

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Galp e BCP perdem 3%. Lisboa interrompe ciclo de sete sessões a subir

Depois de sete sessões em alta, bolsa de Lisboa caiu mais de 1%, penalizada pela Galp e pelo BCP, que perderam cerca de 3%. Jerónimo Martins travou queda mais acentuada.

Depois de um ciclo de sete dias de ganhos, a bolsa nacional encerrou a última sessão da semana com perdas, penalizada, sobretudo, pelos títulos da Galp e do BCP, que perderam cerca de 3%. Por outro lado, a impedir uma queda mais acentuada do índice de referência nacional estiveram as ações da Jerónimo Martins. Lisboa acompanhou, assim, o cenário de perdas que se vive no resto da Europa.

O PSI-20 recuou 1,10% para 4.742,67 pontos, interrompendo assim o ciclo mais prolongado de ganhos desde o início do ano (sete sessões a valorizar consecutivamente), com apenas quatro cotadas no verde e uma inalterada. Apesar desta queda, esta foi a sexta semana consecutiva de ganhos semanais.

Entre as cotadas que fecharam no vermelho, o destaque foi a Nos, que perdeu 2,94% para 3,102 euros, acompanhada pelo BCP que desvalorizou 2,84% para 0,1230 euros.

No setor da energia a tendência também foi de perdas. A Galp recuou 2,73% para 9.056 euros, no dia em que o preço do barril de petróleo está a cair nos mercados internacionais. A EDP, por sua vez, perdeu 0,1% para 4,76 euros, enquanto a EDP Renováveis deslizou 0,22% para 18,5 euros.

No lado oposto, e a travar uma descida mais acentuada do índice, estiveram os títulos da Jerónimo Martins, que somaram 0,21% para 14,645 euros. Destaque ainda para a Pharol que avançou 5,61% para 18,5 euros, representando a maior subida desta sessão.

No resto da Europa o cenário foi, assim como em Lisboa, de perdas, numa altura em que aumentam as preocupações dos investidores relativamente ao Brexit. Esta sexta-feira, uma fonte da Comissão Europeia afirmou que Ursula von der Leyen terá dito que o cenário mais provável é um pós-Brexit sem acordo, o que aumentou as preocupações nos mercados. O índice de referência europeu Stoxx-600 perdeu 0,73% para 390,28 pontos.

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Em cinco dias, CML recebeu 1.168 pedidos de apoio da restauração, comércio e cultura

  • Lusa e ECO
  • 11 Dezembro 2020

Dos mais de mil pedidos recebidos, 31% dizem respeito a empresas do centro histórico da cidade, das freguesias de Santa Maria Maior, Misericórdia e Santo António.

Mais de 1.100 empresas ou empresários da restauração, comércio, retalho e atividades artísticas já solicitaram à Câmara de Lisboa (CML) apoios a fundo perdido, no âmbito do programa Lisboa Protege, para mitigar os impactos da pandemia.

Segundo dados enviados pela autarquia à Lusa, desde as 09h00 de quarta-feira, dia em que abriram as candidaturas, até às 15h00 de hoje, foram solicitados 1.168 pedidos de apoio, dos quais 31% dizem respeito a empresas ou empresários em nome individual do centro histórico da cidade, das freguesias de Santa Maria Maior (181 pedidos), Misericórdia (113) e Santo António (77). Na freguesia das Avenidas Novas foram apresentadas 115 candidaturas e na de Arroios 102, tendo sido solicitados apoios nas 24 freguesias de Lisboa.

O programa para o comércio e restauração da cidade, no valor de 20 milhões de euros, foi anunciado em novembro pelo presidente da CML, Fernando Medina (PS), e prevê a atribuição de apoios a fundo perdido entre 4.000 e 8.000 euros, a pagar a partir deste mês. Para as empresas e empresários em nome individual do setor da cultura estão previstos apoios a fundo perdido no valor total de dois milhões de euros.

Para se candidatarem a este apoio, as empresas e empresários destes setores devem ter registado uma quebra de faturação superior a 25% entre janeiro a setembro, relativamente ao mesmo período de 2019, e a faturação anual não pode exceder os 500 mil euros.

A maioria das 1.168 candidaturas (95,7%) foram para o “fundo de apoio ao comércio e estabelecimentos de restauração e bebidas (1.118 pedidos), com o “fundo de apoio às atividades artísticas e culturais” a registar 50 pedidos.

Ainda de acordo com os números fornecidos pela CML, 444 candidaturas são de empresas com um volume de negócios inferior a 100 mil euros, enquanto 517 correspondem a empresas ou empresários com volume de negócios entre os 100 mil e os 300 mil euros. 207 candidaturas foram apresentadas por empresas com um volume de negócios entre os 300 mil e os 500 mil euros.

No primeiro dia de candidaturas, de acordo com os dados cedidos pela CML ao ECO, tinham sido recebidos 340 pedidos de apoio.

Para as empresas com um volume de negócios até 100 mil euros em 2019, o valor do apoio total será de 4.000 euros, enquanto para aqueles que tiveram um volume de negócios entre os 100.000 e os 300.000 euros o apoio total será de 6.000 euros. Quando o volume de negócios tiver sido entre os 300.000 e os 500.000 euros, o apoio total será de 8.000 euros. O pagamento será realizado em duas parcelas a partir de dezembro e março de 2021.

Como requisitos para a candidatura, a autarquia estabeleceu que não podem existir dívidas ao fisco, Segurança Social e CML e que os estabelecimentos terão de continuar em funcionamento. Na altura em que o programa foi apresentado, o presidente da CML estimou que os apoios deverão abranger cerca de oito mil empresas e empresários da cidade do comércio e restauração, que representam 80% dos setores na capital e 100 mil empregos.

O apoio é cumulativo ao apoio previsto pelo Estado, ou seja, segundo a autarquia, “o empresário pode usufruir dos dois benefícios”. As candidaturas devem ser submetidas através do ‘site’ lisboaprotege.pt.

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Fernando Negrão vai presidir à comissão de inquérito ao Novo Banco

PSD escolheu Fernando Negrão, que já tinha liderado inquérito à queda do BES, para presidir à comissão parlamentar que vai investigar as perdas do Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

O ex-presidente do BES, Ricardo Salgado (E), acompanhado pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, Fernando Negrão (D), à chegada para a sua audição na comissão, na Assembleia da República, 09 de dezembro de 2014.MIGUEL A. LOPES/LUSA 09 ddezembro, 2014

O PSD escolheu o nome de Fernando Negrão para presidir à comissão de inquérito ao Novo Banco e que tomará posse na próxima terça-feira. A informação foi avançada pelo Público (acesso pago) e confirmada pelo ECO junto do deputado Duarte Pacheco. “Iremos propor o deputado Fernando Negrão”, avançou o social-democrata.

Fernando Negrão tem experiência em inquéritos à banca, tendo liderado duas das oito comissões parlamentares que se debruçaram sobre temas bancários na última década: ao BCP e à supervisão bancária (2008) e ao colapso do BES e do Grupo Espírito Santo (setembro 2014 a abril de 2015).

Duarte Pacheco integrará a “equipa” do PSD na comissão de inquérito que visa apurar as perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução e cujos trabalhos decorrerão até abril, antes de nova injeção no banco. Entram ainda Hugo Carneiro, Mónica Quintela e Filipa Roseta.

Depois da tomada de posse da comissão de inquérito, prevista para terça-feira, os grupos parlamentares deverão voltar a reunir-se ainda este ano para acertar várias questões relativas aos trabalhos da comissão, nomeadamente os nomes que vão querer ouvir e a documentação a solicitar às autoridades. Só a partir de janeiro é que as audições terão início.

Esta comissão funcionará pelo prazo de 120 dias, ou seja, estará concluída a tempo de nova injeção do Fundo de Resolução no Novo Banco, que têm ocorrido, geralmente, no início de maio.

Tendo em conta o objeto da comissão de inquérito, deverão ser chamados ao Parlamento ex-gestores do BES, a administração do Novo Banco e outros órgãos do banco, e responsáveis do Banco de Portugal, Fundo de Resolução e do Governo para audições que ocorrerão nos próximos meses.

Até hoje, o Fundo de Resolução já injetou cerca de 3.000 milhões de euros dos 3.900 milhões previstos no mecanismo de capital contingente. O Parlamento travou novas injeções até serem conhecidas as conclusões da auditoria a cargo do Tribunal de Contas.

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Salvar a TAP “é uma decisão compatriota de fundo”, diz Jerónimo de Sousa

O líder comunista considera que é importante assegurar que a TAP "não seja reduzida" a "um pequeno acessório de uma qualquer multinacional da aviação".

Os comunistas acreditam ser necessário salvar a TAP, dada a importância que a companhia aérea representa para o país. Em declarações aos jornalistas, Jerónimo de Sousa diz que, para além de uma “questão de soberania”, trata-se também de uma “decisão compatriota” e que é fundamental evitar que a TAP seja “reduzida a uma empresa regional“.

“Aqui a questão de fundo é saber se precisamos de uma companhia de aviação com todo o prestígio nacional e internacional e se é bom para o país que essa empresa seja restruturada e que continue a ter a sua atividade”, disse o líder do PCP esta sexta-feira.

Em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, Jerónimo de Sousa acrescentou que “é uma questão de soberania também, ou seja, a afirmação da importância que tem de uma TAP pública, de uma TAP ao serviço do povo e do país”. E continuou: “Por isso, achamos profundamente inaceitável que se procure aceitar os ditames da União Europeia numa decisão que compete a nós”.

Mas, para além de uma “questão de soberania”, o comunista defendeu que é ainda uma “decisão compatriota de fundo salvaguardar a TAP, procurar um forte investimento, tendo em conta a sua importância”, evitando que a companhia aérea seja “reduzida a uma empresa regional e a um pequeno acessório de uma qualquer multinacional da aviação”.

“Há uma responsabilidade primeira e principal, um posicionamento patriótico, que salvemos a TAP. Mas, naturalmente, uma TAP pública, a que deveria ser acoplada a questão da ANA, porque estes problemas acentuaram-se com a privatização da ANA. E, nesse sentido, consideramos fundamental defender a TAP, procurar defender o interesse nacional e decidirmos de forma soberana“.

O Governo apresentou esta sexta-feira o plano de restruturação da TAP, que foi enviado esta quinta-feira à Comissão Europeia e inclui despedimentos, corte de salários, redução de frota e quebra de rotas. Em conferência de imprensa, o ministro Pedro Nuno Santos adiantou que o apoio estatal será, no mínimo, de 3.400 milhões de euros, mas que a companhia pode vir a precisar de 3.725 milhões de euros até 2025, num cenário mais pessimista.

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Amazon torna-se no maior comprador do mundo de energia renovável

A empresa anunciou esta semana a aquisição de 26 novos projetos de energia eólica e solar (num total de 3,4 GW) na Austrália, França, Alemanha, Itália, África do Sul, Suécia, Reino Unido e EUA.

A Amazon acaba de se tornar na maior compradora empresarial de energia renovável de sempre, no mundo, assumindo o compromisso de ser neutra em carbono até 2040. A empresa anunciou esta semana a aquisição de 26 novos projetos de energia eólica e solar (num total de 3,4 GW) na Austrália, França, Alemanha, Itália, África do Sul, Suécia, Reino Unido e EUA, elevando o número total de projetos de energia renovável da Amazon para 127.

Em 2020 a Amazon já investiu em 35 projetos de energia renovável e mais de 4 GW de capacidade — o maior investimento empresarial em eletricidade verde num único ano. Este anúncio da Amazon é 270% maior do que o maior anúncio de aquisição empresarial por parte de um único comprador feito até o momento.

Até agora, a Amazon já investiu em 6,5 GW de projetos eólicos e solares que permitirão à empresa fornecer às suas operações mais de 18 milhões de MWh de energia renovável anualmente, o suficiente para abastecer 1,7 milhão de casas nos Estados Unidos durante um ano. Os projetos fornecerão energia renovável aos escritórios, centros de atendimento e data centers da Amazon Web Services, que atendem milhões de clientes em todo o mundo.

“A Amazon está a ajudar a combater as alterações climáticas agindo rapidamente para fornecer energia renovável a todos os nossos negócios”, disse Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, acrescentando: “Com um total de 127 projetos solares e eólicos, a Amazon é agora o maior comprador empresarial de energia renovável de todos os tempos. Estamos no caminho de abastecer 100% das nossas operações com energia renovável até 2025 – cinco anos antes da meta original de 2030. Esta é apenas uma das muitas etapas que nos ajudarão a cumprir o nosso compromisso com o clima”.

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GPA e Abreu Advogados envolvidas na compra da insurtech portuguesa Drivit pela Zego

A GPA assessorou a seguradora Zego na operação de aquisição da empresa de tecnologia telemática portuguesa Drivit. A Abreu Advogados esteve do lado da BiG Start Ventures.

A sociedade de advogados GPA – Gouveia Pereira, Costa Freitas & Associados assessorou a seguradora Zego na operação de aquisição da empresa de tecnologia telemática portuguesa Drivit.

“A aquisição da empresa portuguesa permitirá à Zego recolher informação sobre o comportamento dos condutores em tempo real, através de uma aplicação móvel (ZEGO Sense app) lançada recentemente, o que permitirá melhorar as condições comerciais dos seguros do ramo automóvel disponibilizados pela Zego, poupando assim tempo e dinheiro aos seus clientes”, refere a firma em comunicado.

Por outro lado, a Abreu Advogados assessorou a Onetier Partners, SCR (BiG Start Ventures, do grupo BiG) que investe em startups na área da Fintech. A assessoria foi realizada por Diogo Pereira Duarte, sócio contratado da área de prática de direito financeiro, que foi responsável pela negociação dos acordos relativos à venda da participação do BiG Start Ventures na Drivit.

Criada em 2016, a Zego posiciona-se como um “fornecedor de seguros da Nova Mobilidade” com ofertas e oportunidades para clientes “que utilizam veículos para ganhar dinheiro”. Municiada em perto de 54 milhões de euros de financiamento angariado, foi a primeira insurtech britânica a obter licença de seguradora e já assegurou proteção a mais 200 mil veículos de milhares de empresas no Reino Unido e na Europa, desde comerciantes individuais a frotas de corporações globais, refere a comunicação da empresa britânica.

(Notícia atualizada no dia 15 de dezembro)

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SPAC desmente números dos pilotos da TAP avançados pelo Governo

O sindicato convocou uma conferência de imprensa para repor "a dignidade dos pilotos", recusando os números avançados pelo ministro Pedro Nuno Santos na apresentação da reestruturação da TAP.

O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou o ministro das Infraestruturas e Habitação de ter apresentado dados “errados” sobre os pilotos da TAP na apresentação da reestruturação da empresa. Em declarações transmitidas pela RTP3, Alfredo Mendonça afirmou ser necessário repor “a dignidade dos pilotos” por haver “uma grande campanha de desinformação relativamente” a estes profissionais.

Esta sexta-feira, Pedro Nuno Santos afirmou que a TAP tem “mais 19% de pilotos por aeronave do que” as congéneres, “mais 28% de tripulantes por aeronave” e que os pilotos “ganham mais do que, por exemplo, na Ibéria”. No que aos pilotos diz respeito, o SPAC assegura que os números não são corretos.

“Diz-se que a TAP tem 19% de pilotos a mais do que as congéneres europeias. Não sabemos de onde vieram esses dados e estamos convencidos de que não são verdadeiros”, apontou o responsável, que, inclusivamente, fez um desafio: “Estamos dispostos a ficar exatamente nas mesmas condições salariais do que os nossos colegas da Lufthansa. Se assim é, se é verdadeiro esse argumento, estamos dispostos a aceitar”, rematou.

“Há uma grande campanha de desinformação relativamente aos pilotos e atacando a dignidade dos pilotos”, afirmou Alfredo Mendonça, que continuou: “Já nos compararam inclusivamente aos bancos que foram também sujeitos a reestruturações. Estamos e vamos estar sujeitos a uma reestruturação, sabemos dessa necessidade premente, mas temos aqui questões que têm a ver com a TAP em si e com a maneira como ela é vista em termos de transportadora aérea.”

“Na verdade, podemos comparar a TAP S.A. ao ‘banco bom’, e TAP SGPS, o grupo, ao ‘banco mau’. Neste momento, a TAP S.A. é credora da TAP SGPS, num valor enorme, porque a TAP S.A. produziu a riqueza que permitiu cobrir muitas despesas e negócios ruinosos efetuados pela TAP SGPS”, apontou Alfredo Mendonça.

Na verdade, podemos comparar a TAP S.A. ao “banco bom”, e TAP SGPS, o grupo, ao “banco mau”.

Alfredo Mendonça

Presidente do SPAC

O presidente do SPAC continuou e afirmou que “os pilotos portugueses são considerados a nível mundial dos melhores pilotos que há, cobiçados e disputados, como se viu até final de fevereiro de 2020”. “Quase todas as companhias do mundo, seja na Europa, Médio Oriente, Ásia, onde for, são pilotos disputados, gente muito capacitada tecnicamente, dos melhores e dos melhores trabalhadores que se pode ter”, rematou.

Endurecendo o discurso, Alfredo Mendonça rematou: “Estas pessoas precisam de afinar as suas bússolas e reorientar a navegação. Se não apontarem na direção correta, não chegarão ao seu destino.”

Em conclusão, o presidente do SPAC indicou que, quando se afirma que a TAP “teve um aumento de 37% dos custos com pilotos, não se diz que a atividade aérea, o número de horas de voo, aumentou brutalmente”. “Os pilotos não eram suficientes nos últimos tempos para o crescimento da TAP. Estão a criticar os pilotos porque realizaram trabalho extraordinário”, disse.

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